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Cap. 3 Sapatas . 3.

1A

FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS
3.1. DEFINIÇÕES
Fundações superficiais são fundações cuja profundidade Zf é menor ou igual
uma e meia a duas vezes a sua menor dimensão e não são capazes de transferir carga
por atrito lateral. Alguns autores consideram:
Zf  1,5B Outros Zf  2B

RT = RB + RL A carga é transferida somente ao nível da base. RL=0, RT = RB ≥ P

obs.1 O valor Zf  2B é polêmico, podendo


chegar até 4B, quando então a fundação é
classificada como sendo de Profundidade
Intermediária. Quando Zf > 4B a fundação é
Zf
H
considerada profunda e é capaz de transferir
carga por atrito lateral (RT = RB + RL).
B
obs.2 Quando Zf / B ≤ 1,5B a superfície de
ruptura não passa pelo fuste, não permitindo a
transferência de carga por atrito lateral.
Superfície
obs.3 O aumento da relação Zf / B (e também de ruptura
da compressibilidade do solo) é o principal
responsável pela mudança da forma da
superfície de ruptura, que pode voltar-se sobre o
fuste permitindo a transferência das cargas por Fig. 3.1.1 Fundação Superficial
atrito lateral.

obs.4 Sempre que possível concretar contra barranco e compactar o fundo da cava.

Os principais tipos de fundações superficiais são:

 Sapatas
 Blocos de Fundações
 Tubulões Curtos
 Radiers

Fig. 3.1.2 Duas obras de fundações por sapatas que poderiam dispensar as formas
3.2ª Cap. 3 Sapatas

Existem fundações com funcionamento misto, como é o caso das Estacas T,


das Estapatas e das Sapatas Estaqueadas que exigem metodologias específicas para
suas análises.

3.1.1 SAPATAS

São fundações superficiais flexíveis. De uma maneira geral, para atender a


condição de flexibilidade, sua altura é igual ou menor do que ¼ da sua base.

Por serem flexíveis, devem ser armadas e o concreto deve ser estrutural.
fck = 25 MPa fcd ≈ 20 MPa

Classificação das Sapatas


A. Quanto à forma

B b

B a
QUADRADA RETANGULAR

obs.: Separa-se as sapatas longas das retangulares,


porque no estado plano (bidimensional) como é o caso
b < a/5
da Fig. 3.1.3 as várias seções transversais são muito
semelhantes, não gerando erros consideráveis nas
a > 5b teorias. A superfície de ruptura só altera sua forma
LONGA
próximo às extremidades, conhecido por efeito "pão de
forma". Considerando-se que as teorias só valem para
sapatas longas, deve-se corrigi-las para sapatas
Fig. 3.1.3 Efeito Bidimensional quadradas ou circulares. Se possível L  3B.
das Sapatas Longas

b B1 B2

CIRCULAR TRAPEZOIDAL

B
b

PENTAGONAL a
OVAL – FALSA ELIPSE
Cap. 3 Sapatas . 3.3A

Procurar manter sempre o centro de gravidade da carga coincidente com o


centro de gravidade da área. No caso de divisa pode-se utilizar sapatas excêntricas,
projetar preferencialmente sapatas centradas sob vigas de equilíbrio.

B. Quanto ao número de cargas que recebe

As sapatas são isoladas quando recebem a carga de um único pilar. É a


mais comum delas.

ISOLADA
Fig. 3.1.4 Detalhe da armação e forma
de sapatas isoladas
b
As sapatas são associadas quando
recebem a carga de dois pilares a
(podendo ser iguais ou não) ASSOCIADA

As sapatas são corridas ou vigas de b


fundações quando recebem a carga de
dois ou mais pilares alinhados ou de a
uma parede.
CORRIDA
3.4ª Cap. 3 Sapatas

C. Quanto à Centralização da Carga

C1. Centradas são aquelas cujas cargas passam pelo


centro de gravidade da área da base. Por simplificação CG
a=cte
considera-se uniformemente distribuída à carga que a
sapata transfere ao solo. Para análise mais detalhada
sobre pressão de contato. Ver Cap. 11. P

C2. Excêntricas são aquelas cujas cargas


não passam pelo CG da área da base.
σmín  0
σa  σmáx
obs. 1: Na prática de projetos procura-se
evitar sapatas excêntricas, resolvendo
o problema com o emprego de vigas σ = P(1±6e/B)/A
alavanca ou de equilíbrio.

Metodologia Construtiva das Sapatas

step . 1 Loca-se a obra de acordo com a Planta de Locação e Cargas

step . 2 Escava-se a caixa até encontrar o solo e a profundidade prevista no projeto.


(Geralmente NSPT ≥ 20). O mais importante é encontrar o solo indicada nos cálculos,
portanto a profundidade das sapatas na obra poderá variar, respeitando-se os
desníveis máximos recomendados pela NBR-6122 item 6.4.5.

step . 3 Verificada a qualidade do terreno prepara-se a superfície através do agulhamento da


base. (Apiloamento utilizando-se entulho de obras, tijolos, concreto, etc., ou pedra
marroada)

step . 4 Aplica-se uma camada de 5cm de concreto magro (baixo teor de cimento).

step . 5 Coloca-se a ferragem e a concretagem é realizada através da fôrma do pilarete da


sapata, pendurada na cava já escavada. Não é necessária a utilização de fôrmas, no
teto da própria sapata.

Fck = 25 MPa Slump = 6 cm. Concreto Armado Vibrado.

step . 6 Recompactação: Retorna-se o solo para a cava da sapata, recompactando-o.

obs. 1: A recompactação deve ser feita em camadas não superiores a 20 cm e pelo menos
até o nível do terreno natural.
obs. 2: A má compactação do aterro da sapata gera uma zona porosa que poderá provocar o
afundamento da laje de piso e no futuro pode saturar por umidificação gerando o colapso do
terreno de apoio da base.
Cap. 3 Sapatas . 3.5A

3.1.2 BLOCOS DE FUNDAÇÕES

A metodologia executiva é semelhante aquela para sapatas exceto que no bloco


de fundações, cuja a altura mínima corresponde ao ângulo α ≥ 60°, iguais as de
tubulões. O concreto pode ser ciclópico com fck=15 MPa ou 18 MPa + 20% de pedra
mão, rachão ou matacão, limpos e menores que 15 cm de diâmetro.
Em razão da altura do bloco não há necessidade de armar o fundo da base.
Arma-se somente o pilarete (colarinho ou pescoço) que deverá ter área e ferragem
maiores que o pilar. Recomenda-se duplicar a área de concreto, do aço e do pilarete em
face do baixo custo deste procedimento em relação ao ganho de segurança.
Não confundir bloco de fundação com bloco de coroamento de fundação.

3.1.3 TUBULÕES CURTOS


É o melhor tipo de fundação superficial, quando houver garantias de segurança
na escavação, viável somente em solos coesivos. Metodologia idêntica a blocos de
fundação.
A escavação é efetuada internamente levando a vantagem da não necessidade
de se escavar a caixa da fundação nem sua recompactação.

3.1.4 ESTAPATAS
3.1.5 ESTACAS T
3.1.6 SAPATAS ESTAQUEADAS

3.2. MÉTODOS DE CÁLCULOS


3.2.1. MÉTODOS SEMI-EMPÍRICOS / ESTATÍSTICOS

Baseados muitas vezes somente na experiência do autor, no SPT, em


recomendações de normas ou ainda na análise de provas de carga.
Estes métodos devem ser utilizados com muita cautela e somente como ponto
de partida para pré-dimensionamentos. Entretanto, apesar disto, constituem em
excelentes valores de referência de cálculo, face a dificuldade de se estabelecer
parâmetros dos solos e modelos matemáticos realistas.

3.2.2 MÉTODOS ESTÁTICOS: Racionais e Paramétricos

 Racionais Paramétricos

São aqueles que utilizam teorias clássicas, tais como a de Terzaghi, Balla,
Brinch Hansen e Vesić, adicionadas a parâmetros do solo (c,  e ) obtidos em ensaios
laboratoriais.
3.6ª Cap. 3 Sapatas

 Paramétricos

Utilizam formulações teóricas tradicionais adotando, porém, parâmetros obtidos


por correlações semi-empíricas/estatísticas. Convém novamente enfatizar que a
validade das correlações paramétricas depende da localidade na qual o universo dos
ensaios foram tratados estatisticamente. Este método desenvolvido por Berberian em
1981 é um significativo precursor da Geotecnia Pontual.

3.2.3 PROVAS DE CARGAS

Este método, aliado a uma adequada interpretação e definição da carga de


ruptura é o melhor e o mais recomendado método para definição da Capacidade de
Carga de uma fundação.

3.3. SAPATAS: CAPACIDADE DE CARGA

No estudo da capacidade de carga de um solo, é importante ter-se de forma


clara a conceituação das tensões a ele impostas pelas fundações de tal forma a não
produzir a ruptura do terreno nem recalques que a estrutura não possa suportar.

Tensão de Ruptura

r (qr) Tensão que leva o solo a ruptura cujo o valor está intimamente ligada a
magnitude da deformação na ruptura.

Pesquisas têm mostrado que a tensão de ruptura é alcançada quando os


recalques (deslocamento vertical) da sapata atinge valores variando desde 10% a 30%
de sua dimensão (lado menor ou do seu diâmetro).

Tensão Admissível

a (qa) Tensão admissível, e ou de projeto, é aquela que não leva a ruptura do solo
e produz somente recalques que a estrutura é capaz de suportar
(β ≤ 1/1000, FRISC ≤ 2)

a = r / FS , com FS no entorno de 3,0 a = r / 3


Cap. 3 Sapatas . 3.7A

PONTOS a PONDERAR

Por mais elaboradas que sejam as teorias para o cálculo da capacidade de


carga, por melhor que sejam os ensaios laboratoriais para obtenção dos parâmetros
geotécnicos envolvidos nos cálculos e por mais sofisticados que sejam os ensaios
“in situ”, o bom senso, a análise das obras vizinhas e semelhantes, a comparação com
formulações simples deverão obrigatoriamente ser determinantes de um bom projeto de
fundações.

Por esta razão apresentaremos algumas fórmulas simples, que poderão servir
como importantes referências durante o desenvolvimento dos cálculos.

Cuidados especiais deverão ser tomados ao se analisar estes resultados, por


que quase sempre eles apresentam valores controversos. Os Métodos Empíricos
devem ser considerados como guia, e não como a única base de um projeto.

3.3.1 ESCOLHA DA PROFUNDIDADE: CRITÉRIOS

Procurar implantar uma fundação superficial em:

a. Solo Resistente

Um solo é considerado resistente quando o NSPT é maior que 20. O ideal seria
maior que 25; tolera-se até 10 em certos casos, lembrando-se que poderá não ocorrer a
ruptura, mas poderá produzir recalques indesejáveis a longo prazo.

obs. 1. Se dentro do bulbo de pressão de interesse,  < 0,2  ocorrer camadas moles, ou
o

quando esta camada estiver a uma profundidade menor que 4B abaixo da base sendo B
o diâmetro ou menor lado da sapata, recomenda-se utilizar fundações profundas
implantadas abaixo da camada mole.

b. Acima do Lençol Freático

obs. 2. Em condições especiais pode-se escavar abaixo do lençol freático utilizando bombas
submersíveis. Este procedimento encarece a execução das fundações. Cuidados
especiais devem ser tomados no sentido de se retirar todo o solo amolecido.

c. De preferência em solos com alguma coesão.

obs. 4. Pode-se escavar em areia pura, escorando-se, entretanto a cava das fundações, para
garantir a estabilidade da cava.
3.8ª Cap. 3 Sapatas

3.4. MÉTODOS SEMI-EMPÍRICOS / ESTATÍSTICOS


O cálculo da capacidade de carga de fundações por meio das formulações
teóricas ainda é um assunto polêmico e transita melhor no campo da pesquisa. Vários
autores têm proposto métodos semi-empíricos, apresentados neste capítulo.

O autor é um grande apologista dos campos experimentais, onde os métodos


semi-empíricos podem ser aplicados com maior segurança. Fora das regiões
geotécnicas pesquisadas, essas fórmulas devem ser aplicadas com cautela e bom
senso, aliás, como ainda é toda engenharia geotécnica.

Pontos a ponderar

Os métodos empíricos são na realidade estimativas práticas utilizadas como ponto


de partida para o desenvolvimento do projeto. Serão discutidos a seguir os principais
métodos, baseados no SPT ou CPT, bem como as recomendações dos códigos de
obras.

1. Recomenda-se adotar no projeto a média dos resultados dos vários métodos. A


expressiva maioria dos profissionais utiliza um ou dois métodos + “bom senso”, para
definir seus projetos. Esta metodologia não está errada, mas a adoção de uma média
abrangendo sugestões de um maior número de autores renomados, além de aumentar
a precisão dos resultados, oferecerá uma melhor sustentação jurídica nos casos de
litígios judiciais.

2. Berberian apresenta uma metodologia que considera a experiência brasileira,


baseado nas recomendações das normas NBR 6122:2010 e NBR 6122:1996 ampliada
por Berberian, DIN 1054 (alemã), Berberian (2010), Albieiro & Cintra (1996), Bowles
(1996) & Meyerhof (1974), Parry (1977), Milton Vargas (1976), Teixeira (1996), Terzaghi
& Peck (1962), comparado-a com as provas de cargas existentes em sapatas. O autor
recomenda tensões no máximo σa  10 Kg/cm², para evitar recalques a longo prazo.
Mesmo não produzindo a ruptura física das sapatas, altas pressões poderão comprimir
lentes e falhas geológicas por ventura existentes, produzindo recalques nocivos às
estruturas.

3. As sapatas, de uma maneira quase que universalmente, transmitem pressões entre


1,0 a 6,0 kg/cm2 (0,6 MPa). Valores acima de 6 kg/cm2, devem ser tratados com cautela.
Para valores acima de 6 kg/cm2 garantir a existência de pelo menos 5m de terreno de
apoio com índice SPT acima de 20 e/ou com espessura tal que ∆ ≤ 0,10 0.
Cap. 3 Sapatas . 3.9A

4. O autor também homogeneiza os vários métodos disponíveis considerando-se o


fator KP para base como sendo o fator de ajuste que depende do tipo de solo. Vale
observar que nas Sapatas, a transferência de carga se faz predominante pela base, e
de uma maneira geral os deslocamentos mobilizados pela base na ruptura gira no
entorno de 10% de B e em solos compactos e 30% em solos fofos.

5. A metodologia utilizada considera para a capacidade de carga, os resultados


obtidos por vários autores, filtrados por duas médias. A Primeira média ponderada,
adota como pesos os fatores FPc (oriundo das provas de carga) onde o peso
corresponde ao percentual dos acertos de cada método em relação a média dos
resultados obtidos em grupos de pelo menos 10 provas de carga reais em solos e
fundações semelhantes, para que os resultados sejam considerados representativos.

A segunda média aritmética, adotando-se um desvio padrão  =0,3 é obtida


O valor da tensão admissível para a primeira média será:

1media=ai x FPc /FPc

Só devem, entretanto entrar no cômputo das tensões admissíveis por esta


metodologia, os métodos já comparados por conjunto de provas. Caso contrário,
desconsiderar a média ponderada, aplicando apenas média aritmética, sem os fatores
de ponderação de provas de carga FPc = 1,0
As tabelas que indicam a pressão admissível do solo para fundações superficiais
são muito úteis para pré-dimensionamentos, ou para obras de pouca responsabilidade.
Estas tabelas fornecem de uma maneira geral valores conservativos. O ideal recai
na análise de provas de carga.

MÉTODO 01: Recomendações da Norma Brasileira NBR 6122 (1995) - Tab 3.4.1
*Os experimentos de Vesić e de Beer (1958), pag. 1.13, analisados por Jumikis (1969, 1971),
mostram claramente que espessura da zona de plastificação ZP gira em torno de 1,5B

Pontos a ponderar

A Norma Brasileira, como qualquer norma, somente da indicação geral e expedita,


quase nunca acompanhada pelas sondagens. Por esta razão, os valores fornecidos
pela norma, via de regra, estão do lado da segurança.
3.10ª Cap. 3 Sapatas

Condicionantes

obs.1: A NBR 6122 limita a aplicação da Tab 3.4.1 para cargas nos pilares de até 300t = 3000 kN

obs.2: No caso de calcário ou de qualquer outra rocha cáustica, devem ser feitos estudos especiais
devido a ocorrência de cavernas e vesículas

obs.3: Para rochas alteradas, ou em decomposição, deve-se levar em conta a natureza da rocha matriz
e seu grau de decomposição ou alteração.

Tab. 3.4.1 Pressões Básicas (admissíveis) NBR 6122:1996 SPT = N72 Brasil
MPa Kg/cm2
CLASSE DESCRIÇÃO
a a
1 Rocha sã, maciça, sem laminações
ou sinais de decomposição 3,0 30
2 Rochas estratificadas, com pequenas fissuras 1,5 15
3 Rochas alteradas ou em decomposição (Saprólito) Ver nota (3)
4 Solo granular concrecionado, conglomerado 1,0 10
5 Solo pedregulhoso Compacto a Muito Compacto 0,6 6,0
6 Solo pedregulhoso Fofo 0,3 3,0
Areias
7 Areia muito Compacta 0,5 5,0
8 Areia Compacta 0,4 4,0
9 Areia Mediamente Compacta 0,2 2,0
Argilas
10 Argila Dura 0,3 3,0
11 Argila Rija 0,2 2,0
12 Argila Média 0,1 1,0
Siltes
13 Silte Duro (muito compacto) 0,3 3,0
14 Silte Rijo (compacto) 0,2 2,0
15 Silte Médio (compacto) 0,1 1,0

obs. 4: Os valores da Tab. 3.4.1, válidos para sapatas com largura de 2m, devem ser modificados
em função das dimensões e da profundidade das fundações conforme descrito em 6.2.2.5,
6.2.2.6 e 6.2.2.7, da Norma Brasileira
Cap. 3 Sapatas . 3.11A

Berberian (2011) amplia por interpolação a Tab. 3.4.1, incluindo a faixa de valores
do NSPT, visando torná-la mais didática favorecendo a sua utilização por aqueles ainda
não muito familiarizadas com este assunto. Ver Tab 3.4.2

Valor médio do SPT (N72): Berberian recomenda utilizar o NSPT brasileiro médio
dentro da zona de plastificação com espessura abaixo da base no entorno de 1,5 vezes
o diâmetro ou o menor lado da base B. Considerando-se que as amostragens do NSPT
se faz de metro em metro, não tem sentido analítico adotar-se camadas com
espessuras menores do que o metro inteiro. Apesar de adotar-se no projeto metros
inteiros, deve-se embutir pelo menos o rodapé (20cm) dentro da camada firme.

Se tivermos, por exemplo, uma sapata com largura B = 3,0m assente a uma
profundidade Zf = 2,0 a espessura da camada onde será obtido o SPT médio terá 4,5m,
ou seja, de 2,0 m a 6,5 m.

A existência de camadas mais duras abaixo da base tente a achatar a Zona de


plastificação, portanto, calcula-se N72 médio de 2,0 a 6,0m. Por medida de segurança,
se ocorrer camadas moles, mas não muito moles, aumenta-se por exemplo a
profundidade para 7,0m.

Os usuários da tabela original da Norma Brasileira, sempre tiveram muita


dificuldade em utilizá-la para solos intermediários, não indicados na tabela. O autor
procurou na medida do possível interpolar os valores originais, permitindo a utilização
direta dos valores da Norma Brasileira, bem como homogeneizá-la apresentando-a na
forma mais comum.

a = NSPT/ KNB
3.12ª Cap. 3 Sapatas

Tab. 3.4.2 Valores do Fator de Capacidade KNBR - NBR 6122:1996 em função


da Classificação do Solo e do NSPT – Modificada por Berberian
KNBR KNBR
CLASSE DESCRIÇÃO MPa Kg/cm²
1 Rocha sã, maciça, sem laminações
ou sinais de decomposição 3,0 30
2 Rochas estratificadas, com pequenas fissuras, 1,5 15
3 Rochas alteradas ou em decomposição (Saprólito) Ver nota (3)
4 Solo granulares concrecionado, conglomerado 1,0 10
5 Solo pedregulhoso Comp. a Muito Compacto N72 19 a 40 0,6 6
6 Solo pedregulhoso fofo N72 < 4 0,3 3
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7 - AREIAS - S N72 MPa Kg/cm²
S Areia Mediamente Compacta 09 45,00 4,50
S Areia Mediamente Compacta 10 45,45 4,55
S Areia Mediamente Compacta 11 45,83 4,58
S Areia Mediamente Compacta 12 46,15 4,62
S Areia Mediamente Compacta 13 46,43 4,64
S Areia Mediamente Compacta 14 46,67 4,67
S Areia Mediamente Compacta 15 46,88 4,69
S Areia Mediamente Compacta 16 47,06 4,71
S Areia Mediamente Compacta 17 47,22 4,72
S Areia Mediamente Compacta 18 47,37 4,74
S Areia Compacta 19 47,50 4,75
S Areia Compacta 20 50,00 4,95
S Areia Compacta 21 51,22 5,13
S Areia Compacta 22 53,66 5,33
S Areia Compacta 23 54,76 5,50
S Areia Compacta 24 57,14 5,69
S Areia Compacta 25 58,14 5,85
S Areia Compacta 26 60,47 6,02
S Areia Compacta 27 61,36 6,19
S Areia Compacta 28 63,64 6,36
S Areia Compacta 29 64,44 6,52
S Areia Compacta 30 66,67 6,68
S Areia Compacta 31 68,89 6,84
S Areia Compacta 32 69,57 7,00
S Areia Compacta 33 71,74 7,14
S Areia Compacta 34 72,34 7,28
S Areia Compacta 35 74,47 7,40
S Areia Compacta 36 75,00 7,53
S Areia Compacta 37 77,08 7,66
S Areia Compacta 38 77,55 7,77
S Areia Compacta 39 7,80 7,88
S Areia Compacta 40 80,00 8,00
S Areia Mto. Compacta SPT > 40 78,43 7,84
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8 - AREIAS SILTOSAS – S5M N72 MPa Kg/cm²

S5M Areia Siltosa Med. Comp 9 56,25 5,81


S5M Areia Siltosa Med. Comp 10 58,82 5,85
S5M Areia Siltosa Med. Comp 11 57,89 5,88
S5M Areia Siltosa Med. Comp 12 60,00 5,91
S5M Areia Siltosa Med. Comp 13 59,09 5,94
Cap. 3 Sapatas . 3.13A

SPT KNBR KNBR


CLASSE DESCRIÇÃO N72 MPa Kg/cm²
S5M Areia Siltosa Med. Comp 14 58,33 5,96
S5M Areia Siltosa Med. Comp 15 60,00 5,98
S5M Areia Siltosa Med. Comp 16 59,26 5,99
S5M Areia Siltosa Med. Comp 17 60,71 6,01
S5M Areia Siltosa Med. Comp 18 60,00 6,02
S5M Areia Siltosa Compacta 19 61,29 6,11
S5M Areia Siltosa Compacta 20 62,50 6,35
S5M Areia Siltosa Compacta 21 65,63 6,58
S5M Areia Siltosa Compacta 22 68,75 6,79
S5M Areia Siltosa Compacta 23 69,70 7,01
S5M Areia Siltosa Compacta 24 72,73 7,23
S5M Areia Siltosa Compacta 25 73,53 7,44
S5M Areia Siltosa Compacta 26 76,47 7,65
S5M Areia Siltosa Compacta 27 77,14 7,83
S5M Areia Siltosa Compacta 28 80,00 8,02
S5M Areia Siltosa Compacta 29 82,86 8,22
S5M Areia Siltosa Compacta 30 83,33 8,40
S5M Areia Siltosa Compacta 31 86,11 8,59
S5M Areia Siltosa Compacta 32 86,49 8,74
S5M Areia Siltosa Compacta 33 89,19 8,92
S5M Areia Siltosa Compacta 34 91,89 9,09
S5M Areia Siltosa Compacta 35 92,11 9,26
S5M Areia Siltosa Compacta 36 94,74 9,42
S5M Areia Siltosa Compacta 37 94,87 9,56
S5M Areia Siltosa Compacta 38 97,44 9,72
S5M Areia Siltosa Compacta 39 97,50 9,87
S5M Areia Siltosa Compacta 40 100,0 10,0
S5M Areia Siltosa Mto. Compacta SPT > 40 100,0 9,90
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9 - AREIAS ARGILOAS – S5C N72 MPa Kg/cm²
S5C Areia Argilosa Med. Comp 9 56,25 5,66
S5C Areia Argilosa Med. Comp 10 55,56 5,71
S5C Areia Argilosa Med. Comp 11 57,89 5,76
S5C Areia Argilosa Med. Comp 12 57,14 5,80
S5C Areia Argilosa Med. Comp 13 59,09 5,83
S5C Areia Argilosa Med. Comp 14 58,33 5,86
S5C Areia Argilosa Med. Comp 15 57,69 5,88
S5C Areia Argilosa Med. Comp 16 59,26 5,90
S5C Areia Argilosa Med. Comp 17 58,62 5,92
S5C Areia Argilosa Med. Comp 18 60,00 5,94
S5C Areia Argilosa Compacta 19 59,38 5,97
S5C Areia Argilosa Compacta 20 62,50 6,21
S5C Areia Argilosa Compacta 21 63,64 6,44
S5C Areia Argilosa Compacta 22 66,67 6,67
S5C Areia Argilosa Compacta 23 69,70 6,89
S5C Areia Argilosa Compacta 24 70,59 7,10
S5C Areia Argilosa Compacta 25 73,53 7,31
S5C Areia Argilosa Compacta 26 74,29 7,51
S5C Areia Argilosa Compacta 27 77,14 7,71
S5C Areia Argilosa Compacta 28 77,78 7,89
3.14ª Cap. 3 Sapatas

SPT KNBR KNBR


CLASSE DESCRIÇÃO N72 MPa Kg/cm²

S5C Areia Argilosa Compacta 29 80,56 8,08


S5C Areia Argilosa Compacta 30 83,33 8,26
S5C Areia Argilosa Compacta 31 83,78 8,45
S5C Areia Argilosa Compacta 32 86,49 8,63
S5C Areia Argilosa Compacta 33 86,84 8,80
S5C Areia Argilosa Compacta 34 89,47 8,97
S5C Areia Argilosa Compacta 35 92,11 9,14
S5C Areia Argilosa Compacta 36 94,74 9,30
S5C Areia Argilosa Compacta 37 94,87 9,46
S5C Areia Argilosa Compacta 38 95,00 9,62
S5C Areia Argilosa Compacta 39 97,50 9,75
S5C Areia Argilosa Compacta 40 100,0 9,90
S5C Areia Argilosa Mto. Compacta SPT > 40 97,56 9,80
SPT KNBR KNBR
10 - ARGILAS OU SILTES PUROS – C/M N72 MPa Kg/cm²
C ou M Argila ou Silte Médio 6 60,00 6,00
C ou M Argila ou Silte Médio 7 58,33 5,83
C ou M Argila ou Silte Médio 8 57,14 5,71
C ou M Argila ou Silte Médio 9 56,25 5,63
C ou M Argila ou Silte Médio 10 55,56 5,56
C ou M Argila ou Silte Rijo 11 55,00 5,50
C ou M Argila ou Silte Rijo 12 57,14 5,71
C ou M Argila ou Silte Rijo 13 59,09 5,91
C ou M Argila ou Silte Rijo 14 60,87 6,09
C ou M Argila ou Silte Rijo 15 62,50 6,25
C ou M Argila ou Silte Rijo 16 64,00 6,40
C ou M Argila ou Silte Rijo 17 65,38 6,54
C ou M Argila ou Silte Rijo 18 66,67 6,67
C ou M Argila ou Silte Rijo 19 67,86 6,79
C ou M Argila ou Silte Rijo 20 68,97 6,50
C ou M Argila ou Silte Duro 70,00 7,00
SPT > 21
SPT KNBR KNBR
11 - SILTES ARENOSOS – M5S (comportam-se como N72 MPa Kg/cm²
solos granulares)

M5S Silte Arenoso Med. Compacto 9 64,29 6,25


M5S Silte Arenoso Med. Compacto 10 62,50 6,25
M5S Silte Arenoso Med. Compacto 11 61,11 6,25
M5S Silte Arenoso Med. Compacto 12 63,16 6,25
M5S Silte Arenoso Med. Compacto 13 61,90 6,25
M5S Silte Arenoso Med. Compacto 14 70,00 6,25
M5S Silte Arenoso Med. Compacto 15 62,50 6,25
M5S Silte Arenoso Med. Compacto 16 61,54 6,25
M5S Silte Arenoso Med. Compacto 17 62,96 6,25
M5S Silte Arenoso Med. Compacto 18 62,07 6,25
M5S Silte Arenoso Compacto 19 55,88 5,72
M5S Silte Arenoso Compacto 20 58,82 5,78
M5S Silte Arenoso Compacto 21 60,00 6,03
M5S Silte Arenoso Compacto 22 62,86 6,29
M5S Silte Arenoso Compacto 23 65,71 6,53
M5S Silte Arenoso Compacto 24 66,67 6,76
M5S Silte Arenoso Compacto 25 69,44 7,00
Cap. 3 Sapatas . 3.15A

SPT KNBR KNBR


CLASSE DESCRIÇÃO N72 MPa Kg/cm²
M5S Silte Arenoso Compacto 26 72,22 7,24
M5S Silte Arenoso Compacto 27 75,00 7,48
M5S Silte Arenoso Compacto 28 77,78 7,71
M5S Silte Arenoso Compacto 29 80,56 7,95
M5S Silte Arenoso Compacto 30 81,08 8,17
M5S Silte Arenoso Compacto 31 83,78 8,40
M5S Silte Arenoso Compacto 32 86,49 8,60
M5S Silte Arenoso Compacto 33 89,19 8,82
M5S Silte Arenoso Compacto 34 89,47 9,04
M5S Silte Arenoso Compacto 35 92,11 9,26
M5S Silte Arenoso Compacto 36 94,74 9,47
M5S Silte Arenoso Compacto 37 97,37 9,69
M5S Silte Arenoso Compacto 38 102,70 10,16
M5S Silte Arenoso Compacto 39 100,0 10,10
M5S Silte Arenoso Compacto 40 102,56 10,31
M5S Silte Arenoso Mto Compacto > 40 102,56 10,31
SPT KNBR KNBR
12 - ARGILAS ARENOSAS – C5S (comportam-se como N72 MPa Kg/cm²
solos plásticos)
C5S Argila Arenosa Média 6 42,86 4,26
C5S Argila Arenosa Média 7 38,89 3,98
C5S Argila Arenosa Média 8 38,10 3,79
C5S Argila Arenosa Média 9 36,00 3,64
C5S Argila Arenosa Média 10 35,71 3,55
C5S Argila Arenosa Rija 11 37,93 3,75
C5S Argila Arenosa Rija 12 40,00 3,95
C5S Argila Arenosa Rija 13 40,63 4,13
C5S Argila Arenosa Rija 14 42,42 4,29
C5S Argila Arenosa Rija 15 44,12 4,45
C5S Argila Arenosa Rija 16 45,71 4,60
C5S Argila Arenosa Rija 17 47,22 4,74
C5S Argila Arenosa Rija 18 48,65 4,86
C5S Argila Arenosa Rija 19 50,00 4,99
C5S Argila Arenosa Dura 20 52,63 5,24
C5S Argila Arenosa Dura 21 53,85 5,45
C5S Argila Arenosa Dura 22 56,41 5,68
C5S Argila Arenosa Dura 23 58,97 5,91
C5S Argila Arenosa Dura 24 61,54 6,14
C5S Argila Arenosa Dura 25 64,10 6,36
C5S Argila Arenosa Dura 26 65,00 6,58
C5S Argila Arenosa Dura 27 67,50 6,80
C5S Argila Arenosa Dura 28 70,00 7,02
C5S Argila Arenosa Dura 29 72,50 7,23
C5S Argila Arenosa Dura 30 75,00 7,44
C5S Argila Arenosa Dura 31 75,61 7,65
C5S Argila Arenosa Dura 32 78,05 7,86
C5S Argila Arenosa Dura 33 80,49 8,07
C5S Argila Arenosa Dura 34 82,93 8,27
C5S Argila Arenosa Dura 35 85,37 8,47
C5S Argila Arenosa Dura 36 85,71 8,67
C5S Argila Arenosa Dura 37 88,10 8,87
3.16ª Cap. 3 Sapatas

SPT KNBR KNBR


CLASSE DESCRIÇÃO N72 MPa Kg/cm²
C5S Argila Arenosa Dura 38 90,48 9,07
C5S Argila Arenosa Dura 39 92,86 9,26
C5S Argila Arenosa Dura 40 95,24 9,46
C5S Argila Arenosa Dura 41 95,35 9,65
C5S Argila Arenosa Dura 42 97,67 9,84
C5S Argila Arenosa Dura 43 100,00 10,02
C5S Argila Arenosa Dura 44 102,33 10,21
C5S Argila Arenosa Dura 45 104,65 10,39
C5S Argila Arenosa Dura 46 104,55 10,57
C5S Argila Arenosa Dura 47 106,82 10,76
C5S Argila Arenosa Dura 48 109,09 10,93
C5S Argila Arenosa Dura 49 111,36 11,11
C5S Argila Arenosa Dura > 50 113,64 11,34

MÉTODO 02: Recomendações da Norma DIN 1054, (Alemã)

A Norma DIN 1054 permite no caso de fundações com profundidades


superiores a 2,0m, adicionar aos valores obtidos na Tab. 3.4.3, a tensão geostática ao
nível da base. Vale lembrar que a base de dados dessa tabela é europeia.

a = a(TAB) + 0 0 = h
Para aumentar a precisão na utilização destas tabelas, recomenda-se aferi-las
para cada região geológica, adicionando-se a elas valores típicos para terrenos locais.
Todos estes métodos consideram a ruptura no modo generalizado
(NSPT > 15), portanto, deve-se levar em conta este fato ao compará-los com resultados
teóricos.

Condicionantes

1. NSPT ≤ 50
2. O autor não recomenda implantar sapata em areia com menos de 15 golpes
no NSPT e menos de 20 golpes em argilas. Abaixo destes valores é preciso
consultar a experiência local para obras semelhantes, após vários anos
submetida a carga plena.
3. Na capacidade de carga admissível já se considerou um fator de segurança
FS =3,0 aplicado ao valor da tensão de ruptura - ELU (estado de limite último).
4. N72médio, SPT médio e a média dos N72 nas camadas dentro da zona de
plastificação, cuja espessura é aproximadamente igual a 1,5 a 2,0 vezes a
menor dimensão B ou diâmetro da base. Não se dispondo da dimensão da
base, pode-se inicialmente estima-la conforme recomendado da NBR 6122.
Vale lembrar que a sondagem é medida de metro em metro. Valores
fracionados deverão ser arredondados para menor.
Cap. 3 Sapatas . 3.17A

Tab. 3.4.3 Pressões Admissíveis para Sapatas DIN 1054 N60 = 1,2 N72
a
Característica do Terreno kg/cm2

A Terreno de aterro que não sofreu compactação artificialmente. 0.0


Depende da constituição e espessura da camada de fundação, sua a
densidade, regularidade ou estratificação 1.0
B Solo natural (visivelmente intacto):.......................................................... ---
1. Lodo, turfa, Pt, solos pantanosos em geral ........................................ 0.0
2. Solos compactos, não coesivos: ............................................................. ---
a. Areia fina e média, grãos até 1 mm ................................................. 2.0
b. Areia grossa, grãos de 1 a 3mm ....................................................... 3.0
c. Areia Pedregulhosa com no mínimo um terço de .............................. 4.0
Pedregulho /volume, Pedregulho até 70mm
3. Solos coesivos (silte, argila e marga):
a. Muito mole, consistência de lama ..................................... N72 < 2 0.0
b. Mole (facilmente amolgável) ................................................ 3 a 5 0.4
c. Médio (dificilmente amolgável).............................................. 6 a 10 0.8
d. Rijo ………………………………………………………………….11 a 19 1.5
e. Duro ................................................................................... 20 a 50 3.0
4. Rochas com poucas falhas em estado são, não alteradas e com
estratificações favorável. Quando muito falhadas ou estratificações
desfavoráveis, reduzir os valores indicados para menos da metade :
a. Em camadas de sucessão compactas (arenito, calcário, mármore,
calcário dolomítico, xisto cristalino, xisto argiloso)
- de fraca resistência .......................................................................... 10.0
- de constituição dura, compacta (resistência e compressão superior a 15.0
50 kg/cm2)
b. Em disposição maciça ou colunas (granito, diorito, porfírio, diabásio,
basalto, ardósia, gnaisse) ....................................... 30.0

MÉTODO 03: Recomendações de Berberian (2010) - Todos os Solos

Pontos a ponderar

Berberian reunindo a experiência brasileira passou a recomendar como ponto de


partida para a elaboração de projetos os valores do coeficiente KBerb indicados na
Tab. 3.4.5.
3.18ª Cap. 3 Sapatas

a = N72 médio / KBerb. a = em Kg/cm² ou a = 100 N72 / KBerb em KPa

Tab. 3.4.4 Valores de KBerb Segundo Berberian, Apud Mingardi (2016)

Coeficiente KBASE de acordo com o tipo de solo e o SPT – Berberian (2015) 1/3
Class. SPT (N72 Brasileiro)
SOLO
Berb. 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Areia ( Sand ) S 5,21 5,21 5,21 5,21 5,01 5,16 5,28 5,39 5,89 5,96 6,03 6,09
Areia Mto Pco.. Siltosa S3M 5,38 5,38 5,38 5,38 5,38 5,38 5,38 5,38 5,91 5,91 5,91 5,91
Areia Pco.. Siltosa S4M 5,32 5,57 5,44 5,44 5,44 5,44 5,46 5,57 5,67 5,25 5,00 5,04
Areia Siltosa S5M 4,40 5,01 5,24 5,43 5,59 5,73 5,84 5,47 5,47 5,47 5,47 5,47
Areia Mto Siltosa S6M 5,24 5,52 5,52 5,52 5,52 5,52 5,52 5,52 5,52 5,00 5,05 5,09
Areia Mto Pco.. Argilosa S3C 5,43 5,43 5,43 5,43 5,43 5,43 5,43 5,43 5,43 5,84 5,84 5,84
Areia Pco.. Argilosa S4C 5,49 5,49 5,49 5,49 5,49 5,49 5,49 5,49 5,49 5,49 5,12 5,15
Areia Argilosa S5C 5,29 5,14 5,34 5,49 5,62 5,73 5,53 5,14 5,24 5,34 5,12 5,21
Areia Muito Argilosa S6C 5,37 5,37 5,37 5,37 5,37 5,37 5,37 5,37 5,37 4,99 5,03 5,06

Silte ( Mó ) M 5,45 5,71 5,63 5,63 5,63 5,63 5,59 5,71 5,82 5,92 6,00 5,63
Silte Muito Pco.. Arenoso M3S 5,00 5,33 5,33 5,33 5,33 5,33 5,33 5,60 4,67 4,74 4,80 4,86
Silte Pco. Arenoso M4S 5,00 5,33 5,33 5,33 5,33 5,33 5,33 5,60 4,67 4,74 4,80 4,86
Silte Arenoso M5S 4,10 4,40 4,64 4,84 5,01 4,62 4,62 4,62 4,62 4,35 4,40 4,45
Silte Muito Arenoso M6S 5,00 5,28 5,28 5,28 5,28 5,28 4,50 4,58 4,65 4,72 4,78 4,83
Silte Mto Pco.. Argiloso M3C 5,34 5,59 5,59 5,59 5,59 5,59 5,59 5,59 5,59 5,59 5,18 5,22
Silte Pco. Argiloso M4C 5,34 5,59 5,59 5,59 5,59 5,59 5,59 5,59 5,59 5,59 5,18 5,22
Silte Argiloso M5C 5,20 5,62 5,77 5,53 5,53 5,53 5,52 5,62 5,70 5,77 5,84 5,53
Silte Muito Argiloso M6C 5,34 5,59 5,59 5,59 5,59 5,59 5,59 5,59 5,59 5,59 5,18 5,22

Argila ( Clay ) C 5,53 5,82 5,89 5,65 5,60 5,57 5,53 5,59 5,64 5,69 5,72 5,45
Argila Mto Pco. Arenosa C3S 5,00 5,00 5,00 5,44 5,44 5,44 5,44 5,44 4,89 4,94 4,99 5,04
Argila Pco. Arenosa C4S 5,00 5,00 5,34 5,34 5,34 5,34 5,34 5,34 4,83 4,89 4,93 4,98
Argila Arenosa C5S 4,29 4,85 5,07 5,24 5,39 5,51 4,40 4,54 4,66 4,77 4,88 4,98
Argila Mto Arenosa C6S 5,21 5,21 5,21 5,21 5,21 5,21 5,21 4,70 4,75 4,80 4,83 4,89
Argila Mto Pco. Siltosa C3M 5,34 5,46 5,37 5,30 5,25 5,22 5,18 5,16 4,78 4,81 4,84 4,86
Argila Pco. Siltosa C4M 5,06 5,06 5,06 5,06 5,06 5,06 5,06 4,60 4,66 4,71 4,75 4,79
Argila Siltosa C5M 4,29 4,62 5,16 5,34 5,49 5,62 4,46 4,60 4,72 4,84 4,95 5,05
Argila Mto Siltosa C6M 5,21 5,21 5,21 5,21 5,21 5,21 5,21 4,70 4,75 4,80 4,85 4,89

Obs 1.: Quando na classificação utilizada, não for informado a intensidade da mistura
(3 muito pouco, 4 pouco, 5 mediamente, 6 muito e 7 demasiadamente) utiliza-se então
o valor médio, 5. ex: CS → C5S
Cap. 3 Sapatas . 3.19A

a = N72 médio / KBerb. a = em Kg/cm² ou a = 100 N72 / KBerb em KPa

Tab. 3.4.4 Valores de KBerb Segundo Berberian, Apud Mingardi (2016)

Coeficiente KBASE de acordo com o tipo de solo e o SPT – Berberian (2015) 2/3
Class. SPT (N72 Brasileiro)
SOLO
Berb. 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28
Areia ( Sand ) S 6,15 5,75 5,05 5,51 5,61 5,70 5,78 5,86 5,94 6,01 6,08 6,94
Areia Mto Pco. Siltosa S3M 5,91 5,91 5,67 5,74 5,80 5,86 5,91 5,96 6,01 6,05 6,44 6,50
Areia Pco. Siltosa S4M 5,13 5,22 5,30 5,59 5,69 5,79 5,88 5,97 5,66 5,71 5,76 5,80
Areia Siltosa S5M 5,47 5,24 5,49 5,60 5,71 5,81 5,90 5,99 6,07 6,15 5,78 5,82
Areia Mto Siltosa S6M 5,19 5,28 5,36 5,43 5,50 5,56 5,62 5,68 5,73 5,78 5,83 5,87
Areia Mto Pco. Argilosa S3C 5,84 5,60 5,66 5,72 5,77 5,81 5,86 5,90 5,93 5,97 6,00 6,03
Areia Pco. Argilosa S4C 5,23 5,30 5,37 5,43 5,48 5,53 5,58 5,62 5,66 5,70 5,74 5,77
Areia Argilosa S5C 5,32 5,43 5,53 5,63 5,71 5,80 5,87 5,94 5,70 5,73 5,77 5,81
Areia Mto Argilosa S6C 5,14 5,21 5,27 5,33 5,38 5,43 5,47 5,52 5,55 5,59 5,63 5,66

Silte ( Mó ) M 5,26 5,34 5,43 5,70 5,81 5,91 6,01 6,10 6,19 6,27 6,35 5,96
Silte Mto Pco. Arenoso M3S 4,97 5,08 5,18 5,27 5,36 5,44 5,52 5,59 5,66 5,72 5,78 5,84
Silte Pco. Arenoso M4S 4,97 5,08 5,18 5,27 5,36 5,44 5,52 5,59 5,66 5,72 5,78 5,84
Silte Arenoso M5S 4,90 4,63 5,04 5,15 5,26 5,37 5,47 5,05 5,64 5,73 5,82 5,91
Silte Mto Arenoso M6S 4,95 5,05 5,15 5,24 5,33 5,41 5,48 5,56 5,62 5,69 5,75 5,80
Silte Mto Pco. Argiloso M3C 5,30 5,37 5,44 5,50 5,56 5,61 5,66 5,70 5,75 5,79 5,82 5,86
Silte Pco. Argiloso M4C 5,30 5,37 5,44 5,50 5,56 5,61 5,66 5,70 5,75 5,79 5,82 5,86
Silte Argiloso M5C 5,26 5,33 5,39 5,62 5,71 5,79 5,87 5,94 6,01 6,07 5,77 5,80
Silte Mto Argiloso M6C 5,30 5,37 5,44 5,50 5,56 5,61 5,66 5,70 5,75 5,79 5,82 5,86

Argila ( Clay ) C 5,23 5,28 5,58 5,52 5,89 5,97 6,05 6,13 5,90 5,94 5,98 6,02
Argila Mto Pco. Arenosa C3S 5,13 5,22 5,30 5,37 5,44 5,50 5,56 5,61 5,66 5,71 5,76 5,80
Argila Pco. Arenosa C4S 5,07 5,15 5,23 5,30 5,36 5,42 5,48 5,54 5,58 5,63 5,68 5,72
Argila Arenosa C5S 5,10 5,22 5,34 5,16 5,26 5,36 5,45 5,53 5,62 5,69 5,77 5,84
Argila Mto Arenosa C6S 4,98 5,06 5,13 5,20 5,26 5,32 5,38 5,43 5,48 5,52 5,56 5,60
Argila Mto Pco. Siltosa C3M 4,92 4,97 5,02 5,07 5,11 5,15 5,18 5,22 5,25 5,28 5,30 5,33
Argila Pco. Siltosa C4M 4,88 4,95 5,02 5,09 5,15 5,21 5,26 5,31 5,35 5,40 5,44 5,47
Argila Siltosa C5M 5,18 5,30 5,42 5,24 5,34 5,44 5,53 5,62 5,71 5,79 5,86 5,93
Argila Mto Siltosa C6M 4,98 5,06 5,13 5,20 5,26 5,32 5,38 5,43 5,48 5,52 5,56 5,60
3.20ª Cap. 3 Sapatas

a = N72 médio / KBerb. a = em Kg/cm² ou a = 100 N72 / KBerb em KPa

Tab. 3.4.4 Valores de KBerb Segundo Berberian, Apud Mingardi (2016)

Coeficiente KBASE de acordo com o tipo de solo e o SPT – Berberian (2014) 3/3
Class. SPT (N72 Brasileiro)
SOLO
Berb. 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
Areia ( Sand ) S 7,06 7,17 7,28 7,39 7,49 7,59 7,69 8,11 8,18 8,25 7,97 8,01
Areia Mto Pco. Siltosa S3M 6,55 6,60 6,64 6,69 6,73 6,77 6,80 6,84 6,87 6,89 6,89 6,88
Areia Pco. Siltosa S4M 5,84 5,88 5,92 5,95 5,98 5,44 5,44 5,44 5,44 5,44 5,44 5,44
Areia Siltosa S5M 5,86 5,90 5,94 6,39 6,44 6,49 6,53 6,58 6,62 5,74 5,74 5,74
Areia Mto Siltosa S6M 5,91 5,95 5,99 6,02 6,06 5,52 5,52 5,52 5,52 5,52 5,52 5,52
Areia Mto Pco. Argilosa S3C 6,06 6,09 6,12 6,14 6,97 7,02 7,06 7,10 6,58 6,58 6,58 6,58
Areia Pco. Argilosa S4C 5,80 5,83 5,86 5,89 5,49 5,49 5,49 5,49 5,49 5,49 5,49 5,49
Areia Argilosa S5C 5,84 5,87 5,90 5,92 5,53 5,53 5,53 5,53 5,53 5,53 5,53 5,53
Areia Mto Argilosa S6C 5,69 5,72 5,75 5,37 5,37 5,37 5,37 5,37 5,37 5,37 5,37 5,37

Silte ( Mó ) M 6,00 6,49 6,55 6,60 6,66 6,71 6,76 6,80 6,85 6,89 6,00 6,00
Silte Mto Pco. Arenoso M3S 5,89 5,95 6,00 6,04 6,09 5,33 5,33 5,33 5,33 5,33 5,33 5,33
Silte Pco. Arenoso M4S 5,89 5,95 6,00 6,04 6,09 5,33 5,33 5,33 5,33 5,33 5,33 5,33
Silte Arenoso M5S 6,00 6,08 6,16 6,23 6,30 6,37 6,44 5,00 5,00 6,52 6,57 6,62
Silte Mto Arenoso M6S 5,86 5,91 5,96 6,00 6,05 5,28 5,28 5,28 5,28 5,28 5,28 5,28
Silte Mto Pco. Argiloso M3C 5,89 5,92 5,95 5,98 6,01 5,59 5,59 5,59 5,59 5,59 5,59 5,59
Silte Pco. Argiloso M4C 5,89 5,92 5,95 5,98 6,01 5,59 5,59 5,59 5,59 5,59 5,59 5,59
Silte Argiloso M5C 5,84 5,87 5,89 5,92 5,95 5,97 6,91 6,96 6,19 6,18 6,19 6,19
Silte Mto Argiloso M6C 5,89 5,92 5,95 5,98 6,01 5,59 5,59 5,59 5,59 5,59 5,59 5,59

Argila ( Clay ) C 6,04 6,09 6,12 6,15 6,18 6,20 5,78 5,78 5,78 5,78 5,78 5,78
Argila Mto Pco. Arenosa C3S 5,84 5,88 5,44 5,44 5,44 5,44 5,44 5,44 5,44 5,44 5,44 5,44
Argila Pco. Arenosa C4S 5,76 5,79 5,83 5,86 5,34 5,34 5,34 5,34 5,34 5,34 5,34 5,34
Argila Arenosa C5S 5,90 5,97 6,03 6,09 6,14 6,20 5,80 5,21 5,21 5,21 5,21 5,21
Argila Mto Arenosa C6S 5,64 5,68 5,71 5,21 5,21 5,21 5,21 5,21 5,21 5,21 5,21 5,21
Argila Mto Pco. Siltosa C3M 5,35 4,99 4,99 5,34 5,34 5,34 5,34 5,34 5,34 5,34 5,34 5,34
Argila Pco. Siltosa C4M 5,51 5,54 5,06 5,06 5,06 5,06 5,06 5,06 5,06 5,06 5,06 5,06
Argila Siltosa C5M 6,00 6,07 6,13 6,19 6,25 6,31 6,36 5,95 6,20 6,20 6,20 6,20
Argila Mto Siltosa C6M 5,64 5,68 5,71 5,21 5,21 5,21 5,21 5,21 5,21 5,21 5,21 5,21
Cap. 3 Sapatas . 3.21A

MÉTODO 04: Albieiro & Cintra (1996) - Solo Qualquer

Albieiro & Cintra recomendam para a tensão admissível:

σa = (N72 / KAC) KAC = 5 em kg/cm²


σa = (N72 / 50) KAC = 50 em MPa

σa Kg/cm² tensão admissível na base de sapatas


N72 adm número de golpes médio da sondagem SPT brasileira, na camada de apoio da
sapatas , com espessura aprox. igual a 1,5 a 2 vezes ao provável diâmetro da base.

MÉTODO 05: Recomendações de Terzaghi & Peck (1967): Solos Arenosos

Em face da dificuldade de se obter amostras indeformadas de areias


(sem coesão), tem-se com frequência utilizado o N(SPT), para obtenção da Capacidade
de Carga Admissível dos solos arenosos.
Terzaghi & Peck (1948,1967), apresentam em trabalho pioneiro, uma correlação
entre o N(SPT) e a tensão admissível do solo, considerando um recalque de 25mm.

Pontos a ponderar

A recomendação de Terzaghi & Peck resulta em valores considerados de uma


maneira geral conservativos. Modernamente não se tem recomendado sua utilização.

MÉTODO 06: Bowles (1996) & Meyerhof (1974) : Solos Arenosos

Pontos a ponderar

1. Meyerhof apresenta correlação semelhante a de Terzaghi, corrigindo-a,


no entanto, para a profundidade relativa Zf / B, apesar disto os
resultados continuam subdimensionados.
2. Empregando-se o valor de N55, Bowles (1988) com base nas experiências
de campo apresenta uma alteração na recomendação de Meyerhof também
para um recalque de 25mm.

3. Para os casos onde se desejar o valor da pressão admissível para


recalques diferentes de 2,5 cm, como pré-estipulou Terzaghi, pode-se obter
para outro valor recalque, da seguinte forma:
3.22ª Cap. 3 Sapatas

r .σ (r )
σ a (r) = 2,5 a 1 (2)

sendo:

a(r) kg/cm2 Pressão admissível para o recalque desejado


r cm Recalque desejado qualquer
a(r1) kg/cm2 Pressão admissível para recalque r1 = 2,5cm.

Condicionantes
1. (N
SPT SPT (N55) ≤ 40
72) ≤ 32
SPT
recalque s = 25 brasileiro
mm N72 ≤(2)
ver equação 32 N55 ≈ 1,3 N72

para B ≤ 152 cm: a  N72 Kd = 22 N72 . Kd


F1
com F1=0,04, F2= 0,06, F3= 0,30 e F4 = 1,52
² ²
para B > 152cm: a  N72  B  F3  Kd = 15 N72  B  0,30  Kd
F2  B   B 
O fator Kd = 1+0,33.Zf/B ≤1,33 conforme sugerido por Meyerhof (1965).
Com a em Kg/m², B em metros se Zf>0, corrigir a.
σa . kPa Tensão admissível do solo para um recalque de 25 mm.
Zf . m Profundidade da sapata
B . cm Menor dimensão (ou diâmetro) da sapata
N70 . . golpes SPT médio, com eficiência aprox. de 70%, obtido a 0,5B acima e 2B
abaixo da base.
F1, F2 . adm Fator de correção, função única da eficiência da sondagem.

F3 . m Penetração padrão do SPT (30 cm ou 1 pé)

MÉTODO 07: Recomendações de Parry (1977) - Solos Arenosos – Zf  B

a=N72/KPR em Kg/cm² sendo KPR= 8,33 em Kg/cm² ou 833 KPa ou 0,833 em MPa

Parry recomenda para solos arenosos, e sapatas com profundidades Zf < B:

a = 0,12 N72 em km/cm2 ou a = 12 N72 KPa ou 0,012 N72 em MPa


NSPT . adm obtido no ensaio brasileiro N72 tomado como a média dos golpes dentro da zona
de plastificação ZP (B abaixo da base).
Cap. 3 Sapatas . 3.23A

MÉTODO 08: Recomendações de Milton Vargas (1960) – Todos os Solos

a = N72médio/KMV em kg/cm² ou a = 100 N72 KPa ou 0,01 N72 em MPa

Tab. 3.4.5 Fatores Empíricos de Vargas


para areias (S) KMV = 5 KMV = 5,5 areias siltosas
S3M, S4M, S5M,S6M, S7M
para siltes (M) KMV = 6 KMV = 6,5 siltes argilosos
M3C, M4C, M5C, M6C, M7C
para argilas (C) KMV = 7 KMV = 6,0 areias argilosas
S3C, S4C, S5C, S6C, S7C

MÉTODO 09: Recomendações de Teixeira (1996) - Argilas e Areias


de São Paulo

a = N72médio / KTX ; KTX = 5 (kg/cm²) ou 50 (MPa) ou 0,5 (t/m²) ou 0,05 (KPa)

Solos Argilosos: 5 ≤ NSPT ≤ 20 obs 1. logo, a ≤ 4 kg/cm².

Pontos a ponderar

1. Para solos argilosos da bacia terciária, pouco a medianamente plásticos


(IP < 30%) e de atividade coloidal inativa.
1.1 Teixeira recomenda adotar-se uma tensão admissível, considerando-se
o coeficiente de segurança 3 em relação a ruptura.
1.2 Não se recomenda utilizar estes valores para as argilas porosas vermelhas.

2. Areias da Bacia de São Paulo 5 ≤ N72médio ≤ 20


2.1 Sendo N72médio tomado como sendo a média dentro da zona de plastificação.
Berberian recomenda adotar ZP=1,5B para a espessura da Zona de
Plastificação (Ver Método 03)
2.2 Este método foi desenvolvido para sapatas quadradas de lado B
(entre 1 e 3m)
2.3 Assente sobre solo com peso específico natural  = 1,80 t/m3
2.4 Assente a profundidades de 1,5m.
2.5 Considerando o ângulo de atrito interno dado por:

φ = ( (20.N + 15°) obtém-se: ϕ = 20,50º para N72 = 20.


r = 0,5 + (0,1 + 0,04B) N72 em kg/cm², ou
r = 50 + (10 + 4B) N72 em KPa com B em metros
3.24ª Cap. 3 Sapatas

MÉTODO 10: Recomendações de Victor de Mello (1975): Todos os Solos

Mello (1975) relata outra correlação utilizada na prática profissional, sem distinção
do tipo de solo.

Condicionantes

1. 4 ≤ N72 ≤ 16

A tensão admissível será dada por:

a  N72  1 em kg/cm² ou 100 N 72  1 em KPa, portanto


limita as tensões admissíveis para o intervalo de:

√15 = 3,38 e √3 = 1,72 kg/cm²

3.5 BASES PARA PROJETO DE FUNDAÇÕES EM SAPATAS

COMPONENTES BÁSICOS

O Projeto Geotécnico de uma fundação em Sapatas é de uma maneira geral


constituído por uma única planta: PLANTA DE FUNDAÇÕES EM SAPATAS, que terá os
seguintes elementos:

a. Eixos de Locação passando pelos Centros de Gravidade dos pilares

obs.1 Estes eixos, bem como as cargas em cada pilar, são copiados da Planta de Locação e Cargas.
obs.2 As cotas entre eixos, não precisarão ser transpostas para as plantas de sapatas, vez que a obra
deverá ser locada pela Planta de locação e Cargas e nunca pela Planta de Fundações.

Importante!

Entretanto, se os centros de gravidade das áreas das bases das sapatas sair
do C.G. dos pilares (o que poderá ocorrer no caso de pilares em "L", sapatas corridas
ou quando se utilizar vigas de equilíbrio), os novos centros deverão ser claramente
cotados na planta.

b. Planta de forma de cada sapata, na escala 1:50 com lados e comprimentos cotados,
e index conforme mostra Fig. 3.5.1.
Cap. 3 Sapatas . 3.25A

S5
80T b
200 x 300

a
Fig. 3.5.1 Planta de Forma e Index de cada Sapata

c. Furos de sondagens, transpostos da planta de locação de sondagens, indicando sua


posição, não sendo necessário cotá-los.

d. Corte Genérico da Sapata Indicando:


NA – 1,20m
Solo compacto
 Profundidades das sapatas em cada c/ agulhamento
às 10h
em 10/3/94
zona geológica (área de influência do Zf
furo de sondagem)

 Tipo de solo esperado na base da


sapata. S3Cb3
B
 Profundidade e data no qual o lençol
freático foi encontrado

 Não existindo lençol freático, indicar NA: Não Encontrado

obs. 1 Todo projeto de fundações deverá indicar, por razões óbvias a profundidade das sapatas.
Caso o contrário o Projeto só poderá ser considerado como sendo um anti-projeto, no qual
certamente a tensão admissível do solo foi estimada e não calculada.
obs. 2 A numeração de cada sapata deve ser a mesma do pilar. Caso tenham que ser re-
enumerada, ordene-as numa ordem matricial, da esquerda para direita, de cima para baixo.
obs. 3 Mesmo indicando as profundidades das sapatas em cada zona geológica, elas deverão
estar assentes sobre a mesma camada de solo, para evitar recalques diferenciais
(distorcionais) indesejáveis. Portanto, as profundidades não serão rigorosamente as
mesmas e deverão ser anotadas uma a uma, no quadro "AS BUILT".

e. Indicação da Tensão Admissível do Solo

Recomenda-se que além da tensão admissível do solo, inclua a observação:


"Tensão admissível no solo, a= kg/cm2 (KPa) a ser confirmada in loco por
geotecnista experiente".
3.26ª Cap. 3 Sapatas

f. Convenções e Legendas, caso hajam.

g. Resistência do Concreto, lembrando-se que as sapatas são armadas e utilizam


concreto estrutural vibrado. Vincule a sua responsabilidade técnica ao recebimento
dos resultados dos corpos de prova, no máximo até 40 dias após a moldagem.

Concreto: fck = 25 MPa fcd = 20 Mpa Aço : CA 50

O detalhe das ferragens de cada uma das sapatas não compõem o projeto
geotécnico de fundações. Haverá uma planta específica para este fim, onde se
detalha cada sapata na escala 1:20.

h. Quadro "As Built" onde constam (ver Tab. 3.5.2.)


 Nº de cada sapata
 Carga final de cada sapata, a ser preenchida após término da obra
 Profundidade final da sapata
 Solo encontrado na base de cada sapata
 Data de liberação pelo responsável geotécnico após exame do fundo da cava da sapata, liberando - a
para o lançamento do selo de concreto magro (camada de aprox. 5 cm)
 Data de concretagem
 Condições do lençol freático: Muito forte, Pouco ou Não encontrado
 Rubrica do geotécnico responsável pela liberação.

Tab. 3.5.2 Quadro As Built para Fundações em Sapatas


B Df Datas Solo da Lençol Freático RT
Sapata Final Final Base Rubrica
Liber. Concr. Não Pco. Mto.
nº (m) (m)
1
2
etc.

Obs.: Recomenda-se sempre elaborar o quadro "AS BUILT" com algumas linhas a mais,
disponíveis a eventuais sapatas que possam ser acrescentadas ou modificadas.

i. Quadro (Carimbo - A4) de Identificação da Planta, seguir modelo segundo ABNT, no


canto inferior direito, dobrada de tal forma que o quadro fique no rosto da dobradura
final. Este quadro conterá o nome da planta, data, resp. técnico, nome do cliente,
nome da obra, endereço da obra, escala e número da planta.
Cap. 3 Sapatas . 3.27A

3.6 RETANGULARIZAÇÃO DE SAPATAS


Em casos de obras próximas a divisa ou quando houver superposição das sapatas,
deve-se retangularizá-las, respeitando-se as regras abaixo indicado, ou transformando-
as em uma única sapata (sapata associada) calculando-a para a resultante das cargas
dos pilares envolvidos e se possível locar o centro de gravidade da área da base,
diretamente sob o ponto de aplicação da resultante, procurando-se evitar
excentricidades.

Premissas Básicas:
a. Recomenda-se (não obrigatoriamente) a manter um afastamento entre bases de
10cm.
b. Na retangularização, distribuem-se as áreas equitativamente, ou seja, larguras b1 e
b2, proporcionais as cargas P1 e P2
P1/b1 = P2/b2

c. A largura mínima recomendada para a sapata é de 1m (excepcionalmente 80cm)


step 1. Calcule as áreas das sapatas originalmente quadradas. As áreas das sapatas
retangulares serão mantidas iguais a da sapata quadrada.

A = P/a

step 2. Definir o eixo divisório das sapatas retangulares, dividindo o espaço disponível
proporcional a carga de cada uma delas. Fig. 3.6.1

L= 100 cm
P1 P2

5 x y
P1 P2
b1 b2
2 2 X x+y=L

x y

10 cm
Fig. 3.6.1 Retangularização de Sapatas: Esquema de Cálculo

step 3. Definidos x e y encontre b1 e b2, mantendo se possível um espaçamento (não


obrigatório) de 10 cm entre as sapatas
b1 b2
 x  5cm e  y  5cm
2 2
b1 e b2 > 1 m (tolera-se até 80 cm)

step 4. Determine os comprimentos A1 e A2 das sapatas, retangulares respeitando-se a  3b


3.28ª Cap. 3 Sapatas

3.7 VIGAS de EQUILÍBRIO: SAPATAS EM DIVISAS


Quando se deseja evitar excentricidades em fundações, notadamente nos casos
de divisa ou superposição de bases, pode-se lançar mão da Viga de Equilíbrio ou Viga
Alavanca (Ver também Cap. 6 e Cap. 9).

obs 1. Neste Caso, a reação da carga do pilar de divisa será em primeira estimativa aumentada
(Berberian recomenda 15% a 20%), em compensação a segunda sapata que recebe a viga
terá carga aliviada.
obs 2. O eixo da viga de equilíbrio deverá passar pelo centro de carga dos dois pilares, e também dos
pilaretes das sapatas, para evitar momentos e torções.

Para o caso de fundações em sapatas de divisas, recomendamos a adoção do roteiro


de cálculo descrito abaixo:

step 1. Mantendo-se a mesma tensão admissível a, calcula-se a nova reação Ra adotada
para a sapata como se fosse quadrada. Aumentar a carga de P1 entre 15% à 20%
(por ex: Ra=1,15P1), procurando evitar muitas iterações, acelerando a convergência
entre Ra e R1 calculado.

step 2. Retangulariza-se a sapata respeitando-se as recomendações de a < 2,5b e b  1m

Ab = a . ba = 2,5 . ba . ba = Ra / a ba  Pa /  a

step 3. Artifício: Calcula-se a distância (c2) do centro do pilarete da sapata já retangularizada à


divisa e da face do pilarete á divisa (Co - código de obras). C3 é a distância da divisa ao
eixo do pilar

(c2 = ba/2 + 5cm) Co = 50cm (código de obras em Brasília)


C3 = pilar/2 + junta de dilatação = p/2 + 2,5cm

step 4. Berberian recomenda referir-se as distancias C3 do eixo do pilar e do eixo do pilarete da


sapata C1 ou do eixo da base C2 a divisa para facilitar o cálculo da excentricidade

step 5. C1 = Co + p/2, p é o lado do pilar perpendicular à divisa C1 = 50 cm + 1/2 lado do


pilarete. Adota-se o maior entre C1 e C2.

step 6. Calcula-se o braço de alavanca e = || C1 ou C2 - C3 ||.

step 7. Calcula-se a nova reação R1 da sapata R1 = (P1 . L) / (L – e). Lembre-se que P1 é


carga original do pilar e não Ra

step 8. Compara-se R1 com Ra adotado. Se o erro entre R1 e Ra for menor do que 10%, manter
ba. Caso contrário, adote um valor intermediário entre R1 e Ra, até que o erro seja
menor que 10%.

step 9. Calcule afinal (a = Ab / ba)

obs. 3 Na prática de projetos, normalmente não se reduz a carga do P2, devido ao alívio
provocado pela alavanca, salvo se o alívio for maior que 50% da carga do P2
Cap. 3 Sapatas . 3.29A

3.8 APRESENTAÇÃO DO PROJETO


O dossiê de um projeto deverá ser composto de:
a. Planta de Locação e Cargas que deu origem ao projeto. Esta planta só poderá ser
suprimida se o cliente ou proprietário da obra já a possuir.
b. Planta de Fundações.
c. Memória de cálculos, onde além dos cálculos básicos se incluem "análises e
considerações" e "referências bibliográficas".
d. Laudos de Sondagens, caso o proprietário já não as tenham.
e. Resultados de Ensaios Laboratoriais, caso existam.

Exemplo: 3.4.1 Projetar as fundações do pilar P18 para 40t, a ser implantado no
terreno dado pelo furo de sondagem a percursão SP03, representado abaixo. Não tendo
sido dado resultados de ensaios laboratoriais, recomenda-se, utilizar os métodos semi-
empíricos estatísticos, disponíveis, filtrados por um desvio padrão 𝝁 = 30%. Sugerir os
valores de coeficiente K de base em face da carga de ruptura obtido na Prova de Carga
Qr.

0 - (0 a 1m) Não se faz amostragem


1 - (1 a 2m) NSPT =12 em C6Sm4 – Argila Mto. Arenosa Marrom Pco. Úmida Rija
2 - (2 a 3m) NSPT =12 em C6Sm4 – Argila Mto. Arenosa Marrom Pco. Úmida Rija
3 - (3 a 4m) NSPT =15 em C6Sm6 – Argila Mto. Arenosa Marrom Mto. Úmida Rija
4 - (4 a 10m) NSPT =18 em S5Ca9 – Areia Argilosa Amarela Submersa Med. Compacta
Lençol freático encontrado NA: 2,80m, em 29/06/2017 às 16:30h

step 1 - Escolha do tipo de Fundação

Analisando o porte da carga P=40t (considerada baixa ou média), e em face da presença


do nível d’água a 2,8m, todos os tipos de fundações seriam possíveis (Estaca Hélice, Pré-
Moldada de Concreto ou Aço, Strauss, Raiz, Micro Estaca, Sapata, Bloco de Fundação, Tubulão
curto em Ar comprimido, Radier, etc.), exceto: Tubulões a céu aberto e estacas Escavadas
Rotativas, por só serem exequíveis acima do nível d’água. A melhor fundação (relação
custo/benefício) seria em Tubulões curtos. Em face da necessidade de mão de obra
especializada, para escavação deste tipo de fundações optaremos por fundações em sapatas.

step 2 - Escolha da profundidade de Fundação

Sempre que possível implantar qualquer tipo de fundação em terreno com NSPT
acima de 20 golpes, infelizmente, nem sempre é possível. Tem-se verificado na prática sapatas
em areias pouco compactas (NSPT=8), favorecendo a ocorrência de recalques elevados à médio
prazo. Implantaremos as fundações (sapatas) a 1,5m de profundidade sobre o Argila Muito
Arenosa Marrom Pouco Úmida Rija
3.30ª Cap. 3 Sapatas

step 3 - Obtenção do NSPTmédio:

De uma maneira geral, o solo envolvido no processo de ruptura numa fundação superficial,
Zona de Plastificação – ZP abaixo da base da fundação, (semelhante ao conceito do bulbo de
pressões para o cálculo dos recalques, cuja a zona elástica pode alcançar - Ze = 4B) tem a
espessura correspondente a 1,5 vezes a menor dimensão ou diâmetro da base.

Na prática só se utiliza o SPT inteiro e arredondando-o para baixo. Para efeito de cálculo
eletrônico utiliza-se valores com duas casas decimais, arredondados ao final.

step 4 - Cálculo da Tensão σa, por vários métodos consagrados:

Método 01: NBR 6122:1996


Com o solo da base C6S 3.15 → σa,= 3,04 kg/cm²
e NSPT = 12 3.4.3

Verificando o valor inicialmente adotado para a base

B² = A A = P18/σa A = 40000 / 3,04 B =√13157,89 B = 114,70 cm = 1,15 m

ZP = (1,5 . B) = 1,5.1,15 = 1,73 ↑ 2m (abaixo da base), ou seja,


ZP vai de 1,5 a 3,5m, logo, NSPTmédio = NSPT/3, será (12+15+18)/3 = 15

Com NSPT = 15
σa,= 3,37 kg/cm²

B² = A A = 40000 / 3,37 B =√11869,43 B = 108,95 cm = 1,10 m

Método 02: Norma DIN (Alemã)

Não se usa por estar baseada em solos europeus

Método 03: Berberian

Com solo da base C6S e NSPTmédio = 15 → 3.18 KB = 4,83


3.4.5
σa = NSPTmédio / KB = 15/4,83 = 3,10 kg/cm², portanto B =√40000/3,10 = 1,13m

Método 04: Albieiro & Cintra

σa = NSPTmédio / KAC, com KAC = 5, logo σa = 15/5 = 3,0 kg/cm²


Portanto B =√40000/3,0 = 1,15m

Método 05: Terzaghi & Peck

Não se aplica a solos coesivos, idem métodos 6 e 7


Cap. 3 Sapatas . 3.31A

Método 08: Recomendações de Milton Vargas

Com C6S, KMV = 7 3.23 → Como solo contém muita areia utilizaremos
3.4.7 KMV entre 5 e 7, ou seja, 6.
Logo, σa = 15/6 = 2,5 kg/cm², portanto B =√40000/2,5 = 1,26m

Método 9: Recomendações de Teixeira (1996)

σa = N72médio/ KTX com KTX = 5 kg/cm², logo σa = 15/5 = 3,00 kg/cm²


Recomenda-se ler as observações da página 3.23

Método 10: Recomendações de Victor de Mello (1975)

σa = √ N72 - 1
σa = √ 15 - 1 = 2,87 kg/cm² , portanto B =√40000/2,87 = 1,18m

Obtenção da tensão média final

Albieiro & Milton Victor de


Método NBR 6122 Berberian Teixeira
Cintra Vargas Mello

σa 3,37 3,10 3,00 2,50 3,00 2,87


% erro 13 0,4 0,1 18 0,1 0,3

1º Média = 17,84 / 6 = 2,97 kg/cm²

Considerando o desvio padrão de 30%, o intervalo de valores válidos será


2,87 . 1,3 = 3,86 e 0,7 . 2,97 = 2,08, logo todos os valores foram contemplados. A segunda média
será igual a primeira média, ou seja, σa= 2,97 kg/cm² .
Vale observar que o maior erro foi apenas 20%, menor do que o desvio padrão inicialmente
considerado de 30%.
Logo, Bmed =√40000/2,97 = 1,16m

step 5 - Cálculo do lado da base

Não havendo restrição de espaço, optaremos por sapatas quadradas


Logo, a área A = B² = F / σa = 40.000 / 2,97 = 13468,01 cm²
B = 116,05 cm, ou seja, 1,20 x 1,20m, a 1,50 m de profundidade assente sobre uma camada
de Argila muito Arenosa marrom Rija. Vale observar que não há necessidade de alterar o
tamanho da base inicialmente adotado, tendo em vista que com 1,50m, o valor de NSPTmédio
será o mesmo. Realizada a prova de carga, a carga de ruptura foram de 144t portanto a carga
admissível será σa = σR/ Fs = σR/3 = 144/3 = 48t, logo a tensão admissível é igual
48000/2,97 = 1,27. Então 1 < B = 15 / 2,97 = 5,05 m.
3.32ª Cap. 3 Sapatas

Exercícios a Resolver 3.4.2:

Projetar as Sapatas, para os pilares P22 = 70t (Coluna B) e P10 = 64t (Coluna C), a
solução anterior 3.4.1 está apresentada na Coluna A, a serem implantadas nos terrenos
dados pelas sondagens resumidas abaixo:

A) Sondagem para exercício da coluna B.


(0 a 1m) Não se faz amostragem
(1 a 2m) NSPT =18 em M6Sm6 – Silte Mto. Arenoso Marrom Mto. Úmido Med. Compacta
(2 a 3m) NSPT =18 em S4Ca6 – Areia Pco. Argilosa Amarela Mto. Úmida Med. Compacta
Lençol freático encontrado a 3m
(3 a 4m) NSPT =20 em S4Ca9 – Areia Pco. Argilosa Amarela Submersa Compacta

B) Sondagem para exercício coluna C, solo S4Ca6.


(0 a 1m) Não se faz amostragem
(1 a 2m) NSPT =15 em S3Mm4 – Areia Mto. Pco. Siltosa Marrom Pco. Úmida Med. Comp.
(2 a 3m) NSPT =20 em S4Ca6 – Areia Pco. Argilosa Amarela Mto. Úmida Compacta
Lençol freático encontrado a 3m
(3 a 4m) NSPT =20 em S4Ca9 – Areia Pco. Argilosa Amarela Submersa Compacta

Resposta das obras dos exercícios


(A) P18 = 40t (B) P22 = 70t (C) P10=64t

Zf , m 1,5m 1,50 1,5m


N72médio 15 18 18
SOLO C6S M6S S3M
P 40t 70t 64t
σa, NBR 3,37 2,88 2,99
σa, Berb 3,10 3,56 3,04
σa, A&C 3,0 3,60 3,60
σa, MV 2,50 2,77 3,27
σa, TX 3,0 3,6 3,60
σa, V.M 2,87 3,24 3,24
σa, FINAL 2,97 3,36 3,29
Bfinal 1,20m 1,50m 1,40m

QUADRO DE RESULTADOS DE ERROS:


Cap. 3 Sapatas . 3.33A

Albieiro & Milton Victor de


Método NBR 6122 Berberian Terzaghi
Cintra Vargas Mello
% erro (A) 8,3 2,25 3,53 19,6 3,53 20,25

% erro (B) 15,78 4,09 5,26 19 5,26 22,80

% erro (C) 13,08 11,62 4,65 4,90 4,65 19,76

Exemplo à resolver 3.4.3. Projetar a sapata do pilar P12 para 130t, a ser
implantada no terreno representado abaixo pelo furo de sondagem N72médio, tomado
como a média dos três furos SP2, SP3 e SP6, geologicamente semelhantes, onde
estará o pilar P12. Não sendo dados os resultados dos ensaios laboratoriais, utilizar os
métodos semi-empíricos/estatísticos, aplicados a solos coesivos (C4S, C-Argila 4-Pouco
5-Arenosa), utilizando as recomendações: NBR 6122, Berberian (2010), Albieiro &
Cintra (1996), Milton Vargas (1960), Teixeira (1996), Terzaghi & Peck (1962) e Victor de
Mello (1975), podendo para estes métodos utilizar a interpolação linear simples dos
parâmetros tabelados. Apresentar planta e corte da sapata. Adotar a segunda média
como sendo a capacidade de carga final utilizando um desvio padrão µ = 30%.

PERFIL GEOTÉCNICO ESQUEMÁTICO:


(0 a 1m) Não se faz amostragem
(2 a 3m) NSPT =20 em C4Sv6 – Argila Pco. Arenosa Vermelha Mto. Úmida Dura
(3 a 4m) NSPT =20 em C4Sv9 – Argila Pco. Arenosa Vermelha Submersa Dura
Lençol freático encontrado a 3m, em 08/01/2015 ás 18:00h
(4 a 5m) NSPT =25 em C4Sv9 – Argila Pco. Arenosa Vermelha Submersa Dura
Informar preenchendo o quadro demonstrativo, os valores das tensões admissíveis
σa e os respectivos desvios em relação a segunda média.
Respostas:
1) Zf = 2m + 20cm (rodapé), por segurança implanta-se o rodapé dentro da
camada resistente
2) Solo de apoio: C4Sv9, NSPT adotando-se inicialmente B =1,5m, logo,
ZP = 1,50 x 1,50 = 2,50m, envolvendo camadas que vão de 2 a 4,50m.
N72médio = (20+20+25)/3 = 21,66, arredonda-se no final para menos
3) Quadro de resultados:
Albieiro & Milton Victor de
Método NBR 6122 Berberian
Cintra Vargas
Teixeira
Mello

σa 3,87 4,01 4,33 3,73 4,33 3,65

% erro -0,2 +0,07 +0,26 -6 +8 -9

4) 1ª média 3,98 kg/cm² 2ª média = 1ª média, portanto σa = 3,98 kg/cm² = 0,39 MPa
5) B = 1,80m Todos os métodos se aproximaram da média.

Ex.: 3.4.4 Método Semi-empírico/Estatístico.


3.34ª Cap. 3 Sapatas

Projetar a fundação do pilar de divisa P1, quadrado, com lados de 50cm, para
140t (1400 kN), implantado no terreno representado pelo furo de sondagem a
percussão SP03. Manter uma junta de dilatação de 2,5 cm ao vizinho. Considerar
um afastamento mínimo da geratriz do fuste a divisa Co ≥ 50 cm (Código de obras).
Não tendo sido dado os resultados de ensaios laboratoriais, recomenda-se utilizar
métodos semi-empíricos/estatísticos consagrados, tais como: NBR 6122:1996,
Berberian (2016), Albiero & Cintra (1996), Milton Vargas (1960), Teixeira (1996),
Terzaghi & Peck (1943) e Victor de Mello (1975). O vão entre os eixos dos pilares é
de 4,80 m.

SP 03
0 10 20 30 40
N72 UCSC Descrição
0
0 C4Sv4 Argila Pouco Arenosa, Vermelha, pouco úmida
1
. 8 C4Sv4 Argila Pouco Arenosa, Vermelha, pouco úmida
2
NA 20 C3Ma6 Argila Mto. Pouco Siltosa, Amarela, muito úmida
3
4 25 C3Ma6 Argila Mto. Pouco Siltosa, Amarela, muito úmida
30 C3Ma6 Argila Mto. Pouco Siltosa, Amarela, muito úmida
5
30 C3Ma6 Argila Mto. Pouco Siltosa, Amarela, muito úmida
6
N.A - Nível de água: Z=3,0 m em 07/Junho/2013 às 10:00 h
Fig. 3.4.2 - Dados para o Ex. 3.4.4

C3 P1 P2
L
P/2
J= 2,5cm e
Divisa

C1
R1 R2 Zf = 2,0 (2,20m)
1m
50
Co C4Sv4

2m
b/2
5cm C3Ma6
C2 NA
3m
C3Ma9
4m
C3Ma9
Figura 3.4.3 – Esquema de cálculo para o exercício 3.4.4

step 1. Escolha o tipo da fundação. Critérios:


Cap. 3 Sapatas . 3.35A

1º Valor da carga (140t) – (Intermediária).


2° Resistência do solo: NSPT=25, (ok, ideal SPT > 20). Analisando-se a sondagem,
asdass encontra-se terreno bom (mas não muito bom) a 2,0 metros de profundidade.
asdasss3º Índices de Resistência (NSPT) não ajustados do terreno em profundidade.
asdasss4º O terreno argiloso C4S e C3M, oferece segurança para escavação face sua coesão.

Profundidade (z) 0a1m 1a2m 2a3m 3a4m 4a5m 5a6m


SPT 0 8 20 25 30 30

step 2. Fundações Possíveis: Levando em conta a posição do N.A a 3,0 m

1º Tubulões Curtos

Em face ao NSPT entre 1 e 2 m, não ser tão baixo, e a argila pouco arenosa ter coesão
suficiente para garantir a segurança de escavações, a solução em Tubulões Curtos, escavado
internamente, é aquela que apresentar a melhor relação custo benefício. No entanto, para efeito
didático, e por ser a mais popular, utilizaremos sapatas implantadas a 2,0m no solo C3M, Argila
Muito Pouco Siltosa com NSPT = 20.

2º Sapata Excêntrica

Entretanto, para evitar a utilização de sapatas excêntricas (solução viável, mas não a
mais recomendada), utilizaremos vigas de equilíbrio, mantendo a fundação de divisa centrada.
Obtenção do NSPT (N72médio) representativo. Arbitrando inicialmente a largura da Sapata
(quadrada) B= 2,0m. Recomenda-se adotar N72 como sendo a média dos SPT’s na zona de
plastificação com espessura. ZP = 1,5 x 2 = 3,0m, ou seja, N72médio será igual a média dos
valores entre as camadas de 2 a 5m de profundidade

N72 = (20 + 25 + 30) /3 = 25

step 3. Novo valor arbitrado Ra, para P1

Como haverá aumento da carga P1 por estar nos limites do terreno, ocorrerá um momento
gerado pela excentricidade. O cálculo será desenvolvido por processo iterativo.
Para acelerar a convergência e diminuir o número de iterações, Berberian (1987)
recomenda iniciar os cálculos com uma carga 15% maior do que a carga nominal do pilar de
divisa P1.
A reação adotada então será:

Ra = 1,15P1 Ra = 1,15 . 140 = 161 t

Na prática de projeto admite-se um erro entre o Ra adotado e a reação R1, menor que do
que 10% de Ra ou R1 (maior dos dois valores), calculada pelas condições de equilíbrio

P1 L=480cm P2
3.36ª Cap. 3 Sapatas

e
R2
a
R1

ΣMA = 0 ∴ R1 = P1 x L a excentricidade e = || C1 ou C2 - C3 ||
L-e

step 4. Obtenção da tensão admissível do solo ao nível da base da sapata

MÉTODO 01: NBR 6122:1996 – Válido para todos os solos (Pág. 3.15)

Com
{ SPT=25
C3M 3.11
3.4.3
3,93 kg/cm²

MÉTODO 03: Berberian - Todos os Solos (Pág. 3.19)


Com C3M
a = N72médio 3.19 KBerb = 5,25 logo 4,76 Kg/cm² ou 0,476 MPa
KBERB 3.4.4

MÉTODO 04: Albieiro & Cintra - Todos os Solos (Pág. 3.21)

σa = N72médio /5 em kg/cm² 25/5 = 5,0 kg/cm² ou


σa = N72médio /0,05 em KPa
MÉTODO 08: Milton Vargas – Todos os Solos (Pág. 3.23)

Com C3M 3.23 KMV = 7


3.4.5

σa = N72médio / KMV em kg/cm²


σa = 25 / 7 = 3,57 kg/cm²
MÉTODO 09: Teixeira – Argilas e Areias de São Paulo (Pág. 3.23)

σa = N72médio/5,0 = 20/5 = 4,0 kg/cm² 5 ≤ N72médio ≤ 20


ou
Com NSPT = 20, comparando os dois critérios de Teixeira
σa = 0,5 + (0,1 +0,04B) N72 = 4,10 kg/cm²

MÉTODO 10: Victor de Mello – Todos os Solos (Pág. 3.24)

σa = √ N72 -1 4 ≤ N72médio ≤ 16
σa = √ 16 -1 = σa=3,0 Kg/cm²

Análise:
Método NBR Berb. Alb./Cintra Milton V. Teixeira Victor M.
Cap. 3 Sapatas . 3.37A

σa 3,93 4,76 5 3,57 4 3,0


Erro % 3 17 23 13 1 34

1° média σa = 4,04 kg/cm² Limites recomendáveis 1,3 . 4,04 = 5,26 kg/cm² 0,7 . 4,04 = 2,83 kg/cm²
Adotado um Desvio Padrão µ =30%.
Todos os métodos atenderam. Logo a segunda média ficará igual a primeira.
σa = 4,04 kg/cm² ou 40,4 t/m²

step 5. Dimensões da base

A = Ra/σa = 161/ 40,4 = 3,99 m² B = √ 3,99 ≈ 1,99 m (quadrada)

step 6. Cálculo da largura b – sapata retangular

A = b . a = 3,99 m² recomenda-se que a ≤ 2,5b


b . 2,5 b = 3,99 m²
b² = 3,99 / 2,5 = 1,59 b = √1,59 ≈ 1,26 m logo, a = 2,5.1,26 = 3,16 m

E finalmente b = 1,60m e a= 3,20 m como a diferença entre B adotado e b calculado nesta


etapa é pequena (200 – 160 = 40cm) pode-se manter N72médio.

step 7. Para primeira verificação da reação adotada recomenda-se analisar duas


condicionantes:

e = C1 – C3 ou e = C2 – C3 com J= 2,5 cm, C3 = 50 / 2 + 2,5 = 27,5m


Lembrando-se que o valor de C1 depende do afastamento mínimo da face
da fundação a divisa, exigido nos códigos de obra de cada localidade.
C1 = Co + P1/2= 50 + 25 = 75 cm . Em Brasília Co = 50 cm
C2 = b / 2 + 5 = (126/2)+5 = 68cm prevalece o maior
e = C1 - C3 = 75 – 27,5 = 47,5cm

Pelas condições de equilíbrio estático


R1 = (P1 . L) / (L- e)
Logo R1 = (140 . 480) / (480 – 47,5) ≈ 155,37t valor calculado

Verificação, compara-se com o maior dos valores.


 = // 161 – 155,37 // = 5,62 t  0,10 . 161 = 16,10t > 5,62t OK

Adota-se o valor mais econômico. Para R1 = 155,37 t


Também não há necessidade de se recalcular a e b, vez que o valor adotado
Ra ficou bem próximo do valor calculado.

step 8. Cálculo da altura da base retangular


h aprox.. = a /4 = 3,16/4 = 0,79 cm ou seja, 0,80 cm

Resposta:
PLANTA
5 b=160cm
3.38ª Cap. 3 Sapatas

S1
156t
160 x 320 cm
a = 320 cm P1

divisa

5 70

75

Figura 3.9.2 – Planta de Locação de Sapatas

Profundidade de cálculo 2,0m.


Profundidade de execução 2,2m, embutindo o rodapé (calcanhar) dentro da camada resistente,
sobre solo energeticamente compactado:
Profundidade na obra 2,2 m
Solo a encontrar na base: C3Ma9 - Argila Mto. Pouco Siltosa, Amarela, Submersa
Dimensões da Base: 160 cm x 320 cm
Altura da Base: H = 80cm, Rodapé C = 20cm
fck = 25 MPa , fcd = 20MPa, slump= 6 a 12 cm

3.9 MÉTODOS ESTÁTICOS RACIONAIS

Observações Interessantes Sobre os Métodos Teóricos


 As teorias apresentadas em geral fornecem resultados conservativos
 A equação de Terzaghi é mais simples e ainda a mais utilizada.
(1943)
Recomenda-se, corrigi-la quanto à forma e a compressibilidade do solo (modo de
ruptura)
 Se possível implantar sapatas em terrenos com SPT > 20. Em areias Dr > 50%

 Sempre implantar sapatas com profundidades maiores que 1m. Jamais implantar
fundações na superfície do terreno (Zf = 0, º = 0)
 O primeiro termo, da coesão, cNc, comanda a equação em solos coesivos
 O segundo termo, da profundidade, ºNq, comanda a equação nos solos
arenosos. Pequenos aumentos na profundidade zf, aumenta consideravelmente
a capacidade de carga

 O terceiro termo, largura da base, 0,5 pN, afeta as equações para ambos
os solos. Para sapatas com larguras B, menor que 3 a 4 metros, este último
termo pode ser desprezado

 Como os fatores de correção de forma, profundidade e inclinação da carga


dependem de B, utiliza-se um processo interativo, arbitrando valores para B.
Cap. 3 Sapatas . 3.39A

Situações : Drenada ou Não Drenada 


 Usar situação drenada para solos granulares (Areias e Cascalhos) ou quando o
carregamento é muito lento mesmo em Argilas e Siltes, permitindo em tempo hábil
dissipar todo o excesso de poropressão que em última análise é o responsável
pela saída da água dos poros, ou seja, adensamento.
 Utilizar nas análises drenadas, parâmetros efetivos, c', Ø' e σº'
 (σº' = sub . h)
 Usar situação não drenada, para solos coesivos saturados e/ou carregamentos
rápidos.
 Utilizar nas análises não drenadas, parâmetros Su  0, u = 0º (σº =  . h)
 Para solos não saturados porosos e intemperizados, a situação não drenada se
confunde com a drenada (c e   0).

3.9.1 TEORIA DE TERZAGHI

Terzaghi partindo-se dos estudos para a teoria do puncionamento de peças


metálicas de Prandtl (1921) e Reissmer (1924) apresentou a tradicional equação para o
cálculo da Capacidade de Carga, de uma fundação superficial.

σr = cNc + σ0 Nq + 0,5 BP.N


onde,

kg/cm2 Capacidade de Carga e Ruptura do solo


σr .

c . kg/cm2 Coesão do Solo, dentro da zona de plastificação


kg/cm2 Sobrecarga (tensão geostática ao nível da base da fundação)
σ 0 .

B . cm Menor dimensão (largura ou diâmetro) da fundação


3
 . kg/cm Peso específico aparente do solo, dentro da zona de plastificação (ZP)
Nc, Nq, N Fatores adimensionais de Capacidade de Carga
Estes fatores dependem tão somente de Ø. São oriundos do
desenvolvimento analítico, geométrico e trigonométrico das componentes
das tensões normais e cisalhantes reinantes no maciço e ao longo das
superfícies de rupturas.
Nc e Nq apresentados por Terzaghi
N apresentado por Meyerhof (1955)

 a
2   Kp  a = e (135º - Ø /2 ) tan Ø
Nc  cotØ   1 Nγ 
1
tanØ   1
2
 2.cos (45   Ø/2)  2 2
 cos Ø 
kP Coeficiente de Empuxo Passivo do Solo dentro da zonas de plastificação II e III
Também função somente de Ø, Tab. 3.9.1

Tab. 3.9.1 Fatores Kp e Kp’, para cálculo do fator N.

 kp k’p
3.40ª Cap. 3 Sapatas

0 10.8 6.0
5 12.2 7.0
10 14.7 8.8
15 18.6 11.0
20 25.0 14.5
25 35.0 19.5
30 52.0 26.5
35 82.0 36.5
40 141.0 52.0
45 298.0 79.0
50 800.0 135.0

Tab. 3.9.2 Fatores de Capacidade de Carga – Terzaghi


 Nc Nq N N’c N’q N’
RUPTURA GERAL RUPTURA LOCAL
0 5,7 1,0 0,0 5,7 1,0 0,0
5 7,3 1,6 0,5 6,7 1,4 0,2
10 9,6 2,7 1,2 8,0 1,9 0,5
15 12,9 4,4 2,5 9,7 2,7 0,9
20 17,7 7,4 5,0 11,8 3,9 1,7
25 25,1 12,7 9,7 14,8 5,6 3,2
30 37,2 22,5 19,7 19,0 8,3 5,7
32 44,9 29,5 27,3 21,3 10,0 7,3
34 52,6 36,5 35,0 23,7 11,7 9,0
35 57,8 41,4 42,4 25,2 12,6 10,1
37 73,0 57,4 65,6 29,1 15,8 13,6
40 95,7 81,3 100,4 34,9 20,5 18,8
45 172,3 173,3 297,5 51,2 35,1 37,7
48 258,3 287,9 780,1 66,8 50,5 60,4
50 347,5 415,1 1.153,2 81,3 65,6 87,1

Conceitua-se como Zona de Plastificação a região do maciço, de espessura


ZP~1,5B, imediatamente abaixo da base da fundação, onde se desenvolve a ruptura por
cisalhamento do terreno Fig. 3.9.3.

Prandtl, Reissner e Caquot, apresentaram valores mais precisos de

Nc, Nq e N, e também de ko = 1 - sen Ø e = (1 - sen Ø) / (2 - sen Ø) Tab. 3.9.4

A equação de Terzaghi foi desenvolvida analiticamente apoiada em três


hipóteses simplificadoras básicas:

1ª. A Ruptura do Solo se processa pelo modo Generalizado (Solos de


Consistência “Rija a Dura” ou “Compacta a Muito Compacta”). Ver
recomendações de Vesić de Beer. Fig. 3.9.5, Tab. 3.9.7 e Fig. 3.9.8
2ª. Fundação Longa (a, maior do que 5 ou 10b)
3ª. Fundação Superficial (Zf  1,5 B)

Zf ≤ 1,5B Zf
Cap. 3 Sapatas . 3.41A

Fig. 3.9.3 Sapatas Conceitos: Forma, Profundidade e Zona de Plastificação

Contornando as hipóteses simplificadoras de Terzaghi

Terzaghi tentou eliminar as duas primeiras hipóteses, introduzindo fatores de


correção de Compressibilidade e de Forma na equação geral:

σr = cNcZcCcFc + ºNqZqCqFq + 0, 5BpNZCF

Estes fatores de correção posteriormente desenvolvidos por Vesić (1972) e Brinch


Hansen (1957, 1961 e 1970) ficaram assim designados:
F de forma (shape factor) , Fc, Fq, F
Z de profundidade (depht factor) ,Zc, Zq, Z
C de compressibilidade (Compressibility factor) , Cc, Cq, C
I de inclinação da carga (Inclination factor) , Ic, Iq, I
B de inclinação da base (Base factor) , Bc, Bq, B
G de inclinação do terreno (Ground factor), Gc, Gq, G

obs.: Tem-se observado na prática com frequência, que o terceiro termo desta equação,
contendo a incógnita B, é muito pequeno em relação aos outros. Por isto pode vir a ser
desprezado.

Para aplicação destes últimos fatores, ver teorias de Vesić e Hansen nos próximos
itens.

Terzaghi recomenda:

Para o caso de ruptura local (solos de consistência e compacidade Média)


Pode-se reduzir c e Ø e utilizar cr e Ør como se fosse ruptura generalizada
3.42ª Cap. 3 Sapatas

tan Ør = 2/3 tan Ø e cr = 2/3 c ou utilizar:


CcNc = N’c CqNq = Nq’ CN = N‘
que também estão apresentados na Tab. 3.9.4 e 3.9.5

Para o caso de sapatas circulares:


Fc = 1,2 e F = 0,6

Para o caso de sapatas quadradas:


Fc = 1,2 e Fq = 0,8

Tab. 3.9.4 Fatores de Capacidade de Carga para Aplicação na Teoria de Terzaghi,


Modificados por Prandtl, Reissner e Caquot-Kèrisel e Vésic (1973)

RUPTURA GERAL RUPTURA LOCAL

 Nc Nq N Nq/Nc Tan K0 =

1  sen N’c N’q N’ N’q/N’c
1- Sen' 2  sen
00 5,7 1,0 0,0 0,20 0,00 1,000 0,500 0,5 1,0 0,0 2,0
01 5,38 1,09 0,07 0,20 0,02 0,982 0,496 1,74 0,08 0,04 0,04
02 5,63 1,20 0,15 0,21 0,03 0,965 0,491 2,98 1,16 0,08 0,38
03 5,90 1,31 0,24 0,22 0,05 0,948 0,487 4,22 1,24 0,12 0,29
04 6,19 1,43 0,34 0,23 0,07 0,930 0,482 5,46 1,32 0,16 0,24
05 6,49 1,57 0,45 0,24 0,09 0,913 0,477 6,7 1,4 0,2 0,20

06 6,81 1,72 0,57 0,25 0,11 0,895 0,472 6,96 1,5 0,26 0,21
07 7,16 1,88 0,71 0,26 0,12 0,878 0,467 7,22 1,6 0,32 0,22
08 7,53 2,06 0,86 0,27 0,14 0,860 0,462 7,48 1,7 0,38 0,227
09 7,92 2,25 1,03 0,28 0,16 0,843 0,457 7,74 1,8 0,44 0,23
10 8,35 2,47 1,22 0,30 0,18 0,826 0,452 8,0 1,9 0,5 0,237

11 8,80 2,71 1,44 0,31 0,19 0,809 0,447 8,34 2,06 0,58 0,24
12 9,28 2,97 1,69 0,32 0,21 0,792 0,441 8,68 2,22 0,66 0,25
13 9,81 3,26 1,97 0,33 0,23 0,775 0,436 9,02 2,38 0,74 0,26
14 10,37 3,59 2,29 0,35 0,25 0,758 0,431 9,36 2,54 0,82 0,27
15 10,98 3,94 2,65 0,36 0,27 0,741 0,425 9,7 2,7 0,9 0,28

16 11,63 4,34 3,06 0,37 0,29 0,724 0,420 10,12 2,94 1,06 0,29
17 12,34 4,77 3,53 0,39 0,31 0,707 0,414 10,54 3,18 1,22 0,30
18 13,10 5,26 4,07 0,40 0,32 0,690 0,408 10,96 3,42 1,38 0,31
19 13,93 5,80 4,68 0,42 0,34 0,674 0,402 11,38 3,66 1,54 0,32
20 14,83 6,40 5,39 0,43 0,36 0,657 0,396 11,8 3,9 1,7 0,33

Tab. 3.9.5 Idem (continuação)

RUPTURA GERAL RUPTURA LOCAL


 Nc Nq N Nq/Nc Tan K0 = 1  sen  N’c N’q N’ N’q/N’c
1- Sen'   2  sen 
Cap. 3 Sapatas . 3.43A

21 15,82 7,07 6,20 0,45 0,38 0,641 0,390 12,4 4,24 2,02 0,34
22 16,88 7,82 7,13 0,46 0,40 0,625 0,384 13,0 4,58 2,34 0,35
23 18,05 8,66 8,2 0,48 0,42 0,609 0,378 13,6 4,92 2,66 0,36
24 19,32 9,60 9,44 0,50 0,45 0,593 0,372 14,2 5,26 2,98 0,37
25 20,72 10,66 10,88 0,51 0,47 0,577 0,366 14,8 5,6 3,3 0,38

26 22,25 11, 85 12, 54 0,53 0,49 0,561 0,359 15,64 6,14 3,78 0,39
27 23,94 13, 20 14, 47 0,55 0,51 0,546 0,353 16,48 6,68 4,26 0,40
28 25,80 14, 72 16, 72 0,57 0,53 0,530 0,346 17,32 7,22 4,74 0,41
29 27,86 16, 44 19, 34 0,59 0,55 0,515 0,340 18,16 7,76 5,22 0,42
30 30,14 18, 40 22, 40 0,61 0,58 0,500 0,333 19,0 8,3 5,7 0,43

31 32,67 20,63 25,98 0,63 0,60 0,484 0,326 20,1 9,1 6,5 0,45
32 35,49 30,22 30, 22 0,65 0,63 0,470 0,319 21,3 10,0 7,3 0,47
33 38,64 26,09 35, 19 0,68 0,65 0,455 0,312 22,5 10,8 8,1 0,48
34 42,16 29,44 41, 00 0,70 0,67 0,440 0,305 23,7 11,7 9,0 0,49
35 46,12 33,30 48,03 0,72 0,70 0,426 0,298 25,2 12,6 10,1 0,50

36 50,59 37,75 56,31 0,75 0,73 0,412 0,291 27, 1 14,3 11,8 0,52
37 55,63 42,82 65,19 0,77 0,75 0,398 0,284 29, 1 15,8 13,6 0,54
38 61,35 48,23 72,03 0,80 0,78 0,384 0,277 31,0 17,4 15,3 0,56
39 67,87 55,96 92, 25 0,82 0,81 0,370 0,270 33,0 18,9 17,1 0,57
40 75,31 64,20 109, 41 0,85 0,84 0,357 0,263 34,9 20,5 18,8 0,58

41 83,8 73,90 130, 22 0,88 0,87 0,343 0,255 38,2 23,4 21,4 0,61
42 93,71 85,38 155, 55 0,91 0,90 0,330 0,248 41,4 26,3 23,9 0,63
43 105,11 93,02 186, 54 0,94 0,93 0,318 0,241 44,7 29,2 26,5 0,65
44 118, 37 115,31 224, 64 0,97 0,97 0,304 0,233 47,9 32,2 29,1 0,67
45 138, 88 134, 88 271, 76 1,01 1,00 0,292 0,226 51,2 35,1 31,7 0,68

46 152, 10 158, 51 330, 35 1,04 1,04 0,280 0,219 56,4 40,2 41,3 0,71
47 173, 64 187, 21 403, 67 1,08 1,07 0,268 0,211 61,3 45,4 50,8 0,74
48 199, 93 222, 31 496, 01 1,12 1,11 0,256 0,204 66,8 50,5 60,4 0,75
49 229, 93 265, 51 613, 16 1,15 1,15 0,245 0,196 74,0 58,0 73,7 0,78
50 266, 89 319, 07 762, 89 1,20 1,19 0,233 0,189 81,3 65,6 87,1 0,80

Quanto a Obrigatoriedade da Fundação ser Rasa, Direta ou Superficial:

A alteração da profundidade da fundação, ou seja, da relação Zf/B, altera a forma


da superfície e modo de ruptura, introduzindo erros na formulação de Terzaghi. Face a
existência da transferência de cargas por atrito/aderência lateral nas fundações
3.44ª Cap. 3 Sapatas

profundas (Zf > 1,5B), não se conseguiu até então uma fórmula geral que abrangesse
também as fundações profundas, que terão formulações específicas.
Pairam dúvidas se o limite Zf < 1,5B é realmente um divisor genérico entre as
fundações superficiais e profundas.
Meyerhof e Brinch Hansen (Tab. 3.9.19 e 3.9.20) mostram como calcular os fatores Zi,
mas na maioria das vezes a fórmula de Terzaghi é aplicada para D/B  2, por isto não
há necessidade de corrigi-la: Zc=Zq=Z=1,0

Quanto a Obrigatoriedade de ser longa

Face a complexidade do desenvolvimento analítico do processo de ruptura do


solo sob uma fundação, e da inexistência de computadores a época de Terzaghi,
desenvolveu-se as teorias somente no estado plano, bidimensional (para evitar a
introdução de mais uma variável ao sistema). As fundações longas são as que
introduzem menores erros, uma vez que todas as seções transversais apresentam a
mesma superfície de ruptura e só se alterarão próximo as superfícies extremas,
conhecido como “Efeito pão de forma” Fig. 3.9.9

Fig. 3.9.6 Ruptura de um Conjunto de Silos .


Tschebotarioff (1951) Apud Winterkorne Fang (1975)
Cap. 3 Sapatas . 3.45A

Fig. 3.9.7 Cunha de Ruptura Geral De Beer e Vesić (1958)

Pairam ainda dúvidas quanto a real definição de fundação longa, se a > 5b ou se


a > 10b, ou seja, a partir de qual relação a/b pode-se considerar desprezíveis os erros
introduzidos na equação básica

Fundação
Colapsada
Sub.solo
esmagado

Fig. 3.9.8 Ruptura por Puncionamento Causado por Perda de Succão do Solo

Fig. 3.9.9 Ensaio Sobre Modelo em


Sapata Longa Mostrando
Ruptura Generalizada Jumikis
(1969) e Tschebotarioff (1951)
3.46ª Cap. 3 Sapatas

De Beer, Brinch Hansen e Vesić apresentam fórmulas para cálculo dos fatores
de forma Fi, Tab. 3.9.19

Quanto a Obrigatoriedade da Ruptura ser Generalizada

A mudança no modo de ruptura altera a forma e geometria das superfícies,


sobre as quais foram desenvolvidas a equação básica de Terzaghi.

Vesić em 1972 foi quem apresentou a melhor forma de prever qual o modo de
ruptura e também de corrigir a equação básica quando a ruptura não for generalizada,
como hipoteticamente considerava Terzaghi.

A teoria completa de Vésic está apresentada adiante. As Fig. 3.9.10, 3.9.11, 3.9.12,
3.9.13, mostram os aspectos das rupturas em ensaios sobre modelos. Para os solos em
geral, Berberian dá uma indicação prática de como se obter previamente o modo de
ruptura, Fig. 3.9.10. A correção neste caso foi simplificada, utilizando-se os mesmos
fatores Nc, Nq e N, como se fosse para ruptura generalizada, mas obtendo-os através
do ângulo de atrito reduzindo Ør, e utilizando da mesma forma cr nos cálculos.
N72
1 5 12 20 37 50
0
Profundidade Relativa DF = Zf/DB

Ruptura
Gernera-
1 lizada

2
Ruptura
Local
3
Ruptura
por
4
Puncionamento

5
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 Dr.
2 6 15 25 45 N72

Fig. 3.9.10 Modos de Ruptura para Areias Fig. 3.9.11 Ruptura por Puncionamento
Cap. 3 Sapatas . 3.47A

Fig. 3.9.12 Ruptura Local Fig. 3.9.13 Ruptura Geral

Dr . % / 100 Densidade relativa da areia


SPT . adm Número de golpes na sondagem Standard N60
Zf . m Profundidade da Sapata
B* . m Lado da sapata quadrada B* = B circular
L . m Lado maior da sapata retangular (m)
B* . BL/(2(B+L)) Sapata retangular (m)

Caracterizando os Modos de Ruptura

Ruptura Generalizada Fig. 3.9.13 / 3.9.14

 Ocorre ao longo de todo o maciço, desde a zona de plastificação (abaixo


da fundação) até a superfície.
 Típica de fundações superficiais (ZF  2B)
 Típica de solos incompreensíveis (IRR>IRC, geralmente SPT>35, exceto
em argilas moles saturadas que também rompem no modo generalizado).
 Brusca e catastrófica (Rompem sem aviso prévio, pequenas deformações
até a ruptura)
 Carga de ruptura bem definida na prova de carga
 Carga após a ruptura cai bruscamente à zero ou a um valor residual
 Na ruptura verifica-se o levantamento do terreno na superfície
 As argilas e argilosas siltosas mole (SPT<4) saturadas são quase
líquidas e incompressíveis, por esta razão conduzem a um modo de
ruptura generalizado.

Para os casos de solos incompressíveis e sapatas contínuas, não haverá


necessidade de se corrigir a equação básica, por atender às hipóteses simplificadoras.
Vesić (1972) apresenta fatores de correção bem mais elaborados e precisos.

Ruptura por Puncionamento Fig. 3.9.11/14

 Ocorre somente próximo à ponta da fundação


 Típica de fundações profundas (Zf > 4B)
3.48ª Cap. 3 Sapatas

 Típica de solos fofos, principalmente se ocorrer em fundações


superficiais

Ruptura Local Fig. 3.9.12 e 3.9.14

 Não catastrófica
 Carga de ruptura mal definida. A curva carga x recalque, assume a forma
de zigue-zague.
 Ocorre sob a base (cunha de Prandtl) e uma parte do trecho curvo
 Demais características intermediárias entre Geral e Puncionamento.

Qe Q
B
a) Ruptura Geral
qu

Sup. 
Qr Q
B Ruptura
b) Ruptura Local qu(1)
qu

Sup. 
Ruptura Q
c) Ruptura por B
Puncionamento
Rasa Profunda

Sup.
Ruptura 
Fig. 3.9.14 Modos de Ruptura (a) Ruptura Geral (b) Ruptura Local (c) Ruptura
por Puncionamento . Vesić (1973)

Ex.: 3.9.1 Calcular a Capacidade de Carga Admissível de uma Sapata Contínua de


Largura b igual a 2,5m, apoiada sobre um solo com parâmetros c = 0,4 kg/cm2,  = 15º e
 = 1,7 t /m3 . Sabe-se que o solo apresenta elevada consistência e que a profundidade
da sapata é de 2m. Fig. 3.9.15
Cap. 3 Sapatas . 3.49A

Zf = 2m
 = 1,7 t/m3
c = 0,4 kg/cm2
Ø = 15º

Fig. 3.9.15 Exemplo 3.9.1 b = 2,5m

Como neste exemplo todas as condições atendem as hipóteses simplificadoras


utilizadas por Terzaghi, ou seja, sapata longa, superficial e solo incompressível, todos os fatores
Zi, Ci e Fi serão iguais a 1,0.

Adotando-se as unidades de t e m, e com Ø = 15° tem-se da Fig. 3.9.2 (Terzaghi, ruptura geral).

Nc = 12,9 Nq = 4,4 N = 2,5

º =  . Zf = 1,7 . 2 = 3,4 t/m2 logo, r é mesmo que qr

r = 4 . 12,9 + 3,4 . 4,4 + 0,5 . 2,5 . 1,7 . 2,5 = 71,87 t/m2

aplicando-se um fator de segurança igual a 3, ter-se-á a = r/3

a = 23,96 t/m2 = 2,39 kg/cm² Adotando - se a = 2,5 b = 6,25

Recomenda-se a ≤ 2,5b A = 15,62m² logo a carga admissível


será a = 15,62 x 2,39 = 37,3t

 Como Zf = 2m que é menor de 2b (5m) a sapata é superficial. E considerando-a longa, não


seria necessário efetuar nenhuma correção.

Correções do Modo de Ruptura

Recomendações de Berberian
3.50ª Cap. 3 Sapatas

Redução de c e Ø

Não se dispondo de ensaios geotécnicos capazes de oferecer com precisão os


valores de c, Ø, Berberian Tab. 3.9.16 recomenda utilizar os valores reduzidos da
coesão cr (no primeiro termo da equação) e do ângulo de atrito Ør para obtenção dos
fatores de capacidade de carga para os casos de Ruptura Local ou por Puncionamento,
utilizando-se o dado sempre disponível que é o NSPT.

Tab. 3.9.16 Correção Aproximada do modo de Ruptura Segundo Berberian


Zf/B >4 qualquer 3a4 0a3 0a3
NSPT qualquer 0 a 10 11 a 50 10 a 35 36 a 50
RUPTURA PUNCIONAMENTO LOCAL GERAL
cr 0,70c 0,85c 1,0c
Ør 0,60Ø 0,75Ø 1,0Ø

* Uma vez corrigindo-se os valores de c e Ø, pode-se utilizar cr e r as tabelas


para encontrar Nc, Nq e N, como se fossem sempre para ruptura generalizada, vez que
cr e Ør já compensaram o efeito do modo de ruptura sobre Nc, Nq e N. Utilizando-se
cr e r, os fatores de compressibilidade Cc, Cq e Cr = 1,0.

CORREÇÕES QUANTO a FORMA

Tab.3.9.17 Fatores de Correção de Forma para Fundações Superficiais

FORMA DA BASE Fc Fq F

RETANGULAR 1 b . Nq/Nc 1 b . tangØ 1 0,4 . b


a a a
CIRCULAR OU 1 Nq/Nc 1  tan 0,60
QUADRADA
CONTÍNUA
1,0 1,0 1,0
LONGA

3.9.2 Recomendações de Brinch Hansen

Brinch Hansen (1957, 1961, 1970), partindo dos trabalhos realizados por
Meyerhof (1951) apresentou uma expressiva contribuição para o cálculo da capacidade
de carga das fundações superficiais.
Cap. 3 Sapatas . 3.51A

Hansen apresentou uma equação no mesmo formato da equação de


Terzaghi, corrigindo-a para:

1. Sapatas (não longas) quadradas, circulares e retangulares.


2. Sapatas de profundidades intermediárias e fundações profundas.
3. Cargas inclinadas, trabalhando com seus componentes H e V.
4. Inclinação da superfície do terreno ao lado da fundação (em talude). Fig. 3.9.18.
5. Inclinação da base da sapata Fig. 3.9.19, lembrando-se que neste caso a carga
normal V continua perpendicular à base e a carga horizontal H paralela à base.
V

 H

Fig. 3.9.18 Sapatas em Taludes Fig. 3.9.19 Sapatas Inclinadas

A equação apresentada por Hansen é especialmente interessante para


sapatas submetidas a cargas excêntricas e inclinadas, cuja equação fornece à tensão
de ruptura (última) qr, que atua na área A’ mais fortemente carregada da fundação (área
efetiva).

qr = cNc Fc Zc Ic Bc Gc + qo Nq Fq Zq Iq Bq Gq + 0,5 B’ p N Fr Zr Z I B G

qr = 3qa = V/A’ sendo, A’= B’ L’

onde B’ e L’ são lados do retângulo chamado de Área Efetiva, considerada por Meyerhof
(1953).

Como sendo a área da sapata na qual as tensões de compressão mais


elevadas, podem ser consideradas uniformes.

Ver Fig. 16.1.2, do Cap. 16.

Recomendações de Brinch Hansen

Tab. 3.9.19 Idem Pág. 30


3.52ª Cap. 3 Sapatas

DE FORMA DE PROFUNDIDADE

Nq
Fc (V)  1  .b (   0) p/ Ø = 0 Z'c  0,4k, p/ Ø  0 Zc  1  0,4k
Nc a
-1 Z
' o k  tan para Z  1
Fc (H)  0,2 . B' /L' ( 0 ) B B
Nq k  tan-1 Z para Z  1
Fc (V)  1,0  . B' B B
Nc L' k em radianos

Fq ( V )  1  B tan  (  0)
L Zq  1  2 tan  (1  sen )2 k

Fq (H)  1  B' sen  (  0)


L'

F (V )  1 - 0,4  b / a  0,6
Z   1.00 para qualquer 
F (H)  1 - 0,4  B' / L'  0,6

FATORES DE INCLINAÇÃO DO TERRENO


SAPATAS SOBRE TALUDES

β o
G'c  , não drenada (  0) Gc  1  β , drenada
147o 147 o
para Vesic usar N  -2sen  para   0
Gq  G   (1  0,5 tan )5

FATOR DE INCLINAÇÃO DA CARGA

0,7H
I(H)  (1- ) 2 (   0)
I' c (H)  0,5 1 - H Hansen V  A f c a cot 
A f ca 5
(  0)
  0,7 - o / 450 H 
  
I(H)  1 -  (   0)
1 - Iq  V  A f c a cot  
(  0) 
Ic  Iq - H e V  
Nq  1 m 1
 H 
Iq, I > 0 I(H)  1 - 
 Vesic
 V  A f c q cot  

Tab. 3.9.20 Fatores de Correção de Forma, Profundidades, Inclinação e de Saptatas em


Taludes, para Utilização nas Equações de Capacidade de Hansen (1970) ou
Vesiċ (1973)

0,5H
Iq(H)  (1- )1 2  2  5
V  A f c a cot 
Cap. 3 Sapatas . 3.53A

H m  mB  2  b/a H paralelo a B
Iq(V)  (1- )m Vésic 1 b/a
V  A f c a cot 
m  mL  2  a/b H paralelo a L
1 a/b
Nota Iq , I  0

FATORES de INCLINAÇÃO da SAPATA

ñ drenada drenada Notas :     90o


o 1    
B'c  Bc  1- Inclinação  Inclinação 
147o 147o 147
da Sapata do Talude

( 2 tan ) 
Bq(H)  e
V
D
( -2,7η tan  )
B(H)  e H
B  
Bq ( V )  B  ( V )  (1   tan  )
2 +  D=0

Fatores apostroficados ( ' ) são usados para situações não drenadas.

Ac . área efetiva da base B’ x A’


ca . aderência de base = coesão ou um valor menor que c
Z . profundidade da sapata
eB , eL . excentricidade de carga em relação ao centro da área de base
H . carga horizontal, H  V tan  + ca Af
V . carga vertical
 . inclinação do terreno adjacente, para baixo(+)
 . atrito entre a base e o solo
 .  para bases de concreto
 . inclinação da base a partir da horizontal (+)

obs.: 1 - Não use Fi concomitantemente com Ii


2 - Pode-se usar Fi com di, qi < bi
3 - Para a/b  2 use tr
Para a/b > 2 use tr = 1,5  tr - 17º
Para   34 use tr = tr

Opcionalmente pode-se obter os fatores de capacidade de carga conforme


recomenda Meyerhof

obs.: Nc e Nq são comuns a todos os métodos.


N recebe um sub-índice para identificar cada autor.
3.54ª Cap. 3 Sapatas

Tab. 3.9.21 Fatores Capacidade de Carga . Nc, Nq, N , para Fundações


Superficiais . Meyerhof, Hansen e Vesić
Ø Nc Nq NH NM NV Nc/Nq 2tanØ(1-sinØ)2

0 5.14 1.0 0.0 0.0 0.0 0.195 0.000


5 6.49 1.6 0.1 0.1 0.4 0.242 0.146
10 8.34 2.5 0.4 0.4 1.2 0.296 0.241
15 10.97 3.9 1.2 1.1 2.6 0.359 0.294
20 14.83 6.4 2.9 2.9 5.4 0.431 0.315
25 20.71 10.7 6.8 6.8 10.9 0.514 0.311
26 22.25 11.8 7.9 8.0 12.5 0.533 0.308
28 25.79 14.7 10.9 11.2 16.7 0.570 0.299
30 30.13 18.4 15.1 15.7 22.4 0.610 0.289
32 35.47 23.2 20.8 22.0 30.2 0.653 0.276
34 42.14 29.4 28.7 31.1 41.0 0.698 0.262
36 50.55 37.7 40.0 44.4 56.2 0.746 0.247
38 61.31 48.9 56.1 64.0 77.9 0.797 0.231
40 75.25 64.1 79.4 93.6 109.3 0.852 0.214
45 133.73 134.7 200.5 262.3 271.3 1.007 0.172
50 266.50 318.5 567.4 877.1 761.3 1.195 0.131

3.10 MÉTODO PARAMÉTRICO

Face as dificuldades na prática da engenharia geotécnica em se obter e


selecionar da forma mais representativas os parâmetros geotécnicos, vindos de ensaios
laboratoriais, Berberian (1995) desenvolveu um método paramétrico, visando aplicar as
teorias tradicionais e consagradas, tais como teorias de Terzaghi, Brinch Hansen, Balla,
Vesić, partindo-se de parâmetros obtido de ensaio SPT e CPT, adicionados a
observações vindas de campo através de prova de cargas e do comportamento
executadas sobre sapatas. O Fluxograma (autoexplicativo) apresenta este método na
forma que foi desenvolvido.

Carga, SPT ou CPT ou c, ,  Escolha da profundidade Zf

Zf >Na
Cap. 3 Sapatas . 3.55A

Diminuir Zf até Zf < NA ou Sim


mudar tipo de Fundação
Não

Aumentar Zf até SPT > Não (Zf)


20 ou mudar Fundação p SPT>20

Sim
Estimar a
Met. Emp.

Estimar B
Pag Tab Tab
3.21
2º a 3.4.4 1º a 3.4.2
Adotando-a
quadrada

Pag Pág
3º a 3.21 4º a 3.22 5º a

am = ai/n i=1 1


Fig. 3.10.1 Fluxograma : Sapatas . Método Paramétrico . Berberian (1985)

q e , referem- se a tensões

1
Não q ai Sim Eliminar
0,8  >1,2 qai
p q am
3.56ª Cap. 3 Sapatas

OK

Pm
Bm = qam Nova
q am Média

i

p será obtido
dentro da zona
Tab Sim Coesivos Não Tab de plastificação
2.8.1 p 2.8.2

qo = ih

Estimativa do Arenoso Sim Tab Fig


modo de ruptura c=0 3.8.11 3.8.10

Não Tab
3.8.11

Sim Geral Não


Cc = Cq = C = 1,0
p

Não Arenoso Obtenção cr Tab


da Coesão r 3.8.11

Sim
c=0 2
2

Fig. 3.10.1 Fluxograma : Sapatas . Método Paramétrico . Berberian (1985) Cont.

2 2
Argilas Sim Cond. Drenada =
Lateríticas Cond. não Drenada
c = N72/35
Cap. 3 Sapatas . 3.57A

Não
Obras Rápidas
P C,M - Argila e Siltes
Coesivos Não Tab.
Outros S5C - Areia Fina, Argilosa
P
Drenado Saturados (7) 2.3.7
Submersos(9)
Drenado Mole Muito úmida (6)

S,C,M,secos,úmidos
Obras Lentas
c = 0 ou Ensaios

Obtenção do
ângulo de atrito

Arenosos Não

Sim Não Solos Sim


Lateríticos

Fig Tab
2.17.3 Não Saturados Sim
2.17.3

Ø'=20º+0,4 N72 Ø=15º+0,3 N72

Obtenção de Obtenção Tab Obtenção


Tab
Nc, Nq e N dos Fatores
3.8.4 3.8.18 de qr
reduzidos ou Sc , Sq , S
corrigidos
qa = qr/3
Fim

Fig. 3.10.1 Fluxograma : Sapatas . Método Paramétrico . Berberian (1985)

Ex. 3.10.1 Aplicando-se teoria de Terzaghi, calcular a carga admissível da sapata


quadrada de 3,0 x 3,0m, implantada a 2,10m de profundidade. Fig. 3.10.2

SP 04 P=
0 5 10 15 20
0
C6Sv6 Argila Mto. Arenosa, Vermelha, Muito Úmida
NA 1
S3Ca9 Areia Mto. pouco Argilosa, Amarela, Submersa Med. Compacta
2
3
S3Ca9 Areia Mto. pouco Argilosa, Amarela, Submersa Med. Compacta
4
S3Ca9 Areia Mto. pouco Argilosa, Amarela, Submersa Med. Compacta
3.58ª Cap. 3 Sapatas

S3Ca9 Areia Mto. pouco Argilosa, Amarela, Submersa Med. Compacta

Fig. 3.10.2 Sondagem SP.04 do Exemplo 3.9.1

qr = c Nc + q0 Nq + 0,5 B p N

Não tendo sido executado ensaios laboratoriais, utilizaremos o método


paramétrico recomendado por Berberian.

step 1. Obtenção da Coesão Não Drenada da Camada de Apoio da Sapata, por


Métodos Semi-empíricos. Apesar de ser arenoso o terreno, a existência de argila,
não permitirá a adequada drenagem.
Por ser predominantemente arenosa a camada de apoio e por estar submersa
despreza-se a coesão (c = 0).

step 2. Cálculo da Tensão Geostática, e Obtenção dos Pesos Específicos:

NSPT = 0 (não se obtém NSPT, de 0 a 1 m)


Camada 1 adotando 1 = 1,72 t/m3 (Cap. 2, Tab. 2.8.1)
C6S

NSPT = 15
Camada 2 adotando 2 = 1,00 t/m3 (Submerso, Tab. 2.8.2 – Cap. 2)
S3C

0 = q0 = 1,0 . 1,72 + 1,1 . 1,0 q0 = 1,82 t/m2 (ao nível da base)


q0p = 1,82 + 0,5 . 3,0 . 1 no ponto médio da zona de plastificação ZP a 4m,
q0p = 3,32 t/m 2 onde o  médio vale 1,00 t/m3

step 3. Obtenção do Ângulo de Atrito:

3.1 Peck, Hanson e Thornburn

NSPT = 15
Com -->  = 32,6º Adota-se  = 32
Tab. 2.17.3
Cap. 3 Sapatas . 3.59A

3.2 Schmertman

NSPT = 15
Com Tab. 2.17.4 --> Dr = 75%
Pv = q0p = 3,32 t/m2

NSPT = 15
Com Tab. 2.17.4 -->  = 43º
Dr = 75%

3.3 Victor Mello

NSPT = 15
Com Tab. 2.17.5 -->  45º
q0= 4,75 t/m2

3.4 Meyrhof

 = 25 + 0,15 x Dr p/Areia c/> 5%  200

 = 30 + 0,15 x Dr p/Areia c/< 5%  200

Como S3C possui > 5%  200, sendo 36,7 média dos valores obtidos adotaram-se:

 = 25 + 0,15 . 75
 = 36,25º adotado  = 36º

step 4. Verificação do Modo de Ruptura:

Dr = 75%
Com SPT = 15 Tab. 3.9.10 --> Ruptura local
D/B = 0,7

step 5. Cálculo de N’q e N’


Obtenção do ângulo de atrito médio adotando-se  = 30%
1º média = 31 + 43 + 45 +36/ 4 = 38,75
38,75 x 1,3 = 50,38 38, 75 x 0,7 = 27,13
Todos atenderam o desvio  = 30%, logo 2ª média = 1ª média
médio = 38,75 ↓ 38º

 = 38º N’q = 17,40


Tab. 3.9.5 N’ = 15,30
N’q/N’c = 0,56

step 6. Cálculo dos Fatores de Forma (Vésic)


3.60ª Cap. 3 Sapatas

 = 38º Fq = 1 + (2/3) . Tan 38º = 1,30


Tab. 3.9.20 F = 1 - 0,4 . 0,7 = 0,72 ↓ 0,60

step 7. Cálculo da Tensão de Ruptura:

qr = 3,25 x 14,13 x 1,30 + 0,5 x 3,0 x 1,0 x 11,84 x 0,60 = 70,36 t/m2

step 8. Cálculo da Tensão Admissível:

qa = 70,36/3 = 23,45 t/m² , sendo Fs = 3,0

step 9. Cálculo da Carga Admissível:

P = 23,45 . 3,0 . 3,0


P = 211,07 t ou seja P = 211 t

Ex.: 3.10.2 Cálculo de uma sapata implantada nas areais siltosas de Maceió pela
teoria de Terzaghi obtendo a capacidade de carga admissível da sapata dada abaixo,
Fig. 3.10.3. Sabendo-se que a mesma mede 3,00 x 3,40m e estará assente a 2,00m de
profundidade. São fornecidos os resultados de 07 furos de sondagens, constantes do
plano de prospecção geotécnica do local. Verificar os cálculos teóricos por métodos
semi-empíricos/estatísticos.
SPT
0 10 20 30 40 50 m SPT, médio
0
1 6
1
N.A
6
2 2
S5M - Areia Siltosa, Fina, Cinza,
8 FOFA a POUCO COMPACTA.
3 3

4 24
4
21
5 5

6 21
6

8 c = 0* 1 = 1,67 t/m3
9
 sub = 2 = 1,0 tm/3 Dr = 60% Øm = 32º
10
N'c = 21,35 N'q = 10,0 N' = 7,35
11

12 Sc = 0,823 Sq" = 1,176 S = 0,617

13
* dados obtidos conforme demonstram os passos a seguir
14
rof. m

15

Fig. 3.10.3 Perfil Geotécnico

step 1. Utilizaremos a teoria de Terzaghi para a solução desta sapata, obtendo-se entretanto,
por falta de resultados de ensaios laboratoriais, os parâmetro de solo por correlações
semi-empíricas/estatísticas, conforme recomendações do método paramétrico
apresentado por Berberian. Considerando-se a natureza arenosa do terreno, mesmo
apresentando frações siltoargilosas desprezaremos a sua coesão, c = 0
Cap. 3 Sapatas . 3.61A

step 2. Acima do N.A., na areia úmida tomaremos SPT=6. Abaixo da base da sapata e dentro
da zona de ruptura (de 2,0 a 5,0 m) adotaremos NSPTmedio=10. Melhor seria NSPTmédio
dentro da zona de plastificação Zf = 1,5B

step 3. Considerando-se que as sapatas estarão assentes sobre areias pouco compactas e
face a capacidade da areia, adotaremos o modo de ruptura como sendo o modo local.
Ver recomendações de Vesić, de Beer Fig. 3.8.10 e Berberian Tab. 3.8.16

Segundo Terzaghi
tan ‘ = 2,3 tan.

step 4. Obtenção do ângulo de atrito , dentro da zona de plastificação.


4.1 Segundo Peck, Hanson e Thornburn com SP=10, Tab. 2.17.3  = 30º

obs. 1. Melhor seria utilizar a recomendação de Berberian - curva média - vez que a
profundidade da sapata (2m) é mais próximo de 6m do que de 12 m de Peck.
obs. 2. Esta correlação internacional está baseada no N'60, melhor seria corrigir o SPT
N60 = 1,2 N72 = 12

4.2 Segundo vários autores. Tab. 2.4.1 e grãos esféricos.  = 27 a 30º


4.3 Segundo Schmertman

Tab. 2.17.2 e 2.17.4, aqui necessitar-se-á do Grau de capacidade G.C. ou densidade


relativa da areia, que depende da sobrecarga pv = h
Obtenção dos pesos específicos aparente
Fig. 2.8.1 com SPT = 6 e areia úmida 1 = 1,67
Fig. 2.8.2 com SPT = 10 e areia submersa 2 = 1,0

Tomando-se uma sobrecarga no ponto médio da zona de plastificação, ou seja, a


2 + 3/2 = 3,5m de profundidade teremos

pv = 1 h1 + 2 h2 = 1,67 . 2 + 1,0 . 1,5 = 4,84 t/m2

na Tab. 2.2.6, com pv = 5 t/m2 e SPT=10 temos Gc = DR=60%


com: areia fina uniforme e Dr = 60 teremos da Tab. 2.4.4  = 36º

4.4 Segundo Victor de Mello, Fig. 2.4.5 com pv = 5 t/m2 e


SPT = 10 e areia fina  = 36º
4.5 Segundo Meyerhof, com areia com finos e Dr = 60º
 = 0,15 . Dr + 25 = 0,15 . 60 + 25 = 34º
4.6 Face ao caráter semi-empírico destas correlações,
adotaremos a média:
 = 32.8º ou seja  = 32º .

step 5. Obtenção de N’c, N’q, N’ Tab. 3.4.4 com  =32º (obs.: como esta tabela já fornece os
valores da capacidade de carga segundo Terzaghi, reduzidos para o modo de ruptura
localizada, não é necessário corrigir o valor de )
N’c = 21,3 N’q = 10,0 N’ = 7,3

step 6. Obtenção dos fatores de correção de forma de sapata Tab 3.4.13


3.62ª Cap. 3 Sapatas

Segundo Brinch Hansen, (Apud Vesić) para sapatas retangulares teremos:


Sc = 1 + 0,2 b/a = 1 + 0,2 . 2/34 = 0.823
Sq = 1 + 0,2 b/a = 1.176
S = 1 - 0,4 b/a = 0,647

step 7. Obtenção da tensão de ruptura da areia.


Considerando-se que c = 0, pode-se eliminar o primeiro termo da equação
qr = hN’qSq + 0,5 p B N’S
qr = 1,67 . 2.10. 1,176 + 0,5. 1,0. 3,0. 7,35. 0,647
qr = 46,40 t/m2

step 8. Obtenção da pressão admissível ou taxa do terreno utilizando-se um SF = 3.0

qa = qr / SF qa = 15,46 t/m2 ou 150 KPa


qa = 1,5 kg/cm2

step 9. Análise

Se a areia de apoio da sapata (dentro da zona de plastificação, Zf = 3,0 a 5,0m)


fosse compacta e incompressível, a tal ponto que prevalecesse o modo de ruptura
generalizado teríamos.
Nc = 44,9 Nq = 29,5 N = 27,35
qr = 1,67 . 2.29,5 . 1,176 + 0,5 . 1,0 . 3,0 . 27,35 . 0,647
qr = 142,41 t/m2 qa = 47,47 t/m2

Verificação através de métodos semi-empíricos

step 10. Obtenção do SPT médio.

O N72 médio dentro da ZP (zona de plastificação), ZP = 1,5xB ZP = 1,5x3= 4,5


8  15  24  21  21
N72   17,8 adotar= 17
5

step 11. Cálculo da tensão admissível.

MÉTODO 01: NBR 6122:1996 – com solo M5S

MPa = 3,7 kg/cm² Tabela 3.3.1.2

MÉTODO 03: Berberian


a  N 72 
17 = 3,46 kg/cm² Tabela 3.3.1.5
KB 4,90

MÉTODO 04: Albieiro e Cintra - Todos os Solos


Cap. 3 Sapatas . 3.63A

a  17 = 3,4 kg/cm²
5
MÉTODO 09: Teixeira

a  17 = 3,4 kg/cm²
5
MÉTODO 10: Victor de Melo

4 ≤ N72 ≤ 16
 a= 16  1 = 3,00 kg/cm²

NBR Albieiro & Milton Victor de


Método Berberian Teixeira
6122:1996 Cintra Vargas Mello

σa 3,7 3,46 3,4 2,62 3,4 3,00

% +8,5 +1,46 -0,23 -30,15 -0,23 +13,4

1ª Média: 3,41 kg/cm² +µ= 3,41.1,3 = 4,43 -µ= 3,41.0,7 = 2,38 Ok

2ª média igual 1ª média

obs: Como todos os resultados dos métodos estão bons e se enquadram no desvio padrão
(erro) N=30%, a segunda média filtrada pelo desvio padrão será igual a primeira.
Comparando ao cálculo teórico se fosse ruptura geral a =4,74 Kg/cm².
Conforme Fig 3.4.6 com N72 = 17 e Lf/Db = 2/B = 0,66 → Ruptura generalizada.
O resultado dos métodos semi-empíricos aponta para ruptura local melhor representado
fisicamente o problema apesar de que o SPT médio (N72) foi de 17 golpes no primeira comanda
que é a mais influente o SPT e 8, podendo no futuro gerar recalques inadmissíveis.

ex.: 3.10.3 Projetar a sapata Pilar P5 para 170 t, conhecendo-se o laudo de


sondagem SP 03.

Fig. 3.10.4 . NA encontrado a 1,40m.


P5
SP 03 N72

0
S6Cm4 Areia Mto. Argilosa, Marron, Pouco Úmida
1 NA
S6Cm9 Areia Mto. Argilosa, Marron, Submersa
2
C3Sa9 Argila Mto. Pouco Arenosa, Amarela, Submersa
3.64ª Cap. 3 Sapatas

170t
0 5 10 15 20

Fig. 3.10.4 Dados para o Ex. 3.9.2

step 1. Escolha da Profundidade


Adotaremos uma profundidade entre 1,20 - 1,40m.

obs.: Zf, não deve ser menor que 1,10m.

Quanto mais profunda, maior a capacidade de carga, face ao aumento de qº.


Quanto mais profunda, mais próxima da água e maior o custo da escavação, face a
possibilidade de bombeamento ou rebaixamento do lençol freático.

Assim, adotaremos Zf = 1,30m

step 2. Verificação do Modo de Ruptura


Por ser arenosa a camada de apoio, utilizaremos as recomendações de Vesić e De
Beer

obs 1: Neste caso será necessário estimar o tamanho da sapata

A grosso modo, pede-se usar: Tab. 3.3.1.3


qa = 15/5 = 3 kg/cm2
obs 2: Para melhor precisão, obter qa por
A base = 170/30 = 5,66 m2
3 ou 4 métodos empíricos,
B = 2,3m utilizando SPT médio na zona de
plastificação. Desta forma SPT
Entretanto com:
será II golpes e Bm = 3,0m
D/B = 1,3/2,3 = 0,56
Na Tab. 3.3.1, com
SPT = 15

Obtém-se: Ruptura localizada

step 3.Não tendo sido fornecidos resultados de ensaio laboratoriais, obteremos os parâmetros
do solo de forma semi-empírica.
 Obtenção da coesão

Sabe-se que, por ser muito argilosa, esta areia teria uma pequena coesão. Como não
há ensaios, nem correlações para este tipo de solo, adota-se c=0 por segurança.
Cap. 3 Sapatas . 3.65A

 Obtenção do peso específico aparente


SPT = 15 na Fig. 2.2.2
S6C - granular úmido
 = 1,9 t/m3
SPT = 15, na Fig. 2.2.2
S6C - Granul. Submerso
 = 1,0 t/m3
SPT = 10 na Fig. 2.2.2
C3S - argila úmida
 = 1,68 t/m3

 Obtenção do ângulo de atrito Critério de Meyerhof

a . Para areias com finos +5% argila ou silte passando na # 200 (SC, SM)
 = 25º + 0,15 Dr
Dr = grau de capacidade
b . Para areias limpas - 5% # 200
 = 30º + 0,15 Dr

obs1 . A experiência tem mostrado que, caso um sondador experiente consiga perceber (táctil/
visualmente) a presença de silte ou argila (S3M - areia c/traços de Silte), já é o suficiente
para se ter uma areia com mais de 5% de finos.
Assim sendo, para uma areia muito argilosa, muito pouco siltosa.
 = 25º + 0,15 Dr
Para maior precisão da solução, calcularemos Pv (pressão vertical) no ponto médio da zona de
plastificação.

Pv = 1,68 x 1,0 + 1,90 x 0,8 + 1,00 x 0,65 = 3,85 t/m2

com Pv = 3,85 t/m²


SPT = 15
Dr = 76%

Portanto,  25 + 0,15 x 76 = 36,4


 = 36%

obs 2. Considerando-se a influência de  nos resultados e o caráter semi-empírico das


correlações, os valores de  serão sempre arredondados para baixo.(quando ocorrer fração
de grau).

step 4. Cálculo dos Fatores de Correção de Forma. Adotaremos a equação de Terzaghi


melhorada:

qr = cN’c . Z cf + qºN’q . Zqf + 0,5B.  p . Zf


Da Tab. 3.4.13 e, não havendo restrições de forma, vamos adotar a sapata quadrada.
Z cf = 1 + Nq/Nc não será calculado porque c= 0
3.66ª Cap. 3 Sapatas

Zqf = 1 + tg = 1,73


Zf = 0,60

step 5. Obtenção dos Fatores de Capacidade de Carga de Terzaghi

Considerando-se que a ruptura não é generalizada, utilizaremos os fatores já reduzidos


da Tab. 3.4.2

 N’c
5º - 9,7
1º -  = 1,94
N’c = 27,14
 N’q
5º - 7,9
1º -  = 1,58 N’q = 14,18
 N’
step 6. Cálculo da Tensão de Ruptura do Solo 5º - 8,7
1º -  = 1,74
O  na zona de plastificação poderia ser
melhor calculado, trabalhando-se a média N’ = 10,1 + 1,74
ponderada dos ‘s abaixo da sapata

r = 0 + (1,0x1,68 + 0,3x1,9) x 14,18 x 1,73+


0,5B x 1x10 -3 x 11,84 x 0,60
a = 0,96 + 0,0015B

step 7. Solução Numérica da Equação

*No mínimo 5 valores são recomendados B qa P

p/B = 100 cm qa = 1,09 kg/cm2 100 1,09 10,9

P = 100 x 100 x 1,09 = 10,9t 300 1,35 121,0

400 1,48 236,0


Fig. 3.5.5 Curva P x B
Cap. 3 Sapatas . 3.67A

step 8. Solução

PLANTA CORTE
350

350
Fig. 3.5.6. Solução do Ex. 3.5.3

Exemplo de Aplicação 3.10.3 Projetar as sapatas dos pilares P4 e P12, para 48 e


84t respectivamente, a serem implantadas no terreno dado abaixo, estando o eixo do
mesmo afastados 1,0m entre si.
P4 P12
48t 1,0 m 84t
N72
0 10 20 30 40 N60  q0

0 S4Cm3 24 1,92 1,92

1
S4Cm3 12 1,83 3,75
2
C3Sv4 30 1,73 5,48
3
C3Sv4 30 1,73 7,21
4
C3Sv6 36 2,02 9,23
5
C3Sv9 36 1,2 10,43
6
t/m3 t/m2

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

 Utilizaremos como base a teoria de Terzaghi, devidamente corrigida quanto à forma da


sapata e o modo de ruptura.
 Não tendo sido dados os resultados de ensaios laboratoriais, utilizaremos o método
paramétrico recomendado por Berberian, ou seja, teorias clássicas (Terzaghi)
parâmetros obtidos através de correlações.
 O ensaio SPT utilizado é brasileiro, com eficiência E = 72%, sendo, portanto, necessário
corrigi-lo (N72) quando se quer utilizar correlações de origem estrangeira.
3.68ª ENGENHARIA DE FUNDAÇÕES D. Berberian

SOLUÇÃO

step 1. Definição da profundidade. Zf


Implantaremos a sapata a 2m de profundidade, face a existência de uma camada
pouco compacta entre 1 e 2m

step 2. Correção do SPT quanto à eficiência do equipamento

Sabe-se que N1E1 = N2E2 para E = 60% (USA), teremos


N60.60 = N72.72  N60 = 1,2N72 daí:
obs1 . Utilizar N60 quando dados e
N601 = 20 x 1,2 = 24 N602 = 10 x 1,2 = 12
tabelas assim o indicarem
N603 = 25 x 1,2 = 30 N604 = 25 x 1,2 = 30
N605 = 30 x 1,2 = 36 N606 = 30 x 1,2 = 36

step 3. Estimativa preliminar da largura das sapatas B4 e B12

obs 1 . Para uma estimativa grosseira, utilizaremos o valor médio das taxas do
terreno obtidas pelos vários métodos empíricos.

a. Recomendações de Berberian. (Tab. 3.1.6)


Para argilas arenosas recomenda-se N72/6,5, como é uma argila muito pouco arenosa
recomendamos

qa = N72/6,4 = 25/6,4 = 3,9 kg/cm2

b. Recomendações de Milton Vargas (Tab.3.1.7)


Vargas recomenda K = 7 para argilas e K = 5 para areias, adotaremos K = 6,8

qa = 25/6,8 = 3,67 Kg/cm2

c. Recomendações da norma DIN (Tab. 3.3.2)


Por ser estrangeira utilizaremos N60. Na zona da plastificação, onde deverá ocorrer a
ruptura.
N60 = 25 qa = 3,0 Kg/cm2
d. Recomendação da norma Brasileira (Tab. 3.3.1)
Adotaremos para N72, qa = 2,8 Kg/cm2.

e. Recomendações de Teixeira
qa = N72/5 = 25/5 = 5Kg/cm2

f. Recomendações de Mello: Todos os solos

qa =0,1 ( 25  1 ) = 4,0 Kg/cm2

g. Recomendações de Terzaghi: Solos argilosos


Terzaghi recomenda para argila dura qa = 3,6 à 7,2
Adotaremos: (Tab. 3.3.7)
qa = 5,3 Kg/cm2
Cap. 3 Sapatas . 3.69A

Adotando-se a média teremos:

qa = (3,9 + 3,6 + 3 + 2,8 + 5 + 4 + 5,3) / 7 = 3,95 Kg/cm2

logo:

48 84
B1 = = 1,1m B2 = = 1,45m ↑ 1,50m
39,5 39,5

Obtendo-se na primeira estimativa B = 1,50m

Consequentemente o SPT médio dentro da zona de plastificação (2B abaixo da base)


será:
25  25  30
N72 = = 26,6 ↓ 26
3

a. Recomendações de Berberian (Tab. 3.1.6)


Para argilas arenosas recomenda-se N72/6,5, como é uma argila muito pouco
arenosa recomendamos
qa = 26 / 6,4 = 4,0 Kg/cm2

b. Recomendações de Milton Vargas


Vargas recomenda K = 7 para argilas e K = 5 para areias, adotaremos K = 6,8
(Tab.3.1.7)

qa = 26 / 6,8 = 3,82 Kg/cm2

c. Recomendações da Norma DIN


Por ser estrangeira utilizaremos N60. Na zona da plastificação, onde deverá
ocorrer a ruptura (Tab. 3.3.2)

qa = 3 Kg

d. Recomendações da Norma Brasileira


Adotaremos para N72, qa = 2,8 Kg/cm2 (Tab.3.3.1)

qa = 4 Kg

e. Recomendações Teixeira

qa = N72/5 = 26/5 = 5,2 Kg/cm2

f. Recomendações de Mello: Todos os solos

qa = 0,1 ( 26  1) = 4,09 Kg/cm2

g. Recomendações de Terzaghi: Solos argilosos


Terzaghi recomenda para argila dura qa = 3,6 à 7,2
Adotaremos: (Tab. 3.3.7)

qa = 5,4 Kg/cm2
3.70ª ENGENHARIA DE FUNDAÇÕES D. Berberian

Adotando-se a média teremos:

qa = (4,0 + 3,8 + 3 + 4 + 5,2 + 4 + 5,4 + 5,1) / 8 = 4,3 Kg/cm2

step 4. Retangularização das Sapatas: Critérios

a. divisão do espaço, proporcionalmente às cargas


b. afastamento de 10cm entre as sapatas
c. lado mínimo B  1,0m

100 cm
48 84 y
48t 84t    1,75  y  1,75 x
x y x
5 5
0,9
x  y  0,9  1,75 x  x  0,9  x   0,32
x y 2,75

10 cm

Como não se deve ter sapatas com larguras inferiores a 1m (tolera-se até 80 cm),
adotaremos:

x = 40 cm y = 50cm
B4 = 80 cm B12 = 100 cm
Então:
48
L4   1,69  1,70m
35,30  0,8
84
L 12   2,37  2,40m como ambos L < 3B, está OK
35,30  1,0

step 5. Verificação aproximada do Modo de Ruptura

A sapata estará assente sobre um solo argiloso, portanto utilizaremos a


recomendação de Berberian (Tab. 3.2.13)
Zf 2,0m
  2,5 com N72 = 25 ruptura local
B4 0,8
Zf 2,0m
  2,0 também ruptura local completa
B12 1,0
Portanto, obteremos os fatores de capacidade de carga como se a ruptura fosse
generalizada, utilizando, entretanto, r reduzido.

Cr = 0,90 C
r = 0,85 

step 6. Obtenção do Ângulo de Atrito 

Considerando-se que o solo de apoio, dentro da zona de plastificação é argiloso,


parcialmente saturado, tropical laterítico, o autor recomenda

 = 20o + 0,3N72   = 20 + 0,3 . 25 = 27,5  27o


Cap. 3 Sapatas . 3.71A

step 7. Obtenção da Coesão C

Para o mesmo solo, o autor recomenda


N 72 25
c   0,5Kg / cm 2  50KPa  5 t / m 2
50 50
c r  0,90  50  45KPA  4,5t / m 2

step 8. Obtenção dos Fatores de Capacidade de Carga (Tab. 3.4.4)

Nc = 16,88 Nc/Nq = 0,46


Nq = 8,66 tan  = 0,40
N = 7,13

step 9. Obtenção dos Pesos Específicos Aparente e Tensão Geostática ao nível da Base

Das Figs. 2.2.1 e 2.2.2 têm-se


1 = 1,92 t/m3 (Tomando areia média)
2 = 1,83 t/m3
3 = p = 1,73 t/m3 , logo:
qo = 1h1 + 2h2 = 1,92 x 1 + 1,83 x 1 = 3,75 t/m2

step 10. Cálculo dos Fatores de Correção

1. De Profundidade
Na realidade não se corrige quanto à profundidade, apesar de serem estas
sapatas, superficiais (Zf/B  2,0), porque a equação de Terzaghi não se aplica
adequadamente a fundações profundas, que também transferem carga por atrito
lateral. Tolera-se uma Zf/B ~ 4, corrigindo-se segundo Brinch Hansen (Tab. 3.4.12)

2. De Compressibilidade
Verificando que de maneira aproximada a ruptura é local, e já tendo sido reduzidos
c e , não há necessidade de corrigir novamente quanto ao modo de ruptura.

3. De Forma
bn b 0,8
Da Tabela 3.11 adotando-se uma relação média, teríamos 4   0,47 e
a a 1,7
b12 1,0 b
  0,41   0,44
a 2,4 a

Fcf = 1 + 0,44 . 0,46 = 1,2


Fqf = 1 + 0,44 . 0,40 = 1,17
Ff = 1 – 0,4 . 0,44 = 0,82
3.72ª ENGENHARIA DE FUNDAÇÕES D. Berberian

step 11. Primeiro Cálculo da Capacidade de Carga

Segundo Terzaghi:
qr = crNcFcf + qoNqFqf + 0,5BpNFf

Adotando-se Bm = 0,9m tem-se:


qr = 4,5 . 16,8 . 12 + 3,75 . 8,16 . 1,17 + 0,5 . 0,9 . 1,73 . 7,13 . 0,82
qr = 91,15 + 38,87 + 4,55
qr = 130,02 + 4,55 = 134,57 t/m2

Observe-se que neste caso o terceiro termo em B é muito pequeno em relação aos
outros dois, e que poderia na prática ser abandonado.
134,57
qa =  44,86 t / m 2  4,48Kg / cm 2  448KPa
3
Análise:
Como o valor inicialmente adotado foi de 353 KPa, gerando um erro de 95 KPa, que é
maior que 10%, recomenda-se recalculá-lo.

Como neste caso, o valor de qa depende muito pouco de b, pode-se adotar


qa = 4,30 Kg/cm2 = 430 KPa

step 12. Novas Dimensões das Sapatas


48
b4 a4   1,11m 2 , mantendo-se b4 = 0,8m tem-se:
43
a4 = 1,38 = 1,40m
84
b12 a12   1,95m 2 , mantendo-se b12 = 1,0 tem-se: a12 = 1,95 m
43
PLANTA
CORTE
55 S12 100 x 195

S4 80 x 140

Z3 = 220
195
140

B
C3Sv4
NA = 5,0 m em 14/10/97 80

100
Cap. 3 Sapatas . 3.73A

3.10 TEORIA DE VÉSIC Simbologia . Método Estático Racional


qr  cNc Fc Zc Cc  q Nq Fq Zq Cq  0,5 B p Ny Fy Fq Cy

qr kg/cm2. Capacidade de Carga a Ruptura do solo, definida por Vesić


 kg/cm3. Peso específico do solo sobrejacente à sapata
Z cm. Profundidade da sapata
p Kg/cm3. Peso específico do solo dentro da zona de plastificação (faixa D e D + B)
B cm. Largura (menor dimensão da sapata)
L cm. Comprimento (maior dimensão) da sapata
 graus. Ângulo de atrito do solo dentro da zona de plastificação
E kg/cm2. Mód. de elasticidade do solo dentro da zona de plastificação, drenado ou não
Mv kg/cm2. Módulo de deformação confinada do solo
K adm Coeficiente de proporcionalidade
hi cm Espessura das várias camadas sobrejacentes a sapata
v % Variação volumétrica da amostra na ruptura
qo kg/cm2. ou º = Σ.h. Tensão Geostática ao nível da base
q om kg/cm2. ou ºm. Tensão Geostática média dentro da Zona de plastificação
Fi adm Fatores de forma (i = c, q, )
qsr kg/cm2 Tensão normal média ao longo do sup. de ruptura
qzp kg/cm2 Idem na Zona de plastificação, ou seja, pressão efetiva confinante de terra
Ko adm Coeficiente de empuxo no repouso
Ni adm Fatores de capacidade de carga (i = c, q, )
IRC adm Índice de Rigidez Crítico
. adm Coeficiente de Poisson
G kg/cm2. Módulo de deformação transversal
IRN adm Índice de rigidez natural
Zv adm Fator de correção volumétrica
IRR adm Índice de rigidez reduzido
Zi adm Fatores de correção de profundidade (i = c, q, )
Ci adm. Fatores de correção de compressibilidade (i = c, q, )
Fi adm. Fatores de correção de Forma (i = c, q, )
q a, kg/cm2 Capacidade de carga admissível do solo

Zf ≤ 1,5B Zf
º= Σ.h

ºm
B ZPB/2
 /
ZP ~ 1,5B zona de plastificação
c, Ø, p

Fig. 3.10.1 Croquis Chave


3.74ª ENGENHARIA DE FUNDAÇÕES D. Berberian

3.6.5

3.4.14 Fc, Fq, Fr


>

3.6.8 3.6.6

Fig. 3.10.2 Teoria de Vésic - Solos Coesivos - FLUXOGRAMA


Cap. 3 Sapatas . 3.75A

Zc = Z d = Z

Cc = Cd = C

FC Fq F

STOP

3.6.9
Cq

CC Cq Cq

2
CC

Fig. 3.10.2 Teoria de Vesić - Solos Coesivos - FLUXOGRAMA – cont.


3.76ª ENGENHARIA DE FUNDAÇÕES D. Berberian

2 C = C q

F C CC F q Cq F C

Fig. 3.10.3 Teoria de Vesić - Solos Coesivos - FLUXOGRAMA

Obs.: A variação volumétrica v pode também ser ocasionalmente referida em termos da deformação
volumétrica v.

V
Ev   1   2   3

Quando as condições não drenadas prevalecem ou quando o solo é Compacto ou Duro (SPT 30)

v=0 logo IRR=IRN

Para efeito de comparações ou de estimativas

SOLO IRN
Areias (SPT 20 a 45) 75 a 150
Siltes 50 a 75
Argilas 150 a 250

Usar os menores valores de IRN para valores altos de tensão normal média qzp.
Cap. 3 Sapatas . 3.77A

3.6.5
FC, Fq, F 3.4.14

FC Fq F

2
1

Fig. 3.10.4 Teoria de Vésic - Solos Granulares - FLUXOGRAMA – cont.


3.78ª ENGENHARIA DE FUNDAÇÕES D. Berberian

3.6.6

3.6.8

Z C = Z q = Z

3 end

Fig. 3.10.4 Teoria de Vésic - Solos Granulares - FLUXOGRAMA – cont.


Cap. 3 Sapatas . 3.79A

Cq
3 3.6.9 CC = C q - C = C q

eq C

FC CC Fq Cq F  . C

end

Fig. 3.10.4 Teoria de Vésic - Solos Granulares - FLUXOGRAMA

Berberian (1984) tem conseguido nos projetos práticos de engenharia uma rápida
convergência de  adotando-se um valor inicial aproximadamente 3 graus abaixo de 1. Se a
diferença entre a e o  encontrado for menor do que 1, adote o valor mais baixo; se for maior
do que 1 adote um novo valor intermediário entre os valores adotados e encontrados, para
acelerar a convergência.
Fig. 3.10.5 Teoria de Vésic - Fatores de capacidade de Carga

 Nc Nq Ny Nq/Nc Tan  sem 


(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)
0 5,14 1,09 0,00 0,20 0,00 0,00
1 5,38 1,09 0,07 0,20 0,02 0,17
2 5,63 1,20 0,15 0,21 0,03 0,35
3 5,90 1,31 0,24 0,22 0,05 0,52
4 6,19 1,43 0,34 0,23 0,07 0,07
5 6,49 1,57 0,45 0,24 0,09 0,09
6 6,81 1,72 0,57 0,25 0,11 0,10
7 7,16 1,88 0,71 0,26 0,12 0,12
8 7,53 2,06 0,86 0,27 0,14 0,14
9 7,92 2,25 1,03 0,28 0,16 0,16
10 8,35 2,47 1,22 0,30 0,18 0,17
11 8,80 2,71 1,44 0,31 0,19 0,19
12 9,28 2,97 1,69 0,32 0,21 0,21
13 9,81 3,26 1,97 0,33 0,23 0,23
14 10,37 3,59 2,29 0,35 0,25 0,24
3.80ª ENGENHARIA DE FUNDAÇÕES D. Berberian

 Nc Nq Ny Nq/Nc Tan  sem 


15 10,98 3,94 2,65 0,36 0,27 0,26
16 11,63 4,34 3,06 0,37 0,29 0,28
17 12,34 4,77 3,53 0,39 0,31 0,29
18 13,10 5,26 4,07 0,40 0,32 0,31
19 13,93 5,80 4,68 0,42 0,34 0,32
20 14,83 6,40 5,39 0,43 0,36 0,34
21 15,82 7,07 6,20 0,45 0,38 0,36
22 16,88 7,82 7,13 0,46 0,40 0,37
23 18,05 8,66 8,20 0,48 0,42 0,39
24 19,32 9,60 9,44 0,50 0,45 0,41
25 20,72 10,66 10,88 0,51 0,47 0,42
26 22,25 11,85 12,54 0,53 0,49 0,44
27 23,94 13,20 14,72 0,55 0,51 0,45
28 25,80 14,72 16,72 0,57 0,53 0,47
29 27,86 16,44 19,34 0,59 0,55 0,48
30 30,14 18,40 22,40 0,61 0,58 0,50
31 32,67 20,63 25,99 0,63 0,60 0,51
32 35,49 23,18 30,22 0,65 0,62 0,53
33 38,64 26,09 35,19 0,68 0,65 0,54
34 42,16 29,44 41,06 0,70 0,67 0,56
35 46,12 33,30 48,03 0,72 0,70 0,57
36 50,59 37,75 56,31 0,75 0,73 0,59
37 55,63 42,92 66,19 0,77 0,75 0,60
38 6135 48,93 78,03 0,80 0,78 0,62
39 67,87 55,96 92,25 0,82 0,81 0,63
40 75,31 64,20 109,41 0,85 0,84 0,64
41 83,86 73,90 130,22 0,88 0,87 0,66
42 93,71 85,38 155,55 0,91 0,90 0,67
43 105,11 99,02 186,54 0,94 0,93 0,68
44 118,37 115,31 224,64 0,97 0,97 0,69
45 133,88 134,88 271,76 1,01 1,00 0,71
46 152,10 158,51 330,35 1,04 1,04 0,72
47 173,64 187,21 403,67 1,08 1,07 0,73
48 199,26 222,31 496,01 1,12 1,11 0,74
49 229,93 265,51 613,16 1,15 1,15 0,75
50 266,89 319,07 762,89 1,20 1,19 0,77
Cap. 3 Sapatas . 3.81A

Tab. 3.10.6 Fatores de capacidade de carga – Vésic - cont.


Ângulo de Índice Crítico de Rigidez para:
Fundações contínuas
atrito Interno Fundações quadrada Fundações
B/L = 0
 Circulares
(L>5B)
B/L = 1
(1) (2) (3)
0 8,6 13,6
1 9,1 14,4
2 9,6 15,2
3 10,1 16,2
4 10,6 17,2
5 11,2 18,3
6 181, 159,
7 125, 208,
8 13,3 22,3
9 14,1 23,8
10 14,9 25,5
11 15,9 27,4
12 16,9 29,4
13 18,0 31,7
14 19,2 34,1
15 20,5 36,9
16 22,0 39,9
17 23,5 43,2
18 25,3 46,9
19 27,2 51,1
20 29,3 55,7
21 31,6 60,8
22 34,2 66,6
23 37,1 73,2
24 40,3 80,5
25 43,8 88,8
26 47,8 98,3
27 52,3 109,1
28 57,4 121,4
29 63,1 135,5
30 69 ,6 151,8
31 77 ,0 170,6
32 85 ,5 192,5
33 95 ,2 218,0
34 106 ,4 248,0
35 119 ,3 283,2
36 134 ,3 324,9
37 151 ,9 374,5
38 172 ,5 433,9
39 196,8 505,4
3.82ª ENGENHARIA DE FUNDAÇÕES D. Berberian

Tab. 3.10.7 . Índices Críticos de Rigidez – IRC . Vésic


 B/L = 1 B/L = 0
40 225,6 592,1
41 260,0 697,9
42 301,3 827,8
43 351,2 988,6
44 412,0 1.189,4
45 486,6 1.442,0
46 578,7 1.762,8
47 693,7 2.174,1
48 838,3 2.707,1
49 1.022, 0 3.405,0
50 1.257,9 4.330,0

IRN = Ir = Índice de Rigidez Relativa do solo Se IRN >IRC a ruptura será generalizada

Tab.3.10.8. IRN Índice de Rigidez Relativo


Areas e Siltes Não plásticos
Solo IRN Dr% Tensão qo média
adm Normal Kq/cm2
Areia de 200 80 0,10
Chattahoochee 118 80 1,00
Vésic e Clough 52 80 10,00
(1968) 12 80 100,00
140 20 0,10
85 20 1,00
Areia de Ottawa 265 82 0,05
Roy (1966) 89 21 0,05
Areias Fofas SPT<10 70 - 1,0
Areia compacta SPT> 30 150 - 1,0
Siltes de Piedmont 10 a 30 - 0,70
Vésic (1972)
Siltes Micáceos 10 a 30 - -

Argilas (Não drenadas)


Solo IRN OC W% IP% qo Kg/cm2
Argila Saturada mole SPT=4 100
Argila Saturada rija SPT=15 300
Argila de Weald 100 1 23 25 2,10
Ladany (1969) 10 24 22 25 0,35
Argila de Dramen 270 1 24 19 1,5
260 1 25 19 2,5
230 1 27 19 4,0
Argila de Lagunilas 390 1 65 50 6,5
300 1 65 50 4,0
Cap. 3 Sapatas . 3.83A

Tab. 3.10.9 Índice Crítico de Rigidez Para Fundações Retangulares


0 12.4 11.5 11.3 11.8 10.3 9.9 9.5 9.0 8.0
1 13.1 12.5 12.0 11.4 10.9 10.4 18.6 9.5 9.1
2 13.9 13.3 12.7 12.1 11.5 11.0 10.5 10.0 9.6
3 14.7 14.0 13.4 12.8 12.0 11.8 11.1 10.6 10.1
4 15.6 14.9 14.2 13.5 12.9 12.3 11.7 11.1 10.6
5 16.6 15.8 15.1 14.3 13.6 13.0 12.4 11.8 11.2
6 17.7 16.8 160 15.2 14.5 13.8 13.1 12.5 11.8
7 18.6 17.9 17.0 16.2 15.4 14.6 13.9 13.2 12.5
8 20.1 19.1 18.1 17.2 16.3 15.5 14.7 14.0 13.3
9 21.4 20.3 19.3 18.3 17.4 16.5 15.6 14.8 14.1
10 22.9 21.7 20.6 19.5 18.5 17.5 16.6 15.8 14.9
11 24.6 23.2 22 20.8 19.7 18.7 17.7 16.8 15.9
12 26.3 24.9 23.6 22.3 21.1 19.9 18.9 17.8 16.9
13 28.3 26.7 25.3 23.9 22.6 21.3 20.1 19.0 18.0
14 30.4 28.7 27.1 25.6 24.2 22.8 21.5 20.3 19.2
15 32.8 30.9 29.2 27.5 25.9 24.5 23.1 21.8 20.5
16 35.4 33,3 31.4 29.6 27.9 26.3 24.7 23.3 22.0
17 38.3 36.0 33.9 31.9 30.0 28.2 26.6 25.0 23.5
18 41.5 39.0 36.6 34.4 32.4 30.4 28.6 26.9 25.3
19 45.0 42.3 39.7 37.3 35.0 32.8 30.8 28.9 27.0
20 49.0 45.9 43.1 40.4 37.9 35.5 33.3 31.2 29.3
21 53.4 50.0 46.8 45.9 41.1 38.5 36.0 33.8 31.6
22 58.3 54.6 51.0 47.7 44.7 41.8 39.1 36.6 34.2
23 63.9 59.7 55.7 52.1 48.7 45.5 42.5 39.7 37.1
24 70.1 65.4 61.0 56.9 53.1 49.6 46.2 43.2 40.3
25 72.1 71.9 67.0 62.4 58.1 54.2 50.5 47.0 43.8
26 85.1 79.2 73.7 68.6 63.8 59.4 55.2 51.4 47.8
27 94.2 87.5 81.3 75.6 70.2 65.2 60.6 56.3 52.3
28 104.5 97.0 90.0 83.5 77.4 71.9 66.7 61.9 57.4
29 116.3 107.8 99.8 92.5 85.7 79.4 73.6 68.1 63.1
30 129.9 120.2 111.1 102.8 95.1 88.0 81.4 75.3 69.6
31 114.5 134.4 124.1 114.7 105.9 97.8 90.3 83.4 77.0
32 163.7 150.9 .139.1 128.3 118.3 109.1 100.6 92.7 85.5
33 184.7 170.0 156.5 144.1 137.6 122.1 112.4 103.4 95.2
34 209.3 192.4 176.7 162.4 149.2 137.1 126.0 115.8 106.4
35 238.2 218.5 200.4 183.8 168.6 154.6 141.8 130.1 119.3
36 272.3 249.3 228.2 208.9 191.2 175.1 166.3 146.7 134.3
37 312.7 285.7 261.0 238.5 217.9 199.1 181.9 166.2 151.9
38 360.8 329.0 300.0 273.6 249.5 227.5 207.4 189.1 172.5
39 418.5 380.9 346.6 315.4 287.0 261.1 237.6 216.2 196.8
40 488.2 443.3 402.5 365.5 331.9 301.3 273.6 248.4 225.6
41 572.8 519.0 470.2 426.0 385.9 349.6 316.7 287.0 260.0
42 676.3 611.3 552.5 499.4 451.4 408.0 368.8 333.3 301.3
43 853.0 724.8 653.5 589.3 531.3 479.1 432.0 389.5 251.2
44 962.1 865.3 778.3 700.0 629.0 568.3 509.3 458.1 412.0
45 1.160.4 1.040.9 933.7 837.6 751.4 674.0 604.6 542.4 486.6
46 1.410.8 1.202.1 1.129.0 1.010.0 903.8 803.3 723.1 646.9 578.7
47 1.730.1 1.543.3 1.376.7 1.228.1 1.095.5 977.2 871.7 777.6 693.7
48 2.141.3 1.904.5 1.693.8 1.506.4 1.339.8 1.191.6 1.059.8 942.5 838.3
49 6.676.8 2.373.3 2.104.2 1.865.0 1.654.0 1.466.4 1.300.2 1.152.7 1.022.0
50 3.362.3 2.988.8 2.641.2 2.334.0 2.062.6 1.822.7 1.610.7 1.423.4 1.257
3.84ª ENGENHARIA DE FUNDAÇÕES D. Berberian

Fig. 3.10.10 Fatores de Compressibilidade


Cap. 3 Sapatas . 3.85A

Exemplo 3.4 Capacidade de Carga de Sapatas – Vésic

Determinar a capacidade de carga admissível da sapata dada abaixo, com


largura = 2,80m e comprimento = 4,0m. A sapata está assente a 2,8m de profundidade
sobre uma espessa camada de areia pouco siltosa, média, amarela com peso
específico natural (saturado)  = 1,43 t/m³. Sabe-se que o lençol freático encontra-se a
2,20m de profundidade.
As sondagens acusaram uma camada de aterro arenoso até uma
profundidade de 1,20m com peso especifico natural n = 1,2t/m³. Ensaios trixais
drenados realizado sobre amostras colhidas dentro da zona de plastificação
(areia siltosa) mostraram que a coesão drenada cd = 0,02t/m² e o ângulo de atrito
interno da areia (ϕ) varia com a tensão normal média (qsr) de acordo com a
seguinte lei:
ϕ = ϕ1 – (4,8) log (qsr / q1) no qual
ϕ1 = 34º e q1 = 1 kg/cm²

O módulo de deformação drenado, varia segundo:

q zp
E d  E1 no qual
q1

E = 280 kg/cm² para q1 = 1 kg/cm²

Resolução

1. Cálculo de sobrecarga

q0 = 1,20 . 1,2 + 1 . 1,43 + 0,6 . 0,43


q0 = 3,13 t/m³

2. Cálculo da tensão geostático no plano médio da zona de plastificação

q0m = q0 + ½ b . γP
q0m = 3,13 + ½ 2,8 . 0,43  q0m = 3,73 t/m²

3. Primeira adoção de ϕ

ϕ = ϕ a = 31°

4. Obtenção dos novos fatores de capacidade de carga


Nc = 32,67
Com ϕ = 31° Tab. 3.9.5 Nq = 20,63
Nr = 25,99
Nq / Nc = 0,63 tan ϕ = 0,60 sen ϕ = 0,51
3.86ª ENGENHARIA DE FUNDAÇÕES D. Berberian

5. Determinação dos novos valores de correção

Zcf = 1 + 0,70 . 0,63 = Zcf = 1,44


Zqf = 1 + 0,70 . 0,60 = Zqf = 1,42
Zϭf = 1 - 0,40 . 0,51 = Zϭf = 0,796

6. Obtenção do novo valor da tensão de ruptura qr

qr = 0,02 . 32,67 . 1,44 + 3,13 . 20,63 . 1,42 + ½ x 2,80 . 0,43 . 25,99 . 0,72
qr = 0,94 + 91,69 + 11,27
qr = 103,9 t/m²

7. Cálculo da tensão normal média, ao longo da sup. de ruptura

qsr = ¼ (103,9 + 3,13 . 3) (1 - 0,51)


qsr = 13,87 t/m²

8. Verificação do valor adotado para o ângulo de atrito (ϕa)

ϕ = 34 – (4,8) log 13,74 / 10


ϕ = 33,31º
ϕ – ϕa = 33,31 – 31 = 2,31 > 1, não passa:

9. Adota-se novo valor para ϕa

ϕ = ϕa = 33°

10. Obtenção dos novos fatores de capacidade de carga


Nc = 38,64
Com ϕ = 33° Tab. 3.9.5 Nq = 26,09
Nr = 35,19
Nq / Nc = 0,68 tan ϕ = 0,65 sen ϕ = 0,54

11. Determinação dos novos valores de correção da forma

Zcf = 1 + 0,70 . 0,68 = Zcf = 1,476


Zqf = 1 + 0,70 . 0,65 = Zqf = 1,455
Zϭf = 1 - 0,40 . 0,51 = Zϭf = 0,784

12. Obtenção do novo valor qr

qr = 0,02 . 38,64 . 1,47 + 3 . 26,09 . 1,45 + ½ . 35,19 . 0,72


qr = 1,14 + 113,49 + 12,67
qr = 127,30 t/m²

13. Cálculo da nova tensão média normal

qsr = ¼ (135,21 + 3,13 . 3) (1 - 0,54)


qsr = 16,63 t/m²

14. Verificação do novo valor adotado para ϕ:


Cap. 3 Sapatas . 3.87A

ϕ = 34 – (4,8) log 15,97 / 10


ϕ = 32,94º ϕ – ϕa = 32,94 – 33 = 0,06 < 1.
Logo o valor ϕ está bom e será considerado como final.

15. Cálculo do coeficiente de empuxo no repouso

K0 = 1 – sem ϕ
ϕ = 33°
K0 = 1 – 1,2 . 0,54 = 0,352

16. Cálculo da tensão média normal, na zona de plastificação

qzp = 1 + 2 Ka / 3 . qom
qzp = 1 + 2 x 0,352 / 3 x 3,73
qzp = 2,12 t/m²

17. Cálculo do Índice de Rigidez Crítico.

IRC = ½ e (3.3-0,45.0,7) cot (45/2 – 33/2)


IRC = 122

18. Obtenção do Módulo de Elasticidade

q zp 2,12
E  E1 E  2800 E= 1301,32 t/m²
1 10

19. Cálculo do coeficiente de Poisson

μ = K0 / 1 + K0 = 0,46 / 1 + 0,46 = μ=0,315

20. Cálculo do Índice de Rigidez Natural

IR.NAT = Ed / 2 (1 + μ) (c + qcm tan ϕ) = 202,59

21. Considerando-se que a sapata é superficial, (DF = 2,05) a hipótese simplificadora


de Terzaghi, é atendida. Logo:

Zcd = Zqd = Zrd = 1,0

22. Análise da variação volumétrica da amostra

Não tendo sido observado variações volumétricas da amostra durante a realização


dos ensaios triaxiais, toma-se
Δ v = 0, logo o fator Zv = 1,0 , portanto
IRR = IRN = 200,71
3.88ª ENGENHARIA DE FUNDAÇÕES D. Berberian

23. Análise do modo de ruptura

IRR – IEC
200,71 – 122,06 = 78,65 > 0, logo:

Areia siltosa é incompressível, gerando uma ruptura do modo generalizada.


Desta forma, a hipótese simplificadora de Terzaghi, quanto ao modo ruptura, também foi
atendida, consequentemente.

Zcc = Zqc = Zrc = 1,0


Mantem-se qr = 135,21 t / m² = 13,52 kg / cm²

24. Cálculo capacidade de carga admissível do solo

qa = qr / 3, portanto qa = 13,52 / 3 = 4,50 kg / cm²

25. Carga admissível da sapata

P = 45 . 2,8 . 4 = 504,78 ton.

ex: 3.5 Capacidade de Carga de Sapatas. Teoria de Vésic


Calcular a capacidade de carga admissível de uma sapata de 2,00 x 4,40m,
implantada a 3,00 m de profundidade sobre uma camada uniforme de areia argilosa,
fina, vermelha com peso específico natural saturado de 1,60 t/m³. O lençol freático
encontrado a 2,0 m de profundidade. As sondagens acusaram a existência de uma
camada de aterro argiloso de 80,0 cm de espessura com peso específico natural de
1,60 t/m³. Ensaios triaxiais drenados realizados na camada de areia argilosa indicaram
uma coesão drenada de 0,10 t/m² e uma variação do ângulo de atrito interno zero com
a tensão normal média dada por:

q sr
ϕ = ϕ1 + (4,0) x log ( ); onde:
1
ϕ1 – 28 e = 1,0 kg / cm²

O módulo de elasticidade drenado varia com a seguinte lei:


q sr
E = E1 ;
1
Para op qual E1 = 180 kg / cm², para σ = 1,0 kg/cm²
Cap. 3 Sapatas . 3.89A

qr = C.Nc.Zcf.Zcd.Zcc + q.Nq.Zqf.Zqd.Zqc + 0,5.Bf.γ. NγZ γf . z γd . zγc

1. Cálculo da Sobrecarga:

q0 = 0,80 . 1,60 + 1,20 . 1,60 + 1,0 . 0,60


q0 = 3,80 t/m²

2. Cálculo das Tensões Geostáticas no Plano Médio da Zona de Plastificação:

q0m = 3,80 + 0,50 . 2,20 . 0,60


q0m = 4,46 t/m²

3. Primeira adoção de:


ϕ = ϕq = 26

4. Obtenção dos Fatores de Capacidade de Carga:


Com ϕ = 26° Nc = 25,25
Tab. 3.14  Nq = 11,85
N = 12,54
Nq / Nc = 0,53 Tan ϕ = 0,49 Sem ϕ = 0,44 B/L = 0,50

5. Cálculo dos Fatores de Forma:


Zcf = 1 + 0,50 . 0,53 = 1,26
Zqf = 1 + 0,50 . 0,49 = 1,24
Zγf = 1 – 0,40 . 0,50 = 0,80

6. Determinação Aproximada de qr (1º Determinação)

qr = 0,10 . 22,25 . 1,26 + 3,80 . 11,85 . 1,24 + 0,5 . 2,20 . 0,60 . 12,54 . 0,80
qr = 65,26 t/m²
3.90ª ENGENHARIA DE FUNDAÇÕES D. Berberian

7. Cálculo da Tensão Normal Média, ao Longo da Superfície de Ruptura:


qsr = ¼ x (qr + 3 x) . (1 – sen ϕ)
qsr = ¼ x (65,26 + 3 x 3,80) x (1 – 0,44)
qsr = 10,73 t /m²

Obtenção do Novo Valor de qr:

qr = 0,10 . 23,94 . 1,27 + 3,80 . 13,20 . 1,25 + 0,5 . 2,20 . 0,60 . 14,47 . 0,80
qr = 73,51 t/m²

Cálculo da Nova Tensão Média Normal:

qsr = ¼ . (73,51 + 3 . 3,80) (1 – 0,45)


qsr = 73,51 t/m²

8. Verificação do Valor de Adotado:

ϕ = 28 – 4,0 . Log (10,73 / 10)


ϕ = 27,87°
ϕ – ϕq = 27,87° - 26° = 1,87°
1,87 1,0 NÃO!!!!
Não satisfeita a condição adota-se um valor intermediário para ϕ e
volta-se para o passo n° 3.

9. Adota-se Novo Valor de ϕ:


ϕ = ϕa = 27°

10. Obtenção dos Novos Fatores de Capacidade de Carga:

Com ϕ = 27° Nc = 23,94


Tab. 3.14  Nq = 13,20
Nγ = 14,47
Nq / Nc = 0,55 Tan ϕ = 0,51 Sem ϕ = 0,45

11. Determinação dos Novos Fatores de Correção de Forma:


Zcf = 1 + 0,50 . 0,55 = 1,27
Zqf = 1 + 0,50 . 0,51 = 1,25
Zγf = 1 – 0,40 . 0,50 = 0,80

17. Cálculo do Índice de Rigidez Crítico


(3,3 – 0,45 . 0,50) x cotg (45 – 27/2)
IRC = ½ x e
IRC = 75,55

18 . Cálculo do Módulo de Elasticidade:


E = 1800 3.12 / 10
E = 1005,42 t/m²
Cap. 3 Sapatas . 3.91A

19. Cálculo do Coeficiente de Poisson:

μ = 0,55 / 1 + 0,55
μ = 0,355

20. Cálculo do Índice de Rigidez Natural:

IRN = 1005,42 / 2 . (1 + 0,355) . (0,10 + 4,46 . 0,51)


IRN = 156,24

21. Análise da Variação Volumétrica da Amostra:

V = 0, Logo o fator Zv = 1,0

22. Análise do Modo de Ruptura:

IRR – IRC = 156,24 – 75,55 = 80,69 > 0, Logo:

A areia Argilosa é incompressível, gerando uma ruptura GENERALIZADA.

23. Cálculo do Fator de Profundidade:

Obs.: Considerando-se que a sapata é superficial.

Zcd = Zqd =Zγd = 1,0

24. Cálculo da Capacidade de Carga Admissível do Solo:

qa = 73,51 / 3
qa = 24,50 t/m²

25. Carga Admissível da Sapata.

P = 24,50 . 2,20 x 4,40


P = 237,16 t

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