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PATOLOGIA E REFORÇO

ALVENARIA ESTRUTURAL
DE FUNDAÇÕES

Emil de Souza Sánchez filho


D. Sc.
1
NOTAS INICIAIS
Como regra geral as patologias das fundações são as
de maiores custos globais para serem recuperadas.
A repercussão social é maior, porque por vezes
torna-se necessário a desocupação da edificação a
ser recuperada.
As principais causas das patologias em fundações
são:
Causas intrínsecas
Erro de projeto.
Erro de execução.
Causas extrínsecas
Variações nas hipóteses de projeto.
Variações nas condições locais.
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RECALQUES DIFERENCIAL
O recalque diferencial expressa o deslocamento
desigual entre as fundações.
São várias as causas do recalque diferencial.

3
RECALQUES DIFERENCIAL
A sapata mais carregada solicitará intensamente a
camada compressível do solo, e a menos carregada
transmitirá menor força a essa camada, ocorrendo um
recalque diferencial entre as duas sapatas.

Valor admissível
para o recalque:
varia entre L/500
e L/1000, sendo
L a distância
intereixo das
sapatas.

4
RECALQUES DIFERENCIAL

5
RECALQUES DIFERENCIAL
Neste caso as sapatas estão assentadas sobre um camada
de solo muito compressível, sendo esse solo carregado por
uma camada de aterro. O aterro, em geral, tem um peso
específico que varia entre 15 kN/ m3 e 18 kN/ m3, donde para
1,00 m de espessura de aterro tem-se uma pressão no solo
compressível variando entre 1,5 MPa e 1,8 MPa.

A influência da
pressão do aterro
compressível atinge
grande magnitude,
pois é função da
largura do mesmo.
Região submetida à
pressão do aterro. 6
RECALQUES DIFERENCIAL
Neste caso as sapatas estão assentadas sobre um
camada de solo com boa resistência, sendo esse solo
carregado por uma camada de aterro nas duas laterais da
construção. As considerações do caso anterior são
válidas, e os recalques ocorrem dos dois lados da obra.

As regiões 1 e 2
estão submetidas à
pressões diferentes,
que são funções das
dimensões do aterro
em planta.
1 2

7
RECALQUES DIFERENCIAL
A camada de aterro tem espessura
variável e está assentada sobre solo
de boa qualidade, originando um
adensamento desigual e um
Aterro
recalque diferencial nas fundações
da construção.

As sapatas ou radiers
assentados sobre seções de
corte e aterro levam a
ocorrência de fissuras na
Corte alvenaria devido ao recalque
Aterro
diferencial das fundações.
8
RECALQUES DIFERENCIAL
SATURAÇÃO DO SOLO
Carazinho –RS
A saturação de um dos
lados do solo gerou o
recalque diferencial
entre as sapatas de
fundação assentadas em
solo poroso colapsível.
Fundações diretas sobre solo
poroso saturado pela
concentração do fluxo de
águas pluviais que gerou
recalques significativos nas
sapatas.
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RECALQUES DIFERENCIAL
REBAIXAMENTO DO LENÇOL D’ÁGUA
O rebaixamento do lençol d’água muda a constituição
interna do solo, aumentam-se os vazios, e o processo de
transmissão das pressões internas é modificado.
As pressões intersticiais diminuem, e as pressões entre
as partículas sólidas aumentam; a diminuição de volume
do solo leva ao recalque diferencial.

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RECALQUES DIFERENCIAL
REBAIXAMENTO DO LENÇOL D’ÁGUA
Os solos granulares medianamente compactos ou
compactos somente são afetados se houver
carreamento de partículas e perda de material.
As alterações de tensões usualmente geradas não
causam recalques significativos, pois esse materiais
têm rigidez mais elevada do que os solos argilosos.
Os solos argilosos têm maior compressibilidade do
que as areias, donde esse tipo de patologia é mais
significativo; em argilas de baixa permeabilidade o
adensamento gerado pelo rebaixamento do lençol
ocorre ao longo do tempo.
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RECALQUES DIFERENCIAL
45 o

45 o 45 o

Fissuras
verticais 45 o

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RECALQUES DIFERENCIAL
O estudo inadequado das fundações diretas de
edifícios de pequeno porte leva a recalques nas
fundações.
Para estacas essas fissuras também ocorrem se houver
falha no projeto ou na execução do estaqueamento.
Como uma regra simples
para determinar as posições
dos recalques tem-se que
esses ocorrem abaixo da
“BARRACA” formada pelas
fissuras inclinadas.

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RECALQUES DIFERENCIAL
RECALQUES EM MUROS
“BARRACA” formada pelas fissuras inclinadas
indicando que o pilar teve um recalque
diferencial.

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RECALQUES DIFERENCIAL
PÓRTICOS DE CONCRETO ARMADO
As fissuras ocorrem devido à distorção excessiva da
estrutura, que ocasiona uma deformação específica de
tração nas paredes, cujo intervalo de variação é:
0 ,0 5  1 0 -3  ε 1  0 ,1 0  1 0 -3 que corresponde a Δ o  0,1 a 0,2  10 - 3
Lo
As fissuras na alvenaria se tornam visíveis quando:
Δo
 2 a 3  10 - 3
Lo
Para as fissuras nas vigas com aberturas superiores
a 0,3 mm deve-se reforçar as fundações.
As vigas redistribuem as solicitações adicionais se
os recalques diferenciais atenderem a: Δ  0,04 L  10 - 3
L h
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RESISTÊNCIA DAS ESTACAS
BULBO DE TENSÕES
A ação da estaca isolada é menos relevante do que a
ação do conjunto de três estacas, principalmente
quando as estacas são pouco espaçadas.

O bulbo de tensões é
determinado pela Teoria
da Elasticidade.

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RESISTÊNCIA DAS ESTACAS
BULBO DE TENSÕES
A pressão exercida sobre a camada de argila pode gerar
um recalque considerável se a argila não estiver
consolidada.

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RESISTÊNCIA DAS ESTACAS

RECALQUES
O recalque é o critério limitante de projeto para grupos
de estacas, em areias ou argilas.
A seguinte desigualdade deve ser atendida:
δgrupo ≤ δadm

O recalque do grupo de estacas é calculado por meio


do modelo da sapata equivalente, que somente é válido
para estacas verticais.

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RECALQUES DIFERENCIAL
DIFERENTES TIPOS DE FUNDAÇÕES
A adoção de tipos estruturais
diferentes para as fundações
leva a recalques diferenciais
Fissura vertical entre as estruturas assentes
sobre esses sistemas.

Na junção entre a parte da


estrutura apoiada sobe
Recalque estacas e a parte apoiada
diferencial
sobre sapatas surgem
fissuras verticais, com
aberturas maiores no topo da
edificação. 19
RECALQUES DIFERENCIAL
JUNTA DE DILATAÇÃO INADEQUADA
As cargas nos pilares são diferentes, daí um maior
recalque no pilar de maior carga, e como uma das partes
da estrutura tem menor rigidez, surgirão fissuras nessa
parte proveniente do recalque diferencial no bloco único
para os dois pilares.

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FALHA EXECUTIVA
COMPRIMENTO INSUFICIENTE DAS
ESTACAS
As fissuras surgiram durante a construção e aumentam
continuamente mesmo ao longo da obra, devido ao
aumento das cargas aplicadas.

A solução é cravar novas estacas e injetar o solo com


resinas para aumentar a sua capacidade resistente.

Se possível deve ser realizada uma monitoração das


estacas.

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FALHA EXECUTIVA
COMPRIMENTO INSUFICIENTE DAS
ESTACAS
Causas:
As fissuras
passavam,
em geral, pelos
1) sondagem realizada
cantos
das janelas e
num só ponto;
portas.
Valão
2) estimativa errada do
comprimento das
Solo mole estacas pré-moldadas;

Única
3) não houve controle
sondagem
geotécnica
Solo adequado da cravação.
resistente Recalques

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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Sapata
O mau desempenho ou o acréscimo de solicitações requerem o
reforço das sapatas, que pode ser à flexão, à força cortante ou punção,
sendo realizado com o aumento da seção da sapata.
Reforço à punção
com barras
passantes no pilar
para melhorar a
fixação do
concreto
acrescido.

Pinos de aço para fixar o concreto


acrescido à sapata; deve-se usar epóxi
para fixação.
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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Sapata
O acréscimo de solicitações ou devido à
tensão transmitida ao solo ser superior à
tensão admissível, gerando recalques, por
vezes requerem o aumento da área da sapata,
então deve-se ampliar a sua base e a altura.

Quando do aumento da base, após a


quebra das bordas da sapata, deixam-se
exposta as barras da armadura (tirante),
que devem ser prolongadas e emendadas
às novas barras. As emendas podem ser
por solda ou luvas. Acrescentar pinos de
aço para gerar aderência entre o concreto
novo e o concreto existente. 24
REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Sapata
Quando não for possível o aumento da base da sapata (o solo
não resiste as tensões transmitidas), o aumento da capacidade
de carga deve ser obtido por meio de estacas, e a sapata passa
a funcionar como um bloco de coroamento.
Nesse reforço algumas barras da sapata existente serão
cortadas, então é necessário tomar algumas precauções para o
alívio de cargas durante a execução do reforço.
As estacas devem ser: estaca raiz, microestaca, presso estaca.
Acrescentar pinos
de aço para gerar
aderência entre o
concreto novo e o
concreto
25
existente.
REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Sapata
Outra solução com o uso de estacas é fixá-las a um bloco acima
da sapata existente.
Desse modo não é necessário fixar o concreto novo ao existente
por meio de pinos de aço.

Nesse reforço algumas


barras da sapata existente
serão cortadas, então é
necessário tomar
precauções para o alívio
de cargas durante a
execução do reforço.

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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Sapata
Uma solução pouco usual e trabalhosa, é a execução de
consoles curtos fixados diretamente ao pilar para resistir
somente ao acréscimo de força axial.
Deve ser analisado minuciosamente o comportamento
das estacas, pois o recalque das mesmas não deve
permitir transmissão de carga para a sapata existente.

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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Sapata
O reforço pode ser executado modificando-se o sistema de
fundação de sapatas isoladas para uma parede de concreto
armado contínua que liga os pilares, aumentando a rigidez da
fundação e a base de apoio no solo.
Desse modo tem-se um sistema de viga contínua com grande
altura apoiada no solo, que modifica a transferência de carga
para o terreno.

1= sapata isolada;
2= parede de concreto;
3= armaduras;
4= base alargada.

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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Sapata
O reforço pode ser executado modificando-se o sistema de
fundação de vigas contínuas para uma laje de concreto armado
aumentando a base de apoio no solo.
Executam-se lajes contínuas
apoiadas no solo e fixadas às
vigas contínuas, que modificam a
transferência de carga para o
terreno.
As lajes são executadas em
trechos de 3 m a 4 m, com
armaduras de conexão passando
por dentro das bases das sapatas.
3= armaduras; 5= fundação em viga contínua; 6= aberturas nas
vigas contínuas ; 7= laje; 8= conexão da laje.
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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Bloco de coroamento de estacas
Encamisamento do bloco devido ao acréscimo de solicitações
ou do mau desempenho (erro de projeto, qualidade dos
materiais, má execução).
Sendo um bloco de pequenas dimensões, e como não há
acréscimo de estacas, basta envolver o bloco com paredes de
concreto (“camisas”) no seu perímetro, inclusive a sua base e
topo.

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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Bloco de coroamento de estacas
Encamisamento do bloco devido ao acréscimo de solicitações ou
do mau desempenho (erro de projeto, qualidade dos materiais, má
execução).
Sendo um bloco de pequenas dimensões e com acréscimo de
estacas, o bloco é envolvido por paredes de concreto (“camisas”)
no seu perímetro, inclusive a sua base e topo, porém, deve-se
considerar no dimensionamento que algumas paredes transmitem
parte da força do pilar para as estacas acrescidas.

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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Bloco de coroamento de estacas
O reforço de blocos com grandes dimensões, em geral, é
executado com acréscimo de seção de concreto no perímetro
e no topo.
Se houver acréscimo de estacas deve ser adicionada
armadura inferior, cuja conexão às amaduras existentes se
efetiva por solda ou luva.

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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Reforço devido à RAA
A Reação Álcali-Agregado (RAA), ocorre entre os álcalis
ativos presentes na composição do cimento e alguns
minerais reagentes, presentes em certos tipos de rochas que,
em condições especificas e na presença de umidade
provocam a deterioração do concreto pela ação de uma
reação química expansiva.
A fissuração no concreto é proveniente, geralmente, da
formação de um gel expansivo com intensidade que depende
da interação entre o teor de álcalis solúveis, a natureza, a
dimensão e o teor do agregado reativo, associado às
condições de umidade e as variações na temperatura do
concreto.
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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Bloco de coroamento e Sapata
Trincas com grandes aberturas devido à RAA.

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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Bloco de coroamento de estacas
Injeção com resina epóxi para reestabelecer a integridade
do concreto, e desse modo permitir a execução do reforço
da fundação.

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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Bloco de coroamento de estacas
O reforço é executado considerando-se as deformações
específicas (expansão) no concreto devido à RAA, então se
executa um anel de confinamento, às vezes com protensão, e um
encamisamento de concreto armado no elemento de fundação.

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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Bloco de coroamento de estacas

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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Estaca Mega
As estacas de concreto podem ter o seu miolo oco ou
preenchido com concreto e aço no caso de grandes
comprimentos de estaca em solos de baixa resistência.
Para capacidades maiores ou quando há solicitações
horizontais significativas, é recomendado o emprego de
perfis tubulares de aço estrutural, rosqueados em torno
de alta precisão em segmentos de 1 m.

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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Vantagens da estaca Mega
Possibilidade de substituição das fundações existentes
sem interromper o uso da edificação, com o acréscimo da
capacidade de carga das fundações existentes.

Execução em locais pequenos e


de difícil acesso a pessoas e
equipamentos.
A reação de cravação é obtida
contra as fundações existentes,
monitorada por equipamento de
precisão, ajustado a um
manômetro de controle de
pressão. 39
REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Vantagens da estaca Mega
Modificação parcial de fundações existentes em virtude
de uma eventual deficiência localizada (recalques
diferenciais).
Isenção de vibrações durante a cravação, reduzindo os
riscos de instabilidade devido à precariedade das
fundações existentes.
Aumento imediato da segurança da obra após a
cravação sucessiva de cada estaca Mega.
Limpeza da obra durante a execução, sem adição de
água ou formação de lama.
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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Estaca Mega
As estacas Mega de concreto armado no diâmetro têm
capacidade de carga limitada a 500 kN.
As estacas Mega metálicas ficam sem limitação
específica, senão à característica do perfil de aço
adotado.
Colocar a
Pré-carga com escora
macacos metálica e
hidráulicos. retirar os
macacos.

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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Estaca Mega
Após ser atingida a reação máxima permitida, por baixo
das fundações existentes é colocado um cabeçote de
concreto armado medindo 40 cm x 30 cm x 25 cm,
ajustado aos elementos de fundação existentes por meio
de cunhas de concreto simples, de modo a permitir que a
estaca nova entre em carga imediatamente após a retirada
do macaco hidráulico.

Executar o cobrimento da
escora metálica e a ligação
de concreto armado entre a
sapata e a estaca.
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REFORÇO DE FUNDAÇÕES

Estaca Mega
O macaco hidráulico pode ser colocado sobre as sapata
existente; trata-se de uma alternativa quando as demais formas
de recalce são antieconômicas.
As estacas são cravadas em pequenos trechos e solidarizadas à
sapata por meio de argamassas cimentícias, tão logo a cota de
fundação seja atingida.
Desse modo cada estaca é testada quando da sua instalação.

A sapata deve estar em boas


condições estruturais e deve resistir
a carga imposta pelo macaco
hidráulico durante a cravação.
43
REFORÇO DE FUNDAÇÕES

Estaca Mega
Quando as fundações corridas são acessíveis
apenas por um lado o recalçamento se
complica devido às dificuldades executivas
(câmara de trabalho), praticamente impondo o
reforço por meio de estacas Mega.
Considerar se o peso disponível é suficiente
para mobilizar a força de cravação, e se essa
força é maior do que a carga de serviço
prevista para a estaca.

Após atingir a profundidade desejada ou a capacidade de carga


projetada, é introduzida a armadura e o núcleo da estaca é
preenchido com concreto, de modo a solidarizar o conjunto de
elementos que formam a estaca.
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REFORÇO DE FUNDAÇÕES

Estaca Mega

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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Microestacas
Execução de microestacas
para reforço de fundações de
Shopping Center.

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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Microestaca
Microestaca atravessando a fundação a ser reforçada:
deve-se garantir o comprimento da ligação e as tensões
de tangenciais entre os elementos e a fundação
existente considerando-se as cargas transmitidas às
estacas.

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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Microestaca

Acréscimo de anéis metálicos no


topo da camisa de aço da estaca
para aumentar a aderência

Tipo de aço (microestaca) Tensão de aderência


na ruptura f bd
Barras de aderência normal 0,3 f cd
(microestaca com superfície lisa)
Barra de alta aderência (microestaca
com vergalhão com saliências ou 2,25 f ctd
anéis metálicos soldados ) 48
REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Microestaca
Comprimento mínimo de ancoragem: Força na estaca

N Sd
La 
 Destaca f bd

Anéis metálicos para


aumentar a aderência.

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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Microestaca
Recalçamento com Microestaca:
aplicável nos locais onde devem ser
realizadas escavações sob as
fundações.

Nesse tipo de reforço são executadas


vigas de calçamento para ligar as
microestacas ao elemento resistente
da estrutura.

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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Microestaca
Em geral são fixadas chapas metálicas no topo das
microestacas para garantir a efetividade da transmissão
da carga entre os blocos/vigas de calçamento para
esses elementos.
A força resistente na chapa deve ser superior à força
atuante na estaca: espessura
FRd   Destaca echapa f yd
Na verificação da aderência devem ser consideradas as
parcelas devidas em conjunto à tensão de aderência e a
proveniente da chapa no topo.

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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Microestaca
Armadura transversal (resistir à força cortante) da
viga de calçamento:
Asw VSd θ=30o
asw  
s z f ywd cot 
Espaçamento dos estribos Braço da alavanca (flexão)
Torna-se necessária uma armadura transversal de
suspensão, pois as cargas não atuam no topo da
viga:
 Asw  F
asw suspensão    
suspensão, d

 s  suspensão f yd
Força a ser suspendida: kN/m.
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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Microestaca
A ligação entre a viga de recalçamento e o elemento a ser
escorado é obtida por compressão desses elementos, que
mobiliza o atrito entre as superfícies dos mesmos.

vRdi  cf ctd  n   f yd  sen   cos    0,5 f cd


 f ck 
  0,6 1  
 250  53
REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Microestaca
vRdi= tensão tangencial resistente;
µ= coeficiente de atrito;
c= coesão;
fyd= tensão de escoamento da armadura de ligação (valor
de cálculo);
ρ= taxa geométrica da armadura;
fctd= tensão de tração no concreto (valor de cálculo);
fcd= tensão de compressão no concreto (valor de cálculo);
α= ângulo de inclinação da armadura;
σn<0,6fctd= tensão normal de compressão entre as
superfícies.

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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Microestaca
No recalçamento sob paredes de alvenaria
recomenda-se desprezar o primeiro termo
da equação, pois a parcela devido ao corte
é pequena.
Verificar se a tensão σn não prejudica a
integridade da estrutura existente.

A tensão normal σn é gerada por uma protensão prévia, então


deve-se assegurar que a armadura adicional é suficiente para
resistir às forças de tração obtidas adotando-se um modelo de
bielas e tirantes.
As tensões no nó A devem ser verificadas.
55
REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Microestaca
No recalçamento de paredes de
alvenaria somente por um lado
se tem apenas uma viga para o
recalce, e a ligação pode ser
executada por meio de barras de
aço (ferrolhos) ou perfis  f yd 
Asw  
metálicos que atravessam a  3 
V pl, Rd 
superfície de corte.  MO
Vpl,Rd= força cortante plástica (valor de cálculo); Asw= área da seção de
corte; fyd = tensão de escoamento (valor de cálculo); γMo = coeficiente
de segurança parcial. Considerar γMo=1,0.
Este tipo de reforço deve ser evitado, pois pode gerar excentricidades
nas estacas, daí um flexão composta nas mesmas.
As estacas devem ser em pares para melhor resistir ao momento de
torção no bloco. 56
REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Microestaca

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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Microestaca

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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Estaca Raiz
Pali Radice
Esta técnica de execução de estacas de pequeno
diâmetro surgiu na Itália nos anos 1950 (recuperação
dos edifícios históricos na era pós-guerra), e foi
desenvolvida pela empresa Fondile de Napoli.

Consiste na execução de pares de estacas até a


camada de solo resistente, preenchendo-se a região
entre o furo e a alvenaria com argamassa cimentícia
de alta resistência.
Essas microestacas têm barras de aço no seu
interior.

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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Estaca Raiz
Pali Radice Reticulada
A grande vantagem dessa técnica é sua
quase imediata resposta a qualquer
movimento da estrutura, que faz com que
as estacas entrem em carga e reduzam o
recalque.
O seu custo é elevado, mas é
recomendável para edifícios de grande
valor patrimonial.
Nessa solução as estacas têm função de elemento de fundação e
funcionam como tratamento de reforço do solo, principalmente
na homogeneização do solo em situações de assentamentos
diferencias.
60
REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Estaca Raiz
Reforço de fundações executadas em estacas Franki
adotando-se estacas raiz.
Executa-se um “encamisamento” de concreto armado
no bloco.

61
REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Estaca Raiz
Reforço de fundação por meio de quatro estacas raiz,
inicialmente executada com uma estaca Franki.

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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Jet grouting
Execução injeção de calda
de cimento portland (jet
grouting).
Essa técnica é direcionada
apenas para solos soltos ou
moles, com finalidade de
estabilizá-los.
Utiliza jatos de alta pressão
(1 a 7 MPa ) que fraturam e
escavam ao mesmo tempo
em que se mistura ao solo.

63
REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Jet grouting
A viscosidade é definida como a resistência que um fluido
oferece ao seu próprio movimento.
Quanto menor for a viscosidade, maior será a sua
capacidade de fluir.
Unidade no SI Pa.s; no sistema CGS exprime-se em Poise
(símbolo P), sendo 1 Poise = 1 dina.s/cm2.
Em geral se usa 1 cP=100 P; nos textos aparece a grafia
cps.
Viscosidade da água= 1 cP.

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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Jet grouting
São formadas colunas de solo-cimento pela injeção forçada da
calda de cimento.
Pressão da bomba de injeção= 800 MPa.
Viscosidade da calda de cimento= 3 000 MPa.
Diâmetro do tubo de injeção: varia de 50 mm a 100 mm.
Espaçamento entre os furos de injeção= 1,5 m a 5,0 m.
Grout=10% de cimento portland + 30% de areia siltosa fina +
água (50 l para cada 50 kg de cimento, a/c=1).
A viscosidade do grout não permite a penetração nos poros, daí
sua função é apenas compactar pelos bulbos formados, dando
coesão ao solo.
Os bulbos criam sobrecargas que podem atuar em fundações
limítrofes aos furos de injeção.
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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Injeção de grout químico
A injeção de grout químico é uma técnica de
consolidação e reforço de fundações, com a qual os
poros do solo são preenchidos com um composto
químico.
Substitui a água e o ar presentes entre as partículas do
solo de baixa resistência, por grout utilizando-se baixas
pressões de injeção.

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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Injeção de grout químico
Vantagens
1) acesso a locais restritos, limitados e de difícil acesso,
sem interferir em serviços em execução;
2) bom custo benefício em relação a outros tipos de
reforço e consolidação;
3) independe do tipo de elemento estrutural usado na
fundação.

67
REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Injeção de grout químico
As três formulações básicas no mercado são:
1) grout poliuretano aditivado solo estabilizador (reforço de
fundações);
2) grout éter silícico (consolidação de solos para fundações);
3) grout bentonítico (impermeabilização nos contatos solo-
concreto de paredes de fundação).
Grout poliuretano aditivado solo estabilizador:
1) viscosidade=30 cps;
2) facilmente injetável;
3) bomba de injeção pequena;
4) apresenta resultados após 24 horas;
5) permeia facilmente solos arenosos e solos silte arenosos;
6) é hidrófobo (não necessita de água para formar a cadeia
expansiva). 68
REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Injeção de grout químico
Numa estaca de teste verificou-
se que a resistência de ponta
da estaca foi duplicada.

A injeção, em dois furos


diametralmente opostos no
solo adjacente à estaca,
aumenta em até 10 vezes a sua
capacidade de carga.

69
REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Injeção de grout químico
Em obras de reforço (consolidação
como prevenção para futuros
recalques), em camadas finas de solo
mole em diversas profundidades, faz-se
primeiro um bulbo logo abaixo do
elemento de fundação (sapata, radier ou
lajes apoiadas no solo), no dia seguinte
dá-se continuidade à injeção.
Os bulbos são, em geral, têm cerca de
80 cm de diâmetro para solos uniformes,
formando malhas quadradas de 1,50 m a
.. 6,00 m de lado.
70
REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Injeção de grout químico
Os 4 m de aterro sobre a camada de
5 m turfa para correção do grade de
acesso a uma ponte causariam
elevadas tensões nos tubulões dos
pilares extremos.
Foi executada uma malha de furos
em torno dos dois tubulões com
posterior injeção de grout químico
(solução aquosa sílico-uretano com
calda de cimento bem fluida em dois
estágios).
Resultado: formação de “lajes e
paredes de concreto”; aumento da
71
coesão do solo.
REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Injeção de grout químico

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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Injeção de grout químico
É muita utilizada em solos arenoso de baixa
resistência, na interrupção da permeabilidade em
solos, rocha e maciços de barragens (são usados
grouting de reação ultra-rápida e expansivos).

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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Injeção de grout químico
Sequência de tratamento em solo
com dois estágios num furo
(cravação e injeção), com a injeção
de um polímero de dois
componentes.

Acréscimo da
resistência de
solos arenoso.

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REFORÇO DE FUNDAÇÕES
Injeção de grout químico

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Injeção de grout químico

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Injeção de grout químico

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