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A expansão térmica nas superligas de níquel é menor do que nas ligas ferrosas
austeníticas, e isso é importante do ponto de vista da aplicação em turbinas de jatos, já que
esses componentes são projetados com estreitas tolerâncias dimensionais para operar
adequadamente em serviço, além de um baixo coeficiente de expansão térmica contribuir
para minimizar as tensões térmicas, minimizando assim a ocorrência de empenamento e
fadiga térmica.
Materiais com tais requisitos começaram a ser fabricados em 1930, nos EUA, e se tratavam
de superligas, de níquel, de cobalto e de ferro, porém ao longo dos anos as superligas de
níquel tornaram-se as mais utilizadas. Outros materiais, como ligas de cromo, de outros
metais de mais alto ponto de fusão, e cerâmicos refratários, tem sido estudados como
possíveis alternativas, porém as ligas de níquel prevalecem.
Esses materiais precisam preencher todos os requisitos de resistência à corrosão e ao
amolecimento, causados por condições muito agressivas em altas temperaturas associadas
a esse tipo de aplicação. Além de precisar apresentar boa ductilidade, resistência ao
impacto, à fadiga de alto e de baixo ciclo e à fadiga térmica.
Para as superligas de níquel que contem a fase y’, com o aumento da temperatura
ao inves de ter uma diminuiçao nas propriedade mecanicas como nos aços por exemplo, há
um aumento, da resisitência à tração, dentre outros.
Ao final dos anos 1950 o aumento das temperaturas de serviço das turbinas era
limitado pela capacidade das ligas trabalhadas disponíveis, que, além disso, apresentavam
dificuldades no forjamento. Por este motivo, ligas com composição química que permitem
mais alta resistência mecânica só podem ser fabricadas por fundição (processo
“investimento”, ou seja, por cera perdida). Entre as ligas fundidas mais usadas estão a
713C, a Inconel 100, a B1900, a Udimet 500, a René 77, a René 80 e a Inconel 738. Ou
seja, a resistência mecânica dessas ligas se tornou elevada ao ponto de não poder mais
forja-las.
Os precipitados de fase γ´ geralmente são muito finos e assim só podem ser observados por
microscopia eletrônica, de varredura e de transmissão. Seu formato mais comum é
aproximadamente cúbico, entretanto podem ser encontrados com outras morfologias,
dependendo do ciclo termomecânico ao qual a liga foi submetida. A forma (morfologia) do
precipitado é determinada pela energia superficial da interface γ / γ´ e pela energia elástica
gerada pelo desajuste dos reticulados das mesmas fases, sendo determinada
primordialmente pela deformação do reticulado. Se esta deformação for pequena, a
morfologia que minimizará a energia superfi cial e a energia de deformação por volume será
a esférica. Entretanto, se a deformação do reticulado for consideravelmente grande, a
morfologia dos precipitados não será esférica e sim cúbica [2]. Quando o desajuste de
reticulados é de até 0,02%, os precipitados γ´ são esféricos, no caso de desajuste entre
0,5% e 1,0% estes precipitados são cúbicos, e acima de 1,25% assumem formato de
plaquetas.
Quanto à composição química da fase γ´, esta pode variar com a substituição parcial de
átomos de níquel por átomos de cobalto, e pela substituição dos átomos de alumínio por
átomos de titânio (bastante comum e na proporção de até 50%) e em menor escala por
átomos de nióbio, vanádio e tântalo. Por outro lado, o molibdênio, o cromo e o ferro podem
substituir parcialmente tanto o níquel como o alumínio
14. Em que condições a precipitação de γ’’ ocorre? Como é o efeito endurecedor
de γ’’ em relação a γ’?
Em certas superligas níquel-cromo-ferro, como o Inconel 718, altos teores de nióbio levam à
precipitação da fase γ´´ (Ni3 Nb), semelhante à fase γ´ (Ni3 (Al,Ti)). O efeito endurecedor da
fase y’’ é ainda maior do que o da fase y’.
15. Por que nióbio é adicionado em baixos teores em superligas de níquel? Qual é
a relação com o efeito endurecedor em altas temperaturas?
Quando em teores mais baixos (1-2%), a adição de nióbio aumenta o volume dos
precipitados γ´ e a temperatura de solubilização desta fase, levando seu efeito endurecedor
a temperaturas ainda mais altas.
Os carbetos mais comuns encontrados nas superligas são dos tipos MC, M23C6 , Cr7C3 e
M6C. Elementos como cromo, o titânio, o molibdênio e outros, apresentam grande afinidade
pelo carbono.
18. De que forma a presença dos carbetos melhora a resistência à fluência das
superligas de níquel?
19. Em que teores o boro está presente nas superligas de níquel? Qual é a função
do boro? Onde se localizam os boretos na microestrutura?
20. Quais são as fases TCP? O que caracteriza a ordenação cristalina nestas
fases?
Em ligas em que a composição química não tenha sido bem controlada, podem surgir fases
indesejáveis, que comprometem as propriedades mecânicas, durante tratamento térmico ou
operações em serviço (como soldagem), tais como as fases TCP ( , µ, e Laves). Possuem
morfologia em forma de plaquetas, e são uma fonte preferencial de iniciação de propagação
de trincas, levando à fratura frágil em baixa temperatura, da mesma forma que ocorre em
aços inoxidáveis ferríticos contendo a fase . As fases TCP se constituem pela formaç ão de
camadas compactas de átomos em forma de redes de kagome (textura em “ziguezague” de
cestos) alinhadas com os planos octaédricos da matriz CFCγ (austenita). Estas fases
nocivas geralmente se apresentam como plaquetas finas, que frequentemente se nucleiam
nas partić ulas de carbetos presentes nos contornos de grãos
21. Qual é o efeito mais temido das fases TCP sobre as propriedades das
superligas de níquel? Por que ocorre este efeito?
Seu efeito mais nocivo é em altas temperaturas, pois estas fases indesejadas “roubam”
elementos refratários, diminuindo resistência à ruptura e diminuindo a ductilidade.