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Capítulo 9 - Evaporadores
9.1. Introdução
No tipo convecção natural, o fluido que está sendo resfriado escoa devido às diferenças
de massa específica ocasionadas pelas diferenças de temperatura entre as correntes fria e quente.
Atualmente são utilizados basicamente em refrigeradores domésticos, como mostrado na Fig.
9.1. São normalmente chamados de “roll bond” devido ao processo de fabricação onde as chapas
de alumínio são conformadas com o desenho da serpentina e depois coladas, formando os canais
por onde circula o refrigerante.
Conforme fulano (xxx), evaporadores com circulação natural também eram utilizados em
câmaras frigoríficas. Esses evaporadores eram montados nas paredes laterais e teto, como
mostrado na Fig. 9.2 e utilizados em câmaras frigoríficas que necessitavam baixas velocidades
do ar e mínima desumidificação do produto. Além do grande volume ocupado e da extrema
dificuldade das operações de degelo, caracterizavam-se pela elevada carga de refrigerante no seu
interior.
Refrigeração Capítulo 9 Pág. 2
Os evaporadores inundados podem ser alimentados por cima ou por baixo e cada opção
apresenta vantagens e desvantagens. No caso de alimentação por cima, é necessária uma menor
carga de refrigerante e, consequentemente, de um separador de líquido menor. Acontece uma
drenagem natural da serpentina antes do degelo (menos degelo a gás quente) e o transporte de
óleo de uma maneira contínua. Para a alimentação por baixo, há um melhor coeficiente de
transferência de calor no lado do refrigerante e uma melhor distribuição do refrigerante pelos
circuitos da serpentina.
Na Fig. 9.9 é mostrado um exemplo de evaporador inundado com circulação natural,
nesse caso um casco e tubos. Nestes evaporadores o refrigerante circula no casco enquanto o
líquido (água, solução etílica, fluidos térmicos, etc.) circula nos tubos.
Duas resistências térmicas adicionais se devem aos fatores de incrustação, tanto no lado
do ar quanto no lado do refrigerante. No lado do ar, a resistência térmica aumenta em função da
formação de geada ou gelo durante a operação do evaporador com temperaturas abaixo da
temperatura de cristalização da água. No lado interno, a resistência térmica aumenta em função
de uma película de óleo que circula no evaporador, junto com o refrigerante.
Para o lado do ar, usualmente utiliza-se um fator de incrustação de 0,0030 m2K/W para
evaporadores que operam com temperaturas abaixo de -20 °C e de 1,0 m2K/W para operação até
-15 °C. No lado interno, utiliza-se um fator de incrustação de 0,0002 m2K/W para evaporadores
em sistemas com compressores parafuso e de 0,0004 m2K/W.
1
UA = (9.1)
∑R
onde U é o coeficiente global de transferência de calor, A é a área do trocador de calor, interna
ou externa e ΣR a resistência térmica total.
A resistência térmica total à transmissão de calor entre dois fluídos que circulam em um
evaporador resfriador de ar tipo serpentina aletada pode ser decomposta nas seguintes
resistências térmicas, como mostrado na Eq. (9.2):
∑ R = Ro + Rg + Rt + Rl + Ri (9.2)
Refrigeração Capítulo 9 Pág. 9
D
Rg ln⎛⎜ o ⎞
⎟ R
1 1 D 1
= + + ⎝ i⎠
+ l + (9.3)
UA η o ho Ao η o Ao 2πk t L Ai hi Ai
D
Rg ln⎛⎜ o ⎞A
⎟ o A R
1 1 ⎝ D i⎠ A
= + + + o l + o (9.4)
U η o ho η o 2πk t L Ai hi Ai
D
ln⎛⎜ o ⎞πD L
⎟ o
1 1 ⎝ D i⎠ A
= + + o
U o ho 2πkt L hi Ai
Como
Ao πDo L Do 26 ,7
= = = = 1,277
Ai πDi L Di 20 ,9
1
=
1 ln
+
(26,7 20,9)26,7 1000 + 1,277
U o 60 2(45 ) 1200
Refrigeração Capítulo 9 Pág. 10
resulta em:
1 1
Uo = = = 56 ,15 W/m 2 K
0
$!,01667
#!"+0$,00007265
!#!" + 0$,!
001064
#! " 0 ,01781
93,6% 0 ,4% 6%
Figura 9.12. Aletas planas para arranjo de tubos: para tubos circulares – (a) onduladas; (b)
venezianadas e (c) rugosidade da superfície estruturada; (d) venezianas paralelas, venezianadas
para tubos planos e e venezianadas para tubos elípticos.
Refrigeração Capítulo 9 Pág. 11
Figura 9.13. Diferentes configurações de aleta – (a) planas; (b) venezianas em um dos lados; (c)
aletas senoidais; (d) aletas triangulares.
♦ Considerações de espaço;
♦ Considerações de peso;
♦ Fabricação e custo;
♦ Queda de pressão (perda de carga) e coeficiente de transferência de calor;
♦ Outros fatores.
O número de aletas varia de acordo com a aplicação. Pode-se encontrar valores desde 3 a
4 aletas/in (118 a 157 aletas por metro linear de tubo) para aplicações de baixa temperatura com
formação de geada, até 8 a 14 aletas/in (315 a 550 aletas por metro), para aplicações de médias a
altas temperaturas. Para aplicações de ar condicionado, o número de aletas é mais elevado. Na
Fig. (9.13) é mostrada a obstrução dos canais formados entre as aletas em função da formação de
geada em aplicações de baixa temperatura. Essa obstrução afeta o desempenho do ventilador,
aumentando a perda de carga e, como consequência, diminuindo sua vazão volumétrica. Como
resultado, nessas aplicações o espaçamento entre aletas é maior.
Como pode ser notada nessa figura, à medida que o título do refrigerante aumenta, o
coeficiente de transferência de calor também aumenta até atingir um ponto de máximo. A partir
desse ponto, a quantidade (e espessura da película) do refrigerante no estado líquido vai
gradativamente diminuindo, com a redução significativa do valor de h, até alcançar a região de
secagem.
Diversas correlações para o coeficiente de transferência de calor estão disponíveis na
literatura, para diferentes refrigerantes, geometrias de tubos, fluxos de calor e velocidade
mássica, como por exemplo, em Thome (2004).
Refrigeração Capítulo 9 Pág. 13
Da mesma forma que para o escoamento interno, encontra-se na literatura uma infinidade
de equações de correlação para o coeficiente de transferência de calor no lado do ar. Essas
equações são desenvolvidas a partir de dados experimentais para diferentes condições de
velocidade mássica do ar, diâmetros de tubos, espaçamento entre aletas, temperatura do ar e
configuração do arranjo de tubos do evaporador.
Na Fig. (9.16) são mostradas as duas configurações mais usuais em evaporadores. A
configuração sttagered, Fig. 9.16(b) é muito utilizada tanto para aplicações de ar condicionado
quanto de refrigeração. A configuração inline (9.16a) é menos utilizada, uma vez que a área
mínima de escoamento é menor que na configuração staggered e, consequentemente, o
coeficiente de transferência de calor também é menor. Sua aplicação reside, principalmente,
quando a perda de pressão no lado do ar deve ser mantida baixa. Isso acontece em aplicações de
baixa temperatura onde a formação de geada com o eventual bloqueio das passagens do ar entre
as aletas é um parâmetro crucial, reduzindo a frequência de degelo.
A solução de riboflavina a 0,2 g/L é aplicada no evaporador com spray e o teste visual
utiliza uma lâmpada UV. O teste mostra quanta água residual, contaminantes e biomassa viável
permanecem aderidas na superfície do trocador. Na figura nota-se a presença de contaminantes,
principalmente na região inferior do trocador.
Ao contrário da configuração staggered, a configuração inline permite uma melhor
aplicação de produtos de limpeza na superfície do evaporador, tanto no sentido paralelo quanto
perpendicular do fluxo de ar e também uma melhor inspeção visual. No entanto, a configuração
staggered induz uma maior turbulência no fluxo de ar, reduzindo assim a taxa de deposição de
sujeira e de geada no evaporador. Essa turbulência também facilita a distribuição dos produtos de
limpeza, o que pode facilitar a sua limpeza, desde que não haja muitos tubos na profundidade.
Outro ponto importante em relação à limpeza é que os tubos dos evaporadores são
expandidos mecânica ou hidraulicamente no colar das aletas, a fim de diminuir a resistência
térmica de contato. Esse tipo de construção permite a presença de regiões onde a deposição de
sujeira é facilidade, dificultando o processo de limpeza, tal como mostrado na Fig. (9.18a-d).
Figura 9.18.
(9.19). Entretanto, a superfície rugosa e porosa dos evaporadores galvanizados podem exigir
processos de limpeza mais complexos onde a operação em condição de ausência de bactérias
seja exigida.
Uma melhor alternativa é a utilização de algum recobrimento na superfície que possa
expandir ou contrair, apresente baixa resistência térmica e que mantenha a aleta em contato com
o tubo em qualquer situação, como mostrado na Fig. (9.18c-d).
Q! E = UAΔTml (9.5)
Ta,e
ΔT1
Ta,s
Tr ΔT1
ΔT1 = Tq − T f = Ta ,e − Tr (9.6)
ΔT2 = Tq − T f = Ta ,s − Tr (9.7)
ΔT1 − ΔT2
ΔTml = (9.8)
⎛ ΔT ⎞
ln⎜⎜ 1 ⎟⎟
⎝ ΔT2 ⎠
(Ta ,e − Tr ) − (Ta ,s − Tr )
ΔTml = (9.9)
⎛ (Ta ,e − Tr ) ⎞
ln⎜⎜ ⎟
(T
⎝ a ,s − T )
r ⎠
⎟
Ta,e − Ta,s
Q! E = UA (9.10)
⎛ (T − T ) ⎞
ln ⎜⎜ a,e r
⎟⎟
( T
⎝ a,s − T r)⎠
Considerando que não haja mudança de fase no lado do ar, isso é, sem condensação do
vapor d’água, a capacidade do evaporador também pode ser dada conforme a Eq. (9.11):
Q! E = m
! a c p (Ta,e − Ta,s ) (9.11)
Ta,e − Ta,s
Q! E = m
! a c p (Ta,e − Ta,s ) = UA (9.12)
⎛ (T − T ) ⎞
ln ⎜⎜ a,e r
⎟⎟
⎝ ( a,s
T − Tr)⎠
Q! E m! c 1
= a p=
⎛ (T − T ) ⎞ (9.13)
UA (Ta,e − Ta,s ) UA
ln ⎜⎜ a,e r
⎟⎟
⎝ ( a,s
T − Tr)⎠
⎡ ⎛ (T − T ) ⎞⎤ ⎡ UA ⎤
exp ⎢ln ⎜⎜ a,e r
⎟⎟⎥ = exp ⎢ ⎥ (9.14)
⎢⎣ ⎝ (Ta,s − Tr ) ⎠⎥⎦ ! a c p ⎥⎦
⎢⎣ m
⎡ ⎤
(Ta ,s − Tr ) = (Ta ,e − Tr )exp⎢ − UA ⎥ (9.16)
! a c p ⎥⎦
⎢⎣ m
Q! E
(Ta ,e − Ta ,s ) = (9.18)
! ac p
m
⎡ ⎤ ⎡ Q! E ⎤
(Ta ,e − Tr )exp⎢ − UA ⎥ = − ⎢ − (Ta ,e − Tr )⎥ (9.19)
! a c p ⎦⎥
⎣⎢ m ! ac p
⎣⎢ m ⎦⎥
Q! E ⎡ − UA ⎤
= (Ta ,e − Tr ) − (Ta ,e − Tr )exp ⎢ ⎥ (9.20)
! ac p
m ! a c p ⎦⎥
⎣⎢ m
⎧
⎪ ⎡ − UA ⎤ ⎫ ⎪
Q! E = m
! a c p ⎨(Ta ,e − Tr ) − (Ta ,e − Tr )exp ⎢ ⎥⎬ (9.21)
⎪ ! a c p ⎥⎦ ⎪
⎢⎣ m
⎩ ⎭
⎧
⎪ ⎛ ⎡ − UA ⎤ ⎞⎫ ⎪
Q! E = ⎨m! a c p ⎜1 − exp ⎢ ⎥ ⎟⎬(Ta ,e − Tr ) (9.22)
⎪ ⎜ ! a c p ⎦⎥ ⎟⎪
⎣⎢ m
⎩ ⎝ ⎠⎭
AI AI Q! S
FCS = = = (9.24)
AI + AE EI Q! S + Q! L
Conforme pode ser visto na Fig. (9.22), o ar entra no evaporador a uma temperatura e
umidade representada pelo estado E, saindo na condição do estado I. A linha entre os estados E e
I intercepta a curva de saturação do ar no estado S, que representa a condição da superfície do
evaporador. O FCS define a inclinação da linha de processo do ar na carta psicrométrica,
chamado de lei da linha reta. O FCS indica quanta umidade está sendo removida da corrente do
Refrigeração Capítulo 9 Pág. 19
6.2
kJ/k
Water
400
g-K
350
11362 kPa
300
pg
5258 kPa pv
250
2052 kPa
T [°C]
200
622.5 kPa
150
100
50
0.05 0.1 0.2 0.5
0
10-3 10 -2 -1
10 10 0
10 1
102 5x102
3
v [m /kg]
Dessa forma, para uma dada temperatura do ar, a força motora do processo de remoção
de umidade do ar é dada pela Eq. (9.26):
Pela análise dessa tabela, pode-se verificar que para a mesma umidade relativa, o
potencial de remoção de umidade do ar diminui cerca de 60 vezes ao reduzir a temperatura de
20 °C para -30 °C, ou seja, o ar mais quente pode conter mais vapor d’água que o ar frio. Para as
mesmas temperaturas do ar na sala, ao aumentar a umidade relativa do ar de 80 para 90%, o
potencial de desumidificação do ar reduz em torno de 50%.
Isso também pode ser verificado analisando-se a carta psicrométrica da Fig. (9.24),
apresentada por (Nelson, 2015), onde estão representados três processos, todos eles com o
mesmo diferencial de temperatura Ta,e-Tr = 5,55 °C = DT, e mesmas umidades relativas. Como
resultado, nota-se que a medida que a temperatura do ar diminui, o FCS aumenta e menor é o
efeito da desumidificação na capacidade total do evaporador. O mesmo autor apresentou os
resultados mostrados na Tab. (9.2), para um DT fixo de 5,55 °C.
FCS
Ta, °C /φ, % 65 75 85 95
7,2 1,0 0,84 0,67 0,56
0 0,98 0,84 0,73 0,64
-12,2 0,98 0,92 0,87 0,83
-17,8 0,98 0,95 0,92 0,89
-23,3 0,99 0,97 0,95 0,93
-34,4 0,99 0,99 0,98 0,97
Refrigeração Capítulo 9 Pág. 21
Pela observação da Fig. (9.24) e da Tab. (9.2) fica claro que a maior remoção de umidade
e de formação de geada acontecerá em espaços com maiores umidades relativas, menores FCS e
temperaturas da sala maiores que 0 °C.
A umidade relativa da sala e, como consequência o FCS, terão um grande efeito na
capacidade de resfriamento do evaporador, especialmente em salas com temperaturas maiores. A
medida que o FCS diminui, haverá um aumento da capacidade de transferência de calor do
evaporador devido ao processo de condensação ou formação de geada do vapor d’água contido
no ar. Nelson (2015) apresentou uma estimativa do aumento de capacidade do evaporador em
função do FCS, para aplicações com R-717 sobre uma grande faixa de temperaturas do espaço
refrigerado, entre +7,2 até -34,4 °C e que é mostrada na Fig. (9.25). Como pode ser notada, à
medida que o FCS diminui, o aumento da capacidade do evaporador pode aumentar em até 50%
em relação a um evaporador seco.
Uma curva de estado é uma série de pontos representados na carta psicrométrica, que são
definidos pela condição do ar que escoa através do evaporador. A lei da linha reta, mostrada na
Fig. (9.22), é uma simplificação dessa análise. A curva de resfriamento E-2, mostrada na Fig.
(9.26), representa a diminuição da temperatura do ar a uma umidade absoluta constante, até que
o ar se torne saturado. Do ponto 2 ao ponto 3, a curva segue a linha de saturação até que o ar
deixe o evaporador.
O caminho E-2-3 somente pode ocorrer se toda a massa de ar que escoa pelo evaporador
apresentar temperatura e pressão de vapor uniformes nas seções de escoamento. Como essas
condições não ocorrem, devido a existência de gradientes de temperatura e pressão de vapor, o
caminho E-2-3 não é percorrido ponto a ponto. Outra idealização é o trecho de linha reta que
parte de E e termina do ponto S, uma vez que esse processo só poderia ocorrer se toda a
superfície de troca térmica estivesse úmida e a uma única temperatura em todo trocador. A curva
real de estado se encontra, então, entre as duas curvas ideais mostradas.
O modelo de cálculo apresentado na continuação, considera que a superfície do
evaporador possa estar parcialmente seca e parcialmente úmida.
A taxa de transferência de calor no lado do refrigerante é dada pela Eq. (9.27):
q! = m
! r (ir,s − ir,e ) (9.27)
q!
qʹʹ = (9.28)
π Di L
!r
m
Gr = (9.29)
Ac
onde Ac é a área transversal do tubo. Os parâmetros Gr, Di, títulos do refrigerante na entrada e na
saída, xe e xs, qʹʹ , além das temperaturas do refrigerante na entrada e saída do evaporador
possibilitam o cálculo do coeficiente de transferência de calor no lado do refrigerante, hi, através
de uma equação de correlação adequada, como a apresentada no Apêndice A.
Conforme a Eq. (9.3), a resistência térmica no lado do refrigerante, é dada pela Eq.
(9.30):
1
Ri = (9.30)
hi Ai
Rc =
(
ln Do
Di ) (9.31)
2π kt L
! a = ρ a,eV!a
m (9.32)
onde ρa,e é a massa específica do ar, na condição de entrada do evaporador e V!a é a vazão
volumétrica do ar, em m3/s.
A taxa de capacitância do ar é determinada pela Eq. (9.33), considerando que a superfície
total do evaporador esteja seca, isso é:
C! a,dc = m
! a cʹʹa (9.33)
q!dc
ε dc = (9.36)
q!dc,max
1
Rdc = (9.38)
UAdc
Ri + Rc 1
Rdc = + (9.39)
Fdc ho At Fdcηo
onde At é a área total de transferência de calor, ηo é a resistência global das aletas e Fdc é a fração
total do evaporador requerido pela superfície seca.
Como consequência, a área restante do trocador é da superfície úmida, Fwc, dada pela Eq.
(9.40):
onde ia são as entalpias do ar úmido, em função da temperatura na saída da seção seca, Tdc,s e na
saída do evaporador, Ta,s, respectivamente, para uma dada pressão e na condição de saturação
(umidade relativa de 100%).
A taxa de capacitância do ar na seção úmida é dada pela Eq. (9.42):
C! a,wc = m
! a cʹʹa,sat (9.42)
Ri + Rc cʹʹa
Rwc = + (9.43)
Fwc ho cʹʹa,sat At Fwcηo
Assim, a condutância térmica da seção úmida fica dada pela Eq. (9.44):
1
UAwc = (9.44)
Rwc
O número de unidades de transferência para a seção úmida é dado pela Eq. (9.45):
UAwc
NUTwc = (9.45)
Ca,wc
ʹʹ
q!wc
Ta,s = Tdc,s −
! (9.47)
Ca,wc
Esse modelo de cálculo assume que o ar na saída esteja saturado, isso é, umidade relativa
igual a 100%. Com a temperatura de saída e a φ=100% é possível determinar a umidade absoluta
do ar na saída do evaporador.
A capacidade total do evaporador é a soma das capacidades das superfícies seca e úmida,
calculada pela Eq. (9.48):
! cond = m
m ! a ( wa,e − wa,s ) (9.49)
Refrigeração Capítulo 9 Pág. 26
Referências
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Refrigeration Conference & Exhibition, Paper n. 4, San Diego, USA.
Stoecker, W.F., 1998. Industrial refrigeration handbook. New York: McGraw-Hill.
Thome, J.R., 2004. Engineering data book III. Wolverine Tube, Inc.
Braaten, M. E. and Shyy, W., 1987, Study of pressure correction methods with multigrid for
viscous flow calculations in nonorthogonal curvilinear coordinates, Numerical Heat
Transfer, vol. 19, n. 3, pp. 417-442.
Ishii, M., 1977, One dimensional drift-flux model and constitutive equations for relative motion
between phases in various two-phase flow regimes, Argonne National Laboratory Rept. 77-
47.
Jenkins, J. T. and McTigue, D. F., 1990, Transport processes in concentrated suspensions: the
role of particle fluctuations, in Two Phase Flows and Waves, eds D. D. Joseph and D. G.
Schaeffer, Springer, Berlin.
Roig, V., Larrieu, N. and Suzanne, C., 1995, Turbulent length scales in a bubbly mixing layer,
Proceedings of the International Symposium on Two-Phase Flow Modeling and
Experimentation, October 9-11, Rome, vol. 1, pp. 383-388.
Soria, A., 1991, Kinematic waves and governing equations in bubble columns and three-phase
fluidized beds, Ph.D. Thesis, The University of Western Ontario, London , Ontario, Canada.
Whitham, G. B., 1974, Linear and Nonlinear Waves, J. Wiley, New York.
Refrigeração Capítulo 9 Pág. 27
hTP
ψ = (A.1)
hliq
⎡ ⎤
⎢ f liq (Re Di − 1000) Prliq ⎥k
hliq =⎢ 8 ⎥ liq
(A.2)
⎢ ⎛ 2 3 ⎞ f liq ⎥ Di
⎢1 + 12 ,7⎜ Prliq − 1⎟ ⎥
⎣ ⎝ ⎠ 8 ⎦
onde fliq é o fator de atrito associado ao escoamento da fase líquido, Re é o número de Reynolds
calculado para o diâmetro interno do tubo, Di, e considerando somente a taxa de massa da fase
líquido, Prliq é o número de Prandtl e kliq a condutividade térmica do refrigerante, ambos
considerando o estado de líquido saturado.
O número de Reynolds, Re, é calculado conforme a Eq. (A.3):
G(1 − x )Di
Re Di = (A.3)
µliq
m!
G= (A.4)
Ac
! é a taxa de massa do refrigerante (líquido+vapor) e Ac é a área transversal do tubo.
onde m
Refrigeração Capítulo 9 Pág. 28
O fator de atrito fliq é calculado pela correlação de Petukov (Petukov, 1970), para
escoamento monofásico completamente desenvolvido, em regime turbulento e em tubos lisos,
conforme a Eq. (A.5):
1
f liq = (A.5)
[0,79 ln(Re Di ) − 1,64]
O número de convecção, Co, é definido pela Eq. (A.6):
0 ,8 0, 5
⎛1 ⎞ ⎛ ρ vap ⎞
Co = ⎜ − 1⎟ ⎜ ⎟ (A.6)
⎝x ⎠ ⎜ρ ⎟
⎝ liq ⎠
onde x é o título do refrigerante e ρ sua massa específica. Os sub índices l e v representam a
condição de líquido saturado e de vapor saturado, respectivamente.
O número de ebulição, Bo, é definido como a relação entre o fluxo de calor na parede e o
fluxo necessário para vaporizar completamente o fluido, de acordo com a Eq. (A.7).
qʹʹ
Bo = (A.7)
Ghlv
onde qʹʹ é o fluxo de calor, G é a velocidade mássica e hlv é a entalpia de vaporização, isso é, a
diferença entre as entalpias específicas de vapor saturado e líquido saturado. O fluxo de calor do
trocador é calculado conforme a Eq. (A.8):
Q! e
q ʹʹ = (A.8)
Ai
onde Ai é a área interna dos tubos, conforme a Eq. (A.9) e Q! e é a capacidade do evaporador,
calculada através do balanço de energia entre entrada e saída do evaporador.
Ai = ( πDi Lt )N t N p (A.9)
G2
FrL = 2
(A.10)
ρ liq gDi
−0 ,3
N = 0,38CoFrL (A.11)
Dessa forma, o valor do parâmetro ψ que é utilizado na Eq. (A.1) é dado pela Eq. (A.15):
Para N≤ 0,1:
GDi hlv xf
h= ∫0 hTP dx (A.23)
4Lt qʹʹ
Refrigeração Capítulo 9 Pág. 30
h 2
jH = Prar 3 (B.1)
ρc pu
onde ρ é a massa específica do ar, cp o seu calor específico, u a velocidade média de escoamento
e Prar o número de Pradtl. Assim, a estimativa do coeficiente de transferência de calor conforme
a correlação de Wang (2000) é dada pela Eq. (B.3):
P5 P6 −0,93
⎡ F ⎤ ⎡ F ⎤ ⎡F ⎤ c p,ar
hWang,2000 = 0,086 RedcP3 N pP 4 ⎢ p ⎥ ⎢ p ⎥ ⎢ p ⎥ Gar 2
(B.3)
⎣ Dc ⎦ ⎣ Dh ⎦ ⎣ xt ⎦ Prar3
ρ ar umax Dc
Redc = (B.4)
µ ar
onde ρar e µar são a massa específica e a viscosidade dinâmica do ar. O diâmetro do colarinho da
aleta é dado pela Eq. (B.5):
De = De + 2e (2.39) (B.5)
u ar
u máx = (2.40) (B.6)
σ
onde uar é a velocidade de face do ar na entrada do trocador e σ é a relação entre a área livre mínima, Amin, e a área
frontal, Afr, conforme a Eq. (2.41):
Amin
σ = (2.41)
A fr
Refrigeração Capítulo 9 Pág. 32
A área livre mínima, Amin, para um arranjo alinhado de tubos, é calculada pela Eq. (2.42), e representa a
área do banco de tubos menos a área bloqueada pelas aletas.
H
Amin = [( X t − De )Lt − ( X t − De )eN a ] (2.42)
Xt
onde Na é o número de aletas, H é a altura da aleta e Xt é o passo transversal dos tubos. A área frontal, Afr, é então
dada pela Eq. (2.43):
A fr = HLt (2.43)
4 Amin La
Dh = (2.44)
At
⎡ ⎛F 0 ,41 ⎤
0,042 N p ⎞
P3 = −0,361 − + 0,158 ln⎢ N p ⎜⎜ ⎟⎟ ⎥ (2.45)
ln(Redc ) ⎢⎣ ⎝ c D ⎠ ⎥⎦
1,42
⎛X ⎞
0,076⎜⎜ l ⎟⎟
⎝ Dh ⎠
P4 = −1,224 − (2.46)
ln(Re dc )
0,058N p
P5 = −0,083 + (2.47)
ln(Redc )
⎛ Re ⎞
P6 = −5,735 + 1,21 ln⎜ dc ⎟ (2.48)
⎜ Np ⎟
⎝ ⎠
onde Xl é o passo longitudinal dos tubos e Np é o número de tubos na profundidade. A área total, At, do trocador é
dada pela soma da área primária, Ap, e da área secundária, Af, das aletas, conforme a Eq.(2.49):
At = Ap + A f (2.49)
As áreas primárias, Ap, e secundária, Af, são calculadas de acordo com a metodologia mostrada em Shah e Sekulic
(2003), para a condição de distribuição de tubos em linha, ou seja, tubos dispostos 90° em relação aos demais e as
aletas planas, e representadas pelas Eq. (2.50) e (2.51), respectivamente.
⎡ D2 ⎤
A p = πDe (Lt − eN a )N tt + 2⎢ La H − π e N tt ⎥ (2.50)
⎣⎢ 4 ⎥⎦
Refrigeração Capítulo 9 Pág. 33
⎡ De 2 ⎤
A f = 2 ⎢ La H − π N tt ⎥ N a + 2eHN a (2.51)
⎢⎣ 4 ⎥⎦
onde Ntt é o número total de tubos, La é o comprimento da aleta e Na corresponde ao número total de aletas.