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24/10/2023

FISIOLOGIA DO SISTEMA
CARDIOVASCULAR:
1. CICLO CARDÍACO
2. MECANISMOS DE
REGULAÇÃO DA
PRESSÃO ARTERIAL

Profa Dra Maria do Carmo de Carvalho e Martins

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LÍQUIDOS CORPORAIS:
ÁGUA TOTAL ~ 40 a 75% DO PESO TOTAL (PT)
- variação segundo % de gordura.

ÁGUA TOTAL ~ (50 a 63% DO PESO TOTAL (PT)


- valores mais encontrados.
LIC ~ 30 a 40 %DO PT
LEC ~ 20 a 23% DO PT
LÍQ. INTERSTICIAL~ 15 a 16%DO PT
LÍQ. INTRAVASCULAR ~ SANGUE ~ 4 a 5% do PT
LÍQ. TRANSCELULAR ~ 1 a 2% do PT

PRINCIPAIS FUNÇÕES DO SANGUE


⚫ TRANSPORTE DE GASES (RESPIRAÇÃO);
⚫ TRANSPORTE DE NUTRIENTES;
⚫ TRANSPORTE DE EXCRETAS;
⚫ TERMORREGULAÇÃO;
⚫ PROTEÇÃO E DEFESA;
⚫ AUTOSELAGEM (HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO);
⚫ DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA CORPORAL;
⚫ REGULAÇÃO DO pH E PRESSÃO OSMÓTICA
CORPORAL, etc.

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SANGUE = PLASMA + ELEMENTOS FIGURADOS


- hemácias ~ 99% do
sedimento de SANGUE
CENTRIFUGADO
ou ~28,2 mL/Kg no
homem e ~25,3mL/Kg na
mulher
- leucócitos e plaquetas
~1%

HEMATÓCRITO (~ 40 a 45%
DO SANGUE
CENTRIFUGADO)

PLASMA
COMP. INORGÂNICOS média/L
COMP. ORGÂNICOS g/L ⚫ ÁGUA 945 mL
⚫ PROT. TOTAIS 75,0 ⚫ BICARBONATOS 24,9 mEq
⚫ LIPÍDIOS TOTAIS 5,1 ⚫ CLORETOS 102,7 mEq
⚫ ÁC. GRAXOS TOTAIS 5,1 ⚫ FÓSFORO TOTAL 112,0 mEq
⚫ ÁC. GRAXOS LIVRES 0,08 ⚫ FÓSFORO INOR 33,6 mEq
⚫ POTÁSSIO 4,2 mEq
⚫ SÓDIO 141,2 mEq
⚫ CÁLCIO 5,0 mEq
⚫ N TOTAL 13,1 g
⚫ N NÃO-PROT. 249,0 mg

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CICLO CARDÍACO:
O CORAÇÃO COMO BOMBA

Funções do Coração

Manter um fluxo sanguíneo constante e


adequado a todos os órgãos.

•Ajustar fluxo de acordo com as necessidades


metabólicas

•Evitar o desequilíbrio entre a oferta e o consumo


energético aos diversos sistemas
orgânicos.

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CICLO CARDÍACO

Diagrama de Wiggers.
Este diagrama relaciona
as pressões do coração
à esquerda e da aorta
com o volume san-
guíneo do coração à
esquerda e o ECG em
um ciclo cardíaco.

SILVERTHORN, 2017

Eletrocardiograma medido a
partir da derivação II

Ondas do ECG

KOEPPEN, 2018

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Correlação entre ECG e os eventos elétricos do


coração

SILVERTHORN, 2017

AIRES, 2018.

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VOLUMES CARDÍACOS
VOLUME DIASTÓLICO FINAL:110 A 135 mL
DÉBITO OU VOLUME SISTÓLICO: 70 mL
VOLUME SISTÓLICO FINAL: 40 A 65 mL
DÉBITO CARDÍACO: 5 A 6 litros/min
RETORNO VENOSO: 5 a 6 litros/min

REGULAÇÃO DO VOLUME SISTÓLICO

 Mecanismo de Frank-starling
 Sistema Nervoso Autônomo
# Nervos Simpáticos
# Nervos Parassimpáticos

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REGULAÇÃO DO DÉBITO CARDÍACO


DC = FC x VS

 Controle de frequência cardíaca


- Influências cronotrópicas na atividade elétrica
espontânea das células do nodo SA:
▪ nervos cardíacos parassimpáticos: efeito cronotrópico
negativo
▪ nervos simpáticos: efeito cronotrópico positivo no nodo
SA.

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Influências no débito cardíaco

MOHRMAN; HELLER. Fisiologia Cardiovascular,

FOCOS PRIMÁRIOS DE
AUSCULTA

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BULHAS CARDÍACAS
1ª BULHA: FECHAMENTO DAS VÁLVULAS ATRIOVENTRICULARES 
“TUM”
2ª BULHA: FECHAMENTO DAS VÁLVULAS SEMILUNARES  “TÁ”
3ª BULHA: ENCHIMENTO VENTRICULAR ”TU”
4ª BULHA: SÍSTOLE ATRIAL  “TU”

HEMODINÂMICA
❖ -princípios que governam o fluxo sanguíneo no
sistema cardiovascular.

Conceitos de fluxo, pressão, resistência e capacitância


ao fluxo sanguíneo para o coração e do coração aos
vasos sanguíneos.

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VASOS SANGUÍNEOS E LINFÁTICOS


ESTRUTURA GERAL
Todos os vasos sanguíneos acima
de certo calibre apresentam um
plano geral de construção.
➢Túnica externa
-Adventícia
➢Túnica média
- Muscular
➢Túnica interna
- Endotélio

MICROCIRCULAÇÃO: ESTRUTURA

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Pressão arterial: determinantes e sua regulação

• DC = PA/R  PA = DC x RP
• DC = FC x VS
• PA = (FC x VS) x (8 l / S2) • PA = FC x VS x (8 l / r4)

PAM = P diastólica + 1/3 (P sistólica - P diastólica)


SILVERTHORN, D. U. Fisiologia Humana7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017

SILVERTHORN, D. U. Fisiologia Humana7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017

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Importância do controle da PA para a função cardiovascular

➢Manter perfusão nos diferentes territórios da circulação.

Mecanismos de controle da PA são agrupados em


duas grandes classes:
◦ Regulação em curto e médio prazo: ação
imediata, envolve mecanismos plenamente ativos
em questão de segundos e/ou minutos –
mecanismos de ação local, neural e hormonal.

◦ Regulação em longo prazo: ação mais prolongada


e duradoura, envolve mecanismos de regulação
da volemia e do leito vascular.

➢ Atuação de forma interrelacionada.

Mecanismos de regulação da pressão arterial

Curto e Longo
médio prazo Mecanismo
prazos feedback:
Locais Rim/líquidos
corporais
Fatores físicos:
Neoformação
Neurais e/ou rarefação
de vasos

Hormonais

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Mecanismos de regulação da pressão arterial

Regulação em curto e médio prazos

Mecanismos Locais

Miogênicos

Metabólicos (O2, CO2, pH, K+,


osmolalidade etc.)

Parácrinos/autócrinos

Fatores endoteliais (EDRF/EDCF)

Temperatura

Mecanismos locais de ajuste do fluxo sanguíneo

❖Autorregulação miogênica:
• Capacidade dos vasos de regularem seu próprio fluxo sanguíneo.
• Vasos sanguíneos modificam sua resistência para compensar
alterações moderadas na pressão de perfusão.

➢ Teoria miogênica:
PA → distensão da parede vascular → contração do músculo liso
vascular (abertura de canais de Ca2+).

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Mecanismos locais de ajuste do fluxo sanguíneo

Controle local do fluxo sanguíneo dos órgãos em resposta a aumentos da atividade


metabólica (A) e reduções da pressão arterial (B). As diminuições da atividade metabólica
ou os aumentos da pressão arterial produziriam alterações opostas àquelas mostradas
aqui.
WIDMAIER, E. P. et al. Vander - Fisiologia Humana, 14. ed..Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2017.

Mecanismos locais de ajuste do fluxo sanguíneo

❖ Fatores parácrinos/autócrinos

• Prostaciclina (endotélio) –VASODILATAÇÃO

• Tromboxano A2 (plaquetas) –VASOCONSTRIÇÃO

❖ Fatores endoteliais

• NO (endotélio) –VASODILATAÇÃO

• ENDOTELINAS (endotélio) –VASOCONSTRIÇÃO

❖ Temperatura

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Mecanismos de regulação da pressão arterial

Regulação em curto e médio prazos


Neurais
❖Mecanorreceptores arteriais

❖Quimiorreceptores arteriais

❖Receptores cardiopulmonares
•Aferentes vagais mielinizados
•Aferentes vagais não mielinizados
•Aferentes que trafegam com o simpático

❖Outros receptores (aferentes renais, termorreceptores, musculares


esqueléticos etc.)

Barorreceptores de alta (Barorreflexo) pressão

• Principal função do sistema barorreceptor arterial é reduzir a variação da


PA, momento a momento.

• Função “TAMPÃO” durante as alterações da postura.

• Tem pequena importância para a regulação em LONGO PRAZO da PA por


conta de “ADAPTAÇÃO ”

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Reflexo dos barorreceptores de alta (Barorreflexo) pressão

Representação esquemática da regulação momento a momento da pressão arterial comandada pelos mecanorreceptores
arteriais (barorreceptores). Mais explicações no texto. ΔPA, variação da pressão arterial; NDA, nervo depressor aórtico; NS,
nervo sinusal; NPV, núcleo paraventricular; NTS, núcleo do trato solitário; NA, núcleo ambíguo; DMV, núcleo dorsal motor do
vago; BVLc, bulbo ventrolateral caudal; BVLr, bulbo ventrolateral rostral; V, vago; S, simpático; FC, frequência cardíaca; VS,
volume sistólico; CV, capacitância venosa; RP, resistência periférica; RV, retorno venoso; DC, débito cardíaco; NE, norepinefrina;
Epi, epinefrina; Ang, angiotensina II; Aldost, aldosterona; VP, vasopressina; OT, ocitocina; CA, catecolaminas; ANP, peptídio atrial
natriurético.

AIRES, M. M. Fisiologia, 5. edição. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2018

Reflexo dos quimiorreceptores arteriais

Elevação da PA depende da magnitude do estímulo e da soma algébrica dos efeitos primários e secundários sobre a circulação, de
forma que a resposta pressora pode ser modesta ou mesmo não aparecer.

AIRES, M. M. Fisiologia, 5. edição. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2018

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RESPOSTAS ENVOLVENDO OUTROS RECEPTORES


Receptores extrínsecos
Aferentes renais:
◦ Mecanorreceptores renais: sensíveis a variações da pressão arterial e
venosa intrarrenal e a variações da pressão na pelve e ureter.
◦ Quimiorreceptores renais: sensíveis a alterações decorrentes da
isquemia nos rins e da composição iônica do fluido na pelve renal.
Termorreceptores periféricos e hipotalâmicos: aumento da temperatura
→ ↓ atividade simpática para vasos cutâneos, ↑ ativ. colinérgica para
glândulas sudoríparas e ↓ catecolaminas adrenais.
Proprioceptores e quimiorreceptores musculares: ”sensores” de
movimentos ativados pela alteração de comprimento, variação de tensão
desenvolvida ou por eventos químicos que ocorrem durante a contração
muscular: contribuem para aumentar a eficiência do controle
cardiovascular durante o exercício.

Mecanismos de regulação da pressão arterial

Regulação em curto e médio prazos

■Hormonais

Catecolaminas (epinefrina, norepinefrina)

Ocitocina e Vasopressina (ou hormônio


antidiurético)
Sistema renina-angiotensina-aldosterona

Peptídeo atrial natriurético

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Respostas neurohormonais

Ocitocina (OT) Vasopressina (VP)

O
T

V
P

Mecanismos envolvidos na síntese e secreção de vasopressina (VP) e ocitocina (OT) pelo eixo hipotálamo-hipofisário. Os
neurônios magnocelulares vasopressinérgicos estão representados em azul e os ocitocinérgicos, em rosa. Mais explicações no
texto. SON, núcleo supraóptico; PVN, núcleo paraventricular; QOp, quiasma óptico;EM, eminência média; AH, hipófise anterior;
NH, hipófise posterior ou neuro-hipófise; PA, pressão arterial; V1 e V2, subtipos de receptores de vasopressina. (Adaptada de
Michelini, 2005, com permissão.)
AIRES, M. M. Fisiologia, 5. edição. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2018

Sistema Renina – Angiotensina – Aldosterona

Mecanismos determinantes da secreção de renina do rim para o plasma sistêmico. As células justaglomerulares (CG) sintetizam
e armazenam renina em grânulos secretórios, os quais são liberados (por exocitose) frente: à redução da tensão vascular (T) da
arteríola aferente (AA), à sua ativação simpática β-adrenérgica e/ou à redução da carga filtrada de sódio que atinge a mácula
densa (MD). Na circulação sistêmica, a renina cliva o angiotensinogênio (ou substrato de renina, originado primordialmente no
fígado), formando a angiotensina I, que, por sua vez, é clivada pela enzima conversora de angiotensina (presente no endotélio
vascular e no plasma) em angiotensina II. (Adaptada de Shepherd e Vanhoutte, 1979.)
AIRES, M. M. Fisiologia, 5. edição. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2018

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Esquema representativo dos


mecanismos pelos quais a
angiotensina II circulante (Ang II)
aumenta a PA. Para explicação dos
mecanismos, identificados com os
números de 1 a 10, veja o texto. SFO,
órgão subfornicial; OVLT, órgão
vasculoso da lâmina terminal; AV3V,
região anteroventral do 3o ventrículo;
PVN, núcleo paraventricular; VP,
vasopressina; AP, área postrema;
NTS, núcleo do trato solitário; BVL,
bulbo ventrolateral; ACh, acetilcolina;
NE, norepinefrina; EPI, epinefrina; α,
receptor α-adrenérgico; β, receptor β-
adrenérgico; AT, receptor de
angiotensina II. (Adaptada de
Shepherd e Vanhoutte, 1979.)

AIRES, M. M. Fisiologia, 5. edição. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2018

Peptídeo Atrial Natriurético (ANP)

• Liberado na circulação frente a distensão atrial, aumentos da PA


condicionados por aumento do RV e da volemia.

• liberação ANP durante hipotensão hipovolêmica.

• ANP ↓ FC e contratilidade cardíaca →↓ DC; intensa vasodilatação


periférica →↓ RVP →↓ PA.

• Nos Rins, ANP→ intensa natriurese e diurese → ↓ volemia → ↓ PA.

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Mecanismos de regulação da pressão arterial

Regulação em longo prazo

Mecanismo feedback: Rim/líquidos


corporais (balanço
ingestão/excreção de água e sais)

Fatores físicos: Neoformação e/ou


rarefação de vasos

Mecanismos de regulação da pressão arterial

Os Rins e a Regulação a Longo Prazo da PA

Mecanismo de feedback rim/fluidos corporais


Mecanismos neural,
local e hormonal

Aires, 2012

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Regulação em longo prazo – Fatores físicos

Alterações Estruturais do Leito Vascular

Rarefação
funcional ↓ capacidade física da circulação por
vasoconstrição continuada

Rarefação
anatômica
Perda de vasos de menor calibre

Neoformação de
vasos de Angiogênese capilar/Neoformação de
pequeno calibre vênulas de pequeno calibre

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