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FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR

CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL 23/09/2019

CONTEXTUALIZAÇÃO
A pressão arterial existe independente da figura do coração que tem como
objetivo gerar diferença de pressão.

Ter diferença de pressão quer dizer obrigatoriamente que se gera


movimentação de fluídos, mas apenas ter somente pressão não. A pergunta
é: O que gera o ar/vento? A diferença de pressão atmosférica.

Então se temos uma região com baixa pressão em contraste com uma região
de alta pressão, a tendência é que se tenha migração de nuvens da região
de alta pressão para a região de baixa pressão.

Com um barômetro sempre no mesmo nível, verificamos a pressão atmosférica


e a sua variação ao longo das horas, e se nota-se ao longo das últimas 72
horas uma tendência de queda da pressão que possivelmente terá chuva, já
que a pressão caindo, haverá migração de nuvens e do ar em movimento.

“Por que se afirma que o sistema cardiovascular tem pressão independente do


coração?” Para responder, precisamos explicar:

No sistema cardiovascular temos a parte vascular e se dermos um pique na


artéria e deixar sangrar até o ultimo mililitro o sangue observamos que não
haverá pressão, porque existe uma área que está vazia. Se esse sistema todo
fechado adicionar uma abertura que permita preencher com algum fluído
(ex: água), a medida que esse sistema vai sendo preenchido a tendência é
que o valor aferido pelo barômetro que estava em 0, comece a aumentar até
chegar próximo de 30mmHg.

Então se temos um sistema fechado e tira-se a figura do coração e medimos,


esse sistema irá pesar, porém sem movimentação de fluído. Se existe pressões
equivalentes em diferentes pontos, não existe movimentação de fluidos.

Maior •Sistólica
pressão

Menor •Diastólica
pressão

Essa variabilidade da pressão é permitida por uma bomba que faz contração
e propulsão, com relaxamento e captação. Então quem gera diferença de
pressão no sistema cardiovascular é o músculo cardíaco, e a movimentação
de sangue depende de diferença de pressão.
ASPECTOS BIOFÍSICOS DA PRESS ÃO ARTERI AL
ÁREA E FORÇA

São duas variáveis que irão definir pressão. Associamos essas duas a aspectos
fisiológicos. Lembrando que o conceito de pressão arterial é: Força do sangue
exercida nas paredes arteriais.

Força do sangue é expresso por volume, e esse volume é a quantidade


bombeada, chamada de v. sistólico que é a quantidade bombeada a cada
sístole, definindo como: “A quantidade que é bombeada ao longo de 1min,
que é chamado de volume sistólico vezes a freqüência cardíaca.”

Força do sangue = volume, conceito: Débito cardíaco - É a quantidade de


sangue ejetada em 60 segundos. Se o coração bate mais vezes por unidade
de tempo, afeta a pressão que é força do sangue volume -> débito
cardíaco volume sistólico vezes (x) freqüência cardíaca.

Área: Diâmetro de uma artéria, conjunto da obra, conceito - Resultante do


somatório da resistência imposta ao fluxo de sangue.

Força = volume; Área = resistência.

Explicação: Se uma artéria n1 tem raio igual a 1cm, a n2 tem raio de 1cm, e a
n3 de 1cm, logo as 3 tem o mesmo volume de sangue e a pressão será igual
nas três. Agora, se n1 tem um raio de 2cm, n2 tem 1cm e a n3 tem 1cm, a
pressão continuará sendo a mesma porque elas estão ligadas. Assim, uma
resultante (área total), é o que irá expressar resistência vascular periférica total,
que expressa força exercida na parede arterial, que é a resultante do
somatório de todas as resistentes arteriais.

Variáveis biológicas que irão expressar a pressão arterial são débito cardíaco e
resistência vascular.

Fórmula: Pressão arterial = débito cardíaco x resistência vascular periférica total.

Débito cardíaco aumenta, aumenta a pressão.

Débito cardíaco: Volume sistólico x freqüência cardíaca.


HIPÓTESES DE CONTROLE DA PRESSÃO

H. C. P. Arterial: Diminuir débito cardíaco, aumentar/diminuir a freqüência


cardíaca, diminuir a resistência, diurese. Mexemos com atividade cardíaca,
vascular e renal.

Medicamentos usados para controle da pressão arterial:

 Hidroclorotiazida;
 Lasix: É diurético, faz cair à pressão porque mexe com volume;
 Atenolol;
 Propranolol: Betabloqueador, receptor beta no coração que faz
aumentar a freqüência, bloqueia-se o receptor e a freqüência caí e
com a queda da freqüência cardíaca a pressão arterial também caí;
 Ansiolítico: Trata hipertensão, mais prescrito que o próprio antidepressivo
porque a ansiedade gera estresse, o que aumenta o tônus simpático e
causa constrição no vaso. Assim quando se trata a ansiedade, reduz a
pressão;

Elencar hipóteses que vão controlar a pressão arterial:

 Alterar a resistência: Para mais ou para menos;


 Débito cardíaco: Freqüência cardíaca e volume, que é a força de
contração ventricular e Diurese é pressão regularizando em médio
prazo (mexendo com as 3, mexe-se com volume de sangue)
 Resistência vascular: Vasodilatação e vasoconstrição.

A cada sístole e diástole ventricular temos um pulso do vaso, ou seja, ele vai se
acomodando em função da alteração de volume. Essa função elástica
atenua a repercussão de pressão no sistema, então a resposta elástica fica
reduzida. A implicação disso faz a pressão subir, sem o débito cardíaco alterar.

Mecanismos de controle da pressão arterial: M. neural, teremos neurônios


especializados em detectarem oscilação da pressão arterial e a partir dessa
detecção ter respostas fisiológicas que irão alterar a freqüência cardíaca e/ou
força de contração e/ou diurese.

Essas três vão causar uma variabilidade no volume, e o mecanismo fisiológico


poderá gerar vasodilatação ou vasoconstrição.

Mecanismo de controle neural da pressão arterial: Controle em curto prazo da


pressão arterial em alguns livros.

MECANISMO NEURONAL
BORRORECEPTORES
Mecanismo neural de controle da pressão arterial:
P1 (reflete o momento da sístole ventricular)
P2 (reflete ao momento diastólico do ventrículo) e eles se repetem
ciclicamente.
P1: pressão sistólica máxima
P2: pressão diastólica mínima
Se pegássemos um cateter e colocarmos na artéria de um animal e o
deixasse sendo monitorado iríamos ver a pressão quase não se oscilando ao
longo de dias/semanas/meses, se ele acordasse e ficasse estressado,
imediatamente a pressão subiria ligeiramente e quando desestressasse cairia
de novo.

Por que essa pressão não oscila e continua constante? Carlos Eduardo
Krieger fez a associação que as estruturas presentes no arco aórtico são
detectores de pressão, sendo terminações nervosas adaptadas que
detectam modificações que acontecem no vaso. Sabendo disso, fez a
ablação/retirada dessas estruturas nervosas presentes no arco aórtico,
cauterizou essas terminações n. e a partir do momento dessa retirada a
pressão ficou oscilando.

Conclusão: As estruturas presentes no arco aórtico são responsáveis pela


detecção da pressão arterial em tempo real.

Morfologicamente a estrutura do endotélio vascular (arco aórtico) se diferia


de praticamente toda e qualquer outra artéria por existir nele terminações
nervosas atípicas.

Barorreceptores: Proteína adaptada a identificar uma modificação pressórica,


ou seja, são estruturas nervosas localizadas no arco aórtico e na bifurcação
das carótidas, capazes de deflagrar potenciais de ação frente ao estiramento
(aumento da pressão arterial).

Quais serão as respostas fisiológicas mediadas por essa detecção, sabendo


que temos 3 possibilidades: Força, diurese, vasodilatação/vasoconstrição.
NÚCLEOS

BORORRECEPTOR BULBO

RLVM

SISTEMA
CARDIOV
ASCULAR

CULM
ÁREA SIMPATICA

S.
Cardio
NA NMD vascula
r

ÁREA PARASSIMPÁTICA

Existem dois quadrados na área simpática onde cada um representa um


núcleo costal e caudal que está no bulbo. Um representando R.V.L.M (rostral
ventrolateral medula) e C.V.L.M (caudal ventrolateral medula)

= O sistema cardiovascular apresenta-se constantemente em tônus


simpático, que significa, a todo momento o s.c. tem liberação de
adrenalina/noradrenalina, mantendo as funções cardiovasculares

Os outros dois quadrados na área parassimpática cada um representa um


NA (núcleo ambíguo) e NMD (núcleo motor dorsal) que está no bulbo.

= O parassimpático não apresenta tônus constante no sistema


cardiovascular, está inibido.

Tônus constante: É uma secreção crônica de um neurotransmissor relativo ao


simpático, os neurotransmissores são adrenalina e noradrenalina, eles podem
aumentar, ou seja, as funções cardiovasculares ainda mais predominantes
com as funções simpáticas ou poderá ser reduzido.

O que define aumento ou redução do sistema e ativação de outro sistema?


Barorreceptores.
Tem-se um nervo nos barorreceptores de origem no bulbo, chamada de N.T.S.
(núcleo do trato solitário).

Pressão subindo:

Se a pressão arterial sobe, o arco aórtico vai estirar, e será deflagrado um


potencial de ação que vai ser conduzido ao núcleo do trato solitário, que tem
uma sinapse inibindo a área do sistema simpático (R.V.L.M e C.V.L.M), e a
conseqüência disso é queda do tônus simpático.

 Sinapse inibitória: Neurotransmissor GABA.

Ativa-se o parassimpático (não tem efeito vascular, tem receptor e não tem
inervação), que tem o efeito de reduzir ainda a freqüência cardíaca, tendo
efeito: Bradicardia, vasodilatação.

 Sinapse excitatória: neurotransmissor Glutamato.

Pressão caindo de forma acentuada:

Acontece o efeito reverso, onde o que foi inibido será estimulado, e o que foi
estimulado será inibido. Não se forma potencial de ação, a freqüência
cardíaca explode em um curto espaço de tempo para evitar o desmaio.
Teremos taquicardia e vasoconstrição.

Isso é chamado de barorreflexo, mecanismo de controle a curto prazo da


pressão arterial.

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