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Anatomia e Fisiologia

Cardiovascular

Prof. Esp. Me. Antonio Henrique Semençato Júnior


O Coração : Estruturas

 Átrios (direito e esquerdo).

 Ventrículos (direito e esquerdo).

 Valvas A-V (tricúspide e bicúspide


ou mitral).

 Válvulas semilunares (pulmonar e


aórtica).
Átrios e Ventrículos
 Os átrios funcionam como reservatório de sangue e
como via de entrada para os ventrículos;
• ÁTRIOS – RECEBEM SANGUE PELAS VEIAS

 Os ventrículos são as principais fontes de força que


impulsionam o sangue para a circulação pulmonar
(VD) e sistêmica (VE).
• VENTRÍCULOS – EJETAM SANGUE PELAS ARTÉRIAS
Válvas A-V
 Impedem o refluxo de sangue dos ventrículos para
os átrios.
Válvulas Semilunares
 Impedem o refluxo de sangue das artérias aorta e
pulmonar para os ventrículos durante a diástole.
Anatomia Cardíaca

AD AE
Circ. Circ.
Sistêmica Pulmonar
VD VE
Circulação Circulação
Pulmonar Sistema
VD (sangue venoso) VE (sangue arterial)

Pulmão Corpo

AE (sangue arterial) AD (sangue venoso)


Músculo cardíaco

 O músculo cardíaco é um sincício de muitas células

musculares cardíacas, as quais se encontram tão

interligadas que, quando uma dessas células é excitada,

o potencial de ação dissemina-se para todas elas,

passando de uma célula para outra.


Músculo cardíaco

 O coração é formado por 2 sincícios distintos:


• o sincício atrial, que constitui a parede dos 2 átrios e o
sincício ventricular, que constitui a parede dos 2
ventrículos.
• Os átrios são separados dos ventrículos por um tecido
fibroso que circunda as aberturas valvares entre os átrios
e os ventrículos.
Músculo cardíaco

 Essa divisão da massa muscular do coração em 2

sincícios funcionais distintos, possibilita que os átrios se

contraiam um pouco antes da contração ventricular, o

que é importante para a eficácia do bombeamento

cardíaco.
Excitação Rítmica do Coração

Nodo S-A

Nodo A-V

Feixe A-V

Fibras de Purkinje
Excitação Rítmica do Coração
Nodo S-A : controla a FC e o impulso
rítmico normal (marcapasso fisiológico).

Nodo A-V: retarda a transmissão do


impulso cardíaco dos átrios para os
ventrículos.
Feixe A-V: transmite sinais elétricos
dos átrios para os ventrículos.

Fibras de Purkinje: transmite sinais


elétricos a todas células ventriculares.
Excitação Rítmica do Coração

Nodo S-A

Nodo A-V

Feixe A-V

Fibras de Purkinje
Ciclo Cardíaco
 O período de início de um batimento cardíaco, até o início

do batimento cardíaco seguinte é denominado ciclo

cardíaco.

 O ciclo cardíaco consiste em:

• Um período de relaxamento, denominado diástole, durante o

qual o coração se enche de sangue, seguido por...

• Um período de contração denominado sístole.


Diagrama
pressão-volume
(bombeamento ventricular)
Fase I - Período de enchimento:
 Inicia-se com Vol. Ventric. de aproximadamente 45 ml,
e pressão diastólica muito próxima de 0 mmHg.
 Esses 45 ml que permanecem no ventrículo após o
batimento cardíaco anterior, é denominado volume
sistólico final. (VSF)
Fase I - Período de enchimento:
• Quando o sangue venoso pulmonar flui do átrio para o
ventrículo, o volume aumenta para aproximadamente 115
ml, designados volume diastólico final (VDF), elevando
também a pressão diastólica para cerca de 5 mm Hg.
Fase II - Período contração isovolúmica:
• Durante a contração isovolumétrica, o volume do
ventrículo não se altera.

• Contudo, a pressão no ventrículo se eleva até se igualar


à pressão na aorta (cerca de 80 mm Hg).
Fase III - Período de ejeção:
• Durante a ejeção, a pressão sistólica eleva-se
ainda mais, devido a contração ainda maior do
ventrículo.
• Ao mesmo tempo, o volume do ventrículo diminui,
pois o sangue flui do ventrículo para a aorta.
Fase IV - Período de relaxamento isovolúmico:
• Ao final do período de ejeção, as válvulas semilunares
fecham-se e a pressão ventricular cai até o nível da
pressão diastólica.
• Assim o ventrículo volta ao seu ponto de partida, com 45
ml de sangue residuais e pressão atrial próxima de 0
mmHg.
Regulação do
Bombeamento Cardíaco

1. Regulação intrínseca - Mecanismo de Frank-


Starling.
2. Sistema Nervoso Autonômico: nervos simpáticos e
parassimpáticos (vago).
1. Mecanismo de Frank-Starling

 A quantidade de sangue bombeada pelo coração a

cada minuto é determinada pela intensidade do RV.

 Quanto mais o coração se enche durante a diástole,

> será a quantidade de sangue bombeada para a

aorta.
1. Mecanismo de Frank-Starling

Basicamente o mecanismo de Frank-Starling indica


que dentro dos limites fisiológicos, o coração
bombeia todo o sangue que chega até ele, sem
permitir acúmulo excessivo de sangue nas veias.
2. SNA: Nervos simpáticos
e parassimpáticos

 Estimulação simpática: Aumenta a força com que o


coração se contrai, aumentando consequentemente o
volume de sangue bombeado e a pressão de ejeção.
Portanto ela pode aumentar o débito cardíaco em até 2 a
3 vezes.
2. SNA: Nervos simpáticos
e parassimpáticos

 Estimulação parassimpática (vagal): Diminui em até 20 a


30% a força de contração do coração. Os nervos vagais
distribuem-se principalmente para os átrios e pouco para
os ventrículos. A diminuição da FC, associada a diminuição
da contração cardíaca, pode reduzir em até 50% o
bombeamento ventricular.
Fisiologia Cardiovascular
VOLUME SISTÓLICO ( VS )

 É a quantidade de sangue ejetada


durante a cada sístole.
 É determinado pela diferença entre
VDF e VSF.
 Em condições de repouso o valor
médio do VS é de  60 ml.
Débito Cardíaco e Retorno Venoso
 DC = quantidade de sangue bombeada
pelo coração para a aorta a cada
minuto:
 (DC = VS X FC ou DC = PAM / RPT)
 RV = quantidade de sangue que flui das
veias para o átrio direito a cada minuto.
 Em geral o DC e o RV apresentam as mesmas
proporções.
Débito Cardíaco : valores normais

 O DC varia muito com o nível de atividade


do corpo.
 Por esta razão fatores tais como o nível do
metabolismo corporal, atividade física, a
idade e o tamanho do corpo podem
influenciar no DC.
Débito Cardíaco : valores normais
 Para adultos jovens, do gênero masculino normais e
saudáveis, o DC é em média aproximadamente 5,6 l/min.

 Para mulheres, o valor é 10 a 20% inferior. (560 a 1120l/min

menor).

 Leva-se em consideração o fator idade (pois com a idade,


a atividade física diminui), o DC médio para o adulto é
de 5 l/min.
Débito Cardíaco - Regulação
 O RV para o coração é a soma de todos o fluxos

sanguíneos locais dos segmentos individuais da

circulação periférica.

 Portanto a regulação do DC é a soma das

regulações de todos os fluxos sanguíneos locais.


Débito Cardíaco - Regulação
 Quando a pressão arterial (PA) é controlada

normalmente, o nível do DC varia de forma

recíproca às alterações da resistência periférica

total (RPT).

 Quando a RPT está normal o DC também é

normal.
Débito Cardíaco - Regulação

 Porém DC e RPT são inversamente

proporcionais: quando a RPT aumenta, o

DC diminui; inversamente, quando a RPT

diminui, o DC aumenta.
A função do Sistema Nervoso no
controle rápido da PA

 Uma das funções mais importantes do controle nervoso da


circulação é sua capacidade de causar aumentos rápidos
na PA.
 Para esta finalidade todas as funções vasoconstritoras e
cardioaceleradoras do SN Simpático são estimuladas
como um todo.
 Ao mesmo tempo, há inibição recíproca dos sinais
parassimpáticos (vagais).
A função do Sistema Nervoso no
controle rápido da PA

Sistema de controle barorreceptor


arterial:
 Os barorreceptores são terminações
nervosas, situadas nas paredes das
artérias.
 São estimulados mediante alterações na
PA.
A função do Sistema Nervoso no
controle rápido da PA
Sistema de controle barorreceptor
arterial:

• PA aumentada: nesta alteração os


barorreceptores emitem sinais ao bulbo,
que inibem o centro vasoconstritor e
estimulam o centro vagal.
• PA diminuída: ocorre o inverso.
A função dos Rins na regulação a
longo prazo da PA e na HAS

 O sistema rim-líquidos corporais para o


controle da PA atua da seguinte forma:
 Quando o corpo contém líquido extracelular
em demasia, a PA se eleva.
 A elevação da PA tem efeito direto, fazendo os
rins excretarem o excesso de líquido
extracelular e fazendo assim com que a PA
volte ao normal.
Mecanismo pela qual o aumento do
volume de líquido eleva a PA.
Aumento do volume de líquido extracelular

Aumento do volume sanguíneo

Aumento do RV ao coração

Aumento do DC Auto-regulação

Aumento de RPT
Aumento da PA
A função do sal no esquema rim-líquidos
corporais na alteração da PA

 Estudos mostram que o aumento na ingestão de


sal tem maior probabilidade de elevar a PA, que o
aumento da ingestão de água.
 A razão disso é que a água é normalmente
excretada pelos rins tão rapidamente quanto é
ingerida, mas o sal muitas vezes não é
excretado tão facilmente.
A função do sal no esquema rim-
líquidos corporais na alteração da PA.

 Ao acumular-se no corpo, o sal


aumenta indiretamente o
volume de líquido extracelular
por 2 razões:
A função do sal no esquema rim-
líquidos corporais na alteração da PA.

1. Quando há excesso de sal no organismo, a


osmolaridade dos líquidos corporais aumenta e
isso, estimula o centro da sede, fazendo a
pessoa ingerir quantidade extra de água para
diluir o sal extracelular até sua concentração
normal.

• Isso aumenta o volume de líquido extracelular.


A função do sal no esquema rim-
líquidos corporais na alteração da PA.

2. O aumento da osmolaridade do LEC também estimula


o mecanismo secretor do hipotálamo-hipófise a secretar
maior quantidade de hormônio antidiurético.

• Esse hormônio faz os rins reabsorverem maior


quantidade de água do líquido tubular renal antes que
ela seja excretada como urina; diminuindo assim o
volume de urina e aumentando o volume de líquido
extracelular.
A função do sal no esquema rim-
líquidos corporais na alteração da PA.

 Assim por essas 2 razões a quantidade de sal que se

acumula no organismo é o principal determinante do

volume do líquido extracelular.

 Pequenos aumentos do líquido extracelular e

pequenas quantidades extra de sal podem

freqüentemente aumentar muito a PA.


Sistema Renina-Angiotensina

 A renina é uma proteína e/ou enzima (sem ação vasoativa)


liberada pelos rins quando a PA diminui consideravelmente.
 Ela atua sobre outra enzima plasmática (substrato da renina
ou angiotensinogênio) liberando um peptídeo com 10
aminoácidos denominado angiotensina I.
 A renina permanece no sangue por 30 minutos a 1 hora,
continuando a formar angiotensina I durante esse tempo.
Sistema Renina-Angiotensina

 Após a formação da angiotensina I, dois outros


aminoácidos são dela removidos para formar um peptídeo
de 8 aminoácidos denominado angiotensina II.

 Essa conversão ocorre quase totalmente nos pequenos


vasos dos pulmões, catalisada pela enzima conversora,
presente no endotélio dos vasos pulmonares
Sistema Renina-Angiotensina

 A angiotensina II é um vasoconstritor

extremamente potente; persiste no sangue por

apenas 1 a 2 minutos, por ser rapidamente

inativada por múltiplas enzimas sanguíneas e

teciduais denominadas angiotensinase.


Esquema do Mecanismo
vasoconstritor da renina-
angiotensina para o controle
da PA.
Diminuição da PA

Renina (rim)

Substrato da Renina
(proteína plasmática) Angiotensina I

Enzima conversora
(pulmão)

Angiotensina II Angiotensinase
(inativa a angiotensina
II após 1 ou 2 minutos)

Retenção renal de sal e água Vasoconstrição

Elevação da PA
Efeito da angiotensina causando
retenção de sal e água.

1. Age diretamente sobre os rins causando

retenção de sal e água.

2. Faz as glândulas supra-renais secretarem

aldosterona, e esta por sua vez, aumenta a


reabsorção de sal e água pelos túbulos renais.
Mecanismo pelo qual o
sistema renina-angiotensina
mantém a PA apesar das
variações na ingestão de sal
Aumento da ingestão de sal

Aumento do volume extracelular

Aumento da PA

Diminuição de renina e angiotensina

Diminuição renal de sal e água

Retorno praticamente ao normal do volume extracelular

Retorno praticamente ao normal da PA


AUSCULTA CARDÍACA
Sons Cardíacos

 Auscultando-se um coração normal por

estetoscópio, escuta-se um som

descrito geralmente como “lub, dub,

lub, dub”.

 O “lub” está associado ao fechamento

das válvulas A-V no início da sístole e o

“dub” ao fechamento das válvulas

semilunares no final da sístole.


Sons Cardíacos

 O som “lub” é denominado

primeira bulha cardíaca e o “dub”,

segunda bulha cardíaca, pois

considera-se que o ciclo normal

do coração começa pelo início da

sístole.
Sons Cardíacos

 Terceira bulha cardíaca: ocasionalmente uma

terceira bulha pode ser detectada no exame

durante o terço médio da diástole,

provavelmente causada pela oscilação do

sangue de uma parede para a outra dos

ventrículos, iniciada pelo influxo de sangue

dos átrios.
Sons Cardíacos

 Bulha atrial cardíaca: esta bulha pode ser

registrada pelo exame (geralmente não é

audível pelo estetoscópio), e ocorre devido

a contração dos átrios, causada pelo

influxo de sangue para os ventrículos, o

que desencadeia vibrações semelhantes

às da terceira bulha cardíaca


Focos Auscultatórios
Fisiologia Cardiovascular
Sistema Arterial Coronário:
DIREITO
e
ESQUERDO
Sistema Arterial Coronário ESQUERDO

 A artéria coronária esquerda geralmente tem de 2 a 4 cm de

comprimento e se bifurca em dois ramos epicárdicos:

 descendente anterior

 circunflexa

 O sistema arterial coronariano esquerdo supre até 70% da massa

muscular ventricular esquerda (parede anterior e lateral).


Sistema Arterial Coronário ESQUERDO

 A descendente anterior situa-se ao longo do sulco

interventricular até o ápice do coração. Ela e seus

ramos suprem:

– toda a parede anterior do VE

– maior parte da parede superior e do septo interventricular

– parede anterior do VD

– músculo papilar anterior e o nódulo AV


Sistema Arterial Coronário ESQUERDO

 A artéria circunflexa geralmente surge:


– ângulo perpendicular á artéria coronária esquerda
– segue abaixo do apêndice do átrio esquerdo
– e ao longo do sulco atrioventricular.

 Ela supre
– a parede ventricular posterior esquerda
– massa muscular atrial esquerda
– músculo papilar lateral.
Sistema Arterial Coronário DIREITO

 A artéria coronária direita e seus ramos,

principais divisões:

- Descendente Posterior

- Interventricular
Sistema Arterial Coronário DIREITO

 A artéria coronária direita e seus ramos

(interventricular e descendente posterior), suprem:

– maior parte da massa muscular ventricular direita

– superfície inferior do VE

– massa muscular atrial direita.


Coronária esquerda

Aorta
Circunflexa

Coronária direita
Marginal

Descendente anterior

Interventricular

Diagonal

Descendente posterior
Subdivisões
Arteriais a partir da
aorta
Arco da Aorta - ramificações
Aorta Abdominal - ramificações
Fluxo sanguíneo coronário normal

 Em repouso nos seres humanos, o fluxo


sanguíneo coronário é em média 225 ml/min
o que representa aproximadamente 4 a 5%
do DC total.
 Durante o exercício o fluxo sanguíneo
coronário aumenta 3 a 4 vezes para suprir
os nutrientes adicionais ao coração.
Fluxo sanguíneo coronário normal

 Durante a sístole o fluxo sanguíneo do VE


diminui; ao contrário dos outros leitos vasculares
do corpo.

 Durante a diástole o músculo cardíaco se relaxa


totalmente e não mais obstrui o fluxo sanguíneo
pelos capilares do VE; desta forma o sangue flui
rapidamente durante toda a diástole.
Fluxo sanguíneo coronário normal

 O fluxo sanguíneo do sistema coronário é regulado


quase que totalmente pela resposta vascular às
necessidades locais de nutrição da musculatura
cardíaca.
 Mesmo no estado normal de repouso, cerca de 70%
do O2 do sangue arterial são removidos quando o
sangue passa pelo coração.
ILUSTRAÇÕES
Radiograma do Tórax - PA

Botão Aórtico
V. Cava Superior

Tronco da
artéria
pulmonar

Átrio Direito
Ventrículo
Esquerdo

“sombra cardíaca”
Análise somente dos contornos da
silhueta, sem resolução de contraste
entre as estruturas
Radiograma do Tórax

Aorta

Tronco da
artéria
pulmonar

Átrio Esquerdo
VD
(+ VE)
Átrio Direito

• Útil para aumento do AE


Radiograma do Tórax
Aorta

Ventrículo Ventrículo
Direito Esquerdo

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