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Adaptações cardiovasculares

durante o exercício

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EQUAÇÕES MATEMÁTICAS PARA ESTUDO
DA HEMODINÂMICA CARDIOVASCULAR
FÓRMULA UNIDADE

DC = VS X FC Litros/minuto

DC = PAM / R Litros/minuto

PAM = (VS X FC) / R mmHg

PAM = (2 PAD) + PAS


3 mmHg
VS = VDF - VSF ml

DC = VO2 / D(a-v)O2 Litros/minuto

VO2 = DC X D(a-v)O2 ml.(Kg.min)-1

R = PAM / DC mmHg/Litros/minuto

VO2 max: é a capacidade max do corpo em transportar


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e metabolizar o O2 durante um exercício físico incremental
01 - DÉBITO CARDÍACO:
• A função primária do coração é bombear sangue

através da circulação arterial e sistêmica do corpo

• O DC é um reflexo da atividade funcional do

coração e é um principal determinante da média de

O2 entregue nos tecidos periféricos bem como nos

músculos esqueléticos ativos.


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01 - DÉBITO CARDÍACO:
• O valor médio do DC em repouso em um indivíduo

saudável é de 5 l/min

• Durante o exercício, pode aumentar 4 ou 5 vezes além

do nível de repouso (20 a 25 l/min)

• Valores máximos (35 a 40 l/min) podem ser observados

em atletas de resistência.

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02- FREQUÊNCIA CARDÍACA:

• Para se verificar a FC são

necessários 3 parâmetros:

– A) Frequência

– B) Ritmo

– C) Amplitude
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02- FREQUÊNCIA CARDÍACA:

A) Frequência:

• Pode ser normal (60 a 100 bpm) ou anormal (bradicardia

ou taquicardia).

• Exemplo de taquicardia normal: Se uma pessoa levar um

susto, ela pode ter um aumento na FC, devido a liberação

de adrenalina, causando taquicardia.

• A taquicardia anormal, aparece nas patologias de ritmo

(taquicardia supra-ventricular)

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02- FREQUÊNCIA CARDÍACA:

• A taquicardia sinusal caracteriza-se por FC

superior a 100 bpm, provocada pelo nodo S-A.

• Em certas situações, como na prática de exercícios físicos, no

consumo de drogas estimulantes, na ocorrência de fortes emoções,

febre, etc, o nodo S-A pode aumentar a FC, refletindo hiperatividade

do SNA simpático.

• Quando se manifesta em portadores de cardiopatias pré-existentes,

a taquicardia sinusal pode indicar insuficiência cardíaca

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02- FREQUÊNCIA CARDÍACA:
B) Ritmo: equivale ao tempo de cada sístole.

• Regular (normal)

• Irregular (anormal)

• Exemplo de ritmo irregular: extra-sístoles

(descargas prematuras e súbitas que disparam

antes do nodo S-A emitir impulso elétrico).

• Arritmias ***
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02- FREQUÊNCIA CARDÍACA:

C) Amplitude: provocada pela onda de distensão que se sente

no dedo. Pode ser:

• Grande Amplitude (exercícios físicos)

• Pequena Amplitude (diminuição do VS)

• Amplitude variável (condições patológicas)

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Frequência Cardíaca Máxima (FCM):

É quando a FC atinge um valor, e não aumenta


mais, mesmo que se aumente o trabalho.

• Pode ser calculada através das fórmulas:

FCM = 220 – idade


ou

FCM = 208 – (0.7 X idade)

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FREQUÊNCIA CARDÍACA
SUB-MÁXIMA (FCS):

• Frequência Cardíaca Sub-máxima (FCS): é toda FC

abaixo da máxima normal. É a FC ideal para se

trabalhar com cardiopatas.

• Pode ser calculada através da fórmula:

FCS = 195 – idade


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FCM e FCS durante o exercício:

• É a FC máxima que o indivíduo pode atingir no exercício.

– Obtém-se através das fórmulas:

• FCM em exercício = FCM x 0,85 (ou 85%).

• FCS em exercício = FCS x 0,75 (ou 75%).

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EXERCÍCIO:
Calcular a FCM e FCS durante o exercício
para indivíduos com 20, 35 e 70 anos

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Steady State :
Steady State: Analisando-se a FC em atividade física

constante, nota-se que ela aumenta e depois se estabiliza,para

posteriormente diminuir (se a carga se manter constante). Este

estado de equilíbrio da FC após 6 minutos de atividade física,

com carga constante é denominado Steady State.

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PRESCRIÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA
ATRAVÉS DA FC

1. Através da FCM :
 Todo o indivíduo que deseja ingressar num programa
de exercícios físicos aeróbios deverá executá-lo numa
intensidade de 60 a 85% da FCM prevista para a
idade.

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ZONA ALVO DE TREINAMENTO
(Karvonen e col., 1957)
(o indivíduo deve procurar controlar
seus batimentos cardíacos
entre a faixa mínima e máxima
durante o exercício)

FCM x 0,60 = freqüência cardíaca mínima

FCM x 0,70 = freqüência ideal na atividade aeróbica

FCM x 0,85 = freqüência cardíaca máxima


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PRESCRIÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA
ATRAVÉS DA FC

2. Através da fórmula :

IT = ( FCM – FCR ) X FT + FCR


 IT = intensidade de treinamento
 FCR = FC de repouso

 FT = fração de treinamento ( 60 à 85% da FCM ).

 Exemplo: Indivíduo de 25 anos com

FCR = 70 bpm; FCM = 195 bpm e FT = 0.60.

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PRESCRIÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA
ATRAVÉS DA FC
OBSERVAÇOES :
• Normalmente, nos programas de condicionamento físico para
sedentários, deve-se iniciar com valores de 45%, progredir para
60% e atingir até 85% da FCM
• Em atletas pode-se iniciar com valores de 75%, progredir para 85%
e chegar até 90% da FCM

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03 - VOLUME SISTÓLICO:

VS = VDF - VSF
 O aumento do VS para indivíduos não condicionados é de 10 a
35%. Somente em atletas (corredores de distância), nos quais o DC
pode aumentar até 6 vezes o valor basal, é que observamos
aumentos de até 100% do VS durante o exercício.

 Fatores que alteram o VS:


 RV
 distensibilidade dos ventrículos
 força de contração do miocárdio.

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04- PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA (PAM):

 A pressão média exercida pela sangue contra a parede interna das


artérias é função das pressões sistólica e diastólica, sendo
chamada de PAM.

 A PAM de repouso está entre 90 e 100 mmHg. O valor máximo da


PAM durante o exercício é de aproximadamente 130 mmHg.

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04- PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA (PAM):
 Pode ser obtida através das fórmulas:

PAM = (2PAD) + PAS


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ou

PAM = PAD + 0,33(PAS-PAD)


ou
PAM = VS X FC
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05 - DIFERENÇA ARTÉRIO-VENOSA
DE OXIGÊNIO D (a-v) O2:

 A capacidade de transporte de O2 pelo sangue é de

aproximadamente 20 ml de O2 para cada 100 ml de sangue.

 A D (a-v) O2 é a diferença entre o oxigênio contido no

sangue arterial e diluído no sangue venoso.

 Ela é um reflexo da extração de O2 pelos tecidos periféricos.

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05 - DIFERENÇA ARTÉRIO-VENOSA
DE OXIGÊNIO D (a-v) O2:
 O valor médio em repouso é de 5 ml de O2 por 100 ml de sangue

(ou 50 ml para cada litro de sangue).

 Durante o exercício dinâmico, ela aumenta linearmente com a carga

de trabalho até valores máximos de aproximadamente 16 mL de O2

para 100 mL de sangue (ou 160 ml para cada litro de sangue). Isto

significa que 85% de O2 no sangue são removidos durante o

exercício máximo.
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6- Consumo de O2 pelo Miocádio (MVO2):

 Pode ser determinado indiretamente pela


fórmula do duplo produto:

MVO2 = PAS x FC
100

 Ele serve para avaliar o quadro evolutivo do


paciente.

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6- Consumo de O2 pelo Miocádio (MVO2):

 O fluxo sanguíneo coronariano é de aproximadamente

250 ml/ min (5% do DC).

 Quando o miocárdio necessita de maior suprimento de

O2 , o fluxo sanguíneo coronariano aumenta, regulando-

se exclusivamente na dependência do MVO2.

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6- Consumo de O2 pelo Miocádio (MVO2):

 Assim, todos fatores que determinam o MVO2, (tais como a FC, a

PAS, contratilidade miocárdica, intensidade do trabalho cardíaco e

hipóxia), alteram o fluxo sanguíneo coronariano.

 Nos indivíduos com obstrução nas coronárias, o fluxo é limitado;

qualquer aumento do MVO2 causa desequilíbrio entre o

suprimento e a demanda de O2.

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6- Consumo de O2 pelo Miocádio (MVO2):

 Fatores que aumentam o MVO2:

 aumento da FC, da PA, do VS e da contratilidade do miocárdio.

 Fatores que diminuem o MVO2:

 diminuição da FC, da PA, do VS e da contratilidade do miocárdio.

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Adaptações
cardiovasculares
durante o exercício

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Redistribuição do fluxo sanguíneo
durante o exercício
Para satisfazer a demanda aumentada de oxigênio dos músculos

esqueléticos durante o exercício, é necessário que seja

aumentado o fluxo sanguíneo muscular e concomitantemente,

reduzido o fluxo sanguíneo para os órgãos menos ativos como o

fígado, os rins e o trato gastrointestinal.

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Redistribuição do fluxo sanguíneo
durante o exercício
 No repouso, aproximadamente 15-20% do DC é

dirigido aos músculos esqueléticos

 Durante o exercício máximo 80-85% do DC total

vão para os músculos esqueléticos em

contração. Isto supre grande aumento das

necessidades do O2 pelos músculos durante o

exercício intenso.

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Redistribuição do fluxo sanguíneo
durante o exercício
 Durante o exercício intenso a porcentagem do DC total que vai

para o cérebro é reduzida em comparação com o repouso.

 No entanto, o fluxo sanguíneo absoluto que chega ao cérebro

é discretamente maior do que os valores do repouso.

 Isto se deve ao elevado DC durante o exercício.

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Redistribuição do fluxo sanguíneo
durante o exercício
 Embora a porcentagem do DC total que chega ao miocárdio seja a

mesma durante o exercício máximo e em repouso, o fluxo

sanguíneo coronariano total é aumentado em decorrência do

aumento do DC no exercício intenso.

 Finalmente observa-se uma redução no fluxo sanguíneo cutâneo

e nos órgãos abdominais durante exercício intenso em

comparação com as condições de repouso.

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Redistribuição do fluxo sanguíneo
durante o exercício

 Essa redução do fluxo sanguíneo abdominal no exercício


intenso é um meio importante de desviar o fluxo sanguíneo
dos tecidos “menos ativos” para os músculos esqueléticos em
atividade.

 Os músculos, assim como os outros tecidos corporais,


apresentam uma capacidade única de regular seu próprio fluxo
sanguíneo em proporção direta ás suas próprias necessidades
metabólicas.

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Regulação do fluxo sanguíneo
local durante o exercício
O fluxo sanguíneo aos músculos esqueléticos durante o exercício

é regulado da seguinte forma:

 As arteríolas do músculo esquelético possuem uma alta

resistência vascular em repouso. Isto se deve a estimulação

simpática, que faz com que a musculatura lisa vascular se contraia

(vasoconstrição). Tal contração produz um fluxo sanguíneo

relativamente baixo durante o repouso.

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Regulação do fluxo sanguíneo
local durante o exercício
 No início do exercício a vasodilatação inicial do músculo

esquelético deve-se a uma interrupção da estimulação

simpática às arteríolas do músculo em atividade.

 Essa vasodilatação inicial serve para “preparar” o músculo

esquelético a ação. No entanto, a medida que o exercício

progride, a vasodilatação é mantida e aumentada pelo controle

metabólico intrínseco.
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Regulação do fluxo sanguíneo
local durante o exercício

Esse último tipo de regulação do fluxo sanguíneo é

denominado auto-regulação sendo o fator mais

importante na regulação do fluxo sanguíneo aos

músculos durante o exercício.

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Fonte: Fisiologia do Exercício. Autor: Scott K. Powers (2000). Pag. 168

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