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FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO

Resposta Cardiovascular ao Exercício


Frequência Cardíaca - Volume de Ejeção - Débito Cardíaco - Pressão
Arterial – Sangue.
FREQUÊNCIA CARDÍACA – tendência no esforço físico.
(FC máx.): é o maior número de batimentos por minuto que seu coração é
capaz de bombear sob esforço máximo.
Para que serve? Serve para verificar o limite da frequência cardíaca e avaliar
se é seguro continuar treinando. Isso porque, durante o esforço, o corpo tem
necessidade de níveis mais elevados de oxigênio e, com isso, os batimentos
cardíacos vão acelerando. A frequência cardíaca máxima ocorre quando o
oxigênio produzido pelo coração já não é mais o suficiente para oxigenar os
músculos.
O que acontece se atingir a Fmáx? o coração não vai mais ter a capacidade
de bombear o sangue com a mesma eficiência. Seu corpo entrará em estado
de autopreservação e mesmo que você não queira, acabará reduzindo a
velocidade.
Não se deve tentar manter a frequência no máximo, pois ela pode causar
danos ao coração.
O ideal é ficar entre 50% e 85% do valor máximo.
COMO DETERMINAR A Fcmáx? A forma mais comum de determinar a Fcmax
é:
1. O método Astrand, que consiste na aplicação da seguinte fórmula:
Nas mulheres: 226 (-) a idade => Exemplo: para uma mulher de 40 anos =>
226 (-) 40 = 186 pulsações
Nos homens: 220 (-) a idade => Exemplo: para um homem de 40 anos => 220
(-) 40 = 180 pulsações
EXEMPLO: Com uma FCmax de 185 pulsações e uma FC em repouso de 68
pulsações, a FC de reserva será de 185-68, o que equivale a 117 pulsações. A
seguir, considerando um treino de resistência a 70%, você deve fazer o
seguinte cálculo: 117 x 70/100, o que equivale a 82 pulsações. A este valor
deve ser acrescentada a sua FC em repouso, ou seja, 82+68= 150 pulsações.
Desta forma deverá correr, em treino de resistência, com batimentos em torno
de 150.
ESCALA DE BORG Escala de Borg é uma escala criada pelo fisiologista
sueco Gunnar Borg para a classificação da percepção subjetiva do esforço.
Numa escala numérica de 0 a 10 readaptada da original que ia de 6 a 20, o
indivíduo utiliza a escala para apontar sua própria percepção de esforço.

VOLUME DE EJEÇÃO
DETERMINADO POR 4 FATORES
1- Volume de sangue venoso que retorna ao coração.
2- A distensibilidade ventricular (capacidade de dilatação do ventrículo).
3- A contratibilidade ventricular (capacidade de contração do ventrículo)
4- A pressão aórtica e a arterial pulmonar (pressões contra as quais os
ventrículos deve ser contrair)

AUMENTO DO VOLUME DE EJEÇÃO COM O EXERCÍCIO


Aumento da velocidade aproximadamente até 40 a 60%;
VE e Força da Gravidade
Posição ortostática= o VE pode quase dobrar (ex. 50 - 60ml para 100- 120ml)
Em atletas de alta performance pode aumentar de 80 – 110ml para 160 –
200ml no exercício máximo.
Posição supina= ex natação aumenta cerca de 20% a 40%.
Mecanismo de Frank- Starling (principal fator no controle do VE é a magnitude
da distensão ventricular).;
Aumento na contratilidade (intensidades mais elevadas).
DÉBITO CARDÍACO
Débito Cardíaco= FC x VE
-Varia quanto o condicionamento e tamanho corporal.
-O principal objetivo do seu aumento é suprir a maior demanda do Oxigênio
nos músculos.
PRESSÃO ARTERIAL E EXERCÍCIO FÍSICO
Pressão arterial= débito cardíacoXresistência periférica total
Pressão sistólica
-Aumenta durante o exercício de 120 mmHg em repouso podendo chegar a
200mmHg na exaustão.
-Em atletas treinados pode chegar de 240 a 250mmHg.
-A pressão estabiliza durante o exercício submáximo. Se o exercício for
prolongado, a pressão sistólica pode diminuir, pela diminuição da resistência
periférica total para manter o Débito Cardíaco.

PRESSÃO DIASTÓLICA
-Aumentos de 15 mmHg são considerados anormais.
-Reflete a pressão nas artérias quando o coração está em repouso.
-Não há razão para que ele aumente.
CONTEÚDO DE OXIGÊNIO
-Em repouso pode variar de 20ml de Oxigênio por 100ml de sangue arterial a
14ml de Oxigênio por 100ml de sangue venoso
-Diferença arterio- venosa de oxigênio
-Essa diferença pode aumentar até 3 vezes com exercício
-Pode cair a zero no músculo – Mas seus valores nunca são inferiores a 2-4 ml
de oxigênio por 100 ml de sangue.

REGULAÇÃO RESPIRATÓRIA DURANTE O EXERCÍCIO


FUNÇÃO: TRANSPORTE DE OXIGÊNIO AOS TECIDOS E REMOÇÃO DE
DIÓXIDO DE CARBONO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO
DIFUSÃO PULMONAR
• Reabastecer o suprimento de oxigênio no sangue que foi depletado pela
produção energética oxidativa
• Remover o dióxido de carbono do sangue venoso que retorna
• Ocorre através de uma fina membrana respiratória
DIFUSÃO PULMONAR NO EXERCÍCIO
• a capacidade de difusão do oxigênio aumenta ao sair do repouso para o
exercício.
• o gradiente de pressão para a troca de co2 é menor do que para a troca do
oxigênio (o2),
• porém a membrana para o co2 é 20 vezes mais solúvel do que para o o2
então ......
• o co2 atravessa a membrana mais facilmente.
PRESSÕES PARCIAIS DO AR
Pressão Atmosférica Padrão (ao nível do mar) =760 mmHg
Oxigênio (O2) é 20.93% do ar; PO2 = 159.1 mmHg
Dióxido de Carbono (CO2) é 0.03%; PCO2 = 0.2 mmHg

TRANSPORTE DE OXIGÊNIO
• A concentração de hemoglobina determina a capacidade carreativa do
sangue.
• O aumento de íons h+ (acidez) e a temperatura muscular atraem uma maior
quantidade de oxigênio local.
O treinamento afeta diretamente o transporte de oxigênio para o músculo.

FATORES QUE INFLUENCIAM A ENTREGA E O CONSUMO DE O2


1. A quantidade de oxigênio (o2) disponível no sangue.
2. O fluxo total de sangue na circulação.
3. As condições internas da musculatura local.
A DIFERENÇA A-VO2 MUSCULAR
• O aumento na diferença artério venosa (a-vo2) durante exercícios extremos
reflete o aumento da utilização de oxigênio pelas células musculares.
• Esta utilização elevada remove oxigênio do sangue arterial resultando em
decréscimo na concentração de oxigênio do retorno venoso.

DIFERENÇA A-VO2
• A saturação de hemoglobina diminui quando a po2 ou o ph diminui, ou se a
temperatura aumenta. estes fatores aumentam a necessidade de entrega de
oxigênio para os tecidos.
• Hemoglobina é usualmente 98% saturada com oxigênio. aumenta de acordo
com a solicitação do organismo.
A diferença artério venosa (a-vo2) - diferença entre a quantidade de
oxigênio contido no sangue arterial e venoso - reflete a quantidade total
de oxigênio consumido pelos tecidos.
PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS DURANTE O EXERCÍCIO

DISPNEIA encurtamento da respiração. durante o exercício causa a


inabilidade de reajustar a pco2 e h+ sanguíneo devido a condição dos
músculos respiratórios.
HIPERVENTILAÇÃO aumento excessivo na ventilação que extrapola as
necessidades metabólicas por oxigênio. aumento ph sanguíneo.

MANOBRA DE VALSALVA
• Técnica respiratória para prender e pressurizar o ar dos pulmões; a
permanência por longos períodos pode reduzir o débito cardíaco. Esta técnica
é comumente utilizada durante levantamento de pesos e pode ser perigosa.
Pode provocar dor no peito, desregular os batimentos do coração e causar
episódios de síncope vasovagal, caracterizada pela perda súbita de
consciência e desmaio.

AMBIENTE HIPERBÁRICO E MICROGRAVIDADE


Superior à pressão atmosférica.
EX: Mergulho. O peso da água diretamente acima do indivíduo (pressão
hidrostática) e o peso da atmosfera na superfície da água.
Profundidade de mergulho e volume dos gases
Lei de Boyle estabelece que, numa temperatura constante, o volume de
determinada massa de gás varia inversamente com a sua pressão.
Ou seja quando a pressão duplica, o volume é reduzido à metade (ex. 6L de ar
da superfície, 10 metros de deslocamento=3L de ar).
Qual seria o impacto de se respirar profundamente a 10m e manter esse
ar nos pulmões na medida em que o indivíduo sobe para a superfície?
R: Hiperdistensão pulmonar, rompimento dos alvéolos, hemorragia pulmonar,
entrada de bolhas de ar no sistema circulatório, bloqueio de vasos importantes,
lesões teciduais e morte;
Baseado na tabela abaixo, qual seria o impacto de uma ascensão muito
rápida de uma profundidade de 30m para a superfície?

R: As pressões parciais dos líquidos corporais ultrapassam a pressão da água,


os gases podem sair da solução e formar bolhas.
Resposta fisiológica ao mergulho
Em água fria/fresca
(1) Bradicardia (atividade vagal aumentada) (principalmente em água fria);
(2) Débito cardíaco reduzido (pela redução da FC);
(3) Vasoconstrição periférica aumentada;
(4) Aumento do Lactato no músculo precariamente perfundido.

RESPOSTA CARDIOVASCULAR À IMERSÃO NA ÁGUA


A pressão que a água exerce no corpo facilita o retorno venoso;

MERGULHO COM SUSPENSÃO DA RESPIRAÇÃO


QUAL O OBJETIVO DA HIPERVENTILAÇÃO DURANTE O MERGULHO???
Para realizar a hiperventilação, realizamos uma sequência rápida de
inspirações e expirações, até uma longa inspiração e retenção do ar.
Ocorre uma diminuição considerável na quantidade de gás carbônico, que
anda livre no plasma, enquanto o oxigênio está ligado ao glóbulo vermelho.
Este simples procedimento, permite ao mergulhador realizar uma apneia mais
longa.
Hiperventilação e exercício
QUAL O PRINCIPAL PROBLEMA DA HIPERVENTILAÇÃO DURANTE O
MERGULHO???
Quando um mergulhador realiza a hiperventilação, ele inicia a apneia com o
nível de gás carbônico muito mais baixo do que quando ele simplesmente
inspira e retém o oxigênio nos pulmões, então, antes que a alta taxa de gás
carbônico atinja o nível de alerta no centro respiratório, o nível de oxigênio já
caiu a um nível incompatível com o mínimo para a consciência humana, e o
mergulhador acaba desmaiando.
Perigos do mergulho autônomo (scuba) decorrentes em falhas em igualar
as pressões gasosas interna e externa:
Embolia Gasosa; Bloqueio da trompa de eustáquio; Bloqueio das aberturas dos
seios nasais; Pneumotórax; Ruptura dos alvéolos
Sensação de ouvido tapado. Quando a obstrução se torna persistente, podem-
se desenvolver complicações, como otites e perda de audição.

A gravidade na terra possui uma aceleração padrão de 1g (símbolo para


aceleração gravitacional);
Microgravidade = gravidade reduzida = condições em que a força
gravitacional é inferior a 1g;
ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DA EXPOSIÇÃO CRÔNICA À
MICROGRAVIDADE
O peso de um objeto, que reflete a força gravitacional exercida sobre ele,
diminui à medida que o objeto é distanciado da superfície terrestre;

ALTERAÇÕES NA MICROGRAVIDADE
EXEMPLO 1 Numa distância de 12.875km da terra, o peso de um corpo é de
apenas 25% do seu valor na terra;
EXEMPLO 2 Numa distância de 337.962km da terra, o peso de um corpo é
de 0% do seu valor na terra;
ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS EM AMBIENTES DE MICROGRAVIDADE
Na microgravidade: Os volumes do sangue e dos demais líquidos corporais
se deslocam para cima e penetram na região toraco-cefálica, surge o inchaço
da face e uma redução de 2 a 5cm na região da cintura.
O deslocamento efetivo dos líquidos provoca: cefaléia, vermelhidão nos
olhos, congestão nasal.
Redução do volume do plasma e das hemácias e maior estagnação venosa.
Intolerância ortostática: maior estagnação venosa, reflexo dos barorreceptores
suprimido e retorno venoso comprometido.
Eliminação da força gravitacional acarreta expansão entre as vértebras fazendo
com que a estatura aumente até 5 cm;
Durante o vôo as articulações se deslocam para o ponto médio da amplitude de
movimento, fazendo uma alteração na postura (colocando o corpo em
agachamento).
Os braços tendem a flutuar adiante do corpo.
Inclinação postural com protrusão da cabeça para frente e lordose
concomitante.
ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DA EXPOSIÇÃO CRÔNICA À
MICROGRAVIDADE
QUAL SERIA O IMPACTO NOS OSSOS E MÚSCULOS DE SUSTENTAÇÃO,
CASO SEU CORPO NÃO APRESENTASSE PESO?
A maior preocupação biomédica da NASA envolve a perda de 1% ao mês na
massa óssea (em virtude da ausência de sustentação do peso corporal)
durante as missões espaciais.
A perda óssea coincide com reduções consideráveis na massa e na força
muscular.
Alterações cardiovasculares à microgravidade
Redução do volume plasmático = o sangue não se acumula mais nas
extremidades = aumenta o retorno venoso = aumentos transitórios do Débito
Cardíaco e da Pressão Arterial;
DIURESE DE PRESSÃO: Esse aumento da PA provoca o aumento da pressão
arterial nos rins, que elimina o excesso de volume através da urina;
QUAL O PROBLEMA NO RETORNO DESSES ASTRONAUTAS?
Queda de PA e desmaios

Alterações da massa corporal e composição à microgravidade


Em vôos com duração de 1-3 dias a perda de massa corporal ocorre em
grande parte através da perda de líquidos;
Nos vôos com duração de 12 dias ou mais, a perda de líquido é responsável
por 50% da diminuição da MC, o restante é diminuição das reservas de gordura
e proteínas;

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