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HISTÓRICO
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A marcação “t” é a representação de um segundo, a marcação “h” é a movimentação da parede do tórax, e a representação “e” representa o eletro-
cardiograma através da movimentação da coluna de mercúrio no eletrômetro (4).
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Figura 6
No painel A, observamos o triângulo de Einthoven e o terminal central de Wilson criado pelas três resistências de 5000ohms colocadas em cada
vértice do triângulo. No painel B, observamos o triângulo de Cabrera, em que temos as derivações clássicas D1, D2, D3, mais as criadas por Wilson e
aumentadas por Goldberg: aVR, aVL e aVF, todas dispostas de acordo com seus ângulos.
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larização ventricular serão capturadas pe- formação de uma onda negativa, cha-
las derivações que vimos anteriormente mada onda Q. Por definição: onda Q
e formarão “ondas” no traçado do eletro- é uma onda negativa que se inscreve
cardiograma. Tenha em mente que tudo antes da onda R. Se a onda é negativa,
que se afasta da câmera será gravado então, o vetor se afasta de D2.
como negativo, e tudo que vai de encon- As mudanças iônicas geradas pelo
tro à câmera será positivo no ECG. potencial de ação seguem, então, em
2. Se revisarmos o círculo de Cabre- direção ao ápice cardíaco pelos ramos
ra (Figura 6) e imaginarmos um cora- direito e esquerdo, se aproximando in-
ção no meio desse círculo, observare- tensamente da nossa “câmera” D2. O re-
mos que D2 é uma derivação muito sultado é a grande onda R, por definição
próxima ao eixo elétrico cardíaco nor- a onda positiva. Se é assim, esse vetor, o
mal – afinal, o eixo elétrico resultante maior de todos, vai em direção a D2.
cardíaco irá apontar de cima para bai- Posteriormente, a ascensão pelas
xo e da direita para esquerda (some os paredes livres dos ventrículos, se afas-
vetores). Por conta disto, esta é uma tando novamente da câmera, forma a
derivação de muita didática e será uti- onda S, por definição, a onda negativa
lizada nos próximos parágrafos. que vem depois da onda R, afastan-
Comecemos. O impulso gerado do-se de D2, acabando assim de des-
pelo nó sinusal segue em direção ao nó polarizar os ventrículos. A soma dos
AV despolarizando os átrios, ou seja, se vetores de Q + R + S é o vetor elétrico
aproximando da câmera de D2. Sendo cardíaco, e deverá ser posicionado no
assim, esta registra uma onda positiva Círculo de Cabrera para análise. Vere-
(porque se aproxima de D2) e de pe- mos isso no próximo capítulo. Por fim,
quena amplitude e duração (porque o após a despolarização, as células retor-
átrio tem pouca força e massa, compa- nam ao seu estado original, ou seja,
rada ao ventrículo), que é a onda P. se repolarizam. O resultado, de modo
O nó AV atrasa o impulso e, como simplista, é o registro da onda T.
não há maiores áreas sendo despola- É importante lembrar que essas on-
rizadas, registra-se apenas uma linha das possuem essa conformação que
reta que denominamos de intervalo descrevemos em D2 e também em
PR. Após isto, o ventrículo iniciará sua algumas outras derivações, mas não
despolarização. O que você vai ver nos em todas. Por exemplo, em aVR, que é
próximos parágrafos também pode praticamente oposta a D2 (vide Círculo
ser traduzido em vetores. de Cabrera), o normal é termos uma P
A despolarização inicial do septo negativa, uma onda Q apenas (não su-
promove a despolarização em diver- cedida de R ou S) e uma T negativa.
sos sentidos, entretanto a resultante Outras ondas ou eventos podem
de todas as direções se afasta da fil- aparecer no eletrocardiograma. São de
madora em D2 e este é o motivo da interesse por enquanto: (a) o ponto J é
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Perceba que devemos obedecer a três regras para a correta nomenclatura deste complexo. A primeira é: sempre seguir a ordem alfabética. A segunda
é: a onda “q” é sempre negativa, a onda “r” é sempre positiva, e a onda “s” é sempre negativa. A terceira regra é: se uma onda é pouco ampla, ela será
marcada por letra minúscula “e” e uma letra é muito ampla, ela será marcada por uma letra maiúscula. Sabendo das regras, fica fácil perceber que um
complexo com uma pequena deflexão positiva seguida de uma grande deflexão negativa será chamada “qR”.
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na sua frente. Mas elas têm um filtro: O ECG padrão conta com 12 deriva-
não enxergam movimento, não en- ções, sendo seis periféricas (D1, D2, D3,
xergam infravermelho; elas enxergam aVR, aVF e AVL) e seis precordiais (V1, V2,
uma diferença de potencial (ou volta- V3, V4, V5 e V6). Cada uma delas vê o cora-
gem). Se uma diferença de potencial é ção através de um ponto de vista diferen-
criada com um vetor que vai de encon- te: as derivações periféricas, por exemplo,
tro àquela derivação, a caneta do ele- enxergam se o estímulo elétrico vai para
trocardiógrafo irá desenhar algo para cima ou para baixo e para a esquerda ou
cima no papel (positivo). Se o vetor para direita, mas não se anterior ou pos-
fugir da derivação, a caneta desenha- teriormente; já as derivações precordiais
rá algo negativo (para baixo) no papel. enxergam se o estímulo vai para frente e
Também obedecerá à voltagem e ao para trás, para a esquerda e para a direita,
tempo de ativação. Se fugiu 0,5mV, mas não se superior ou inferiormente. Por
teremos uma deflexão negativa com isso, para avaliar um eletrocardiograma, o
amplitude de 5 quadradinhos (ou 1 profissional experiente avalia as 12 deri-
quadradão). Se essa atividade durou vações em conjunto. E em algumas situa-
80ms, então teremos uma deflexão ções clínicas, usamos até 18 derivações,
que durará 2 quadradinhos. ou até inventamos uma (18).
Eletrodo Posição
Eletrodo amarelo Braço esquerdo
V3 Entre V2 e V4
V5 Entre V4 e V6
V7 Entre V6 e V8
V9 Medial a V8
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Um erro bastante comum na preparação para a obtenção de um eletrocardiograma de 12 derivações é o posicionamento de V1 e V2 no segundo espaço
intercostal. Como você reparou no texto, essas derivações do plano horizontal não são capazes de perceber se um estímulo está vindo de cima ou de
baixo, portanto, a localização deles em um espaço intercostal diferente do preconizado pode levar a uma interpretação errada.
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REFERÊNCIAS
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Ideias; 2016.
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eletrofisiologia cardíacas
José Nunes de Alencar Neto
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INTRODUÇÃO faremos considerações breves sobre
anatomia e fisiologia, mas, quando for
Não me leve a mal, mas para o uso necessário, daremos a sugestão que o
prático básico de eletrocardiograma, autor retorne aqui.
isto é, detectar sobrecargas, bloqueios, Em resumo, este capítulo pode ser
isquemia e arritmias, o conhecimento “pulado”, caso você esteja procurando
da anatomia e da eletrofisiologia car- por um conteúdo mais prático, mas o
díaca pode ficar em segundo plano. autor não aconselha.
Com “segundo plano”, no entanto, não
quer dizer que esse conhecimento é NOÇÕES DE ANATOMIA DO
desnecessário. Não. Tanto para um SISTEMA ELÉTRICO CARDÍACO
interno de Medicina que irá prestar
prova de Residência, como para um O sistema elétrico é composto de
médico que quer se aprofundar no co- células musculares cardíacas especia-
nhecimento dessa arte, esses concei- lizadas que formam nós (ou nodos) e
tos precisam ser conhecidos. feixes que possuem a capacidade de
Neste capítulo traremos informa- gerar o impulso (potencial de ação) e
ções básicas sobre tudo o que é im- de conduzir o mesmo com uma maior
portante para a ciência do eletrocar- velocidade (Figura 1).
diograma. Nos capítulos que sucedem
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Todo o sistema elétrico cardíaco chmann, por exemplo (1,2). Sua ativa-
possui a capacidade de geração do ção é incapaz de ser capturada pelos
impulso, porém cada estrutura im- eletrocardiógrafos.
prime velocidades diferentes para Nessa fase do ciclo cardíaco, a des-
executar o processo de geração de polarização ocorre apenas nas células
despolarização de membrana que atriais. Até aqui, falando em termos
detalharemos mais à frente. Desse elétricos, o que temos é a geração da
modo, a estrutura que mais rápido onda P (pois os átrios foram despolari-
conseguir executar todo o passo a zados). Concomitante a isso, o estímu-
passo necessário para que sua mem- lo que desceu pelos feixes internodais
brana tenha um salto em voltagem em direção a outro nó na fronteira
interrompe o mesmo processo que entre os átrios e os ventrículos que é
vinha ocorrendo nas demais células o nó atrioventricular, nó de Aschoff-
elétricas que estavam ainda tentan- -Tawara (carinhosamente chamado de
do despolarizar-se, e estas passarão nó AV). O nó AV foi caracterizado por
apenas a conduzir o impulso gerado. Sunao Tawara em 1906 (3). É uma es-
Por esse motivo, em condições fisio- trutura ovaloide com 1 x 3 x 5 mm de
lógicas, o nó sinusal, que é localiza- área localizada dentro do triângulo
do no teto do átrio direito, em sua de Koch, uma região endocárdica de
parede posterolateral, é considerado interesse para arritmologia delimitada
o maestro do coração. Este impulso anteriormente pelo folheto septal da
não é capturado pelos eletrocardió- valva tricúspide, posteriormente pelo
grafos, portanto, nessa fase ainda tendão de Todaro, tendo no ápice o
existe um silêncio elétrico no ECG. corpo fibroso central e na base o óstio
Dura pouco tempo, porque em ques- do seio coronariano (4) (Figura 2).
tão de 50 ms o impulso sai do nó si- Em situações normais, só há uma
nusal e começa a despolarizar a mus- forma de o estímulo elétrico passar
culatura dos átrios. do átrio para o ventrículo: é através do
Esse potencial de ação gerado é nó AV. O esqueleto fibroso cardíaco é
transmitido pelo átrio direito por cé- um complexo de tecido fibroso que
lulas miocárdicas atriais dispostas pa- sustenta as valvas cardíacas à base do
ralelamente e erroneamente chama- coração e é o responsável por isolar
das de feixes internodais (espere um eletricamente as câmaras atriais das
pouco para compreender a razão do ventriculares (5) (Figura 3). Dessa for-
erro) e também para o átrio esquerdo ma, a propagação do impulso atinge
através de células miocárdicas atriais as células transicionais do nó AV (cé-
não especializadas e não insuladas, lulas que não possuem características
portanto, erroneamente chamadas de histológicas de condução nem de con-
feixe de Bachmann - o melhor seria tração), onde há reduzidas junções co-
chamar esse local de “região” de Ba- municantes, propiciando de maneira
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sabemos que o defeito está no tecido apresentar seis fascículos no total (teo-
atrial ou no nó atrioventricular. Quan- ria hexafascicular). Detalhes serão vis-
do o bloqueio ocorreu depois do feixe tos no capítulo 10.
de His, denominado “bloqueio infra- Por fim, o impulso irá prosseguir
-hissiano”, o problema não é mais o nó pelas fibras de Purkinje, continuações
AV, e sim o tecido de condução ventri- desse sistema elétrico, até atingir as
cular, denotando maior gravidade. Isto células que irão contrair os ventrí-
será importante no capítulo 23. culos, gerando o complexo QRS. O
Ao adentrar no esqueleto fibroso trajeto nos ventrículos aumenta a
rumo ao septo interventricular, o fei- eficiência da sístole ventricular. Isso
xe de His se divide na sua porção bi- porque o estímulo contrátil chega
furcante em ramo direito, mais fino e primeiro às células do ápice cardíaco
frágil, e ramo esquerdo, que chega a e, posteriormente, ascende pelas pa-
possuir 5-7 mm de diâmetro. redes. Dessa forma, o ápice se contrai
O ramo direito passa pela muscula- em direção à base do coração, onde
tura septal na base do músculo papilar se encontram as artérias, que são os
medial do ventrículo direito e penetra destinos do sangue acumulado nas
nas trabeculações ou na banda mo- câmaras inferiores.
deradora (6). O ramo esquerdo parte
inferior e anteriormente e se divide Figura 4 - Anatomia esquemática do feixe
em fascículo anterossuperior e fascí- de His e de seus ramos direito e esquerdo,
culo póstero-inferior (7). O fascículo além dos fascículos anterossuperior e
anterossuperior cruzará a via de saída póstero-inferior do ramo esquerdo (8).
do ventrículo esquerdo e terminará
na base do músculo papilar anterior.
O fascículo póstero-inferior, mais cali-
broso, se curvará posteriormente para
atingir o músculo papilar posterior (8)
(Figura 4).
Tem-se questionado a natureza tri-
fascicular do sistema de condução. De
porções distais do fascículo póstero-
-inferior ou do anterossuperior emer-
ge uma intrincada rede de tecidos de
condução septal, o que resultaria na
existência de quatro fascículos – um
da direita e três da esquerda (9). Há
também quem defenda que o ramo BM = banda moderadora; Hb = feixe de His (His bundle); MPA =
direito também se bifurca ou trifurca, músculo papilar anterior; MPP = músculo papilar posterior; RD = ramo
podendo, em teoria, um ser humano direito; RE = ramo esquerdo.
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Figura 5 - Resumo das fibras que conseguem “by-passar” o esqueleto fibroso cardíaco.
Feixe de típicos: vias acessórias rápidas que produzem PR curto e onda delta e a síndrome de Wolff-Parkinson-White. Feixe de Mahaim: vias acessórias
lentas histologicamente semelhantes ao nó AV que produzem mínima ou nenhuma pré-excitação. Feixe de James: Não “by-passa” o esqueleto, mas
falamos aqui por ser similar às anteriores. São fibras histologicamente semelhantes ao nó AV que conectam o átrio ao feixe de His, atuando como um
nó AV acessório. Pode ser uma das causas do achado de um intervalo PR curto sem onda delta no eletrocardiograma.
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(c) outro tipo de atalho conhecido que conectar o átrio com o feixe de His, fun-
o estímulo pode tomar para ganhar os cionando como um nó AV acessório.
ventrículos é uma estrutura histolo- Esse feixe foi responsabilizado pela Sín-
gicamente semelhante ao nó AV, mas drome de Lown-Ganong-Levine (inter-
conecta estruturas distintas. São as fi- valo PR curto sem onda delta), mas este
bras de Mahaim e foram originalmen- termo está em desuso devido à falta de
te descritas por Mahaim e Benatt como correlação clínica e anatômica (16–18).
estruturas que conectavam o nó AV ao Também estará descrito no capítulo 19.
ramo direito ou ao ventrículo (15), mas O resumo dessas fibras que produ-
hoje em dia sabe-se que há sete tipos zem bypass através do esqueleto car-
de “vias acessórias atípicas”, que serão díaco está contido na figura 5.
descritas com detalhes no capítulo 19;
(d) por fim, vamos citar uma estrutura NOÇÕES DO SUPRIMENTO
que não “bypassa” o esqueleto cardía- SANGUÍNEO DO SISTEMA
co, mas pela sua semelhança com as ELÉTRICO
anteriores, será citada aqui. O feixe
de James, ou via acessória atípica O nó sinusal é irrigado pela artéria
átrio-hissiana é uma estrutura histolo- do nó sinusal, um ramo da artéria co-
gicamente semelhante ao nó AV pode ronária direita (CD) em 53% dos casos
1: O nó sinusal se despolariza e inicia a ativação atrial direita e esquerda: onda P. 2: O estímulo elétrico corre lentamente pelo nó AV: intervalo PR.
3: O ventrículo começa a despolarizar: complexo QRS. 4: A repolarização ventricular se completa.
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Siglas: AV: atrioventricular; CD: coronária direita; Cx: circunflexa; DA: descendente anterior
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A fase 4 é a fase de repouso, em que a célula está polarizada e as correntes IF e ICaT estão pronunciadas. A fase 0 é a fase de despolarização lenta
comandada pela abertura dos canais de cálcio da corrente ICaL. A fase 3 é a fase em que há abertura dos canais de potássio que repolarizam a célula.
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se concentra no meio intracelular e irá carga positiva da célula se opõe à ação dos canais lentos de cálcio (ICaL)
que tentam colocar carga positiva. Na fase 3, com o fechamento do canal
participar do processo de contração
de cálcio, o potássio reina absoluto, repolarizando a célula (27).
muscular.
Entretanto, não demora para os ca-
nais de cálcio se fecharem novamente, E aí, com todo esse cálcio no inte-
pois, com a leve queda do potencial rior da célula, o que acontece? Ele se
durante o platô, a voltagem deixa de liga à troponina C, que por sua vez
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REFERÊNCIAS
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sistemas de derivações
José Nunes de Alencar Neto
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INTRODUÇÃO que magnifica sinais elétricos e em um
galvanômetro que move uma agulha
O eletrocardiograma é uma fer- de acordo com a magnitude do poten-
ramenta indispensável na Medicina. cial elétrico do paciente e também de
Sua análise é complexa e muitos de- acordo com a direção dessa corrente:
talhes podem passar despercebidos positiva se o eletrodo está face a
por olhos menos treinados. Como face com o vetor e negativa se o ve-
qualquer exame da prática clínica, o tor está indo em direção contrária
profissional que irá fazer a sua análise ao eletrodo. Esse é um dos conceitos
precisa estar ciente do funcionamento mais fundamentais da eletrocardio-
correto do aparelho para detectar pos- grafia.
síveis artefatos. De acordo com as convenções fei-
Neste capítulo, revisaremos o corre- tas pelo inventor do galvanômetro de
to funcionamento do eletrocardiógra- corda, Einthoven, a inscrição do traça-
fo, desde sua configuração até o posi- do eletrocardiográfico deverá ser ca-
cionamento adequado dos eletrodos. librada no exame padrão da seguinte
Se você não dormir até o fim do capí- maneira: a cada 0,1 mV de diferença
tulo, ainda vamos apresentar maneiras de potencial registrada pelo galvanô-
diferentes de posicionar os eletrodos metro, 1 quadradinho (ou 1 milímetro)
pra tentar enxergar coisas diferentes será inscrito (Figura 1) – quando essa
no ECG. Foco, força e fé. configuração está selecionada, o apa-
relho trará a letra “N” maiúscula ou a
CONFIGURAÇÃO DO inscrição da Figura 2. Com relação ao
ELETROCARDIÓGRAFO – tempo, o papel corre pelo aparelho a
VELOCIDADE E GANHO uma velocidade de 25 mm/s. Essa é
a configuração padrão de um ECG.
O eletrocardiógrafo é um apare- Precisa ser aprendida, tá ok?
lho designado para gravar a ativida- Às vezes, por razão de melhor lei-
de elétrica cardíaca através de cabos tura do traçado, ou pesquisa de algo
para placas de metal em cada deri- específico, podemos solicitar para que
vação. Consiste em um amplificador se aumente ou diminua o “ganho” do
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Falando sobre voltagem ou amplitude, na configuração N, cada 10 mm corresponderá a 1 mV/mm, ou seja, 0,01 mV/mm. Falando sobre o tempo,
na velocidade habitual de 25 mm/s, cada 5 quadradinhos (ou 1 quadradão) corresponderão a 200 ms, e 1 quadradinho a 40 ms.
Figura 2 - No painel A, temos uma coluna com 10 mm, o que significa que cada 1 mV será
inscrito em 10 mm, esta é a configuração “N” padronizada por Einthoven. No painel B,
temos uma coluna com 5 mm, ou seja, a cada 1 mV serão inscritos apenas 5 mm, portanto,
N/2. No painel C, a cada 1 mV serão inscritos 20 mm, ou seja, 2N.
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tem ondas muito amplas e elas se en- mm/s ela ocuparia 2 quadradinhos ou
contram com as outras derivações de 2 mm no papel do ECG. Agora, como
modo que você não consegue ver seus estou gravando a 50 mm/s, os mesmos
limites, o examinador pode solicitar 80 ms serão gravados em 4 quadradi-
para reduzir o ganho pela metade ou a nhos, pois o papel vai passar com o do-
um quarto. Assim, cada 0,1 mV vai de- bro da velocidade por algo que mante-
senhar apenas 0,5 mm ou 0,25 mm – o ve a sua duração constante (1).
eletrocardiograma vai ficar mais limpo.
Aumentar o ganho de um ECG é CONFIGURAÇÃO DO
transformá-lo de “N” para “2N”. E reduzir ELETROCARDIÓGRAFO –
é deixá-lo em “N/2” ou “N/4” (Figura 2). FILTROS
Atenção: muitas avaliações dependem
da amplitude de ondas ou segmentos. A configuração de filtros é uma fer-
Um exemplo clássico é a medição do ramenta frequentemente negligencia-
supradesnivelamento do segmento ST da até mesmo por especialistas. Muitos
para infarto agudo do miocárdio, como artefatos podem interferir na gravação
veremos no capítulo 12. Considere que de um exame, a saber: contração mus-
determinado paciente tenha em D2 cular, respiração, linha elétrica, cam-
e D3 um supradesnivelamento de 1,5 pos magnéticos, marca-passos, pulsos
mm quando o aparelho está configura- arteriais, movimento, má adesão do
do em “N” – o que lhe dá o diagnóstico eletrodo com a pele.
de infarto. Mas imagine que no plantão Por essa razão, os aparelhos mo-
anterior, alguém apertou “sem querer” dernos de eletrocardiograma passa-
o botão do ganho e o reduziu para N/2. ram a filtrar sinais que não interessam
Esse paciente terá um supradesnivela- ao exame. Para isso, estudaram qual a
mento de 0,75 mm (metade) e o médi- frequência (em Hz) das ondas estuda-
co do dia errará em dizer que o pacien- das de interesse em eletrocardiografia.
te não tem infarto agudo. Erros em ECG Veja na tabela 1. Agora resta configu-
podem custar vidas. Uma dica prática é rar o aparelho para excluir do traçado
multiplicar as amplitudes por 2 em um as frequências dos artefatos, deixan-
ECG N/2, por 4 em um N/4, dividir por 2 do visíveis apenas a faixa que contém
em um 2N, e assim por diante. componentes normais do ECG. O leitor
Outra modificação passível de ser atento à tabela 1 perceberá que isso
realizada é aumentar a velocidade do nem sempre é possível. Um exemplo é
traçado e isso pode ser a chave para o artefato muscular que possui a mes-
encontrar ondas escondidas em rit- ma frequência de oscilações dos com-
mos muito acelerados. Como assim? ponentes do ECG. Sorte que resolver
Se uma determinada atividade elétri- isso é fácil: é só pedir para o paciente
ca, por exemplo, uma onda P, possui não se mexer durante a aquisição do
80 ms de duração, significa que a 25 exame.
49
QRS 10 – 50 Hz
Onda T 1 – 7 Hz
Artefatos Frequência
Contração muscular 5 – 50 Hz
Como sabemos da sua dificuldade em física, trouxemos a fórmula de transformação de Hz em oscilações por minuto: é só multiplicar por 60. Pode usar
uma calculadora se quiser.
50
51
Eletrodo Local
V3 Entre V2 e V4
V5 Entre V4 e V6
V7 Entre V6 e V8
V9 Medial a V8
52
53
no teste não determina parede com ST, por isso sua importância em testes
isquemia; (b) a parede inferior sofre de ergométricos. Existem outras posições
altos índices de falso-negativo (10). em que esse eletrodo pode ser fixado,
por exemplo, na fronte do paciente
Figura 5 - Posicionamento de eletrodos pelo (Figura 6).
sistema Mason-Likar a ser usado em testes
ergométricos.
Figura 6 - Posições de eletrodos para aquisi-
ção de derivações bipolares extras.
54
de ritmo.
Outro sistema bastante usado é
chamado de “Modified Chest Lead” ou
“Mariott’s Chest Lead”, onde o posicio-
namento de três eletrodos original-
mente descrito obedecia à seguinte
ordem: eletrodo do braço esquerdo no
local de V1, eletrodo do braço direito
locado infraclavicular à esquerda e ele-
trodo terra em qualquer local (11).
O leitor até aqui já deve ter perce- x: latero-lateral; y: supero-inferior; z: póstero-anterior. PF: plano frontal, PH:
bido que a atividade elétrica cardíaca plano horizontal, PS: plano sagital.
pode ser traduzida pela soma das di-
ferenças de potencial das células car- tas três derivações/eixos. No entanto,
díacas. Uma diferença de potencial entre 1945-1955, um conhecimento
resultante pode ser traduzida mate- maior sobre a geometria cardíaca e
maticamente como um vetor resultan- a relação do vetor resultante com os
te. Cientistas perceberam que o vetor diferentes posicionamentos de eletro-
cardíaco resultante poderia ser avalia- dos demonstrou que essas os sistemas
do através da construção de sistemas criados até então, Duchosal, tetaedro
ortogonais, que são nada mais do que de Wilson e cubo de Grishman, não
sistemas que representam três deriva- eram tão ortogonais assim. Não vamos
ções: x, y e z. Por convenção, x detecta nos ater a esses sistemas, pois estão
as forças laterais (similar à derivação em desuso na prática clínica.
D1 do ECG convencional); y detecta A importância do parágrafo an-
forças superiores ou inferiores e, assim terior é que foi a partir disso que sur-
como aVF, tem deflexão positiva caso giram as “derivações ortogonais cor-
um vetor aponte para o pé do pacien- rigidas”. Frank, em 1956, publicou o
te; e z, um eletrodo que detecta cor- primeiro sistema realmente ortogonal
rentes anteroposteriores, similar ao V2 (12), pelo menos nos modelos de torso
do ECG (Figura 7). em tanques (13) (Figura 8).
Nas décadas de 40 e 50, investiga- O sistema de Frank, ortogonal cor-
dores projetaram sistemas de medi- rigido, possui cinco eletrodos (A, C, E, I
ção do vetor resultante cardíaco nes- e M). A e I são posicionados nas linhas
55
56
57
ção de 30 dias. Ele pesa entre 200-300 ramo direito ou esquerdo. Isso é pos-
g e pode possuir cabos e eletrodos sível caso haja a montagem de uma
ou apenas um patch adesivo na pele derivação “tipo V1” que consiste no po-
(19). Os sistemas de eletrodos variam sicionamento de um eletrodo positivo
de acordo com as diferentes marcas, no quarto espaço intercostal direito a
mas geralmente se limitam a dois ou 2,5 cm do esterno e um eletrodo ne-
três canais bipolares independentes, gativo no terço lateral da fossa infra-
10 eletrodos para a gravação de 12 de- clavicular. Se isso não for respeitado,
rivações ou o sistema EASI. Com o po- é impossível inferir se há bloqueio de
sicionamento de eletrodos bipolares ramo direito ou esquerdo ou apenas
nos locais corretos, um clínico pode bloqueio intraventricular (11).
inferir, a partir da gravação do Holter, Loop recorders são uma das varia-
que o paciente tem um bloqueio de ções do método. Nesse caso, deriva-
58
ções bipolares são posicionadas por Nos últimos anos, temos visto ainda
semanas a meses na pele (Loop exter- a introdução de gravadores de ECG em
no) ou implantadas (Loop implantável) no smartphones e smartwatches. O Kardia
subcutâneo do paciente. Essa modalida- Mobile (AliveCor, Inc., Estados Unidos)
de reconhece automaticamente a arrit- é um device portátil em que se posi-
mia e podem gravar até 1 hora do evento. cionam os dois dedos para obter um
Muito útil para arritmias infrequentes. registro da gravação D1 (21). O Apple
Monitor de eventos é o terceiro Watch mede o fluxo sanguíneo atra-
tipo de gravação de ECG ambulatorial. vés de reflexos que o sangue causa em
Neste caso, o paciente ativa o gravador luzes de LED emitidas na parte poste-
com um botão. Bom para arritmias sin- rior do relógio ou através de infraver-
tomáticas. Tipicamente seu uso pode melho. Quando há irregularidade do
durar até 30 dias. ritmo cardíaco, o aparelho notifica o
A tabela 3 resume o rendimento usuário a tocar com o dedo da mão
diagnóstico e a figura 12 ilustra cada contralateral ao relógio para obter um
um desses aparatos (20). registro de D1 (Figura 13).
Pulsos de luz verde são enviados em alta frequência e os sensores de luz observam quantas vezes há reflexo dessa luz (o vermelho do sangue reflete luz verde).
O LED infravermelho também pode fazer contagem de ritmo cardíaco. Quando o aparelho detecta anormalidade, ele solicita ao usuário que posicione seu dedo
contralateral à mão onde está o relógio na “Digital Crown”, criando assim uma derivação braço esquerdo – braço direito, ou seja, D1.
59
60
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63
65
distância entre duas ondas P ou dois Figura 1 - Ativação atrial iniciando pelas
complexos QRS e a partir daí obser- forças atriais direitas (AD) e terminando
constantes.
O ritmo cardíaco pode ser sinusal,
ectópico ou arrítmico. O ritmo sinusal
será visto neste capítulo. O ectópico e
o arrítmico serão discutidos na seção
2 deste livro. Antes de começarmos
essa avaliação, devemos lembrar um
pouco da eletrofisiologia cardíaca,
vista no capítulo 2. O estímulo elétri-
co cardíaco, em condições normais, é
gerado no nó sinoatrial ou nó sinusal,
uma estrutura anatômica localizada
O vetor resultante está descrito em VR, apontando para inferior e
no teto do átrio direito. O caminho para esquerda. Como o vetor muda de direção a cada momento da
percorrido por ele será despolarizar despolarização atrial, é possível também imaginar o a alça que a
as células atriais circunvizinhas, de- despolarização desenha no plano frontal, com os sucessivos múltiplos
pois ganhar os feixes internodais (que vetores instantâneos.
não são exatamente feixes, como dis-
cutimos naquele capítulo) até chegar
ao nó atrioventricular, uma estrutu-
ra mais inferior e mais à esquerda, e equivocadamente descritas como um
sofrer uma “pausa” em seu processo. feixe, que são responsáveis por trans-
Nesse momento, o estímulo está ten- mitir o estímulo através do septo inte-
tando vencer a baixa velocidade de ratrial para o átrio esquerdo. Quando
condução dessa região (Figura 1). Bachmann está lesado, o estímulo será
O importante do parágrafo an- conduzido através da fossa oval ou
terior foi demonstrar para você o do seio coronário (veremos isso com
vetor da onda P no plano frontal (a mais detalhes no capítulo 6). Mas o in-
onda desenhada pela ativação atrial teressante é perceber que a segunda
nas derivações dos membros): ela porção da onda P é determinada justa-
vai do teto para uma região mais mente pela ativação do átrio esquerdo.
inferior e mais à esquerda. O vetor Como o átrio esquerdo é ativado de
da onda P, portanto, apontará para cima para baixo e de frente para trás
derivações mais à esquerda (D1) e (é uma estrutura mais posterior que o
inferiores (D2 e aVF), sendo positivo átrio direito, em contato direto com o
nessas derivações. esôfago), o vetor de ativação do átrio
Além dos feixes internodais, exis- esquerdo apontará de cima para baixo
tem também as células de Bachmann, e de frente para trás. Portanto, outra
66
Figura 2
Entenda a figura antes de passar adiante. À esquerda, temos os vetores do átrio direito (AD) e do átrio esquerdo (AE). A soma dos dois vetores (VR) aponta
para inferior e para a esquerda no plano frontal, mais especificamente em direção a D2. D2, portanto, terá a maior amplitude, D1 e aVF também serão
positivas. D3 geralmente é positiva. aVR está quase diametralmente oposta ao vetor, portanto negativa. À direita, temos o vetor no plano horizontal,
portanto, nas derivações precordiais. Perceba que a ativação final (VR) realizada pelo AE traz o vetor para negativo na sua segunda porção, em V1. Adaptado
de Gertsch.
67
Outra maneira é a “regra dos qua- Se o ritmo for irregular, esses cálcu-
dradões”. Cada quadradão possui 5 los não poderão ser realizados. A ma-
quadradinhos, então, 1500/5 = 300. neira de estimar a frequência é calcular
1500/10 = 150. 1500/15 = 100. Por aí a média de batimentos em 6 segundos
vai. Sabendo dessa regra, você pode e multiplicar por 10. Para isso, conte 30
inferir de maneira menos fidedigna a quadradões (30 x 200 ms = 6 segundos)
frequência (Figura 3). e multiplique a quantidade de bati-
mentos encontrados por 10 (Figura 4).
Figura 3 - Pela regra dos “quadradões”, a frequência cardíaca desse paciente estará entre
100 e 75. Para saber com exatidão, dividir 1500/19 = 79.
Figura 4 - Cálculo da frequência cardíaca quando ritmo for irregular. Contar 30 quadradões (6
segundos) e multiplicar o número de batimentos por 10.
68
Figura 5 - A onda P é gerada pela ativação dos dois átrios. Na figura, está representada a
atuação de cada átrio na geração dessa onda. Perceba que a primeira metade é comandada
pelo átrio direito, enquanto o átrio esquerdo ganha importância na segunda metade. Na
porção central da onda, temos as últimas células do átrio direito e as primeiras células do
átrio esquerdo despolarizando-se.
A onda P precisa ser avaliada em sua dessa onda podem denotar atrasos de
amplitude, pois aumentos podem deno- condução. Adianto aqui uma importan-
tar sobrecargas atriais. Em D2 a onda P te divergência entre este livro e as ideias
não pode ultrapassar 2,5 mm de am- desse autor que vos fala para a literatura
plitude (dois quadradinhos e meio), pois já escrita. Repito: o alargamento da onda
mais que isso seria sinal de sobrecarga P denota atraso da condução intra ou
atrial direita. Em V1 a onda P não pode inter-atrial, que pode ou não ser secun-
ultrapassar 1,5 mm de amplitude em dário a uma sobrecarga atrial direita ou
sua porção positiva e 1 mm de ampli- esquerda. Esse assunto será discutido no
tude em sua porção negativa (Figura capítulo 6. A onda P não pode exceder
6), o que denotaria sobrecarga atrial di- 100 ms de duração (dois quadradinhos
reita e esquerda respectivamente. e meio)
A onda P também precisa ser avalia- Leia o resumo sobre a onda P na Ta-
da em sua duração, pois alargamentos bela 1.
Figura 6 - Onda p normal em D2: positiva, com > 2,5 mm de amplitude e 2,5 quadradinhos de
duração.
69
70
71
A ativação vai seguindo a sequência rosa-vermelho claro, escuro, laranja, amarelo, verde e azul. Perceba que o estímulo nasce no septo endocárdico em
direção às paredes livres de ambos ventrículos e ao epicárdio (3).
72
frente, e V1 é uma derivação que en- Figura 9 - Vetor cardíaco no plano frontal
xerga o eixo antero-posterior, nada apontando para inferior e esquerda
73
“Terra de ninguém” (-
Negativo Negativo
90º a + 180º)
74
porque, como já vimos nos capítulos an- Algumas enfermidades alteram o eixo
teriores, o vetor cardíaco estará indo de cardíaco. A Figura 13 resume essas possi-
encontro àquela derivação caso seja mui- bilidades. A Tabela 3 resume as principais
to ampla positiva, e fugindo daquela de- características do complexo QRS normal.
rivação caso seja muito ampla negativa.
Figura 12 - Exemplo de ECG para cálculo de
3. Caso haja duas derivações igual-
eixo cardíaco.
mente amplas, o vetor estará entre elas.
Existe também uma maneira práti-
ca de inferir se o eixo está normal, mas
não calcular seu ângulo. Segue:
4. D1 e D2 são mais positivos que
negativos.
Veja exemplos nas Figuras 11 e 12.
75
76
Figura 15 - Medição do ponto J (ao fim do complexo QRS) demonstrando um ponto J elevado
em relação à linha de base (linha isoelétrica do intervalo PR). Se esse desnivelamento for
maior que 1 mm, é considerado anormal.
77
Figura 16 - Tempo em milissegundos, após uma estimulação atrial, em que ocorre a despola-
rização e a repolarização do endocárdio e do epicárdio ventricular (6).
78
um dos locais. Essa subida da onda T Agora imagine o que ocorre quan-
persiste até o momento em que o en- do o endocárdio, por um motivo de
docárdio começa a também se repo- isquemia, repolariza primeiro. O ve-
larizar, quando as forças positivas que tor positivo vai ser direcionado agora
estavam “sobrando” no endocárdio para o eletrodo intracardíaco, sentido
acabam desaparecendo, começando a oposto ao eletrodo extracardíaco. No
porção descendente da T e trazendo-a nosso exemplo do homem no fim de
para a linha de base. Depois disso, ain- uma rua, ele vai enxergar as luzes ver-
da as células M persistem repolarizan- melhas da traseira do carro (ou seja, a
do, mas sem uma importante interfe- cauda do vetor) se aproximando dele.
rência eletrocardiográfica (Figura 18). Por isso, em isquemia, o segmento ST
e/ou a onda T são negativas.
Figura 18 - A repolarização ventricular é um Dessa anedota, podemos obter al-
cancelamento dos potenciais de ação do gumas conclusões importantes, preste
endocárdio, epicárdio e células M. atenção:
79
80
Apesar da onda U também significar repolarização miocárdica, foi convencionado que ela não será medida. O correto é desenhar uma linha na tangente da
porção final da onda T e outra linha na linha de base do ECG (correspondente ao intervalo PR). O ponto de encontro entre essas duas linhas será o fim da onda T.
Dúvida número 4: já ouvi falar mais elevadas que 100 por minuto,
que o intervalo deve ser corrigido pela mas também falha nas bradicardias
frequência cardíaca. Sim. Você ouviu (9). Framingham (10) e Hodges (11)
correto. O intervalo deve ser corrigido são métodos mais recentes que usam
pela frequência cardíaca porque os ca- fórmulas lineares de correção, ao invés
nais responsáveis pela repolarização de raízes quadradas ou cúbicas. As fór-
do potencial de ação (vide capítulo 2) mulas, que você usará um smartphone
têm sua abertura modificada pela fre- para calcular, estão descritas na Figu-
quência cardíaca, alterando assim sua ra 21. As fórmulas lineares, Hodges e
duração. Mas como corrigir? A primei- Framingham, são mais reprodutíveis
ra fórmula foi proposta por Bazett, e é a frequências cardíacas mais variadas
até hoje a mais utilizada (8) e envolve (12) e são aconselhadas pelo autor.
uma raiz quadrada para seu cálculo Para pacientes com bloqueio de ramo
– o autor recomenda o uso de calcu- esquerdo, a recomendação é que se
ladoras em smartphones. A fórmula subtraia 50% do valor do QRS da con-
de Bazett, no entanto, demonstrou-se ta total do intervalo QT (13). Em casos
falha nas frequências cardíacas fora de ritmos cardíacos irregulares, como
da faixa de 60-100 batimentos por mi- no caso da fibrilação atrial, a fórmula
nuto. A fórmula de Fridericia, também de Fridericia parece ser a que possui
proposta em 1920, e que envolve uma melhor correlação em comparação a
raiz cúbica em seu cálculo revelou-se Bazett e Framingham (Hodges não foi
mais acurada a frequências cardíacas comparado) (14).
81
Figura 21 - Fórmulas para correção do inter- je, (2) repolarização tardia de músculos
valo QT de acordo com a frequência cardíaca. papilares, (3) forças eletromecânicas e
(4) repolarização de células M (17).
O intervalo entre o fim da onda T
e o ápice da onda U é usualmente de
100 ms, sem relação com a frequên-
cia cardíaca. Sua distinção da onda T
pode ser difícil, especialmente quando
a onda T é bífida ou mesmo em casos
em que há fusão da onda T com a onda
U. Algumas manobras podem ser usa-
das para diferenciá-las: a distância de
100 ms já citada e a correlação tempo-
ral que essa onda possui com a segun-
HR = heart rate (frequência cardíaca em batimentos por minuto); RR = da bulha cardíaca.
intervalo de uma onda R para outra em milissegundos. As características de normalidade
da onda U são: possuem a mesma
polaridade da onda T. Dura em tor-
Dúvida número 5: qual o valor no de 170 ms (± 30 ms) em adultos
normal do intervalo QT? O leitor deve e tem uma amplitude de até 25% da
ter em mente que não há um valor es- amplitude da onda T. Sua morfologia
tabelecido na literatura. Há uma inter- é definida como uma porção ascen-
secção de intervalos QTs de indivíduos dente rápida e uma porção descen-
doentes e sadios (15). Os valores acima dente lenta (o oposto do que ocorre
e abaixo do percentil 2,5 para norma- com a onda T).
lidade do intervalo QT são considera- A onda U é frequentemente negli-
dos pontos de corte: acima de 450 ms genciada na análise do ECG, mas sinais
para homens e 460 ms para mulhe- como inversão de onda U são de imen-
res (16). Valores abaixo de 350 ms para sa importância clínica, podendo estar
homens e 360 ms para mulheres são presente em até 20% dos ECGs isquê-
considerados anormais. Veremos mais micos.
detalhes sobre as Síndromes do QT As características normais de cada
longo e curto no capítulo 24. onda, intervalo ou segmento visto até
aqui serão resumidas na Tabela 4.
ONDA U
82
Tabela 4
Desnível de até 1 mm
Segmento ST (V2 e V3 dependem do
sexo e idade).
Acompanha o eixo do
Onda T
QRS.
83
84
85
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87
89
Perceba que um leitor menos atento poderia confundir esse traçado com uma grave arritmia ventricular. A dica para perceber que se trata de um arte-
fato é que, ao mesmo tempo dessa bagunça em D2 e D1, a derivação D3 mostra um ritmo perfeitamente normal. No caso em questão, as derivações
D1 e D2 estão apresentando o mesmo artefato. D1 é a derivação braço esquerdo x braço direito. D2 é braço direito x perna esquerda. O braço direito é o
eletrodo em comum no caso. Um melhor posicionamento do eletrodo resolveria esse problema.
90
91
Figura 6 - Paciente com pré-excitação ventricular no ECG basal (não visível nesta tira de ECG).
ECG realizado logo após evento sincopal com características vaso-vagais. Os asteriscos demonstram complexos que aparentam um ritmo de fibrilação atrial
pré-excitada. No entanto, as setas apontam para os “spikes”, que são os verdadeiros complexos QRS obscurecidos pelo artefato de tremor.
Figura 7 - Artefato de tremor em ECG causando aparecimento de ondas com aparência simi-
lar a complexos QRS, simulando uma taquicardia ventricular.
O examinador atento vai perceber que nas derivações precordiais, não tão influenciadas por tremor, os complexos QRS possuem frequência muito menor
que em D2. Em D2, podemos observar spikes entre os complexos, que são os verdadeiros complexos QRS obscurecidos pelo artefato.
92
QRS 10 – 50 Hz
Onda T 1 – 7 Hz
Artefatos Frequência
Contração muscular 5 – 50 Hz
93
Figura 8 - Artefato de tremor muscular com filtro de passa-baixa configurado a 150 Hz acima
e 40 Hz abaixo.
Perceba que o artefato foi reduzido, mas persiste. Isso ocorre por que o artefato de musculatura se apresenta numa faixa de frequência de onda entre 5 – 50
Hz, similar à de componentes do ECG como o complexo QRS.
Figura 9 - Artefato de rede elétrica. Perceba a alta frequência dos eventos (se você
observar com uma lupa vai ver que existem milhares de artefatos nessa pequena tira),
comportamento que deixa a linha de base ilegível.
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96
apto para percebê-lo e condutas po- é ainda maior no Brasil. Para a análise
dem ser tomadas baseadas nesse ar- desse problema, Baranchuk criou um
tefato. É estimado que em até 4% dos algoritmo chamado REVERSE que
exames realizados em unidades de está presente na tabela 2 (15).
terapia intensiva haja artefatos (14). A Vamos analisar cada troca. A tabela 3
impressão do autor é que esse número traz um interessante resumo.
Troca D1 D2 D3 V1-V6
BE/BD - D1 D3 D2 Inalterado
BE/PE D2 D1 - D3 Inalterado
BD/PE - D3 - D2 - D1 Inalterado
97
Figura 13 - Na troca de eletrodos de braços, é assim que fica a nova disposição das
derivações: D1 se inverte (vira “– D1”), D2 vira D3 e vice-versa. Em vermelho, o vetor cardíaco
normalmente esperado. BE = braço esquerdo; PE = perna esquerda; BD = braço direito.
Figura 14 - ECG com troca de eletrodo de membros. Aqui, a troca foi de braço esquerdo
por braço direito. Perceba que D1 vira D1 negativo, D2 vira D3 e D3 vira D2.
98
Troca de eletrodo de braço esquer- Além disso, D3 vira “– D3”. Além dis-
do por perna esquerda so, aVL vira aVF e vice-versa. A dica
para encontrar essa troca é perce-
A substituição do braço esquer- ber a P de D1 mais ampla que a P
do por perna esquerda leva a uma de D2 (sinal de Abdollah), além de
primeira consequência óbvia: D1 um D3 com P negativa (16). (Figu-
se transforma no que antes era D2. ras 15 e 16).
Figura 16 - ECG com troca de eletrodo de membros. Aqui, foi trocado braço esquerdo por
perna esquerda. Perceba que D1 vira D2 e D2 vira V1. D3 agora é D3 negativo. Observe
que a P de D1 é mais ampla que a P de D2.
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100
Figura 19 - Entenda o que ocorre na troca de eletrodo da perna direita (eletrodo “terra”).
Em “a”, por troca de eletrodo de perna direita por braço direito, o eletrodo do braço direito ficou próximo do eletrodo da perna esquerda, em
uma posição que é irrelevante para o registro de diferenças de potenciais. Nesse caso, a derivação formada pela interação dos eletrodos de braço
direito e perna esquerda (D2) é neutralizada, aparecendo como uma linha reta (“pseudo-assistolia”) no ECG. Em “b”, com a substituição de braço
esquerdo por perna direita, D3 é a derivação neutralizada. Em “c”, numa troca dupla de braço direito por perna direita e de braço esquerdo por
perna esquerda, D1 fica neutralizado, registrando uma “pseudo-assistolia”. LA = left arm, braço esquerdo; LL = left leg, perna esquerda; RA =
right arm, braço direito.
Figura 20 - ECG de troca dupla de eletrodos: braço direito por perna direita e braço
esquerdo por perna esquerda. Perceba a “pseudo assistolia” em D1.
101
Figura 21 - ECG de troca de eletrodos de braço direito por perna direita. Observe que D2
está apresentando “assistolia”. Apesar da troca envolvendo perna direita, o triângulo
de Einthoven não foi alterado (observe que as precordiais estão iguais às dos ECGs das
figuras 14 e 16).
Figura 22 - ECG de troca de eletrodos entre braço esquerdo e perna direita. Observe
que D3 apresenta “assistolia”. Apesar da troca envolvendo perna direita, o triângulo
de Einthoven não foi alterado (observe que as precordiais estão iguais às dos ECGs das
figuras 14, 16 e 21).
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REFERÊNCIAS
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Figura 4 - Sinal de Sodi-Pallares em V1. Além disso, desvio de eixo para direita e sobrecarga
ventricular direita.
110
QR ou qR em V1 (Sodi-Pallares). 15 > 95
Porção positiva da P > 1,5 mm + desvio do eixo elétrico de QRS para direita (além de +
49 100
90º) + onda R > S em V1 (na ausência de BRD).
Figura 7 - Sobrecarga atrial direita (P mais ampla que 2,5 mm em derivações inferiores).
Além disso, desvio do eixo elétrico para direita (+ 90º) por bloqueio divisional póstero-infe-
rior e sinal de Peñaloza-Tranchesi-Reeves.
111
Figura 8 - Pseudo P-pulmonale por Figura 9 - Sinal de Morris em V1. P com por-
hipocalemia (9). ção negativa mais longa de 40 ms
(1 quadradinho) e mais ampla que 0,1 mV
(1 quadradinho).
SOBRECARGA ATRIAL
ESQUERDA
112
Observe o sinal de Morris presente em V1 e se estendendo até V2, o que aumenta sua especificidade. Também, a duração da onda P nas derivações
inferiores é ≥ 3 quadradinhos.
113
Observe a curta duração da P e o padrão apiculado em derivações inferiores (pseudo P-pulmonale). O índice de Morris presente em V1 dá a pista para
o diagnóstico de sobrecarga atrial esquerda (1).
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115
Em A, temos a ativação atrial normal: estímulo nascendo no nó sinusal em uma região superior do átrio e ganhando no átrio
direito de superior para inferior através das células internodais (1) e o átrio esquerdo através das células de Bachmann (2). Em B,
temos um atraso de importante da condução em Bachmann, deixando a onda P bimodal (dois picos). Em C, podemos observar
o que ocorre quando o estímulo não atravessa mais as células de Bachmann para ganharem o átrio esquerdo e o faz pelo seio
coronário (região mais inferior), ativando o átrio esquerdo de inferior para superior (vetor 2), trazendo forças superiores na alça
da P em plano frontal e deixando a segunda porção da P negativa em D2. Adaptado de Bayés de Luna.
Grau Critérios
116
Figura 14 - Exemplo de BIA de primeiro grau (parcial) em paciente com bloqueio de ramo
direito e bloqueio da divisão anterossuperior do ramo esquerdo. Perceba a ausência do
índice de Morris em V1.
117
Os primeiros dois batimentos demonstram BIA de 3º grau (P ≥ 120 ms plus-minus em D2). A primeira onda P após a pausa pós-extra-sistólica
apresenta uma morfologia normal. Este é um exemplo de BIA de segundo grau induzido por uma pausa compensatória (21).
118
Morfológico tipo I P ≥ 120 ms em D3 e aVF, mas com porção final isodifásica em D2.
Morfológico tipo II P ≥ 120 ms em D3 e aVF, mas com porção final minus-plus em D2.
119
Figura 18 - A: BIA avançado. B: BIA atípico por duração (P plus-minus, mas < 120 ms em D2,
D3 e aVF). C: BIA atípico por morfologia tipo I (P ≥ 120 ms em D3 e aVF, mas com porção
final isodifásica em D2). D: BIA atípico por morfologia tipo II (P ≥ 120 ms em D3 e aVF, mas
com porção final bifásica em D2). E: BIA atípico por morfologia tipo III (P ≥ 120 ms em D2,
mas com porção inicial isodifásica em D3 e aVF associadas a porções finais negativas) (22).
A: onda P normal.
B: tipo 1, em que a P tem uma porção final isodifásica em D2, dando impressão de menor duração.
C: tipo 2, em que a P tem uma porção final bifásica minus-plus em D2.
D: tipo 3, em que a P tem uma porção inicial isodifásica em D3 e aVF, dando uma impressão de que começa antes em D2, todas seguidas de porções
finais negativas, dando a falsa impressão de ritmo atrial baixo ou juncional (22).
120
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122
123
124
teoria: você já deve ter visto pacientes dinâmica. Só nesse capítulo já apren-
com disfunção grave de VE, portanto demos que até o volume sanguíneo
com volumes diastólicos aumenta- intraventricular e o líquido alveolar
dos, e baixa amplitude de complexos podem influenciar na sua análise. Ain-
QRS. A explicação para esse “paradoxo” da mais fundamental que esse dado é
pode ser a presença de líquido alveo- o conhecimento de que esse fantásti-
lar nestes pacientes, o que reduziria co exame avalia não só os fenômenos
a resistência à passagem do estímulo elétricos cardíacos, mas também é
pelos pulmões e reduziria a voltagem influenciado pela sua mecânica e bio-
dos complexos (14–16). A avaliação de química.
amplitudes de complexo QRS pode ser Na figura 2, observamos o modelo
usada, por exemplo, para avaliar a pre- comumente usado por médicos para
sença de hipovolemia (17). avaliação de sobrecarga ventricular.
Por fim, até a correlação entre a Na figura 3, observamos o modelo re-
massa ventricular e o tamanho da ca- centemente proposto para guiar no-
vidade parece influenciar na amplitu- vas pesquisas e análises sobre o tema
de dos complexos. Quando o tamanho (19). Esse novo modelo intenta avaliar
da cavidade é normal e suas paredes não apenas a amplitude dos comple-
alargadas, então o complexo é mais xos QRS, ou os critérios clássicos de
amplo. Ao passo que mesmo que as sobrecarga, mas que se perceba que a
paredes estejam alargadas, em caso sobrecarga ventricular esquerda, seja
de redução do tamanho da cavidade, por hipertrofia ou dilatação, é acompa-
a amplitude dos complexos tende a nhada de alterações estruturais, elétri-
reduzir (18). cas e bioquímicas que convergem ou
divergem em sua representação ele-
UM NOVO MODELO DE trocardiográfica. Tendo como exemplo
AVALIAÇÃO DE SOBRECARGA a mecânica cardíaca, já vimos que o
VENTRICULAR coração com paredes alargadas, mas
cavidade reduzida resulta em comple-
Você já deve ter percebido que o xos QRS menos amplos. Acrescente a
eletrocardiograma é uma ferramenta isso a redução da atividade das cone-
Perceba que se faz aqui um estudo muito superficial do problema e não leva em consideração fatores que podem influenciar na avaliação eletrocardio-
gráfica, como as inomogeneidades da caixa torácica, alterações bioquímicas e mecânicas. Adaptado de Bacharova (19).
125
O que se propõe aqui é que o examinador deve permanecer atento aos inúmeros fatores que podem influenciar na análise eletrocardiográfica de uma
sobrecarga e perceber que a sobrecarga traz consigo alterações estruturais/mecânicas, elétricas e bioquímicas que interferem de modo divergente
ou convergente nas alterações classicamente descritas. Um exemplo importante disso, é a sugestão do autor de não negligenciar o intervalo QT e a
morfologia do ST-T quando fizer essa análise. Adaptado de Bacharova (19).
126
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128
Risco de morte
Critério Valor Sensibilidade Especificidade
CV (Hsieh et al)
Lewis: (R1-S1) +
> 16 mm 43%*, 23,2** 83%*, 88,7** 1,4 (1,2 – 1,7)
(SIII-R3)
Gubner (RI + S3) > 25 mm 12%*, 13,8** 96%*, 94,5** 1,7 (1,4 – 2,1)
Sokolow-Lyon:
> 11 mm 17%* 95%* -
R aVL
Sokolow-Lyon: S V1
> 35 mm 29%*, 26** 89%*, 92,6** 1,9 (1,6 – 2,2)
+ R V5 ou V6
> 28 mm em
Cornell (ou Casale):
homens e > 20 mm 23%*, 15,1** 96%*, 97,3** 3,1 (2,5 – 3,8)
R aVL + S V3
em mulheres
≥ 28 mm em
Peguero: maior S
homens e ≥ 23 mm 70%* 89%* -
+ S V4
em mulheres
3 pontos Sobrecarga atrial esquerda por índice de Morris (vide capítulo 6).
129
130
Vandenberg: Desvio de
eixo p/ esquerda + S DIII
≥ 30 mm 52% 84%
+ (R+S maior complexo
precordial)
Bozzi: S V1 ou V2 + R V5
> 25 mm 74% 67%
ou V6
131
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133
134
135
R evidente em V1
136
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140
141
143
O feixe de His possui três tipos e va- Figura 1 - Demonstração esquemática tridi-
mos conhecê-los agora (2). mensional do feixe de His.
em 1919 (3), significa simplesmente demonstra fibras acessórias que ocorrem em situações anormais e serão
vistas com mais detalhes no capítulo 19.
que as fibras do feixe de His são longi-
tudinalmente dispostas a ponto de ha-
ver uma predestinação de fibras do fei-
144
145
146
Figura 4 - Padrão rsr’ visto em casos de bloqueio de ramo direito de primeiro grau. Observe
que o complexo QRS dura menos que 3 quadradinhos, portanto, menos que 120 ms.
Figura 5 - Atraso de condução pelo ramo direito (bloqueio de ramo direito de primeiro
grau). Observe a onda S de curta duração em D1 e V6, bem como a onda R curta em aVR. V1
apresenta um complexo QRS de conformação rSr’. A duração do complexo é < 120 ms.
147
148
Figura 7 - Bloqueio de ramo direito do tipo Grishman em V1. Perceba o padrão rSR’ e a du-
ração do complexo QRS ≥ 120 ms. Assim como em V1 disposto na figura, é esperado que V2
e V3 tenham ondas T invertidas ao empastamento, ou seja, apontando para baixo.
Figura 8 - Bloqueio avançado de ramo direito (terceiro grau). O complexo QRS dura ≥ 120
ms, há uma onda S empastada em D1 e V6, bem como uma onda R lenta em aVR. V1 apre-
senta padrão qR e não rSR’, sendo sugestivo de associação do BRD com sobrecarga atrial e
ventricular direita.
149
Figura 9 -. BRD do tipo Cabrera: R puro em V1. Se for analisada a duração do complexo QRS
apenas em V1, o leitor menos atento pode pensar que não se trata de bloqueio de terceiro
grau, visto que em V1 o complexo dura menos que 120 ms. O correto, no entanto, é avaliar
o ECG por inteiro, medindo desde a primeira deflexão de alguma derivação até o final do
complexo, mesmo que em outra derivação. No exemplo, V2 demonstra um QRS ≥ 120 ms,
comprovando a existência de bloqueio avançado.
150
Antes de seguir em frente, vamos, pelo tipo global. No caso do bloqueio pe-
mais uma vez enfatizar que o blo- riférico, ele ainda pode ser zonal.
queio de ramo pode se dar em vá- O bloqueio periférico global do
rias localizações anatômicas, a saber: ramo direito nada mais é que um BRD
truncal no feixe de His ou no ramo di- de terceiro grau que ocorre a nível de
reito ou periférico, que ainda pode ser banda moderadora ou ramificações pe-
parcial ou global e ainda funcional. A riféricas ainda mais distais e possui uma
morfologia eletrocardiográfica dos duração maior que 140, às vezes maior
bloqueios é similar, havendo apenas que 160 ms. Geralmente vem associa-
pequenas diferenças que serão discu- do a critérios de sobrecarga ventricular
tidas adiante. direita (vide capítulo 7) e desvio de eixo
elétrico para direita. Costuma estar asso-
BLOQUEIO PERIFÉRICO DO ciado a pós-operatórios de ventriculo-
RAMO DIREITO tomias em pacientes com Tetralogia de
Fallot ou outras cardiopatias congênitas
Mais uma vez, quero deixar claro que o com ou sem infundibulectomia. O diag-
bloqueio do ramo direito pode ser truncal nóstico de certeza através da medição
ou periférico. Em ambos os casos, o blo- intracavitária do tempo desde o início
queio pode ser global ou parcial. Falare- da ativação ventricular até a ativação do
mos agora especificamente do bloqueio ápice ventricular direito. Valores < 40 ms
periférico do ramo direito, começando sugerem bloqueios periféricos (12).
151
Vetor 1 representa a despolarização septal praticamente normal (aponta para direita e para frente), o vetor 2 representa a ativação da maior parte da
massa ventricular esquerda (apontando para esquerda, inferior e posterior), o vetor 3 representa a ativação transseptal e as últimas células ventricula-
res esquerdas (aponta para direita e para frente), e o vetor 4 a ativação das últimas áreas atrasadas do ventrículo direito (para direita, superior e para
frente). Adaptado de Bayés de Luna (7).
152
Figura 13 - Padrão S1S2S3 (S D2 > S D3) de bloqueio periférico zonal subpulmonar anterior
em paciente com disfunção ventricular direita. Está demonstrada também a presença de
uma ectopia ventricular de via de saída do ventrículo direito.
153
• QRS ≤ 120 ms
Bloqueio periférico zonal póstero-inferior • S1R2R3 (ou seja, S > R em D1, R > S em D2 e D3).
• R D2 > R D3.
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Figura 15 - Algoritmo de Baranchuk. Esse algoritmo serve em casos que há r’/R’ em V1 e V2.
Essas situações serão vistas em capítulos diversos do livro (24,25).
Figura 16 - Fenômeno de Ashman. Perceba que o batimento com padrão de bloqueio avançado
do ramo direito ocorre após uma variação de ciclo do tipo longo – curto (setas).
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Perceba que o QRS é largo e apresenta forças finais proeminentes para a direita (R final em aVR e V1). D1 e aVL com padrão que lembra bloqueio de
ramo esquerdo e desvio do eixo para esquerda. O leitor desatento poderia laudar como BRD + BRE avançados (algo que só existe em eletrocardiografia
como bloqueio atrioventricular total). Retirado de Choudhary.
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Grau de Bloqueio /
Tronco Bidivisional Periférico
Local de bloqueio
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menos que haja zona inativa ou blo- bloqueio de ramo esquerdo, é nor-
queio bidivisional com despolarização mal haver inversão completa entre
através de fibras médias, de acordo as polaridades do complexo QRS e
com a teoria tetrafascicular de Medra- do segmento ST-T, ou seja, todas as T
no (13,14), que considera a existência estarão invertidas ao QRS (Figuras 5
de um terceiro fascículo no ramo es- a 7) (16). Na era da ressincronização
querdo – o medial. cardíaca, alguns autores têm consi-
Após isso, ocorre a passagem do derado o bloqueio de ramo esquerdo
estímulo elétrico pelo septo, geran- apenas quando o QRS tem duração ≥
do os vetores médios, atrasados e 140ms (17). Em um bloqueio periféri-
com a presença de “notchs e slurs” na co do ramo esquerdo, os critérios são
porção média do complexo QRS, que basicamente os mesmos, entretan-
representam a ativação anormal do to, isso pode significar uma doença
ventrículo esquerdo: o primeiro not- muscular mais extensa, portanto, um
ch marca a ativação transeptal e o se- QRS mais largo é esperado.
gundo a chegada ao epicárdio da pa-
rede lateral (15) (Figura 2). Atenção.
Talvez a informação mais importan- Figura 2 - Comparação do aparecimento do
notch no eletrocardiograma com o mapa
te do capítulo: para diagnóstico de
de ativação dos ventrículos em casos de
BRE de terceiro grau, ou avançado, é
bloqueio de ramo esquerdo.
obrigatória a presença dos notchs.
A ativação vetorial do BRE se dá,
então, da seguinte maneira: o primei-
ro vetor é direcionado para esquerda
e para frente, o segundo vetor traz
uma rotação anti-horária no plano
horizontal em direção da direita para
esquerda e posterior, com o vetor 3
sendo menos posterior. O vetor 4,
das porções superiores do septo e da
parede livre do VE, reduz a amplitude
da alça progressivamente para as po-
sições iniciais (Figura 3) (16).
Os critérios eletrocardiográficos
para BRE são: ausência de onda q
septal em D1, aVL e V6; QRS ≥ 120ms; O primeiro notch ocorre na passagem do estímulo pelo septo e o segun-
presença de notch ou slurring na por- do ocorre quando o estímulo chega ao epicárdio ventricular. A presença
de notch em algumas derivações é obrigatória para o diagnóstico de blo-
ção média do QRS em mais que duas
queio de ramo esquerdo de terceiro grau. De Strauss (15).
derivações: V1, V2, V5, V6, D1 e aVL
(Figura 4); padrão QS ou rS em V1. No
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Primeiro vetor é a despolarização do septo ventricular esquerdo a partir do músculo papilar anterior do ventrículo direito (aponta para frente e para
esquerda), o segundo vetor é a ativação transeptal (aponta para esquerda e posterior), o terceiro e o quarto vetores representam a despolarização da
parede livre e das regiões basais da parede livre e do septo e são cada vez menos posteriores (16).
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Figura 7 - VCG de um BRE de 3º grau (as setas demonstram o início da ativação). A ativação
se inicia da direita para esquerda no plano frontal, depois assume a parede livre si
dirigindo para posterior (planos horizontal e sagital) e esquerda (plano horizontal). O
atraso é médio-final.
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Figura 9 - Bloqueio de ramo esquerdo de primeiro grau. QRS ≤ 120 ms, perda da q septal em
D1, aVL e V6. Perda da r septal em V1. Há notch na fase inicial do complexo em aVL, mas
que não define bloqueio de terceiro grau. Não há alterações na repolarização ventricular.
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Figura 10 - Bloqueio “periférico” do ramo esquerdo. Perceba que nesse ECG existe
claramente um complexo QRS alargado (em torno de 150 ms). No entanto, não se consegue
obter critérios de bloqueio de ramo direito ou esquerdo. Há critérios para bloqueio da
divisão anterossuperior do ramo esquerdo, como veremos no capítulo 10, mas isso não
é suficiente para explicar o atraso final da ativação ventricular. Estamos diante de um
bloqueio periférico do ramo esquerdo.
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diz que o ramo esquerdo possui três ativação septal. (Adaptado de Medrano, 2002)
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REFERÊNCIAS
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