Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
o Sistema Arterial
O objetivo do sistema arterial é levar sangue oxigenado para os tecidos, mas sua
maior importância é converter o débito cardíaco intermitente em um fluxo capilar
contínuo.
A lei de Laplace pode ser expressa da seguinte forma para uma parede arterial
fina:
Tensão = P (pressão) × r
De acordo com a lei de Laplace, o volume de sangue tem efeito direto sobre a
tensão da parede arterial e está relacionado com o raio da artéria. Entretanto, o volume de
sangue recebido por cada segmento arterial e seu efeito na mudança da tensão da parede
arterial também está relacionado com o tipo de vaso que recebe o sangue.
Os vasos proximais elásticos, aorta e seus ramos, recebem quase todo o volume de
sangue ejetado do ventrículo esquerdo. A natureza elástica destes vasos permite grande
deslocamento da parede arterial e variação do seu raio. À medida que os vasos se
tornam periféricos, se tornam também mais musculares e menos distensíveis e sua
área total aumenta; consequentemente recebem uma fração menor do volume de sangue
ejetado. Além disso, os vasos musculares são menos distensíveis e, para uma mesma
pressão na aorta, a variação do diâmetro do vaso é menor.
3
Durante este trajeto até os vasos periféricos, a redução da pressão arterial média é
mínima. Entretanto, próximo aos capilares, a pressão arterial média cai abruptamente
dentro das arteríolas de alta resistência; e é na junção das artérias de elevada condutância
com as arteríolas de alta resistência que ocorre a reflexão da onda. Sob condições
normais, aproximadamente 80% da onda incidente são refletidos pelas arteríolas
periféricas.
o Ventrículo Esquerdo
Embora a onda de percussão possa ser modificada pelas ondas refletidas pela
periferia, a taxa de ascensão e a amplitude do pulso arterial ainda dependem da ejeção de
sangue na aorta e da contração ventricular esquerda. As condições que aumentam o
volume sistólico ejetado acrescem a amplitude da onda de pulso.
Por outro lado, a redução do volume sistólico de sangue ejetado diminui a amplitude
da pressão de pulso, o que ocorre na estenose aórtica grave ou estenose mitral grave.
A insuficiência cardíaca com disfunção ventricular esquerda grave também
acarretará acentuada redução do volume de ejeção ventricular. A velocidade de
ejeção ventricular será determinada pela força de contração ventricular e pela impedância
à ejeção ventricular que inclui as propriedades vasculares do sistema arterial e a
resistência periférica.
A onda dicrótica, que é a onda diastólica que aparece logo após a incisura
dicrótica.
ATENÇÃO!
A palpação bilateral e comparativa dos pulsos periféricos (braquial, radial, femoral, poplíteo, tibial
posterior e dorsal do pé) deve ser feita em todos os pacientes durante o exame do aparelho
cardiovascular. Entretanto, com relação às artérias carótidas, o exame deve ser feito em cada uma
delas isoladamente, especialmente em idosos, devido ao risco de se provocar isquemia cerebral em
áreas irrigadas por artérias com placas de ateromas.
ATENÇÃO!
Antes do exame das artérias cervicais, realiza-se a inspeção da região cervical, com o objetivo de
observar assimetrias, pulsações anormais e massas.
O exame deverá ser iniciado pelo braço direito do paciente, que deverá estar
em posição paralela ao tronco, com a palma da mão voltada para cima, o antebraço
fletido e o cotovelo apoiado pela mão do examinador.
A artéria radial é palpada contra a epífise distal do rádio, na face palmar do punho.
A palpação desta artéria, realizada por meio dos dedos indicador e médio do
examinador, permite o contato físico inicial entre ele e o paciente.
O examinador coloca suas mãos de cada um dos lados do joelho e palpa a fossa
poplítea posteriormente, aumentando progressivamente a pressão dos dedos contra a face
poplítea do fêmur até perceber o pulso poplíteo em sua maior amplitude.
10
Alguns pulsos arteriais não costumam ser palpáveis no exame de rotina, como,
por exemplo, os pulsos temporais superficiais, subclávios, cubitais, axilares e tibiais
anteriores.
ATENÇÃO!
p
Frequência cardíaca no adulto saudável 50-100 pulsações por minuto.
u
l Frequência de pulso maior ou igual a 100 pulsações por minuto (ppm) ou batimentos
por minuto (bpm) é denominada TAQUISFIGMIA, e menor ou igual a 50 ppm,
s
BRADISFIGMIA
o
AMPLITUDE
Pacientes com baixo volume sistólico terão pulso pequeno, resultante do pequeno
deslocamento da parede arterial e da baixa tensão que é desenvolvida na artéria; nestes
casos, a amplitude do pulso estará diminuída.
Nas doenças cardíacas com grandes volumes sistólicos de ejeção e baixa pressão
diastólica, como na insuficiência aórtica, persistência do canal arterial e janela
aorticopulmonar, os pulsos arteriais serão de grande amplitude, fortes e em salto, com um
grande volume de expansão. Por este motivo, a amplitude é frequentemente referida
como volume do pulso.
Nas pessoas jovens, geralmente, as artérias não são visualizadas sob a pele e à
palpação a parede arterial é lisa, uniforme e elástica. À medida que envelhecemos
as artérias se tornam rígidas, tortuosas, endurecidas e pouco compressíveis em
decorrência da arteriosclerose. Em alguns casos, o aspecto tortuoso da artéria é
observado sob a pele dos braços.
REFERÊNCIA
SILVA, R.M.F.L. Tratado de semiologia médica. 1ª ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan,
2014.