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Apresentação do Seminário

“Especialização Esportiva Precoce”

ESTRESSE DA INICIAÇÃO ESPORTIVA ATÉ PROFISSIONALIZAÇÃO:


UMA ANÁLISE EXPLORATÓRIA DA TRAJETÓRIA DE ATLETAS PROFISSIONAIS
DE FUTEBOL

Revista Brasileira de Futsal e Futebol

Discente : José Campos


Itaborahy
Introdução
 Neste estudo, a proposta foi analisar a trajetória de futebolistas ao longo do
processo de iniciação esportiva e profissionalização (ARONI; BAGNI; BOCCHIO;
EDSON FILHO; MACHADO, 2019).

 Com relação à iniciação esportiva, é consensual que atletas profissionais passam


pelas fases de:
 Iniciação,
 Especialização,
 Aperfeiçoamento,
 Manutenção de carreira.

 Já o estresse é entendido como um desequilíbrio entre uma demanda e a


capacidade de resposta, onde uma falha gera consequências no resultado
(Mcgrath, 1970).

(ARONI; BAGNI; BOCCHIO; EDSON FILHO; MACHADO, 2019).


Introdução
 Nesta pesquisa, procurou-se identificar:
 As principais fontes de estresse vivenciadas pelos profissionais do futebol
 Entender qual influência teve nas transições vividas dentro do percurso: iniciação –
profissionalismo

Analisar a trajetória dos jogadores de futebol no


OBJETIVO processo da iniciação esportiva até a
profissionalização, observando as fontes de estresse e
enfrentamentos em cada transição de categoria.

(ARONI; BAGNI; BOCCHIO; EDSON FILHO; MACHADO, 2019).


Materiais e Métodos
 A pesquisa caracterizou-se como quali-quantitativa de caráter descritiva e
exploratória.

Os participantes do estudo:
• 27 atletas de futebol (todos do sexo masculino),
• Com idade entre 23 e 29 anos,
• Todos eram brasileiros e atuavam nas principais ligas de futebol ao redor do
mundo (muitos deles viviam o ponto mais alto de suas carreiras).

 Instrumento utilizado: guia de 15 questões como roteiro da entrevista (Guia


“Entrevista de Avaliação Psicológica de Atletas – Gestão de Estresse” de Gomes,
2011), e perguntas de cunho sócio demográfico.

Principais enfoques • A dinâmica familiar


• A atuação profissional

(ARONI; BAGNI; BOCCHIO; EDSON FILHO; MACHADO, 2019).


Resultados e Discussão

 Dos 27 atletas que participaram do estudo, 25 concluíram o Ensino Médio, enquanto 1


concluiu o Ensino Fundamental e outro com o Superior completo.

 Depoimento participante 25

“Lembro do meu pai dizendo que só poderia deixar a escola quando


tivesse um contrato profissional, até lá seguiria normalmente os
estudos. Eu devia ter em torno de 13 anos, e esse fato realmente
aconteceu, pois já como profissional tive de interromper os estudos
pelas viagens e jogos. Neste ponto a família não interferiu mais,
mesmo sendo menor de idade.”

(ARONI; BAGNI; BOCCHIO; EDSON FILHO; MACHADO, 2019).


Resultados e Discussão
 No Brasil, apenas 33% dos jovens atletas de futebol tinham concluído o Ensino Médio.
Porém, todos os autores destacam a importância dos estudos na formação esportiva,
devido a:

 A incerteza profissional;

 Desenvolvimento da inteligência de jogo, citado nos modelos de sucesso europeu e


norte-americano

 Outro fator que justifica os desinteresses pelo estudo são os altos salários (todos os
entrevistados recebiam mensalmente valores acima de 34 salários mínimos)

 Além disso, tais salários podem ser apontados como fator de estresse, uma vez
que os atletas se sentem pressionados em sustentar toda a família

(MARQUES; SAMULSKI, 2009).


Resultados e Discussão
A dinâmica familiar
 Os agentes que mais participaram da iniciação esportiva, a primeira e rápida resposta que
partiu de vinte e três atletas foi: “Meus pais”.

Entretanto, os pais também apareceram no discurso de vinte atletas como


uma das fontes de estresse, por conta da cobrança por um bom rendimento
esportivo ao longo das fases de formação.

 Os autores defendem que mais do que os agentes, a dinâmica das relações somada à
cultura local e seus sistemas esportivos são as variáveis que contribuem para o sucesso
esportivo.

(ARONI; BAGNI; BOCCHIO; EDSON FILHO; MACHADO, 2019).


Resultados e Discussão
A dinâmica familiar
 Outras fontes de estresse:

Maturação biológica: dificuldade de enfrentar “atletas muito grandes” na


mesma categoria deles, ou até mesmo de “sofrerem” para se firmar como
titulares quando disputavam a posição com jogadores “mais fortes, mesmo
que menos habilidosos”.

Lesões físicas: o medo de se lesionar durante o processo de formação


esportiva os coloca diante da possibilidade de interromper a carreira
mesmo antes dela iniciar de forma sólida. Ou até mesmo fazem com que
eles percam boas oportunidades e testes.

Este estado muitas vezes conduz à insegurança dos movimentos,


inibindo a boa execução técnica.

(ARONI; BAGNI; BOCCHIO; EDSON FILHO; MACHADO, 2019).


Resultados e Discussão
A atuação como profissional
Com relação a idade, 11 atletas estavam atuando por um clube esportivo em categorias menores de 13
anos, outros 10 competindo em clube desde os 15 anos, com o restante sendo inserido nos clubes mais
velhos (por volta dos 17 anos).

A distância familiar foi apontada como mais uma fonte de estresse importante

Modalidades de coordenação complexa, é comum que atletas comecem a se


especializar precocemente, e atinjam seu pico durante a adolescência.

Nesse caso, o treinador assume um papel fundamental para que esses jovens
sintam-se apoiados e possam ultrapassar essa transição com sucesso.

(ARONI; BAGNI; BOCCHIO; EDSON FILHO; MACHADO, 2019).


Resultados e Discussão
A atuação como profissional

Outra grande dificuldade foi se consolidar como titular de uma equipe

Alguns viam que a maior dificuldade era se enquadrar no cenário profissional, pelo
jogo ser mais disputado, com jogadores de grande qualidade (colegas e adversários);
assim seria comum levar algum tempo para conseguirem se adaptar.

Por outro lado, essa grande dificuldade seria pela falta de interesse dos treinadores,
ou pela política de contratação dos clubes, e ainda pelo futebol como negócio, ao
“lançarem meninos ainda mais novos” do que eles, mas com melhor mercado e maior
possibilidade de venda.

(ARONI; BAGNI; BOCCHIO; EDSON FILHO; MACHADO, 2019).


Resultados e Discussão
A atuação como profissional
 Um dos últimos momentos de estresse vivenciado pelos atletas é a aposentadoria.

Nenhum dos entrevistados apresentou um plano de aposentadoria.

 Nem sempre atletas que tiveram grande destaque conseguem lidar com as emoções de
forma eficiente.

 Segundo os autores, a intervenção desse problema deve ocorrer em dois momentos


distintos:

• Com os atletas ainda em pico de performance – lidar com a queda do rendimento

• Fase final da carreira - sob o ponto de vista econômico

(ARONI; BAGNI; BOCCHIO; EDSON FILHO; MACHADO, 2019).


Resultados e Discussão
A atuação como profissional
 Percebeu-se nas entrevistas uma falta de conhecimento sobre a importância do preparo
psicológico no esporte, bem como a ausência de:

• Técnicas como desenvolvimento de metas em treino e jogo

• Relaxamento

• Imagem mental e auto conversa

 Hanin (2007) sugere treino psicológico durante toda a carreira esportiva, por acreditar
que em cada fase, os atletas deverão ter apoio no enfrentamento de diversas situações.

(ARONI; BAGNI; BOCCHIO; EDSON FILHO; MACHADO, 2019).


Conclusão
 A pesquisa estudou a relação dinâmica entre o aparecimento de fontes de estresse
significativas para os futebolistas, e o modo como eles procuraram adaptar-se e resolver
(enfrentamento) a situação.

 Com relação aos resultados:

2. A série de fontes de
1. A vantagem de focar na
estresse levantadas durante
resolução do problema como
o texto não os impediram de
forma de enfretamento eficaz
alcançar o sucesso esportivo

(ARONI; BAGNI; BOCCHIO; EDSON FILHO; MACHADO, 2019).

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