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Universidade Federal de Sergipe

Departamento de Fisiologia
Programa de Pós-graduação em Ciências Fisiológicas

FISIOLOGIA DO SISTEMA
CARDIOVASCULAR
Prof. Dr. Vitor Ulisses de Melo

SÃO CRISTÓVÃO
2017
Vitor Ulisses de Melo

 Bacharel em Educação Física (UFS)


 Mestre em Ciências Fisiológicas (UFS)
 Doutor em Ciências Fisiológicas (UFS)
PDSE na Universidade de Iowa (EUA)
 Pós-doutorando em neurociência (UFS).

 Área de concentração: Neurociência


 Linha de pesquisa:
 Fisiologia do exercício
 Sistema cardiovascular
ANATOMOFISIOLOGIA DO
CORAÇÃO
Tecidos Cardíacos

 Tecido contrátil (Músculo cardíaco);


 Tecido não-contrátil (Fibroso/Cartilaginoso);
 Tecido excito-condutor (nodos, feixes e fibras de condução).
Camadas
Válvulas Cardíacas
Fisiologia do músculo cardíaco
Fisiologia do músculo cardíaco
Fisiologia do músculo cardíaco
Fisiologia do músculo cardíaco
Potencial de ação no coração

Estímulo

-90mV
Potencial de ação no coração

Despolarização

-90mV
Potencial de ação no coração

Platô
-90mV
Potencial de ação

-90mV
Repolarização
Potencial de ação

Repouso

-90mV
Ritmo cardíaco
Regulação do bombeamento cardíaco

 Regulação intrínseca – Lei de Frank-Starling;


 Regulação nervosa – Sistema nervoso autônomo;
 Regulação química – Hormônios, gases e íons;
 Regulação física – Temperatura.
Regulação nervosa
Controle de ritmo

SNA
SIMPÁTICO PARASIMPÁTIC
O
Regulação química
Regulação física
Recapitulando...
 Regulação intrínseca – Lei de Frank-
Starling;
 Regulação nervosa – Sistema nervoso
autônomo;
 Regulação química – Hormônios, gases
e íons;
 Regulação física – Temperatura.
ANATOMOFISIOLOGIA DA
CIRCULAÇÃO
• Pequena circulação
• Coração
• Artérias
• Arteríolas
• Grande circulação
• Capilares
• Vênulas
• Veias
As artérias

Características
• Menos elásticas e com camada
muscular mais espessa do que as veias;

• São complacentes e amortece o débito


pulsátil;

• O endotélio vascular modula o tônus


liberando FRDE (NO, PGI2 e FHDE) e
FCDE (Endotelina e Tromboxanos);
Artérias
As arteríolas

 Condutos de controle
 Forte parede muscular
 Capaz de ocluir o fluxo
 Responde a necessidade do
tecido
Os capilares
As vênulas

Endotélio
Músculo liso
 Coletam sangue dos
capilares

 Coalescem formando
veias maiores
As veias

 Mais elásticas e com camada


muscular mais fina do que as
artérias
 São mais complacentes
 Armazenam mais de 60% do
conteúdo de sangue do corpo;
 Possuem válvulas
Pressão nas diversas porções da circulação
INTER-RELAÇÕES ENTRE
PRESSÃO, FLUXO E
RESISTÊNCIA
Inter-relação
FLUXO SANGUÍNEO

“É a quantidade de sangue que passa por um


determinado comprimento de vaso por um dado
período de tempo”
Fluxo sanguíneo global
= 5L/min
Tipos de fluxo
Pressão sanguínea

“É a força que o sangue


exerce contra a parede
do vaso”
Métodos de medida da pressão

DIRETO
Métodos de medida da pressão

INDIRETO
Conceitos de pressões
Resistência

“É o impedimento que o vaso


promove sobre o fluxo
de sangue”
Lei de Poiseuille

Comprimento

Viscosidade
Fluxo

Diferença de pressão Diâmetro

PA = RVP x DC
Diâmetro do vaso
Viscosidade do sangue
DISFUNÇÕES
VASCULARES
Disfunções - Varizes
Disfunções - Aterosclerose
CIRCULAÇÃO
CORONARIANA
Anatomia da Circulação Coronariana
Fluxo Sanguíneo Coronariano
225 ml/min – 5 %
O QUE É PRESSÃO ARTERIAL?
Pressão arterial

PA = DC x RVP
PA Sistólica e Diastólica
Fatores que interferem na PA

Constitucionais:

 Sexo (na mulher se eleva após 40 anos);


 Idade;
 Raça (negra tem propensão à hipertensão);
 Hereditariedade;
 Obesidade.
Fatores que interferem na PA

Ambientais:

 Alimentação;

 Stress;

 Vida sedentária.
EXISTEM DIFERENTES
FORMAS DE CONTROLE DA
PRESSÃO ARTERIAL?
COMO OCORRE O CONTROLE
LOCAL DO FLUXO
SANGUÍNEO?
Controle de fluxo sanguíneo

 Controle Local

 Dependente da necessidade metabólica dos tecidos


 Controle agudo e a longo prazo
 Desempenhado por substâncias nos tecidos
 Produzidas localmente ou por glândulas
Controle local

 Necessidades metabólicas
Fornecimento de O2 e remoção de CO2;
Fornecimento de nutrientes e remoção de metabólitos;
Remoção de H+;

 Regulação por disponibilidade de O2


Metabolismo  O2  VASODILATAÇÃO  Fluxo
Controle local

• Regulação pela adenosina


Metabolimo  ATP  Adenosina  Vasodilatação  Fluxo

• Regulação Miogênica
PA  Distensão vascular  Reação vasoconstrictora  Fluxo

• Regulação Mediada por “Shear stress”


(estresse tangencial ou força de cisalhamento)
Velocidade do Fluxo  “Shear stress”  FRDE (NO)   Fluxo
Controle local

 Controle Local a Longo Prazo


 Angiogênese por deficiência de O2
 Formação de novos vasos
 Ação do ECGF

Agentes vasoconstrictores Agentes vasodilatadores


NA e Adr Bradicinina
 Controle Humoral Angiotensina II Histamina
Vasopressina (ADH) Prostaglandinas
Endotelina NO
COMO OCORRE O CONTROLE
NEURAL DA PRESSÃO ARTERIAL?
Alça de feedback

Centro
integrador

Eferência Aferência
Controle autonômico cardiovascular
Controle autonômico cardiovascular

Projeções:

PA
PVN Ocitocinérgica
Catecolaminérgica
Glutamatérgica
GABAérgica

Barorreceptores e
Quimiorreceptores NTS

DMV
CVLM RVLM
NA
Resposta parassimpática Resposta simpática

(De Melo et al.,2016)


Controle neural

Sistema Nervoso Autônomo (SNS e SNP)

PA = DC x RPT

Constricção arterial  RPT  PA

 SNS Constricção venosa  Pré-carga  DC PA

FCC e FC  DC  PA

 SNP  FCC e FC  DC  PA


Controle neural

 Glândula adrenal
RPT  PA

MA  catecolaminas Pré-carga  DC PA

FCC e FC  DC 

PA
Barorreflexo

Função Tampão da PA

• Função barorreceptora após mudança postural


Posição Ereta   PA   Baroceptores   PA
Quimiorreflexo

• Quimiorreceptores – cél. sensíveis às


variações de PO2, PCO2 e H+

 PO2 Arterial   Quimiorreceptores  PA


 PCO2 Arterial   Quimiorreceptores  PA
Reflexos atriais
 Volume nos átrios

 Estiramento dos átrios

 Peptídeo Natriurético Atrial  Aferentes Vagais

 Excreção de Na+ e H2O  Eferentes Bulbares

 PA
COMO AGE O CONTROLE
NEURO-HUMORAL DA PRESSÃO
ARTERIAL?
Controle renal

Diurese e natriurese pressórica

Aumento do débito cardíaco, do débito urinário e da


pressão arterial produzido pelo aumento do volume
sanguíneo em cão desnervado.
Sistema Renina Angiotensina Aldosterona

■ Renina
■ Angiotensinogênio (452 aminoácidos)
■ Angiotensina I (10 Aminoácidos)
■ Enzima conversora da angiotensina (ECA)
■ Angiotensina II (8 aminoácidos)
■ Angiotensinases
Mecanismo de secreção Renina
Aparelho justaglomerular
Vias de ação do SRA para o controle da PA

Aldosterona
ANGIO II Endotélio

PA = DC x RPT SNS

DC = VES x FC SNP

FCC Retorno venoso


ANGIO II
SNP SNS Volemia Aldosterona
VARIABILIDADE DA
FREQUÊNCIA CARDÍACA
Variabilidade da frequência cardíaca e pressão arterial

Domínio da frequência (análise espectral)

Foto:

(AKSELROD et al., 1981; TASK FORCE, 1996).


Componentes (VFC)

VLF Fatores hormonais

LF Modulação simpática cardíaca

HF Modulação parassimpática cardíaca


Componentes (VPA)

VLF Fatores hormonais

LF Modulação simpática vascular

HF Modulação respiratória
Sensibilidade do barorreflexo

PARATI; DI RIENZO; MANCIA, 2000.


Sensibilidade do barorreflexo

Adaptado de PARATI; DI RIENZO; MANCIA, 2000.


QUAIS OS VALORES
ADMITIDOS? O QUE DEVE
SER RECOMENDADO AO
PACIENTE?
Níveis de pressão arterial
2014 Evidence-Based Guideline for the Management of
High Blood Pressure in Adults
Questões para avaliação

 1. O paciente J.S. sofreu um acidente automobilístico. Ele teve um corte


profundo no braço e teve grande hemorragia. Quais são os mecanismo
fisiológicos para que haja cessação do sangramento e recuperação do
volume de sangue perdido?
Questões para avaliação

 2. Os alunos da UFS realizaram um grande churrasco. No local, todos


comeram muita carne temperada com sal grosso e tomaram muito
refrigerante para saciar a sede. Considerando que isso pode causar
repercussões na pressão arterial, como o corpo consegue se proteger para
não permitir que ocorra hipertensão após o churrasco?
Questões para avaliação

 3. Joãozinho estava deitado no sofá assistindo seu desenho favorito, ele


resolveu levantar-se para pegar um chocolate na cozinha, entretanto,
quando se levantou sentiu uma tontura e caiu sentado no sofá, mas logo se
recuperou. Por que isso aconteceu? Por qual mecanismo ele conseguiu se
recuperar?
OBRIGADO!!!
VUMELO@GMAIL.COM

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