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Autor

Denis Carvalho Parry

Nascido em Belém do Pará em 1959. Graduado em


Medicina pela Faculdade de Medicina da
Universidade Federal do Pará em 1983. Pós-
Graduado em Medicina Aeroespacial pela
Universidade da Força Aérea (UNIFA, RJ).
Intensivista e Nefrologista. Oficial Médico da
Aeronáutica na reserva. Mestre em Clinica Médica
com concentração em Nefrologia pela
Universidade de Brasília (UnB, DF). Professor
Titular de Habilidades Clínicas 7 e 8 e de
Simulação Realística do Curso de Medicina do
Centro Universitário de Brasília (UniCEUB, DF).
Professor Titular de Simulação Realística do Curso
de Medicina do Centro Universitário do Planalto
Central (UNICEPLAC, DF). Membro do Núcleo de
Apoio Pedagógico e Avaliação (NAPA),
implementador e avaliador do OSCE no UniCEUB.
Instrutor do Curso de Capacitação de Docente em
Simulação Realística da UNICEPLAC/ Laerdal.
“O estudante de medicina deve coletar e avaliar os
fatos.
Os fatos estão no paciente.”
ABRAHAM FLEXNER
DEDICATÓRIA

A você, companhia nesta e em muitas outras


jornadas e que me faz amar intensamente.
Autores Colaboradores -
Professores
Ana Márcia Iunes Salles Gaudard
Graduada em Farmácia e Bioquímica pela
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF, MG).
Especialista em Farmácia Hospitalar pela
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRG), em Processos Educacionais pelo Instituto
Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa, em Gestão de
Área de Saúde Pela Qualidade Total (UNEB/COPEX,
DF) e em Ativação de Processo de Mudança na
Formação Superior de Profissionais de Saúde pela
Fiocruz. Mestre e Doutora em Ciência pelo
Programa de Pós-Graduação em Saúde Baseada
em Evidência (PGSBE) pela Universidade Federal
de São Paulo (UNIFESP). Professora Titular de
Tutorial e Coordenadora do Núcleo de Apoio
Pedagógico e Avaliação (NAPA) e implementadora
do OSCE no curso de Medicina do Centro
Universitário de Brasília (UniCEUB, DF).
Responsável pelo Núcleo de Avaliação do Curso de
Medicina do Centro Universitário do Planalto
Central (UNICEPLAC, DF). Autora Colaboradora do
livro Manual de Simulação Realística (Editora
Albatroz).
Helmgton José Brito de Souza
Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina
da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Especialista em Cirurgia Cardiovascular.
Especialista e Instrutor em Oxigenação por
Membrana Extracorpórea (ECMO) pela
Extracorporeal Life Support Organization (ESLO).
Doutor em Cirurgia Cardiovascular Pela
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
Professor Titular e Coordenador do Eixo de
Habilidades dos Cursos de Medicina do Centro
Universitário do Planalto Central (UNICEPLAC, DF)
e da UNIEURO Centro Universitário (DF).
Organizador e instrutor do Curso de Capacitação
de Docente em Simulação Realística do
UNICEPLAC/Laerdal. Autor do livro Manual de
Simulação Realística (Editora Albatroz).
Kátia Paula de Araújo
Graduação em Medicina pela Universidade Federal
de Alagoas (UFAL). Especialista em Ginecologia
Obstetrícia pela Associação Médica Brasileira
(AMB) e em Gestão da Clínica nas Redes
Metropolitanas de Atenção a Saúde pelo Instituto
Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa. Curso de
Medicina Baseada em Evidência pelo Instituto
Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa. Coordenadora
e Docente do Bloco de Saúde da Mulher do
Primeiro Curso de Especialização em Saúde da
Família e Comunidade da ESCS. Coordenadora
Técnica do Segundo Curso de Especialização em
Saúde da Família e Comunidade da ESCS.
Professora Titular de Simulação Realística,
Coordenadora e Professora Titular do Internato em
Atenção Básica e Coordenadora do Programa de
Interação Serviço, Saúde e Comunidade (do eixo
PISSCO) do Curso de Medicina do UNICEPLAC.
Sulani Silva de Souza
Graduada em Medicina pela Universidade de
Brasília (UnB). Mestre e Doutora e em
Tocoginecologia pelo Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo (USP). Professora Titular
e atua na avaliação educacional, qualificação de
processo educativo com testes psicométricos, com
foco na avaliação do Teste de Progresso, na Escola
Superior em Ciências da Saúde (ESCS, DF).
Professora Titular da Universidade Católica de
Brasília atuando na prevenção na saúde da Mulher
e no Teste de Progresso.
Thalita Rodrigues Dias
Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina
da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Especialista em Pediatria e em Alergia e
Imunologia pelo Hospital das Clínicas (UFMG).
Mestre em Saúde da Criança e do Adolescente pela
UFMG. Professora Titular de Habilidades Clínicas 7
e 8 e avaliadora do OSCE do Curso de Medicina do
Centro Universitário de Brasília (UniCEUB, DF).

Autores Colaboradores -
Acadêmicos
Felipe Bruno Santos da Cunha
Interno do 10º período do Curso de Medicina do
Centro Universitário de Brasília (UniCEUB, DF).
Membro fundador da Liga Acadêmica de Cirurgia
Cardiovascular do Distrito Federal (LACC-DF).
Tesoureiro da Associação de Estudantes de
Medicina do Distrito Federal (AEMED-DF). Diretor
da Associação Brasileira de Ligas Acadêmicas de
Oftalmologia (ABLAO). Autor Colaborador do livro
Manual de Simulação Realística (Editora Albatroz).
Pedro Lemgruber Xavier Mattoso Pavie
Interno do 10º período e monitor de Habilidades
Clínicas do 3º ano do Curso de Medicina do Centro
Universitário de Brasília (UniCEUB, DF). Diretor de
Ensino da Associação dos Estudantes de Medicina
do Distrito Federal (AEMED, DF). Autor Colaborador
do livro Manual de Simulação Realística (Editora
Albatroz).
Rafael Ramos Amaral
Interno do 10º período e monitor do Módulo de
Febre, Infecção e Inflamação e do Módulo de Dor,
do Curso de Medicina do Centro Universitário de
Brasília (UniCEUB, DF). Diretor de Pesquisa da Liga
Acadêmica de Cirurgia Cardiovascular do UniCEUB
(LAACC/UniCEUB). Autor Colaborador do livro
Manual de Simulação Realística (Editora Albatroz).
AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, éticos, amorosos e exemplos a


seguir, que tanto investiram com prioridade na
minha formação.
Aos meus filhos e aos seus companheiros, que
meus filhos se tornaram também, constante
estímulo ao meu crescimento profissional e
pessoal.
Aos meus irmãos, toda minha família, amigos e à
Luiza, sempre torcendo por mim com muito amor e
carinho.
Aos coordenadores, colegas professores e
funcionários do UniCEUB e do UNICEPLAC, pelo
companheirismo e apoio a mim prestado.
À coordenação e equipe técnica do LABOCIEN do
UniCEUB, pela competência e zelo com o ensino e
a avaliação. Sem vocês o OSCE e a Simulação
Realística não existiriam, isso só para falar as
atividades que vocês me honram em compartilhar
comigo.
À minha irmã de coração, Professora Nádia
Juliana Beraldo Goulart Borges Haubert, pela
amizade de todos os momentos, apoio profissional
e suporte pessoal.
À minha amiga, colega e tutora em avaliação e
em muitas outras atividades docentes, Professora
Ana Márcia Gaudard, uma das autoras
colaboradoras e a prefacista desse manual, por
isso tudo e por todos os ensinamentos e
companheirismo.
Aos também autores colaboradores dessa obra,
Professores Helmgton Souza, Kátia Araújo, Sulani
Souza e Thalita Dias e Acadêmicos de Medicina
Felipe Cunha, Pedro Pavie e Rafael Amaral, por
terem abraçado esse projeto com dedicação e por
toda paciência comigo.
Aos meus alunos, os quais a tantas avaliações
são submetidos durante o exaustivo curso de
Medicina, por toda a tolerância com este professor.
Que este manual consiga contribuir no seu preparo
para enfrentar o OSCE com mais segurança e
placidez.
Ao Professor Adson Lima Salles, que com seus
conselhos e apoio se tornou uma bússola para
mim, continuamente me norteando a me tornar
uma pessoa melhor.
Sumário

Capítulo 1
Desmistificando o OSCE 12
1. Histórico 13
2. Descrição do método 13
3. Conteúdo 15
4. Vantagens e desvantagens 15
Capítulo 2
As Estações 19
1. O que se espera encontrar numa estação
20
1.1. Os diferentes cenários – Pronto-socorro,
enfermaria e ambulatório 20
1.2. Usar pacientes reais, simulados ou manequins 22
1.3. OSCE X OSPE 22
2. A simulação realística e o OSCE 23
Capítulo 3
O que é avaliado no OSCE 26
1. Princípios de avaliação e validação do
método. 27
2. Pontos de avaliação essenciais 30
2.1. Anamnese 31
2.1.1. Como interagir com pacientes e
acompanhantes 31
2.1.2. Imprevistos 32
2.2. Exame Clínico 32
2.2.1. Pontos principais a serem observados 32
2.2.2. Erros comuns 32
3. A ficha de avaliação 33
4. Global rating e checklist 33
Capítulo 4
OSCE na Clínica Médica 40
1. Abordagem dos principais temas 41
2. Exemplos de cenários e estações 41
Capítulo 5
OSCE na Pediatria 51
1. Abordagem dos principais temas 52
2. Exemplos de cenários e estações 52
Capítulo 6
OSCE na Ginecologia e Obstetrícia
62
1. Abordagem Ginecologia e Obstetrícia 63
2. Exemplos de cenários e estações 63
Capítulo 7
OSCE na Clínica Cirúrgica 72
1. Abordagem dos principais temas. 73
2. Exemplos de cenários e estações 73
Capítulo 8
OSCE na Medicina Preventiva 85
1. Abordagem dos principais temas. 86
2. Exemplos de cenários e estações 87
Índice
Capa

Capítulo 1 - Desmistificando o OSCE

1. Histórico

2. Descrição do método

3. Conteúdo

4. Vantagens e desvantagens

Capítulo 2 - As Estações

1. O que se espera encontrar


numa estação

1.1. Os diferentes cenários


– Pronto-socorro,
enfermaria e ambulatório

1.2. Usar pacientes reais,


simulados ou manequins
1.3. OSCE X OSPE

2. A simulação realística e o
OSCE

Capítulo 3 - O que é avaliado no


OSCE

1. 1. Princípios de avaliação e
validação do método.

2. 2. Pontos de avaliação
essenciais

1. 2.1. Anamnese

1. 2.1.1. Como
interagir com
pacientes e
acompanhantes

2. 2.1.2. Imprevistos

2. 2.2. Exame Clínico


1. 2.2.1. Pontos
principais a serem
observados

2. 2.2.2. Erros
comuns

3. 3. A ficha de avaliação

4. 4. Global rating e checklist

Capítulo 4 - OSCE na Clínica


Médica

1. 1. Abordagem dos
principais temas

2. 2. Exemplos de cenários e
estações

Capítulo 5 - OSCE na Pediatria

1. 1. Abordagem dos
principais temas
2. 2. Exemplos de cenários e
estações

Capítulo 6 - OSCE na Ginecologia


e Obstetrícia

1. 1. Abordagem Ginecologia
e Obstetrícia

2. 2. Exemplos de cenários e
estações

Capítulo 7 - OSCE na Clínica


Cirúrgica

1. 1. Abordagem dos
principais temas.

2. 2. Exemplos de cenários e
estações

Capítulo 8 - OSCE na Medicina


Preventiva

1. 1. Abordagem dos
principais temas.
2. 2. Exemplos de cenários e
estações
PREFÁCIO

A formação profissional em saúde é uma


atividade complexa que envolve não só a
aquisição de conhecimentos, mas o
desenvolvimento de habilidades e atitudes
necessárias ao exercício eficiente da atenção à
saúde individual e coletiva. A aprendizagem de
habilidades clínicas, tais quais as que compõem os
domínios de competências do programa do curso
de graduação de medicina, envolve a aquisição de
conhecimentos, habilidades motoras e o
desenvolvimento de atitudes. Para
desenvolvimento dessas competências,
entendendo competência como a capacidade de o
sujeito mobilizar conhecimentos, habilidades,
atitudes, valores e experiências para solucionar
problemas ou, de maneira geral, para enfrentar
situações problemas, não basta utilizar essa
abordagem nos processos de ensino e
aprendizagem. Existe também a necessidade de
se avaliar o desenvolvimento do estudante e suas
produções empregando uma abordagem de
avaliação da aprendizagem por competências. Se
os processos avaliativos exigirem apenas
memorização e compreensão de conceitos, não
haverá necessidade nem estímulo para os
estudantes desenvolverem competências e, como
consequência, parece-me que se perderá todo o
esforço de mudança nos processos de ensino e
aprendizagem. O Exame Clínico Objetivo e
Estruturado (da sigla em inglês OSCE – Objective,
Structured, Clinical Examination), é considerado
um importante instrumento para avaliação de
competência, é composto de múltiplas estações
elaboradas para avaliação de múltiplos domínios
da competência profissional. Eis uma razão para
ser bem vinda esta edição brasileira do Manual.
Além disso, os exames clínicos representam um
desafio para os estudantes uma vez que podem
ser teoricamente excelentes, mas possuem uma
técnica de desempenho clinico deficiente. Este
livro dirigido aos estudantes do curso de medicina
está repleto de informações práticas para
instrumentalizar os leitores com todas as
habilidades essenciais necessárias para melhorar o
seu desempenho clinico. Existem poucas
referencias disponíveis para ajuda-los a se
preparar adequadamente para serem avaliados
nos curso de graduação. O objetivo dos autores e
fornecer dicas práticas sobre como é realizado o
OSCE e desta forma contribuir para melhorar o
desempenho dos estudantes. Ressaltamos que as
contribuições contidas neste manual tem como
base a vasta experiência pessoal do organizador e
dos autores, bem como na literatura de educação
médica disponível. O manual inclui duas partes
intituladas: Desmistificando o OSCE e o OSCE nos
principais eixos avaliativos. Sendo que a parte dos
eixos avaliativos contempla capítulos específicos
sobre habilidades e estações de explicação das
áreas de pediatria, ginecologia/obstetrícia,
cirurgia, clínica médica e medicina preventiva.
Este manual descreve a utilização deste
instrumento que se tornou um método
mundialmente aceito para avaliação da
competência clínica de avaliação. O OSCE
atualmente é utilizado globalmente em todas as
fases da educação nas diferentes profissões da
área da saúde, foi descrito pela primeira vez pelo
autor principal, Harden, em 1975 e agora é o
padrão-ouro para avaliação de desempenho
clinico.
Tenho certeza de que este manual será muito útil
para o alcance de excelência na graduação uma
vez que o desenvolvimento de habilidades
profissionais exige preparação, técnica e destreza
e uma abordagem de ensino e avaliação por
competências. Boa leitura

Ana Marcia Iunes Salles Gaudard


CAPÍTULO 1

Desmistificando o OSCE
Autores
Denis Carvalho Parry
Felipe Bruno Santos da Cunha
Rafael Ramos Amaral
Pedro Lemgruber Xavier Mattoso Pavie

O que você irá ver neste


capítulo
Histórico
Descrição do Método
Conteúdo
Vantagens e Desvantagens
Referências
1. HISTÓRICO
O início da implementação dos OSCEs como
instrumento de avaliação está intimamente
correlacionado com as práticas de simulação (hoje
em dia conhecidas como simulação realística). O
ato de simular situações está presente desde as
sociedades mais antigas. Principalmente no
contexto da guerra, guerreiros e arqueiros
treinavam em bonecos e estrategistas
aprimoravam suas táticas por jogos semelhantes
ao atual xadrez.1, 2 Em uma visão mais
contemporânea, o modelo de simulação de Edwin
Albert Link foi um marco (1929).3 Após diversos
acidentes aéreos em transportadores de carga
postais americanos, se tornou mandatória a
aplicação de simuladores para o treinamento de
pilotos. Com isso, a ideia da simulação e da
avaliação e treinamento de indivíduos a partir
desta ganhou força. No âmbito da saúde, diversos
estudos demonstraram a efetividade da
implementação de avaliações de competências e
aptidões clínicas e de treinamentos por
simuladores.4, 5 Os resultados associaram maior
quantidade de erros de atendimento médico,
elevado custo operacional, maior desperdício de
recursos e maior associação a efeitos adversos em
paciente naqueles Centros que não dispunham de
tais rotinas e sistemas. Um dado de extrema
magnitude foi o exposto pelos estudos realizados
em Nova York e Colorado, onde, por suas
conclusões em números absolutos, provavelmente
mais indivíduos morreram nos Estado Unidos (no
período do estudo) em decorrência do contato com
os serviços de saúde do que aqueles que
morreram de acidentes automobilísticos, câncer de
mama ou AIDS.6
O OSCE surge na Universidade de Dundee
(Escócia) em 1975, pelo Dr. Ronald Harden e
colaboradores, quando o desenvolveram como
uma ferramenta promissora para a avaliação de
competências clínicas, com vantagens
equivalentes à avaliação por exames escritos para
o conhecimento teórico, em um contexto temporal
onde a avaliação tradicional se concentrava muito
no que um aluno “sabia” e não no que “ele pode
fazer”.7-11 Em 1979 foi descrito com detalhes após
algumas modificações.
O desenvolvimento do instrumento perdurou
pelos anos 1980 e 1990, quando, em 1985, no
Canadá, na The Ottawa Conference, cerca de 250
educadores de 19 países reuniram-se para trocar
experiências no método e implementar a nova
ferramenta de avaliação clínica.12 Atualmente, a
partir desse cenário, está consolidado em mais de
50 países e é tema de mais de 1.500 artigos.12 No
Reino Unido, por exemplo, o Royal College of
Physicians usa OSCEs como um componente de
sua associação, e no Reino Unido, nos EUA e no
Canadá OSCEs são um componente de exames de
licenciamento médico.12
No Brasil, em 1995 passou a ser utilizado em
Ribeirão Preto e vem numa crescente como forma
de avaliação dos estudantes, ainda mais em um
contexto em que as metodologias ativas de ensino
se estabelecem como futuro do ensino nas
universidades.13 Diversos serviços de residência
médica, especialmente no Sudeste, adotaram nos
últimos cinco anos as provas práticas como
componente da nota final dos processos seletivos
se baseando na simulação de situações para
avaliação os concorrentes.
2. DESCRIÇÃO DO MÉTODO
O Exame Clínico Objetivo e Estruturado – ECOE
(na sigla em inglês, OSCE, Objective Structured
Clinical Examination) pauta-se em competências
clínicas que vão além de testes escritos, já que
traça caminhos de observação direta, ao invés de
testes formalmente estabelecidos. Diante disso, a
avaliação tradicional atrelada à capacidade de
colher história, a realização do exame físico, a
execução de procedimentos, a utilização do
raciocínio clínico, a conduta e a comunicação com
o paciente, por meio de um vislumbre ético e
humanista, corroboram para a realização de cada
cenário e estação de estudo, a própria história
clínica.14
A necessidade pela objetividade e padronização
trouxe ao OSCE um novo caminho clínico, o novo
molde para o êxito médico e profissional. Essa
alternativa foi proposta levando em conta os
problemas de fidedignidade nos métodos de
avaliação, que não davam importância às
diferentes condições impostas por cada estudante
em meio à avaliação, visto os pacientes
disponíveis e os respectivos avaliadores, nem a
dificuldade quanto à comparação dos resultados
dos avaliados.15
Assim, os OSCEs, em consonância com a busca
pela observação com o auxílio de instrumentos ao
examinador, indicam o foco e a atenção para o
desempenho do aluno diante de habilidades-alvo,
dependentes de questões únicas, coerentes e que
objetivam o melhor raciocínio e viés clínico.
Dessa forma, pondera-se o intuito da criação das
chamadas checklists, instrumentos os quais são
utilizados pelo observador e colaboram com a
dinâmica da avaliação e da conclusão de
resultados esperados pelos examinados. O saldo
disso é a coerência na avaliação de desempenho,
com o objetivo de sumarizar pontos os quais não
são concebidos na dinâmica padrão de supervisão
clínica, visto que muitos professores consideram
por parte do aluno um bom desempenho, por
exemplo, nos exames físicos sistemáticos, sem
mesmo conceber um teste.16
Ademais, a visão mais realista das habilidades
dos alunos facilita na identificação de áreas de
aprendizado, bem como no reforço dessas
competências. O intuito geral é a detecção de
falhas, revestidas de um perfil de acurácia do
desempenho, e a conclusão fundamentada para o
conhecimento de elementos objetivos para dar
feedback aos alunos, como uma espécie de
debriefing.
Em 2010, na conferência de Ottawa, foi
demonstrada a importância de seguir os critérios
de uma boa avaliação, que assim se segue:
validade ou coerência; confiabilidade;
equivalência; viabilidade; efeito educacional; efeito
catalisador e aceitabilidade.17
Validade: indica o grau que o teste avalia,
concernente àquilo a que se propõe. Em
resumo, conclui-se a intenção de ligação
entre o conteúdo do teste e os objetivos de
aprendizado.
Confiabilidade: reprodutibilidade e
consistência do teste, diante de fatores
como nervosismo do candidato, decisão do
avaliador, tipos de casos usados e
comportamento do ator/paciente. A intenção
é aumentar a credibilidade com mais
examinadores.
Equivalência: uniformidade do teste,
quando aplicados em diferentes instituições
ou numa série de testes.
Viabilidade: execução realística e prática
do teste, levando em conta os prós e os
contras.
Efeito educacional: motivação por trás da
avaliação, no intuito do benefício
educacional.
Efeito catalisador: resultados e feedback
com a produção do melhor suporte
educacional, para melhorar a educação.
Aceitabilidade: quando os investidores
(alunos, instituições, planos de saúde,
sociedade) pensam que o processo de
resultados é acreditado.

Além disso, deve-se ressaltar os elementos


necessários para um bom desempenho de um
OSCE, são eles: blueprinting (diagrama em que
são colocadas num eixo as categorias de conteúdo
e no outro as habilidades testadas, o que objetiva
o desenho das estações); cenário e tarefa;
avaliador; paciente simulado ou real; lista de
materiais; espaço; teste piloto; checklist e
feedback.18, 19
Assim, no dia do OSCE, alguns detalhes práticos
não podem ser esquecidos para a correta
elaboração e a criação das estações, especificada
a seguir.

Detalhes para a elaboração e a


criação das estações:1. Layout e marcação
da estação.2. Fixação do cenário e da tarefa.3.
Sinalização do fluxo no circuito.4. Marcação e
sinalização audível do tempo.5. Bebida, comida,
descanso, medicamentos para colaboradores e
alunos.6. Checagem de materiais e
equipamentos.7. Transporte dos
colaboradores.8. Identificação do aluno e
utilização de recurso que demonstre quais
estações foram percorridas.9. Orientações
finais.10. Distribuição da checklist aos
avaliadores e, ao final do programa, o
recolhimento dessas checklists preenchidos
adequadamente.
3. CONTEÚDO
O OSCE pode assumir vários formatos,
dependendo de qual área vai abranger, seja como
avaliação nas diversas especialidades médicas ou
dentro de outras áreas, da saúde ou não. Áreas de
Ciências Humanas, como o Direito e de Ciências
Exatas, com a Engenharia, já se utilizam desse
método de avaliação.
O conteúdo programático que abordaremos neste
manual é o que rotineiramente vem sendo cobrado
nas diversas provas de Residência Médica, sendo o
método já largamente usado no país. A saber,
temas de Clínica Médica, Pediatria, Cirurgia,
Ginecologia Obstetrícia e Medicina Preventiva
serão abordados e exemplificados em capítulos
posteriores.
Ao se planejar a execução de um OSCE sempre se
atenta para um planejamento detalhado, o qual
inclui o número e a duração de cada estação, a
especialidade a ser contemplada, a elaboração de
uma checklist, assim como o material,
equipamento, sonoplastia e cenário a serem
utilizados. O tipo de competência e os objetivos
devem estar adequados ao nível de conhecimento
e experiência que se deseja avaliar com o método,
ou seja, com quais problemas os participantes têm
de saber lidar de forma competente.20
Tem que ser definido se serão utilizados
manequins, atores ou ambos (estação híbrida). O
treinamento da equipe de apoio, dos docentes e
dos atores é imprescindível para o sucesso do
método. Todos os participantes, inclusive os
avaliados, deverão ser submetidos a um briefing
momentos antes do início das estações.
Quanto maior for o número de estações, mais
diversas as competências a serem avaliadas. Com
números maiores, o tempo tem que ser reduzido a
um mínimo aceitável de cinco minutos por
estação, para que se viabilize a passagem por
todas, sem tornar o método exaustivo ou
enfadonho para avaliadores e avaliados.21
Quando se pensa em programação do conteúdo,
tem-se que manter em mente as características
básicas do OSCE ou ECOE:
Exame é uma avaliação.
as tarefas são representativas do
Clínico que é encontrado em situações
clínicas reais.
os avaliadores usam uma
Objetivo “checklist” para o exame dos
avaliados.
o mesmo problema é apresentado
para todos os avaliados, que
Estruturado
executam a mesma tarefa, no
mesmo período de tempo.
4. VANTAGENS E
DESVANTAGENS
Sendo um método de avaliação prática cujo
uso efetivo é relativamente novo no Brasil, o
OSCE trouxe consigo uma série de vantagens e
desvantagens quanto aos seus métodos de
aplicação e à sua implantação nas
universidades, nos hospitais-escola e em
processos seletivos. Sua disseminação, apesar
de ter ocorrido em escala considerável, ainda é
restrita, mantendo-se ainda desconhecida ou
mesmo colocada em prática de forma pouco
sistemática e objetiva em alguns centros de
ensino mais tradicionais e em locais onde essa
modalidade de teste prático ainda não é
familiar aos docentes.22
Assim sendo, o OSCE tem a seu favor os
próprios aspectos que impulsionaram a sua
criação: sua premissa é a de avaliar o
estudante de medicina, como já foi dito, de
forma sistemática e objetiva, em pontos
diferentes de seu aprendizado. Isso permite
que avaliações que poderiam ser notavelmente
subjetivas e enviesadas sejam planejadas
criteriosamente, com uma seleção de pontos
que são indispensáveis dentro de determinado
cenário clínico, de forma que o examinador não
precise intervir (ou que sua intervenção seja
minimizada ao máximo). Isso permite que as
provas práticas adquiram um grau de
sofisticação e complexidade bem mais próximo
ao real, com etapas e exigências que podem
englobar todo o processo investigativo de
determinado sintoma, em diferentes
circunstâncias.22, 23
Várias técnicas são empregadas nesse
sentido, de forma a tornar também a avaliação
mais espontânea e realista possível, o que
seria difícil em uma prova improvisada com
pacientes em enfermarias, como se fazia
tradicionalmente e ainda se faz em muitas
instituições. Uma estação clínica pediátrica, por
exemplo, pode contar com a presença de
bonecos e de atores que representem os pais
da criança. Sintomas como vômitos
incoercíveis em um recém-nascido envolveria,
em tal cenário, necessariamente um exame
físico com palpação epigástrica, à procura da
oliva pilórica, característica da estenose
hipertrófica do piloro. Nesse sentido, há formas
diferentes de transmitir o resultado do exame
físico, que pode ser revelado por um papel ao
qual o estudante tem acesso apenas após
realizar o exame no boneco, ou ditado pelo
examinador. Se esse sinal é encontrado,
exames como um ultrassom abdominal podem
estar disponíveis de antemão para que, uma
vez solicitados, o estudante possa interpretá-
los. Outros aspectos podem ainda ser objeto de
avaliação durante toda a performance do
estudante: pedir a permissão para examinar e
realizar procedimentos, o esclarecimento da
doença aos pais, a conduta final para o caso.
Considerando que o OSCE é eminentemente
cênico em sua aplicação, uma vez que o
estudante pretende atuar como se estivesse de
fato atendendo e conduzindo um caso na vida
real, a abrangência do que se pode avaliar se
torna maior. Esse mesmo caso, se examinado
beira-leito em um paciente real, exigiria a
explicação e interação constante com o
profissional avaliador, caso fosse exigido
também um processo diagnóstico do aluno. Os
pontos de avaliação seriam certamente mais
subjetivos e talvez mais incertos, causando
nervosismo e possivelmente respostas
imprevisíveis por parte do examinador. Apesar
de essa incerteza de como se portar também
existir no OSCE, faz parte de sua aplicação a
explicação de como ele decorre, sendo
inclusive divulgados, muitas vezes, a checklist
do que será exigido do estudante, em termos
gerais.24
Uma vez que o OSCE requer um esforço
conjunto e conhecimento agregado dos
avaliadores, ele requer também um
planejamento que pode ser demorado e
oneroso, a depender do quanto se deseja
aproximar-se da realidade e simular situações
cuja propedêutica pode envolver muitas
etapas. Instituições de grande porte têm
realizado em seus processos seletivos estações
que requerem extensivo preparo envolvendo
tecnologia, atores, estrutura física e
profissionais que tenham treinamento na
aplicação da prova. Apesar disso, o OSCE pode
também ser realizado de forma muito simples,
como é feito em consultas e exames
interpares, realizados pelos estudantes entre
si. Deve-se considerar, porém, que quanto
menos realista for a avaliação, mais incerto
estará o estudante de como se portar, uma vez
que é a riqueza de variáveis envolvidas na
simulação do OSCE que permite um julgamento
mais adequado de habilidades práticas.
Dessa forma, o OSCE se mostra efetivo como
forma de avaliação que pode englobar mais
aspectos do que uma prova prática tradicional,
sendo certamente complementar às provas
teóricas para examinar habilidades como o
desenvolvimento de um raciocínio diagnóstico
em diversas etapas, a comunicação e a relação
médico-paciente, e a tomada de condutas em
ambientes clínicos. Ele exige certa habilidade
teatral por parte dos estudantes, que devem se
comportar como se estivessem, de fato,
conduzindo um caso clínico, mas é um dos
momentos mais adequados para que falhas de
capacidades dessa ordem sejam corrigidas.
Embora o processo de montagem do OSCE
possa ser oneroso e exija grande preparo por
parte dos examinadores, os resultados podem
ser duradouros, uma vez que a apreensão de
expertise prática é muitas vezes adquirida em
potencial máximo nesses momentos. Pode-se
ainda considerar como vantagem ou
desvantagem o fato de que quanto mais o
estudante souber sobre como é feito o OSCE,
melhor estará preparado para colocar em
execução seus conhecimentos teóricos. É com
o intuito de esclarecer o método OSCE e dar
consequentemente mais segurança ao
estudante que será avaliado por ele que
escrevemos esse livro.23
Segundo Samira,25 podemos assim então
resumir como vantagens do OSCE:
Pode ser usado para um grande número
de avaliados.
É reproduzível.
Fornece uma avaliação programática
singular.
Menor complexidade.
Exame validado.
Somativo e formativo.

Já as desvantagens do OSCE seriam:

O planejamento e a execução denotam


bastante tempo e recursos financeiros.
Envolve muito planejamento.
Necessidade de padronização de pacientes e
avaliadores.
Requer tempo e esforço por parte dos
avaliadores durante o exame.
Por ser repetitivo pode por vezes ser
enfadonho.
Se com número pequeno de estações,
ambiente ruidoso, pacientes e avaliadores
destreinados e falta de uma checklist bem-
estruturada de torna pouco confiável.
A avaliação tende a ficar
compartimentalizada e o global tende a não
ser avaliado.
Não se mostrou adequado para pós-
graduação.
CAPÍTULO 2

As Estações
Autores
Denis Carvalho Parry
Felipe Bruno Santos da Cunha

O que você irá ver neste


capítulo
O que se Espera Encontrar numa
Estação
Os diferentes cenários – Pronto-socorro, enfermaria
e ambulatório
Usar pacientes reais, simulados ou manequins
OSCE X OSPE
A Simulação Realística e o OSCE
Referências
1. O QUE SE ESPERA
ENCONTRAR NUMA ESTAÇÃO
A maior ansiedade do aluno ao saber que será
submetido a um OSCE é o dito “medo do
desconhecido”. E isso é corroborado pela ainda
baixa divulgação desse método de avaliação nas
escolas, mesmo nas de Medicina. Em um primeiro
momento o aluno realmente não tem uma mínima
ideia do que o aguarda. Faz-se necessário uma
explanação do método ao início do semestre
letivo, com o conceito e o conteúdo programático.
Fora o briefing previsto para o momento de
aplicação do exame. Mesmo assim, quando não
existe um conhecimento prévio, não tem como o
aluno ter uma visualização ampla do que seriam
as estações. Faremos uma abordagem dos
principais cenários possíveis com suas nuances, o
que pode auxiliar um aluno que vai ser submetido
ao OSCE, em especial aqueles que o vão fazer pela
primeira vez.

Os diferentes cenários – Pronto-socorro,


fermaria e ambulatório
gundo a portaria do Ministério da Saúde n. 2.488/2011, as redes de atenção em
e seguem critérios de equidade, integralidade e universalidade, o que leva em
a a complexidade de cada paciente. O primeiro nível da atenção, com casos de
plexidade menor, engloba a unidade básica de saúde, com o foco no
ndamento de consultas e exames básicos. Já o nível secundário corresponde aos
dimentos em pronto-socorro e pronto-atendimento, com o foco em urgência e
rgência, suporte de especialistas e realização de intervenções. Por fim, o nível
ário engloba os hospitais e suas alas, tais como enfermaria, ambulatório e
gia, priorizando o atendimento especializado com suporte tecnológico a esse

ndo isso por base, os cenários diferentes de avaliação (pronto-socorro,


rmaria e ambulatório) têm pontos em comum e pontos divergentes. A dinâmica
tendimento do médico generalista leva em conta o caráter de humanização,
é, o atendimento voltado ao paciente, respeitando-o integralmente e
iando-o na resolução das suas queixas. Em todos os cenários em questão
nto-socorro, enfermaria e ambulatório), o médico deve adotar essa escuta ativa
aciente, sendo peça-chave no diagnóstico coerente e na adoção da melhor
uta frente a cada situação.
pontos de cada cenário estão pormenorizados no Quadro 1.

Quadro 1 - Diferentes cenários de avaliação.


Pronto-socorro Enfermaria Ambulatório

Regime de não
egime de não internação Regime de internação
internação

Atendimento eletivo e
tendimento de urgência /
Atendimento assistencial de assistência
emergência
especializada

endimento de média e alta Atendimento de média e Atendimento pré-


complexidade alta complexidade hospitalar

Procedimentos
ocedimentos comuns (Ex.: Procedimentos comuns especializados (Ex.:
VD; cateter nasal; drenos (Ex.: SVD; cateter nasal; exames de próstata,
etc.) drenos etc.) ginecológicos de
rotina, estomia etc.)

Ritmo por turnos


Ritmo de 24 horas (matutino; vespertino; Consulta agendada
noturno)

Equipe de
Equipe mínima (clínico;
especialistas
pediatra; ginecologista-
Equipe mínima (clínico; (cirurgião geral;
obstetra; cirurgião geral;
pediatra; ginecologista- urologista;
ortopedista; enfermeiros;
obstetra; cirurgião geral; coloproctologista;
técnicos; fisioterapeuta;
opedista; anestesiologista) otorrinolaringologista;
nutricionista;
oftalmologista;
fisioterapeuta)
cardiologista. etc.)
Pronto-socorro Enfermaria Ambulatório

Estrutura de atendimento
strutura de atendimento
composta por radiologia, Estrutura de
composta por radiologia,
laboratório, atendimento
aboratório, equipamentos
equipamentos para composta por
ara atenção às consultas,
atenção aos radiologia, laboratório
G, leitos de observação de
procedimentos, e equipamentos para
24 horas, transporte
transporte adequado e atenção às consultas,
dequado e ligação com a
ligação direta com a rede incluindo
de hospitalar por SAMU e
hospitalar e central de especializados.
central de regulação.
regulação.

Fonte: Adaptado da Portaria GM/MS n. 2.048, de 5 de novembro de 2002.25

ndo assim, cada cenário deve ser único e condizente à situação que propõe.
de a linguagem cotidiana, por parte do paciente, até os detalhes mais
micos, como necessidades de atendimentos curtos em emergência, a
lidade de intervenções em meio ao atendimento, bem como a resolução
nóstica e a conduta terapêutica esperada.30
m isso, o aluno tem de ser informado em qual cenário se encontra e se seria de
primário, secundário ou terciário de atendimento à saúde. Em cada nível
em ser cobrados habilidades e atitudes compatíveis a cada um desses cenários.
do o cuidado tem que se ter na montagem desses cenários com equipamentos
ateriais pertinentes.
ra exemplificar, em um cenário de ambulatório de ginecologia e obstetrícia o
o pode ser avaliado quanto a condutas no que diz respeito a um pré-natal,
o cálculo da data provável do parto, indicação de exames complementares,
mendações de vacinação e medicações à gestante e outras. Uma avaliação
essante é demonstrar a habilidade de toque vaginal e colheita de material para
ocitologia.
em uma enfermaria de clínica médica se espera encontrar materiais básicos
o, um esfigmomanômetro e um estetoscópio e espera-se que o aluno saiba, por
mplo, aferir a pressão arterial e fazer ausculta cardiopulmonar. Balança,
ômetro e outros materiais podem ser disponibilizados para avaliar a iniciativa
uno em utilizá-los. Uma prescrição diária pode ser avaliada.
o cenário for de pronto-socorro, em um box de emergência, abre-se a
ibilidade de esperar-se que, conforme o caso, o aluno faça indicação de
ênio suplementar, oxímetro de pulso, solicitar administração de drogas
ativas e até executar uma intubação orotraqueal e indicar ventilação mecânica,
e outras habilidades pertinentes a esse local de atuação simulado.
caso do OSCE ser empregado para avaliação de residentes ou especialistas, ou
mesmo no Revalida, pode-se simular cenários de especialidades, como um
ultório de oftalmologia com todos os equipamentos necessários para um exame
cífico, um ambulatório de cirurgia geral para se avaliar a execução de
uenas cirurgias ou até mesmo um ambulatório de Psiquiatria com atores
lando um quadro psicótico.
possibilidades são as mais amplas possíveis, desde que seja previsto no
print e que seja elaborada uma checklist adequada ao que se quer avaliar. Não
ode cobrar do aluno em formação que ele seja avaliado em cenários que
onheça que não tenha atuado antes nas atividades práticas ou simulações
sticas programadas pelo curso. No caso dos residentes e especialistas, que não
da especialidade que está sendo avaliada.

Usar pacientes reais, simulados ou manequins


planejamento do OSCE, todos os participantes, inclusive os avaliados, deverão
ubmetidos a um treinamento prévio e posteriormente um briefing momentos
s do início das estações. Isso será realizado assim que definido se serão
ados pacientes reais, simulados, manequins ou estações híbridas.
uso de pacientes reais traz a grande desvantagem da exposição do paciente a
tidas anamneses e exames físicos realizados pelos alunos, o que poderia causar
edade e até mesmo agravar seu quadro clínico pela manipulação. Contudo,
ns pacientes com quadros clínicos de baixa complexidade trariam uma
dade muito maior ao OSCE, sendo necessário para isso que o exame fosse
zado em ambiente hospitalar ou até mesmo em postos de saúde.
caso de pacientes simulados, atores profissionais poderão ser contratados,
o que deverão receber um script do papel de um paciente acometido da
logia prevista para aquela estação, sendo “brifados” pelo avaliador especialista
s do início. Poderão ser usados alunos de medicina ou de outros cursos ou até
mo voluntários leigos, sempre sendo imprescindível o treinamento para o
sso do método. Um candidato a paciente simulado deve ser inteligente,
vel, confiável e pensar rápido.35 A grande vantagem é que diversos alunos
em ser avaliados com desafios idênticos, reduzindo a variabilidade.4 Um fator a
onsiderado é o custo com contratação de atores e treinamento.
caso dos manequins, simuladores com recursos variáveis disponíveis no
cado são utilizados na SR e no OSCE. Se por um lado aumentam o nível de
role e segurança, por outro, perdem em realismo. Na nossa experiência temos
uentemente utilizado estações híbridas, com atores e manequins, já que no
mento de auscultar um crépito, ou fazer um exame de coleta de material
nal, por exemplo, o manequim complementa a avaliação.

OSCE X OSPE
Objective Structured Practical Examination (OSPE) ou Exame Prático Objetivo
uturado (EPOE) é uma forma modificada de OSCE, muito usado no PBL. Tem
o objetivo testar habilidades cognitivas e psicomotoras mais elevadas, por meio
apacidade de observação, análises e interpretação, relacionando a informação
ca com o material utilizado, como peças anatômicas reais ou modelos, lâminas
cortes histológicos, imagens, e outros. Pode ser usado como instrumento para
ar habilidades em laboratórios de anatomia, fisiologia, patologia, medicina
e outros, geralmente no ciclo pré-clínico do currículo médico (portanto,
ação em ciências médicas básicas), mas também tem se mostrado de extrema
dade na avaliação de anatomia em diversos níveis como estudantes, residentes
é especialistas.7
Quadro 2 - Diferenças entre OSCE e OSPE
OSPE OSCE

Domínio Nível alto de conhecimento Psicomotor

Identificar estruturas em
Testa Aplicar conhecimento
cadáveres, radiografias ou
habilidade estruturado para realizar
modelos e relacionar com o
para: exames e procedimentos
cenário clínico

Tempo 2-4 minutos / estação >4 minutos / estação

Pequenas salas isoladas e


Local Uma grande área
ao lado umas das outras

Um examinador
Examinador Inespecífico, 2-3 pessoas por área especialista por cada
estação

Checklist Não requerida Requerida

Pacientes
Não requerida Requerida
padronizados

Observadores Não requerida Requerida

Fonte: Modificado de Zafar, Muhammad et al.34


2. A SIMULAÇÃO REALÍSTICA E O
OSCE
As atividades de simulação sempre tiveram uma
conexão com os OSCEs como instrumento de
avaliação. Na antiguidade guerreiros e arqueiros
treinavam em bonecos e estrategistas usavam
jogos semelhantes ao xadrez para aprimorar suas
táticas.20 Edwin Albert Link conseguiu diminuir os
índices de acidentes aéreos por falha humana,
com a introdução de simuladores para o
treinamento de pilotos.22
Logo os treinamentos por simuladores na área da
saúde foram implementados para fim de
avaliações de competências e aptidões clínicas,
levando a um impacto no desempenho do
atendimento aos pacientes, com menos efeitos
adversos, menor custo operacional e desperdício
de recursos.8, 10 Mas somente na Conferência de
Ottawa foram evidenciados os critérios de uma
boa avaliação: validade ou coerência,
confiabilidade, equivalência, viabilidade, efeito
educacional, efeito catalisador e aceitabilidade.23
A SR pode ser utilizada como instrumento de
treinamento tanto na ausência de um cenário real
para os alunos, como também complementar a
este. Além de suas indicações tradicionais na
formação do aluno, também pode ser usado para o
preparo para OSCE, não só inserido nos cursos de
formação, mas também visando as provas de
Residência Médica e na área de saúde e até de
outras, assim como no Revalida. Como já citado,
todos os protocolos elaborados para a atividade de
SR necessitam de um planejamento detalhado e
obrigatoriamente dentro do conteúdo
programático do curso. O mesmo é fato para as
habilidades avaliadas no OSCE, que precisam ser
previamente praticadas em cenário real ou na SR.
A adequação é imprescindível para não levar ao
prejuízo na formação do aluno, nem refletir na sua
avaliação.32
A SR é aplicada em um cenário preparado,
podendo vários alunos atuar ao mesmo tempo em
um ambiente controlado e protegido. O aluno já é
treinado a atuar como se estivesse de fato
atendendo um caso na vida real. E há uma
vantagem sobre o cenário real, já que o
treinamento em um paciente exige a constante
intervenção do professor, para que o paciente não
seja exposto a um tempo prolongado exame, nem
à insegurança e ao nervosismo do aluno durante
os procedimentos avaliados. Quando for
submetido ao OSCE, já terá adotado uma mudança
atitudinal e incorporado a postura adequada para
sua avaliação, que seria um comportamento de
respeito, seriedade e segurança frente à atividade
desempenhada.32
A utilização da SR como treinamento de
habilidades ou preparatório para a avaliação pelo
OSCE se mostra um instrumento validado de
extrema eficácia a ser cada dia mais explorado na
formação de alunos, principalmente nas áreas de
saúde.
CAPÍTULO 3

O que é avaliado no
OSCE
Autores
Denis Carvalho Parry
Ana Maria Lunes Salles Gaudard
Felipe Bruno Santos da Cunha

O que você irá ver neste


capítulo
Princípios de Avaliação e Validação
do Método
Pontos de Avaliação Essenciais
Anamnese
Exame Clínico
A ficha de Avaliação
Global rating e checklist
Referências
1. PRINCÍPIOS DE AVALIAÇÃO E
VALIDAÇÃO DO MÉTODO
O Ministério da Educação, por meio da Resolução n. 3, de 20 de
junho de 2014, no artigo 31, estabeleceu, no âmbito dos cursos
de medicina do país, que “as avaliações dos estudantes basear-
se-ão em conhecimentos, habilidades, atitudes e conteúdos
curriculares desenvolvidos, tendo como referência as Diretrizes
Curriculares Nacionais”. Assim, as competências práticas são
necessidades respaldadas pelas instâncias que organizam a
atividade curricular das disciplinas práticas. “Entende-se por
competências a capacidade de mobilizar os conhecimentos,
habilidades e atitudes necessárias para alcançar os resultados
pretendidos, com qualidade.”55
Até a década de 1960 a forma tradicional de avaliação dos
acadêmicos de medicina era composta principalmente por
exames com uso de casos clínicos curtos e longos, avaliações
escritas, questões de múltipla escolha, exames orais, além de
apresentação de casos clínicos. 21
A preocupação com essas formas de avaliação no meio
acadêmico no que diz respeito a elas atingirem o objetivo
proposto e a qualidade do que deveria ser avaliado fez com que
esses métodos de avaliação fossem questionados. As indagações
eram relativas à falta de estrutura, aos métodos padronizados de
avaliação, à pouca confiabilidade, e por serem insatisfatórios
quanto a testar todas as dimensões da competência, os
conhecimentos, as habilidades e as atitudes necessárias para a
formação médica, além da presença de vieses, como a percepção
dos avaliadores.7, 11
Fazendo alusão à “pirâmide de competência” (fig. 1) de Miller,36
uma ferramenta utilizada como referência para o
desenvolvimento de métodos de construção do conhecimento e
de avaliação, os exames “tradicionais” focam os aspectos (know)
“conhecer” e (know how), “saber como”, ou seja, o foco tem
estado na base da pirâmide, que está mais associada ao lado
cognitivo da avaliação.21, 36
Esses métodos de avaliação, no entanto, atraíram muitas críticas
por causa de sua incapacidade de avaliar os níveis mais altos da
pirâmide de competência de maneira válida e confiável. Dessa
forma, para superar os problemas supracitados, surgiu o OSCE na
década de 1970, mais especificamente em 1975,24 quando foi
descrito pela primeira vez.
Dentro desse contexto, foi provado que o OSCE cumpre com a
meta do (show how), “mostrar como faz”, ao avaliar um candidato
em um ambiente simulado, atingindo um patamar mais alto da
pirâmide ao acessar as áreas de habilidades e atitudes do
exame.21 (Gupta 2010)
Figura 1 - Modelo da Pirâmide de Miller

Fonte: Van der Vleuten CPM, Schuwirth LWT.67


O OSCE consiste em uma avaliação com a presença de diversas
estações com cenários clínicos simulados, objetivando examinar e
aperfeiçoar as habilidades dos estudantes e profissionais na área
de saúde no que diz respeito às habilidades, ao diagnóstico e ao
tratamento dos pacientes.29, 50 Para cumprir com tal objetivo, o
OSCE auxilia a verificar as competências individuais, tais como
aptidões cognitivas (incluindo resolução de problemas, tomada de
decisão e condutas terapêuticas) e também as aptidões
psicomotoras (incluindo habilidades técnicas, de comunicação e
exame físico).38 Nesse contexto, todos os domínios de
competências são avaliados.
O exame é montado de forma que todos os alunos sejam
avaliados da mesma forma pelos examinadores, usando diretrizes
predeterminadas com o uso de checklists ou escalas de avaliação
para checar habilidades. O autor relata em sua descrição do OSCE
que o aluno deve passar pela primeira estação, onde recebe
instruções diante da qual ele vai traçar a melhor maneira de
chegar ao objetivo. Em seguida, o avaliando passa por uma
segunda estação, onde deverá responder a perguntas sobre os
procedimentos adotados na estação anterior, e assim por diante.
Esses testes exigem do avaliado a capacidade de reconhecer e
interpretar situações clínicas. (Harden, 1975)
Nesse caso, observadores avaliam, em cada uma das estações,
se estudantes cumprem à risca as etapas previstas na checklist, à
qual o avaliado não tem acesso senão no momento prático da
prova e no final, por meio do feedback, que pode ser imediato ou
posterior, a depender do perfil da turma. A nota final do aluno
avaliará a quantidade de acertos e erros nas competências
exigidas no exame de cada rodada nas estações, com igualdade
de condições entre todos os estudantes durante a realização dos
procedimentos padronizados no exame.21
São contados como obrigatórios na checklist de proficiência itens
como ler, em limitado espaço de tempo, as informações sobre o
caso apresentado na estação; lavar as mãos; estabelecer
comunicação cordial; realizar os procedimentos adequados de
anamnese; proceder a investigações físicas quando houver
necessidade e diagnosticar, dentre outros quesitos, para um
atendimento clínico padrão. Ou seja, avalia-se, com o OSCE, se a
experiência propedêutica foi bem-sucedida com o estudante e se
ele está apto naqueles desempenhos. Caso não esteja, haverá o
feedback sobre as falhas cometidas por ele e, por conseguinte,
quais competências precisam ser aprimoradas. (Harden,1975)
O OSCE é um exame laborioso e de alto custo, mas quando bem
construído fornece informações importantes sobre o desempenho
do educando, essenciais para o seu aprimoramento pessoal e
profissional, assim como para a qualificação do processo
educacional. É utilizado na avaliação do desempenho individual
dos estudantes, que passam por uma série de estações, nas quais
uma situação ou caso clínico é apresentada, para que eles
desempenhem uma tarefa específica predeterminada.
O OSCE é adequado para a avaliação de desempenho na
obtenção de uma história clínica, na realização de exames físicos
de diversos sistemas, na interpretação dos achados e
desenvolvimento do raciocínio clínico, na elaboração de relatório
ou prescrição, na realização de exames diagnósticos ou
intervenções terapêuticas, na interpretação dos resultados de
exames complementares, na avaliação de exames de imagem,
nas situações de resgate básico ou avançado, nos exames
médicos anuais. Os tópicos avaliados e passíveis de feedback são
técnicas de exame físico, forma de conduzir uma entrevista e
habilidade para transmitir ao paciente o que é relevante para o
tratamento.21
O OSCE é particularmente indicado na avaliação da interação e
comunicação adequadas com o paciente, incluindo situações de
depressão, suicídios, violência física, abuso sexual, pacientes
terminais e comunicação de más notícias.
Os estudantes são cuidadosamente avaliados por instrutores que
utilizam as informações relevantes obtidas durante o desempenho
da tarefa, para aperfeiçoar o processo formativo do educando. O
feedback, ao estudante, deve ser imediatamente após a
realização da atividade, com fortalecimento dos pontos positivos
e correção das fragilidades apresentadas.
Para que o OSCE seja realizado com sucesso é fundamental que
ocorra um planejamento das suas estações. Na literatura
encontramos diversas formas de planejamento e execução do
OSCE. Cada área da medicina dispõe de formas diferentes para
escolher o que deve ser cobrado na avaliação de acordo com seus
objetivos educacionais. Com essa ideia em mente, é importante
para a validade do OSCE que esse processo se inicie com o
conteúdo da avaliação sendo produzido de forma bem detalhada
com relação aos objetivos de aprendizado. Essa produção se
chama blueprinting (construção da matriz de conteúdo) (Quadro
1).1
Quadro 1- Exemplo 1 de blueprint (matriz de conteúdo)
TOMADA
HISTÓRIA EXAME
ESTAÇÕES DE
CLÍNICA FÍSICO
DECISÃO
ÁREAS DE
DESEMPENHO
CONHECIMENTO
Realizar o
exame de
1 Cirurgia X
abdômen e
pelve
TOMADA
HISTÓRIA EXAME
ESTAÇÕES DE
CLÍNICA FÍSICO
DECISÃO
Informar o
paciente sobre
o problema
diagnosticado
e esclarecê-lo
sobre as
alternativas de
2 Clínica Médica investigação e X
tratamento,
considerando
as melhores
evidências
disponíveis e
avaliar sua
compreensão
Avaliar a
repercussão da
doença na vida
do paciente
como um todo,
considerando
3 Saúde Coletiva X
família,
trabalho e os
aspectos
espirituais,
emocionais e
financeiros
Colher história
da doença
atual
Antecedentes
pessoais
(fisiológicos,
4 Ginecobstetrícia X
hábitos de
vida,
patológicos)
Antecedentes
familiares e
sociais
TOMADA
HISTÓRIA EXAME
ESTAÇÕES DE
CLÍNICA FÍSICO
DECISÃO
Realizar exame
geral
qualitativo –
inclui a
descrição geral
5 Pediatria do paciente, a X
avaliação do
sistema
tegumentar e
das cadeias
linfonodais

Fonte: Elaborado pelos autores.


A função do blueprint é fornecer uma demonstração do que o
aluno deverá alcançar em sua avaliação. Na prática, o blueprint
consiste em preparar uma matriz bidimensional: um eixo
representa as competências a serem testadas (por exemplo:
obtenção de história clínica, exame clínico, aconselhamento,
procedimentos) e o segundo eixo representa o sistema ou os
problemas nos quais essas competências devem ser mostradas
(por exemplo: sistema cardiovascular, avaliação nutricional,
gerenciamento de parada cardíaca etc.).21
Um blueprint com o objetivo de realização de um exame de
programa de residência foi feito utilizando uma força-tarefa
composta por cinco professores e os dois chefes de programa de
residência. Nele a seleção dos problemas foi orientada pelos
objetivos do programa escrito e de acordo com os critérios de
prevalência, relevância, disponibilidade, praticidade e
amostragem adequada.30
Já no estudo de Pugh o blueprint do OSCE foi baseado no
conhecimento e nas habilidades esperadas dos residentes
formados, conforme definido pelos objetivos de treinamento de
onde foram avaliados. (PUGH, 2014).
Alguns aspectos são considerados no planejamento do blueprint.
Frequentemente os temas são escolhidos por especialistas no
assunto que consideram como critérios: temas relevantes e
comuns na prática profissional, ou seja, a sua alta frequência
como queixa principal e alinhados com uma diretriz de currículo
nacional de educação.6, 52, 63
Um exemplo de como é selecionada a matéria de avaliação está
descrita no estudo de Park et al. de psiquiatria, no qual se dá
ênfase na avaliação do histórico (abuso de substâncias,
depressão, uso de medicamentos e efeitos colaterais, histórico
médico, histórico familiar, histórico social, histórico de abuso,
histórico de tratamento) e habilidades de exame do estado
mental, mas também incluiu itens para comunicação clínica (ou
seja, dados fornecidos pelo aluno ao paciente e respostas do
aluno às perguntas do paciente sobre conformidade / efeitos
colaterais da medicação, curso / opções de tratamento, recursos
financeiros do paciente) e redação da prescrição.42
Na construção do blueprint não se usa apenas uma única
estrutura ou esquema para planejar o teste. É possível combinar
estruturas para formar uma matriz de avaliação. A matriz permite
estruturar o conteúdo em mais de uma forma. No modelo de
blueprint para o OSCE é importante definir o objetivo do teste e as
condições da amostragem, como a habilidade que está sendo
avaliada e o problema no sistema de órgãos apresentado pelo
paciente.40
Neste outro exemplo de modelo do OSCE mostrado a seguir
(Quadro 2) é organizado por uma matriz que descreve as
habilidades de comunicação. A matriz apresenta as informações
adicionais sobre o caso: sexo, idade e a situação do paciente (a
questão principal).40
Quadro 2 - Exemplo 2 de blueprint (matriz de conteúdo)
FORMATO SITUAÇÃO
CASO IDADE SEXO DESEMPENHO
ESTAÇÃO CLÍNICA
Paciente
Solicitar Termo
Paciente precisa
de
1 1 ano F padronizado
consentimento
realizar uma
(SP) punção
informado
lombar
Adolescente
Aconselhamento sexualmente
18
2 anos
F SP para sexo ativa com
seguro diagnóstico
de herpes
FORMATO SITUAÇÃO
CASO IDADE SEXO DESEMPENHO
ESTAÇÃO CLÍNICA
35 Mudança de Paciente
3 anos
F SP
hábitos de vida obeso
45 Não adesão ao Paciente com
4 anos
M SP
tratamento Polimedicação
Mãe com
75 SP mãe e
5 anos
F
filha
Má notícia diagnóstico
de demência

Fonte: Elaborado pelos autores.


Na execução do OSCE os examinadores, os candidatos e os
pacientes serão informados com antecedência sobre a data, a
hora e o local do exame. Na data marcada, os examinadores
receberão uma descrição com as instruções específicas da
estação. Os pacientes simulados também participam de uma
sessão informativa que visa prepará-los para o OSCE e para
destacar a importância de retratar seu papel de maneira
consistente. Os candidatos são informados sobre o formato do
OSCE e o que é esperado deles.
Os examinadores e pacientes simulados seguem para o seu
posto e se preparam para o OSCE. Os candidatos / estudantes se
alinham em ordem na frente de cada estação / Laboratório de
Habilidades. É permitido aos estudantes um breve período de
tempo para ler as instruções da estação e verificar o que lhes é
especificamente solicitado. Então será sinalizado aos estudantes
que poderão entrar na estação para executar a tarefa clínica que
será avaliada.
2. PONTOS DE AVALIAÇÃO
ESSENCIAIS

1. Anamnese

1. Como interagir com


pacientes e acompanhantes
O OSCE é um dos melhores métodos de
avaliação das competências clínicas nos
profissionais da saúde. Diante da
interação entre pacientes e
acompanhantes, o estudante de saúde
deve ponderar alguns objetivos /
competências para uma boa dinâmica
em atendimento clínico, que podem ser
assim pontuados: 46, 62

1. Elaborar uma história clínica


completa em diferentes
contextos.
2. Abordar as queixas dos
pacientes, buscando e
caracterizando de forma
minuciosa.
3. Associar uma boa anamnese ao
exame físico completo.
4. Integrar sinais e sintomas em
síndromes e doenças, refletindo
sobre um plano diferencial de
diagnósticos e gerenciamento
desses.
5. Usar de artifícios técnicos na
comunicação clínica, no
contexto de uma visita do
paciente.
6. Resumir e relatar de forma
concisa as informações clínicas,
formulando um plano de
seguimento clínico e condutas.

Diante disso, faz-se necessário


considerar a importância do nível de
domínio da história, exame físico,
comunicação e raciocínio clínico, para
um bom andamento em interconsulta.
Ao avaliar o bom relacionamento do
médico com um paciente, deve-se dar
valor aos atributos atitudinais, como o
equilíbrio, a simpatia e a capacidade de
fazer um bom relacionamento,
impessoal, que supra de forma objetiva,
determinando eficácia e completude no
período de consulta. 24
Além disso, outro ponto não menos
importante é a capacidade de audição,
por parte do médico, o que influencia na
satisfação, na adesão e nos resultados
clínicos dos pacientes. Sendo assim, a
linguagem não verbal em muito pode ser
empregada, contribuindo com efeito
positivo na qualidade geral de cada
entrevista. Outras ações também podem
ser empregadas diante desse contexto,
como: a expressão facial adequada,
gestos afirmativos e movimentos não
intencionais limitados. 43
Outro ponto é a questão do grau de
instrução por parte do paciente, que
pode fazer com que questões simples,
como a pergunta sobre uso de drogas,
seja mal interpretada, e o paciente se
negue a dizer que usa Cannabis, em uma
situação hipotética. Ademais, outras
situações que dizem respeito a questões
ético-religiosas também devem ser
pontuadas. O exemplo em questão pode
ser um paciente que se diz de uma
determinada religião que pelo seu
preceito se negue a aceitar alguns
procedimentos, determinadas
terapêuticas ou até dietas.
Em relação aos acompanhantes, para o
bom andamento de uma consulta,
presume-se o respeito, a atenção e a boa
comunicação durante a entrevista.
Porém, nem sempre isso é visto. Muitos
deles se mostram irritados diante da
demora no atendimento, por exemplo, ou
não concordam com o transcurso e com
a conduta profissional sendo adotada.
Isso pode implicar situações de estresse
no consultório simulado, o que faz com
que o aluno avaliado tenha que se
posicionar adequadamente frente à
situação, pensando na melhor conduta
sem a redução da qualidade do
atendimento e sua repercussão na vida
ao paciente. Por vezes, até solicitar que o
acompanhante se retire seria uma
postura esperada e avaliada.
Dessa forma, cabe ao aluno respeitar
questões culturais, éticas e religiosas, a
fim de cumprir com esmero, tanto de
forma técnica como subjetiva, não
deixando de lado o cuidado sempre a
vida.
Por fim, muitos desses pontos
ressaltados na boa dinâmica de
comunicação entre médico, paciente e
acompanhante, os quais são empregados
em avaliações clínicas objetivas, também
devem ser incorporados à prática clínica.
Visto a relevância do bom cuidado
interpessoal, da segurança e dos
resultados médicos efetivos, procede-se
para a humanização e a integralidade do
cuidado médico, contribuindo para o bom
contexto em saúde na comunidade. 31

2. Imprevistos
Diante de um cenário inesperado, o
aluno deve ser refém das habilidades de
raciocínio clínico, diretas e concisas, a
fim de fugir das dúvidas, do medo e das
condutas inadequadas.
Tudo isso pode ser iniciado a partir de
uma coleta de informações eficientes,
concentrando-se na queixa principal, no
histórico e no bom exame físico,
necessários para o diagnóstico correto. 44
Além da relação com o paciente e com
o acompanhante que pode ser tornar
inesperadamente conflituosa, outros
imprevistos podem se apresentar. Um
evento de emergência inesperado (como
um atendimento de um trauma ou de um
AVC), a falta de algum instrumento,
equipamento ou medicação, a falta de
algum auxiliar próximo (como em uma
PCR, o que demanda uma atuação
diferenciada na ordem de compressões e
respirações, por exemplo) e até mesmo a
demora no suporte de uma ambulância
ou de vaga para um centro especializado
(o que pode suceder na intervenção de
um pneumotórax hipertensivo, com uma
simples punção, até o atendimento em
sala de trauma, como exemplo).
Em cenários como esses, o bom
desempenho clínico pode então ser
mensurado por critérios objetivos,
usando as checklists ou outras escalas
holísticas de classificação global. 27
2. Exame Clínico

1. Pontos principais a serem


observados
O exame ideal deve preencher ao
menos três critérios: É válido? É
confiável? É prático? O que se faz pensar
sobre a relevância e a abordagem
integral em cada avaliação de exame
clínico. 25
Dessa forma, os principais pontos
podem ser assim elencados:
Compreende a avaliação geral
do paciente, como o nível de
Ectoscopia
consciência, a hidratação e a
nutrição.
Diz acerca dos principais
parâmetros avaliados
Sinais inicialmente: temperatura,
vitais frequências cardíaca e
respiratória, grau de saturação
e pressão arterial.
Aborda a inspeção, por vezes a
Exame
percussão, a palpação e a
físico
ausculta do sistema-alvo da
direcionado
queixa principal. A saber,
a cada
cabeça e pescoço, sistema
sistema-
respiratório, cardiovascular,
alvo
abdominal, neurológico etc.
Ademais, outros aspectos da
competência no exame clínico podem ser
estruturados de forma objetiva, como:
(a) educação do paciente e como o
avaliado age diante de cada situação; (b)
as habilidades interpessoais; (c) os
instrumentos clínicos ou cirúrgicos que
podem ser utilizados em cada cenário;
(d) os exames de amostras e a
respectiva conclusão diante deles
(laboratório, RX, ECG, por exemplo); (e) a
avaliação de aspectos do exame físico
difíceis de avaliar a partir da anamnese.
25

2. Erros comuns
Nota-se por vezes uma dificuldade
visível na comunicação e na avaliação
entre examinador e examinado, o que
gera um problema evidente na
confiabilidade entre as estações. Muito
se deve a se o examinador demonstrou
competência cultural para isso, suas
habilidades de comunicação e de saber
ouvir ou não as respostas e como aborda
cada ponto a ser examinado.
Os demais pontos, específicos da
atuação do aluno no exame físico,
também podem ser assinalados, como
inadequação total frente a cada cenário,
a deficiência em aspectos como a má
técnica ao se realizar um exame físico, a
atitude incorreta ou falha em reconhecer
sinais e interpretá-los, além de uma
deficiência em área específica (como a
dificuldade em se calçar luvas estéreis).24
Em suma, os erros comuns podem ser
assim sintetizados:
Não entendimento sobre a instrução de cada
cenário.
Técnica não apropriada na realização do
exame clínico.
Dificuldade na interpretação de sinais e
exames de amostras (como laboratório, RX e
ECG).
Não responder de forma coerente a aspectos
interpessoais, como boa comunicação,
respeito e boa audição.
Deficiência em técnicas específicas (como a
paramentação).
Uso do tempo de forma inadequada, já que o
esforço ocorre normalmente nos primeiros
cenários, diminuindo o tempo nas próximas
etapas.
Cansaço físico e mental frente à espera até a
chamada para avaliação, bem como no
tempo decorrido em cada cenário (que não
representa o tempo de uma interconsulta
real).

Fonte: Adaptado de Harden et al.24


3. A FICHA DE AVALIAÇÃO
O aluno encontrará um a ficha com as tarefas a
serem realizadas em cada estação. Poderá ser
afixada uma cópia na porta ao lado de fora da
sala, para que seja permitido ao avaliado alguns
minutos para leitura do quadro clínico e o que será
solicitado. Outra cópia ficará dentro da sala par o
aluno consultar a qualquer momento e o avaliador
também terá acesso a essas tarefas (vide exemplo
a seguir). Na nossa experiência, esse modelo é
usado quando se tem um manequim e o avaliador
tem que verbalmente informar os dados da
anamnese e alguns achados do exame físico que
se fizerem necessários. Nos manequins de média e
alta fidelidade (simuladores), muitos achados do
exame físico podem ser programados, sem falar no
uso de maquiagem quando possível. Caso sejam
usados pacientes padronizados, como atores,
durante anamnese e exame físico eles informarão
os dados necessários da anamnese e simularão os
achados do exame físico passíveis de tal.
Lembramos que esses achados podem ser
complementados com os manequins nas já citadas
estações híbridas.
Quadro 3 - Exemplo de ficha de avaliação
ESTAÇÃO 1
CENÁRIO:
Você está atendendo na Clínica Médica do Pronto-
Socorro de um hospital terciário.
ESTAÇÃO 1
CASO:
Carolina dos Santos, 24 anos, dois filhos, há três
dias com lombalgia importante e alterações ao
urinar.
TAREFAS – na sequência, responda em VOZ
ALTA:

1. O que pesquisar na anamnese e no exame


físico? Realize ambos e fale os dados
encontrados.
2. Qual o diagnóstico provável da paciente?
3. Quais os tratamentos farmacológicos
específico e sintomático?

Fonte: : Elaborado pelos autores


4. GLOBAL RATING E CHECKLIST
Em cada estação, os examinadores observam
como os candidatos executam a tarefa e marcam o
seu desempenho em uma folha de classificação
padronizada com um escore. O escore pode ser
definido por uma escala de classificação global
(global rating) ou por checklist com opções
dicotômicas.
Existem evidências que a as escalas de
classificação global (Quadro 4) aplicadas por um
médico experiente é tão confiável quanto a
checklist padronizada com escore dicotômico.
Quadro 4 - Global rating
DESEMPENHO CRITÉRIO
Excelente desempenho de
habilidade. Excelente
demonstração de aspectos
Excelente
técnicos e não técnicos da
habilidade. Ar de confiança e
fluência.
Muito bom desempenho de
habilidade. Maioria dos aspectos
Muito bom técnicos da habilidade
demonstrada. Poucas omissões /
erros menores e não essenciais.
Desempenho aceitável da
habilidade. Apesar das omissões
Bom
/ erros demonstrados no
desempenho das habilidades.
DESEMPENHO CRITÉRIO
Demonstração de alguns
aspectos da habilidade, no
Limítrofe entanto, ocorreram omissões e
imprecisões no desempenho da
habilidade.
O desempenho da habilidade não
atingiu um padrão de aprovação.
Insatisfatório Apareceu desorganizado.
Inseguro e inadequado para o
progresso.

Fonte: Elaborado pelos autores


O uso de escalas de classificações globais, no
entanto, exige que apenas pessoas com
conhecimentos no assunto avaliado possam ser
usadas como examinadores. Os examinadores
podem atribuir diferentes juízos na avaliação dos
comportamentos e das habilidades dos avaliados.
Uma das melhores maneiras de reduzir essa
variabilidade entre os examinadores é que eles
explicitem os seus critérios de julgamento para os
estudantes avaliados. Portanto, um dos principais
exercícios desse recurso de treinamento é praticar
a atribuição de uma pontuação global ao
desempenho.21
Outra sugestão para minimizar a avaliação dos
desempenhos clínicos dos estudantes por haver
mais de um circuito em execução ao mesmo
tempo os examinadores são incentivados a
conversar com outros examinadores que estão
avaliando a mesma estação para garantir
consistência nos critérios estabelecidos.
Gupta21 ainda sugere uma forma de se ter uma
avaliação mais coesa, em que checklists podem
ser usados para estações de habilidades práticas e
técnicas e escalas globais de classificação devem
ser empregadas para estações relacionadas ao
diagnóstico, às habilidades de comunicação e às
tarefas de diagnóstico.
Na identificação das áreas específicas de
fortalezas e fraquezas de desempenho do
estudante com propósito de feedback, a definição
dos escores relativos aos checklist podem ser uma
opção, enquanto escalas de classificação podem
ser utilizadas ao fazermos julgamentos
multifacetados complexos e difíceis de serem
divididos em decisões dicotômicas.49
Na literatura temos a citação de uma checklist
com as seguintes opções de escore em cada
estação para avaliar as habilidades clínicas:
dicotômico (“realizado” e “não realizado”) como o
modelo da figura a seguir. 26
Figura 2 - Exemplo de checklist com score
dicotômico

ESTAÇÃO 3
HABILIDADES CIRÚRGICAS
ESTAÇÃO 3
Você tem 10 minutos para realizar duas
tarefas:
Realizar um ponto em “X” em um material
sintético, composto por 4 nós ajustados
(“direitos”), o primeiro duplo, o segundo e o
terceiro simples.
Retirar 4 cálculos da “cavidade abdominal” na
luva.

LISTA DE CHECAGEM
QUESITOS
SIM NÃO
AVALIADOS
Introduziu o fio agulhado
pelo portal do simulador
e
preparou a montagem
da agulha no porta-
25 agulhas? Segurar X
o porta agulha no fio,
não amassar agulha na
entrada, usar a
pinça contralateral para
a montagem
A agulha foi posicionada
corretamente?
Agulha posicionada com
26 X
curvatura para cima e
pega do meio ao terço
distal
QUESITOS
SIM NÃO
AVALIADOS
Penetrou a agulha no
tecido sintético e
27 preparou corretamente X
o fio para confecção do
nó?
Realizou a sutura em “X”
28 X
adequadamente?
Realizou o primeiro
29 X
duplo?
Realizou os dois nós
30 X
simples?
Usou ambas as mãos na
31 realização do X
procedimento?
Preparou corretamente o
fio para ser cortado com
a tesoura laparoscópica?
32 Juntou os dois fios com a X
pinça ou porta agulha
para secção com a
tesoura
Retirou os segmentos de
33 fio cortados do X
simulador?
QUESITOS
SIM NÃO
AVALIADOS
Abriu a luva e
posicionou
corretamente? Nó da
34 X
luva para trás e abertura
de frente para a visão
do cirurgião
Recolheu todos os
cálculos da cavidade na
35 X
luva?
06 cálculos na luva
Posicionou a luva para
retirada? Fechou as
36 bordas da luva com as X
duas pinças e fixou em
seguida com uma só
TOTAL

Fonte: https://docplayer.com.br/20293795-Prova-
pratica-cirurgia-geral.html
Contudo, na nossa experiência pessoal, achamos
razoável e mais próximo de uma avaliação justa
um escore com três opções, com a introdução da
opção “parcialmente realizado” na checklist.
Configuramos, desse modo, como “realizado”, se o
aluno atingir 100% das tarefas solicitadas na
estação, “parcialmente realizado” se de 50% a
99% das habilidades forem demonstradas
corretamente, e “não realizado” quando o avaliado
executar corretamente abaixo de 50% do esperado
(Figura 3).
Figura 3 - Exemplo de checklist de uma
estação com três opções de escore
ESTAÇÃO 4
N P R

1. Pesquisar na anamnese disúria,


polaciúria e urgência, febre, calafrio
e outros sintomas sistêmicos como
náuseas ou vômitos. Todos estarão
presentes. O aluno deverá repetir
em voz alta os dados da anamnese.
Ao exame físico, realizar palpação
abdominal que mostrará dor a
palpação de globo vesical
(hipogástrio), pesquisa de Sinal de
Giordano que estará positivo
bilateralmente. Temp. = 39,5°C.

2. Pielonefrite aguda (como


complicação de uma cistite inicial
não tratada).

X
ESTAÇÃO 4

3. Internação, hiperhidratação venosa


e medicação intravenosa –
ESPECÍFICAS: Quinolona
(levofloxacino, moxifloxacino –
aceitar ciprofloxacino) OU
cefalosporinas (ceftriaxona,
ceftazidima, cefotaxime, cefepime).
SINTOMÁTICAS: antitérmico,
analgésico e/ou antiespasmódico
(escopolamina + dipirona) e/ou
AINE, opioide s/n, antiemético.

X
N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

Fonte: Elaborado pelos autores


CAPÍTULO 4

OSCE na Clínica Médica


Autor
Denis Carvalho Parry

O que você irá ver neste


capítulo
Abordagem dos Principais Temas
Exemplos de Cenários e Estações
1. ABORDAGEM DOS PRINCIPAIS
TEMAS
Dependendo de onde se está atendendo Clínica
Médica, eu um pronto-socorro, enfermaria, UTI ou
até em via pública, as patologias que se
apresentarão serão mais inerentes a um ou outro
destes cenários. E dependendo, obviamente, de
que perfil de paciente está sendo triado para cada
setor do atendimento, vamos nos deparar com
casos de maior ou menor gravidade. Portanto,
desde um pico hipertensivo ou um infarto agudo
do miocárdio até uma dermatite alérgica leve pode
surgir para atendimento em um pronto-socorro
geral, onde nem sempre se conta com
especialistas. Pacientes de enfermariam
apresentam intercorrências, complicam, como, por
exemplo, um paciente diabético internado para
tratar um uma erisipela que evolui para septicemia
ou cetoacidose. Choque séptico em UTI é uma
evolução comum pelo perfil de pacientes ali
internados, assim como uma síncope em via
pública. Com isso, as estações em um OSCE são
montadas normalmente dentro da grande
variedade de temas da Clínica Médica e sempre
lembrando a necessária adequação ao nível dos
avaliados, sejam estudantes de Medicina do
primeiro semestre até candidatos às provas de
Residência em Clínica Médica.
2. EXEMPLOS DE CENÁRIOS E
ESTAÇÕES
Apresentemos a seguir dez estações que
elaboramos, com importantes temas selecionados
dentre os de Clínica Médica, tanto em cenário de
ambulatório quanto de pronto-socorro. Com isso
colocamos o leitor em contato com a Ficha de
Avaliação e a Checklist, no intuito de familiarizá-lo
com o que se espera encontrar durante a
aplicação de um OSCE. O nível das estações em
questão aqui é variável, lembrando que este será
adequado ao grupo que se submeterá à avaliação,
como contemplado no blueprint na elaboração do
OSCE.
ESTAÇÃO 1
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Clínica Médica do Pronto-
Socorro de um hospital terciário.
CASO:
Carolina dos Santos, 24 anos, dois filhos, há três
dias com lombalgia importante e alterações ao
urinar.
ESTAÇÃO 1
TAREFAS – na sequência, responda em voz
alta:

1. O que pesquisar na anamnese e no exame


físico? Realize ambos e fale os dados
encontrados.
2. Qual o diagnóstico provável da paciente?
3. Quais os tratamentos farmacológicos
específico e sintomático?

ESTAÇÃO 1
CHECKLIST
N P R

1. Pesquisar na anamnese disúria,


polaciúria e urgência, febre, calafrio
e outros sintomas sistêmicos como
náuseas ou vômitos. Todos estarão
presentes. O aluno deverá repetir
em voz alta os dados da anamnese.
Ao exame físico, realizar palpação
abdominal que mostrará dor à
palpação de globo vesical
(hipogástrio), pesquisa de Sinal de
Giordano que estará positivo
bilateralmente. Temperatura =
39,5°C.
ESTAÇÃO 1

2. Pielonefrite aguda (como


complicação de uma cistite inicial
não tratada).

3. A pressão arterial, a vitalidade fetal,


a diurese, o reflexo patelar, a
frequência respiratória e a
magnesemia.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE


50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 2
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo no Ambulatório de Clínica
Médica.
CASO:
Homem de 29 anos deu entrada com história de
cefaleia frontal há 3 dias. Refere ter estado
“gripado” na semana anterior. Refere calafrios,
obstrução nasal intermitente. Temperatura agora
= 38,9°C.
ESTAÇÃO 2
TAREFAS – na sequência, responda em voz
alta:

1. Qual sua hipótese diagnóstica?


2. Cite pelo menos 2 achados que espera
encontrar para sua hipótese diagnóstica,
após realizar o exame físico direcionado para
esse paciente.
3. Qual a terapêutica medicamentosa?

ESTAÇÃO 2
CHECKLIST
N P R

1. Sinusite bacteriana.

2. Realizar palpação dos seios


paranasais e exame da orofaringe.
Dor à palpação de seios paranasais,
gotejamento pós-nasal.
ESTAÇÃO 2

3. Levofloxacino 500mg/dia OU
amoxicilina 500mg + clavulanato
125mg 8/8hs OU azitromicina
500mg 1xdia OU cefalosporina oral –
resposta obrigatória corticoide
nasal, instilação nasal de Soro
Fisiológico, AINE, analgesia –
resposta opcional.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE


50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 3
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo em uma UPA do Distrito
Federal.
CASO:
Homem de 69 anos, proveniente da Bahia, deu
entrada com queixa de há 3 dias estar
apresentando cefaleia e mialgia – ambas muito
discretas –, sensação de corpo estranho ocular,
prurido generalizado, leve mal-estar geral.
Temperatura agora = 37,9°C. Sem sintomas
respiratórios associados. Nega uso de medicação
ou patologias prévias. NS1 negativo.
ESTAÇÃO 3
TAREFAS – na sequência, responda em voz
alta:

1. O que encontrou no exame físico?


2. Qual sua principal hipótese diagnóstica? Cite
dois diagnósticos diferenciais.
3. Quais seriam os principais achados nessas
outras duas patologias, ausentes no seu
paciente?
4. Qual a terapêutica a ser instituída?

ESTAÇÃO 3
CHECKLIST
N P R

1. O aluno deverá detectar presença


de hiperemia conjuntival sem
secreção, rash cutâneo com prurido
importante em tronco, abdômen e
membros.

2. Hipótese diagnóstica: ZIKA.


Diagnósticos diferenciais: DENGUE E
CHIKUNGUNYA.
ESTAÇÃO 3

3. Aluno deverá enfatizar que ambas


arboviroses têm sintomas mais
intensos de cefaleia e febre, além de
mialgia e artralgia. Dengue
apresenta mialgia intensa e febre
mais elevada, com cefaleia e dor
retro-orbitária, sem hiperemia
conjuntival. Chikungunya cursa
também com febre mais alta e com
artralgia muito intensa. Zika é
oligossintómática.

4. Sintomáticos – analgésico e
antitérmicos s/n.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE


50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 4
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Clínica Médica do Pronto-
Socorro de um hospital terciário.
ESTAÇÃO 4
CASO:
Paciente de 62 anos, doméstica, informa que está
fadigada e com indisposição, febre intermitente e
calafrios. Nega doenças prévias.
TAREFAS – na sequência, responda em voz
alta:

1. O que pesquisar na anamnese e no exame


físico? Realize ambos e fale os dados
encontrados.
2. Qual diagnóstico provável? Qual(is) exame(s)
complementar(es) pedir?
3. Qual a melhor conduta terapêutica?

ESTAÇÃO 4
CHECKLIST
N P R

1. Na anamnese, perguntar hábitos de


vida (tabagista, 20 cigarros por dia
há 30 anos, etilista e sedentária) e
antecedentes pessoais (nega
patologias prévias) e familiares (mãe
hipertensa e diabética e pai falecido
de infarto agudo do miocárdio).
Constatar tosse produtiva com
expectoração purulenta.
ESTAÇÃO 4

2. No exame físico, detectar MV rude,


estertores crepitantes em base de
HTD à ausculta do manequim.
Informar se perguntado, FR: 30ipm.
Ausculta cardíaca com RCR, BNF 2T,
S/S, FC: 110bpm, PA: 140x80 mmHg
e temperatura = 39°C.

3. Pneumonia Comunitária. Pedir RX de


tórax e identificar condensação
pulmonar à direita. Identificar ao
exame de laboratório solicitado
leucocitose com desvio à esquerda
PCR: 10 mg/dL e VHS: 50 mm/h,
ambos elevados.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE


50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 5
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo no Pronto Socorro de um
hospital terciário.
ESTAÇÃO 5
CASO:
Paciente de 40 anos, natural de Belém, PA, com
queixa de “dor na barriga” há 8 horas, intensa
(9/10), em epigástrio/hipocôndrios, mas que vinha
sentindo um desconforto em todo abdômen há
cerca de 48 horas. Fez uso de dipirona para a dor,
não havendo melhora. Relata que durante esse
período teve 2 episódios de vômito e vem
sentindo náuseas e sudorese desde então. Nega
febre, perda de peso ou obstipação.
TAREFAS – na sequência, responda em voz
alta:

1. Informe os dados encontrados na anamnese.


2. Descreva os achados no exame físico (realize
o exame físico descrevendo em voz alta) e
pergunte ao avaliador os dados que julgar
necessário.
3. Solicite exames complementares, avalie os
resultados e dê uma hipótese diagnóstica e
possível etiologia.
4. Informe as primeiras medidas que devem ser
tomadas para o tratamento e o
prosseguimento da investigação com exames
complementares.

ESTAÇÃO 5
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 5

1. Espera-se que o aluno realize a


anamnese objetiva, questione
alergia medicamentosa, histórico
familiar (pais faleceram quando era
criança e não possui irmãos) e
pessoal pregressa (hipertensa desde
os 20 anos sem tratamento regular,
fazendo uso de hidroclorotiazida
25mg/dia e sinvastatina 40mg/dia.
IAM há 2 anos e uso de AAS
200mg/dia desde então), hábitos
(alimentação rica em alimentos
gordurosos e de baixo valor
nutricional. Não realiza atividades
físicas. Nega tabagismo e informa
uso de dois copos de
aguardente/dia).
ESTAÇÃO 5

2. Espera-se que o aluno faça um


exame físico direcionado ao
abdômen, detectando dor em andar
superior do abdômen, pergunte ao
avaliador a temperatura, a
hidratação, ACV e AR. Detectar PA:
120x80 mmHg; FR: 27 irpm; FC: 120
bpm; pesquisar peso: 75 kg, altura:
1,60, IMC: 29,3 kg/m2. Se auscultar
pulmões, avaliador informar que se
encontra taquipneico, com padrão
de respiração normal.
Expansibilidade preservada, som
claro pulmonar à percussão em
ambos os hemotórax e MV normal
com ausência de RA. Avaliador, se
questionado, informar que aparelho
cardiovascular se encontra com
RCR2T, BNF, S/sopros. Informar se
examinar que ausculta abdominal
mostra RHA diminuídos e que
percussão mostra timpanismo em
todo abdômen. À palpação, referir
estar doloroso à palpação profunda
em epigástrio/hipocôndrios. Sinal de
Blumberg e Murphy negativos.
ESTAÇÃO 5

3. Espera-se que aluno solicite


hemograma completo, amilase,
lipase e eletrólitos e que identifique
nos resultados leucocitose com
desvio para esquerda, enzimas
hepáticas aumentadas, e eletrólitos
diminuídos. Não disponibilizar nesse
momento exame de imagem. Dar a
hipótese diagnóstica de Pancreatite
Aguda, de causa provavelmente
etílica.

4. Espera-se que o aluno solicite a


internação do paciente e que
prescreva hidratação vigorosa,
suspender a dieta oral até resolução
completa da dor, acompanhar níveis
de enzimas pancreáticas, analgesia
e antiemético. Solicitar ecografia ou
TC de abdômen.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE


50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 6
ESTAÇÃO 6
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Clínica Médica do Pronto-
Socorro de um hospital terciário.
CASO:
Uma mulher de 52 anos sabidamente portadora
de doença de Chagas, vinha em
acompanhamento no ambulatório de Cardiologia
devido à dispneia progressiva aos pequenos
esforços. No momento procura o Pronto-Socorro
queixando-se de dispneia intensa.
TAREFAS – realize na sequência:

1. A anamnese e o exame físico e relate os


achados em voz alta.
2. A solicitação de exames complementares
que julgar necessários e informe os
resultados que encontrar.
3. Qual(is) a(s) principal(is) hipótese(s)
diagnóstica(s) para essa paciente?
4. Qual sua conduta terapêutica?

ESTAÇÃO 6
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 6

1. Espera-se que o aluno realize a


anamnese objetiva e questione
alergia medicamentosa
(desconhece), histórico familiar (pai
diabético e mãe hipertensa) e
pessoal pregressa (hipertensa e
diabética há 10 anos em tratamento
regular, fazendo uso de metformina
500mg 3x/dia, furosemida 40mg/dia,
captopril 50mg 2x/dia e carvedilol
3,1252x/dia), hábitos (alimentação
adequada, não realiza atividades
físicas, nega tabagismo ou etilismo).
Ao exame espera-se que o aluno
investigue e detecte que a paciente
se encontra consciente, orientada,
sudorese profusa, dispneica, à
ausculta pulmonar estertoração
pulmonar em mais da metade
inferior de ambos os pulmões, com
ingurgitamento de jugular bilateral e
edema de MMII 2+/4+, fígado a 6
cm do rebordo costal. Se perguntar
informar que PA: 190x115 mmHg
FC: 115 bpm FR: 28irpm e saturação
de oxigênio: 84% em ar ambiente.
ESTAÇÃO 6

2. Espera-se que o aluno solicite RX de


tórax e detecte aumento da área
cardíaca, linhas B de Kerley, edema
intersticial e inversão da trama
vascular, com congestão
pulmonar.Caso solicite de
laboratório, detectar HC, enzimas
cardíacas e hepáticas, eletrólitos e
bioquímica: todos normais, exceto
por ureia: 60mg/dl, creatinina: 1,0
mg/dl e glicemia: 120mg%. Caso
solicite ecocardiograma, detectar:
miocardiopatia dilatada de grau
acentuado, disfunção de VE de grau
acentuado, fração de ejeção 38%.

3. Pico Hipertensivo com edema agudo


de pulmão em paciente com
insuficiência cardíaca congestiva +
DM tipo 2

4. Monitorização, suporte de oxigênio


(TOT + VM com pressão positiva-
PEEP, S/N), furosemida,
nitroprussiato de sódio /
nitroglicerina, morfina e dobutamina
– tudo EV.
ESTAÇÃO 6
N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE
50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 7
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo no ambulatório de Clínica
Médica do Posto de Saúde.
CASO:
Paciente do sexo masculino, de 62 anos, refere
que vem apresentando dispneia aos esforços
físicos de início há quase um ano, mas que vem
piorando nos últimos meses. Esteve no PS na
semana anterior e o médico de plantão fez
medicações endovenosas, que não sabe relatar
quais, com melhora naquele momento. O médico
o liberou com um pedido de exames
complementares e com uma receita, a qual
perdeu.
ESTAÇÃO 7
TAREFAS – realize na sequência:

1. A anamnese e o exame físico e relate os


achados em voz alta.
2. A avaliação dos exames complementares
realizados e informe os resultados que
encontrar.
3. Fale em voz alta qual a principal hipótese
diagnóstica para essa paciente. E quais os
principais exames você solicitaria para
confirmar e estadiar.
4. Diga quais orientações gerais e conduta
terapêuticas neste momento.

ESTAÇÃO 7
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 7

1. Espera-se que o aluno realize a


anamnese objetiva, questione
alergia medicamentosa
(desconhece), histórico familiar (pai
desconhecido e mãe hipertensa) e
pessoal pregressa (diagnóstico de
hipertensão há alguns anos, sem
tratamento regular), hábitos
(alimentação adequada, não realiza
atividades físicas, nega etilismo,
tabagista há 15 anos, 1 carteira por
dia). Referindo tosse produtiva com
expectoração mucosa.Ao exame
espera-se que o aluno investigue e
detecte que paciente se encontra
consciente, orientada, dispneica, à
ausculta pulmonar roncos esparsos
e difusos, com MV diminuído
universalmente, jugulares planas
bilateralmente e sem edema de
MMII, abdômen sem alterações. Se
perguntar informar que PA: 150x85
mmHg FC: 98 bpm FR: 26irpm.
ESTAÇÃO 7

2. Aos exames de laboratório, detectar


hematócrito elevado (58%), enzimas
hepáticas, bioquímica e eletrólitos
todos normais.Espera-se que o aluno
avalie o RX de tórax que o paciente
traz e detecte o diafragma
rebaixado, presença de bolhas
(áreas de maior radiotransparência,
avasculares) e hiperinsuflação
pulmonar.

3. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica


Solicitar espirometria (relação entre
VEF1/CVF), oximetria periférica,
medida dos volumes pulmonares e
da difusão do CO, teste de
caminhada de seis minutos e teste
de exercício cardiopulmonar.
ESTAÇÃO 7

4. Cessação do tabagismo, incentivo à


atividade física, reabilitação
pulmonar e vacinação para
prevenção de infecções virais e
pneumonia. Beta2-agonistas de
longa duração (formoterol ou
outros), corticoide inalatório
(budesonida ou outro),
anticolinérgico de longa duração
(tiotrópio ou outro), mucolítico (N-
acetilcisteína).

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE


50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 8
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Clínica Médica do Pronto-
Socorro.
CASO: Joana Ferreira, 16 anos, procedente de
Formosa, deu entrada no PS com rebaixamento do
nível de consciência e sudorese, acompanhada de
sua mãe.
ESTAÇÃO 8
TAREFAS – realize na sequência:

1. A anamnese e exame físico e relate os


achados em voz alta.
2. A solicitação de exames complementares
que julgar necessário e a interpretação dos
resultados que encontrar.
3. A elaboração de hipótese(s) diagnóstica(s)
para essa paciente.
4. Diga quais são as orientações gerais e as
condutas terapêuticas neste momento.

ESTAÇÃO 8
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 8

1. Espera-se que o aluno realize a


anamnese objetiva, questione
alergia medicamentosa (ausente),
histórico familiar (mãe nega
patologias conhecidas) e pessoal
pregressa (nega patologias), hábitos
(alimentação adequada e realiza
atividades físicas na escola). Se
perguntado, referindo perda de peso
nos últimos meses, além de poliúria,
há quatro dias com disúria e
urgência urinária.Ao exame espera-
se que o aluno investigue e detecte
que paciente se encontra
consciente, sonolenta, parcialmente
orientada, sudoreica e taquipnêica,
ausculta cardiopulmonar normal, dor
à palpação de hipogástrio, Giordano
negativo bilateral. Se pesquisar, PA:
90x55 mmHg FC: 110 bpm FR:
30irpm. Temperatura: 37,4°C.
ESTAÇÃO 8

2. O aluno deverá solicitar os seguintes


exames pelo menos e analisar os
resultados que mostram: gasometria
arterial com acidose metabólica não
compensada, hemograma completo
com 10.000 leucócitos, EAS com
piúria, bacteriúria, nitrito positivo e
cetonúria. Glicemia de 650mg%.

3. Cetoacidose diabética
desencadeada por ITU (cistite).

4. Internar o paciente e iniciar


analgésico/antitérmico, hidratação
EV vigorosa (6 a 10 Litros/24 horas);
insulina simples: 10 UI IV, em bolus
5 – 10 UI/h, em infusão contínua
(quando a glicemia < 250 mg/dL,
reduzir infusão para 1 -2 UI/h;
quando glicemia < 200 mg/dL,
prescrever glicemia capilar 2/2h,
com esquema de insulina simples);
repor s/n potássio e bicarbonato.
Tratar ITU com antibiótico (quinolona
ou cefalosporina).
ESTAÇÃO 8
N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE
50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 9
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Clínica Médica do Pronto-
Socorro de um hospital terciário.
CASO:
Joaquim, 22 anos, chega referindo tontura, mal-
estar e fraqueza muscular progressiva,
parestesias de extremidades. Informa que nos
últimos 5 dias estava em treinamento de
sobrevivência na selva pelo seu grupamento
militar. Foi atendido pelo médico da corporação
ontem e medicado sintomaticamente. Com não
houve melhora, foi encaminhado para esse PS,
com piora dos sintomas.
ESTAÇÃO 9
TAREFAS – realize na sequência e fale em voz
alta:

1. A anamnese e o exame físico e relate os


achados.
2. Quais exames complementares você deve
solicitar? Avalie os resultados.
3. Com os resultados dos exames nas mãos,
qual a principal hipótese diagnóstica para
essa paciente?
4. Explique a conduta terapêutica para esse
paciente.

ESTAÇÃO 9
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 9

1. Espera-se que o aluno realize a


anamnese objetiva, questione
alergia medicamentosa (ausente),
histórico familiar (ignora) e pessoal
pregressa (nega patologias), hábitos
(alimentação adequada e realiza
atividades físicas intensas no
treinamento militar). Se perguntado,
refere diminuição do volume de
diurese e escurecimento da urina.
Nega comorbidades e uso de
drogas.Ao exame espera-se que o
aluno investigue e detecte que
paciente se encontra consciente,
orientado, afebril, com fraqueza
muscular proximal e diminuição de
reflexos patelares. Sem alterações
respiratórias com ausculta
cardiopulmonar normal. Se
pesquisar, PA: 150x90 mmHg FC: 78
bpm FR: 16irpm. Temperatura:
36,7°C.
ESTAÇÃO 9

2. Aluno deverá detectar as seguintes


alterações nos exames: hemograma
com hemoconcentração,
hipercalemia severa (K= 8 mEq/L),
hiponatremia (Na= 3,0mEq/l)
hipocalcemia (Ca=2.2mg/dl), uremia
(ureia: 228 mg/dL, creatinina: 6,6
mg/dL), hiperuricemia (ácido úrico:
19,2 mg/dL) e aumento de TGO: 340
U/L, TGP: 210 U/L, de CPK: 12.000
U/L e LDH: 5.700 U/L, com Troponina
negativa ECG com onda T em tenda
(hipercalemia) e algumas
extrassístoles supraventriculares.

3. Rabdomiólise com insuficiência renal


aguda e hipercalemia.
ESTAÇÃO 9

4. O aluno deverá tratar


concomitantemente a insuficiência
renal e a hipercalemia.
Monitorização e hidratação vigorosa,
furosemida (se volemia permitir);
tratamento da hipercalemia com
gluconato de cálcio, nebulização
com Beta2-agonista (fenoterol);
bicarbonato de sódio: 45 a 90 mEq;
resina de troca (Sorcal®);
glicoinsulinoterapia (100 ml glicose
50% + 10 U insulina regular – correr
em 2 horas) e se não houver
resposta, hemodiálise.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE


50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 10
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Clínica Médica do Pronto-
Socorro de um hospital terciário.
ESTAÇÃO 10
CASO:
João Pinheiro, 78 anos, chega ao Pronto-Socorro a
com queixa de “dor de cabeça que não para”, de
início há cerca de cinco dias, com náuseas e um
episódio de vômito, além de alterações visuais.
Apresentando piora progressiva.
TAREFAS – realize na sequência e fale em voz
alta:

1. A anamnese e o exame físico e relate os


achados.
2. Qual a principal hipótese diagnóstica para
essa paciente e cite dois diagnósticos
diferenciais.
3. Se existe necessidade de exame
complementar nesta avaliação. Por quê?
Qual(is)? Avalie resultado(s).
4. Diga quais são as orientações gerais e a
conduta para esse paciente.

ESTAÇÃO 10
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 10

1. Espera-se que o aluno realize a


anamnese objetiva, questione
alergia medicamentosa (ausente),
histórico familiar (mãe tem
enxaqueca e pai é hipertenso) e
pessoal pregressa (nega patologias),
hábitos (alimentação adequada e
realiza atividades físicas leves). Se
perguntado, refere holocrania e
diminuição da acuidade visual de
início recente. Nega escotomas.
Usou dipirona 1g 4/4hs ontem, sem
melhora.Ao exame espera-se que o
aluno investigue e detecte que
paciente se encontra consciente,
orientado, afebril, sem alterações
respiratórias com ausculta
cardiopulmonar normal. Se
pesquisar, PA: 130x75 mmHg FC: 86
bpm FR: 18irpm.Temperatura:
36,8°C.

2. HD – Tumor cerebral –
microadenoma hipofisário.DD –
Migraine, Cefaleia tensional,
Isquemia cerebral, hematoma
cerebral, distúrbios metabólicos.
ESTAÇÃO 10

3. O aluno deve responder que sim,


uma tomografia computadorizada,
porque nessa faixa etária, cefaleia
de início recente, com piora
progressiva, que não melhora com
analgésico e com sinais focais
(visuais), tumor cerebral é a
primeira hipótese. Imagem mostrará
que na fase pré-contraste observa-
se lesão expansiva de cerca de 2 cm
de diâmetro, sólida, arredondada, de
localização intrasselar, próximo à
região de circuito arterial cerebral
(Willis). Após a injeção de meio de
contraste observou-se impregnação
homogênea da lesão.Caso solicite,
para diagnóstico diferencial,
hemograma completo, bioquímica
ou eletrólitos, todos serão normais.

4. Encaminhamento para
Neurocirurgia.Analgesia com
opioide, tricíclico e/ou
anticonvulsivantes.
ESTAÇÃO 10
N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE
50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =
CAPÍTULO 5

OSCE na Pediatria
Autora
Thalita Rodrigues Dias

O que você irá ver neste


capítulo
Abordagem dos Principais Temas
Exemplos de Cenários e Estações
1. ABORDAGEM DOS PRINCIPAIS
TEMAS
O OSCE em Pediatria contemplará cenários
simulados com situações-problema que são
comuns na prática pediátrica geral. Essas
situações são comuns, e o estudante de medicina
deve estar familiarizado com ela.
O principal motivo que leva ao atendimento
médico do paciente pediátrico em pronto-
atendimento, seja em nível primário, secundário
ou terciário, é febre. Portanto, este será um
sintoma comum também nas avaliações
simuladas. Ao aluno é fundamental o treinamento
do seu manejo e diagnóstico diferencial. Os
distúrbios de temperatura (hipo ou hipertermia)
podem ter significados diversos, a depender da
duração, da idade e dos sinais e sintomas
associados, cabendo ao estudante realizar uma
avaliação global e sistemática.
Além da febre as doenças exantemáticas são
frequentemente cobradas em avalições médicas
por motivo de sua frequência e variabilidade de
diagnósticos, especialmente na infância. As
doenças exantemáticas devem ser conhecidas e
abordadas de acordo com suas peculiaridades,
pois podem significar uma condição benigna e
autolimitada, como o exantema súbito, até uma
condição grave e ameaçadora a vida, como a
doença de Kawasaki e o sarampo. Ademais,
algumas doenças exantemáticas têm seu curso
natural afetado de forma significativa por
imunização obrigatória na infância, como o caso
do sarampo, da rubéola e da varicela. Além da
maior parte desses diagnósticos serem possíveis
de ser realizados clinicamente com uma anamnese
bem conduzida e um exame físico cuidadoso.
As condições clínicas que levam à desidratação
aguda na infância são comuns, e seu pronto
reconhecimento e tratamento, independentemente
do nível de atenção em saúde disponível, modifica
a história natural da doença e evita desfechos
fatais. A desidratação pode ser um sinal ou
sintoma inespecífico, mas que,
independentemente de sua causa, pode ser
tratada até que se investigue seu diagnóstico
etiológico. Sendo assim, espera-se que o
estudante médico saiba realizar o manejo e essa
investigação de forma adequada. A diarreia aguda
infecciosa é a causa mais comum de desidratação
na infância e, portanto, deve ser incluída como
principal diagnóstico diferencial na população
pediátrica.
As convulsões na infância são comuns, sobretudo
entre os lactentes e pré-escolares no atendimento
de urgência e emergência. A maior parte das
crises epilépticas na infância são benignas e
relacionadas à febre. Porém, a exclusão de outros
diagnósticos deve ser realizada obrigatoriamente
no atendimento para possibilitar uma terapêutica
adequada a esse paciente. Desse modo, espera-se
que o estudante médico seja capaz de reconhecer
as características clínicas principais das crises
benignas e as de pior prognóstico, bem como
iniciar o manejo desses grupos de pacientes.
As infecções de vias aéreas, principalmente as de
etiologia viral, são também frequentes durante
toda a infância, mas principalmente até os 4 anos
de vida. Essa faixa etária é aquela em que a
criança pode apresentar até uma infecção por
mês, sobretudo naqueles que frequentam creches
e escolas. Desse modo, é importante a avaliação
das infecções agudas de vias aéreas e que seu
diagnóstico diferencial seja realizado de forma
eficiente, mesmo pelo médico generalista.
2. EXEMPLOS DE CENÁRIOS E
ESTAÇÕES
Apresentaremos a seguir dez estações que
elaboramos, com importantes temas selecionados
dentre os de Pediatria, tanto em cenário de
ambulatório quanto de pronto-socorro. Observe
que o nível das estações está compatível com
estudantes de medicina dos últimos semestres
e/ou com residentes de Pediatria.
ESTAÇÃO 1
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo no Pronto-Socorro Pediátrico
de um hospital de assistência secundária.
CASO:
João, de 4 anos de idade, acompanhado pela mãe,
que relata febre e dor para engolir há 2 dias e que
hoje ele acordou com “alergia” na pele do peito,
barriga, e se espalhou para rosto, braços e
pernas.
TAREFAS – realize e fale em voz alta:

1. A anamnese, considerando a queixa trazida


pelo(a) responsável.
2. O exame físico, demonstrando suas ações.
3. Informe qual o diagnóstico mais provável.
4. Informe a conduta adequada nesse caso,
responda às demandas do(a) responsável e o
oriente adequadamente.
ESTAÇÃO 1
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno faça


anamnese completa que pergunte
sobre dias de doença, dias de febre,
sintomas associados como
odinofagia. Se está utilizando
alguma medicação. Como ocorreram
as lesões de pele. Se há alguma
doença prévia.
ESTAÇÃO 1

2. Espera-se que aluno posicione


adequadamente o paciente em
maca e realize exame físico
completo. O exame clínico
demonstrará regular estado geral,
hidratado, acianótico, anictérico,
sem edemas. Pele: presença de
exantema eritematoso micropapular
em tronco, face e membros, leve
descamação e aspecto de lixa ao
toque. Áreas de palmas e plantas
sãs. Presença de palidez perioral.
Áreas de hiperpigmentação com
formação de linhas transversais em
regiões de dobras. Oroscopia: língua
avermelhada com hipertrofia de
papilas. Presença de exsudato em
tonsilas palatinas.

3. Espera-se que o aluno responda


escarlatina ou exantema
escarlatiniforme.
ESTAÇÃO 1

4. Espera-se que o aluno seja capaz de


informar sobre tratamento
antibiótico correto com penicilinas
(Amoxicilina,
Amoxicilina/Clavulanato, Penicilina G
Benzatina). Espera-se que esclareça
a mãe sobre suas dúvidas e que não
se trata de doença alérgica.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE


50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 2
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo no Pronto-Socorro pediátrico
de um hospital de assistência terciária.
ESTAÇÃO 2
CASO:
Criança estava no caminho para o hospital quando
apresentou uma crise convulsiva no carro dos
pais. Pai relata que o filho tem 1 ano e 6 meses de
idade, explica que filho começou a se debater
com os braços e as pernas e perdeu a
consciência. Não sabe dizer quanto tempo durou,
mas quando chegaram ao hospital já tinha
passado. No momento criança está “só
dormindo”. Pais informam que a criança estava
com “nariz escorrendo” e começou febre hoje
(38,6ºC), por isso o levavam ao atendimento.
TAREFAS – realize e fale em voz alta:

1. A anamnese, considerando a queixa trazida


pelo(a) acompanhante. Demonstre um
exame físico.
2. Informe o diagnóstico provável do paciente.
3. Informe a conduta adequada nesse caso e
demonstre as medidas que devem ser
tomadas imediatamente. Oriente os pais
sobre suas demandas.

ESTAÇÃO 2
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 2

1. Espera-se que o aluno realize


anamnese completa, que pergunte
como o quadro começou, os
sintomas associados, quais foram as
características dessa crise descrita
como convulsiva, pergunte sobre a
duração da crise, sobre o uso de
medicamentos, e a respeito de
doenças prévias. Espera-se que o
aluno faça um exame físico
primeiramente neurológico (se
apresenta sonolência apenas) e
demais aparelhos: ABCDE
respiratório (que estará sem
alterações) frequência cardíaca
(150bpm), oximetria de pulso (95%
em AA), aparelho cardiovascular
(pulsos, perfusão capilar periférica e
ausculta cardíaca sem alterações),
abdômen (sem alterações),
otoscopia (sem alterações),
oroscopia (sem alterações).

2. Crise convulsiva febril ou crise


epiléptica febril
ESTAÇÃO 2

3. Espera-se que aluno informe ao


responsável sobre o diagnóstico de
crise convulsiva provavelmente
febril, que oriente sobre seu caráter
benigno, que monitorize, pode-se
fornecer oxigenoterapia
suplementar enquanto monitoriza,
pode-se puncionar acesso venoso ou
não. Orientar pais sobre a não
necessidade de realização de
exames na urgência.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE


50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 3
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo em uma Unidade Básica de
Saúde.
CASO:
Pedro tem 3 anos e meio, 15 kg. Mãe refere que
criança apresenta febre alta há 2 dias (chegou até
40ºC), não se alimenta, pois sente dor para
engolir, já vomitou 2 vezes, fica deitado durante
todo o dia. Nega qualquer outro sintoma.
ESTAÇÃO 3
TAREFAS – realize e fale em voz alta:

1. A anamnese considerando a queixa trazida


pela acompanhante. Posicione
adequadamente o paciente na cama-maca e
realize exame físico.
2. Informe o diagnóstico provável do paciente.
3. Proponha um tratamento específico e faça
um receituário adequado para o paciente.

ESTAÇÃO 3
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno faça


anamnese completa que pergunte
sobre dias de doença, dias de febre,
sintomas associados como
odinofagia. Pergunte se está
utilizando alguma medicação. Se há
alguma doença prévia. Espera-se
que aluno posicione adequadamente
o paciente em maca e realize exame
físico completo. Oroscopia: tonsilas
palatinas com hipertrofia +++/4+ e
presença de exsudato purulento,
hiperemia, petéquias em palato
mole.
ESTAÇÃO 3

2. Espera-se que o aluno responda


tonsilite aguda, amigdalite aguda,
amigdalite ou amigdalite bacteriana.

3. Espera-se que o aluno seja capaz de


informar sobre tratamento
antibiótico correto com penicilinas
(amoxicilina 50mg/kg,
amoxicilina/clavulanato 50mg/kg,
penicilina G benzatina 6000UI IM).
Espera-se que o aluno saiba
prescrever corretamente dose da
medicação em receituário com
identificação de paciente e via de
administração.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE


50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 4
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo no Pronto-Socorro Pediátrico
de um hospital terciário.
ESTAÇÃO 4
CASO:
Mãe traz filho de 11 meses de idade para
consulta, pois há 2 dias começou com febre (38-
39ºC) e há 1 dia a começaram umas bolinhas na
boca que se espalharam para pele do pescoço, do
peito e das costas. As bolinhas coçam todo o
tempo e a criança está irritada e sem querer
comer. No início, apresentou nariz “escorrendo”.
Nega tosse, diarreia, vômitos ou qualquer outro
sintoma.
TAREFAS – realize e fale em voz alta:

1. A anamnese considerando a queixa trazida


pelo(a) acompanhante. Demonstre um
exame físico.
2. Informe o diagnóstico provável.
3. Informe a conduta adequada nesse caso e
responda à pergunta do acompanhante.

ESTAÇÃO 4
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 4

1. Espera-se que o aluno pergunte ao


acompanhante sobre tempo de
febre, como se deu o surgimento
das lesões de pele. Pergunte sobre
sintomas associados, se há doenças
prévias, se há contato com pessoas
com os mesmos sintomas. Espera-se
que o aluno faça um exame físico
completo mensuração da
temperatura (36,7ºC) ectoscopia
(bom estado geral), avaliação do
aparelho respiratório (sem sinais de
esforço respiratório e ausculta sem
alterações), aparelho cardiovascular
(pulsos, perfusão capilar periférica e
ausculta cardíaca sem alterações),
abdômen (sem alterações),
otoscopia (sem alterações),
oroscopia (sem alterações), aparelho
genital (sem alterações), pele
(presença de vesículas em face,
tronco e dorso, algumas crostas).

2. Varicela ou catapora.
ESTAÇÃO 4

3. Espera-se que aluno oriente uso de


antitérmico, anti-histamínico,
cuidados na limpeza das lesões.
Informe a mãe que existe a vacina
da varicela, porém, o filho ainda não
alcançou idade de recebê-la (15
meses pelo PNI).

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE


50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 5
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Pediatria do Pronto-
Socorro de um hospital terciário.
CASO:
Mãe relata que filho apresenta vômitos (3
episódios hoje), diarreia (4 vezes hoje com fezes
líquidas, sem sangue ou muco), febre há 24h de
38ºC, não aceita nenhum alimento, fez “xixi”
apenas uma vez hoje com cor “amarelo-escura”.
Não ofereceu nenhuma medicação.
ESTAÇÃO 5
TAREFAS – realize e fale em voz alta:

1. A anamnese considerando a queixa trazida


pelo(a) acompanhante.
2. Informe o diagnóstico provável.
3. Proponha um tratamento.

ESTAÇÃO 5
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 5

1. Espera-se que o aluno faça


anamnese que pergunte número de
vômitos, de evacuações, se com
sangue ou muco, presença de febre,
aceitação de alimento, diurese
(volume e aspecto), se foi iniciada
soroterapia oral e se a dieta foi a
habitual nos últimos dias, ou seja,
“se não comeu nada diferente” e se
a criança não tem outras doenças
e/ou não faz uso de nenhuma
medicação. Espera-se que o aluno
faça um exame físico verificando:
estado geral (irritado e intranquilo),
avaliação dos olhos (fundos),
lágrimas (ausentes), boca e língua
(secas), sede (sedento, bebe rápido
e avidamente), sinal da prega
(desaparece lentamente), pulsos
(rápidos), enchimento capilar (3 a
5”).

2. Aceitar que ao aluno use como


diagnóstico: diarreia aguda,
gastroenterocolite aguda,
gastrenterite aguda, infecção
gastrointestinal, desidratação
aguda.
ESTAÇÃO 5

3. Prescrever soroterapia oral (100 a


200 ml a cada hora ou a cada
evacuação ou vômito ou 10 ml/kg a
cada vômito ou evacuação) em
ambiente hospitalar. A prescrição de
soroterapia venosa como primeira
escolha não será considerada
correta, entretanto, se o aluno
explicar que a criança não tolerou o
soro oral, a resposta será
considerada correta. A prescrição ou
não de antiemético será considerada
correta. A prescrição de zinco e/ou
probiótico na alta será considerada
correta. A prescrição de antidiarreico
tipo loperamida será considerada
incorreta.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE


50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 6
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Pediatria de um Pronto-
Socorro de um hospital terciário.
ESTAÇÃO 6
CASO:
Mãe relata que filho tem 2 meses de idade e que
começou a ficar “cansadinho” há 2 dias, com
piora hoje. Informará que filho apresenta nariz
entupido e escorrendo que atrapalha a mamada
no peito e tosse desde hoje. Nega febre. Em casa
tem mais 2 filhos que estão “gripadinhos”. Filho
nasceu com 34 semanas e ficou uns dias na
maternidade, mas não apresentou outros
problemas de saúde. “Mama apenas no peito”.
TAREFA – realize e fale em voz alta:

1. A anamnese considerando a queixa trazida


pelo(a) acompanhante.
2. O exame físico.
3. Informe o diagnóstico provável.
4. Demonstre as primeiras medidas que devem
ser tomadas para o tratamento, em
ambiente hospitalar, e responda às dúvidas
da mãe.

ESTAÇÃO 6
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 6

1. Espera-se que o aluno seja capaz de


realizar uma anamnese objetiva e
questione sobre sintomas como
febre, tosse, coriza. Deverá
questionar se chance de
prematuridade, se há casos
semelhantes na família.

2. Espera-se que o aluno faça um


exame físico direcionado para o
aparelho respiratório, posicione o
paciente em cama-maca, mensure a
temperatura e pergunte ao
examinador sobre: frequência
respiratória (FR: 70irpm), sinais de
esforço respiratório (retração de
fúrcula esternal, tiragens
intercostais, balanço
toracoabdominal, batimento de
aletas nasais), ausculta respiratória
(sibilos, crepitações, roncos),
frequência cardíaca (160bpm),
presença de rinorreia (serosa), tosse
(seca) e oximetria de pulso (86% em
AA).
ESTAÇÃO 6

3. Aceitar que ao aluno use como


diagnóstico: bronquiolite, bebê
chiador, lactente sibilante.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE


50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 7
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Pediatria de um Pronto-
Socorro de um hospital terciário.
CASO:
Mãe traz criança para atendimento referindo que
filho está com crise de bronquite asmática. Refere
que já fez uso de “bombinha”, em casa, 4 jatos de
2 em 2 horas, “mas não teve melhora”.
ESTAÇÃO 7
TAREFA – Realize e fale em voz alta:

1. A anamnese considerando a queixa trazida


pelo(a) acompanhante.
2. O exame físico.
3. Sua hipótese diagnóstica.
4. Demonstre as primeiras medidas que devem
ser tomadas para o tratamento, em
ambiente hospitalar, incluindo a técnica de
uso da medicação.

ESTAÇÃO 7
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno seja capaz de


realizar uma anamnese objetiva e
questione sobre diagnóstico prévio e
tratamento. Deverá questionar se
tem diagnóstico de bronquite
asmática e se já fez uso de
“bombinha”.
ESTAÇÃO 7

2. Espera-se que o aluno faça um


exame físico direcionado para o
aparelho respiratório, posicione o
paciente em cama-maca, mensure a
temperatura (temperatura axilar
38ºC) e pergunte ao examinador
sobre: frequência respiratória (FR:
41irpm), sinais de esforço
respiratório (retração de fúrcula
esternal, tempo expiratório
prolongado, tiragens intercostais),
ausculta respiratória (sibilância
difusa), frequência cardíaca
(130bpm), presença de rinorreia
(serosa), tosse (seca) e oximetria de
pulso (85% em aa).

3. Aceitar como diagnóstico: crise de


asma, exacerbação asmática, asma,
asma aguda, crise de
broncoespasmo, sibilância,
bronquite, broncoespasmo ou
broncoconstrição.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE


50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =
ESTAÇÃO 7
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Pediatria de um Pronto-
Socorro de um hospital terciário.
CASO:
Pai traz filho ao atendimento por motivo de febre
há 4 dias, refere que a temperatura máxima foi de
39ºC e que apresentou febre inclusive hoje (fez
uso de paracetamol com resposta parcial). Pai
relata que não apresenta nenhum outro sintoma
associado. Nega diarreia, vômitos, náuseas, tosse,
coriza, espirros, mudança no aspecto da urina,
manchas na pele, mudança de comportamento,
sonolência. A criança não tem outras doenças e
não faz uso de nenhuma medicação.
TAREFA – Realize e fale em voz alta:

1. A anamnese considerando a queixa trazida


pelo(a) acompanhante e demonstre o exame
físico.
2. Informe o diagnóstico provável.
3. Informe a conduta adequada nesse caso.

ESTAÇÃO 8
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 8

1. Espera-se que o aluno pergunte ao


acompanhante qual foi a
temperatura máxima, se apresentou
febre inclusive hoje, se fez uso de
medicação e qual resposta,
questionar outros sintomas
associados (diarreia, vômitos,
náuseas, tosse, coriza, espirros,
mudança no aspecto da urina,
manchas na pele, mudança de
comportamento, sonolência), e se a
criança não tem outras doenças e
não faz uso de nenhuma medicação.
Espera-se que o aluno faça um
exame físico detalhado tentando
identificar o foco da possível
infecção, incluindo: mensuração da
temperatura (36,7ºC), ectoscopia
(estado geral regular), avaliação do
aparelho respiratório (sem sinais de
esforço respiratório e ausculta sem
alterações), aparelho cardiovascular
(pulsos, perfusão capilar periférica e
ausculta cardíaca sem alterações),
abdômen (sem alterações),
otoscopia (sem alterações),
oroscopia (sem alterações), aparelho
genital (sem alterações).
ESTAÇÃO 8

2. Aceitar como diagnóstico: febre sem


sinais localizatorios, bacteremia
oculta, febre a esclarecer, febre sem
foco, febre.

3. Espera-se que o aluno solicite


hemograma, PCR, EAS, RX do tórax,
VHS, procalcitonina.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE


50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 9
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Pediatria de um Pronto-
Socorro de um hospital terciário.
ESTAÇÃO 9
CASO:
Mãe traz filho de 3 anos à emergência às 16
horas, com quadro de febre há 1 dia. Segundo a
responsável, hoje pela manhã ele acordou
agitado, e foi ficando sonolento ao longo do dia.
Além disso, surgiram lesões arroxeadas e
avermelhadas pelo corpo, que foram piorando nas
últimas duas horas.
TAREFA – Realize e fale em voz alta:

1. A anamnese considerando a queixa trazida


pelo (a) acompanhante e demonstre o exame
físico.
2. Informe o diagnóstico provável.
3. Informe a conduta adequada nesse caso.

ESTAÇÃO 9
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 9

1. Espera-se que o estudante realize


anamnese abrangente e o exame
físico de forma simultânea diante da
gravidade do paciente. Espera-se
que o aluno questione sobre início e
evolução de sintomas, sobre
diurese, sobre características do
sensório da criança que devem ser
adequadas para o desenvolvimento
neuropsicomotor esperado para a
idade. Espera-se, também, que o
aluno perceba paciente sonolento,
mas despertável; escala de coma de
Glasgow: 13; pulsos periféricos com
amplitude diminuída, perfusão
capilar periférica: 4s; FC: 175bpm;
PA: 80 x 50mmHg; petéquias e
lesões purpúricas difusas nos
membros e no tronco.FR: 42 irpm,
som claro pulmonar, sem esforço
respiratório.

2. Aceitar que ao aluno use como


diagnóstico: meningococcemia,
sepse, septicemia.
ESTAÇÃO 9

3. Espera-se que o aluno prescreva


tratamento prontamente. Espera-se
que o paciente seja monitorizado
(FC, FR, Sat O2, PA, diurese), que se
oferte oxigênio suplementar, que
solicite punção de 2 acessos
venosos periféricos, que solicite
exames laboratoriais (hemocultura,
hemograma, ureia, creatinina, íons,
coagulograma, gasometria,
procalcitonina), que prescreva
antimicrobianos de amplo espectro
(ceftriaxona, ampicilina/sulbactam,
por exemplo), que prescreva fase de
hidratação rápida com NaCl 0,9% 20
ml/kg que pode ser repetida até 3
vezes.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE


50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 10
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo em uma Unidade Básica de
Saúde.
ESTAÇÃO 10
CASO:
Mãe leva filho de 3 anos de idade à unidade de
saúde com queixa de “tosse e dificuldade para
respirar”. Mãe relata início há três dias com tosse,
coriza e febre e há 1 dia apresenta cansaço.
TAREFA – Realize e fale em voz alta:

1. A anamnese considerando a queixa trazida


pelo(a) acompanhante e demonstre o exame
físico.
2. Informe o diagnóstico provável.
3. Informe a conduta adequada nesse caso.

ESTAÇÃO 10
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 10

1. Espera-se que o aluno realize


anamnese abrangente sobre os
sintomas apresentados pela criança,
sobre diário de febre, evolução da
doença, questione sobre
comorbidades, uso de medicações.
Espera-se, também, que o aluno
realize exame físico completo,
dando ênfase para o aparelho
ventilatório. O aluno verificará que a
criança apresenta regular estado
geral, afebril, está hidratada,
aparelho respiratório com FR:
40irpm.Ausculta pulmonar:
murmúrio vesicular audível
universalmente, presença de
crepitações em base pulmonar
direita, ausência de sibilância, sem
desconforto respiratório.
Saturimetria de pulso 95% em ar
ambiente.

2. Aceitar como diagnóstico:


pneumonia, broncopneumonia,
pneumonia adquirida na
comunidade.
ESTAÇÃO 10

3. Espera-se que o aluno prescreva


tratamento antimicrobiano
específico (amoxicilina,
amoxicilina/clavulanato), que solicite
reavaliação do paciente em 48
horas. Espera-se, também, que o
paciente não apresente sinais de
toxemia e possa ser tratado
ambulatoriamente, desde que seja
reavaliado. Considerar-se-á correto
se for solicitado radiografia de tórax
ou não. Considerar-se-á correto se
forem solicitados exames
laboratoriais ou não.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE


50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =
CAPÍTULO 6

OSCE na Ginecologia e
Obstetrícia
Autores
Sulani Silva Souza
Denis Carvalho Parry

O que você irá ver neste


capítulo
Abordagem Ginecologia e
Obstetrícia
Exemplos de Cenários e Estações
1. ABORDAGEM GINECOLOGIA E
OBSTETRÍCIA
Diversos são os temas que podem ser abordados
tanto na Ginecologia quanto na Obstetrícia,
quando se pensa em elaborar estações de OSCE
(Exame Clínico Objetivo Estruturado). Inclusive nas
diversas subespecializações (ou seriam
superespecializações?) dentro dessa área, como a
Mastologia, a Sexologia, a Medicina Materno-fetal,
a Endocrinologia Reprodutiva e Infertilidade, a
Oncologia Ginecológica, a Uroginecologia com
cirurgias reconstrutivas, entre outras.
Independentemente da área da Ginecobstetrícia,
não se deve esquecer os preceitos básicos de uma
abordagem e que devem ser cobrados dos
avaliados nas estações de um OSCE dessa
especialidade. A história ginecológica não pode
preceder de pontos como idade da menarca,
desenvolvimento dos caracteres sexuais
secundários, ciclo menstrual, data da última
menstruação (primeiro dia), uso de método
contraceptivo, história sexual (início, número de
parceiros, preferências), presença de úlceras,
sangramento ou alteração da secreção vaginal. Já
na história obstétrica, têm que ser pesquisadas as
gestações anteriores, a idade da primeira e da
última gestação, abortos, natimortos, prematuros,
complicações nas gestações e a amamentação.
Obviamente sem esquecer fatores que podem
influenciar na saúde da mulher e na gestação,
como epilepsia, tireoidopatias, doença
tromboembólica, diabetes, hipertensão, infecções,
alergias, cirurgias, tabagismo, uso de álcool e
outras drogas.
2. EXEMPLOS DE CENÁRIOS E
ESTAÇÕES
ESTAÇÃO 1
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo no ambulatório de
Obstetrícia, no dia 30/08.
CASO:
Mulher de 38 anos G3 P2 A1, chega informando
estar grávida e que a data da sua última
menstruação foi em 13/03. Vem em busca de
acompanhamento pré-natal que não vinha
fazendo.
TAREFAS – descreva em voz alta:

1. A anamnese direcionada com idade


gestacional e data provável do parto.
2. O exame clínico, incluindo as quatro
manobras de Leopold.
3. Quais exames complementares solicitar.
4. E finalmente quais as orientações para
gestante.

ESTAÇÃO 1
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 1

1. Espera-se que o aluno aborde qual o


sentimento em relação à gestação
atual, primeiro dia da última
menstruação (determinação da
idade gestacional), queixas
específicas, como: disposição para
atividades, desconforto mamário,
ingestão de líquidos, náuseas ou
vômitos, dor abdominal,
sangramento, secreção vaginal e
função intestinal.Questionar a
história obstétrica (gestações e
partos, problemas durante as
gestações, gemelaridade),
antecedentes pessoais (diabetes,
hipertensão arterial, cardiopatia),
história sexual, métodos
contraceptivos e cirurgias
ginecológicas (como mama e colo
uterino)
ESTAÇÃO 1

2. Realizar o exame físico geral,


avaliando peso, pressão arterial,
frequência cardíaca e respiratória,
temperatura. Fazer o exame das
mamas, abdominal, obstétrico
(avaliação da altura do fundo
uterino e batimento cardíaco fetal) e
genital. Realizar manobras de
Leopold:Primeira manobra: delimitar
a altura do fundo uterino.Segunda
manobra: verificar situação
fetal.Terceira manobra: determinar
qual a apresentação no estrito
superior da bacia.Quarta manobra:
verificar se a apresentação está
insinuada.

3. Deverá ser solicitado como rotina:


hemograma completo, glicemia de
jejum, tipagem sanguínea e Rh,
sorologias para hepatite B e C, anti-
HIV, VDRL, toxoplasmose, rubéola,
EAS, Papanicolau, ecografia
obstétrica com Doppler.
ESTAÇÃO 1

4. O avaliado deverá dar as seguintes


orientações à paciente: cuidados
com a dieta, higiene, sono, hábitos
intestinais, exercícios, ganho de
peso, vida sexual, amamentação,
viagem, vacinas, frequência do
acompanhamento e movimentos
fetais. Alertar para procurar ajuda
na Obstetrícia se: dor abdominal não
usual, sangramento, perdas
excessivas vaginais, cefaleia,
epigastralgia, edema, febre ou
redução dos movimentos fetais.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE


50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 2
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo em uma Unidade Básica de
Saúde.
ESTAÇÃO 2
CASO:
Paciente de 38 anos, G4P3A1, com 33 semanas de
gravidez, informa que apresenta sangramento
transvaginal com início há um dia e que vem
piorando.
TAREFAS – descreva em voz alta:

1. A anamnese direcionada.
2. Os achados de exame abdominal e
ginecológico.
3. Quais as duas principais hipóteses
diagnósticas neste caso, e o que as
diferenciam ao exame clínico.

ESTAÇÃO 2
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno questione o


início e as características do
sangramento (cor, frequência,
intensidade), fatores associados
(cólicas, movimentos fetais, perdas
vaginais, tontura), história obstétrica
(tipo de parto, placenta prévia),
antecedentes patológicos (diabetes,
hipertensão arterial), trauma, uso de
cigarro, ou drogas.
ESTAÇÃO 2

2. Realizar o exame físico geral,


avaliando peso, pressão arterial,
frequência cardíaca e respiratória,
temperatura. Fazer o exame das
mamas, abdominal, obstétrico
(avaliação da altura do fundo
uterino e batimento cardíaco fetal) e
genital.

3. HD 1: Descolamento prematuro de
placenta – seria previsto encontrar o
abdômen endurecido, doloroso,
sensível, com diminuição ou parada
de movimentos fetais e
sangramento transvaginal
avermelhado.HD 2: Placenta prévia –
seria previsto encontrar abdômen
com volume e tônus preservados,
com movimentos fetais preservados
e sangramento transvaginal
avermelhado

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE


50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 3
ESTAÇÃO 3
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo no ambulatório de
Ginecologia.
CASO:
Mulher 24 anos chega com história de atraso
menstrual há 10 meses. Manifesta sua
preocupação quanto a isso e também seu desejo
de engravidar.
TAREFAS – descreva em voz alta:

1. O que deve ser abordado na história


ginecológica dessa paciente?
2. Quais exames complementares solicitar e em
qual ordem?
3. Quais os diagnósticos possíveis?

ESTAÇÃO 3
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno aborde


características da menstruação,
curetagens anteriores, preferência
de temperatura, cefaleia, mudanças
na visão, acne, presença de caroço
ou mudança de voz, palpitações,
tremores, mudanças na pele,
secreção no peito, vômitos, dor
abdominal, exercício excessivo,
dieta especial, uso de laxativos,
quimioterapia/radioterapia, uso de
contraceptivo ou outras drogas.

2. Importante que haja uma ordem na


investigação das causas. Primeiro
solicitar teste de gravidez (TG), em
seguida prolactina e hormônio
tireotrópico (TSH, T4 livre e T3 livre)
e finalmente folículo estimulante
(FSH) e luteotrófico (LH), cariótipo e
imagem (ultrassonografia,
tomografia de crânio, ressonância
nuclear magnética).

3. Diagnósticos possíveis: gravidez,


síndrome de Asherman, falência
ovariana prematura, síndrome de
ovários policísticos, amenorreia
associada à hiperprolactinemia.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE


50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO
(50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 4
ESTAÇÃO 4
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo em uma Unidade Básica de
Saúde, no dia 30/03.
CASO:
Mulher de 36 anos apresenta secreção
transvaginal em grande quantidade com odor
forte, associada à dor abdominal, principalmente
em fossa ilíaca direita, com temperatura axilar de
38°C.
TAREFAS – descreva em voz alta:

1. A anamnese direcionada.
2. Quais exames complementares solicitar.
3. E quais os diagnósticos possíveis.

ESTAÇÃO 4
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 4

1. Espera-se que o aluno aborde


características do ciclo menstrual,
data da última menstruação, lesões,
características da secreção vaginal,
DST atuais, episódios anteriores,
Papanicolau, atividade sexual e uso
de contraceptivos, parceiros,
orientação sexual, doenças crônicas,
uso de medicamentos, alergias.

2. Exames: teste de gravidez,


hemograma completo, exame de
urina, VDRL, hepatite B e C, HIV,
Papanicolau, imagem (RX e
ultrassonografia).

3. Diagnósticos clínicos possíveis:


apendicite aguda, doença
inflamatória pélvica (DIP), gravidez
ectópica rota, ruptura de cisto
ovariano, torção de ovário, infecção
do trato urinário, vaginite e
cervicite.
ESTAÇÃO 4
N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE
50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 5
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo no ambulatório de
Mastologia.
CASO:
Paciente de 52 anos de idade chega à consulta
referindo dores e presença de nódulos em ambas
as mamas, G0P0. Refere que sua mãe teve câncer
de mama aos 51 anos. Refere ser fumante e
etilista social (SIC). Obesa.
TAREFAS – descreva em voz alta:

1. E realize as etapas do exame das mamas.


2. À paciente, quais os fatores de risco para
câncer de mama.
3. Que exames complementares deverão ser
solicitados.

ESTAÇÃO 5
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 5

1. O aluno deverá realizar no


manequim de mama:A. Inspeção
estática, observando forma, volume,
simetria, alterações cutâneas,
complexo areolopapilar, circulação,
abaulamentos e retrações.B.
Inspeção dinâmica, realizando
manobras de sensibilização para
contrair o peitoral e verificar
abaulamentos e retrações.C.
Palpação da cadeia ganglionar
supraclavicular, intraclavicular,
paraesternal e axilar.D. Palpação das
mamas superficial, dedilhada e
pinçamento, verificar tecido e se
tem nódulos com sua característica
e localização.E. Expressão mamária
para verificar presença de secreção
e ver coloração desta.

2. Obesidade, álcool, genética


(mulheres jovens na família com
história de câncer de mama),
menarca precoce, menopausa
tardia.
ESTAÇÃO 5

3. Deverá ser solicitado como rotina:


ecografia mamária, mamografia,
ressonância magnética, punção
aspirativa por agulha fina, biópsia e
marcadores tumorais.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE


50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 6
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo no Pronto-Socorro de um
hospital público, no setor de Ginecobstetrícia.
CASO:
Chega uma paciente de 17 anos para sua
avaliação, G1P0 com 25 semanas de gestação,
pela DUM e confirmada por ultrassom. Apresenta
náuseas e vômitos, há 3 dias e há ectoscopia
edema importante em MMII. Nega patologias
prévias. Portando exames realizados há dois dias.
ESTAÇÃO 6
TAREFAS – realize e descreva em voz alta:

1. A anamnese e o exame físico, já fazendo


uma hipótese diagnóstica.
2. Quais os sinais de severidade apresentados
pela paciente.
3. Quais condutas a serem realizadas nesta
paciente.
4. Que parâmetros deverão ser monitorados na
paciente.

ESTAÇÃO 6
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno investigue e


detecte que a paciente vem
apresentando cefaleia intermitente,
sintomas visuais e episódios de
tonturas, hipertensão (170x 110
mmHg), com edema de MMII
2+/4+.Apresenta as seguintes
alterações laboratoriais: creatinina =
1.6 mg/dl, proteinúria= 1,2g/ 24h,
plaquetas = 48.000, INR=2.1,
TGO=260. Demais exames
normais.HD – Pré-eclâmpsia.
ESTAÇÃO 6

2. Espera-se que o aluno avalie que os


sinais de gravidade que a paciente
apresenta são: a PA (160x 110
mmHg), com alterações visuais, TGO
(210 UI/l), plaquetopenia, aumento
INR, e proteinúria.

3. Resolução da gestação por parto


normal (indução), colo favorável
Bishop de 11. Segunda opção
cesárea. Sulfato de Magnésio para
profilaxia da eclâmpsia pelos sinais
de severidade da pré-eclâmpsia e
anti-hipertensivo.

4. A pressão arterial, a vitalidade fetal,


a diurese, o reflexo patelar, a
frequência respiratória e a
magnesemia.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE


50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 7
ESTAÇÃO 7
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo no ambulatório de
Ginecologia em uma Unidade Básica de Saúde.
CASO:
Paciente de 48 anos veio para realizar o exame
preventivo. Refere sentir-se “nervosa” e com
calores no corpo, com irregularidade menstrual,
apresentando amenorreia que permanece até por
3 meses, e que quando menstrua, está havendo
aumento do fluxo. G4P3C2A0. Relata ter feito fez
laqueadura tubária há 5 anos.
TAREFAS – descreva em voz alta:

1. A anamnese e o exame físico direcionados.


2. Quais os prováveis diagnósticos.
3. Quais exames complementares solicitar.
4. E, finalmente, quais as orientações para a
paciente.

ESTAÇÃO 7
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 7

1. Espera-se que o aluno questione a


história obstétrica (gestações e
partos, problemas durante as
gestações, gemelaridade),
antecedentes pessoais (diabetes,
hipertensão arterial, cardiopatia),
história sexual, métodos
contraceptivos e cirurgias
ginecológicas (como mama e colo
uterino)Ao toque vaginal será
detectado útero aumentado de
volume ocupando toda a cavidade
pélvica. Colo eutrófico, fechado e
com consistência firme.

2. HD principal – Miomatose
uterina.SUA (sangramento uterino
anormal), climatério, síndrome pós-
laqueadura, irregularidade
menstrual.

3. Solicitar hemograma completo; FSH


e estradiol, além de USG
transvaginal.
ESTAÇÃO 7
N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE
50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 8
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo no Pronto-Socorro de um
hospital público.
CASO:
Paciente com 16 anos, acompanhada com a mãe
e uma Assistente Social, informa que foi
violentada há 4 dias. Foi encaminhada para sua
avaliação, após já ter sido feito Exame de Corpo
de Delito no IML e estar sendo acompanhada por
uma Psicóloga também.
TAREFAS – descreva em voz alta:

1. A história clínica.
2. A orientação de como realizar a profilaxia
neste caso.
3. E quais exames complementares de
acompanhamento deve-se solicitar.

ESTAÇÃO 8
CHECKLIST
ESTAÇÃO 8
N P R

1. Espera-se que o aluno investigue


data, hora e local da agressão, data
da última menstruação, uso de
método contraceptivo, tipo de
agressão, número de agressores, se
o agressor é conhecido ou estava
alcoolizado ou em uso de
substâncias, tipo de relação sexual,
vacinas, história sexual ginecológica
e obstétrica. Lesões no corpo.

2. Contracepção de emergência (até


cinco dias da agressão), profilaxia
para DST não virais, como:
gonorreia, clamídia, sífilis e
tricomoníase, imunoglobulina para
hepatite B. A profilaxia para HIV,
nesse caso, não deve ser realizada,
pois já transcorreu mais de 72 horas
(ou se abuso crônico pelo mesmo
agressor; individualizada em caso de
penetração oral com ou sem
ejaculação).Manter apoio psicológico
ou intervenção.
ESTAÇÃO 8

3. Exames:
Na admissão: secreção vaginal,
VDRL, anti-HIV ou teste rápido,
hepatite B e C, hemograma
completo, glicose, ureia, creatinina,
TGO, TGP, bilirrubinas direta e
indireta, beta-HCG.Na 6ª semana:
gonorreia, infecção por clamídia,
infecção por HPV (inicialmente
usando uma amostra cervical do
teste de Papanicolau), sífilis e
hepatite.No 90º dia: infecção por
HIV.No 6º mês: sífilis, hepatite e
infecção por HIV.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE


50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO
(50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 9
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo no ambulatório de
Ginecologia uma Unidade Básica de Saúde.
ESTAÇÃO 9
CASO:
Mulher 18 anos deseja iniciar vida sexual ativa e
orientação para uso de método contraceptivo,
referindo preferir os métodos hormonais.
TAREFAS – descreva em voz alta:

1. Questões para abordar na história clínica.


2. Quais os critérios de elegibilidade para uso
de contraceptivos devem ser empregados
quando da indicação de método
contraceptivo e suas categoriais.
3. Qual a anticoncepção indicada neste caso.
Explique para a paciente os benefícios e os
possíveis efeitos colaterais e malefícios.

ESTAÇÃO 9
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 9

1. Questões para abordar na história


clínica: atraso menstrual,
característica do ciclo menstrual,
data da última menstruação, história
pessoal ou familiar de câncer de
mama, útero ou hepático,
sangramento transvaginal anormal,
doença cardiovascular,
tromboembolismo, pressão arterial
elevada, cefaleia migratória,
tabagismo.

2. Categoria 1. O método pode ser


usado sem restrições.Categoria 2. O
método, em geral, pode ser usado.
Os benefícios superam os
riscos.Categoria 3. O método, em
geral, não deve ser usado. Os riscos
superam os benefícios.Categoria 4.
O método não deve ser usado. Os
riscos são inaceitáveis.
ESTAÇÃO 9

3. Anticoncepção combinada:
apresenta o componente
estrogênico e progestogênico e pode
ser oral (biodisponibilidade depende,
especialmente, do compromisso da
usuária do método), injetável,
adesivo ou vaginal.Benefícios: baixa
taxa de falha quando utilizado
corretamente. Reduz a ocorrência
de: cólicas menstruais, síndrome
pré-menstrual grave, sangramento
uterino anômalo, anemia ferropriva,
distúrbios benignos da mama, cistos
ovarianos, gravidez ectópica,
osteoporose, câncer de endométrio
e ovários.Possíveis efeitos colaterais
e malefícios: sangramento
intermenstrual é comum nos
primeiros meses. Pode haver
náuseas, vômitos, inchaço, retenção
de líquidos, aumento da pressão
arterial, sensibilidade das mamas,
insônia e enxaquecas. Às vezes,
melasma. Aumenta risco de doenças
tromboembólicos (TEP, TVP, IAM),
principalmente associado ao
tabagismo e à dislipidemia. Não
previne contra DST como os
preservativos. Uso por mais de cinco
anos, probabilidade levemente
maior de câncer do colo do útero.
ESTAÇÃO 9
N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE
50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 10
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo no ambulatório de
Ginecologia em uma Unidade Básica de Saúde.
CASO:
Paciente de 17 anos relata nunca ter feito fez
exame preventivo e chega com queixa de
dispareunia, prurido vaginal e corrimento
acinzentado em pequena quantidade, com odor
fétido (cheiro de peixe pobre) e dor em baixo-
ventre. Refere ter vida sexual ativa há um ano
com o mesmo parceiro, não usa preservativo e
usa anticoncepcional oral.
TAREFAS – descreva em voz alta:

1. E realize o exame especular completo no


manequim ao lado, relatando cada passo.
2. Como deve ser realizada a coleta do material
e quais exames podem lhe auxiliar no
diagnóstico.
3. Qual o diagnóstico provável e o tratamento
baseado no seu diagnóstico.
ESTAÇÃO 10
CHECKLIST
N P R

1. Observar a habilidade motora e


cognitiva do avaliado ao realizar o
exame especular completo,
descrevendo cada passo.

2. Observar a realização da colheita do


material dentro da técnica
preconizada.

3. Vulvovaginite por Gardnerella


vaginalis. Uso de metronidazol, oral
e local (óvulos). Deve ser tratado o
parceiro

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE


50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =
CAPÍTULO 7

OSCE na Clínica
Cirúrgica
Autor
Helmgton J. B. Souza

O que você irá ver neste


capítulo
Abordagem dos Principais Temas
Exemplos de Cenários e Estações
1. ABORDAGEM DOS PRINCIPAIS
TEMAS.
O Exame Clínico Objetivo Estruturado (OSCE)
vem sendo amplamente utilizado para avaliar
habilidades clínicas, tanto em instituições de
ensino superior, quanto em exames nacionais de
admissão em programas de pós-graduação.
Os estudantes, quando iniciam a sua formação
médica, trazem motivações conscientes envolvidas
na escolha do curso, expectativas e a busca de
aprendizagem e de obtenção de conhecimento,
visando o desenvolvimento de competências, com
vista ao futuro profissional. É uma área que exige a
busca continua do desenvolvimento de expertise.
Essa exigência é imposta pelos próprios
estudantes, professores, profissionais de saúde e
doentes. Mas também por toda a sociedade, que
anseia que o futuro profissional apresente
qualificação e habilidades necessárias nos
procedimentos clínicos, lidando com a ética, a
segurança do paciente, a responsabilidade e o
trabalho em equipe. O objetivo deste capítulo é
apresentar, de modo prático, exemplos de cenários
de OSCE voltados à avaliação de competências em
clínica cirúrgica, detalhando os principais aspectos
a serem considerados no momento do seu
planejamento, execução e avaliação.
Estações de OSCE voltadas para avaliar
competências nas áreas cirúrgicas devem,
adicionalmente, levar em consideração no seu
planejamento a possibilidade de realização de
procedimentos, na maioria das vezes, invasivos, o
que determinará a necessidade de disponibilização
de mais tempo para sua realização. Nesse sentido,
a utilização de equipamentos que permitam a
execução dessas tarefas deve ser avaliada no
momento do planejamento de uma estação. Desse
modo, no planejamento do OSCE, essas
necessidades materiais devem ser pontuadas
detalhadamente, evitando dificuldades durante a
realização do processo avaliativo.
Essa execução de procedimentos, entretanto,
pode ser distribuída por mais de uma estação. Por
exemplo, em um cenário em que, além de avaliar
a capacidade diagnóstica, se prevê a necessidade
de realizar uma drenagem torácica, a etapa de
paramentação, preparação (antissepsia, colocação
dos campos cirúrgicos, organização de
instrumental e anestesia local), e a execução da
técnica de drenagem propriamente dita, podem e
devem ser distribuídas em ambientes diferentes,
onde cada etapa do processo será avaliada por um
examinador específico.
2. EXEMPLOS DE CENÁRIOS E ESTAÇÕES
Apresentaremos a seguir alguns exemplos de cenários de OSCE,
voltados para avaliar competências em áreas cirúrgicas de uma
matriz curricular do curso de medicina.
ESTAÇÃO 1
FICHA DE AVALIAÇÃO
CASO:
Paciente masculino, 21 anos, estudante universitário, acordou esta
manhã com dor abdominal e náuseas. Refere que a dor abdominal
era inicialmente periumbilical, migrando depois para a fossa ilíaca
direita. Apresentou 1 episódio de vômitos com restos alimentares.
Refere febre. Não evacuou desde o início dos sintomas.
CENÁRIO:
Você está atendendo na Clínica Cirúrgica do Pronto-Socorro de um
hospital terciário.
TAREFAS – Realize na sequência e fale em voz alta:

1. A anamnese.
2. O exame físico.
3. Solicitar os exames necessários ao diagnóstico.
4. Estabelecer a hipótese diagnóstica, o diagnóstico diferencial e
as condutas iniciais.

ESTAÇÃO 1
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno realize a anamnese objetiva,


questione alergia medicamentosa (ausente), história
familiar (mãe hipertensa e pai desconhecido) e
pessoal pregressa (nega patologias), hábitos
(alimentação adequada e realiza atividades físicas
moderadas). Explore as características da dor (como
início, intensidade, localização e irradiação) e dos
sintomas associados (vômitos e febre).
ESTAÇÃO 1

2. Ao exame espera-se que o aluno investigue e detecte


que o paciente se encontra em REG, corado,
desidratado (+/4+), acianótico, anictérico,
deambulando em posição antálgica. Sem alterações
respiratórias com ausculta cardiopulmonar normal.
Extremidades: aquecidas sem edema. Se pesquisar
FR: 22 ipm, FC: 122 bpm, PA: 128 x 86 mmHg, SatO2:
98 % e Temp.: 38,5°C.Abdômen: distendido,
simétrico, sem cicatrizes, timpânico difusamente,
RHA muito diminuídos, abdômen tenso, dor difusa à
palpação superficial e profunda, Blumberg e Murphy
(+), Piparotti e Giodano (-).

3. Aluno deve solicitar exames complementares e


identificar o seguinte nos resultados:Hemograma
completo – leucocitose com desvio para a esquerda
(17.900 com bastões: 12% e segmentados: 74%).EAS
– normal USG de abdômen – imagem em alvo na
FID.Rx de abdômen – alça sentinela na FID.

HD: Apendicite DD: Diverticulite, colecistite,


ITU.Condutas:Hidratação Antibioticoterapia (Cefoxitina
OU cloranfenicol + metronidazol + gentamicina)
N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 2
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Clínica Cirúrgica do Pronto-Socorro de um
hospital público.
ESTAÇÃO 2
CASO:
Paciente do sexo feminino, 35 anos, deu entrada no PS com queixa
de dor abdominal de forte intensidade, em hipocôndrio direito.
Refere episódios semelhantes nos últimos 3 meses, pouco
responsivos ao uso de analgésicos e associados a náuseas,
vômitos e febre.
TAREFAS – Realize na sequência e fale em voz alta:

1. A anamnese.
2. O exame físico.
3. Solicite os exames necessários ao diagnóstico.
4. Estabeleça a hipótese diagnóstica, o diagnóstico diferencial e
as condutas iniciais.

ESTAÇÃO 2
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno realize a anamnese objetiva,


questione alergia medicamentosa (ausente), história
familiar (mãe diabética e pai hipertenso) e pessoal
pregressa (nega patologias), hábitos (alimentação
adequada e sedentário). Explore as características da
dor (como início, intensidade, localização e
irradiação) e dos sintomas associados (vômitos, febre
e prostração).
ESTAÇÃO 2

2. Ao exame espera-se que o aluno investigue e detecte


que paciente se encontra em BEG, descorada (+/IV),
desidratada (++/IV), acianótica, ictérica (++/IV) e
febril. Sem alterações respiratórias com ausculta
cardiopulmonar normal. Extremidades: aquecidas
sem edema. Se pesquisar FR: 25 ipm, FC: 125 bpm,
PA: 90 x 65 mmHg, SatO2: 92 % e Temp.: 39,5°C
Abdome: semigloboso, simétrico, timpânico
difusamente, RHA presentes, doloroso à palpação
superficial e profunda em HD, Blumberg, Piparotti e
Giodano (-); e Murphy (+).

Aluno deve solicitar exames complementares e


identificar o seguinte nos resultados:Hemograma –
leucocitose com desvio para a esquerda (19.900 com
bastões: 9%).Bioquímica – FA: 315 U/L; Gama GT: 700
U/L; TGO:72 U/L; TGP: 98 U/L; Amilase: 45 U/L; BT: 11,2
mg/dL; BD: 8,2 mg/dL. Provas inflamatórias – VHS: 42
mm; PCR: 15 mg/L. Gasometria Arterial – pH: 7,20; PO2:
75 mmHg; PCO2: 50 mmHg; HCO3: 20 mmol/L; SatO2:
90%; Lactato: 20 mmol/L (4 a 14 mmol/L).USG de
abdômen – Dilatação das vias biliares intra e extra-
hepáticas, com presença de coledocolitíase.
HD: colangite e sepse – caracterizar e diferenciar esse
quadro se tríade de Charcot ou se pêntade de Reynolds.
Condutas:Expansão volêmica.Aminas vasoativas
(noradrenalina).Solicitar hemocultura.Monitorização (PAI,
PVC, sondagem vesical).Antibioticoterapia (quinolona +
metronidazol OU carbapenêmico).Indicação de
tratamento cirúrgico de emergência.Analgesia +
antiespasmódico.Possibilidade de realização de CPRE de
emergência.
N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 3
FICHA DE AVALIAÇÃO
ESTAÇÃO 3
CENÁRIO:
Você está atendendo na Clínica Cirúrgica do Pronto-Socorro de um
hospital universitário.
CASO:
Paciente masculino, 22 anos, iniciou quadro de dor torácica à
esquerda há cerca de 4 semanas.
TAREFAS – Realize na sequência e fale em voz alta:

1. A anamnese.
2. O exame físico.
3. Solicite os exames necessários ao diagnóstico.
4. Estabeleça o diagnóstico do quadro com conduta imediata e
sua etiologia, estabelecendo o tratamento definitivo.

ESTAÇÃO 3
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno realize a anamnese objetiva,


questione alergia medicamentosa (ausente), história
familiar (pai e mãe falecidos de causa desconhecida)
e pessoal pregressa (nega patologias), hábitos
(alimentação inadequada e não realiza atividades
físicas). Explore as características dos sintomas
(como início, localização, irradiação e evolução) e
dos sintomas associados (tosse seca, febre,
emagrecimento e sudorese noturna).
ESTAÇÃO 3

2. Ao exame espera-se que o aluno investigue e detecte


que paciente se encontra em REG, lúcido, orientado,
corado, desidratado (++/IV), acianótico, anictérico,
taquidispnéico, afebril. Aparelho cardiovascular se
alterações. Extremidades: aquecidas e sem edema.
Se pesquisar FR: 21 ipm, FC: 105 bpm, PA: 115 x 75
mmHg, SatO2: 92 % e Temp.: 36,5°C.Abdômen –
flácido, indolor à palpação, RHA (+), sem
VCM.Aparelho respiratório – expansibilidade
preservada bilateralmente, discreta tiragem
intercostal; frêmito toracovocal preservado;
timpânico difusamente e submacicez móvel em base
esquerda; MVBD difusamente e diminuído em base
esquerda, sem RA.

Aluno deve solicitar exames complementares e


identificar o seguinte nos resultados:Hemograma – sem
alterações.Bioquímica – sem alterações. Gasometria
arterial – pH: 7,43; PO2: 80 mmHg; PCO2: 38 mmHg;
HCO3: 23 mEq/L; BE: -1 mmol/L; Sat O2: 95%.Rx de tórax:
derrame pleural em base esquerda.
HD: derrame pleural.Conduta imediata – hidratação,
oxigenoterapia (cateter ou máscara) e drenagem
torácica esquerda.Espera-se que o aluno solicite a
análise do líquido pleural: glicose: 58 mg/dL (no sangue:
80 mg/dL); proteínas totais: 5,5 g/dL (no sangue: 6,0
g/dL); LDH: 300 mg/dL (no sangue: 400 mg/dL – VN: 120
– 246 mg/dL); citologia: 13 mil leucócitos com 90% de
linfócitos, 10% de monócitos e raras células mesoteliais;
adenosina deaminase (ADA): 50 UI/L (VN: até 40
UI/L).Diagnóstico etiológico: tuberculose.Tratamento
definitivo – isoniazida; rifampicina; pirazinamida;
etambutol.
N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 4
ESTAÇÃO 4
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo no Pronto-Socorro de um hospital de
referência em trauma.
CASO:
Sebastião, 35 anos, está sendo trazido pelo SAMU, que o atendeu
em via pública, após acidente de trânsito. Paciente estava sem
cinto de segurança e no banco da frente do veículo. Equipe de
paramédicos informa trauma torácico com múltiplas fraturas de
costelas. Foi realizada imobilização do paciente e punção de 2
acessos venosos calibrosos (jelco 14), por onde foram infundidos,
até o momento, 1.500 ml de solução cristaloide. No local do
atendimento, paciente mostrava-se consciente e orientado. No
decorrer do transporte, entretanto, apresentou rebaixamento do
nível de consciência. Na chegada ao PS, paciente não respondia às
solicitações. Pulsos não palpáveis.
TAREFAS – Realize na sequência e fale em voz alta:

1. Tome as condutas iniciais para o caso, conforme apresentado.


2. Com base nos dados relatados e relacionados ao exame
físico, estabeleça o provável diagnóstico e tratamento
imediato recomendado.
3. Após a estabilização, qual procedimento é esperado? Realize
e descreva a técnica em voz alta.

ESTAÇÃO 4
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno cheque o pulso (ausente) do


paciente (não responsivo), confirme o ritmo de AESP
(parâmetros que devem constar no monitor: FC: 65
bpm / PA: não detectado / SatO2: não detectada) e
realize as manobras de RCP:Iniciar massagem
cardíaca – 30 compressões/min.Intubação
orotraqueal.Administração de adrenalina – 1 mg IV a
cada 3-5 min.Checar pulso a cada 2 min.
ESTAÇÃO 4

2. Durante as manobras de RCP o avaliador informará


que o paciente apresenta instabilidade torácica à
esquerda e sinais de enfisema subcutâneo. Espera-se
que o aluno, ao receber essa informação estabeleça
o diagnóstico provável e realize a conduta
adequada.HD – pneumotórax hipertensivo.Conduta –
descompressão torácica com jelco calibroso (nº 14),
levando em consideração:Antissepsia.Colocação de
campos cirúrgicos.Punção do 5º EICE, anteriormente
à linha axilar média até atingir o espaço pleural, um
pouco anterior à linha axilar média.

3. Realizada a descompressão torácica e recuperados


os sinais vitais (FC: 85 bpm / PA: 110 x 75 mmHg /
SatO2: 96%), questionar ao aluno qual a próxima
conduta a ser tomada:Indicar e realizar a drenagem
torácica.Realizar o procedimento, levando em
consideração:Antissepsia.Colocação de campos
cirúrgicos.Incisão ao nível do 5° EICE, anteriormente
à linha axilar média, no mesmo local onde foi
realizada a punção.Localizar a borda superior da
costela inferior.Introduzir o tubo de drenagem e
conectá-lo ao sistema de drenagem em selo d’água.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 5
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Clínica Cirúrgica do Pronto-Socorro de um
hospital terciário.
ESTAÇÃO 5
CASO:
Sebastião Marinho, 62 anos, sexo masculino, chega ao serviço de
emergência com dor abdominal intensa de início súbito há cerca
de cinco horas, com náuseas, vômitos, sudorese e taquicardia.
Apresentando piora da dor com a alimentação ou uso de álcool e
quando deita de costas.
TAREFAS – Realize na sequência e fale em voz alta:

1. A anamnese.
2. O exame físico.
3. Solicite os exames necessários ao diagnóstico.
4. Estabeleça a hipótese diagnóstica, o diagnóstico diferencial e
as condutas terapêuticas.

ESTAÇÃO 5
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno realize a anamnese objetiva,


questione alergia medicamentosa (ausente), história
familiar (pais hipertensos diabéticos) e pessoal
pregressa (hipertenso, faz uso de amlodipina),
hábitos (etilismo crônico – 1/2 litro de
aguardente/dia). Explore as características da dor
(como início, intensidade, localização e irradiação) e
dos sintomas associados (vômitos, febre e sudorese).
ESTAÇÃO 5

2. Ao exame espera-se que o aluno investigue e detecte


que paciente se encontra em REG, lúcido, orientado,
levemente taquipneico, apirético, corado,
desidratado (+++/IV), anictérico, sudoreico, febril.
Sem alterações respiratórias e cardiovasculares.
Extremidades: frias, perfusão levemente diminuída e
sem edema. Se pesquisar FR: 24 ipm, FC: 125 bpm,
PA: 95 x 65 mmHg, SatO2: 98% e Temp.:
37,9°C.Abdômen: distendido (+/IV), simétrico;
timpânico difusamente, RHA diminuídos, muito
doloroso espontaneamente em andar superior, com
irradiação dorsal. Palpação superficial e profunda, dor
mais em hipocôndrio esquerdo, Murphy, Blumberg e
Giordano negativos.

Aluno deve solicitar exames complementares e


identificar o seguinte nos resultados:Hemograma –
leucocitose sem desvio para esquerda (17.000 com
bastões: 4%).Bioquímica – Na: 134 mg/dL; K: 3,4 mmol/L;
glicemia: 180 md/dL; Ur: 55 mg/dL; Cr: 1,0
mg/dL;Gasometria arterial – pH: 7,24; PO2: 80 mmHg;
PCO2: 28 mmHg; HCO3: 18 mmol/L; BE: – 4 mmol/L;
SatO2: 98%. Enzimas: lipase: 500 U/L; amilase: 800 U/L;
LDH: 280 UI/L; TGO: 45 U/L; TGP: 50 U/L.TC de abdome: –
inflamação e edema pancreático e peripancreático, sem
necrose.
HD: pancreatite.Caracterizar a gravidade pelos critérios
de Ransom e Balthazar Condutas:Oxigenoterapia por
cateter ou máscara.Instalação de soro fisiológico 0,9% –
2.000 ml EV rápido + manutenção.Sondagem vesical
para monitorizar hidratação.Terapêutica sintomática:
antiemético, analgésico.Jejum, inibidor de bomba de
prótons e NPT.Antibioticoterapia (carbapenêmico,
quinolona e metronidazol).
N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 6
ESTAÇÃO 6
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Clínica Cirúrgica do Pronto-Socorro de um
hospital terciário.
CASO:
O paciente José da Silveira Gomes, 48 anos, sexo masculino, chega
ao Pronto-Socorro a com dor abdominal intensa de início súbito em
região epigástrica há cerca de quatro horas, com náuseas,
vômitos, sudorese e taquicardia. Apresentando piora da dor com a
movimentação.
TAREFAS – Realize na sequência e fale em voz alta:

1. A anamnese.
2. O exame físico.
3. Solicite os exames necessários ao diagnóstico.
4. Estabeleça a hipótese diagnóstica, o diagnóstico diferencial e
as condutas terapêuticas.

ESTAÇÃO 6
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno realize a anamnese objetiva,


questione alergia medicamentosa (ausente), história
familiar (pais hipertensos) e pessoal pregressa
(portador de artrite, faz uso de anti-inflamatório),
hábitos (alimentação irregular, muito condimentada –
pimenta). Explore as características da dor (como
início, intensidade, localização e irradiação) e dos
sintomas associados (pirose, disfagia e plenitude
pós-prandial há cerca de 3 meses).
ESTAÇÃO 6

2. Ao exame espera-se que o aluno investigue e detecte


que paciente se encontra em REG, lúcido, orientado,
levemente taquipneico, apirético, hipocorado +/4+,
desidratado ++/4+, anictérico, sudoreico, afebril.
Vômitos com algum sangue presente. Sem alterações
respiratórias e cardiovasculares. Extremidades: frias,
perfusão levemente diminuída e sem edema. Se
pesquisar FR: 24 ipm, FC: 120 bpm, PA: 90 x 60
mmHg, SatO2: 92 % e Temp.: 36,6°C.Abdômen:
distendido (+/IV), tenso; timpânico difusamente, RHA
diminuído, muito doloroso espontaneamente com
piora ao movimentar-se. À palpação superficial e
profunda, doloroso difusamente com Blumberg
positivo.

Aluno deve solicitar exames complementares e


identificar o seguinte nos resultados:Hemograma –
leucocitose sem desvio para esquerda (14.000 com
bastões: 4%).Bioquímica – Na: 134 mg/dL; K: 3,4 mmol/L;
Glicemia: 72 md/dL; Ur: 65 mg/dL; Cr: 1,0
mg/dL.Gasometria arterial – pH: 7,24; PO2: 80 mmHg;
PCO2: 28 mmHg; HCO3: 18 mmol/L; BE: – 4 mmol/L;
SatO2: 98%; Enzimas: lipase: 100 U/L; amilase: 200 U/L;
LDH: 130 UI/L; TGO: 45 U/L; TGP: 50 U/L.Rx de tórax e
abdômen: imagem de ar em cúpula infradiafragmática.
Sinal de Riegler (+).TC de abdômen: coleção contatando
a parede gástrica posterior.
HD: úlcera péptica perfurada.Condutas: dieta zero;
hidratação; sonda vesical; SNG; bloqueador de bomba de
próton intravenoso; antibiótico de amplo espectro
(ampicilina / sulbactam ou piperacilina / tazobactam,
associados a metronidazol).Tratamento cirúrgico de
emergência.
N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 7
FICHA DE AVALIAÇÃO
ESTAÇÃO 7
CENÁRIO:
Você está atendendo na Clínica Cirúrgica do Pronto-Socorro de um
hospital privado.
CASO:
Célia Silveira, 24 anos, sexo feminino, previamente hígida, chega
ao Serviço de Emergência com dor abdominal intensa, vômitos
incoercíveis, sudorese e taquicardia. Início súbito há cerca de duas
horas.
TAREFAS – Realize na sequência e fale em voz alta:

1. A anamnese.
2. O exame físico.
3. Solicite os exames necessários ao diagnóstico.
4. Estabeleça a hipótese diagnóstica, o diagnóstico diferencial e
as condutas terapêuticas.

ESTAÇÃO 7
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno realize a anamnese objetiva,


questione alergia medicamentosa (ausente), história
familiar (pais diabéticos e hipertensos) e pessoal
pregressa (sem doenças conhecidas), hábitos
(tabagista). Explore as características da dor (como
início, intensidade, localização e irradiação) e dos
sintomas associados (vômitos sudorese, taquicardia).
ESTAÇÃO 7

2. Ao exame espera-se que o aluno investigue e detecte


que paciente se encontra em BEG, lúcida, orientada,
levemente taquipnêica, apirética, corada,
desidratada ++/4+, anictérica, sudoreica. Sem
alterações respiratórias e cardiovasculares.
Extremidades: perfundidas e sem edema. Se
pesquisar FR: 24 ipm, FC: 118 bpm, PA: 150 x 92
mmHg, SatO2: 98 % e Temp.: 36,8°C.Abdômen:
plano e simétrico, timpânico difusamente, RHA
mantidos, muito doloroso difusamente, mais em
flanco e FID à palpação superficial e profunda, nega
lombalgia espontânea, Giordano (+) à direita.

Aluno deve solicitar exames complementares e


identificar o seguinte nos resultados:Hemograma – sem
alterações.Bioquímica – Na: 136 mg/dL; K: 3,5 mmol/L;
Ur: 55 mg/dL; Cr: 1,0 mg/dL.Gasometria arterial – pH:
7,45; PO2: 80 mmHg; PCO2: 32 mmHg; HCO3: 25
mmol/L; BE: +2 mmol/L; SatO2: 98%. EAS: pH = 7,8;
densidade = 1.028; Hemoglobina = +++; Hemácias =
numerosas; leucócitos = 2; flora bacteriana = ausente;
nitrito = negativo ; proteína = negativo; cristais =
carbonato de cálcio.USG renal: hidronefrose à direita.TC
de abdômen: cálculo em ureter intramural vesical direito.
HD: Cólica nefrética / litíase ureteral
Condutas:Hidratação.Sonda
vesical.Analgesia.Encaminhar para avaliação urológica.
N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 8
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Clínica Cirúrgica do Pronto-Socorro de um
hospital privado.
ESTAÇÃO 8
CASO:
Maria Aparecida, 46 anos, admitida com história de que há 15
meses apresentou vários episódios de dor à evacuação e diarreia,
às vezes com sangue vivo. Durante essas crises relata ocorrência
de febre diária e intensa astenia. A partir de então, os sintomas
intestinais passaram a evoluir com características de surtos e
remissões. Refere surgimento, neste período, de algumas lesões
nos MMII.
TAREFAS – Realize na sequência e fale em voz alta:

1. A anamnese.
2. O exame físico.
3. Solicite os exames necessários ao diagnóstico.
4. Estabeleça a hipótese diagnóstica, o diagnóstico diferencial e
as condutas terapêuticas.

ESTAÇÃO 8
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno realize a anamnese objetiva,


questione alergia medicamentosa (ausente), história
familiar (falecidos de causa natural) e pessoal
pregressa (sem doenças conhecidas), hábitos
(sedentário). Explore as características dos sintomas
(como início, intensidade, localização e irradiação da
dor) e dos sintomas associados (fraqueza e perda de
peso (6 kg) desde o início dos sintomas).
ESTAÇÃO 8

2. Ao exame espera-se que o aluno investigue e detecte


que paciente se encontra em BEG, orientada,
hidratada, anictérica, descorada (+/IV), afebril e
acianótica. Sem alterações respiratórias e
cardiovasculares. Extremidades: perfundidas e com
edema (++/IV). Se pesquisar FR: 16 ipm, FC: 92 bpm,
PA: 120 x 75 mmHg, SatO2: 98 % e Temp.: 36,8°C
Abdômen: plano e simétrico; timpânico difusamente,
RHA mantidos, flácido, pouco doloroso à palpação
profunda em fossa ilíaca esquerda. Sem VCM. Traube
livre. Pequeno sangramento ao toque retal.

3. Aluno deve solicitar exames complementares e


identificar o seguinte nos resultados:Hemograma –
anemia (Hb: 9,6 g/dL; Ht: 30,2%).Bioquímica – Na:
135 mg/dL; K: 3,2 mmol/L; Ur: 77 mg/dL; Cr: 1,8
mg/dL.PCR: 12 mg/L; VHS: 25 mm.Sorologias para
hepatite: negativas.Retossigmoidoscopia /
colonoscopia: mucosa retal e colônia edemaciada e
friável. Úlceras e depósito de fibrina, com sinais de
sangramento recente em todo o trajeto do cólon.

4. HD: Retocolite ulcerativa Condutas:Hidratação


Orientação de dieta (pobre em fibras,
laticínios).Suplementação de cálcio e vitamina
D.Tratar com sulfasalazina e prednisona.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 9
FICHA DE AVALIAÇÃO
ESTAÇÃO 9
CENÁRIO:
Você está atendendo na Clínica Cirúrgica do Pronto-Socorro de um
hospital terciário.
CASO:
Joana Pereira, 54 anos, vítima de acidente automobilístico, foi
diagnosticada com hemotórax à esquerda e submetida à
drenagem torácica. Após 4 dias, o dreno foi retirado, mas a
paciente evoluiu com febre e dor torácica. Após 13 dias foi
submetida a TC de tórax e abdômen que evidenciaram empiema
torácico esquerdo e imagem abdominal sugestiva de hematoma
periesplênico. Não foi identificado líquido livre em cavidade
abdominal. Submetida a decorticação pulmonar esquerda por
videotoracoscopia, evoluindo com aparente resolução do quadro.
Após 2 dias da cirurgia, apresentava-se em bom estado geral, apto
a receber alta da UTI, quando evolui com hipotensão severa e
sudorese fria.
TAREFAS – Realize na sequência e fale em voz alta:

1. A anamnese.
2. O exame físico.
3. Solicite os exames necessários ao diagnóstico.
4. Estabeleça a hipótese diagnóstica, o diagnóstico diferencial e
as condutas terapêuticas.

ESTAÇÃO 9
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno realize a anamnese objetiva,


questione alergias (ausente), história familiar (pai
diabético) e pessoal pregressa (sem doenças
conhecidas), hábitos (alimentação equilibrada e faz
exercício regularmente). Explore as características dos
sintomas (tontura, sudorese fria) e dos sintomas
associados (fraqueza e choque).
ESTAÇÃO 9

2. Ao exame espera-se que o aluno investigue e detecte


que a paciente se encontra em REG, lúcida, orientada,
levemente taquipnêica, apirética, descorada ++/IV,
desidratada ++/IV, anictérica. Sem alterações
respiratórias e cardiovasculares. Extremidades:
perfundidas e com edema (+/IV). Se pesquisar FR: 25
ipm, FC: 120 bpm, PA: 95 x 55 mmHg, SatO2: 92 % e
Temp.: 36,5°C.Abdômen: distendido e simétrico;
timpânico difusamente, RHA diminuídos, flácido, pouco
doloroso à palpação superficial. Sem VCM. Traube livre.
Sem sinais de irritação peritoneal.

Aluno deve solicitar exames complementares e identificar o


seguinte nos resultados:Hemograma – anemia (Hb: 7,2
g/dL; Ht: 22%).Bioquímica – sem alterações.Gasometria:
pH: 7,28; PO2: 78 mmHg; PCO2: 45 mmHg; HCO3: 16
mmol/L; SatO2: 90%.Coagulação: TP: 55%; TTPA: 50 seg;
INR: 2,5.TC de abdômen: líquido livre em cavidade
abdominal.
HD: Hemoperitôneo / sangramento
periesplênico.Condutas:Hidratação.Hemotransfusão.Aminas
vasoativas.Monitorização: PVC, PAI, sondagem
vesical.Indicar laparotomia exploradora.
N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 10
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Clínica Cirúrgica do Pronto-Socorro de um
hospital terciário.
ESTAÇÃO 10
CASO:
Maria Odete, 64 anos, admitida na emergência com queixa de
tosse e dispneia. Refere ser portadora de problemas cardíacos e
faz uso regular de losartana (50 mg/dia), captopril 50 mg/dia (dose
recentemente aumentada por seu cardiologista), varfarina (5 mg
VO/dia) e AAS (100 mg/dia). Fez exames recentes, mas esqueceu
em casa. Refere que diminuiu a quantidade de urina nas últimas
12 horas.
TAREFAS – Realize na sequência e fale em voz alta:

1. A anamnese.
2. O exame físico.
3. Solicite os exames necessários ao diagnóstico.
4. Estabeleça a hipótese diagnóstica, o diagnóstico diferencial e
as condutas terapêuticas.

ESTAÇÃO 10
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno realize a anamnese objetiva,


questione alergias (ausente), história familiar (pai
diabético) e pessoal pregressa (sem doenças
conhecidas), hábitos (alimentação equilibrada e faz
exercício regularmente). Explore as características dos
sintomas (tontura, sudorese fria) e dos sintomas
associados (fraqueza e choque).
ESTAÇÃO 10

2. Ao exame espera-se que o aluno investigue e detecte


que paciente se encontra em REG, lúcida, orientada,
levemente taquipnêica, apirética, descorada ++/IV,
desidratada ++/IV, anictérica. Sem alterações
respiratórias e cardiovasculares. Extremidades:
perfundidas e com edema (+/IV). Se pesquisar FR: 25
ipm, FC: 120 bpm, PA: 95 x 55 mmHg, SatO2: 92 % e
Temp.: 36,5°C.Abdômen: distendido e simétrico;
timpânico difusamente, RHA diminuídos, flácido, pouco
doloroso à palpação superficial. Sem VCM. Traube livre.
Sem sinais de irritação peritoneal.

Aluno deve solicitar exames complementares e identificar o


seguinte nos resultados:Hemograma – anemia (Hb: 7,2
g/dL; Ht: 22 %).Bioquímica – sem alterações.Gasometria:
pH: 7,28; PO2: 78 mmHg; PCO2: 45 mmHg; HCO3: 16
mmol/L; SatO2: 90%.Coagulação: TP: 55%; TTPA: 50 seg;
INR: 2,5.TC de abdômen: líquido livre em cavidade
abdominal.
HD: Hemoperitôneo / sangramento
periesplênico.Condutas:Hidratação.Hemotransfusão.Aminas
vasoativas.Monitorização: PVC, PAI, sondagem
vesical.Indicar laparotomia exploradora.
N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =
CAPÍTULO 8

OSCE na Medicina
Preventiva
Autora
Kátia Paula de Araújo

O que você irá ver neste


capítulo
Abordagem dos Principais Temas
Exemplos de Cenários e Estações
1. ABORDAGEM DOS PRINCIPAIS
TEMAS.
O OSCE na Medicina Preventiva (MP) pode ser
extremamente abrangente, avaliando questões de
conhecimento sobre conceitos básicos de
epidemiologia, com enfoque para os temas de uso
corrente na descrição dos danos ou agravos à
saúde das populações, utilizando os fundamentos
teóricos, metodológicos e técnicos do
conhecimento epidemiológico e da bioestatística
nos vários cenários da prática, em especial, na
forma de aplicá-los nos serviços de saúde do
Sistema Único de Saúde (SUS), sendo possível
solicitar a construção e a interpretação de índices
e indicadores epidemiológicos do processo saúde-
doença; o desenvolvimento de planos amostrais
para inquéritos epidemiológicos de base
populacional e a compreensão e o uso de medidas
de posição e variabilidade na descrição de dados
epidemiológicos, além da interpretação dos
eventos relacionados à saúde nas dimensões
temporal e espacial e nas características ligadas
às pessoas, ou seja, identificar e analisar os
impactos, as barreiras, o alcance e os desafios das
redes de informação e comunicação em saúde por
meio do conhecimento dos fundamentos e a
história da Epidemiologia.
Outros temas que podem ser cobrados em um
OSCE de MP são: os fundamentos do processo
saúde-doença; os aspectos históricos da reforma
sanitária brasileira; os aspectos teóricos e práticos
dos modelos de atenção à saúde, a estruturação
histórica e jurídico-institucional do SUS; os
aspectos históricos, as concepções políticas
públicas e os modelos tecnoassistenciais da
Atenção Primária à Saúde (APS) e as questões
relacionadas à gestão.
Assim, é importante recordar conceitos, tais
como os da divisão da epidemiologia em:

Epidemiologia descritiva com suas três


variáveis principais, da pessoa (sexo, idade,
comorbidade, etnia, local de moradia,
doenças), do tempo (em que momento do
tempo a doença ocorre – se inverno, verão
etc.) e do local (lugar geográfico em que
ocorre – bairro, creche, cidade, continente,
mundo). Os estudos são transversais, de
prevalência ou descritivo, e lhe possibilitam
fazer o cálculo da razão de prevalência.1
Epidemiologia analítica é aquela que
responde os porquês. Por que o fato ocorre,
por que o fator de risco desenvolve esta
doença, por que o tratamento é bom para a
saúde da população? Os estudos são
analíticos, caso controle, coorte, ensaio
clínico, ensaio clínicos randomizados e lhe
permitem fazer o cálculo do risco relativo.1

Devemos relembrar a relação, a dinâmica de


transmissão e distribuição de doenças e na
epidemiologia descritiva variável diferenciar as
variações cíclicas, históricas e esporádicas.
Atentar para os conceitos de endemia e epidemia
e pandemia.
Diferenciar estudo transversal de seccional e
lembrar os estudos de coorte, que são
prospectivos e o risco relativo.
É essencial ter clareza em conceitos de
sensibilidade, especificidade, valor preditivo e
acurácia, visto serem de fácil cobrança na prática
em virtude dos testes e exames.
São também importantes os conceitos de
vigilâncias em saúde: vigilância epidemiológica de
agravos transmissíveis e não transmissíveis,
vigilância à saúde do trabalhador, vigilância em
saúde ambiental, vigilância sanitária, e vigilância
da situação em saúde.
É sempre cobrado o conceito de vigilância
epidemiológica, que é o conjunto de ações que
proporciona o conhecimento a detecção ou a
prevenção de qualquer mudança nos fatores
condicionantes à saúde individual ou coletiva, com
a finalidade de recomendar e adotar as medidas
de prevenção e controle das doenças,2, 3
apresentando variadas ações. É uma ciência
investigativa.
Lembremos os conhecimentos primordiais sobre
o SUS e sua finalidade, com o uso de imagem de
núcleo comum (único), que concentra princípios
doutrinários, uma forma de organização e
operacionalização, com os princípios organizativos.
São de suma importância os Princípios
Doutrinários: universalidade, equidade,
integralidade; temos por hábitos de chamá-los de
princípios de sonhos, visto a grande dificuldade de
atingi-los em sua plenitude.4
Também devemos enfatizar os Princípios
Organizativos. Para organizar o SUS considera-se a
ideia de seguridade social e relevância pública e
existem algumas diretrizes que orientam o
processo. Na verdade, trata-se de formas de
concretizar o SUS na prática e são eles
regionalização e hierarquização, resolubilidade,
descentralização, participação popular e
complementariedade do setor privado.4
Pensamos agora nos níveis de prevenção da
saúde: prevenção primária, secundária e terciária;
para esta classificação a história natural da
doença, onde o período de pré-patogênese, em
que a pessoa não tem doença, e o período de
patogênese, no qual alterações teciduais e
sintomas já estão estabelecidos e nos levam de
forma fácil ao raciocínio. O nível de prevenção
quaternária não faz parte da história natural da
doença, mas é muito cobrado; trata-se de não
fazer iatrogenia, não realizar exames diagnósticos
e medidas terapêuticas desnecessárias.
A menina dos olhos da preventiva a Atenção
Primária à Saúde (APS), que é focada no lugar, é o
nível de atenção, definida como estratégia para
atingir a universalidade e a equidade, e no Brasil
optou-se como estratégia prioritária a Estratégia
de Saúde da Família (ESF), política de Estado para
atendimento. É a resposta brasileira às
recomendações de Alma Ata, onde a Medicina de
Família e Comunidade (MFC) é a especialidade
fundamental, a ser exercida com foco na atenção
primária e sendo regida pelos quatro princípios
fundamentais – acesso ou primeiro contato,
coordenação do cuidado, integralidade,
longitudinalidade – e os três atributos derivados –
orientação para família, orientação para
comunidade e competência cultural.
Na MFC entende-se a pessoa como um todo e a
atuação é com a abordagem centrada na pessoa;
utiliza-se de instrumentos de avaliação práticos
como genograma ou árvore familiar – instrumento
de avaliação de paciente e sua família, linhas de
transmissão entre as gerações e o ecomapa –
desenho complementar ao genograma na
compreensão da composição das estruturas
intrafamiliares e o meio que cerca a família, por
meio dos seus pontos de suporte – igreja, trabalho,
vizinhos, serviços de saúde e outros.
Um dos importantes conceitos utilizados na ESF é
a atenção domiciliar. Ela é o conjunto de ações
integradas à saúde, que ocorre no domicílio e é
dividido em assistência, vigilância, atendimento,
internação e acompanhamento domiciliar.
Devemos ainda ter em mente as possíveis
composições das equipes de saúde da família, que
vem tendo variações ao longo dos anos em virtude
das necessidades da população.
Temas de Medicina Preventiva podem ser
inseridos e cobrados em um OSCE específico da
especialidade, mas seus conceitos e usos são tão
amplos, que eles podem ser cobrados a qualquer
momento em OSCEs das clínicas básicas. Por isso,
como já devem saber, “é melhor prevenir do que
remediar”.
2. EXEMPLOS DE CENÁRIOS E
ESTAÇÕES
Apresentaremos a seguir estações elaboradas
com os temas relacionados:
ESTAÇÃO 1
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo em uma Unidade Básica de
Saúde.
CASO:
Mario Souza, de 63 anos, diabético há 5 anos, com
controle insatisfatório da glicemia, não segue
regularmente a prescrição médica de
antidiabetogênicos orais. Chegou à UBS em
demanda espontânea, solicitando atendimento
em equipe diversa à sua, devido ao fato de sua
equipe estar sem médico no dia de hoje. A técnica
de enfermagem lhe informa sobre o caso e deseja
saber se pode realizar o encaixe do atendimento.
TAREFAS – ale em voz alta e realize:

1. Quais os princípios do SUS você utiliza para


nortear sua decisão de atender esse
paciente.
2. A anamnese e demonstre o exame físico.
3. A conduta adequada e demonstre as
medidas a serem tomadas.

ESTAÇÃO 1
ESTAÇÃO 1
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno considere o


princípio da universalidade e
equidade, mesmo que sinta estar
ferindo o princípio da regionalização.

2. O aluno deve proceder anamnese


completa considerando os princípios
da medicina, saúde e comunidade,
recordando que apenas a
abordagem com foco na doença é
uma estratégia insuficiente para o
manejo do caso.Ao exame clínico,
deverá ser observado apenas
aumento do fígado, que pode ser
palpado a 3 cm do rebordo costal
direito, com superfície lisa e sem
alterações de consistência. Não
foram encontradas alterações
correspondentes no fundo de olho, e
os pulsos periféricos estavam
normais.
ESTAÇÃO 1

3. Aguarda-se que o aluno solicite


novos exames complementares,
realize a prescrição de dieta,
exercícios físicos e uso contínuo da
terapêutica farmacológica, oriente
familiares e equipe quanto à
necessidade de vigilância e apoio ao
caso, com posterior contato com a
equipe da área do paciente para uso
de instrumentos de avaliação como
genograma, ecomapa e projeto
terapêutico singular.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE


50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 2
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo em uma Unidade Básica de
Saúde numa zona rural de difícil acesso.
ESTAÇÃO 2
CASO:
A Agente Comunitária de Saúde (ACS) chega
durante turno de atendimento vespertino com
Joana Faria, de 8 anos, acompanhada de sua mãe.
Elas são moradoras da área de abrangência da
equipe. Seu enfermeiro está de folga, e você
escuta do consultório a ACS discutindo com a
técnica de enfermagem sobre o caso. A ACS relata
que durante a visita domiciliar descobriu que
Joana tem apresentado febre alta há 6 dias, dor
de cabeça e dor no corpo, e por isso fez com que
a mãe levasse a criança para atendimento. A
agenda de atendimento estava cheia e no
momento você está atendendo os pacientes do
grupo de diabéticos, e todas as consultas são de
rotina. A técnica de enfermagem, sem falar com
você, avisa a ACS que a agenda está cheia e que
ainda tem quatro pacientes para atendimento, e
que você não vai atender a criança.
TAREFAS – Fale em voz alta:

1. Qual a decisão a ser tomada e como


proceder.
2. Qual a sua condução completa para o caso.
3. Quais os princípios do SUS você utiliza para
nortear sua decisão.

ESTAÇÃO 2
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 2

1. O aluno deve manifestar que é


preciso intervir no caso e informar
que vai atender a criança, o
atendimento deve ser conforme
classificação de risco e antes dos
atendimentos de rotina, proceder
anamnese e exame físico completos.

2. Espera-se que o avaliado realize o


exame físico, que ocorrerá sem
maiores alterações, e realize a prova
do laço, que será negativa. Que
solicite teste rápido de dengue e
oriente familiares e equipe quanto à
necessidade de vigilância, com
ênfase aos sinais de alerta; recorde
qual o hospital de referência em
caso de necessidade, prescreva
medicações, proceda o
preenchimento da ficha de
notificação compulsória e a
informação imediata à Vigilância
Epidemiológica da área sobre o caso
suspeito.
ESTAÇÃO 2

3. Espera-se que o aluno considere o


princípio da universalidade,
equidade e regionalização.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE


50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 3
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo em uma equipe de
atendimento prisional feminino.
ESTAÇÃO 3
CASO:
Jaciara, de 28 anos, solicitou o atendimento à
equipe por estar com medo de estar com IST. O
medo decorre do fato de várias outras colegas do
presídio terem sido diagnosticadas com sífilis e
HIV, e ela relata que há vários anos não vai a uma
consulta médica. Ao exame físico de Jaciara não
se encontra alterações.
A equipe do presídio lhe apresenta um estudo
realizado no ano anterior, o qual investigou a
prevalência de infecção pelo vírus da
imunodeficiência humana (HIV) e sífilis em todas
as mulheres do presídio, onde foi identificado uma
associação estatisticamente significativa entre
alguns indicadores socioeconômicos e a
frequência desses agravos. Mesmo com o
resultado desse estudo, não foi tomada nenhuma
providência, pois o presídio estava sem médico
em sua equipe, até a sua chegada.
TAREFAS – Fale em voz alta:

1. A anamnese e se precisa de algum exame.


2. Qual a conduta global nesse caso.
3. Qual o desenho do estudo apresentado.

ESTAÇÃO 3
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 3

1. O aluno deve proceder anamnese


completa considerando os princípios
da medicina, saúde e comunidade,
ressaltando os antecedentes
ginecobstétricos, e levantar
possíveis parceiros. Espera-se que o
aluno solicite exames
complementares, ressaltando
Papanicolau, teste rápido de sífilis e
anti-HIV.

2. Deverá informar à equipe que


devem fazer o levantamento de
todas as pacientes positivas para
tratamento e questionar sobre as
notificações compulsórias para
sífilis. Caso não tenham sido feitas,
providenciá-las. Falar sobre a
necessidade de terem um
planejamento para atividades
educativas sobre o tema para a
população prisional.

3. O estudo é do tipo seccional ou


transversal.
ESTAÇÃO 3
N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE
50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 4
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo em um consultório.
CASO:
João Bastos, de 66 anos, foi ao consultório por ter
lido um estudo prospectivo que foi realizado com
um grupo grande de participantes expostos e não
expostos a determinados fatores de risco. Esse
estudo foi desenhado com o objetivo de identificar
os fatores que contribuem para o
desenvolvimento de doenças cerebrovasculares,
após período longo de tempo. Como tem
hipertensão, diabetes e é obeso, achou melhor se
consultar. Relata ainda que resolveu pagar a
consulta, pois como é o dono da panificadora do
bairro, seu atendimento na equipe de saúde foi
negado, mediante a alegação que “ele era rico”.
ESTAÇÃO 4
TAREFAS – Fale em voz alta:

1. A anamnese e demonstre o exame físico.


Relate a conduta.
2. Quais princípios do SUS a equipe feriu ao
negar o atendimento.
3. Como é classificado o tipo de estudo que
João relatou.

ESTAÇÃO 4
CHECKLIST
N P R

1. O aluno deve proceder anamnese


completa considerando os princípios
da medicina, saúde e comunidade,
recordando que apenas a
abordagem com foco na doença é
uma estratégia insuficiente para o
manejo do caso. Solicitar exames
complementares, realizar a
prescrição de dieta, exercícios físicos
e uso contínuo da terapêutica
farmacológica.

2. Princípio da Universalidade.
ESTAÇÃO 4

3. Estudo de coorte.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE


50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 5
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo em pronto-socorro de um
hospital terciário.
CASO:
Gesmine, 42 anos, vem ao pronto-socorro de um
hospital terciário por não ter conseguido
atendimento no hospital de referência próximo à
sua residência. Apresenta corte em mão direita,
que ocorreu há cerca de 90 minutos. O corte não
está sangrando, mas ela relata que foi profundo e
foi causado por faca enferrujada que estava no
galpão de sua chácara. Gesmine está muito
nervosa pelos acontecimentos e principalmente
por não ter sido atendida antes.
ESTAÇÃO 5
TAREFAS – Fale em voz alta:

1. Quais princípios do SUS deixaram de ser


contemplados pelo fato de Gesmine não ter
sido atendida no hospital de referência, e a
classificação desses princípios.
2. A anamnese e demonstre o exame físico.
3. A conduta adequada.

ESTAÇÃO 5
CHECKLIST
N P R

1. O princípio organizativo da
regionalização e hierarquização.

2. O aluno deve proceder anamnese


focada na queixa, em virtude do
ambiente de pronto-socorro, e
recordar o estado vacinal da
paciente. Ao exame clínico, deverá
ser observada apenas lesão
perfurocortante não sangrante de
cerca de 3 cm.
ESTAÇÃO 5

3. Realizar a lavagem exaustiva da


ferida, prescrição de sintomáticos e
prescrição de medidas preventivas
ao tétano, conforme estado vacinal
da paciente.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE


50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 6
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo em uma Unidade Básica de
Saúde.
CASO:
Maíra, de 64 anos, diabética, sempre retorna à
Unidade de Saúde com queixas diversas. Em uma
consulta agendada refere muitas dores no corpo,
dificuldade para dormir, sensação de sufocamento
ao deitar, dor inespecífica no baixo-ventre,
secreção vaginal branca, tipo coalhada, e prurido
vaginal. Está incomodada, pois é cuidadora de um
neto de 6 anos, que não lhe obedece. Deseja
realizar exames para saber qual é o problema com
sua saúde.
ESTAÇÃO 6
TAREFAS – Fale em voz alta:

1. Sua avaliação do caso, considerando a


Medicina Centrada na Pessoa (MCP) e a sua
importância na qualificação da entrevista
clínica.
2. A anamnese e demonstre o exame físico.
3. A conduta adequada.

ESTAÇÃO 6
CHECKLIST
N P R

1. O aluno deve relatar que casos


complexos como este podem ser
trabalhados em múltiplos encontros,
priorizando as demandas mais
urgentes para serem trabalhadas
primeiramente.
ESTAÇÃO 6

2. Deve proceder anamnese completa


considerando os princípios da
medicina, saúde e comunidade,
recordando que apenas a
abordagem com foco na doença é
uma estratégia insuficiente para o
manejo do caso. Ao exame clínico,
deverá ser observado apenas vulva
discretamente eritematosa,
secreção vaginal esbranquiçada,
grumosa e sem odor.

3. Espera-se que o aluno solicite novos


exames complementares, realize a
prescrição de dieta, exercícios físicos
e uso contínuo da terapêutica
farmacológica, oriente familiares e
equipe quanto à necessidade de
vigilância e apoio ao caso.Além
disso, utilize os instrumentos de
avaliação, como genograma,
ecomapa e projeto terapêutico
singular, que faça o diagnóstico e
prescreva o tratamento para
candidíase vaginal.
ESTAÇÃO 6
N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE
50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 7
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo em uma Unidade Básica de
Saúde.
ESTAÇÃO 7
CASO:
Joaquim, de 10 anos, vem encaminhado pela
escola da área, com quadro clínico de dificuldade
de relacionamento com seus pares, associado a
um declínio do desempenho escolar. A mãe relata
que teve gravidez sem intercorrências e o parto
transcorreu sem problemas, porém admite ter
feito uso de tabaco durante a gravidez. O
desenvolvimento neuropsicomotor completou-se
sem atrasos, fala e linguagem quantitativa e
qualitativamente normais. Relata que o filho
sempre foi assim, imaturo, parece não aprender
com as experiências, envolve-se com brincadeiras
perigosas e as crianças evitam brincar com ele.
Também se mostra lábil emocionalmente, não
tolera as frustrações e é muito desorganizado com
seus pertences. Sono e alimentação sem
distúrbios. Seu pai é usuário de substâncias
ilícitas e encontra-se preso.
Ao exame psíquico, mostra-se bem apresentado;
consciente; orientado; com atenção espontânea
aumentada e voluntária diminuída; memória
preservada; inteligência dentro do esperado;
linguagem, pensamento e discurso normais; sem
alterações da sensopercepção; eutímico; afeto
congruente com o humor e pragmatismo normais.
Psicomotricidade aumentada e crítica diminuída.
ESTAÇÃO 7
TAREFAS – Fale em voz alta:

1. Qual princípio do SUS pressupõe a relação


com a escola.
2. Qual a principal hipótese diagnóstica.
3. A conduta adequada e demonstre as
medidas a serem tomadas, quanto ao
paciente, aos familiares e à equipe.

ESTAÇÃO 7
CHECKLIST
N P R

1. O princípio da integralidade
pressupõe a intersetorialidade.

2. Os sintomas descritos no caso


clínico são derivados da tríade do
TDAH – desatenção, hiperatividade e
impulsividade –, sendo confirmado
pelo exame psíquico. O diagnóstico
do TDAH é eminentemente clínico,
dispensando qualquer avaliação de
imagem ou funcional.
ESTAÇÃO 7

3. O aluno deve recordar que apenas a


abordagem com foco na doença, é
uma estratégia insuficiente para o
manejo do caso. Orientar familiares
e equipe quanto à necessidade de
vigilância e apoio ao caso, fazer uso
de instrumentos de avaliação como
genograma, ecomapa e projeto
terapêutico singular. Prescrição
medicamentosa e resposta formal à
escola.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE


50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 8
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo em uma Unidade Básica de
Saúde (UBS).
ESTAÇÃO 8
CASO:
Maria, de 50 anos, chega à UBS dizendo que é
vizinha desta Unidade e que necessita de
consulta. A técnica de enfermagem, vendo que
Maria não é cadastrada na unidade, diz que não é
permitida a consulta, mas que vai solicitar a visita
do agente comunitário de saúde para
cadastramento. Após 3 dias, chega novamente na
UBS com tontura e mal-estar, sendo colocada
para atendimento médico. Nega ser hipertensa,
vem sofrendo com ondas de calor, intensa tristeza
desde que seu esposo morreu há 1 ano, e diz
estar passando dificuldades com o único filho, que
é homossexual e soropositivo (HIV). Há 5 anos não
passa por qualquer avaliação médica. Refere ter
convênio médico e alega ter boa saúde, por isso
nunca fez cadastro na UBS.
TAREFAS – Fale em voz alta:

1. Quais princípios do SUS você utiliza para


nortear justificar as atitudes com essa
paciente, inclusive da técnica de
enfermagem.
2. A anamnese e demonstre o exame físico.
3. A conduta adequada e demonstre as
medidas a serem tomadas, quanto ao
paciente, aos familiares e à equipe.

ESTAÇÃO 8
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 8

1. Espera-se que o aluno considere que


pelo princípio doutrinário da
universalidade a paciente deveria
ter sido atendida. A técnica de
enfermagem tomou sua atitude com
base no princípio organizativo da
regionalização.Mesmo tendo
convênio médico, o princípio da
equidade não pode ser utilizado
para negar atendimento à paciente.

2. O aluno deve proceder anamnese


completa considerando os princípios
da medicina, saúde e comunidade.
Ao exame clínico, PA: 170X90
mmHg, FC: 100 bpm, rítmico,
fundoscopia sem alterações, sem
demais alterações ao exame físico.
ECG com ritmo sinusal, eixo QRS -30
graus, sem alterações isquêmicas
agudas, com sobrecarga de
ventrículo esquerdo.
ESTAÇÃO 8

3. Espera-se que o aluno solicite novos


exames complementares, realize a
prescrição de dieta, de exercícios
físicos, da terapêutica farmacológica
necessária e ofereça
acompanhamento na UBS, onde
será centralizado o cuidado dos
diversos problemas identificados.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE


50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 9
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo em uma Unidade Básica de
Saúde (UBS).
ESTAÇÃO 9
CASO:
Ana Maria, 37 anos, ensino fundamental
incompleto, dona de casa, moradora da área de
abrangência da equipe, há 6 meses vem sentindo
cansaço, fraqueza, sem ânimo para as atividades
diárias, com uma perda de 7 kg em 3 meses. Diz
estar muito triste, pois o marido perdeu o
emprego há 6 meses. Não tem feito as coisas que
gosta. Não se importa mais em não ver novela.
Diz que não consegue prestar atenção em nada e
não se lembra bem das coisas. Não consegue
dormir direito. Procura a UBS e consegue ser
consultada no mesmo dia. Chora durante a
consulta, relatando problemas com o marido, que
voltou a beber demais. Relata também saudades
do filho, que não vê há 10 meses, porque ele
mora no Novo Gama em Goiás, e diz que está
preocupada com ele por conta da escalada de
violência naquela cidade. Acredita que não é uma
boa mãe e que o filho não gosta dela, declara não
ver mais sentido em viver.
TAREFAS – Fale em voz alta:

1. Qual a abordagem diagnóstica para essa


paciente e como proceder dentro do papel do
Médico de Família e Comunidade.
2. A conduta adequada e demonstre as
medidas a serem tomadas.

ESTAÇÃO 9
CHECKLIST
ESTAÇÃO 9
N P R

1. O aluno deve proceder anamnese


completa e exame físico (sem
alterações), considerando os
princípios da medicina, saúde e
comunidade, recordando que
apenas a abordagem com foco na
doença é uma estratégia
insuficiente para o manejo do caso.

2. Espera-se que o aluno oriente os


familiares e a equipe quanto à
necessidade de vigilância e apoio ao
caso, Considere o diagnóstico de
transtorno do humor e avalie a
gravidade, considerando o risco
suicida. Leve o caso ao
matriciamento, solicitando parecer
do psiquiatra e do assistente social,
na tentativa de melhora das
condições familiares.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE


50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50%
A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =
ESTAÇÃO 10
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo em uma Unidade Básica de
Saúde da zona rural.
CASO:
Daniela, de 11 anos, vem à UBS acompanhada de
sua mãe, após alguns anos sem frequentar
consultas ou receber vacinas. Não tem queixas. A
mãe informa estar com a caderneta de saúde da
filha. Daniela mora e estuda na área de
abrangência da equipe há 4 anos.
TAREFAS – Fale em voz alta:

1. Em que nível as ações realizadas neste caso


estariam considerando as classificações de
níveis de prevenção a saúde.
2. A anamnese e demonstre o exame físico.
3. A conduta adequada e demonstre as
medidas a serem tomadas.

ESTAÇÃO 10
CHECKLIST
N P R

1. Nível primário. Espera-se que seja


valorizado o fato de a mãe relatar
estar com o cartão e a situação
vacinal deve ser avaliada.
ESTAÇÃO 10

2. O aluno deve proceder anamnese


completa considerando os princípios
da medicina, saúde e comunidade.
Ao exame clínico completo sem
alterações.

3. Espera-se que o aluno solicite


exames complementares, oriente
familiares e equipe quanto à
necessidade de vigilância e apoio ao
caso, converse com a equipe sobre a
necessidade de intensificar ações na
escola, no sentido de evitar novos
casos de não avaliação de
adolescentes.Sobre a situação
vacinal receber esquema vacinal
para HPV: três doses com intervalo
de 6 meses entre elas, receber
reforço da vacina dupla bacteriana
do tipo adulto (dT), pois foi vacinada
pela última vez aos 4 anos. Deve
receber uma dose da vacina tríplice
viral, pois foi vacinada uma vez aos
12 meses de idade.
ESTAÇÃO 10
N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE
50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO
(50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =
Referências
1. Secretaria de Vigilância em Saúde. Ministério da
Saúde do Brasil. Tipos de estudos epidemiológicos:
conceitos básicos e aplicações na área do
envelhecimento. Epidemiol. Serv. Saúde 2003 dez.
(Brasília); 12(4).
2. Brasil. Lei n. 8. 080 de 19 de setembro de 1990
[acesso em 2020 jul. 8]. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm.
3. Brasil. Decreto n. 7.508, de 28 de junho de 2011
[acesso em 2020 jul. 8]. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-
2014/2011/Decreto/D7508.htm.
4. SUS – Sistema Único de Saúde. Princípios e
Diretrizes [acesso em 2020 jul. 8]. Disponível em:
https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/a
rtigos/medicina/sus-principios-e-
diretrizes/38572#:~:text=Resolubilidade%3A%20%
C3%89%20a%20exig%C3%%20%20%20%20%20%
20%20%20%20AAncia%20de,complexidade%20qua
ndo%20n%C3%A3o%20for%20capaz.
Table of Contents
Capa
Rosto
Créditos
Autor
Dedicatória
Autores Colaboradores -
Professores
Agradecimentos
Sumário
Prefácio
1. Desmistificando o OSCE
Histórico
Descrição do método
Conteúdo
Vantagens e desvantagens
2. As Estações
O que se espera encontrar numa
estação
A simulação realística e o OSCE
3. O que é avaliado no OSCE
Princípios de avaliação e validação
do método
Pontos de avaliação essenciais
A ficha de avaliação
Global rating e checklist
4. OSCE na Clínica Médica
Abordagem dos principais temas
Exemplos de cenários e estações
5. OSCE na Pediatria
Abordagem dos principais temas
Exemplos de cenários e estações
6. OSCE na Ginecologia e Obstetrícia
Abordagem Ginecologia e
Obstetrícia
Exemplos de cenários e estações
7. OSCE na Clínica Cirúrgica
Abordagem dos principais temas
Exemplos de cenários e estações
8. OSCE na Medicina Preventiva
Abordagem dos principais temas
Exemplos de cenários e estações
Referências

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