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A LIBERDADE

ESTRUTURA DO TRABALHO
• Significado da palavra liberdade
• O problema da liberdade da
Filosofia Antiga à Contemporânea:
• Sócrates, Platão, Aristóteles
• Santo Agostinho
• Rosseau
• Kant
• Sartre
• Hans Jonas
#Somos realmente livres para fazer o que fazemos?

#Será que a liberdade não passa de uma grande ilusão?

#O que é a liberdade para você?


Vídeo: somos realmente livres?
CONCEITO DE LIBERDADE:

- Dicionário Larousse Cultural:


Do lat. Libertas, libertatis. Faculdade de fazer ou não fazer qualquer
coisa, de escolher
Alguns filósofos irão nos dar algumas respostas!
O PROBLEMA DA LIBERDADE:

FILOSOFIA ANTIGA
SÓCRATES (469 a 399 a.C.)
“Conhece-te a te a ti mesmo”

• Para ele o homem livre é aquele que consegue dominar


os seus sentimentos, seus pensamentos, e a si próprio.
• Ao contrário ser escravo é ser dominado pelas paixões
• Fédon (Platão) retrata esta coerência de Sócrates:
• A palavra chave para este pensador para concretizar a
liberdade é o autodomínio.
PLATÃO (428 a 347 a.C.)
Discípulo de Sócrates
“Em vida caberia o homem dominar o homem dentro de si para ser livre”

• Entende-se por liberdade a opção de cada indivíduo em viver na


virtude em consonância com a moral ou não;
• ParaPlatão a alma do homem é a parte pura do ser humano
enquanto que o corpo/ carne é suscetível aos vícios terrenos;
• Somente com a morte haveria a libertação da alma.
• Em vida caberia ao homem dominar “o homem dentro de si” para
ser livre
O PROBLEMA DA LIBERDADE:

FILOSOFIA PATRISTICA
SANTO AGOSTINHO
(354 a 430)
Livre-Arbítrio

Nesta perspectiva inaugurada por Santo Agostinho liberdade passou a ser


uma opção do ser humano de determinar o seu caminho;
Os parâmetros estão delimitados por uma “ordem exterior” a qual estabelece o
valor ou desvalor de cada opção;
Agostinho busca explicar a origem do pecado e refutar a origem divina do
Problema do mal (o mal é a ausência de Deus decorrente da opção do ser
humano por um caminho que o afaste do bem, uma vez que o mal não pode
vir de Deus;
Daí surge se a ideia do Livre-arbítrio: a vontade livre de decidir e de seguir
outro caminho. Logo a fonte do mal é o próprio ser humano que por livre
decisão afasta-se de Deus, criando o mal.
O PROBLEMA DA LIBERDADE:

FILOSOFIA MODERNA
ROSSEAU
(1712 a 1778)

• Compreende que a liberdade e a igualdade consistem no escopo


de uma legislação e são o seu maior bem. Em sua obra “O contrato
Social” (1762), ele afirma: “renunciar à liberdade é renunciar à
qualidade de homem”. Uma vez perdida não poderá jamais ser
readquirida. Para Rousseau a liberdade é imprescindível à
sobrevivência dos seres humanos, por suas ideias, foi um dos
filósofos que inspiraram os lideres da revolução francesa (1789).
PROBLEMA DA LIBERDADE:

FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA
JEAN PAUL SARTRE
A liberdade é inerente ao homem;
 o homem deve se guiar pelo engajamento livre;
A liberdade influencia na vida do indivíduo;
Dispensa a existência de Deus e deve estar livre de leis
morais que possa conduzir o indivíduo;
 o homem não é um fantoche que sofre coerções externas,
mas “somos o que fazemos daquilo que fazem conosco.”
A liberdade é aquilo que faz o homem ser aquilo que ele é.
JEAN PAUL SARTRE
Atualmente há dois grandes grupos que tratam a cerca da
liberdade:
• Um que nega a possibilidade da liberdade;
• Um que afirma a possibilidade da liberdade;
Jean Paul Sartre
“O homem está condenado à liberdade”
• Você nasceu para ser livre (não criou a si, mas é responsável pelo
que faz;
• Você produz a sua liberdade e não porque os fatores coercivos o
quiseram;
• Uma liberdade que não seja um “ideal moral” mas uma estrutura
ontológica da própria ação humana;
JEAN PAUL SARTRE

O CONCEITO DE LIBERDADE PARA SARTRE:


• “Para ele, o homem se constitui a medida que tem consciência de ser
livre e de que não é determinado. Está em plena construção.”

A LIBERDADE PODE SER IDENTIFICADA POR TRÊS CRITÉRIOS:


• Por meio das suas escolhas;
• No modo de vida optado pelo indivíduo;
• Nas responsabilidades assumidas diante das escolhas feitas;

Ex: um homem que está preso por roubo aceita conscientemente esta sua
condição atual. Neste caso o uso da liberdade foi inadequado, contudo
não deixou de ser uma ação livre.
JEAN PAUL SARTRE
• Valores de liberdade, não poderia exercê-lo se não levar em
consideração a liberdade dos outros (não agir de forma opressora
para com os outros).
JEAN PAUL SARTRE
3.2 A liberdade como necessidade

• Aperspectiva Sartreana não desconsidera tais leis externas ao


homem, mas defende que quando o indivíduo as adere está
escolhendo com sua liberdade, mesmo que se torne determinado por
tais fenômenos ainda assim ele é livre, pois o homem é o único
animal, que por ter a racionalidade modifica o meio em que habita.
JEAN PAUL SARTRE
3.3 A liberdade vivida

• O homem muitas vezes não tem consciência de sua existência,


acostumado a viver norteado por uma conduta construída privando
o de ser um homem livre
•O homem que age com liberdade não são determinados, presos
apenas por sua responsabilidade de escolher qual dentre os
múltiplos caminhos a seguir.
{Marilena Chauí}
- Não escolhi nascer numa determinada época, país, família;
- As condições de meu nascimento fazem de mim aquilo que sou (ações,
desejos, sentimentos, condutas)
- Nada restando a mim se não a obedece-las. Como dizer que sou livre
e responsável?
- Exemplo: p. 414 (Marilena Chauí)
{Marilena Chauí}

Quando uma mãe estava gravida houve um acidente sanitário que


provocou uma epidemia, a mãe adoeceu e a criança nasce com
problemas de visão. Exemplo: p. 414 (Marilena Chauí)
Como então dizer que somos livres para decidir se vivo num mundo
onde tudo acontece por acaso? Obs: Sartre vai abordar esta temática!
Contingência: algo indeterminado
HANS JONAS
Introdução:

• Sem a liberdade ou a capacidade para escolher o próprio destino,


não haveria sentido falar em responsabilidade moral,
arrependimento ou remorso;
• Se a pessoa não fosse livre, mas “determinada” não se poderia
puni-la, haja vista que o individuo estaria no controle da situação;
• Dos gregos ao nossos dias os filósofos procuraram responder:
somos realmente livres para fazermos o que fazemos? Ou a
liberdade é uma ilusão?
HANS JONAS
As áreas que parecem restringir o espaço que damos a liberdade no
mundo:
• Para físicos deterministas: a pessoa é um aglomerado físico-
químico determinado por leis da natureza;
• Para biólogos: comportamento humano determinado pela genética;
• Para psicanalistas: o inconsciente causa nossas decisões e
pensamentos
• Sociólogos: o individuo consiste nos resultados das estrututas
socioculturais em que vive;
HANS JONAS
Uma pessoa é livre se preencher dois requisitos:

1) A liberdade de vontade (Hans Jonas, p 121).


2) A liberdade de Ação (Hans Jonas, p 121).
O Trilema da Liberdade

• O conceito de liberdade parece estar em conflito com o conceito moderno


de determinismo, mas a verdade é que nem mesmo o indeterminismo
contemporâneo poderia salvar a liberdade.

• Encontramo-nos aqui diante de um paradoxo: Se tudo fosse determinado


pelas leis da natureza e pelo passado, não poderíamos mais assumir que há
liberdade.
Determinismo e indeterminismo
• Determinismo: assume que o mundo é regido pelo princípio e causa-
efeito que existe apenas um futuro possível, determinado pelas leis da
natureza ou por eventos do passado. Se o determinismo for
verdadeiro, então não existem escolhas para ação humana. Toda
pessoa é determinada por eventos que fogem ao seu controle,
ocorridos inclusive antes mesmo do seu nascimento.

• Indeterminismo: afirma o contrario: o que existe é fruto do puro acaso


(embora nessa afirmação haja grande mal entendimento, pois acaso
não pode ser confundido com falta de acaso!)
• Há pelo menos duas combinações que relacionam liberdade e
determinismo.

• Compatibilitas: que pensam poder harmonizar a liberdade com o


determinismo.

• Incompatibilistas:
que pensam serem liberdade e determinismo dois
conceitos que se negam, por isso incompatíveis.
• Na verdade, é preciso distinguir dois tipos de incompatibilistas.
• Os necessitários: Esse grupo acreditava num determinismo
radical em que a liberdade não passa de um ilusão.
• Libertários:
o segundo grupo crê o contrario, a liberdade e
determinismo são incompatíveis porque não existe
determinismo.
Trilema da liberdade

• Dessas posições emerge o trilema da liberdade. Trilema é o conjunto de três


proposições que parecem ser de todas verdadeiras, mas que não se pode
afirmar a verdade das três ao mesmo tempo.
• Veja as três proposições seguintes:

1)Algumas ações humanas são livres.( necessitários)


2)Todas as ações são determinadas por eventos que estão fora de controle do
agente.(libertários)
3) e impossível que uma livre ação humana seja determinada por eventos que
estão fora de controle do agente(Compatibilitas)
HANS JONAS
6.2 Neurologia e Liberdade
Benjamim Libet, 1980
Estava interessado em saber como o fenômeno da consciência
aparece em nossas células neuronais e qual momento aparece com
o estimulo dos neurônios.
• um relógio devia marcar momento em que impulsos elétricos
ocorriam no cérebro:
- A decisão de movimentar o dedo ocorriam 500 milissegundos antes
da pessoa ter consciência da decisão;
• a sentido falar em liberdade se o cérebro toma decisão antes de
tomarmos consciência dela?
HANS JONAS
• Outra faceta do experimento:
- Entre 100 a 200 milissegundos antes da ação voluntária, está em
poder do agente bloquear a ação iniciada pela mente.
• Não se pode concluir que seja o cérebro quem decide e não a
pessoa em toda a sua vida psicológica.
6.3 Jonas e o problema da liberdade
• Jonas combateu a concepção de libertaria da filosofia de Sartre afirmando
que a liberdade humana e não absoluta e vem sempre acompanhada da
necessidade.

• Para Jonas, liberdade tem a ver com a capacidade de pôr e perseguir os


próprios fins. Nesse aspecto, Jonas segue Kant, que definia a dignidade da
pessoa a partir dessa estrutura finalista, pois somente o ser humano pode
seus próprios fins e persegui-los, superando qualquer determinismo natural.
Natural voluntário e Natural
involuntário

• Natural voluntário, para Jonas se classifica o corpo como um


tipo de natural voluntário, é guiado pela intencionalidade da
razão;
• Natural involuntário, ele mostra que a matéria e espirito não
são radicalmente opostos no organismo vivo, que, embora
seja desprovido de consciência, demonstra certa
interioridade, subjetividade e finalidade em sua atividade.
Referências
• Vianna, Wellistony Carvalho. Hans Jonas e a filosofia da mente.1. ed. São
Paulo: Paulus, 2016
Obrigado pela atenção!

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