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A liberdade é um tema que sempre permeou o ser ao longo da história e continua influenciando a
construção da identidade do sujeito e a relação do homem com a sociedade pósmoderna. Por ser
uma temática transversal, a liberdade foi e continua sendo objecto de estudo de vários campos da
filosofia. O conceito de liberdade vem do termo grego eleuthería e designa, com efeito, o homem
livre.
O conceito de liberdade vem do termo grego eleuthería e designa, com efeito, o homem livre
(MORA, 2001; GOBRI, 2007). Em latim, a etimologia da palavra liberdade está relacionada ao
adjectivo liber (deriva de liberto), o qual se aplica ao “homem em que o espírito de procriação
encontrase naturalmente ativo” (MORA, 2001).
Assim, a concepção de liberdade, em latim (libertas), pode ser definida como a condição daquele
que é livre, a capacidade de agir por si mesmo, a autodeterminação, a independência ou a
autonomia (JAPIASSU e MARCONDES, 2006).
Por outro lado e, Segundo Mora (2001), nessa concepção latina, o homem livre é, então, o não
submetido, e desse significado derivam os subsequentes como, por exemplo, o de ser capaz de
fazer algo por si mesmo.
Percebese, no entanto assim, que tanto para os gregos quanto para os latinos a liberdade se
apresenta como um estado de ser. Para os gregos, o homem livre é diferente do escravo, que
enquanto para os latinos ele assume uma responsabilidade perante a comunidade e também
consigo mesmo (BUENO, 2007). A noção de liberdade não só inclui a possibilidade de decidir,
mas também a de autodeterminação, a ideia de responsabilidade para consigo mesmo e também
para com a comunidade, uma vez que ser livre implica assunção de algumas obrigações (MORA,
2001).
Mora (2001) ressalta que a noção de liberdade sempre envolve três modos básicos de entendêla:
uma liberdade que pode chamarse “natural”, uma liberdade que pode chamarse “social”
(política) e uma liberdade que pode chamarse “pessoal” (concebida como autonomia ou
independência). Nesse sentido, a noção de liberdade permeia uma abordagem ontológica, “na
qual o homem só é livre enquanto ser racional e disposto a agir como ser racional” (MORA,
2001); uma abordagem política, em que a liberdade ou autonomia, numa comunidade
determinada, consiste na possibilidade de reger seus próprios destinos, sem interferência de
outras comunidades; e uma abordagem ética, eventualmente baseada na ideia de que há no
indivíduo uma realidade que não é, em termos estritos, “social”, mas plenamente “pessoal”
(MORA, 2001; JAPIASSÚ e MARCONDES, 2006). Nessa mesma perspectiva, Japiassu e
Marcondes (2006) lembram que o termo liberdade, também, pode ser analisado segundo três
acepções ou sentidos diferentes: em um sentido político, a liberdade civil ou individual é o
exercício, por um indivíduo, de sua cidadania dentro dos limites da lei e respeitando os direitos
dos outros; em um sentido ético, tratase do direito de escolha pelo indivíduo de seu modo de
agir, independentemente de qualquer determinação externa; e liberdade de pensamento, que em
seu sentido estrito, é inalienável. Esses sentidos podem oscilar entre as várias dimensões ou tipos
de liberdade, apontadas por Mondin (2014) como liberdade física, moral, psicológica, política e
social. Abbagnano (2007) assevera, também, que o termo liberdade tem três significados
fundamentais, correspondentes a três concepções que se sobrepuseram ao longo de sua história e
que podem ser caracterizadas da seguinte maneira: (1) liberdade como autodeterminação ou
autocausalidade, segundo a qual ela é ausência de condições e de limites; (2) liberdade como
necessidade, que se baseia no mesmo conceito da precedente, a autodeterminação, mas
atribuindoa à totalidade a que o homem pertence (Mundo, Substância, Estado); (3) liberdade
como possibilidade ou escolha, segundo a qual ela é limitada e condicionada, isto é, finita. Mora
(2001) relembra que o conceito de liberdade foi entendido e usado de maneiras muito diversas e
em contextos muito diferentes, desde os gregos até aos tempos atuais. O discurso de liberdade e a
necessidade de conceituála acompanharam vários pensadores ou correntes filosóficas ao longo
da história ocidental. Nessa perspectiva, a delimitação do tema do presente artigo visa à
discussão do conceito de liberdade circunscrito nos pensamentos aristotélico, hegeliano e
sartreano, e desenvolvido entre a antiguidade e a pósmodernidade.
Em Aristóteles, o próprio conceito de homem como um ser social ou animal político e racional
(zoon politicon) já aponta para a noção de liberdade aristotélica: o homem só encontra a
liberdade na polis, na cidadeEstado, ou seja, é no exercício político ou na pragmática política que
está a ideia de liberdade no pensamento aristotélico. Segundo Reale e Antiseri (2003),
Aristóteles considera o homem não só como um “animal racional”, mas também como “animal
político” (um ser vivo não político pode ser apenas um animal ou então um deus). Segundo
Aristóteles:
Fica evidente, portanto, que a cidade participa das coisas da natureza, que o homem é um animal
político, por natureza, que deve viver em sociedade, e que aquele que, por instinto e não por
inibição de qualquer circunstância, deixa de participar de uma cidade, é um ser vil ou superior ao
homem (ARISTÓTELES, 2002, p. 14).
Somente o homem, entre todos os animais, possui o dom da palavra a voz indica dor e o prazer, e
por essa razão é que ela foi outorgada aos outros animais. Eles chegam a sentir sensações de dor e
de prazer, e fazerem-se entender entre si. A palavra, contudo, tem a finalidade de fazer entender o
que é útil ou prejudicial, e, consequentemente, o que é justo e o injusto. O que, especificamente,
diferencia o homem é que ele sabe distinguir o bem do mal, o justo do que não o é, e assim todos
os sentimentos dessa ordem cuja comunicação forma exactamente a família do Estado
(ARISTÓTELES, 2002, p. 14).
Como verdadeiro princípio da filosofia deve-se considerar o momento, em que o absoluto já não
é representação, e o sentimento livre não pensa somente o absoluto, mas apreende a idéia do
absoluto: quer dizer, quando o pensamento reconhece o ser (que também pode ser o próprio
pensamento) como a essência das coisas, como a totalidade absoluta e a essência imanente do
todo (HEGEL, 1980, p. 380). O espírito (Geist), em Hegel, é definido como “a comunidade de
homens que toma consciência de si mesma na História” (LACOSTE 1986, p. 43). Assim, num
sentido geral, Geist denota a mente humana e seus produtos, em contraste com a natureza e
também com a ideia lógica (INWOOD, 1997). Quanto ao termo absoluto (Absolut), a descrição
que mais interessou a Hegel foi a de Schelling, segundo o qual o absoluto é uma “identidade”
neutra subjacente tanto no sujeito (ou espírito), quanto no objeto (ou natureza) (INWOOD,
1997). E nesse contexto, Inwood (1997) evoca que uma teoria do absoluto postula três tipos de
entidade: o absoluto, o mundo fenomênico (rochas, árvores, animais, etc.) e o conhecimento
humano do absoluto, do mundo fenomênico e das relações entre eles. Nesse sentido, o “Espírito
absoluto” engloba arte, religião e filosofia, suas três principais manifestações.
Dessa forma, Hegel (2001) determina o Estado como a realização da Ideia, a matéria pela qual é
realizado o objectivo final da Razão:
Este ser essencial é a união da vontade subjectiva com a vontade racional, é o conjunto moral, o
Estado. É aquela forma de realidade em que o indivíduo tem e goza de sua liberdade, mas na
condição de conhecer, acreditar e desejar o universo. [...]Afirmamos que a lei, a moral, o Estado –
e só eles – são a satisfação e a realidade positiva da liberdade (HEGEL, 2001, p. 88).
O Estado é a realidade em ato da Ideia moral objectiva, o espírito como vontade substancial
revelada, clara para si mesma, que se conhece e se pensa, e realiza o que sabe e porque sabe. No
costume tem o Estado a sua existência imediata, na consciência de si, no saber e na actividade do
indivíduo, tem a sua existência mediata, enquanto o indivíduo obtém a sua liberdade substancial
ligando-se ao Estado como à sua essência, como ao fim e ao produto da sua actividade (HEGEL,
1997, p. 216).
A liberdade humana precede a essência do homem e torna a possível: a essência do ser humano
acha-se em suspenso na liberdade. Logo, aquilo que chamamos liberdade não pode se diferençar
do ser da “realidade humana”. O homem não é primeiro para ser livre depois: não há diferença
entre o ser do homem e seu “ser livre” (SARTRE, 2015, p. 68).
Vontade
A vontade, em Hegel, deve ser entendida necessariamente como vontade livre (frei Wille), “a
ponto de que a liberdade constitui sua substância e sua destinação” A vontade como aquela
actividade do espírito subjectivo que engendra o conceito da liberdade (em si) em objectividade
(para si), em mundo da liberdade. A fim de demonstrar estas duas teses hegelianas, dividirei o
argumento da presente secção em duas etapas. Primeiramente considerarei a vontade como um
momento elevado no interior do auto-desenvolvimento do Espírito Subjectivo. Em segundo
lugar, considerarei a relação entre actividade prática e actividade teórica do espírito subjectivo, a
fim de ressaltar que a vontade livre constitui precisamente aquela actividade subjectiva que
concretiza o mundo da liberdade, sendo, pois, base e ponto de partida do mundo do Direito.
O conceito de vontade
De acordo com sua concepção filosófica, Hegel considera a história do mundo como uma
realização progressiva da liberdade, que recebe expressão imediata e é “concretizada pelo
direito” (WEBER, 1993, p.48), estabelecendo, nesse momento de objectividade do espírito uma
organização da “realidade social”. Segundo Hegel o homem não nasce livre. A efectivação da
liberdade, Hegel compreende gradualmente como o desenvolvimento do espírito na história.
Assim, para Hegel, a ideia de direito, é a ideia de liberdade, e sua verdadeira compreensão só é
possível no processo de cognição de dois aspectos dialecticamente interconectados da ideia: o
conceito de direito e seu ser-aí, ou seja, o desenvolvimento do conceito na existência. No
entanto, como um ser presente, o direito não pode ser qualquer sistema real de normas que
operam em uma sociedade particular, mas apenas uma realidade legal, onde a realização da
liberdade e da lei é assegurada. A interacção entre direito e liberdade só pode ser exercida
através da vontade livre.
Hegel concebe a vontade como um conceito fundamental de sua filosofia do espírito objectivo; é
aí que entra sua concepção característica de liberdade. O ponto de partida na construção
filosófica hegeliana do sistema de leis como o domínio da liberdade realizada é a vontade. A
liberdade constitui a substância e a definição básica da vontade, assim “como gravidade constitui
a substância dos corpos” (HEGEL, 2003,p:7), e a vontade tem como “finalidade a realização do
seu conceito, a liberdade no aspecto objectivo.” (HEGEL, 2005, p:483).
O real do espírito objectivo está localizado na realização da vontade livre na auto consciência de
indivíduos particulares elevados à consciência da universalidade. A liberdade “realiza-se pela
actividade particular de um povo” (ROSENFIELD, 1983, p.32), tornando-se explícita e objectiva
apenas nessa esfera. De acordo Hegel “as determinações pelas quais, na representação, o espírito
efectua o seu desenvolvimento são jornadas para alcançar produzir-se como vontade”. A vontade
é o método ou a forma da existência da liberdade no homem e, portanto, é impossível ter vontade
sem liberdade e liberdade sem vontade. Segundo Hegel “a vontade livre inclui de início em si
mesma, as diferenças que consistem que a liberdade é a sua determinação e seu fim”. (HEGEL,
2005, §483).
Quando a vontade é representada por um elemento como "pura indeterminada", estamos lidando
com a universalidade: é um puro reflexo do "eu" dentro de nós, uma abstracção absoluta de todas
as limitações e de todo o conteúdo disponível e certo. Na absoluta possibilidade de se abstrair de
qualquer certeza, fugindo de todo conteúdo como uma limitação, a vontade aparece como uma
liberdade negativa ou do entendimento, pois ela “encontra-se separada da totalidade a qual
pertence” (ROSENFIELD, 1983, p. 37). Essa vontade negativa é consumida pelo "frenesi da
destruição" e apenas destruindo ela se sente existente. O estado positivo, que, ao que parece,
tende a vontade negativa, o estado da vida religiosa em geral é impossível e inaceitável, mesmo
para a vontade mais negativa, porque é hostil a todos os pedidos, isolamento e determinação de
instituições e indivíduos.
Uma vontade verdadeiramente livre e verdadeira se torna quando seu conteúdo é idêntico a ela,
quando ela se deseja. Essa vontade é livre em si mesma e, por si mesma, eliminou todo o
arbitrário e falso, libertou-se de toda subjectividade e aleatoriedade do conteúdo de sua escolha
imediata. Aqui se alcança os primórdios do das figurações da liberdade, e “a liberdade se produz
nas figuras que actualizam a sucessão dos acontecimentos nas determinações do conceito”
(ROSENFIELD, 1983, p.32) através do desenvolvimento das articulações da vontade.
A vontade livre apenas em si é a vontade que é livre unicamente em conceito, formalmente, mas
não em conteúdo. A vontade é a definição essencial de liberdade, mas ainda é meramente formal;
é apenas um esboço do que é a liberdade, e ainda não é a ideia de liberdade. O conteúdo da
vontade ainda precisa ser especificado. Não é qualquer escolha com a qual o “eu” é capaz de se
identificar. Para ser livre em um sentido real, o “eu” tem que se encontrar, em alguma escolha
particular que deve representar uma realidade adequada a ele mesmo.
Hegel passa, então, a considerar os diferentes tipos de conteúdo da vontade, revelando que “este
conteúdo, isto é, as diferentes determinações da vontade começam por ser imediatas” (HEGEL,
2003; p:10), consistindo nas coisas que se apresentam para nós com base em nossos impulsos, é
uma vontade “imediata ou natural”. Nesse momento a vontade é relacionada aos impulsos,
desejos e inclinações, que determinam amplamente nossa conduta na infância. Nela, o sujeito
desejante é capaz de identificar-se como tal, mas não é capaz de conceber o conteúdo da vontade
(os desejos, impulsos e inclinações) como produtos seus. Para Hegel, a vontade natural é uma
vontade somente livre em si e finita dentro de si.
A ideia, a princípio, é conhecimento finito e vontade finita, onde o conceito se libertou para si
mesmo se dando por realidade uma objectividade, ainda, abstracta. Porém o espírito subjectivo,
finito, estabelece para si, hipoteticamente, um mundo objectivo, mas através da acção ele precisa
ultrapassar essa hipótese e torná-la algo posto. Desse modo o mundo objectivo é a idealidade na
qual ele se identifica.
A vontade livre neste âmbito possui o conceito abstracto, ou seja, “a personalidade; e a sua
existência empírica é uma coisa exterior imediata” (HEGEL, 2003, p:33), consistindo na
consciência de um indivíduo enquanto uma pessoa incorporada nas relações de posse e
propriedade. Nesta fase, a liberdade é expressa no fato de que cada pessoa tem o direito de
possuir coisas (propriedade), entrar em um acordo com outras pessoas (contrato) e exigir a
restauração de seus direitos em caso de sua violação (injustiça). O direito abstracto tem como
comando geral a máxima: "sê uma pessoa e respeita os outros como pessoas" (Hegel, 2003,
p:36). É apropriado o comentário do Rosenfield (1983, p.67-68):
Hegel critica não apenas as exigências da igualdade de propriedade, mas também a escravidão e
a servidão. Em um estado de escravidão, a inverdade ainda tem um direito; essa inverdade tem
poder e ocupa o lugar necessário. A contradição da inverdade como direito reflecte a dialéctico
da dominação e da escravidão. O fato de alguém estar em escravidão, explica Hegel, está
enraizado em sua própria vontade, assim como na vontade do povo a sua opressão está
enraizada, se ocorrer. Escravidão ou opressão é, portanto, um ato injusto não apenas daqueles
que pegam escravos, ou daqueles que oprimem, mas dos próprios escravos e dos oprimidos.
O homem como tal, sendo o primeiro e mais próximo da natureza da forma do espírito,
representa necessariamente um ser natural corporal, sensível e finito, sendo ao mesmo tempo um
ser racional e espiritual. A essência do homem, o mundo e o Absoluto são idênticos e, portanto, a
liberdade é suplementada pela infinitude da possibilidade de sua realização, o significado e
capacidade infinitos do "eu".
Neste sentido, o desenvolvimento humano em Hegel pode ser chamado de ascensão para a
liberdade. Este desenvolvimento é impresso em toda a história da humanidade. O padrão de
desenvolvimento do espírito é concretizado no em si, ou na forma de uma relação do eu consigo
tendo, dentro de seus limites, a totalidade abstracta da ideia onde o ser consiste em ser em si
mesmo, livre enquanto um espírito subjectivo; o para si através da forma de realidade, como o
mundo a ser gerado pelo espírito e o mundo criado por ele, no qual a liberdade ocorre como uma
necessidade é um espírito objectivo; em si e para si como gerando eternamente a unidade da
objectividade do espírito e de sua idealidade, o espírito em sua verdade absoluta é o espírito
absoluto.
“A vontade livre efectivamente real é a unidade do espírito teórico e prático; a vontade livre que é
para si mesmo como vontade livre, desde que o formalismo, a contingência e a limitação do que
até agora tem sido conteúdo prático tenha sido superado. Superando a mediação que lá estava
contido, a vontade é a singularidade imediata colocada por ela mesmo, que no entanto também é
purificado até a determinação universal, isto é, até a própria liberdade. Esta determinação
universal só tem a vontade como conteúdo e propósito enquanto for pensado, Ele conhece esse
conceito e está disposto como inteligência livre.”(ECF p:481)
A ideia de liberdade deve ser pensada, pois, para estar em e para si mesma, a liberdade deve
encontrar sua origem, que é a inteligência. Para Hegel, é nesse ponto que fica evidente que a
vontade é verdadeira e livre apenas como inteligência pensante.
O conceito de liberdade na medida em que a sua responsabilidade é demonstrada por uma lei
apodíctica da razão pratica constitui a pedra angular de todo o edifício de um sistema da razão
pura mesmo da razão especulativas e todos os outros conceitos (os de Deus e da imortalidade),
que enquanto simples ideias permanecem nesta sem apoio conectam-se com este conceito e
adquirem com ele através dele consistência e realidade objectiva, isto é, a sua possibilidade é
provada pelo facto de a liberdade ser efectiva; com efeito, essa ideia revela-se mediante a lei
moral (CRPr, 4 e 4) (KANT, 1984, P. 12).
E tal solução, acontece por meio da forma da lei moral determinando a vontade do sujeito
racional solucionar o problema da liberdade da vontade depende do sucesso do processo
argumentativo empreendido no decorrer do período critico que pretende estabelecer a lei moral
como capaz de determinar o sujeito para a acção em contraponto as inclinações de
comportamento geradas pela formação de máximas que possuem conteúdos sensíveis .
A vontade, então não é outra se não a própria faculdade de desejar cujo fundamento
determinante é a liberdade. A vontade, se impõe como boa vontade por derivar da
capacidade humana de estabelecer leis morais mediante o uso da razão. Com efeito, a
razão permite que os Homens reflictam sobre as suas acções e seus desejos e possam, a
partir do discernimento , atribuir para si certas regras de comportamento com vista ao
destino da humidade, o que para Kant, seria a moralidade perfeita.
Conclusão
Além disso, pudemos observar também, ao longo deste trabalho, o que há de propriamente
especulativo, original e fecundo no tratamento de Hegel sobre a volição do sujeito. Ora, pelo fato
de pensar a realidade da existência humana como profundamente ligada à naturalidade, Hegel
não vê problemas de modo algum em considerar como digna e imprescindível a busca do sujeito
por satisfação, na tentativa deste de concretizar seus impulsos volitivos naturais. Portanto, vimos
também como o momento da natureza – considerado na qualidade de conteúdos volitivos, tais
como desejos e inclinações – é constitutivo da volição e da auto-relação do sujeito consigo
mesmo na busca de sua afirmação no mundo.
Bibliografia