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A obra "Escola de Atenas é uma alegoria complexa do

conhecimento filosófico profano. Mostra um grupo de


filósofos de várias épocas históricas ao redor de
Aristóteles e Platão, ilustrando a continuidade histórica
do pensamento filosófico.
O cenário arquitetônico é imaginário, mas sua escala,
magnificência e harmonia representam os ideais da
Alta Renascença, que buscava expressar sempre
valores sobrehumanos.
São 56 figuras em variadas vestes e cores, representando os mais variados campos do conhecimento como
filosofia, astronomia, matemática, física, biologia, humanidades e muitos outros, é o que se poderia chamar hoje
altamente interdisciplinar. A distribuição espacial é de grande impacto, apesar de seu equilíbrio.
Bem ao centro vemos representadas as figuras de Platão e Aristóteles, dois grandes filósofos do mundo clássico
debatendo. Eles seguram seus livros onde expõem e defendem as suas filosofias (Platão segura o Timeu e
Aristóteles segura o que parece ser a Ética Nicomaquéia).
Percebemos bastante definidas uma estrutura de grupos distintos em torno das duas figuras centrais de Platão e Aristóteles.
Platão, com o vulto de Leonardo da Vinci, ergue o indicador para o alto, simbolizando a teoria das formas (o poder das idéias
abstratas e intangíveis). Aristóteles, com a mão espalmada para baixo, indica a realidade material da natureza, a terra, o que
representa a percepção pelos sentidos, base de sua concreta teoria do conhecimento(filosofia natural e empírica).
Simbologia da dualidade que deve ser entendida como uma síntese necessária para a compreensão filosófica da existência:
indica a busca do conhecimento pelo pensamento abstrato (Platão), e a busca do conhecimento pela investigação empírica da
natureza material (Aristóteles), são as duas visões filosóficas da epistemologia (estudo do conhecimento) são complementares,
mas que fundamentalmente a ciência depende da conjugação dos modelos abstratos (teóricos) com a sua validação final pela
experimentação na natureza material (experimentos).
Notamos a presença de Sócrates em discussão com Alcebíades ouAlexandre, rei da Macedônia e discípulo de Aristóteles, que
escuta atentamente as palavras de Sócrates. O filósofo grego enfatiza com os dedos os pontos de sua argumentação. O
questionamento e a análise são o cerne da filosofia socrática.
O grupo abaixo cuja figura central e de Pitágoras, assistido por Averróis. Parmênides segura um livro, provavelmente seus poemas
intitulado de “Sobre a Natureza”, que trata do caminho da verdade e do caminho da opinião.
Pitágoras está com um grupo de ouvintes atentos. Pitágoras também personifica a aritmética e a música. A presença da
música ligada aos números é ilustrada pela lousa mostrada a Pitágoras por um belo menino e que contém as famosas
relações da harmonia do diapasão musical.
Euclides (grupo embaixo, à direita), matemático grego do século III a. C. e discípulo de Sócrates, expõe um de seus
princípios geométricos, com um compasso na mão. O grupo ao seu redor mostra alunos entusiasmados que parecem
compreender um com conceito difícil . As duas magníficas figuras sustentando globos – globo celeste com Zoroastro (de
frente) e globo terrestre com Ptolomeu (de costas).
Euclides é representado pelo vulto de Bramante, amigo e protetor de Rafael na corte de Júlio II e arquiteto de São Pedro,
pois quando esta obra foi pintada, o papa Júlio II planejava a reconstrução da Catedral de São Pedro.
A monumentalidade da arquitetura representada no afresco é certamente de influência de Bramante, enquanto a colocação nos
nichos das figuras de Apolo (à esquerda), deus do Sol, que segura uma lira, representa a harmonia e a sobriedade, como também
o esclarecimento filosófico e o poder civilizador da razão. Minerva (à direita), que preside a paz e a guerra defensiva. Encarnação
da sabedoria, ela é a padroeira tradicional das instituições dedicadas à busca do conhecimento e da realização artística. As duas
figuras acentuam a complementaridade entre a perfeição da Beleza (Apolo) e a universalidade da Sabedoria (Minerva).
Duas figuras destacam-se pelo seu relativo isolamento: Diógenes, reclinado na escadaria, em pose certamente displicente e quase
depreciativa , esparramada nos degraus, um pensador, que detestava as posses materiais e vivia dentro de uma barrica – de onde
veio seu apelido de “ o cão”. Heráclito, com a mão no rosto escrevendo sobre um bloco de mármore, e em atitude pensativa.
O vulto de Heráclito, vestido com roupas de pedreiro, na realidade retrata Michelangelo. Claramente melancólico mostra que costumava chorar devido à
tolice humana. Cabe aqui uma curiosa observação: uma análise da base do afresco ("intonaco") mostra que se trata de um "pentimento", figuras colocadas
após o término do trabalho. A generosa interpretação de alguns críticos é de que Rafael introduziu a figura de Heráclito (com o vulto de Michelangelo) após o
término do afresco e após ter visto, com admiração e com a cumplicidade de Bramante, a Capela Sistina, pintada pelo grande rival. Este "pentimento" seria
assim uma nobre homenagem ao seu competidor na corte de Júlio II.
Por fim o auto-retrato de Rafael (boina preta) com seu colega e amigo Sodoma (boina branca) junto à coluna inferior direita, como
que observando os espectadores e também chamar nossa atenção e ser notado.
Esta figura gorducha, com uma coroa de folhas de parreira, é Epicuro, o grande filósofo grego que ensinava que a felicidade reside
em buscar os prazeres da mente.
Observe as personalidades em que Rafael se inspirou para pintar o rosto dos diferentes filósofos
gregos- homenagem às pessoas de seu tempo: 1: Zenão de Cítio ou Zenão de Eléia? 2: Epicuro
3: Frederico II, duque de Mântua e Montferrat? 4: Anicius Manlius Severinus Boethius ou
Anaximandro ou Empédocles? 5: Averroes? 6: Pitágoras? 7: Alcibíades ou Alexandre, o Grande?
8: Antístenes ou Xenofonte? 9: Hipátia (Francesco Maria della Rovere or Raphael's mistress
Margherita.) 10: Ésquines ou Xenofonte? 11: Parménides? 12: Sócrates? 13: Heráclito (
Miguel Ângelo). 14: Platão segurando o Timeu (Leonardo da Vinci). 15: Aristóteles segurando
Ética a Nicômaco? 16: Diógenes de Sínope? 17: Plotino? 18: Euclides ou Arquimedes
acompanhado de estudantes (Bramante)? 19: Estrabão ou Zoroastro? (Baldassare Castiglione
ou Pietro Bembo). 20: Ptolomeu? R: Apeles (Rafael). 21: Protogenes ( Sodoma ou
Pietro Perugino).
Platão com o rosto de Da Vinci

Pitágoras explicando sua teoria.


Tabela com alguns símbolos
musicais e o número triangular
1+2 +3 +4

Zaratustra e
Ptolomeu
Averróis e Pitágoras

Raffaello Sanzio
(auto-retrato)
Platão e Aristóteles

Euclides manuseando um compasso. Euclides de Alexandria


viveu por volta de 300 a. C. e participou da Escola de
Alexandria, ligada à famosa biblioteca de Alexandria. Escreveu
aproximadamente 12 tratados sobre ótica, astronomia, música e
mecânica. Euclides é mais conhecido por ter sistematizado o
conhecimento em Geometria de sua época, organizando-o em
uma estrutura axiomática. Esta apresentação faz parte de sua
obra Os Elementos, que exerceu grande influência no
desenvolvimento e no ensino da Matemática por mais de 1500
anos.
Heráclito ( rosto de
Michelângelo)
Com seus sessenta e um anos de idade, Platão recebe em sua Academia um
jovem macedônio que atendia pelo nome de Aristóteles, que aos vinte anos
parte para Atenas, a fim de estudar a fundo a arte de “filosofar”.

Em Atenas existiam apenas dois lugares onde se podia aprender filosofia: A


Academia de Filósofos Políticos e a Academia de Platão.

É então que Aristóteles faz sua mais importante escolha, que determinou o
caminho de todo o seu trabalho como filósofo, Aristóteles decide ser pupilo
de Platão.

E apesar de se tratar de mestre e aluno, e ambos se gostarem e se


respeitarem muito, Platão e Aristóteles tiveram pensamentos e atividades
filosóficas muito opostas.

Raros foram os momentos em que os dois foram coniventes num mesmo


pensamento.
Tal como muitos filósofos antes dele, Platão quisera encontrar algo que fosse
eterno e imutável, diferente das coisas que ele via à sua volta, dessa forma
foi que ele encontrou as “idéias perfeitas”, que superavam toda e qualquer
coisa do mundo sensorial.

Platão considerava os fenômenos naturais como uma mera projeção destas


idéias, eram imperfeitos e irreais. Tinha-se portanto, primeiro a “idéia”
pássaro e conseguinte todos os pássaros do mundo sensível.

Aristóteles concordara com este pensamento, entretanto ele acreditava que a


“idéia” pássaro nada mais era de que um conceito criado pelos homens, após
terem visto um número considerável de pássaros, ou seja, a “forma” pássaro
não existia, ela era composta a partir de características definidas por sua
espécie.

Para Aristóteles as formas estavam dentro das próprias coisas, eram assim,
suas características próprias, suas essências.

(O que Platão chamara outrora de Forma, por Aristóteles era dito Essência)
Com isso Aristóteles quis dizer que não existe nada na consciência
humana que já não tenha sido antes experimentado pelos sentidos, as
idéias e pensamentos eram portanto, oriundos do que víamos e ouvíamos.
Aristóteles acreditava que a realidade é composta de várias coisas
isoladas, constituídas por substância e essência.
A substância é a matéria a partir da qual um corpo é formado, ao passo
que, a essência são as características peculiares do mesmo.

A substância sempre almeja a possibilidade de assumir determinada forma


que lhe é inerente, assim como uma semente de girassol almeja tornar-se
um girassol. Porém, isso não significa que todas as sementes de girassol
chegarão a se transformar numa flor, afinal, a terra pode não ser fértil o
suficiente, entre outros fatores.

Contudo, é fato que uma semente de girassol jamais irá se tornar um


carvalho ou uma macieira – por exemplo –, uma vez que estas
possibilidades não lhe são inerentes.
Aristóteles costumava dizer que enquanto seu tutor usou apenas a
razão, ele conciliou-a aos sentidos.

Os sentidos para Platão não “prestavam”, pois ludibriavam os


homens, afastando-os da razão.

Platão encontrava-se tão entretido nas formas eternas, que não se


importou muito em registrar os processos naturais, Aristóteles por
outro lado centrava-se justamente nestas mudanças da natureza,
pois sendo filho de um renomado médico na Macedônia, Aristóteles
cresceu tendo grande apreço pelas ciências naturais.

Platão e Aristóteles diferem-se até mesmo na forma de escrever,


enquanto Platão poetizava e criava mitos, Aristóteles escrevia numa
linguagem bastante técnica, como verbetes de uma enciclopédia.

Ele foi um homem extremamente metódico, que queria sobretudo,


colocar ordem nos conceitos dos homens, foi assim que ele criou a
ciência da “lógica”, constituída de normas que pudessem considerar
algumas conclusões como “logicamente” válidas.

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