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Simulado 101 questões


Questão 1 (UEMA) TEXTO BASE 1
Na perspectiva do conhecimento, Immanuel Kant pretende superar a Texto I
dicotomia racionalismo-empirismo. Entre as alternativas abaixo, a
única que contém informações corretas sobre o criticismo kantiano é: [1] No filme Eu, Robô, um policial encarregado de
a A razão estabelece as condições de possibilidade do investigar o assassinato de um humano supostamente cometido
conhecimento; por isso independe da matéria do conhecimento. por uma máquina interroga um robô. Esse policial demonstra,
[4] desde o início do filme, uma atitude de reprovação em relação
b O conhecimento é constituído de matéria e forma. Para termos
ao desenvolvimento tecnológico dessas máquinas. Na cena do
conhecimento das coisas, temos de organizá-las a partir da forma
a priori do espaço e do tempo. interrogatório, ocorre o seguinte diálogo entre o policial e o robô.
c O conhecimento é constituído de matéria, forma e pensamento. [7] Policial: Por que se escondeu na cena do crime?
Para termos conhecimento das coisas temos de pensá-las a partir Robô: Eu tive medo.
do tempo cronológico. Policial: Robôs não sentem medo. Eles não sentem nada. Não
d A razão enquanto determinante nos conhecimentos fenomênicos [10] sentem fome, não sentem sono.
e noumênicos (transcendentais) atesta a capacidade do ser Robô: Eu tenho. E tenho até mesmo sonhos.
humano. Policial: Seres humanos é que têm sonhos. Até cães têm
e O homem conhece pela razão a realidade fenomênica porque [13] sonhos. Você não. Você é só uma máquina. Uma imitação da
Deus é quem afinal determina este processo. vida. Um robô consegue compor uma sinfonia? Um robô
consegue pintar uma bela obra-prima?
Questão 2 (UNCISAL) [16] Robô: Você consegue?
O trabalhador se torna tão mais pobre quanto mais riqueza (O policial fica em silêncio, constrangido).
produz, quanto mais a sua produção aumenta em poder e
extensão. O trabalhador se torna uma mercadoria tão mais barata Texto II
quanto mais mercadorias cria. Com a valorização do mundo das
coisas aumenta em proporção direta a desvalorização do mundo [1] É preciso estender os dedos, completamente, nessa
dos homens. direção e fazer o ensaio de captar essa assombrosa finesse —
MARX, K. A Consciência revolucionária da História. 3. ed. São de que o valor da vida não pode ser avaliado. Por um vivente
Paulo: Ática, 1989, p. 148. [4] não, porque este é parte interessada, e até mesmo objeto de
Segundo Marx, as mudanças nas relações descritas no texto, devido litígio, e não juiz; por um morto não, por outra razão. Da parte
ao sistema capitalista, levaram à de um filósofo, ver no valor da vida um problema permanece,
a alienação da perda do objeto e do produto. [7] dessa forma, até mesmo uma objeção contra ele, um ponto de
interrogação diante de sua sabedoria, uma falta de sabedoria.
b apropriação das propriedades comunitárias. F Nietzsche Crepúsculo dos ídolos O problema de Sócrates, #2
c exploração ampla e injusta da mão de obra.
d superação da divisão social do proletariado. Tendo como referência os fragmentos de texto apresentados e
e contestação dos ganhos erários da burguesia. considerando as noções filosóficas de natureza humana e a noção de
vida em Nietzsche, julgue o item seguinte.
Questão 3 (UnB)

PARA RESPONDER A QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 1


Do trecho “Da parte de um filósofo, ver no valor da vida um problema
permanece, dessa forma, até mesmo uma objeção contra ele” (l. 5 a
7), do texto II, depreende-se que, para Nietzsche,
a o valor da vida não é um tema filosoficamente relevante.
b a vida não tem valor.
c o ponto de partida da filosofia é a vida.
d o desenvolvimento de uma ética que valorize a vida é necessário.

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Questão 4 (ENEM) Questão 6 (UNICENTRO)


Uma pessoa vê-se forçada pela necessidade a pedir dinheiro Na Crítica do Juízo de Kant, o prazer estético não se define tanto
emprestado. Sabe muito bem que não poderá pagar, mas vê também como aquele que o sujeito experimenta através do objeto, mas como
que não lhe emprestarão nada se não prometer firmemente pagar em aquele prazer que deriva da constatação de pertencer a um grupo –
prazo determinado. Sente a tentação de fazer a promessa; mas tem em Kant, a própria humanidade –, unido pela capacidade de apreciar
ainda consciência bastante para perguntar a si mesma: não é o belo.
proibido e contrário ao dever livrar-se de apuros desta maneira? Sobre o caráter da Estética em Kant, atribua V (verdadeiro) ou F
Admitindo que se decida a fazê-lo, a sua máxima de ação seria: (falso) às afirmativas a seguir.
quando julgo estar em apuros de dinheiro, vou pedi-lo emprestado e
prometo pagá-lo, embora saiba que tal nunca sucederá. ( ) Verdade ou falsidade se aplicam aos juízos estéticos.
KANT, 1. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Abril Cultural, ( ) Os juízos estéticos são juízos determinantes.
1980. ( ) O gosto (estético) não se esgota no gosto individual, mas é algo
De acordo com a moral kantiana, a "falsa promessa de pagamento" comunicável.
representada no texto ( ) É possível uma educação estética do ser humano.
a assegura que a ação seja aceita por todos a partir da livre ( ) Na apreciação da arte, como na política, meus juízos são
discussão participativa. mediados pelos juízos dos outros.
b garante que os efeitos das ações não destruam a possibilidade da
vida futura na terra. Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência
correta.
c opõe-se ao princípio de que toda ação do homem possa valer
a V, V, V, F, F.
como norma universal.
d materializa-se no entendimento de que os fins da ação humana b V, F, V, V, F.
podem justificar os meios. c V, F, F, F, V.
e permite que a ação individual produza a mais ampla felicidade d F, V, F, V, F.
para as pessoas envolvidas. e F, F, V, V, V.
Questão 5 (UNICENTRO) Questão 7 (UEA)
Analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta a(s) Hegel rechaça a ética kantiana porque ela não leva em conta o
correta(s). Em seu livro História da Filosofia, Hegel (1770-1831) homem inteiro, o homem vivo, mas exclui da ética sua vida real,
declara que a filosofia moderna pode ser considerada o nascimento subjuga-a mediante leis alheias à vida e converte assim a moral em
da filosofia propriamente dita, porque nela, segundo Hegel, pela algo positivo e morto para o homem vivo. Hegel vê claramente que
primeira vez, os filósofos afirmam que essa rigidez mecânica da ética kantiana está estreitamente ligada
I. a filosofia é independente e não se submete a nenhuma autoridade com a absolutização do conceito de dever.
que não seja a própria razão como faculdade plena de conhecimento. (Georg Lukács. O jovem Hegel e os problemas da sociedade capitalista, 1972.)
Isto é, os modernos são os primeiros a demonstrar que o
conhecimento verdadeiro só pode nascer do trabalho interior A crítica hegeliana incide sobre a noção kantiana de
realizado pela razão, graças a seu próprio esforço. Só a razão a imperativo categórico.
conhece e somente ela pode julgar a si mesma.
b coletivismo prático.
II. a filosofia moderna realiza a primeira descoberta da subjetividade
propriamente dita porque nela o primeiro ato do conhecimento, do c procedimento científico.
qual dependerão todos os outros, é a reflexão e consciência de si d utilitarismo comportamental.
reflexiva. e hedonismo ético.
III. a filosofia moderna é a primeira a reconhecer que, sendo todos os
seres humanos seres conscientes e racionais, todos têm igualmente Questão 8 (URCA)
o direito ao pensamento e a verdade. Segundo Hegel, essa afirmação No início do ano de 1848, o pensador Alexis de Tocqueville, falou da
do direito ao pensamento, unida à ideia da recusa de toda censura Tribuna da Câmara dos Deputados da França, expressando: “Nós
sobre o pensamento e palavra, seria a realização filosófica do dormimos sobre um vulcão... Os senhores não percebem que a terra
princípio da individualidade como subjetividade livre que se relaciona treme mais uma vez? Sopra o vento das revoluções, a tempestade
livremente com a verdade. está no horizonte”.
IV. a filosofia moderna está tão intimamente vinculada aos Sobre o contexto histórico no qual se inserem as palavras de
fundamentos da práxis humana que a ação não pode ser ignorada na Tocqueville, assinale CORRETAMENTE:
determinação de seus critérios filosóficos. Para Hegel, os modernos
a Na mesma época, Karl Marx e Friedrick Engels publicaram, em
foram os primeiros a entender que esta prática, no entanto, não deve
Londres, o Manifesto do Partido Comunista;
ser considerada apenas no sentido restrito da conduta pessoal, mas
na acepção mais abrangente de experiência humana em seus vários b No mesmo ano, a República Francesa, fundada após a deposição
aspectos, desde histórico até o nível psicológico. de Napoleão Bonaparte, foi derrubada, dando lugar à volta da
Monarquia;
a Apenas I, III e IV.
c Semelhante ao que ocorria na Europa, no Brasil, tivemos a
b Apenas I, II e III.
Confederação do Equador, com características bastante
c Apenas I. semelhantes ao que vinha ocorrendo no Velho Continente;
d Apenas II, III e IV. d As palavras de Tocqueville foram completamente extemporâneas,
e Apenas IV. tendo em vista que entre os anos de 1830 e 1870, a Europa
vivenciou um dos períodos de tranquilidade social e política mais
longos de sua história;
e Os movimentos de 1848 que transformaram a Europa num
verdadeiro “vulcão revolucionário” acabaram levando o continente
a um retrocesso, inclusive com a volta às relações servis de produção
que só tiveram fim com a 1ª. Guerra Mundial.

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Questão 9 (UNICENTRO) Questão 12 (UEG)


A filosofia, como é estudada atualmente, encontra-se submetida a Para Nietzsche, uma educação superior da humanidade exigiria uma
uma grande especificação quanto ao universo dos seus transvaloração de todos os valores que têm como frente de combate
conhecimentos. Isso se deve, em grande medida, a um motivo a transvaloração platônico-cristã. Em relação à transvaloração
principal vinculado à perspectiva de Kant, filósofo alemão do século proposta por Nietzsche, nota-se que
XVIII. a visa retirar o homem da alienação na qual se encontra, mostrando
Quanto à perspectiva do conhecimento presente nesse pensador, que tudo já está decidido e escolhido para nós.
assinale a alternativa correta.
b sustenta uma visão metafísica que valoriza e postula uma
a A filosofia, ao aceitar a metafísica, coaduna com a ideia de que possível realidade para além do mundo sensível.
seria exequível o conhecimento da realidade em si.
c implica uma valorização dos valores presentes eliminando a ideia
b A filosofia passa a afirmar que a razão humana possui o poder de de um mundo metafísico de verdades eternas.
conhecer a organização da verdade em si mesma. d visa aprofundar a cisão platônico-cristã entre esse mundo (o
c O conhecimento diz respeito à forma como as coisas são empírico) e o outro mundo (o mundo-verdade).
organizadas pela estrutura interna e universal da própria razão.
e opera uma inversão de valores, na medida em que considera os
d O descobrimento das causas, ou dos princípios primeiros das valores vigentes como sintoma de decadência.
coisas, oferece à verdade a essência do conhecimento.
e Sua abordagem filosófica consiste na ideia de que seria possível Questão 13 (UENP)
apreender as coisas, tais como são em si Immanuel Kant é conhecido por ter comparado seu papel na filosofia
mesmas. com o de Copérnico na astronomia. Com base nos conhecimentos
sobre Kant, assinale a alternativa correta.
Questão 10 (ESPM)
a Assentou a realidade exterior no centro da investigação filosófica
Como percepção da sociedade moderna, não há nada que se e a razão a girar em torno dela.
compare a ‘O Capital’, ao ‘Manifesto Comunista’ e aos escritos sobre b Colocou no centro da investigação filosófica a realidade objetiva e
a luta de classes na França. A potência da formulação e da análise
fez o sujeito girar a sua volta.
até hoje deixa boquiaberto. Dito isso, os prognósticos de Marx sobre
a revolução operária não se realizaram, o que obriga a uma leitura c Disse primeiro o que é a realidade para depois estudar o que é a
distanciada. Outros aspectos da teoria, entretanto, ficaram de pé, razão.
mais atuais do que nunca, tais como a mercantilização da existência, d Depositou no centro da investigação filosófica a própria razão.
a crise geral sempre pendente e a explora- ção do trabalho. Nossa e Pôs no centro da investigação filosófica os objetos do
vida intelectual seria bem mais relevante se não fechássemos os conhecimento dizendo que eles são racionais.
olhos para esse lado das coisas.
(Roberto Schwarz, “Por que ler Marx”, Folha de S.Paulo, 22.02.2013) Questão 14 (UNICENTRO)
Assinale a correta. Segundo o texto: A Filosofia Marxista é também conhecida como filosofia
a comprovadamente não há nada que supere até hoje, em a estética.
densidade analítica, os textos marxistas. b da práxis.
b não é possível comparar os textos marxistas, muito intelectuais, c da convivência.
com as produções críticas da sociedade moderna.
d da sensibilidade.
c todas as teorias profetizadas nos textos de Marx acabaram
e da intersubjetividade.
vingando, tais como a “mercantilização da existência”, a “crise
geral” e a “exploração do trabalho”.
d há um prejuízo intelectual para a sociedade, ao se ignorarem,
hoje, aspectos deploráveis das relações humanas denunciadas
no século XIX por Marx.
e os textos marxistas, de um modo geral, são considerados atuais
no plano temático, mas ultrapassados quanto ao poder de
análise.
Questão 11 (UNITAU)
“A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem
sido a história das lutas de classes. Entretanto, a nossa época, a
época da burguesia, caracteriza-se por ter simplificado os
antagonismos de classes. A sociedade divide-se cada vez mais em
dois vastos campos opostos: a burguesia e o proletariado. [...] Que as
classes dominantes tremam à ideia de uma revolução comunista! Os
proletários nada têm a perder nela a não ser suas cadeias. Têm um
mundo a ganhar”.
Assinale a alternativa que apresenta, CORRETAMENTE, a autoria
desse texto e a linha teórica seguida.
a Mikhail Bakunin e Joseph Proudhon, Anarquismo.
b Karl Marx e Mikhail Bakunin, Socialismo Utópico.
c Vladimir Ilitch Lênin e Leon Trótsky, Socialismo Científico.
d Karl Marx e Friederich Engels, Materialismo Histórico
e Vladimir Ilich Lênin e Joseph Stálin, Socialismo Real.

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Questão 15 (UNIFOR) Questão 16 (UNIMONTES)


O pensamento de Nietzsche (1844 -1900) orienta-se no sentido de
recuperar as forças inconscientes, vitais, instintivas, subjugadas pela
razão durante séculos. Para tanto, critica Sócrates por ter
encaminhado, pela primeira vez, a reflexão moral em direção ao
controle racional das paixões. Nietzsche faz uma crítica à tradição
moral desenvolvida pelo ocidente. Marque a alternativa que indica as
obras que melhor representam a crítica nietzscheana.
a Para além do bem e do mal, Genealogia da moral, Crepúsculo
dos ídolos.
b Para além do bem e do mal, Genealogia da moral, República.
c Leviatã, Genealogia da moral, Crepúsculo dos ídolos.
d Microfísica do poder, Genealogia da moral, Crepúsculo dos
ídolos.

Questão 17 (UNESP)
Jamais um homem fez algo apenas para outros e sem qualquer
motivo pessoal. E como poderia fazer algo que fosse sem referência
a ele próprio, ou seja, sem uma necessidade interna? Como poderia
o ego agir sem ego? Se um homem desejasse ser todo amor como
aquele Deus, fazer e querer tudo para os outros e nada para si, isto
“A igualdade inata, quer dizer, a independência que consiste em não pressupõe que o outro seja egoísta o bastante para sempre aceitar
se ser obrigado por outros a mais do que, reciprocamente, os esse sacrifício, esse viver para ele: de modo que os homens do amor
podemos obrigar; por conseguinte, a qualidade do homem de ser seu e do sacrifício têm interesse em que continuem existindo os egoístas
próprio senhor (sui iuris), ao mesmo tempo a de ser um homem sem amor e incapazes de sacrifício, e a suprema moralidade, para
íntegro (iustus), porque não cometeu ilícito algum com anterioridade a poder subsistir, teria de requerer a existência da imoralidade, com o
qualquer acto jurídico; por último, também a faculdade de fazer aos que, então, suprimiria a si mesma.
outros aquilo que os não prejudica no que é seu, se eles não (Friedrich Nietzsche. Humano, demasiado humano, 2005. Adaptado.)
quiserem tomar como tal; como por exemplo, comunicar aos outros o
próprio pensamento, contar-lhes ou prometer-lhes algo, seja A reflexão do filósofo sobre a condição humana apresenta
verdadeiro e sincero ou falso e dúplice (veriloquium aut falsiloquium), pressupostos
pois que é unicamente sobre eles que recai o facto de querer ou não a psicológicos, baseados na crítica da inconsistência subjetiva da
acreditar no interlocutor – todas estas faculdades encontram-se já moral cristã.
ínsitas no princípio da liberdade inata e não se distinguem b cartesianos, baseados na ideia inata da existência de Deus na
verdadeiramente dela (como elementos de uma divisão com base substância pensante.
num conceito superior de Direito)”.
c estoicistas, exaltadores da apatia emocional como ideal de uma
(KANT, 2004, p. 56-57).
vida sábia.
Considerando a charge e o texto acima, assinale a alternativa
CORRETA: d éticos, defensores de princípios universais para orientar a
conduta humana.
a O atentado ao periódico francês Charlie Hebdo deveu-se à
insatisfação generalizada com os resultados das eleições para o e metafísicos, uma vez que é alicerçada no mundo inteligível
parlamento da França, com o crescimento dos partidos platônico.
conservadores. Questão 18 (UNICENTRO)
b O necessário respeito à liberdade e subjetividade tornam matéria
Para o filósofo Immanuel Kant (1724-1804), maior expoente do
indiscutível, em termos de política pública estatal, as ações de
Iluminismo, a ação moral é
cunho religioso de quaisquer matizes ou denominações, por mais
diferentes que possam parecer ao parâmetro cultural dominante. a hedonista, pois considera que a felicidade consiste no
aperfeiçoamento da crítica à razão estabelecida.
c O parâmetro apresentado no pensamento kantiano consiste na
aplicação do entendimento iluminista do século XVIII, o qual b autônoma, pois o homem é o único ser capaz de se determinar
atribui uma função central para a autonomia do sujeito de modo a segundo leis que a própria razão estabelece.
exigir-lhe a responsabilidade pelo seu próprio processo de c categórica e crítica, acentua o caráter racional do indivíduo e seu
conhecimento da realidade. poder de contestação.
d A concepção de que haja uma competição entre culturas com o d ascética, mas laica (não-religiosa), porque, embora admita que os
foco na construção de hegemonia tem seu ponto culminante valores morais não se encontram em Deus, nega ao homem o
dentro da prática do multiculturalismo europeu do fim do século XX e direito de escolha (livre-arbítrio), o qual está nas mãos do Estado.
início do século XXI. e inata, assim como o sentimento do dever, ambos são a “voz da
e O atentado contra a publicação semanal do Charlie Hebdo não se natureza” em nosso coração; o dever racional simplesmente nos
configura como negação da condição de subjetividade e força a recordar nossa natureza originária.
individualidade necessárias à coexistência cultural, mas, outrossim,
uma resposta à agressão praticada pelos jornalistas contra a religião
islâmica.

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Questão 19 (ENEM) Questão 22 (ENEM)


Sentimos que toda satisfação de nossos desejos advinda do mundo Os ricos adquiriram uma obrigação relativamente à coisa pública,
assemelha-se à esmola que mantém hoje o mendigo vivo, porém uma vez que devem sua existência ao ato de submissão à sua
prolonga amanhã a sua fome. A resignação, ao contrário, assemelha- proteção e zelo, o que necessitam para viver; o Estado então
se à fortuna herdada: livra o herdeiro para sempre de todas as fundamenta o seu direito de contribuição do que é deles nessa
preocupações. obrigação, visando a manutenção de seus concidadãos. Isso pode
SCHOPENHAUER, A. Aforismo para a sabedoria da vida. São Paulo: ser realizado pela imposição de um imposto sobre a propriedade ou a
Martins Fontes, 2005. atividade comercial dos cidadãos, ou pelo estabelecimento de fundos
O trecho destaca uma ideia remanescente de uma tradição filosófica e de uso dos juros obtidos a partir deles, não para suprir as
ocidental, segundo a qual a felicidade se mostra indissociavelmente necessidades do Estado (uma vez que este é rico), mas para suprir
ligada à as necessidades do povo.
a consagração de relacionamentos afetivos. KANT, T. A metafísica dos costumes. Bauru: Edipro, 2003.
Segundo esse texto de Kant, o Estado
b administração da independência interior.
a deve sustentar todas as pessoas que vivem sob seu poder, a fim
c fugacidade do conhecimento empírico.
de que a distribuição seja paritária.
d liberdade de expressão religiosa.
b está autorizado a cobrar impostos dos cidadãos ricos para suprir
e busca de prazeres efêmeros. as necessidades dos cidadãos pobres.
Questão 20 (UECE) c dispõe de poucos recursos e, por esse motivo, é obrigado a
cobrar impostos idênticos dos seus membros.
Observe a seguinte notícia: “O total de pessoas encarceradas no
Brasil chegou a 726.712 em junho de 2016. Em dezembro de 2014, d delega aos cidadãos o dever de suprir as necessidades do
era de 622.202. Houve um crescimento de mais de 104 mil pessoas. Estado, por causa do seu elevado custo de manutenção.
Cerca de 40% são presos provisórios, ou seja, ainda não possuem e tem a incumbência de proteger os ricos das imposições
condenação judicial. Mais da metade dessa população é de jovens de pecuniárias dos pobres, pois os ricos pagam mais tributos.
18 a 29 anos e 64% são negros. [...] Os crimes relacionados ao
tráfico de drogas são os que mais levam as pessoas às prisões, com Questão 23 (ENEM PPL)
28% da população carcerária total. Somados, roubos e furtos chegam Jamais deixou de haver sangue, martírio e sacrifício, quando o
a 37%. [...] Quanto à escolaridade, 75% da população prisional homem sentiu a necessidade de criar em si uma memória; os mais
brasileira não chegaram ao Ensino Médio. Menos de 1% dos presos horrendos sacrifícios e penhores, as mais repugnantes mutilações (as
tem graduação”. castrações, por exemplo), os mais cruéis rituais, tudo isto tem origem
Fonte: AGÊNCIA BRASIL, 08/12-2017. Em: naquele instinto que divisou na dor o mais poderoso auxiliar da
http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017 - 12/populacao-carceraria-do- memória.
brasil-sobe-de-622202-p ara726712-pessoas NIETZSCHE, F. Genealogia da moral. São Paulo: Cia. das Letras, 1999.

As informações apresentadas na notícia acima podem ser pensadas O fragmento evoca uma reflexão sobre a condição humana e a
filosoficamente tomando-se por base elaboração de um mecanismo distintivo entre homens e animais,
marcado pelo(a)
I. Foucault e sua teoria dos dispositivos disciplinares do poder. a racionalidade científica.
II. Marx e sua teoria do Estado como instrumento da classe b determinismo biológico.
dominante.
III. Maquiavel e sua teoria do poder do príncipe. c degradação da natureza.
IV. Aristóteles e seu conceito de justiça distributiva. d domínio da contingência.
e consciência da existência.
Estão corretas somente as complementações contidas em
a I e II. Questão 24 (UFU)
b II e III. Leia atentamente o texto abaixo e assinale a alternativa que indica
com qual teoria filosófica ele se relaciona.
c III e IV.
d I e IV. “É possível afirmar que a sociedade se constitui a partir de condições
materiais de produção e da divisão social do trabalho, que as
Questão 21 (ENEM)
mudanças históricas são determinadas pelas modificações naquelas
Até hoje admitia-se que nosso conhecimento se devia regular pelos condições materiais e naquela divisão do trabalho e que a
objetos; porém, todas as tentativas para descobrir, mediante consciência humana é determinada a pensar as idéias que pensa por
conceitos, algo que ampliasse nosso conhecimento, malogravam-se causa das condições materiais instituídas pela sociedade.”
com esse pressuposto. Tentemos, pois, uma vez, experimentar se CHAUÍ, M. Filosofia. São Paulo: Ática, 2007.
não se resolverão melhor as tarefas da metafísica, admitindo que os Este texto descreve
objetos se deveriam regular pelo nosso conhecimento. a a concepção de Marx, que escreveu obras como Contribuição à
Economia Política e O Capital.
KANT, I. Crítica da razão pura. Lisboa: Calouste-Gulbenkian, 1994 (adaptado)
O trecho em questão é uma referência ao que ficou conhecido como b a concepção de Nicolau Maquiavel, que escreveu, dentre outras
obras, O Príncipe.
revolução copernicana na filosofia. Nele, confrontam-se duas
posições filosóficas que c a concepção de Thomas Hobbes, autor do Leviatã.
a assumem pontos de vista opostos acerca da natureza do d a concepção de Jean Jacques Rousseau, autor de O Contrato
conhecimento. Social.
b defendem que o conhecimento é impossível, restando-nos
somente o ceticismo.
c revelam a relação de interdependência entre os dados da
experiência e a reflexão filosófica.
d apostam, no que diz respeito às tarefas da filosofia, na primazia
das ideias em relação aos objetos.
e refutam-se mutuamente quanto à natureza do nosso
conhecimento e são ambas recusadas por Kant.

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Questão 25 (UEMA) Questão 27 (USF)


A palavra ideologia, criada por Destutt de Tracy (1754- 1836), A vida e a obra de Karl Marx desenvolveram-se em meio de ampla
significa estudo da gênese e do desenvolvimento das ideias. Com série de contradições. (...) Escritor e pensador da classe média, que
Karl Marx, o termo ideologia adquiriu um significado crítico e nunca aceitou trabalho fixo para ganhar a vida, foi eleito primeiro
negativo. presidente da primeira Associação Internacional dos Trabalhadores.
Ainda que fosse alemão e vivesse a maior parte de sua vida na
Identifique, nas opções abaixo, a única que contém informação Inglaterra, sua influência, profundamente revolucionária, tem-se
correta sobre a concepção de Marx sobre ideologia. manifestado mais vigorosa na Rússia e no Extremo Oriente.
a Conjunto de ideias que apresenta a sociedade dividida em duas GOMES, Marileide Pereira. Marx, vida e pensamentos. São Paulo: Editora Martin
classes, dominantes e dominados, visando à conscientização dos Cleret Ltda, 1997. p. 11.
indivíduos. A respeito do pensamento de Karl Marx, analise as proposições a
b Conjunto de ideias que mostra a totalidade da realidade, levando seguir.
os indivíduos a compreenderem-na em si mesma.
I. Marx denominou de superestrutura todo mecanismo econômico que
c Conjunto de ideias que dissimula e oculta a realidade, mostrando- rege a sociedade, contrapondo-se a Adam Smith, teórico clássico que
a de maneira parcial e distorcida em relação ao que de fato é. defende a terra como fonte de poder e riqueza.
d Conjunto de ideias que esclarece de forma contundente a II. Marx afirma que o agente transformador da sociedade é a luta de
realidade, mostrando que apenas pessoas da classe dominante classes, pois aponta para o antagonismo entre exploradores e
podem governar. explorados.
e Conjunto de ideias que estimula a classe dominada a alcançar o III. Marx e Engels basearam seus estudos no materialismo dialético,
poder. que aponta, acima de tudo, os pontos positivos do capitalismo que
deveriam ser adotados, após o operariado promover a revolução.
TEXTO BASE 2 IV. Karl Marx afirma que no capitalismo existem crises periódicas,
Leia o texto para responder à questão. prejudicando o lado mais fraco do sistema, o proletário. Portanto, o
sistema capitalista tende a desaparecer em virtude das próprias
Pensemos num cavalo diante de nós. Então perguntemos: o que é contradições e da oposição entre o caráter privado e o caráter
isso? Platão diria: “Esse animal não possui nenhuma existência coletivo da apropriação dos bens.
verdadeira, mas apenas uma aparente, um constante vir-a-ser.
Verdadeiramente é apenas a Ideia, que se estampa naquele cavalo, Assinale
que não depende de nada, nunca veio-a-ser, sempre da mesma a se somente I for correta.
maneira. Enquanto reconhecemos nesse cavalo sua Ideia, é por b se somente II for correta.
completo indiferente se temos aqui diante de nós esse cavalo ou seu
c se somente III for correta.
ancestral. Unicamente a Ideia do cavalo possui ser verdadeiro e é
objeto do conhecimento real”. Agora, deixemos Kant falar: “Esse d se somente II e IV forem corretas.
cavalo é um fenômeno no tempo, no espaço e na causalidade, que e se somente I e III forem corretas.
são as condições a priori completas da experiência possível,
presentes em nossa faculdade de conhecimento, não determinações Questão 28 (CESMAC)
da coisa-em-si. Para saber o que ele pode ser em si, seria preciso Seguindo a afirmação de Kant de que “a Filosofia não se aprende” e
outro modo de conhecimento além daquele que unicamente nos é que o importante é o “ato de filosofar”, podemos dizer que este ato:
possível pelos sentidos e pelo entendimento.” a é o que consegue ultrapassar a esfera mitológica para a esfera
(Arthur Schopenhauer. “Sobre as ideias”. Metafísica do belo, 2003. Adaptado.) racional, seguindo a via da abstração.
Questão 26 (UEA) b é o que sempre nos impulsiona para os campos da pesquisa
científica na busca de uma saber comprovado.
PARA RESPONDER A QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 2 c é o que nos proporciona uma visão clara sobre os destinos
futuros do homem e do mundo.
Schopenhauer compara as filosofias platônicas e kantianas, fazendo-
as responder a uma mesma questão. Na perspectiva platônica, o d é o que nos leva, incessantemente, a procurar as razões últimas
cavalo presente “diante de nós” é de qualquer ser, material ou não.
a absolutamente igual a todos os cavalos do mundo. e é o que se constitui como um caminho autônomo
independentemente da curiosidade e da dúvida.
b um ser imutável e eterno.
c a essência do cavalo real. Questão 29 (UEG)
d a demonstração da inexistência do mundo inteligível. Friedrich Nietzsche (1844-1900) é um importante e polêmico
e uma sombra da ideia do cavalo. pensador contemporâneo, particularmente por sua famosa frase
“Deus está morto”. Em que sentido podemos interpretar a
proclamação dessa morte?
a O Deus que morre é o Deus cristão, mas ainda vive o deus-
natureza, no qual o homem encontrará uma justificativa e um
consolo para sua existência sem sentido.
b Não fomos nós que matamos Deus, ele nos abandonou na
medida em que não aceitamos o fato de que essa vida só poderá
ser justificada no além, uma vez que o devir não tem finalidade.
c O Deus que morre é o deus-mercado, que tudo nivela à condição
de mercadoria, entretanto o Deus cristão poderá ainda nos salvar,
desde que nos abandonemos à experiência de fé.
d A morte de Deus não se refere apenas ao Deus cristão, mas
remete à falta de fundamento no conhecimento, na ética, na
política e na religião, cabendo ao homem inventar novos valores.
e A morte de Deus serve de alerta ao homem de que nada é infinito
e eterno, e que o homem e sua existência são momentos fugazes
que devem ser vividos intensamente.

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Questão 30 (UECE) Questão 32 (UNIMONTES)


“No Brasil, a tortura ganhou destaque durante o período da ditadura O século XVIII é caracterizado como o “século da moral”, como
militar, quando foram cometidos diversos atos de tortura contra tempo marcado profundamente pelo Iluminismo, “um projeto
pessoas consideradas pelo governo como uma ‘ameaça’ à ordem e à pedagógico-político de construção da autonomia da razão e
paz. Após esse período turbulento, a Assembleia Constituinte se emancipação de homens e mulheres, fornecendo-lhes meios
reuniu para elaborar a nova Constituição, aquela que mais tarde seria intelectuais para uma ação consciente”, conforme Gallo. Nesse
considerada como a Constituição Cidadã, pois ressalta o respeito à tempo, desenvolve-se o grande projeto ético de Immanuel Kant, com
dignidade da pessoa humana e a garantia dos direitos essenciais”. a sua destacada obra “Fundamentação da metafísica dos costumes”
TEIXEIRA, Adriano Mendes. Os crimes de tortura e o princípio constitucional da (1785), aprofundado em “Crítica da Razão Prática” (1788).
dignidade da pessoa humana. Disponível em: Na atualidade, não há como pensar em moral e ética sem recorrer às
https://adrianomendes2016.jusbrasil.com.br/artigos /3855 21311/os-crimes-de- obras de Kant. Em relação a esse filósofo, assinale a alternativa
tortura-e-o-principio-constituc ionalda-dignidade-da-pessoa-humana CORRETA.
a Kant considera que as facetas do sujeito são dispensáveis para a
O conceito de pessoa na expressão “dignidade da pessoa humana” existência do homem moderno.
se refere ao conceito b A noção de razão prática, como defende Kant, implica
a jurídico de persona, no sentido hobbesiano, como indivíduo em impossibilidade da liberdade humana.
sua existência legal como membro do Estado.
c O sujeito moral age racional e conscientemente, o que caracteriza
b religioso, no sentido agostiniano, da pessoa individual como uma das facetas do ser humano. Kant considera o conhecimento
imago dei, ou seja, criado à imagem e semelhança de Deus. e a estética como outras facetas do sujeito, o que busca o saber e o
c estético-teatral, como dramatis personae, lista dos personagens que percebe o mundo e produz arte.
principais de uma obra teatral. d Essa perspectiva ético-racional desenvolvida por Kant não
d ético-moral, no sentido kantiano, em que o homem, como ser sustenta uma autonomia, uma vida emancipada para homens e
racional, é fim em si mesmo e nunca meio. mulheres.

Questão 31 (UEA - SIS) Questão 33 (UFGD)


A evolução progressiva da arte resulta do duplo caráter do “espírito A sociedade moderna burguesa, surgida das ruínas da sociedade
apolíneo” e do “espírito dionisíaco”, tal como a dualidade dos sexos feudal, não aboliu os antagonismos de classe, apenas estabeleceu
gera a vida no meio de lutas que são perpétuas e por aproximações novas classes, novas formas de opressão, novas formas de luta, em
que são periódicas. Tais designações, fomos nós buscá-las aos lugar das velhas. No entanto, a nossa época, a da burguesia, possui
gregos. Foram eles que tornaram inteligível ao pensador o sentido uma característica: simplificou os antagonismos de classes. A
oculto e profundo da concepção artística com auxílio das figuras sociedade global divide-se cada vez mais em dois campos hostis, em
altamente significativas do mundo dos seus deuses. É, pois, às suas duas grandes classes que se defrontam: a burguesia e o proletariado.
divindades das artes, que se refere a nossa consciência do MARX, K.; ENGELS, F. O Manifesto do Partido Comunista – Jorge Zahar, 2006.
extraordinário antagonismo que existe no mundo grego. Estes dois A passagem clássica do pensamento sociológico aponta o
instintos impulsivos andam lado a lado e na maior parte do tempo em surgimento das classes sociais: burguesia e operariado. A partir da
guerra aberta para darem origem a criações novas, cada vez mais análise desse trecho, é possível considerar que
robustas, até que, por fim, os dois instintos se encontrem e se a houve um avanço histórico em relação às épocas passadas, pois
abracem para gerarem a obra superior que será ao mesmo tempo a simplificação dos antagonismos de classe reduziu os conflitos
apolínea e dionisíaca – a tragédia ática. entre diferentes classes sociais na época moderna.
(Friedrich Nietzsche. A origem da tragédia, 2004. Adaptado.)
b os antagonismos de classe seguem sendo os mesmos das
épocas antigas, porém na época moderna há uma afinidade
A origem da tragédia, publicado em 1872, está entre os livros de
maior de interesses entre as classes sociais.
juventude de Friedrich Nietzsche (1844-1900). O autor, por meio da
análise da tragédia grega, reflete sobre a origem das artes e da c o trecho enfatiza a importância da luta de classes na análise das
natureza artística de sua contemporaneidade. Os argumentos do dinâmicas sociais da sociedade moderna.
filósofo eram inovadores, ele entendia que d a passagem mostra que a luta de classes se tornaria um aspecto
a o confronto entre o mundo do desejo, do excesso, e o princípio da residual nas análises das dinâmicas sociais.
contemplação, do equilíbrio, era gerador das novidades artísticas e a existência do antagonismo de classes indica que se deve adotar
e culturais. uma perspectiva funcionalista e compreensiva para se interpretar
b o antagonismo extremo entre forças criadoras deveria ser contido os posicionamentos das diferentes classes sociais.
e apaziguado pelo avanço da civilização e da cultura capitalista.
c a oposição entre a embriaguez dionisíaca e a racionalidade
apolínea foi um traço específico da cultura grega, extinguindo-se
juntamente com o mundo clássico.
d a concórdia entre os homens, os bons costumes e a moralidade
convencional eram a essência da democracia contemporânea e
do desenvolvimento artístico.
e a vida do homem na terra, sem deus e sem crença espiritual, era
absurda e injustificada, somente o sentimento de transcendência
poderia conferir significado à vida.

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Questão 34 (UPE) Questão 35 (UFPR)


Sobre a dimensão político-social, atente ao texto a seguir: O texto a seguir é referência para a questão.

Os seres humanos, escreveram Marx e Engels, distinguem-se dos Em 1848, Karl Marx e Friedrich Engels publicaram o Manifesto
animais não porque sejam dotados de consciência – animais Comunista. Segundo seus autores, “a burguesia desempenhou na
racionais-, nem porque sejam naturalmente sociáveis e políticos – História um papel iminentemente revolucionário. Onde quer que
animais políticos -, mas porque são capazes de produzir as tenha conquistado o poder, a burguesia destruiu as relações feudais,
condições de sua existência material e intelectual. patriarcais e idílicas. Rasgou todos os complexos e variados laços
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1996, p. 412. que prendiam ao homem feudal e seus superiores naturais, para só
deixar subsistir, de homem para homem, o laço do frio interesse. [...]
Fez da dignidade pessoal um simples valor de troca; substituiu as
numerosas liberdades, conquistadas duramente, por uma única
liberdade sem escrúpulos: a do comércio. Em uma palavra, em lugar
da exploração dissimulada por ilusões religiosas e políticas, a
burguesia colocou uma exploração aberta, direta, despudorada e
brutal. [...] Tudo o que era sólido e estável se desmancha no ar, tudo
o que era sagrado é profanado e os homens são obrigados
finalmente a encarar sem ilusões a sua posição social e as suas
relações com outros homens”.
(MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. O manifesto comunista. São Paulo: Boitempo,
2001, p. 42-43.)

Com base nessa passagem de O Manifesto Comunista, assinale a


alternativa correta.
a Marx e Engels demonstram uma grande empatia pela classe
burguesa, na medida em que ambos possuíam origem social
nessa classe. Entendem também que o proletariado cumpriu um
papel importante na construção das sociedades capitalistas, mas que
não o fariam de modo pleno sem a existência da burguesia e seus
A formulação das ideias de Karl Marx sobre a realidade social e
intelectuais, que forneciam as diretrizes necessárias para o
política tem significância na forma de conceber um perspectivismo do
homem num(a) desenvolvimento do capitalismo.
b Para os autores, não haveria outra possibilidade de a burguesia
a projeto individualista, na prática existencial.
revolucionar os meios de produção, por conseguinte, as relações
b interpretação do ser intelectual do homem. de produção, que não fosse pelo modelo instituído pela Revolução
c análise do ser social do homem, na sua existência histórica. Francesa, ocorrida em 1848. Daí a importância do Manifesto
d problematização histórica do homem apartado da análise social. Comunista, escrito no mesmo ano, o que demonstra que Marx e
e crítica da existência material e intelectual, de forma sensitiva. Engels concordavam com os ideais comunistas da Revolução
Francesa.
c Quando Marx e Engels escrevem que “tudo o que era sólido e
estável se desmancha no ar, tudo o que era sagrado é profanado
e os homens são obrigados finalmente a encarar sem ilusões a sua
posição social”, atestam quanto a revolução burguesa, com auxílio
dos comunistas soviéticos, estava travando uma luta contra a igreja
cristã ocidental.
d Há muito, frações da burguesia e partidos de orientação
comunista no continente europeu estavam associados numa
campanha contra os valores modernos, cristãos e ocidentais. A
revolução da burguesia descrita por Marx e Engels em O Manifesto
Comunista já defendia o Estado totalitário e o fim das liberdades
individuais, que, mais tarde, iriam resultar na formação de partidos
políticos de extrema-esquerda, como o Partido Nacional Socialista
dos Trabalhadores Alemães, também conhecido como Partido
Nazista.
e De acordo com Marx e Engels, a burguesia, enquanto nova
classe social que emerge no mundo moderno, trouxe consigo
uma série de elementos que não apenas denunciaram os aspectos
arcaicos das sociedade antigas, suas formas arquetípicas de
dominação, seu primitivismo religioso e sua ineficácia política, como
também apresentaram a modernidade como novo projeto de
sociedade, retirando os indivíduos de sua passividade social e
lançando-os no processo histórico de desenvolvimento de suas
relações de produção.

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Questão 36 (UEMA) Questão 38 (UEL)


No texto Que é “Esclarecimento”? (1783), o que significa, conforme
Kant, a saída do homem da menoridade da qual ele mesmo é
culpado?
a O uso da razão crítica, exceto quando se tratar de doutrinas
religiosas.
b A capacidade de aceitar passivamente a autoridade científica ou
política.
c A liberdade para executar desejos e impulsos conforme a
natureza instintiva do homem.
d A coragem de ser autônomo, rejeitando, portanto, qualquer
condição tutelar.
e O alcance da idade apropriada para uso da racionalidade
subjetiva.
Questão 37 (UNICENTRO)
Leia o texto a seguir.

A velha Atenas caminhava para o fim. Em toda parte os instintos


estavam em anarquia; em toda parte se estava a poucos passos do
excesso. Ninguém mais era senhor de si, os instintos se voltavam
uns contra os outros. Quando há a necessidade de fazer da razão um
tirano, como fez Sócrates, não deve ser pequeno o perigo de que
outra coisa se faça de tirano. A racionalidade foi então percebida
como salvadora, nem Sócrates nem seus “doentes” estavam livres
para serem ou não racionais – isso era obrigatório, seu último
recurso. O moralismo dos filósofos gregos a partir de Platão é
determinado patologicamente.
(Adaptado de: NIETZSCHE, F. Crepúsculo dos Ídolos. São Paulo: Companhia das
Letras, 2006. p.21.)

Sobre esse diagnóstico, considere as afirmativas a seguir. Texto II

Exercita-te primeiro, caro amigo, e aprende o que é preciso conhecer


I. A plena racionalidade é uma exigência para que a ação seja justa.
para te iniciares na política; antes, não. Então, primeiro precisarás
II. A supressão dos instintos leva a uma vida verdadeiramente livre.
adquirir virtude, tu ou quem quer que se disponha a governar ou a
III. A racionalidade a qualquer custo é remédio possível para aqueles
administrar não só a sua pessoa e seus interesses particulares, como
que não são mais senhores de si.
IV. A escravidão frente às forças presentes no próprio homem é um a cidade e as coisas a ela pertinentes. Assim, o que precisas
sintoma de decadência. alcançar não é o poder absoluto para fazeres o que bem entenderes
contigo ou com a cidade, porém justiça e sabedoria.
(PLATÃO, O primeiro Alcebíades. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA,
Assinale a alternativa correta.
2004. p.281-285.)
a Somente as afirmativas I e II são corretas. Leia o texto a seguir.
b Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c Somente as afirmativas III e IV são corretas. Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele
d Somente as afirmativas I, II e III são corretas. próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer uso do
seu entendimento sem a direção de outro indivíduo ... Sapere Aude!
e Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
Tem coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema
do esclarecimento.
(KANT, I. Resposta à pergunta: que é ‘Esclarecimento’ (‘Aufklärung’). Trad. Floriano
de Souza Fernandes, 2.ed. Petrópolis: Vozes, 1985. p.100-117.)

Tendo em vista a compreensão kantiana do Esclarecimento


(Aufklärung) para a constituição de uma compreensão tipicamente
moderna do humano, assinale a alternativa correta.
a Fazer uso do próprio entendimento implica a destruição da
tradição, na medida em que o poder da tradição impede a
liberdade do pensamento.
b A superação da condição de menoridade resulta do uso privado
da razão, em que o indivíduo faz uso restrito do próprio
entendimento.
c A saída da menoridade instaura uma situação duradoura, pois as
verdadeiras conquistas do Esclarecimento se afiguram como
irreversíveis.
d A menoridade é uma tendência decorrente da natureza humana,
sendo, por esse motivo, superada no Esclarecimento, com muito
esforço.
e A condição fundamental para o Esclarecimento é a liberdade,
concebida como a possibilidade de se fazer uso público da razão.

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Questão 39 (UniCesumar) TEXTO BASE 3


Com a publicação de “As regras do método sociológico” em 1895, Moral para médicos — O doente é um parasita da sociedade. Em
Émile Durkheim postulou variados pilares sobre os quais se certo estado, é indecente viver mais tempo. Prosseguir vegetando em
sustentariam as práticas e métodos aplicáveis pela Sociologia nos covarde dependência de médicos e tratamentos, depois que o
anos seguintes. Considere os seguintes trechos da obra: sentido da vida, o direito à vida foi embora, deveria acarretar um
profundo desprezo na sociedade. Os médicos, por sua vez, deveriam
do ponto de vista puramente biológico, o que é normal para o ser os intermediários desse desprezo — não apresentando receitas,
selvagem não o é sempre para o civilizado, e vice-versa. (...) Um fato mas a cada dia uma dose de nojo a seus pacientes… Criar uma nova
social pode, pois, ser acoimado de normal para uma espécie social responsabilidade, a do médico, para todos os casos em que o
determinada senão em relação com uma fase, igualmente supremo interesse da vida, da vida ascendente, exige a mais
determinada, de seu desenvolvimento”. p. 52 implacável supressão e rejeição da vida que degenera. Morrer
orgulhosamente, quando não é mais possível viver orgulhosamente.
“Existem, pois, espécies sociais pela mesma razão por que existem A morte escolhida livremente: de modo que ainda seja possível uma
espécies em biologia. Estas, com efeito, são devidas ao fato de que real despedida, em que ainda esteja ali aquele que se despede. A
os organismos não constituem senão combinações variadas de uma questão, aqui, desafiando todas as covardias do preconceito, é
única e mesma unidade anatômica”. p. 81. estabelecer, antes de tudo, a apreciação correta, ou seja, fisiológica,
da chamada morte natural. A morte nas condições mais desprezíveis
Pode-se perceber, nos dois trechos selecionados, traços do é uma morte não livre, uma morte no tempo errado, uma morte
a evolucionismo e do positivismo. covarde. Por amor à vida, deveria ser desejada outra morte, livre,
consciente, sem acaso, sem assalto…
b marxismo e do iluminismo.
Friedrich Nietzsche. 100 aforismos sobre o amor e a morte. Companhia das Letras,
c liberalismo e da sociobiologia. s. d. (com adaptações).
d etnocentrismo e do estruturalismo.
e culturalismo e da hermenêutica. A partir da filosofia de Nietzsche e tomando como referência inicial o
texto acima, julgue o item.
Questão 40 (UEA - SIS)
Questão 42 (UnB)
Mas, embora todo o nosso conhecimento comece com a experiência,
nem por isso todo ele se origina justamente da experiência. [...] PARA RESPONDER A QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 3
Portanto, é uma questão que requer pelo menos uma investigação
mais pormenorizada [...] se há um conhecimento independente da A filosofia de Nietzsche, em que há uma relação complexa entre a
experiência e mesmo de todas as impressões dos sentidos. Tais razão e o corpo,
conhecimentos denominam-se a priori e distinguem-se dos empíricos, a tem caráter dualista, privilegiando a razão em detrimento do
que possuem suas fontes a posteriori, ou seja, na experiência. corpo.
(Immanuel Kant. Crítica da razão pura, 1987.) b tem caráter dualista, privilegiando o corpo em detrimento da
razão.
Segundo Kant, o conhecimento que não é baseado na experiência é
denominado de conhecimento c considera a razão uma manifestação do corpo, sendo, portanto,
distinta do dualismo.
a intuitivo.
d considera o corpo uma manifestação da razão, sendo, portanto,
b puro. distinta do dualismo.
c empírico.
d científico. Questão 43 (UNIFOR)
e dialético. Sobre a ideia de Dignidade da Pessoa Humana da antiguidade à
atualidade, pode-se afirmar corretamente que:
Questão 41 (UNICENTRO) a Atenas, no século VI e V a.C., não reconhecendo uma dignidade
Analisando os princípios da consciência moral, Immanuel Kant universal para os homens, para se tornar hegemônica no
concluiu que a vontade humana é verdadeiramente moral quando mediterrâneo, impôs às demais polis a adoção de uma forma
regida por imperativos categóricos. Segundo esse filósofo, o homem democrática e passou a exercer o imperialismo tributário-mercantil
deve agir “de tal maneira que a máxima de sua ação possa sempre sobre as rotas de comércio.
valer como princípio universal de conduta”. b A Dignidade da Pessoa Humana que se reconhece na atualidade
De acordo esse imperativo, a autonomia da razão para legislar supõe é idêntica à praticada nas tribos hebraicas da antiguidade, pelo
a liberdade e o dever e, desse modo, pode-se afirmar que o que o Cristianismo nada acrescenta de novo ao tema.
fundamento dessa norma de conduta c A cultura renascentista a associa ao livrearbítrio, a partir das
a deriva do interesse próprio, pois a desobediência submete ao ideias de Immanuel Kant.
desprazer. d Já na Grécia antiga, como depois em Roma, era reconhecida a
b se fundamenta no direito natural, como reflexo do evangelho. todos os cidadãos indistintamente, uma vez que o regime
c se enraíza na própria natureza formal da razão. democrático ali existente afastava qualquer forma de distinção
d é encontrada no sétimo mandamento de Deus. político-jurídica entre os homens.
e é dada ao homem por instinto. e Na atualidade é usual se aceitar como compatível com a ideia de
Dignidade da Pessoa Humana a discriminação de populações
tidas como estrangeiras em territórios nacionais, como os curdos no
caso do Iraque.

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Questão 44 (FIP-MoC) Questão 46 (ESPM)


O trabalho do corpo, pelo testemunho comum da razão e da filosofia
cristã, longe de ser um objeto de vergonha, faz honrar ao homem,
porque lhe oferece um nobre meio de sustentar a sua vida. O que é
vergonhoso e desumano é usar dos homens como vis instrumentos
de lucro (...)
Encíclica Rerum Novarum, 1831
Fonte: www.recantodasletras.com.br

Sobre o texto, são apresentadas as seguintes afirmações:

I. Valoriza o trabalho, mas critica os abusos cometidos contra o


trabalhador.
II. Aponta o lucro como justificativa para a desumanização do
trabalho.
III. Coaduna com a proposta socialista de Karl Marx.

É correto o que se afirma apenas em:


a II e III.
b I.
c II.
d I e II.
e III.

Questão 45 (UNICENTRO)
A Filosofia, em determinado momento de sua história, formulou a
ideia de que, apesar de todo conhecimento começar com a
Manipulando as palavras, é possível construir falácias e sofismas a
experiência, ele não se resumiria a essa experiência. A experiência
fim de superar nossos adversários no campo da argumentação.
revelaria uma matéria, advinda de si mesma, e uma forma oriunda do
Adotando certas atitudes que desestabilizam emocionalmente nossos
entendimento.
antagonistas, parecemos estar cobertos de razão. São expedientes
Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a qual corrente
que muitas vezes, até por instinto, acabamos por utilizar em
filosófica pertence essa tese.
conversas e discussões. Por uma questão de honestidade intelectual,
a Realismo. porém, precisamos tomar consciência de que somos algozes e
b Racionalismo. vítimas nesse jogo sujo.
c Empirismo. O pensador alemão Arthur Schopenhauer (1788-1860), apoiando-se
d Criticismo. em sua observação e inspirando-se nas lições de Aristóteles,
denunciou várias estratégias que, com maior ou menor brilhantismo,
e Ceticismo.
nós empregamos todos os dias, não propriamente para descobrir e
divulgar a verdade, mas neutralizar e desmerecer o discurso do
nosso interlocutor.
O que Maquiavel (1469-1527) pretendeu com O Príncipe, ao
descrever o que se deve fazer para conquistar e preservar o poder
político, assim Schopenhauer fez com relação às disputas verbais. O
objetivo é defender-se das ameaças externas e ganhar a briga na
base da palavra e da instauração de um clima emocional perturbador,
deixando claro quem tem a mente mais arguta e a língua mais afiada,
mesmo que seja necessário atropelar os escrúpulos e esmagar a
ética.
(...)
(Gabriel Perissé, prof. da Universidade Católica de Santos,
revista Língua, set.2014)
Depreende-se do texto que:
a manipular palavras é a forma mais racional para derrotar o
adversário num debate ou discussão.
b usar falácias e sofismas passa necessariamente pela
manipulação de palavras o que compensaria a falta de
argumentação convincente.
c utilizar-se de falácias e sofismas seria um instrumento válido para
provocar raiva no adversário e desestabilizá-lo numa discussão.
d lançar mão de sofismas e falácias é um jogo desonesto que
vitima as pessoas sem idoneidade.
e desestabilizar o adversário emocionalmente é um recurso
instintivo que acaba ganhando âmbitos de honestidade
intelectual.
Questão 47 (UnB)
PARA RESPONDER A QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 1

Da frase “O ser humano não pode não ser livre”, de Sartre, conclui-se
que toda existência livre é um ser humano, à luz da filosofia sartriana.
a Certo
b Errado

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Questão 48 (UEL) Questão 50 (UEL)


Nas ciências humanas, a existência ou não de equilíbrio entre Leia o texto a seguir.
elementos de um dado sistema é também uma questão presente.
Com base nos conhecimentos sobre as teorias sociais, Rochedos audazes sobressaindo-se por assim dizer ameaçadores,
considere as afirmativas a seguir. nuvens carregadas acumulando-se no céu, avançando com
relâmpagos e estampidos, vulcões em sua inteira força destruidora,
I. Na dialética de Marx, a sociedade capitalista produz os furacões com a devastação deixada para trás, o ilimitado oceano
elementos para a emergência de um novo modo de produção, o revolto, uma alta queda d’água de um rio poderoso etc. tornam nossa
comunismo, pautado pelo equilíbrio entre o homem e a natureza. capacidade de resistência de uma pequenez insignificante em
II. As culturas ditas tradicionais comprovaram que o equilíbrio e comparação com o seu poder. Mas o seu espetáculo só se torna
a harmonia lhes são próprios e preservados quando estas tanto mais atraente quanto mais terrível ele é, contanto que, somente,
comunidades entram em contato com os valores ocidentais nos encontremos em segurança; e de bom grado denominamos estes
modernos. objetos sublimes, porque eles elevam a fortaleza da alma acima de
III. A teoria de Maquiavel respaldou-se na compreensão do poder seu nível médio e permitem descobrir em nós uma faculdade de
do Príncipe como força capaz de garantir o equilíbrio e a resistência de espécie totalmente diversa, a qual encoraja a medir-
harmonia social desde que os fins perseguidos não se nos com a aparente onipotência da natureza.
chocassem com os meios utilizados. (KANT, I. Crítica da Faculdade do Juízo. Trad. Antonio Marques e Valé- rio Rohden.
IV. A ideia de leis regendo a vida social e a crença na Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995. p. 107.)
possibilidade de se encontrar a harmonia conduziram
o pensamento positivista a identificar a sociedade como um Com base no texto e nos conhecimentos sobre o juízo de gosto
grande organismo. e o sublime na estética moderna, particularmente em Kant,
assinale a alternativa correta.
Assinale a alternativa correta. a O conceito de beleza, resultante da atividade do entendimento,
a Somente as afirmativas I e II são corretas. permite apreender o sentido dos eventos ameaçadores,
b Somente as afirmativas I e IV são corretas. protegendo o sujeito da destruição.
c Somente as afirmativas III e IV são corretas. b Os elementos da natureza compõem o núcleo da teoria kantiana
d Somente as afirmativas I, II e III são corretas. do juízo de gosto, constituindo, também, parte importante da sua
concepção de gênio.
e Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
c Os eventos naturais de proporções ameaçadoras provocam
Questão 49 (UECE) nosso interesse quando nos situam na possibilidade iminente de
sermos por eles destruídos.
“[N]ão existe contraposição maior à exegese e justificação puramente
estética do mundo [...] do que a doutrina cristã, a qual é e quer ser d O sublime não está contido em nenhuma coisa da natureza, e sim
somente moral, e com seus padrões absolutos, já com sua em nosso ânimo, quando nos tornamos conscientes de nossa
veracidade de Deus, por exemplo, desterra a arte, toda arte, ao reino superioridade à natureza.
da mentira – isto é, nega-a, reprova-a, condena-a.” e A faculdade de resistência à dimensão ameaçadora e destruidora
NIETZSCHE, F. O nascimento da tragédia, ou helenismo e pessimismo. – dos eventos naturais de grande magnitude é a faculdade
“Tentativa de autocrítica”. São Paulo: Companhia das Letras, 1992, p. 19. produtora do belo.
Questão 51 (Unioeste)
Nessa passagem, Nietzsche
a apoia a valorização moral da obra de arte, negando que seja Considere os seguintes excertos:
possível obras de arte divergentes da moral cristã. “Dionísio já havia sido afugentado do palco trágico e o fora através
do poder demoníaco que falava pela boca de Eurípedes. Também
b defende uma arte verdadeira, contra a arte cristã, que adere à
Eurípedes foi, em certo sentido, apenas máscara: a divindade, que
mentira, pois não passa de uma moral.
falava por sua boca, não era Dionísio, tampouco Apolo, porém um
c concebe que os padrões absolutos do cristianismo são demônio de recentíssimo nascimento, chamado Sócrates”.
supraestéticos, suprassensíveis, e por isso valorizam a arte. Nietzsche, F. O Nascimento da Tragédia ou Helenismo e Pessimismo.
d critica a concepção moral da existência em defesa do caráter Trad. J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
sensível, estético do mundo, tal como se configura na arte.
“O Nascimento da tragédia tem dois objetivos principais: a crítica da
racionalidade conceitual instaurada na filosofia por Sócrates e Platão;
a apresentação da arte trágica, expressão das pulsões artísticas
dionisíaca e apolínea, como alternativa à racionalidade”.
Machado, R. “Arte e filosofia no Zaratustra de Nietzsche” In: Novaes, A. (org.)
Artepensamento. São Paulo. Companhia das Letras, 1994
Os trechos acima aludem diretamente à crítica nietzschiana referente
à atitude estética que
a subordina a beleza à racionalidade.
b cultua os antigos em detrimento do contemporâneo
c privilegia o cômico ao trágico.
d concebe o gosto como processo social.
e glorifica o gênio em detrimento da composição calculada.

Questão 52 (UnB)
PARA RESPONDER A QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 3
Para Nietzsche, “a morte covarde” decorreria de uma tentativa de se
atribuir sentido à vida, independentemente do contexto, contrariando-
se e negando-se sua natureza trágica, caótica e desprovida de
certezas e de segurança.
a Certa
b Errada

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Questão 53 (UNICENTRO) Questão 56 (UNCISAL)


São considerados expoentes do pensamento liberal, exceto: O tema da liberdade foi abordado ao longo da História por
a Adam Smith inúmeros filósofos. Aristóteles, Santo Agostinho, São Tomás de
b John Locke Aquino, Kant e Nietzsche foram alguns deles. Para Nietzsche,
alimentamos uma falsa sensação de vontade autônoma, pois, ao
c Friedrich Engels fazermos nossas escolhas por meio da razão, nos guiamos por
d Jean-Jacques Rousseau padrões e valores previamente estipulados. Já Kant constrói sua
e François Quesnay Crítica da Razão Prática assumindo a liberdade como um fato e
condicionando-a ao uso autônomo da razão.
Questão 54 (UFPA)
“Pode-se referir à consciência, à religião e tudo o que se quiser como Em relação à liberdade, as perspectivas de Nietzsche e Kant
distinção entre os homens e os animais; porém, esta distinção só a assumem que o Ser Humano é ontologicamente livre.
começa quando os homens iniciam a produção dos seus meios de b assumem que o Ser Humano é deontologicamente livre.
vida [...] . c atribuem valorações semelhantes ao papel da razão na
caracterização da liberdade.
A forma como os indivíduos manifestam a sua vida reflete muito
exatamente o que são. O que são coincide portanto com a sua d descartam a possibilidade de uma vontade autônoma como
produção, isto é, com aquilo que produzem como com a forma como característica da liberdade.
produzem. e assumem que a adoção da opinião social em si mesma como
Marx, K. Ideologia Alemã, Lisboa: Editora Presença, 1980, p. 19 norma de ação moral é um erro.

Considerando que, segundo Marx, a maneira de ser do homem Questão 57 (UFU)


depende de alguns fatores, identifique, no conjunto de fatores listados A dialética de Hegel
abaixo, os que, na visão do citado filósofo, distinguem o ser humano: a envolve duas etapas, formadas por opostos encontrados na
natureza (dia-noite, claro-escuro, frio-calor).
I os respectivos modos de produção. b é incapaz de explicar o movimento e a mudança verificados tanto
II a própria produção de sua vida material. no mundo quanto no pensamento.
III a forma de utilidade dos objetos produzidos em sociedade.
c é interna nas coisas objetivas, que só podem crescer e perecer
IV o estado de desenvolvimento de sua consciência depende de sua
história de vida. em virtude de contradições presentes nelas.
V a produção dos meios de subsistência tendo em vista o bem d é um método (procedimento) a ser aplicado ao objeto de estudo
comum da sociedade do pesquisador.

Os fatores estão corretamente identificados em:


a I e II
b II e IV
c III e IV
d II e V
e I, III e V

Questão 55 (UNICENTRO)
Segundo Immanuel kant (1724-1804), a moral “não é propriamente
dita a doutrina que nos ensina como devemos nos tornar felizes, mas
como devemos nos tornar dignos da felicidade” (KANT, Crítica da Razão
Prática. Apud CHAUÍ (org.), Primeira Filosofia. São Paulo: Editora Brasilienses,
1987 – p. 261). De acordo com a teoria moral kantiana, em que sentido
devemos entender a noção de dever?
a A razão prática, para Kant, tem o poder para criar normas e fins
morais e, por isso, tem também o poder para impô-los a si
mesma. Essa imposição que a razão prática faz a si mesma daquilo
que ela própria criou é o dever. Por dever, damos a nós mesmos os
valores, os fins e as leis de nossa ação moral e por isso somos
autônomos.
b O dever, afirma kant, se apresenta através de um conjunto de
conteúdos fixos, que define a essência de cada virtude e diz que
atos devem ser praticados e evitados em cada circunstância
específica de nossas vidas. Por isso, o dever é um imperativo
categórico: ordena incondicionalmente embora não seja uma lei
moral interior.
c O dever é uma imposição externa feita a nossa vontade. Não
precisamos dele para nos tornar seres morais, precisamos, isto
sim, da dignidade, livre-arbítrio e liberdade para agirmos de acordo
com nossa consciência, que é a manifestação mais alta da
humanidade em nós.
d Kant procura conciliar o dever e a idéia de uma natureza humana
que não precisa ser obrigada à moral. Por natureza, diz Kant,
somos seres morais, ou seja, a razão prática e a verdadeira liberdade
não precisam nos impor nosso ser moral.
e Para Kant, a ética exige seres autônomos e a idéia de dever
introduz a heteronomia, isto é, o domínio de nossa vontade e de
nossa consciência por um poder estranho a nós.

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Questão 58 (ESPM) Questão 59 (UEL)


Texto IX

Dois são os lugares do planeta no firmamento, o aparente e o


verdadeiro. O aparente é determinado pela linha reta traçada do olho
do observador pelo centro do planeta observado e o verdadeiro é
aquele marcado pela linha reta lançada do centro da terra pelo centro
do planeta observado. A paralaxe não é outra coisa que aquele
espaço no céu (ângulo α) que está compreendido entre as duas
linhas, a do lugar aparente e a do lugar verdadeiro.
(Adaptado de: Carta de Galileu Galilei a Francisco Ingoli. São Paulo: Scientiae
Studio. v. 3, n. 3, p. 481-482. 2005.)
A distinção entre “aparente” e “verdadeiro” no texto de Galileu Galilei
(texto IX) é retomada, com outra conotação, nas primeiras teorias
sociológicas, como por exemplo, em Karl Marx (1818-1883) quando
formula uma definição própria de ideologia. Para este, tal noção
supõe que na sociedade burguesa a realidade dos fatos
sociais contém a forma fenomênica (aparente) e a forma
oculta (verdadeira/essência), sendo a ideologia expressão
da primeira.
Analise as afirmativas a seguir, identificando aquelas que, na
perspectiva de Marx, constituem exemplos de
representação ideológica da realidade.

I. Os Estados nacionais continuam a ser o espaço no qual os


interesses de classe se manifestam e buscam sua representação.
Mesmo com a globalização das economias eles se mantêm, em
última instância, como os Estados da classe dominante.
Manipulando as palavras, é possível construir falácias e sofismas a II. No Brasil, o conflito social se constituiu com a chegada ao território
fim de superar nossos adversários no campo da argumentação. nacional dos imigrantes europeus, sobretudo anarquistas, a partir do
Adotando certas atitudes que desestabilizam emocionalmente nossos século XIX. Até então, a população brasileira era pacífica e
antagonistas, parecemos estar cobertos de razão. São expedientes ordeira, mesmo quando sofredora.
que muitas vezes, até por instinto, acabamos por utilizar em III. Na produção capitalista o salário não representa uma troca igual
conversas e discussões. Por uma questão de honestidade intelectual, entre capitalista e trabalhador, já que o valor recebido pelo último
porém, precisamos tomar consciência de que somos algozes e equivale a um montante inferior àquele que ele produz na sua
vítimas nesse jogo sujo. jornada de trabalho.
O pensador alemão Arthur Schopenhauer (1788-1860), apoiando-se IV. Nem todos são feitos para refletir, é preciso que haja sempre
em sua observação e inspirando-se nas lições de Aristóteles, aqueles voltados ao exercício e à cultura do pensamento e,
denunciou várias estratégias que, com maior ou menor brilhantismo, inversamente, aqueles voltados à ação, ao trabalho manual.
nós empregamos todos os dias, não propriamente para descobrir e
divulgar a verdade, mas neutralizar e desmerecer o discurso do Assinale a alternativa correta.
nosso interlocutor.
a Somente as afirmativas I e II são corretas.
O que Maquiavel (1469-1527) pretendeu com O Príncipe, ao
descrever o que se deve fazer para conquistar e preservar o poder b Somente as afirmativas I e III são corretas.
político, assim Schopenhauer fez com relação às disputas verbais. O c Somente as afirmativas II e IV são corretas.
objetivo é defender-se das ameaças externas e ganhar a briga na d Somente as afirmativas I, III e IV são corretas.
base da palavra e da instauração de um clima emocional perturbador, e Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
deixando claro quem tem a mente mais arguta e a língua mais afiada,
mesmo que seja necessário atropelar os escrúpulos e esmagar a Questão 60 (UnB)
ética.
(...) PARA RESPONDER A QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 3
(Gabriel Perissé, prof. da Universidade Católica de Santos,
A perspectiva de Nietzsche quanto à “escolha livre” de “outra morte”
revista Língua, set.2014)
insere-se no panorama de um racionalismo que valoriza a mente em
Deduz-se do texto que:
detrimento do corpo.
a quem quer conquistar e preservar o poder político deve privilegiar
a verdade. a Certa
b um político deve valer-se da retórica honesta para defender-se b Errada
das críticas externas.
c um debate intelectual quando descambar para um clima
emocional prejudicará aquele que tem razão.
d debates acalorados pela emoção atropelam os escrúpulos e
esmagam a ética.
e os escrúpulos e a ética podem ser deixados de lado, quando se
tratar de impor um ponto de vista.

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Questão 61 (Unioeste) Questão 64 (IFPR)


Na obra Fundamentação da Metafísica dos Costumes, Kant O conceito de alienação pressupõe diferentes entendimentos
apresenta uma formulação do imperativo categórico: “Age apenas conforme seu emprego, como na esfera jurídica em que indica a
segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que perda da posse de um bem; no campo da psiquiatria, refere-se à
ela se torne lei universal”. (KANT, Immanuel. Fundamentação da perda da dimensão de si na relação com os outros; no âmbito
metafísica dos costumes. São Paulo: Abril Cultural, 1980. p. 129)] religioso, aponta para à idolatria e a perda da autonomia. Para Jean
Jacques Rousseau, tal fenômeno acontece quando se perde a
Em relação ao pensamento de Kant, é CORRETO afirmar. compreensão do mundo, tornando-se alheio à própria realidade. Na
a O propósito do imperativo categórico é o de permitir que o concepção marxista, a alienação, fruto da divisão de trabalho
indivíduo decida suas ações sem que tenha que se preocupar produzido pela mecanização fabril e que atingiu seu auge, no século
com os demais. XX, com as linhas de montagem, é caracterizada quando:
b O imperativo categórico tem por objetivo desfazer o conflito entre a o salário pago pelo empregador fica abaixo dos índices de
a providência divina, relacionada à cidade de Deus, e o espaço mercado.
terreno. b o trabalhador perde seu emprego e para sobreviver aceita um
c O imperativo categórico vincula a conduta moral a uma norma subemprego.
universal. c o trabalho é feito apenas por técnicos especialistas.
d Para Kant, não é possível que o indivíduo constitua um fim em si d o produto do trabalho deixa de pertencer a quem o produziu.
mesmo. Por isso mesmo, ele precisa espelhar-se na ação dos
demais para a sua ação. Questão 65 (Unioeste)
e O imperativo categórico corresponde à condição do estado de “Será preciso ter saudade do tempo em que os filósofos eram ao
natureza, que é anterior à instituição do Estado civil. mesmo tempo cientistas? Seria ingenuidade. Se hoje os cientistas
não têm mais necessidade dos filósofos nem, sobretudo, de se fazer
Questão 62 (UFU) filósofos, é na medida em que seus métodos estão em ordem, seus
Ao contrário das teorias contratualistas, a concepção hegeliana nega conceitos são universalmente admitidos e as querelas científicas
a anterioridade dos indivíduos, pois é o Estado que fundamenta a rareiam. Que apareçam contradições (…), que nasçam controvérsias
sociedade. Não é o indivíduo que escolhe o Estado, mas sim é por (…), e bem depressa o cientista volta a tornar-se filósofo.” (Gérard
ele constituído. Ou seja, não existe o homem em estado de natureza, Lebrun, O papel do espaço na elaboração do pensamento kantiano)
pois o homem é sempre um indivíduo social. O Estado sintetiza,
numa realidade coletiva, a totalidade dos interesses contraditórios Dentre as diversas formas de se caracterizar a relação entre o saber
entre os indivíduos. científico e o filosófico elencadas abaixo, indique a que NÃO se
ARANHA, M. L. A. e MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. São coaduna com a apresentada no trecho acima.
Paulo: Ed. Moderna, 1993, p. 234. a A filosofia esteve presente nas formulações pioneiras que
De acordo com o texto, é correto afirmar que, para Hegel, conferiram estabilidade a diversos campos da investigação
a a liberdade, em estado de natureza, é a mais perfeita para as científica.
pessoas. b A filosofia e a ciência se separam desde a Revolução Científica,
b o Estado fundamenta a liberdade do soberano e não a dos mas isso não quer dizer que sejam atividades estanques, sem
indivíduos. relação alguma.
c a liberdade dos indivíduos está condicionada à existência do c A partir do instante em que os cientistas se tornam confiantes em
Estado. seus métodos e conceitos, a reflexão filosófica acerca desse
d o Estado é resultado de um pacto estabelecido no estado de domínio deixa de lhes interessar.
natureza. d Os problemas filosóficos associados às ciências têm maior
interesse quanto menor for a segurança dos cientistas em suas
Questão 63 (UEA) descrições da realidad
PARA RESPONDER A QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 2 e As contradições e controvérsias na ciência são o resultado de
reflexões tipicamente filosóficas, conduzidas seja por filósofos,
Na perspectiva kantiana, o conhecimento possível do cavalo revela seja por cientistas que se fazem filósofos.
que
Questão 66 (CESMAC)
a a mente limita-se a receber passivamente as marcas dos objetos
empíricos. Por que, segundo o filósofo Emanuel Kant, o mais importante não é
b o espaço e o tempo são as condições do conhecimento da coisa- aprender filosofia mas, sim, aprender a filosofar, pois, pelo ato de
em-si. filosofar:
1) o indivíduo se educa para o raciocínio.
c a razão, atribuída ao homem por um Deus bom e justo, é 2) o indivíduo persegue as últimas verdades.
ilimitada. 3) se atinge a verdadeira felicidade humana.
d os princípios do entendimento são aplicados ao mundo sensível. 4) se encontra o sentido profundo dos mitos.
e as categorias do entendimento permitem o conhecimento do 5) se atinge a razão de ser de existirmos.
mundo inteligível. Estão corretas apenas:
a 1e2
b 1, 3 e 5
c 2e4
d 1, 4 e 5
e 3, 4 e 5

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Questão 67 (UNICENTRO) Questão 69 (UFPA)


Leia o texto a seguir. Tanto Augusto Comte quanto Karl Marx identificam imperfeições na
Com efeito, relativamente à natureza, a experiência dá-nos a regra e sociedade industrial capitalista, embora cheguem a conclusões bem
é a fonte da verdade; no que toca a leis morais, a experiência é diferentes: para o positivismo de Comte, os conflitos entre
(infelizmente!) a madre da aparência e é altamente reprovável extrair trabalhadores e empresários são fenômenos secundários,
as leis acerca do que devo fazer daquilo que se faz ou querer reduzi- deficiências, cuja correção é relativamente fácil, enquanto, para Karl
las ao que é feito. Marx, os conflitos entre proletários e burgueses são o fato mais
(Adaptado de: KANT, I. Crítica da Razão Pura. Trad. de Manuela Pinto dos importante das sociedades modernas. A respeito das concepções
Santos e Alexandre Fradique Morujão. 3.ed. Lisboa: Fundação Calouste teóricas desses autores, é CORRETO afirmar:
Gulbenkian, 1994. p.312.) a Comte pensava que a organização científica da sociedade
Com base na leitura do texto e nos conhecimentos sobre o industrial levaria a atribuir a cada indivíduo um lugar proporcional
comparativo entre conhecimento e ação em Kant, atribua V à sua capacidade, realizando-se assim a justiça social.
(verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir. b Comte considera que a partir do momento em que os homens
( ) A verdade e a moral se confundem, visto que ambas buscam a pensam cientificamente, a atividade principal das coletividades
realização da justiça natural.
passa a ser a luta de classes que leva necessariamente à resolução
( ) O contexto do dever-ser se realiza pautado pela disposição
de todos os conflitos.
natural de como as coisas são.
( ) O conhecimento deve ser alcançado a partir da experiência, e a c Marx acredita que a história humana é feita de consensos e
ação moral a ela não se limita. implica, por um lado, o antagonismo entre opressores e
( ) Demonstra haver uma dicotomia entre razão teórica oprimidos; por outro lado, tende a uma polarização em dois blocos:
(conhecimento) e razão prática (ação). burgueses e proletários.
( ) A objetividade da moral se alcança em parâmetros racionais d Para Karl Marx, o caráter contraditório do capitalismo manifesta-
distante da necessidade natural. se no fato de que o crescimento dos meios de produção se traduz
na elevação do nível de vida da maioria dos trabalhadores embora
Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência não elimine as desigualdades sociais.
correta. e Tanto Augusto Comte quanto Karl Marx concordam que a
a V, V, F, V, F. sociedade capitalista industrial expressa a predominância de um
b V, F, V, F, F. tipo de solidariedade, que classificam como orgânica, cujas
características se refletirão diretamente em suas instituições.
c F, V, V, F, V.
d F, V, F, F, V. Questão 70 (UNCISAL)
e F, F, V, V, V. "Há muitas semelhanças entre o homem e a ovelha. Não fabricamos
lã nem balimos. Mas, muitas vezes, seguimos o rebanho
TEXTO BASE 4 passivamente e temos pavor de nos separarmos do grupo".
Pensemos num cavalo diante de nós. Então perguntemos: o que é Alain de Botton
isso? Platão diria: “Esse animal não possui nenhuma existência Considerando o exposto acima, assinale a opção que apresenta um
verdadeira, mas apenas uma aparente, um constante vir-a-ser. conceito muito utilizado na filosofia marxiana que oferece elementos
Verdadeiramente é apenas a Ideia, que se estampa naquele cavalo, para uma explicação da comparação realizada.
que não depende de nada, nunca veio-a-ser, sempre da mesma a Razão Crítica
maneira. Enquanto reconhecemos nesse cavalo sua Ideia, é por b Liberdade Absoluta
completo indiferente se temos aqui diante de nós esse cavalo ou seu
c Exclusão
ancestral. Unicamente a Ideia do cavalo possui ser verdadeiro e é
objeto do conhecimento real”. Agora, deixemos Kant falar: “Esse d Alienação
cavalo é um fenômeno no tempo, no espaço e na causalidade, que e Liberdade Condicionada
são as condições a priori completas da experiência possível,
presentes em nossa faculdade de conhecimento, não determinações
da coisa-em-si. Para saber o que ele pode ser em si, seria preciso
outro modo de conhecimento além daquele que unicamente nos é
possível pelos sentidos e pelo entendimento.”
(Arthur Schopenhauer. “Sobre as ideias”. Metafísica do belo, 2003. Adaptado.)

Questão 68 (UEA)
PARA RESPONDER A QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 4
Na perspectiva kantiana, o conhecimento possível do cavalo revela
que
a a razão, atribuída ao homem por um Deus bom e justo, é
ilimitada.
b o espaço e o tempo são as condições do conhecimento da coisa-
em-si.
c a mente limita-se a receber passivamente as marcas dos objetos
empíricos.
d as categorias do entendimento permitem o conhecimento do
mundo inteligível.
e os princípios do entendimento são aplicados ao mundo sensível.

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Questão 71 (FACISA) dos livros. E com isso haviam perdido a capacidade de pensar por si
mesmos. “Se não estão virando as páginas de um livro, eles não
SOBRE OS PERIGOS DA LEITURA conseguem pensar. Sempre que se dizem pensando, eles estão, na
(Rubem Alves) realidade, simplesmente respondendo a um estímulo — o
pensamento que leram... Na verdade eles não pensam; eles reagem.
Nos tempos em que eu era professor da Unicamp, fui designado (...). Vi isso com meus próprios olhos: pessoas bemdotadas que, aos
presidente da comissão encarregada da seleção dos candidatos ao 30 anos, haviam se arruinado de tanto ler. De manhã cedo, quando o
doutoramento, o que é um sofrimento. dia nasce, quando tudo está nascendo, ler um livro é simplesmente
Dizer “esse entra, esse não entra” é uma responsabilidade dolorida algo depravado...”.
da qual não se sai sem sentimentos de culpa. Como, em 20 minutos E, no entanto, eu me daria por feliz se as nossas
de conversa, decidir sobre a vida de uma pessoa amedrontada? Mas escolas ensinassem uma única coisa: o prazer de ler! Sobre
não havia alternativas. Essa era a regra. isso falaremos...
Os candidatos amontoavam-se no corredor recordando o Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/sinapse/ult1063
que haviam lido da imensa lista de livros cuja leitura era exigida. Aí u687.shtml. Acesso em 05/11/2013.
tive uma ideia que julguei brilhante. Combinei com os meus colegas Ao incluir em seu texto afirmações sobre a leitura retirada de obras
que faríamos a todos os candidatos uma única pergunta, a mesma dos filósofos Nietzsche e Shopenhauer, Rubem Alves fez uso do(a)
pergunta. Assim, quando o candidato entrava trêmulo e se
a argumento de autoridade.
esforçando por parecer confiante, eu lhe fazia a pergunta, a mais
deliciosa de todas: “Fale-nos sobre aquilo que você gostaria de b teoria da contracultura.
falar!”. c estilização parodística.
Pois é claro! Não nos interessávamos por aquilo que ele d filosofia niilista.
havia memorizado dos livros. Muitos idiotas têm boa e teoria da arte pela arte.
memória. Interessávamo-nos por aquilo que ele pensava. O
candidato poderia falar sobre o que quisesse, desde que fosse aquilo Questão 72 (UNICENTRO)
sobre o que gostaria de falar. Procurávamos as ideias que corriam
O fragmento de texto, logo abaixo, é de Friedrich Nietzsche (1844-
no seu sangue!
1900). Analise-o, tendo como referência seus conhecimentos sobre o
A reação dos candidatos, no entanto, não foi a
tema, e julgue as assertivas que o seguem, apontando a(s)
esperada. Aconteceu o oposto: pânico. Foi como se esse campo,
correta(s).
aquilo sobre que eles gostariam de falar, lhes fosse
“Todo filosofar moderno está política e policialmente limitado à
totalmente desconhecido, um vazio imenso. Papaguear os
aparência erudita, por governos, igrejas, academias, costumes,
pensamentos dos outros, tudo bem. Para isso, eles haviam sido
modas, covardias dos homens: ele permanece no suspiro: ‘mas se...’
treinados durante toda a sua carreira escolar, a partir da infância.
ou no reconhecimento: ‘era uma vez...’ A filosofia não tem direitos;
Mas falar sobre os próprios pensamentos — ah, isso não lhes
por isso, o homem moderno, se pelo menos fosse corajoso e
tinha sido ensinado!
consciencioso, teria de repudiá-la e bani-la. Mas a ela poderia restar
Na verdade, nunca lhes havia passado pela cabeça que
uma réplica e dizer: ‘Povo miserável! É culpa minha se em vosso
alguém pudesse se interessar por aquilo que estavam pensando.
meio vagueio como uma cigana pelos campos e tenho de me
Nunca lhes havia passado pela cabeça que os seus
esconder e disfarçar, como se eu fosse a pecadora e vós, meus
pensamentos pudessem ser importantes.
juízes? Vede minha irmã, a arte! Ela está como eu: caímos entre
Uma candidata teve um surto e começou a
bárbaros e não sabemos mais nos salvar.” (NIETZSCHE, F. A Filosofia
papaguear compulsivamente a teoria de um autor marxista. Acho que
na época trágica dos gregos. – aforismo 3. São Paulo: Abril Cultural, 1978, p.
ela pensou que aquela pergunta não era para valer. Não era
32 (Col. Os Pensadores).
possível que estivéssemos falando a sério. Deveria ser uma
I. Nietzsche critica a filosofia de sua época, afirmando que ela
dessas “pegadinhas” sádicas cujo objetivo é confundir o candidato.
afastou-se da vida, refugiando-se num universo de abstração e
Por vias das dúvidas, ela optou pelo caminho tradicional e tratou de
deduções lógicas, criando falsos dualismos, como o de corpo e alma,
demonstrar que havia lido a bibliografia. Aí eu a interrompi e lhe
mundo e Deus, mundo aparente e mundo verdadeiro.
disse: “Eu já li esse livro. Eu sei o que está escrito nele. E você está
II. Em Sócrates, Nietzsche encontra o ideal de humanismo que irá
repetindo direitinho. Mas nós não queremos ouvir o que já sabemos.
definir sua filosofia como “estética de si”. O par conceitual, dionisíaco
Queremos ouvir o que não sabemos. Queremos que você nos conte
(Dionísio é o Deus da embriaguez da música e do caos) e apolíneo
o que você está pensando, os pensamentos que a ocupam...”. Ela
(Apolo é o Deus da luz, da forma, da harmonia e da ordem), mostra a
não conseguiu. O excesso de leitura a havia feito esquecer e
herança socrática. Da luta e do equilíbrio final desses dois elementos
desaprender a arte de pensar.
opostos, surge o pensamente nietzschiano como saber da vida e da
Parece que esse processo de destruição do pensamento individual
morte, como expressão do enigma da existência.
é consequência natural das nossas práticas educativas. Quanto mais
III. Kant e sua moral são alvos do “filosofar com o martelo”
se é obrigado a ler, menos se pensa. Schopenhauer tomou
nietzschiano: o “imperativo categórico”, isto é, a lei universal que
consciência disso e o disse de maneira muito simples em alguns
deve guiar as ações humanas, é para Nietzsche uma ficção que
textos sobre livros e leitura.
provém do domínio da razão sobre os instintos humanos, sendo a lei
O que se toma por óbvio e evidente é que o pensamento
de um homem descarnado e cristianizado.
está diretamente ligado ao número de livros lidos. Tanto assim que se
IV. A vontade de potência é um conceito-chave na obra de Nietzsche.
criaram técnicas de leitura dinâmica que permitem ler “Grande
Indica-nos as relações de força que se desenrolam em todo
Sertão: Veredas” em pouco mais de três horas. Ler dinamicamente,
acontecer, assinalando seu método histórico. Assim, Nietzsche pensa
como se sabe, é essencial para se preparar para o vestibular e para
o tempo de acordo com uma concepção própria, um tempo não-
fazer os clássicos “fichamentos” exigidos pelos professores.
linear, que se desenvolve em ciclos que se repetem – é o
Schopenhauer pensa o contrário: “É por isso que, no que se refere a
pensamento do eterno retorno, outro conceito-chave de sua obra.
nossas leituras, a arte de não ler é sumamente importante”.
Isso contraria tudo o que se tem como verdadeiro, e é a Apenas IV.
preciso seguir o seu pensamento. Diz ele: “Quando lemos, outra b Apenas II e III.
pessoa pensa por nós: só repetimos o seu processo mental”. c Apenas II, III e IV.
Quanto a isso, não há dúvidas: se pensamos os nossos d Apenas I, II e IV.
pensamentos enquanto lemos, na verdade não lemos. Nossa atenção
e Apenas I, III e IV.
não está no texto. Ele continua: “Durante a leitura, nossa cabeça é
apenas o campo de batalha de pensamentos alheios. Quando
esses, finalmente, se retiram, o que resta? Daí se segue que
aquele que lê muito e quase o dia inteiro perde, paulatinamente,
a capacidade de pensar por conta própria. Esse, no entanto, é o caso
de muitos eruditos: leram até ficar estúpidos. Porque a leitura
contínua, retomada a todo instante, paralisa o espírito ainda mais que
um trabalho manual contínuo”.
Nietzsche pensava o mesmo e chegou a afirmar que, nos
seus dias, os eruditos só faziam uma coisa: passar as páginas
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Questão 73 (UNICENTRO) Questão 75 (UPE)


Assinale a alternativa correta. Sobre a consciência crítica, considere o texto a seguir:
a Para Kant, tudo o que conhecemos vem dos sentidos, pois o O homem é corda estendida entre o animal e o Super-homem: uma
conhecimento depende das noções de tempo e espaço, que são corda sobre um abismo; perigosa travessia, perigoso caminhar;
consideradas por ele realidades externas. perigoso olhar para trás, perigoso tremer e parar. O que é de grande
valor no homem é ele ser uma ponte e não um fim; o que se pode
b Kant não está interessado em superar a dicotomia racionalismo-
amar no homem é ele ser uma passagem e um acabamento. Eu só
empirismo, sua inovação consiste em afirmar que a realidade é
um dado exterior, ao qual o intelecto deve se conformar. amo aqueles que sabem viver como que se extinguindo, porque são
esses os que atravessam de um para outro lado.
c Tal como Copérnico dissera que não é o Sol que gira em torno da NIETZSCHE, Friedrich. Assim Falou Zaratustra. São Paulo, 1999, p. 27.
Terra, mas sim o contrário, também Kant afirma que o
conhecimento não é o reflexo do objeto exterior: é o próprio espírito O filósofo Nietzsche elucida, sobre a consciência crítica e a filosofia,
que constrói o objeto do seu saber. Nesse sentido, dizemos que Kant que
realizou uma revolução copernicana.
a o valor da natureza íntima do homem está na pura razão e não na
d O criticismo de Kant resolve o problema da metafísica ao abrir vontade de viver.
caminho para que Auguste Comte, no século XIX, funde o
b a dimensão existencial tem importância e conduz à exaltação da
positivismo, levando às últimas consequências a capacidade que
Kant atribuiu à razão de se conformar à realidade exterior. vida e à superação do homem.
e Kant declara que, graças ao filósofo inglês Hume, pôde despertar c a virtude do homem está na superação do existir para alcançar a
do sono dogmático e tomar como ponto de partida de suas salvação.
reflexões metafísicas a ideia de que existe uma realidade em si que d o homem deve renunciar à vida e buscar o sentido do super-
pode ser conhecida por nossa razão, por intermédio de nossos homem na transcendência.
sentidos. e a consciência crítica é a supressão da vontade de viver, já que o
homem é o Super-homem.
Questão 74 (UNESP)
A maior violação do dever de um ser humano consigo mesmo, Questão 76 (ENEM)
considerado meramente como um ser moral (a humanidade em sua TEXTO I
própria pessoa), é o contrário da veracidade, a mentira […]. A mentira
pode ser externa […] ou, inclusive, interna. Através de uma mentira Duas coisas enchem o ânimo de admiração e veneração sempre
externa, um ser humano faz de si mesmo um objeto de desprezo aos crescentes: o céu estrelado sobre mim e a lei moral em mim.
olhos dos outros; através de uma mentira interna, ele realiza o que é KANT. |. Crítica da razão prática. Lisboa: Edições 70, s/d (adaptado).
ainda pior: torna a si mesmo desprezível aos seus próprios olhos e
viola a dignidade da humanidade em sua própria pessoa […]. Pela TEXTO II
mentira um ser humano descarta e, por assim dizer, aniquila sua
dignidade como ser humano. […] É possível que [a mentira] seja Duas coisas admiro: a dura lei cobrindo-me e o estrelado céu
praticada meramente por frivolidade ou mesmo por bondade; aquele dentro de mim.
que fala pode, até mesmo, pretender atingir um fim realmente FONTELA, O. Kant (relido). In: Poesia completa. São Paulo: Hedra, 2015.
benéfico por meio dela. Mas esta maneira de perseguir este fim é, por
sua simples forma, um crime de um ser humano contra sua própria A releitura realizada pela poeta inverte as seguintes ideias centrais do
pessoa e uma indignidade que deve torná-lo desprezível aos seus pensamento kantiano:
próprios olhos. a Possibilidade da liberdade e obrigação da ação.
(Immanuel Kant. A metafísica dos costumes, 2010.)
b A prioridade do juízo e importância da natureza.
Em sua sentença dirigida à mentira, Kant c Necessidade da boa vontade e crítica da metafísica.
a considera a condenação relativa e sujeita a justificativas, de d Prescindibilidade do empírico e autoridade da razão.
acordo com o contexto. e Interioridade da norma e fenomenalidade do mundo.
b assume que cada ser humano particular representa toda a
humanidade.
c apresenta um pensamento desvinculado de pretensões racionais
universalistas.
d demonstra um juízo condenatório, com justificação em
motivações religiosas.
e assume o pressuposto de que a razão sempre é governada pelas
paixões.

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Questão 77 (UEL) Questão 79 (UFPR)


Texto III Em um texto chamado “Resposta à questão: o que é
esclarecimento?”, Kant afirma que o “esclarecimento é a saída do
90 milhões em ação, pra frente, Brasil, do meu coração. homem da menoridade”. Afirma também que a “menoridade é a
Todos juntos, vamos, pra frente, Brasil, salve a seleção. incapacidade de servir-se do próprio entendimento sem direção
De repente é aquela corrente pra frente. alheia” e que “o homem é o culpado por esta incapacidade, quando
Parece que todo o Brasil deu a mão. sua causa resulta na falta, não do entendimento, mas de resolução e
Todos ligados na mesma emoção. coragem para fazer uso dele sem a direção de outra pessoa”.
Tudo é um só coração. (KANT, Resposta à questão: O que é esclarecimento? In: MARÇAL, J.;
Todos juntos, vamos, pra frente, Brasil, Brasil, CABARRÃO, M.; FANTIN, M. E. (Org.). Antologia de Textos Filosóficos. Curitiba:
Salve a seleção. SEED-PR, 2009, p. 407.)
(Canção: Pra frente Brasil/ Copa 1970. Autor: Miguel Gustavo)
Na obra “Resposta à questão: o que é o esclarecimento?”, Kant Por sua vez, Foucault afirma: “Houve, durante a época clássica, uma
discute conceitos como uso público e privado da razão e a descoberta do corpo como objeto e alvo do poder. Encontraríamos
superação da menoridade. facilmente sinais dessa grande atenção dedicada então ao corpo – ao
À luz do pensamento kantiano, o fenômeno contemporâneo do corpo que se manipula, se modela, se treina, que obedece, responde,
uso político dos eventos esportivos se torna hábil ou cujas forças se multiplicam [...]”, referindo-se a um
a torna o indivíduo dependente, já que a sua menoridade impede o corpo (homem) que se torna ao mesmo tempo analisável e
esclarecimento e a possibilidade de pensar por si próprio. manipulável.
(FOUCAULT, Michel. Os corpos dóceis. In: FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Trad.
b forma o indivíduo autônomo, uma vez que amplia a sua
Ligia M. Pondé Vassalo. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 1987, p. 125.).
capacidade de fazer uso da própria razão para agir
autonomamente.
Com base nos dois textos e no pensamento desses filósofos,
c impede que o indivíduo pense de forma restrita, pois, mesmo considere as afirmativas abaixo:
estando cercado por tutores, facilmente rompe com
a menoridade. 1. O Esclarecimento seria uma espécie de menoridade intelectual e
d proporciona esclarecimento político das massas, pois tais eventos corresponderia à afirmação da religião como ponto de partida para o
promovem o aprendizado crítico mediante a afirmação da ideia de homem tomar suas principais decisões.
nacionalidade. 2. Enquanto Kant se preocupa em avaliar o quanto os indivíduos são
e confere liberdade às massas para superar a dependência gerada responsáveis por se deixarem dirigir por outros, Foucault trata de
pela aceitação da tutela de outrem. mostrar os modos como a sociedade torna o homem manipulável.
3. Tanto Kant quanto Foucault se questionam pelo nível de autonomia
Questão 78 (UCS) do homem, ambos, porém, a partir de abordagens diferentes e
“Liberdade” é um tema abordado por alguns filósofos, sendo inegável chegando a conclusões diferentes.
sua importância na relação entre bem-estar e qualidade de vida. 4. Fica claro no texto de Foucault que a idade clássica favorece o
Leia as alternativas abaixo e assinale a correta. autoconhecimento e a autonomia de pensamento.
a Nietzsche coloca a questão da essência como precedente à
existência. Nesse sentido, a existência é marcada pela Assinale a alternativa correta.
impossibilidade de escolha, que envolve ação ou uma reação diante a Somente a afirmativa 2 é verdadeira.
da ação do outro. Como não há qualquer predeterminação nisso, o b Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
estado de liberdade não existe. c Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
b Sartre entende que a aceitação do conceito de liberdade também d Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
considera a existência de uma natureza humana manifesta de
e As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
forma transcendente. Ele defende a máxima de que Deus tudo sabe,
tudo prevê e tudo pode, não sendo possível, então, o exercício total Questão 80 (UNICENTRO)
da liberdade.
Leia o texto a seguir.
c Spinoza afirma que a liberdade está na vontade. Dessa forma, o O imperativo não admite hipóteses (“se... então”) nem condições que
homem encontra sua condição de liberdade na vontade que tem fariam valer em certas situações e não valer em outras, mas vale
de fazer o que bem entender. A liberdade, então, implicaria o homem incondicionalmente e sem exceções para todas as circunstâncias de
afastar-se de Deus e de Suas determinações. todas as ações morais. Por isso, o dever é um imperativo categórico.
d Descartes, em seu discurso sobre o método, afirma que o (CHAUI, M. Convite à Filosofia. 7.ed. São Paulo: Ática, 2000. p.346.)
conhecimento reduz a liberdade humana, pois o entendimento Com base na leitura do texto e nos conhecimentos sobre a
das coisas do mundo seria uma forma de reconciliação, de retorno a formulação do Imperativo Categórico na moral kantiana, segundo
Deus. Assim, o livre-arbítrio seria um sinal de aprisionamento do seus objetivos, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a
homem, sendo desnecessário para sua afirmação no mundo. seguir.
e Kant foi o filósofo que procurou solucionar a aparente contradição ( ) Servir de critério racional para a discriminação das máximas de
entre natureza e liberdade. O ser humano, para que se realize ação.
como tal, deve ser livre e autônomo. ( ) Orientar a ação humana de forma objetiva com a pretensão de
validar universalmente sua prática.
( ) Determinar o conteúdo valorativo do ato humano a partir do lastro
cultural e religioso.
( ) Conservar um princípio formal e procedimental como condição
orientadora da ação humana.
( ) Adequar a vontade humana aos preceitos de fé manifestados no
interior da consciência moral.
Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência
correta.
a V, V, F, V, F.
b V, F, V, F, V.
c F, V, V, F, F.
d F, V, F, F, V.
e F, F, F, V, V.

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Questão 81 (ENEM) Questão 84 (PUC-PR)


Vi os homens sumirem-se numa grande tristeza. Os melhores A preocupação sobre o futuro da natureza e a ação da civilização
cansaram-se das suas obras. Proclamou-se uma doutrina e com ela tecnológica apresenta-se como traços constitutivos do pensamento
circulou uma crença: Tudo é oco, tudo é igual, tudo passou! O nosso de Hans Jonas. Neste sentido, o princípio responsabilidade pretende
trabalho foi inútil; o nosso vinho tornou-se veneno; o mau olhado superar as éticas tradicionais, as quais o autor chama de “éticas da
amareleceu-nos os campos e os corações. Secamos de todo, e se similitude”. A respeito da reflexão ética de Hans Jonas, assinale a
caísse fogo em cima de nós, as nossas cinzas voariam em pó. Sim; alternativa INCORRETA.
cansamos o próprio fogo. Todas as fontes secaram para nós, e o mar a A responsabilidade adquire uma nova dimensão pela técnica que
retirou-se. Todos os solos se querem abrir, mas os abismos não nos as éticas tradicionais (por exemplo, a ética aristotélica) não
querem tragar! comportam, uma vez que estas não apontam para as consequências
NIETZSCHE, F. Assim falou Zaratustra, Rio de Janeiro: Ediouro, 1977 futuras.
O texto exprime uma construção alegórica, que traduz um b As éticas tradicionais primam pelo antropocentrismo, tornando-se,
entendimento da doutrina niilista, uma vez que assim, um problema, pois não buscam um fim imanente também
a reforça a liberdade do cidadão. na natureza.
b desvela os valores do cotidiano. c A responsabilidade pelas futuras gerações e pelo todo orgânico
c exorta as relações de produção. são elementos fundamentais na proposta ética de Hans Jonas.
d destaca a decadência da cultura. d A responsabilidade não pode ser uma relação recíproca, uma vez
e amplifica o sentimento de ansiedade. que tal relação se move incidindo numa ética futurista.
e A responsabilidade não tem nenhuma implicância e relevância
Questão 82 (UNCISAL) com relação às futuras gerações, associando- se, assim, com a
A criação de um proletariado despossuído de qualquer propriedade, ética de Kant.
(...) cultivadores vítimas de expropriações violentas repetidas, foi
necessariamente mais rápida que sua absorção pelas nascentes Questão 85 (UNCISAL)
manufaturas. (...) Forma-se uma massa de mendigos, ladrões e No século XVIII, o filósofo Emanuel Kant formulou as hipóteses de
vagabundos. Desde o final do século XV e durante todo o século XVI seu idealismo transcendental. Segundo Kant, todo conhecimento
na Europa Ocidental foi criada uma legislação sanguinária contra o logicamente válido inicia-se pela experiência, mas é construído
ócio. Os pais da atual classe operária foram castigados por terem internamente por meio das formas a priori da sensibilidade (espaço e
sido reduzidos à situação de vagabundos e pobres. A legislação os tempo) e pelas categorias lógicas do entendimento. Dessa maneira,
tratava como criminosos voluntários; ela pressupunha que dependia para Kant, não é o objeto que possui uma verdade a ser conhecida
de seu livre arbítrio continuar a trabalhar como antes. pelo sujeito cognoscente, mas sim o sujeito que, ao conhecer o
(Karl Marx, O Capital. 1969) objeto, nele inscreve suas próprias coordenadas sensíveis e
A situação apontada por Marx refere-se ao processo histórico intelectuais. De acordo com a filosofia kantiana, pode-se afirmar que
a das revoluções anticapitalistas, ocorridas na Europa, contra as a a mente humana é como uma “tábula rasa”, uma folha em branco
quais a burguesia determinou severa repressão. que recebe todos os seus conteúdos da experiência.
b das revoltas operárias, como o ludismo, voltadas à destruição das b os conhecimentos são revelados por Deus para os homens.
máquinas e à exploração por elas causada. c todos os conhecimentos são inatos, não dependendo da
c da Revolução Francesa, na qual os trabalhadores foram experiência.
transformados em massa de manobra dos interesses burgueses. d Kant foi um filósofo da antiguidade.
d do cercamento dos campos, com o deslocamento de um grande e para Kant, o centro do processo de conhecimento é o sujeito, não
contingente de despossuídos da sua área rural de origem para os o objeto.
centros industriais.
e da Revolução Industrial, quando os criminosos eram expulsos das Questão 86 (UNIVESP)
fábricas e proibidos de trabalhar em outra ocupação, pela Em 1783, Immanuel Kant definiu o conceito de Esclarecimento como
legislação vigente. o desenvolvimento da autonomia do pensamento e da ação humana.
Esse desenvolvimento se opunha à apatia e à comodidade dos
Questão 83 (UnB) indivíduos em viver tutelados por ideias e instituições que pensavam
PARA RESPONDER A QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 1 e agiam por eles. Com isso, os indivíduos se tornavam livres para
exercer a sua razão na esfera pública, podendo criticar desde as
Considerando-se a filosofia nietzschiana, um robô seria uma “Uma instituições, como a Igreja e o Estado, até a própria liberdade advinda
imitação da vida” (l. 13 e 14 do texto I), ou seja, não seria vida do livre exercício da razão.
autêntica, por não ser dotado de O texto se relaciona à corrente filosófica ocidental conhecida como
a liberdade. a Altruísmo.
b vontade de potência. b Confucionismo.
c habilidades características do ser humano. c Reformismo.
d uma moral. d Especismo.
e Iluminismo.

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TEXTO BASE 5 Questão 89 (UFU)


A tragédia revela o desejo do herói em busca de segurança e Considere as questões que Immanuel Kant lança ao seu leitor nas
felicidade, entretanto, em sua caminhada, ele se dirige a um destino primeiras páginas da Estética Transcendental.
maior que suas forças, sucumbindo à desgraça. Em Édipo Rei e em
Hamlet, o ato trágico inaugural se estrutura em torno da figura Que são então o espaço e o tempo? São entes reais? Serão apenas
paterna. As duas tragédias encenam a violação da lei de proibição do determinações ou mesmo relações de coisas, embora relações de
assassinato do pai (parricídio). A transgressão da lei instaura o ato espécie tal que não deixariam de subsistir entre as coisas, mesmo
trágico, que produz a consequência de se habitar um mundo que não fossem intuídas? Ou serão unicamente dependentes da
desgovernado, pois a lei — não matar o pai — porta a estrutura forma da intuição e, por conseguinte, da constituição subjetiva do
fundante da civilização. Essas duas tragédias foram motivo de nosso espírito, sem a qual esse predicados não poderiam ser
interesse para o fundador da psicanálise, Freud, que via nelas o atribuídos a coisa alguma?
retorno do recalcado. A vingança nesses textos é mais antiga do que KANT. Cr´tica da razão pura. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1994, p. 64.
mostram as tragédias: trata-se de desejos recalcados que polarizam Sobre as noções kantianas de tempo e espaço é correto afirmar que
a criança entre o amor e o ódio pelo pai. O conflito encenado no essas noções são as formas
palco produz no espectador um sentimento de identificação que ele a da experiência possível, que só podem ser conhecidos a
aceita como parte de sua realidade, o que já fora estudado pelo posteriori.
filósofo grego Aristóteles como parte do seu conceito de catarse. b da razão, resultantes da participação do homem no Ser de Deus.
Tendo esse texto como referência inicial, julgue o item seguinte, a c a priori da razão, a partir das quais os objetos nos são dados na
respeito dos gêneros teatrais. experiência.
d de conceber a experiência, aprendidas culturalmente desde a
Questão 87 (UnB) infância e ao longo da nossa história.
PARA RESPONDER A QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 5 Questão 90 (FACASPER)
O herói trágico representa, de modo geral, o fundamento da filosofia “Em suas 95 Teses (1517), Lutero condenava as indulgências, pois
de Nietzsche, uma vez que, no processo de expansão da sua elas forneciam aos pecadores uma falsa segurança. Para ele, o que
vontade de potência, não inclui a possibilidade de seu próprio salva o homem é somente a fé. Nos séculos XVI e XVII, aos olhos de
perecimento. mercadores, artesãos, soldados e camponeses, a Bíblia traduzida
para uma linguagem familiar e acessível ao fiel, sem cortes e sem
a Certo
precisar da mediação de intérpretes, significava poder encontrar o
b Errado que buscavam avidamente: um Deus vivo, fraterno e humano para
TEXTO BASE 6 com suas fraquezas.”
(Silvia Patuzzi. Adaptado).
Leia o texto para responder à questão.
Com a tradução da Bíblia, Lutero tinha por objetivo
O melhor método de análise social deve começar pelo real e pelo a valorizar, por meritocracia, as ações dos fiéis por meio de
concreto. Em economia, começar-se-ia pela população, que é a base penitências.
da produção como um todo. Mas, numa observação atenta,
apercebemo-nos de que há aqui um erro. A população é uma b lutar contra os abusos da Igreja Católica e o poder exercido pelo
abstração se desprezarmos as classes de que se compõe. clero.
Entretanto, essas classes são uma palavra oca se ignorarmos os c negar o sacrifício de Cristo em prol do virtuosismo humano do fiel.
elementos em que repousam, como o trabalho assalariado, o capital d compreender e aceitar o pecado como parte da natureza
etc. O capital, sem o trabalho assalariado, sem o dinheiro, não é humana.
nada. Assim, se começássemos pela população teríamos uma visão e estimular a venda de indulgências e o direito de sentar ao lado de
caótica do todo e, através de uma análise, chegaríamos a conceitos e Deus.
a determinações mais simples. Partindo daqui, seria necessário
caminhar em sentido contrário até chegar finalmente de novo à
população, que será, desta vez, uma totalidade de relações
numerosas.
(Karl Marx. “Introdução à crítica da economia política”. Contribuição à crítica da
economia política, 2015. Adaptado.)

Questão 88 (UEA - SIS)

PARA RESPONDER A QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 6


Marx resume nessa passagem o método de pesquisa, que ele
denominou de caminho do “abstrato para o concreto”, porque
a a análise deriva de ideias inatas e do senso comum.
b a percepção imediata do real esconde determinações factuais
ainda indefinidas.
c as categorias da sensibilidade devem predominar sobre os dados
empíricos.
d o conhecimento inicial do fenômeno será confirmado no fim da
análise.
e a apreensão empírica é inútil para a reflexão filosófica.

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Questão 91 (UNICENTRO) Questão 93 (UENP)


Leia o texto a seguir.

Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor feudal e servo,


mestre de corporação e companheiro, em resumo, opressores e
oprimidos em constante oposição, têm vivido numa guerra
ininterrupta, ora franca, ora disfarçada; uma guerra que terminou
sempre ou por uma transformação revolucionária da sociedade
inteira, ou pela destruição das duas classes em conflito.

(MARX, K.; ENGELS, F. Manifesto comunista. São Paulo: Boitempo


Editorial, 2005. p.40.)

Considerando o texto e a filosofia política de Marx e Engels sobre a


História, assinale a alternativa correta.
a A História confirma a harmonia entre opressores e oprimidos,
sendo ela a confirmação de uma ideia absoluta.
b A História é a expressão de uma relação conflituosa entre
opressores e oprimidos de uma mesma classe.
c A História é movida pela luta entre classes antagônicas, na qual
os detentores das forças produtivas oprimem os detentores dos
meios de produção.
Analisando-se os princípios da consciência moral, sob influencia do d A História é movida pela luta de classes, cujo fim é a destruição
pensamento de Immanuel Kant, conclui-se que a vontade humana é das classes em geral.
verdadeiramente moral quando a autonomia da razão para legislar e O motor da História é a luta de classes, na qual os opressores
supõe a liberdade e o dever. desempenham o papel da classe revolucionária por excelência.
Com base na análise da tira e nas informações, é correto afirmar que
ela se refere ao ato moral kantiano, segundo o qual o Questão 94 (UFU)
a homem deve realizar o seu dever moral acima de tudo. Para Immanuel Kant,
b hhomem deve utilizar a violência, se necessário, para alcançar os a transcendental é o conhecimento enquanto tal, na medida em que
seus objetivos. é possível a posteriori, ou seja, como objeto de apreensão
c homem que cumpre o seu dever moral é dócil, cordato, capaz da sensível/material.
renúncia e pronto para servir aos outros. b transcendental é uma forma de conhecimento não dos próprios
d dever moral deve ser entendido como satisfação dos seus objetos, mas dos modos pelos quais podem ser conhecidos, ou
desejos e que devemos fazer de tudo pelos nossos desejos. seja, as condições da experiência possível.
e dever moral não deve ser entendido como constrangimento c transcendente é o conhecimento que trata dos princípios que não
externo e precisa ser livremente assumido, só havendo um moral ultrapassam os limites da experiência, como os teológicos e os
autêntica quando o individuo age por sua própria iniciativa, enquanto cosmológicos.
ser de liberdade. d a distinção transcendental e empírico envolve elementos da
metafísica clássica, de origem platônica.
Questão 92 (Unioeste)
“Esclarecimento é a saída do homem da menoridade, pela qual é o Questão 95 (UNICENTRO)
próprio culpado. Menoridade é a incapacidade de servir-se do próprio Leia o texto a seguir.
entendimento sem direção alheia. O homem é o próprio culpado por Estes problemas inevitáveis da própria razão pura são Deus, a
esta incapacidade, quando sua causa reside na falta, não de liberdade e a imortalidade, e a ciência que, com todos os seus
entendimento, mas de resolução e coragem de fazer uso dele sem a requisitos, tem por verdadeira finalidade a resolução destes
direção de outra pessoa. Sapere aude! Ousa fazer uso de teu próprio problemas chama-se metafísica. O seu proceder é, de início,
entendimento! Eis o lema do Esclarecimento.” dogmático, isto é, aborda confiadamente a realização de tão magna
Immanuel Kant, “Resposta à pergunta: ‘Que é Esclarecimento?’” empresa, sem previamente examinar a sua capacidade ou
incapacidade.
Considerando-se o texto acima, para o filósofo Immanuel Kant, NÃO (KANT, I. Crítica da Razão Pura. Trad. de Manuela Pinto dos Santos e
corresponde ao significado de esclarecimento: Alexandre Fradique Morujão. 3.ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1994.
a a compreensão de que esclarecimento trata-se de um processo p.40.)
de emancipação intelectual. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a concepção de
b a partir do esclarecimento, o homem deve se sentir mais humano, filosofia no pensamento de Kant, assinale a alternativa correta.
ou seja, mais emancipado. a Destaca o conhecimento da essência das coisas como condição
c a necessidade de vincular-se permanentemente às verdades própria da razão.
religiosas que levam o homem a se libertar da falta de b Impõe o caráter superior da metafísica ao lidar com questões
entendimento. transcendentes.
d o uso livre do próprio entendimento, raciocinando e refletindo c Reforça o conhecimento empírico científico ao limitar-se à
sobre as regras que a própria razão humana apresenta. verdade da natureza.
e o uso da razão, somado à liberdade, pode levar o homem a fugir d Reivindica uma depuração crítica da razão que aponte os limites
da condição de tutelado e constituir a sua situação de sujeito da metafisica.
autônomo. e Valoriza a lógica como instrumento possível para o conhecimento
da metafísica.

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Questão 96 (UEMA) Questão 98 (UNICENTRO)


Kant, no texto Que é “Esclarecimento”? (1783), aborda os conceitos Em relação à estética de Kant, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às
de uso público e privado da razão. Entre as alternativas abaixo, a afirmativas a seguir.
única que contém informação correta sobre o uso público da razão é:
a Livre uso da razão desde que avalizada pela autoridade ( ) Gênio é a disposição de ânimo pela qual a natureza fornece regra
competente eclesiástica e política. à arte.
b Liberdade ilimitada do sábio usar a razão e autonomia para ( ) O gênio cria uma segunda natureza, para além da natureza
publicizar suas ideias com as melhores intenções. mecânica.
( ) O gênio, quando liberto do gosto, produz grandes obras artísticas.
c Uso que o professor faz de sua razão diante de sua comunidade ( ) O juízo artístico pensa a natureza como arte, ou seja, estabelece
acadêmica ou outra qualquer. finalidades na natureza.
d Discurso aberto sobre temáticas monitoradas por uma instituição ( ) O juízo estético é pautado pela essência universal do belo.
que forma pessoas para o serviço militar.
e Abordagem de uma teoria determinada por um paradigma Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência
vigente, seja ele religioso, político ou científico. correta.
a V, V, F, V, F.
Questão 97 (Unioeste)
b V, F, V, F, F.
“Todas essas consequências decorrem do fato de o trabalhador se
c V, F, F, V, V.
relacionar com o produto de seu trabalho como com um objeto
estranho. Pois está claro que, baseado nesta premissa, quanto mais d F, V, F, V, V.
o trabalhador se desgasta no trabalho tanto mais poderoso se torna o e F, F, V, F, V.
mundo de objetos por ele criado em face dele mesmo, tanto mais
pobre se torna a sua vida interior, e tanto menos ele se pertence a si Questão 99 (UEMA)
próprio. O mesmo se passa na religião. Quanto mais de si mesmo o Fraqueza e covardia são as causas pelas quais a maioria das
homem atribui a Deus, tanto menos lhe resta de si mesmo. O pessoas permanecem infantis mesmo tendo condição de libertar-se
trabalhador põe a sua vida no objeto, e sua vida, então, não mais lhe da tutela mental alheia. Por isso, fica fácil para alguns exercer o papel
pertence, porém, ao objeto. Quanto maior for sua atividade, portanto, de tutores pois, muitas pessoas, por comodismo, não desejam se
tanto menos ele possuirá. O que está incorporado ao produto de seu tornar adultas. Se tenho um livro que pensa por mim; um sacerdote
trabalho não mais é dele mesmo. Quanto maior for o produto de seu que dirige minha consciência moral; um médico que me prescreve
trabalho, por conseguinte, tanto mais ele minguará. A alienação do receitas e, assim por diante, não necessito preocupar-me com minha
trabalhador em seu produto não significa apenas que o trabalho dele vida. Se posso adquirir orientações, não necessito pensar pela minha
se converte em objeto, assumindo uma existência externa, mas ainda cabeça: transfiro ao outro esta penosa tarefa de pensar.
que existe independentemente, fora dele mesmo, e a ele estranho, e
que com ele se defronta como uma força autônoma. A vida que ele Fonte: I. Kant, O que é a ilustração. In: F. Weffort (org). Os clássicos
deu ao objeto volta-se contra ele como uma força estranha e hostil.” da política, v. 2, 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
Karl Marx. Manuscritos Econômicos e Filosóficos.
Esse fragmento compõe o livro de Kant que trata da importância
Com base no fragmento do texto acima e levando-se em conta o da(o)
pensamento de Marx, é CORRETO afirmar que: a juízo.
a a palavra alienação deriva do latim alienus e significa aquilo que b razão.
pertence a Deus. Neste sentido, é comum vermos a palavra
c cultura.
alienação relacionada à ideia de dízimo como correspondendo àquilo
que não nos pertence e, portanto, deve ser entregue a Deus. d costume.
b Marx está falando das várias formas de alienação que acometem e experiência.
o homem na sociedade capitalista: a alienação econômica, social
Questão 100 (Unioeste)
e religiosa.
c Marx é o criador da ideia de alienação fiduciária, que corresponde Em sua crítica a Tales de Mileto, o pensador alemão Hegel afirmou
à transferência, por parte do devedor, de um bem móvel ou que a proposição pela qual o primeiro filósofo ficou conhecido – cuja
imóvel como garantia de pagamento de uma dívida. formulação seria aproximadamente ‘a água é o princípio essencial de
todos os seres’ – é filosófica porque enunciaria a concepção de que
d um indivíduo alienado é aquele que padece de uma doença
tudo é um. Assim, a infinda multiplicidade dos seres remeteria a uma
mental grave, que o leva a ter visões distorcidas do meio em que
unidade essencial. Para Hegel, porém, esse princípio essencial deve
vive, perdendo o sentido da realidade e até mesmo levando-o a um
ser absolutamente diferente dos seres que ele gera, sustenta e
quadro psicótico, de acordo com Marx.
comanda.
e costuma-se dizer que a televisão tem um poder alienador imenso.
Não se pode generalizar essa fala em relação às novelas, já que Com base no que foi dito, é CORRETO afirmar.
elas, em sua maioria, podem ser consideradas mecanismos culturais a Hegel concorda com a tese de Tales de que a água é o princípio
de alta qualidade, importantes para o trabalhador, que passa boa essencial dos múltiplos seres.
parte do seu tempo entregue ao trabalho, esse sim alienador.
b Hegel afirma que a multiplicidade não pode ser submetida a um
princípio essencial.
c O primeiro filósofo afirma que o princípio essencial é
universalmente diferente dos seres gerados.
d Hegel supõe que a filosofia diz a unidade dos seres, mas que a
essência não é um ser entre outros.
e Tales se baseou na necessidade da água para os seres vivos,
para fundar a filosofia da natureza.

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Questão 101 (UNIMONTES)


Os centros de compras transformaram-se em “catedrais do
consumo”, verdadeiros templos cujo apelo ao novo torna tudo
descartável e rapidamente obsoleto. Assim, possuímos uma sala
completa de som, sem gostar de música; adquirimos quadros
famosos, sem gostar de arte. A supervalorização da mercadoria
produziu a desumanização do homem. As discussões a respeito da
alienação preocuparam autores como
a K. Marx, Althusser, Aristóteles.
b K. Marx, Althusser, Platão.
c K. Marx, Althusser, Buda.
d K. Marx, Althusser, Lukács.

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