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PROFESSORA VALÉRIA BREVES

CONTEÚDO ANÁLISE DE TEMA 1


QUESTÃO 1 editorial, no qual a opinião do autor (representando a
opinião da empresa jornalística) constitui o eixo do
Sob o ponto de vista individual, a corrupção pode ser texto.
vista como uma escolha racional, baseada em uma
ponderação dos custos e dos benefícios dos Dicionário de comunicação, 1978.
comportamentos honesto e corrupto. No tocante às
2. (Vunesp-SP) De acordo com o verbete, o tema de
empresas, punir apenas as pessoas, ignorando as
entidades, implica adotar, nesse âmbito, a teoria da uma crônica se baseia em:
maçã podre, como se a corrupção fosse um vício dos a) juízos de valor.
indivíduos que as praticaram no seio empresarial. O
que constatamos é bem diferente disso. A corrupção b) anedotário popular.
era, para as empresas envolvidas na operação Lava c) fatos pessoais.
Jato, um modelo de negócio que majorava o lucro em
benefício de todos. d) eventos do cotidiano.
Entrevista com Deltan Martinazzo Dallagnol e) eventos científicos.
[procurador público]. O Estado de S. Paulo, 18 mar.
QUESTÃO 3
2015. Adaptado.
(Uece) No estudo de um texto, costuma-se distinguir
1. (Vunesp-SP) A corrupção é abordada no texto como
assunto de tema. Eis algumas das diferenças entre
um problema que pode ser explicado sob um ponto
essas duas noções: o assunto é particular, o tema é
de vista:
geral; o assunto encontra-se facilmente na superfície
a) ético, devido ao comportamento irracionalista que textual, o tema geralmente camufla-se nas camadas
é assumido pelos indivíduos. mais profundas; o assunto é concreto, o tema é
abstrato.
b) moral, pois o fenômeno é abordado como
resultado de comportamentos desregrados. I- Tema – As dificuldades que tem o sujeito
lírico para determinar a tonalidade do
c) pragmático, pois é considerada, sobretudo, a verde dos olhos da mulher amada.
avaliação dos efeitos práticos das ações. II- Assunto – O sujeito lírico tenta
d) jurídico, pois é necessária uma legislação mais determinar a tonalidade de verde dos
rigorosa para coibir o fenômeno. olhos da amada inutilmente. Chega,
então, à conclusão de que a tonalidade do
e) materialista, pois suas causas relacionam-se com a verde dos olhos dela é subjetiva.
estrutura do sistema capitalista. III- . Tema – Só as vicissitudes da vida e as
experiências que nos afetam positiva e
QUESTÃO 2
negativamente determinam o que
Crônica seremos.
Texto jornalístico desenvolvido de forma livre e Está correto apenas o que é dito em:
pessoal, a partir de fatos e acontecimentos da a) II e III.
atualidade, com teor literário, político, esportivo, b) I e II.
artístico, de amenidades etc. Segundo Muniz Sodré e c) III.
Maria Helena Ferrari, a crônica é um meio--termo d) I.
entre o jornalismo e a literatura: “do primeiro, e) I e III.
aproveita o interesse pela atualidade informativa, da
segunda imita o projeto de ultrapassar os simples
fatos”. O ponto comum entre a crônica e a notícia ou
a reportagem é que o cronista, assim como o
repórter, não prescinde do acontecimento. Mas, ao
contrário deste, ele “paira” sobre os fatos, “fazendo
com que se destaque no texto o enfoque pessoal
(onde entram juízos implícitos e explícitos) do autor”.
Por outro lado, o editorial difere da crônica, pelo fato
de que, nesta, o juízo de valor se confunde com os
próprios fatos expostos, sem o dogmatismo do
PROFESSORA VALÉRIA BREVES
CONTEÚDO ANÁLISE DE TEMA 1

Texto 1
UTOPIA (de ou-topia, lugar inexistente ou, segundo outra leitura, de eu-topia, lugar feliz). Thomas More deu esse
nome a uma espécie de romance filosófico (1516), no qual relatava as condições dE vida em uma ilha imaginária
denominada Utopia: nela, teriam sido abolidas a propriedade privada e a intolerância religiosa, entre outros fatores
capazes de gerar desarmonia social. Depois disso, esse termo passou a designar nãO só qualquer texto semelhante,
tanto anterior como posterior (como a República de Platão ou a Cidade do Sol de Campanella), mas também
qualquer ideal político, social ou religioso que projete uma nova sociedade, feliz e harmônica, diversa da existente.
Em sentido negativo, o termo passou também a ser usado para designar projeto de natureza irrealizável, quimera,
fantasia.

Nicola Abbagnano. Dicionário de Filosofia. Adaptado.

Texto 2

A utopia nos distancia da realidade presente, ela nos torna capazes de não mais perceber essa realidade como
natural, obrigatória e inescapável. Porém, mais importante ainda, a utopia nos propõe novas realidades possíveis.
Ela é a expressão de todas as potencialidades de um grupo que se encontram recalcadas pela ordem vigente.
Paul Ricoeur. Adaptado.

Texto 3

A desaparição da utopia ocasiona um estado de coisas estático, em que o próprio homem se transforma em coisa.
Iríamos, então, nos defrontar com o maior paradoxo imaginável: o do homem que, tendo alcançado o mais alto grau
de domínio racional da existência, se vê deixado sem nenhum ideal, tornando-se um mero produto de impulsos. O
homem iria perder, com o abandono das utopias, a vontade de construir a história e, também, a capacidade de
compreendê-la. Karl Mannheim. Adaptado.

Texto 6

A utopia não é apenas um gentil projeto difícil de se realizar, como quer uma definição simplista. Mas se nós
tomarmos a palavra a sério, na sua verdadeira definição, que é aquela dos grandes textos fundadores, em particular
a Utopia de Thomas More, o denominador comum das utopias é seu desejo de construir aqui e agora uma sociedade
perfeita, uma cidade ideal, criada sob medida para o novo homem e a seu serviço. Um paraíso terrestre que se
traduzirá por uma reconciliação geral: reconciliação dos homens com a natureza e dos homens entre si. Portanto, a
utopia é a desaparição das diferenças, do conflito e do acaso: é, assim, um mundo todo fluido – o que supõe um
controle total das coisas, dos seres, da natureza e da história. Desse modo, a utopia, quando se quer realizá-la,
torna-se necessariamente totalitária, mortal e até genocida. No fundo, só a utopia pode suscitar esses horrores,
porque apenas um empreendimento que tem por objetivo a perfeição absoluta, o acesso do homem a um estado
superior quase divino, poderia se permitir o emprego de meios tão terríveis para alcançar seus fins. Para a utopia,
trata-se de produzir a unidade pela violência, em nome de um ideal tão superior que justifica os piores abusos e o
esquecimento da moral reconhecida.

Frédéric Rouvillois. Adaptado.

O conjunto de excertos acima contém um verbete, que traz uma definição de utopia, seguido de outros cinco textos
que apresentam diferentes reflexões sobre o mesmo assunto. Considerando as ideias neles contidas, além de outras
informações que você julgue pertinentes, redija uma dissertação em prosa, na qual você exponha o seu ponto de
vista sobre o tema: As utopias: indispensáveis, inúteis ou nocivas?

DICA:

Os textos presentes na coletânea oferecem suporte para que qualquer uma das posições sobre as utopias
(indispensáveis, inúteis ou nocivas) seja defendida, oferecendo caminhos de análise para o redator.

Por exemplo:

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