CONJUNÇÃO
Conceito: Conjunção é a palavra que une orações ou
termos de mesma função sintática. Exemplos:
João e Maria fugiram pela floresta.
João comeu, e Maria dormiu.
Classificação
I. Coordenativas
A) Aditivas:
Tá frio o nosso quarto, e eu, aqui sem o teu abraço.
Observações:
É importante:
• Comente a primeira vírgula (em razão do “e” aditivo
ligando orações que possuem sujeitos diferentes) e a
segunda (zeugma de verbo), no exemplo apresentado.
• Chame a atenção dos alunos para o uso equivocado de
“e nem”.
Ele não canta e nem dança. (uso coloquial)
Ele não canta nem dança. (norma-padrão)
• Destaque que a estrutura correlata “não só... mas
também” contribui para uma adição enfática.
Ela não só canta, mas também dança.
• Diferencie o uso de conjunções em enumeração
convencional do uso para efeitos expressivos.
Comi pizza, rissole e docinho. → enumeração
convencional
pizza, rissole, docinho. → assíndeto: ideia de
continuidade
pizza rissole docinho. → enumeração caótica: desordem
pizza e rissole e docinho. → polissíndeto: destaque
individual aos elementos
B) Adversativas
Você não vale nada, mas eu gosto de você.
Eu não gostava de Biologia; senão, de História.
Observações:
• “senão” (mais elegante) = “mas sim”. Demonstrar,
de novo, que houve zeugma.
• Comente o “e” com valor de oposição, conforme o
exemplo a seguir, e demonstre como a clareza acaba
sendo prejudicada nesses casos.
O mundo é grande e cabe / nesta janela sobre o mar.
C) Alternativas
Ou dá, ou desce. → alternância excludente
Vodka ou água de coco, pra mim, tanto faz. →
alternância não excludente
Observação: Comentar a necessidade de se manter o
paralelismo: “seja... seja”, “ou... ou”, etc.
D) Conclusivas
Penso, logo existo.
Observações:
• Demonstre a inversão da lógica convencional no
exemplo apresentado. Citar outras conjunções de
mesmo valor.
• Comente o “e” com valor de conclusão; a seguir,
demonstre como a clareza acaba sendo prejudicada.
Exemplo:
Eu cresci, e agora sou mulher.
E) Explicativas
Chega pra cá, meu bem, que eu vou te ensinar.
pois
Observações:
• Mudança da relação explicativa para a conclusiva.
Eu vou te ensinar, portanto chega para cá, meu bem.
• Trate do “pois” conclusivo, que é mais comum no
português de Portugal.
II. Subordinativas
A) Integrantes
Se é amor, sei lá.
Percebo que é amor.
Observação:
• Há um caso específico no qual “que” parece conjunção
integrante.
Tenho que (= de) encarar com muita fé.
preposição
B) Adverbiais
• causais
• consecutivas
• condicionais
• concessivas
• conformativas
• comparativas
• finais
• proporcionais
• temporais
Exemplos:
Como bebeu, passou mal. → causal
Tanto bebeu que passou mal. → consecutiva
Se bebesse mais, passaria mal. → condicional
Mesmo que bebesse, não passava mal. → concessiva
Como orientou o médico, não deveria beber. →
conformativa
Bebeu como um camelo. → comparativa
Para que bebesse, saía mais cedo do trabalho. → final
Ao passo que bebia, falava de suas frustrações. →
proporcional
Assim que beber, ligarei para sua mãe. → temporal
Observação: Destaque que, embora tanto a conjunção
adversativa como a concessiva articulem
oposição entre os segmentos que unem, elas se
diferenciam em relação à força do argumento e à
possibilidade de deslocamento da oração. Veja:
Você não vale nada, mas eu gosto de você. (argumento
forte) deslocamento impossível (= adversidade)
Embora você não valha nada, eu gosto de você.
(argumento fraco) deslocamento possível (= concessão)