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Versão Condensada
Sumário
Emprego de crase: Casos em que não ocorre crase - Casos em que ocorre crase����� 3
1. Gabaritos:���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������12
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Emprego de crase: Casos em que não ocorre
Emprego de crase: Casos em que não ocorre crase - Casos em que ocorre crase 3
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Digo por mim. Já contaram cada história a meu res-
peito que nem sei o que dizer. Já inventaram casos de
amor, tramas nas novelas que escrevo. Pior. Depois
40 todo mundo me pergunta por que isso ou aquilo não
aconteceu na novela. Se mudei a trama. Respondo:
— Nunca foi para acontecer. Era mentira da internet.
Duvidam. Acham que estou mentindo.
No trecho “perde-se o dinheiro e o amigo” (L. 4-5), a colocação do pronome átono em destaque está de acordo
com a norma-padrão da língua portuguesa.
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2. (CESPE/CEBRASPE – 2017 – TRF/1ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO)
Texto CB1A2AAA
Nathalie Santos Caldeira Gomes. Ética e dignidade animal. Internet: <www.publicadireito.com.br>(com adaptações).
Certo ( ) Errado ( )
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3. (CESPE/CEBRASPE – 2018 – BNB – ANALISTA BANCÁRIO)
Texto 2A1-I
O emprego do sinal indicativo de crase em ‘à máquina’ (L.33) é facultativo; portanto, sua eliminação não prejudicaria
a correção gramatical do trecho.
Certo ( ) Errado ( )
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4. (CESPE/CEBRASPE – 2015 – DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL)
Texto I
No trecho “refere-se tão somente à liberdade de ir e vir” (L. 6), o emprego do sinal indicativo de crase deve-se ao
fato de a locução “tão somente” exigir complemento antecedido pela preposição a.
Certo ( ) Errado ( )
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22 gestores dos municípios perceberam que, isoladamente, era
mais complicado enfrentar as decisões judiciais. Por meio do
consórcio intermunicipal, criou-se um padrão comum de
25 atuação, que evitou sobreposições de pedidos e racionalizou
gastos e investimentos.
Bruno De Pierro. Demandas crescentes. In: Revista Pesquisa FAPESP, 18 (252), fev. 2017, p. 18-22 (com adaptações).
Considerando as ideias, os sentidos e os aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se segue.
No trecho “a 200 quilômetros de Florianópolis” (L.19), seria obrigatório o emprego do sinal indicativo de crase no
vocábulo “a” caso fosse inserida a expressão cerca de imediatamente antes do numeral “200” — à cerca de 200
quilômetros de Florianópolis.
Certo ( ) Errado ( )
Texto 2A1-I
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28 os padrões antes de começar a analisar compras interfere
diretamente no registro de falsos positivos e fraudes reais. “Se
a prepararmos apenas para detectar casos de não fraude,
31 podemos aumentar os riscos de fraudes que passam. Sendo
assim, precisamos aumentar ao máximo o balanço de situações
apresentadas à máquina para não pesar um lado mais do que o
34 outro”, detalha.
O item a seguir apresenta um trecho do texto 2A1-I — entre aspas —, seguido de uma proposta de reescrita desse
trecho. Julgue quanto à correção gramatical da proposta de reescrita apresentada.
“A partir de números [...] fraude final” (L. 19 a 23): A partir de números e fórmulas, une-se, ponto a ponto, informações,
como valores médios gastos, horários de compra, uso de celular, pontos usados e principais estabelecimentos, até
chegar à uma probabilidade de fraude final.”
Certo ( ) Errado ( )
O anjo da noite
O guarda-noturno caminha com delicadeza, para não assustar, para não acordar ninguém. Lá vão seus passos
vagarosos, cadenciados, cosendo a sua sombra com a pedra da calçada.
Vagos rumores de bondes, de ônibus, os últimos veículos, já sonolentos, que vão e voltam quase vazios. O guarda-
-noturno, que passa rente às casas, pode ouvir ainda a música de algum rádio, o choro de alguma criança, um resto
de conversa, alguma risada. Mas vai andando. A noite é serena, a rua está em paz, o luar põe uma névoa azulada
nos jardins, nos terraços, nas fachadas: o guarda-noturno para e contempla.
À noite, o mundo é bonito, como se não houvesse desacordos, aflições, ameaças. Mesmo os doentes, parece que são
mais felizes: esperam dormir um pouco à suavidade da sombra e do silêncio. Há muitos sonhos em cada casa. É bom
ter uma casa, dormir, sonhar. O gato retardatário que volta apressado, com certo ar de culpa, num pulo exato galga o
muro e desaparece; ele também tem o seu cantinho para descansar. O mundo podia ser tranquilo. As criaturas podiam
ser amáveis. No entanto, ele mesmo, o guarda-noturno, traz um bom revólver no bolso, para defender uma rua...
E se um pequeno rumor chega ao seu ouvido e um vulto parece apontar da esquina, o guarda-noturno torna a trilhar
longamente, como quem vai soprando um longo colar de contas de vidro.
E recomeça a andar, passo a passo, firme e cauteloso, dissipando ladrões e fantasmas. É a hora muito profunda
em que os insetos do jardim estão completamente extasiados, ao perfume da gardênia e à brancura da lua. E as
pessoas adormecidas sentem, dentro de seus sonhos, que o guarda-noturno está tomando conta da noite, a vagar
pelas ruas, anjo sem asas, porém armado.
No trecho “O guarda-noturno, que passa rente às casas, pode ouvir ainda a música de algum rádio,” (2º §), o acento
da crase está corretamente empregado. Feitas as alterações no trecho apresentado, está correto afirmar que há
uma situação de crase facultativa em:
a) O guarda-noturno, que passa rente à casa onde reside sua família, pode ouvir ainda a música de algum rádio.
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b) O guarda-noturno, que passa rente às muitas casas da rua, pode ouvir ainda a música de algum rádio.
c) O guarda-noturno, que passa rente à própria casa, pode ouvir ainda a música de algum rádio.
d) O guarda-noturno, que passa rente às casas dos moradores, pode ouvir ainda a música de algum rádio.
e) O guarda-noturno, que passa rente à minha casa, pode ouvir ainda a música de algum rádio.
Sabedoria de Sêneca
Entre as tantas reflexões sábias que o filósofo estoico Sêneca nos deixou encontra-se esta: “Deve-se misturar e
alternar a solidão e a comunicação. Aquela nos incutirá o desejo do convívio social, esta, o desejo de nós mesmos;
e uma será o remédio da outra: a solidão curará nossa aversão à multidão, a multidão, nosso tédio à solidão”. É
uma proposta admirável de equilíbrio, válida tanto para o século I, na pujança do Império Romano em que Sêneca
viveu, como para o nosso, em que precisamos viver. É próprio, aliás, dos grandes pensadores, formular verdades
que não envelhecem.
Nesse seu preciso aconselhamento, Sêneca encontra a possibilidade de harmonização entre duas necessidades
opostas e aparentemente inconciliáveis. O decidido amor à solidão ou a necessidade ingente de convívio com os
outros excluem-se, a princípio, e marcariam personalidades radicalmente distintas. Mas Sêneca sabe que ambas
podem ser insatisfatórias em si mesmas: a natureza humana comporta impulsos contraditórios. Por isso está no
sistema filosófico dos estoicos a noção de equilíbrio como princípio inescapável para o que consideram, como o
melhor dos nossos destinos, a “tranquilidade da alma”.
Esse equilíbrio supõe aceitarmos as tensões polarizadas de nossa natureza dividida e aproveitar de cada polaridade
o que ela tenha de melhor: a solidão nos impulsiona para o reconhecimento de nós mesmos, para a nossa identi-
dade íntima, para a diferença que nos identifica entre todos; a companhia nos faz reconhecer a identidade do outro,
movida pela mesma força que constitui a nossa. Sêneca, ao reconhecer que somos unos em nós mesmos, lembra
que essa mesma instância de unidade está em todos nós, e tem um nome: humanidade.
Está plenamente correta, clara e coerente a redação deste livre-comentário sobre o texto:
a) Lendo esta passagem de Sêneca, é forçoso admitir-se de que suas verdades falam fundo conosco mesmos, uma
vez que enaltecem tanto nossos defeitos quanto nossas virtudes.
b) É próprio do estoicismo a decisão de buscar a qualquer custo o equilíbrio onde as forças opostas ensejem com-
binar-se de modo a constituir uma plena harmonização entre si.
c) Trata-se de encontrar conforto em nosso ilhamento social, quando este significa sobretudo, esquecermos de
que somos uma espécie constituída para se contar com as regras de um bom convívio.
d) Àqueles que se censuram, culpando-se por sua aversão à vida social, Sêneca lembra que esse sentimento pode
ser superado, quando o tédio à solidão leva à busca da multidão.
e) Sêneca encontrou numa alternativa entre vida pessoal e vida pública a fórmula para remeter uma a outra, de
modo que ambas possam ser objeto de insatisfação à medida mesma em que se complementam.
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9. (IBFC – 2018 – PM-CBM/PB – SOLDADO)
Santinho
Me lembro com clareza de todas as minhas professoras, mas me lembro de uma em particular. Ela se chamava Dona
Ilka. Curioso: por que escrevi “Dona Ilka” e não Ilka? Talvez por medo de que ela se materializasse aqui ao meu lado
e exigisse o “Dona”, onde se viu tratar professora pelo primeiro nome, menino? No meu tempo ainda não se usava o
“tia”. Elas podiam ser boas e até maternais, mas decididamente não eram nossas tias. A Dona Ilka não era maternal.
Era uma mulher pequena com um perfil de passarinho. Um pequeno passarinho loiro. E uma fera.
Eu era aluno “bem-comportado”. Era um vagabundo, não aprendia nada, vivia distraído. Mas comportamento, 10.
Por isto até hoje faço verdadeiras faxinas na memória, procurando embaixo de tudo e em todos os nichos a razão
de ter sido, um dia, castigado pela Dona Ilka. Alguma eu devo ter feito, mas não consigo lembrar o quê. O fato é
que fui posto de castigo. Que consistia em ficar de pé num canto da sala de aula, com a cara virada para a parede.
(Isto tudo, já dá pra ver, foi mais ou menos lá pela Idade Média.) Mas o que eu nunca esqueci foi a Dona Ilka ter me
chamado de “santinho do pau oco”.
Ser bem-comportado em aula não era uma decisão minha nem era nada de que me orgulhasse. Era só o meu tempera-
mento. Mas a frase terrível da Dona Ilka sugeria que a minha boa conduta era uma simulação. Eu era um falso. Um santo
falsificado! Depois disso, pelo resto da vida, não foram poucas as vezes em que um passarinho imaginário com perfil de
professora pousou no meu ombro e me chamou de fingido. Os santinhos do pau oco passam a vida se questionando.
Já outra professora quase destruiu para sempre qualquer pretensão minha à originalidade literária. Era para fazer
uma redação em aula sobre a ociosidade, e eu não tinha a menor ideia do que era ociosidade. Se a palavra fora
mencionada em aula tinha certamente sido num dos meus períodos de devaneio, em que o corpo ficava ali, mas a
mente ia passear. E então, me achando formidável, faz uma redação inteira sobre um aluno que precisa fazer uma
redação sobre a ociosidade sem saber o que é isso, sua agonia e finalmente sua decisão de fazer uma redação
sobre um aluno que precisa fazer uma redação sobre a ociosidade, etc. a professora chamou a atenção de toda a
classe para a minha redação. Eu era um exemplo de quem acha que com esperteza pode-se deixar de estudar e
por isto estava ganhando um zero exemplar. Só faltou me chamar de original do pau oco.
Enfim, sobrevivi. No ginásio, todos os professores eram homens, mas não me lembro de nenhuma marca que algum
deles tenha deixado. As relações com as nossas pseudo mães, no primário, eram mais profundas. As duas histórias
que eu contei não têm nenhuma importância. Mas olha as cicatrizes.
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b) Com a chegada do verão, vamos à Veneza, cidade encantadora.
1. Gabaritos:
1. A.
2. ERRADO.
3. ERRADO.
4. ERRADO.
5. ERRADO.
6. ERRADO.
7. E.
8. D.
9. C.
10. A.
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