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LÍNGUA PORTUGUESA

Compreensão e Interpretação de Textos


Prof. Eli Castro
Compreensão X interpretação de textos

Uma ilustração
Compreensão x interpretação

A compreensão diz respeito àquela informação que está,


explicitamente, no texto. Tudo está à vista do leitor: fatos citados;
números percentuais; comparações; citações de estudiosos, políticos,
advogados etc.; discordâncias ou concordâncias do autor, entre
outras. Ou seja, a compreensão de textos consiste em analisar o que
realmente está escrito, diz respeito àquilo que chamo de “a verdade
do texto”; ou seja, aquilo que o texto afirma, mesmo que seja algo do
qual você discorde, é uma verdade incontestável.
Os comandos (enunciados) de compreensão são, na maioria das vezes, os seguintes:

 Segundo o texto...
 O autor/narrador do texto diz que...
 O texto informa que...
 No texto, há uma crítica sobre...
 Tendo em vista o texto...
 De acordo com o texto...
 O autor defende que...
 O autor afirma que...
 Na opinião do autor do texto...
Se a informação estiver além do que o texto literalmente quis dizer, fora dele, trata-
se de uma questão de interpretação.

A interpretação de texto consiste em saber o que se infere do que está escrito, tem
a
ver com o que podemos chamar de “vazios textuais”, que todo texto deixa para o
leitor.

E como vamos saber que a questão é de interpretação? Agora, a nossa banca vai
alternar, normalmente, os seguintes verbos: infere-se, depreende-se, conclui-se,
deduz-se. Detalhe: todos esses verbos significam a mesma coisa, ou seja, são
sinônimos.
Os comandos de Interpretação são, na maioria das vezes, os seguintes:

 Depreende-se/infere-se/conclui-se do texto que...

 O texto permite deduzir que...

 É possível subentender-se a partir do texto que...

 Qual a intenção do autor quando afirma que...

 O texto possibilita o entendimento de que...

 Com o apoio do texto, infere-se que...

 O texto possibilita deduzir que...


TESTE
Os anônimos

Na história de Branca de Neve, a rainha má consulta o seu espelho e pergunta se


existe no reino uma beleza maior do que a sua. Os espelhos de castelo, nos
contos de fada, são um pouco como certa imprensa brasileira, muitas vezes
dividida entre as necessidades de bajular o poder e de refletir a realidade. O
espelho tentou mudar de assunto, mas finalmente respondeu: “Existe”. Seu
nome: Branca de Neve.
A rainha má mandou chamar um lenhador e instruiu-o a levar Branca de Neve
para a floresta, matá-la, desfazer-se do corpo e voltar para ganhar sua
recompensa. Mas o lenhador poupou Branca de Neve. Toda a história depende
da compaixão de um lenhador sobre o qual não se sabe nada. Seu nome e sua
biografia não constam em nenhuma versão do conto. (...).

(Adaptado de Luiz Fernando Verissimo, Banquete com os deuses)


1. Após a leitura, marque a opção correta:

a. Segundo o texto, a maior parte da imprensa brasileira oscila em sua atividade.

b. Infere-se do texto que a menor parte da imprensa brasileira omite a realidade


a fim de ganhar crédito com os poderosos.

c. É possível depreender, a partir do segundo parágrafo, que o lenhador não tem


um caráter exemplar de cidadão.

d. Deduz-se do texto que toda a história depende da compaixão de um lenhador.

e. O texto faz uma antítese entre os espelhos de castelos e uma parte da


imprensa nacional.
EXERCÍCIOS
Text o CG1A1-II

A noção jurídica de igualdade pode ser com preendida por m eio de


diferentes dim ensões acrescentadas gradualm ente no fluxo histórico. De
certa indistinção da igualdade com a própria noção de legalidade — já que
as características de abstração e generalidad e da lei apontam o caráter de
universalidade —, a igualdade evoluiu par a um conceito jur ídico autônom o.
A noção avançou para significar m ais do que m era indiferenciação jurídica
entre indivíduos. Ainda no período clássico, o post ulado arist ot élico de que
a igualdade consiste em tratar igualm ente os iguais e desigualm ente os
desiguais deu form a e densidade filosófica à sim ples intuição da igualdade.

No contem porâneo, um a série significativa de discussões jurídicas,


políticas e filosóficas estabeleceram um am plo leque teórico-conceitual
para o sentido da igualdade. Nesse contexto, destaca-se o conceito
tetradim ensional de igualdade proposto pela professora Sandr a Fredm an,
que procura sintetizar quatro correntes teóricas contem porâneas em um
conceito único e com plem entar.
Fredm an parte da distinção entre igualdade form al e igualdade m aterial,
tam bém cham ada de igualdade subst antiva. A ideia básica nessa
classificação é que não basta um a equivalência jurídico -for m al entre as
pessoas, sendo tam bém necessária a efetivação de igualdades
substantivas.

De acordo com Fredm an, “a igualdade deve ser vista com o um conceito
m ultidim ensional que busca quatro objet ivos que se sobrepõem ”. Assim , o
conceito de igualdade substantiva em Fredm an com porta quatro
dim ensões, cada qual com um objetivo: (i) a dim ensão redistributiva visa
quebrar o ciclo de desvantagens associadas ao status ou aos grupos
externos; (ii) a dim ensão de reconhecim ento visa prom over o respeito pela
dignidade e pelo valor, corrigindo, assim , a hum ilhação e a violência devida
à associação a um grupo de ident idade; (iii) a dim ensão transform adora
visa alcançar m udanças estruturais que desbloqueiem as condições que
prom ovem desigualdades; e (iv) a dim ensão participativa visa facilitar a
participação plena na sociedade, tanto social quanto politicam ente.

Internet:<https:/ / veja.abril.com .br/ > (com adaptações).


01- Depreende-se das inform ações do texto CG1A1-II que Sandra Fredm an

a) trabalha na aplicação prática da sua noção de igualdade.


b) adota um a visão intuitiva do conceito de igualdade.
c) ignora, em sua teoria, o postulado aristotélico relativo à igualdade.
d) considera um a das dim ensões do seu conceito de igualdade m ais
im portante que as dem ais.
e) acredita no em prego de form as diferentes e articuladas de
conceituar a igualdade.
Text o CG1A1-I

Na segunda m etade do século XVIII, eclodiram protestos contra os


suplícios por toda a Europa. Esses eram form as de punição que podem ser
definidas com o penas aplicadas sobre o corpo do condenado, num ritual
geralm ente ostentoso e cruel. Nessa época, com eçava-se a crer que era
preciso punir de outro m odo, de form a que a justiça penal aplicasse
punições sem se vingar. Essa m udança no m odo de punir, entr etanto, não
se deveu tant o a um sentim ento de hum anidade, de piedade para com o
acusado. Vários fatores, especialm ente de caráter econôm ico, contribuíram
para que os suplícios fossem deixados de lado e substit uídos pela prisão.

A partir do século XVIII, ocorreu um a dim inuição dos crim es de sangue na


Europa, e passaram a prevalecer os delit os praticados contra a
propriedade, com o roubos e fraudes fiscais. Portanto, houve um a
suavização dos crim es antes de um a suavização das leis, que se tornaram
m ais leves para corresponder à dim inuição da gravidade dos delit os
com etidos.
Além disso, no século XVIII se m odificou tam bém o sistem a econôm ico
eur opeu. A Eur opa deixou de ser feudal e tor nou -se industr ial. A pr isão,
com o castigo instit ucionalizado pelo Dir eit o Penal, apar eceu nesse contexto
par a r egulam entar o m er cado de tr abalho, a pr odução e o consum o de
bens, e par a pr oteger a pr opr iedade da classe social dom inante.

A pr isão foi idealizada, naquele m om ento histór ico, com o for m a de


disciplinar os delinquentes. O cor po do condenado não poder ia m ais ser
desper diçado pelo suplício, m as dever ia ser vir às dem andas de tr abalho
das fábr icas. A finalidade da pr isão er a supr ir a necessidade das indústr ias
incipientes, e expr essava, assim , um a r esposta à necessidade de utilização
r acional e int ensa do tr abalho hum ano. A econom ia industr i al necessitava
da conser vação e m antença da eventual m ão -de-obr a. Per cebeu-se, nesse
m om ent o, que vigiar é m ais r entável e eficaz do que punir .

Mar iana de Mello Ar r igoni. A prisão: reflexão crít ica a part ir de suas
origens. In: Histór ia e Teor ias Cr íticas do Dir eito. Jacar ezinho – PR: UENP,
2018, p. 148-64 (com adaptações).
03- Infere-se da leitur a do prim eiro parágrafo do texto CG1A1-I que o
sentido de suplício tem com o elem ento fundam ental

a) a justiça divina.
b) a punição em espetáculo público.
c) o sofrim ento físico.
d) a gravidade do crim e.
e) a classe social do apenado.
04- Da leitura do texto CG1A1-I entende-se que a escolha pela pena de
prisão com o novo m odo de punir ocorreu, principalm ente, para

a) adaptar a pena aos novos pensam entos sobre o corpo hum ano.
b) aplicar os estudos sobre a relação entre crim e e punição.
c) resguardar os crim inosos pobres contra a fúria dos ricos.
d) alavancar a ocupação dos grandes prédios já construídos.
e) proteger os interesses do incipiente capitalism o industrial.
Text o CG4A1-II

Em 13 de m aio de 1888, o Est ado br asileir o aboliu oficialm ent e a


escr avidão clássica, com a assinat ur a, pela pr incesa Isabel, da Lei Áur ea.
Ent r et ant o, t al at o est at al não significou sua ext inção no m undo dos fat os,
pois, apesar da pr oibição da possibilidade jur ídica de se exer cer o dir eit o de
pr opr iedade sobr e um a pessoa hum ana, o Est ado deixou de im plem ent ar
r efor m as sociais, pr incipalm ent e fundiár ias e de inclusão social, que
viabilizassem a r econst r ução do país e, assim , a super ação do pr oblem a,
especialm ent e o da r einser ção da m ão de obr a out r or a escr ava no m er cado
de t r abalho livr e e assalar iado.

No per íodo pós-abolição da escr avidão clássica, as condições de


m iser abilidade dos escr avos r ecém -liber t os per m anecer am , especialm ent e
pelo fat o de os post os de t r abalho assalar iados ser em dest inados aos
im igr ant es eur opeus, conjunt ur a essa que desenhava o per fil da escr avidão
cont em por ânea. A fr agilidade das leis que r egulavam as r elações de
t r abalho, à época, apesar de pr ot agonizar em a “liber dade de cont r at ar ”,
sucum bia à r ealidade dos fat os, que subm et ia os ex-escr avos e dem ais
cam pesinos vulner áveis à sujeição às m esm as condições de explor ação
exacer bada do escr avism o clássico colonial.
De form a sem elhante ao retrato da escravidão d o passado, a
escravidão contem porânea consiste em grave violação a direitos
fundam entais, ao lim itar a liberdade da pessoa hum ana do trabalhador,
atingindo-lhe o status libertatis e, com efeito, a sua dignidade. Vilipendia
direit os m ínim os e caros à autodeterm inação hum ana e viola valores e
princípios sagrados e essenciais à sobrevivência distintiva com relação aos
seres irracionais e que alicerçam as balizas m ínim as de dignidade.

A escravidão contem porânea deve ser concebida com o a coisificação,


o uso e o descarte de seres hum anos: o lim ite e o instrum ento necessários
para garantir o lucro m áxim o. Trata-se da superexploração gananciosa do
hom em pela form a m ais indigna possível: na escravidão dos dias atuais, o
ser hum ano é transform ado em propriedade do seu sem elhante, que está
em um a posição de classe econom icam ente superior – e isso ocorre a tal
pont o que se anula o poder deliberativo da sua função de trabalhador: ele
pode até ter vontades, m as não pode realizá-las.

Internet:<https:/ / acervo.socioam biental.org>(com adaptações).


05- De acordo com o terceiro parágrafo do texto CG4A1-II, a escravidão
contem porânea consiste em grave violação a direitos fundam entais porque

a) restringe a liberdade da pessoa hum ana do trabalhador.


b) prom ove o status libertatis.
c) alicerça as balizas m ínim as de dignidade.
d) possibilita direitos m ínim os e caros à autodeterm inação hum ana.
e) incita valores e princípios sagrados e essenciais à sobrevivência.
06- De acordo com as ideias presentes no prim eiro parágrafo do texto
CG4A1-II, a escravidão no Brasil

a) está prevista no m undo jurídico atual, desde que não haja


propriedade sobre a pessoa hum ana.
b) não foi, de fato, abolida.
c) não foi oficialm ente abolida.
d) foi extinta, no m undo dos fatos, pela Lei Áurea.
e) advém da com pleta ausência de reform as sociais inclusivas.
Duas revoluções da hum anidade

Estamos hoje na confluência de duas imensas revoluções. Por um lado,


biólogos estão decifrando os mistérios do corpo humano, particularmente do
cérebro e dos sentimentos. Ao mesmo tempo, os cientistas da computação estão
nos dando um poder de processamento de dados sem precedente. Quando a
revolução na biotecnologia se fundir com a revolução na tecnologia da
informática, essa fusão produzirá algoritmos de longo alcance capazes de
monitorar e compreender nossos sentimentos muit o melhor do que nós
mesmos, e então a autoridade decisiva passará dos humanos para os
computadores.
Nossa ilusão de que detemos uma total e livre capacidade de escolha, a que
damos o nome de livre arbítrio, provavelmente vai se desintegrar à medida que
nos depararmos, diariamente, com instituições, corporações e agências do
governo que compreendem e manipulam o que era, até então, do domínio do
nosso inacessível reino interior.
Isso já está acontecendo no campo da medicina. As decisões médicas mais
importantes de nossa vida se baseiam não na sensação de estarmos doentes ou
saudáveis, nem mesmo nos prognósticos informados por nosso médico − mas
nos cálculos de computadores que entendem do nosso corpo muito melhor do
que nós. Eles serão capazes de monitorar nossa saúde 24 horas por dia, sete
dias por semana. Serão capazes de detectar, logo em seu início, a gripe, o
câncer, o mal de Alzheimer, muito antes de sentirmos que há algo errado
conosco. Poderão então recomendar tratamentos adequados, dietas e regimes
diários, sob medida para nossa compleição física, nosso DNA e nossa
personalidade, que são únicos.

(Adaptado de: HARARI, Yuval Noah. 21 lições para o século 21. São Paulo:
Com panhia das Letras, 2018, p. 74-75)
07- Um a revolução que vem ocorrendo no cam po da m edicina é expressa
pelo que se encontra no seguinte segm ent o:

A) cálculos de computadores (3º parágrafo)


B) livre capacidade de escolha (2º parágrafo)
C) domínio do nosso inacessível reino interior (2º par ágrafo)
D) sensação de estarmos doentes ou saudáveis (3º par ágrafo)
E) prognósticos informados por nosso médico (3º par ágrafo)
08- É um a hipótese do text o a ideia de que aquilo a que damos o nome de
livre arbítrio (2º parágrafo) deverá se extinguir em razão do

A) m elhor entendim ent o e dom ínio que passarem os a ter dos nossos
próprios sentim entos.
B) aperfeiçoam ento de um a tecnologia que expandirá nossa liber dade
de escolha.
C) m aior grau de influência com portam ental que terão sobre t odos as
agências estatais.
D) poder que passarão a exercer a biotecnologia e a inform ática, um a
vez associadas.
E) aprim oram ento das faculdades naturais do hom em , prom ovido por
norm as éticas ideais.
09- “(...) Minas já escolheu o território de sua capital cuja descrição Olavo Bilac
está fazendo na Gazeta. Belo Horizonte parece antes uma exclamação que um
nome. Sobram na história mineira homens honrados e patriotas para designar
a capital futura.”

M achado de Assis

Pode-se deduzir da leitur a desse segm ento que

A) Olavo Bilac já havia escr ito um poem a sobr e a futur a capital.


B) Machado de Assis já havia apontado um nom e patr iótico par a a
futur a capital.
C) “Belo Hor izonte” não er a visto por Machado com o um bom nom e
par a a futur a capital m ineir a.
D) O ter r itór io destinado à futur a capital m ineir a er a m ontanhoso e
com pletam ent e desconhecido.
E) A escolha de um nom e de hom em não consider ado honr ado e
patr iota par a a capital de Minas já tinha sido suger ida.
10- “A ciência é a inteligência do mundo; a arte, o seu coração”.

(M. Gorki)

A oposição entre ciência e ar te nessa frase está, respectivam ente, nos


seguintes valores:

A) entendim ento X sentim ento.


B) observação X interpretação.
C) repetição X criatividade.
D) fatos X hipóteses.
E) verdade X ilusão.
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