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A questão da formação :

tecendo caminhos para a


construção da autonomia

Ira Maria Maciel


A prática poética do professor

As armadilhas do tecido social


Vai falar sobre

Práticas sociais que fortalecem a heteronomia


e criam subjetividades deterministas

Discutir caminhos para a construção da


autonoomia
Parte da leitura do livro: a instituição
imaginária da sociedade de C. Castoriadis

Psicanalista, formação em
Defende o pensamento
direito, economia, filósofo,
libertário não anarquista:
criou o grupo socialismo
luta trabalhadora contra o
ou barbárie como
capitalismo e o marxismo
resistência a ditadura
Conceitos iniciais
• o sujeito é constituído pelo processo de relação entre o eu e o outro,
sendo o exercício da autonomia a forma encontrada pelo eu de
manifestar seus desejos, suas necessidades e suas perspectivas.

• A relação que cada sujeito estabelece com o mundo, com a sociedade


e com a história que o antecede é determinante em seu processo de
desenvolvimento humano, em sua forma de se relacionar com o
mundo e no exercício de suas escolhas

• É a democracia que possibilita o desenvolvimento de sujeitos


autônomos e é a autonomia dos sujeitos que fornece as condições
para o exercício da democracia.
O centro das contribuições de
Castoriadis

Entende que a escola


tem a
É a construção da
responsabilidade da
autonomia
construção do
humano
Então, a formação do professor é
fundamental

O que ele Qual o seu


faz? papel?
Castoriadis entende que educar e
psicanalisar é da ordem do impossível
• Por que?

• Porque trabalham com a auto alteração , com o surgimento de um novo ser,


com a criação do humano

• E essas pessoas ainda não possuem autonomia

• Além disso, precisa contribuir para a formação da autonomia


objeto da pedagogia não é ensinar matérias
específicas, mas desenvolver a capacidade
de aprender do sujeito: aprender a
aprender, aprender a descobrir, aprender a
inventar
Nesse processo o professor precisa escolher

Se criar uma ambiente


Se reforça a
educacional que
heteronomia social,
propicie a
criando indivíduos
independência ou a
dependentes
autonomia
O professor precisará de formação para sair
do papel de reprodutor
Se optar por
criar um Entender que as instituições que nos formam
são constituídas pelo imaginário social
ambiente para
autonomia Ser capaz de analisar as armadilhas do tecido
social ( processo de opressão e alienação)

Desejar formar sujeito autônomos, éticos e


criativos
O imaginário é uma rede de
sentidos
que "consiste em ligar símbolos (significantes) a
significados (representações, ordens, injunções ou
incitações para fazer ou não fazer, consequências e
significações, no sentido amplo do termo) e fazê-los
valer como tais, ou seja, a tornar esta ligação mais
ou menos forçosa para a sociedade ou o grupo
considerado"
Imaginário Social
não é a soma de aspirações coletivas , nem tampouco a
justaposição

É um sistema simbólico que reflete práticas sociais em


que se dialetizam processos de entendimento e de
fabulação de crenças e de ritualizações.
São as produções de sentidos que circulam na sociedade
e que permitem a regulação de comportamentos, de
identificação, de distribuição de papéis sociais.
Isso é vivido de tal forma pelos agentes sociais que passa a
representar para o grupo o sentido de verdadeiro
Elementos fundantes do
processo de simbolização
• Crenças e fantasias, desejos e necessidades, sonhos e
interesses, raciocínios e intuições

• O Imaginário Social não é, pois, reflexo da realidade: é


seu fragmento. uma amálgama que institui, histórica e
culturalmente, o conjunto das interpretações, das
experiências individuais, vividas e construídas
coletivamente

• Essa rede de sentidos matricia, sob diversos aspectos,


a conduta coletiva, na medida em que valores,
normas e interdições, como códigos coletivos, são
internalizados, apropriados pelos agentes sociais.
A ciência moderna se construiu
pressupondo que o mundo é
ordenado,
• o universo como um todo obedece a um
determinismo universal, funciona como uma
grande máquina, um grande relógio. É preciso
descobrir as leis que regem esse determinismo.
• Se às vezes nos defrontamos com o acaso, é
devido ao estágio de nosso conhecimento
precário e insuficiente, que nos impede entender
as leis da vida, do mundo, da sociedade.
• O conhecimento, neste contexto, é o espelho da
realidade , o espelho do mundo.
A tradição cartesiana
legou à modernidade o mito da racionalidade científica, na
exigência das ideias claras e distintas e na eliminação das
ideias adventícias oriundas dos sentidos e das ideias
fictícias, provindas da imaginação
Nessa perspectiva
reducionista
• somente o pensamento é capaz de produzir conhecimento
verdadeiro.
• Perde-se com esse reducionismo a riqueza da
complexidade da inteligência humana, que é constituir-se
por uma gama de modalidades de conhecimentos: sensível,
intelectual, imaginário, judicativo, intuitivo.
• Esquece-se, assim, que a realidade é multifacetada, que os
dados do conhecimento são construídos, resultam de
recortes da realidade.
• Pode-se assim dizer que o conhecimento resulta das
perguntas que são feitas ao real.
A tarefa pedagógica é como
a psicanálise: uma profissão
da ordem do impossível
Para
Castoriadis Por que? Porque demanda
autonomia , mas ela não
existe.
O que é autonomia ?
• Corresponde à capacidade de uma pessoa ou
coletividade de determinar sua própria lei e a ele se
submeter
• É a capacidade de refletir reflexivamente sobre as
ideias, atos e participar ativamente da formulação das
leis, estabelecendo objetivos e perseguindo-os

• Esta capacidade deliberada e a habilidade do pensar


reflexivo possibilita ao sujeito a reflexão sobre si mesmo
e o estabelecimento de sua própria identidade.
Consequentemente, a estruturação de si como sujeito
autônomo
A autonomia contempla
• “a capacidade do sujeito de dizer de maneira fundada: isso
é realmente verdade e isso é realmente meu desejo. E
certamente pronto para acrescentar: e não me
conformarei” (CASTORIADIS, 2007, p. 175), contempla a
capacidade de reafirmação do pensamento, do
pensamento do sujeito como verdadeiro, mesmo que
signifique a contestação de uma verdade instituída pelo
social.

• É função de um projeto de autonomia a promoção da


subjetividade e da individualidade dos sujeitos, tornando-
os capazes de exercer função reflexiva na construção
imaginária da sociedade
Podemos pensar em duas estruturas sociais.
Imaginemos uma sociedade sustentada em ideais
para religiosos, extremamente rigorosos em relação às
questões da sexualidade, da constituição familiar,
exemplificar a reguladora de comportamentos e escolhas por parte
importância da dos sujeitos.
reflexividade e Nesta, as explicações estão sustentadas no poder de
da vontade na uma instância superior, um Deus que tudo vê, tudo
controla e sempre “castiga”.
constituição do
humano como
sujeito histórico A reflexividade está, nesta estrutura social, limitada
pela explicação plausível de que tudo é em função de
e social um Deus todo poderoso e a vontade não pode ser
nada além do que é permitido pela religião
está sustentada em normas e valores construídos por
uma legislação, elaborada por pessoas que vivem neste
contexto social e que reconhecem a diversidade que o
compõe.
Nesta, os indivíduos podem ser estimulados a refletir
sobre as instituições e participar ativamente na
A outra construção dessas instituições.

estrutura O que não significa que todos o façam.


social
Mas o estímulo a este tipo de comportamento e o
exercício de valorização das contribuições e das
reflexões promove a participação coletiva na construção
das instituições que compõem esta sociedade
• O exercício desta autonomia está diretamente
atrelado ao potencial imaginário do sujeito, que
ao possuir subsídios e exercitar livremente suas
reflexões de mundo e de si mesmo, constrói
representações imaginárias que transformam
tanto o próprio sujeito quanto à sociedade em
que vive
Para Castoriadis
• Todo cidadão é capaz de se autogovernar, e ou
autogerenciar, não necessitando de governantes,
autoridades políticas e religiosas
Nossas escolas
estão trabalhando
nesse sentido?
Qual o maior desafio
para o professor
trabalhar com
autonomia, em relação
aos alunos e pais?
Estabelecer uma relação entre o instância
reflexiva e as outras instâncias psíquicas (
crítica ao racionalismo, a tecnociência)
Como
desenvolver Analisar o significado das práticas e se
autonomia elas são oportunas

Desenvolver reflexão sobre si mesmo,


sobre as razões dos próprios
pensamentos, motivos que guiam os atos.
Instaurar uma nova relação com o discurso do
Outro, reconhecendo em si o discurso do Outro

Desenvolver uma estrutura egóica capaz de


Como aceitar que o consciente expressa o inconsciente
e que as pulsões e desejos podem passar ao ato
desenvolver
autonomia Procurar ultrapassar o enclausuramento
informacional, cognitivo e institucional com base
na reflexividades

Reconhecer que o desejo do outro é tão legítimo


quanto o seu.
obstáculos
As instituições alienam quando centralizam o
poder e subordinam os demais em um regime
de dominação com adesão dos sujeitos
sociais em classes
A relação professor aluno: calcada na trama da
dominação

A alienação ocorre quando as instituições exprimem


e operam um estrutura de classe, centralizando o
poder em uma categoria social que subordina as
demais
O aluno tem voz?
Num contexto maior da
sociedade global
Só cabe obedecer e reproduzir: se subjugar
Dessa forma
Sujeitos sociais aderem ao fazer político das instituições
• A ideologia da hierarquia permeia
toda a experiência social e atua na
dimensão social e psíquica

• O triunfo da burocratização advém


dos sistemas de pirâmides regido
pelo processo de dominação
A sociedade é

Uma criação

Surge da imaginação, da capacidade de


colocar uma nova forma

É a busca de sentido feita pelo homem


Opressão e alienação,
tanto no... Quanto no...
• Sistema capitalista
• Sociedade de pirâmides/ dominar
• Poder concentrado em uma classe
• Sistema socialista: cegueira totalitária
• Agir pela própria lógica
• Destruir a vida política independente dos
coletivos
• Aplicar as diretrizes do partido
• Produz alienação
Será que vivemos algo
assim nos ultimos meses?
Castoriadis critica

Os partidos políticos que tem como meta a


gestão democrática e rapidamente se tornam
organizações dirigidas por grupos auto cooptados
e que tendem a agir pela própria lógica,
independente dos órgãos coletivos

O interesse em aplicar as regras do partido leva a


um distanciamento dos interesses dos coletivos.
A prevalência da lógica da exclusão (
processo de alienação
lógica neoliberal)

Convívio com os extremos


O resultado do

• pobreza X opulência
• Negação X desqualificação dos direitos básicos
• Carência de oportunidades de trabalho
• Dinheiro como medida de todas as coisas
• Consumo pelo consumo
gera

• Grave privação da liberdade


• Violação do mundo natural
No magistério
• Encontramos a degradação das condições de
exercício profissional

• Pouca consciência política dos professores

• Opção metodológica para reproduzir

• Professor como agente de transmissão para um


aluno passinho (tendencia tradicional)

• Favorecimento da heteronomia, da subjugação


A solução: carta da
transdisciplinaridade
A vida está ameaçada pela
tecnociência

Objetividade não pode ser o único


critério de verdade

Diálogo entre as ciências e os


saberes
Sistema escolar impregnado da
ideologia capitalista que
procura o desenvolvimento de
competências
descaminhos

Mas que sub estima a


necessidade de SOLUÇÕES E
PROJETOS para o CONJUNTO
DA SOCIEDADE
Caminhos Desenvolver posturas políticas e éticas que
visem transformar as relações humanas no
cotidiano e a repensar o espaço social e
para a educacional

construção Revisitar a formação do professor, a partir de


uma atitude analítica, reflexiva e
de sujeito investigativa da realidade social

autônomos, Exercer a responsabilidade social da criação


éticos e do humano, a partir da problematização da
realidade social e profissional, sob o ponto
criativos de vista social-historico
Caminhos Mapear dúvidas e certeza que dão
para a suporte ao seu projeto de vida

construção
de sujeito Descobrir nossos condicionamentos

autônomos,
éticos e Assumir a posição de que ensinar
não é transmitir conhecimento, mas
criativos criar possibilidade
Isso pressupões desenvolver no
estudante e em si mesmo a
curiosidade epistemológica aliada a um
rigor metódico, com interrogação
ilimitada

Fazemos isso? Ou precisamos manter a posição de notório saber?


• O conhecimento não é neutro
• Nas escolas ele é apresentado sem indicação dos
marcos históricos
• Só se fala dos avanços, sem considerar que ele pode
ser um retrocesso, conter contradições, ser
representativo da classe hegemônica
• O ensino deve explorar os erros cometidos

Por fim • Aproveitar as oportunidades do ciberespaço: fake


News
• Aproveitar as teias virtuais, o presencial, remoto e
semipresencias
• Romper com a ingenuidade, aprendendo a comparar
para poder refutar, perceber se uma teoria é falsa ou
não.
• Estimula a interdisciplinaridade
• Possui sólido material teórico, procurando o
suporte de diferentes disciplinas
• Capaz de transgredir as fronteiras da sua área de
formação
• Capaz de criar ponte
Um novo • Capaz de reconciliar a arte e a literatura e a
poesia.
professor • Capaz de cocriar com seus alunos
• Tem uma escuta do outro
• Nesta perspectiva tornamo-nos humanos pela relação com
o social, pela instituição que nos abraça e acolhe como
seus membros e torna cada indivíduo um sujeito,
abarcado pela história que o precedeu e a deriva em um
mar de possibilidades de construção de sua própria
história.
• A rigor não existe Escola, mas escolas, assim como uma
multiplicidade de significados para muitas de suas
representações.
• Muitos dos problemas vividos na escola advêm de
formações e conceitos interiorizados, crenças cristalizadas
na rotina do cotidiano, que acabam por "naturalizar"
práticas, tornando-as imperceptíveis entraves à realização
de suas propostas
Nesse processo, “é
imperioso a
presença da
esperança, mesmo
quando a aspereza
da realidade sugira o
contrário”( P. Freire)
A criação do imaginário
• para que a espécie humana pudesse sobreviver, a psique
precisou ser socializada e dar sentido a um mundo sem-
sentido natural-biológico

• Ao criar as significações, institui-se a sociedade que,


portanto, é a origem de si mesma.

• o humano é criação da faculdade da imaginação “o que faz


a essência do homem, precisamente, é a imaginação
criadora.”
A criança ao chegar à escola

• não abandona o mapa intelectual a que até então


recorreu para orientar-se no mundo, para resolver
suas questões.
• Nesse mapa estão presentes referentes da sua
identidade: mitos, crenças, ideias próprias de seu
grupo social, de que ela não pode se desfazer.
• Ela carrega consigo uma subjetividade de alguma
forma instituída a partir de uma cultura.
• Nessa criança estão presentes fantasias, desejos,
expectativas, inclusive em relação à escola.
• O desafio que nos é dado passa pela compreensão
desse dentro/fora do aluno.
• as ações humanas não resultam de decisões estritamente racionais
• A busca de uma argumentação não se originaria na “racionalidade”
humana e, sim, na imaginação criadora ou imaginário radical

• tudo o que foi imaginado por alguém com força suficiente para
conformar o comportamento, o discurso ou os objetos pode, em
princípio, ser reimaginado (...) por alguma outra pessoa.
O imaginário radical é o fio condutor
do pensamento de Castoriadis

• Este conceito lhe permite pensar a dimensão criadora do


sujeito e do social-histórico.
• As categorias do pensamento moderno não servem para
postular a dimensão criadora: foram elaboradas para
pensar a identidade e a permanência; o imaginário radical
foi elaborado para pensar a alteridade e a criação

• crítica do paradigma da modernidade que reduz o humano


ao físico ou ao biológico.
• Neste sentido, o imaginário, que tinha sido deslocado pela
razão para a periferia passa, de repente, para o centro
epistemológico. Ou seja, é preciso começar a pensar a
partir do imaginário.
Como invertemos essa lógica
• Esta inversão é feita pelo autor em dois movimentos:
• um de crítica do pensamento herdado, especialmente do paradigma
da modernidade e
• engloba o marxismo, o estruturalismo e o funcionalismo: os três participam
de uma mesma matriz teórica, segundo a qual o social-histórico pode ser
explicado cientificamente, segundo umas “leis econômicas” (marxismo),
segundo uns “elementos invariantes” (estruturalismo) ou segundo umas
“necessidades universais” (funcionalismo).
• outro de construção do pensamento próprio, que tem como base a
elaboração dos pressupostos e das implicações de seu pensamento
Quando a modernidade pensa a
realidade em termos de ordem,
não deixa espaço para a dimensão
imaginária ou criadora
E o psiquismo humano e o
social-histórico
• não podem ser “derivados” ou “explicados” a partir dos
fatores biológicos ou físicos, não podem ser reduzidos ao
primeiro estrato natural, regido pela lógica da ciências
exatas.

• Eles obedecem, fundamentalmente, a outra lógica - a lógica


das significações imaginárias sociais (ou lógica magmática).
• É este o conteúdo fundamental da “inversão do
procedimento tradicional”, de que falamos acima.
• Castoriadis está convencido que os domínios do psíquico e
do social-histórico introduzem um novo tipo de ser, mais
próximo das multiplicidades inconsistentes que das
realidades meramente conjuntistas.
• É preciso entender a especificidade não apenas
“fenomenológica e descritiva, mas lógica e ontológica”
desses dois estratos do ser, o psíquico e social-histórico.
• a lógica dos magmas aponta para o mundo sempre aberto,
próprio das significações imaginárias. Combinar estas duas
dimensões da realidade, a conjuntista e a magmática,
constitui uma contribuição das mais significativas de
Castoriadis para o debate contemporâneo.
um imaginário instituído rico
de possibilidades
bem estruturado, conhecedor de sua história,
proporciona maior exercício da reflexividade,
construções imaginárias radicais ricas e repletas de
possibilidades de transformar para melhor o imaginário
instituído e se transformar concomitantemente

O sujeito, ao pensar novo, pensar diferente, muda a


sociedade, transforma outros sujeitos e se transforma
nas trocas provocadas pela interação entre o individual
e o social.
Princípio da disjunção

• no desenvolvimento das ciências, se expressa através da separação das disciplinas umas em


relação às outras.
• O próprio conceito de experimentação está ligado à separação: tiro meu objeto de estudo de
seu habitat, coloco-o num meio artificial que eu possa controlar, manipulo um determinado
número de variáveis, que me permitem conhecê-lo
No decorrer deste século, o edifício do
conhecimento construído pelo paradigma da
modernidade desabou.
No seu lugar, está em fase de construção outro
novo paradigma, que Castoriadis denomina
“inverter o procedimento tradicional”.

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