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SETOR LITORAL
LICENCIATURA EM LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO
1) DADOS DO CURSO
a) Curso: Licenciatura em Linguagem e Comunicação
b) Semestre: 2019-1
c) Orientador: Elisiani Tiepolo
2) DADOS DO ESTUDANTE
a) Nome: Guilherme Augusto de Araujo Gomes
b) GRR: 20163924
c) Turma: LC16
3) DADOS DA INSTITUIÇÃO
a) Nome: Colégio Estadual Alberto Gomes Veiga
b) Endereço: Rua Julia da Costa, Campo Grande, 780
c) Telefone: (41) 3423-3819
d) Site:
e) E-mail: pngalbertogomes@seed.pr.gov.br
f) Diretor: Cristiane Maria Zanini
g) Diretor Auxiliar: Valdecir Alberto Pedroso
h) Secretária-Geral: 2
i) Equipe Técnica Pedagógica: 8
j) Agente I: 14
k) Agente II: 10
l) Número de professores: 76
QPM: 43
PSS: 33
m) Número de estudantes matriculados: 1342
estabelecer relações com os outros módulos a fim de tentar responder se o tipo de profissional que o
ambiente escolar exige é equivalente ao profissional que o curso forma e até que ponto a
universidade auxilia na formação desse indivíduo ou na aquisição do papel social de professor.
uma posição de ambas as partes (discente e docente) frente a todas as barreiras que impedem o
avanço do ensino (não só de língua portuguesa), mas é mais que o suficiente para servir de reflexo
da sociedade em que estamos inseridos e apontar todos os “erros” que estamos cometendo.
sujeitos que, neste processo, se constituem pela linguagem” (Geraldi, 1991, pg. 6), é necessário
pensar as falas no ensino sob a perspectiva de três eixos principais: a historicidade da linguagem, o
sujeito e suas atividades linguísticas e o contexto social das interações verbais.
Com o objetivo de dialogar com o projeto político pedagógico do colégio, destaco um trecho
que faz uso dos estudos de Vigotski (1991) para fundamentar a necessidade do homem em
estabelecer relações dialógicas, pois “o aprendizado […] somente ocorre através de seu contato
direto com a sociedade.” (PPP, p. 38). Ou ainda:
[…] “Na ausência do outro, o homem não se constrói homem” (VIGOTSKI, 1991,
p. 235), pois é através dessa interação do homem modificando o ambiente, e o
ambiente modificando o homem que surge a sociedade, isto é; através de uma
relação dialética. Assim, os desenvolvimentos do homem e da sociedade estão
completamente ligados não sendo possível separá-los. Esta capacidade potencial de
interação gera o ser social. As relações do sujeito com o mundo através do ensino
escolar é primordial nesse processo de formação da sociedade.
(Colégio Estadual Alberto Gomes Veiga, p. 38)
É importante fazer esse trajeto para entender que há, por parte da Universidade, uma
necessidade de prover à comunidade o profissional que é exigido para a fluidez e o progresso não só
do ensino de língua portuguesa, mas para a formação de uma sociedade mais justa. Por mais que
possa parecer distante ou perdido, por um lado, é reconfortante ver que há todo esse embasamento
teórico por trás de algo tão “simples”, e, por outro, entristecedor ver que há pessoas que não
enxergam esse viés e tentam ridicularizar causas tão justas como a luta por uma educação melhor.
Dando sequência, é importante, ao mesmo tempo em que pensamos a construção de
identidade (principalmente nos adolescentes) por meio das relações de diálogo entre os indivíduos
dentro do ambiente escolar, fazer um paralelo e pensar o modo como as relações cotidianas
atualmente se dão, pois é a partir delas que vamos obter os resultados que queremos no que diz
respeito aos vínculos estabelecidos com a mídia e a tecnologia: esse muro que afasta os professores
dos alunos e que aterroriza a sala de aula.
Hoje em dia, com a facilidade de acesso e com a” [...] enxurrada de informações que
ameaçam nos afogar, [e que] nos impede de nadar ou mergulhar…” (ibid. pg. 6), “[...] parece que
nos falta uma máquina de debulhar para separar o joio do trigo na montanha de mentiras, ilusões,
refuga e lixo.” (ibid. pg.7). Quando não é possível haver essa autoidentificação do indivíduo por
meio de interações sociais do “mundo real”, não só o adolescente como, também, todo e qualquer
indivíduo entra em contato com uma persona criada para o mundo offline, e é a partir desse
pressuposto que podemos pensar o papel da mídia no processo de aquisição de identidade (ou
autoidentificação) do indivíduo pela mídia e com a mídia.
Rosa Maria Bueno Fischer, em seu artigo sobre o estatuto pedagógico da mídia, argumenta
que
Para Foucault, segundo Fischer (1997), o discurso poderia ser definido como um conjunto
de enunciados apoiados numa formação discursiva, num sistema de relações que funcionam como
regra, prescrevendo o que deve ser dito numa determinada prática discursiva, ou seja, “[...] para o
autor o discurso não tem apenas um sentido ou uma verdade, mas uma história. Como tal, pode-se
dizer que não haveria discursos, propriamente seus, em sintonia ou não com outros discursos e
outras instâncias de poder.” (Fischer, 1997, p. 65).
Ao passo que uma das alternativas para o ensino, segundo Geraldi (1991), seria pensar a
língua, sob a perspectiva da linguagem, como um ponto de encontro em que relações dialógicas se
estabelecem e formam indivíduos através das relações interlocutivas, Fischer propõe a mesma
metodologia para analisar o impacto do discurso midiático na formação do indivíduo: (ou seja) usar
como foco a linguagem e essa relação interlocutiva para pensar as estratégias que a mídia utiliza na
pedagogização, no sentido de formatação ou constituição de valores e crenças.
conteúdo nas comunicações diárias estabelecidas na troca de informações dentro e fora do ambiente
de trabalho.
Os conteúdos trabalhados com os estudantes foram, em um primeiro momento, um breve
panorama sobre questões da Prova Paraná, dando ênfase na importância da construção textual na
transmissão de informações. Em um segundo momento, foi trabalhado figuras de linguagem de
modo contextualizado. Meu objetivo era fazer com que o maior número de estudantes participassem
da aula e, durante a observação, levantei aspectos que pudessem contribuir para uma aproximação
com a turma. Assim sendo, ao explicar as figuras de linguagem principais, usei como exemplos
letras de músicas que escutei os estudantes falaram sobre, falas de personagens em filmes que estão
em voga ou de jogos que ouvi comentarem a respeito. Com toda a certeza, esse tipo de aproximação
foi um sucesso e os alunos contribuíram muito com a aula, se mostrei aberto e receptivo para toda e
qualquer sugestão, seja do professor ou dos alunos, e não deixei nenhum comentário em sala
morrer, sempre costurando um exemplo com algo a dizer a respeito.
Minha metodologia para o ensino do conteúdo foi utilizar não só o material didático
oferecido pelo professor, como, também, vários outros materiais didáticos diferentes, a fim de
mostrar aos estudantes diferentes perspectivas a respeito de um determinado conceito que pode ser
abstrato demais para eles. Em todas as figuras de linguagem fiz o mesmo esquema: li, junto dos
estudantes, o conceito apresentado pelo livro didático do colégio para, em seguida, destrinchar esse
conceito em várias ramificações a fim de simplificar o máximo possível; eu me limitava a um
exemplo por figura de linguagem, o resto ficava por conta deles (o que contribuiu muito para o
enriquecimento da aula). Preparei a aula de diversos modos possíveis: sabia o que falar, o que
escrever no quadro, preparei slides com os conceitos e os exemplos, levei a música, os livros, o som
da voz dos personagens e tudo que fosse possível para enriquecer a aula.
Em relação às atividades propostas em sala de aula, segui o mesmo raciocínio que a escrita
do relatório: tentei estabelecer diálogo com os FTPs do corrente semestre. Desse modo, a atividade
tinha como objetivo ler alguns trechos de Senhora, de José de Alencar, e pensar os elementos
utilizados para a construção da narrativa, além de identificar a função das figuras de linguagem ao
longo do texto. A segunda atividade proposta em sala foi uma sugestão do professor, que era extrair
do livro didático umas questões em específico e trabalhar, dentro de sala, em cima delas.
com um caminho cheio de perguntas sem respostas pela frente, mas é isso que eu quero e é isso que
eu escolhi para mim. Se eu tinha dúvidas a respeito da minha escolha, saio do último estágio tendo a
certeza de que a luta não acaba e vou ser o porta-bandeira de um ensino que privilegia o estudante e
a sua contribuição para a construção de conhecimento por meio dessas relações estabelecidas dentro
do ambiente escolar. Saio pleno e satisfeito comigo mesmo, que é o principal disso tudo.
Referências