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LÍNGUA ESPANHOLA E LETRAMENTO CRÍTICO: EXPERIÊNCIA E

REFLEXÕES

Flávia Karolina Lima-Duarte*


Sérgio Ifa

RESUMO: Esta experiência de ensino tem por objetivo apresentar algumas contribuições da perspectiva
do letramento crítico no processo de ensino/aprendizagem de línguas. Embasamos esta experiência nas
contribuições do letramento crítico e a formação cidadã. Esta proposta coaduna com os preceitos da
Linguística Aplicada Contemporânea, área de pesquisa que problematiza questões referentes ao uso da
Língua. Os procedimentos metodológicos para coleta e geração de dados são de natureza qualitativa e
os instrumentos utilizados para triangulação e análise de dados são um website, fotos narradas e
questionários respondidos pelos estudantes. O resultado dessa experiência demonstra que, com base na
perspectiva do letramento crítico, o ensino de línguas pode contribuir com a formação cidadã dos
estudantes.

Resumen: Esta experiencia didáctica tiene por objetivo presentar algunas contribuciones de la teoría de
la literacidad crítica en el proceso de enseñanza/aprendizaje de lenguas. Esta experiencia está apoyada
en las contribuciones de los estudios de la literacidad crítica y la formación ciudadana. Esta propuesta
coaduna con los preceptos de la Lingüística Aplicada Contemporánea, área de investigación que
problematiza cuestiones referentes al uso del lenguaje. Los procedimientos metodológicos para recogida
de datos son de naturaleza cualitativa y los instrumentos utilizados para interpretación y análisis de los
datos son un sitio web, fotos narradas y cuestionarios respondidos por los estudiantes. El resultado de
esa experiencia demuestra que, basados en la perspectiva de la literacidad crítica, la enseñanza de
lenguas puede contribuir con la formación ciudadana de los estudiantes.

PALAVRAS-CHAVE: Letramento crítico, Língua Espanhola, Ensino Médio

PALABRAS-CLAVE: Literacidad crítica, Lengua española, Enseñanza secundaria

INTRODUÇÃO

Podemos dizer que o contexto histórico do ensino de línguas está relacionado aos
métodos de ensino, cuja evolução se deu com base em três paradigmas principais: (1)
ênfase no sistema, (2) ênfase na função e (3) ênfase na ideologia. Desse modo, a
proposta de método depende da visão que o professor e/ou pesquisador tem sobre o
conceito de língua e como concebe ensinar e aprender. Os que defendem a primeira
perspectiva compreendem a língua como sistema, o que acarreta no ensino com ênfase

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no léxico e na análise sintática; os que se baseiam na língua como função veem a língua
como algo para atingir um objetivo específico, assim, a ênfase é na ação: falar é fazer; já
os que adotam terceira perspectiva entendem que a língua é usada pelo sujeito para agir
sobre o mundo. (LEFFA, 2012; LEFFA & IRALA, 2014).

Associando essas concepções de língua/linguagem ao documento oficial que rege o


ensino médio no Brasil, as Orientações Curriculares do Ensino Médio (doravante
OCEM), compreendemos que esse documento também defende e propõe metodologias
para o ensino ideológico, uma vez que propõem o ensino de língua estrangeira moderna
com base na perspectiva do letramento, pois defende que a linguagem deve ser
associada ao seu contexto sociocultural (BRASIL, 2006, p. 109). Sendo assim, nós,
professores de línguas, não podemos deixar de promover a reflexão sobre valores
sociais, culturais, políticos e ideológicos, dado que, com as disciplinas da área de
linguagens, “busca-se a formação de indivíduos, o que inclui o desenvolvimento de
consciência social, criatividade, mente aberta para conhecimentos novos, enfim, uma
reforma na maneira de pensar o mundo”. (BRASIL, 2006, p.90).

Para que possamos ensinar de modo que nossos aprendizes possam refletir sobre os
diversos contextos onde se inserem e dos quais participam e/ou conhecem, torna-se
necessário que as aulas sejam planejadas a partir de temas que envolvam questões
sociais, situações ou problemas que fazem parte ou sentido para suas vidas, tais como:
desigualdade social, racismo, feminismo, desemprego, homofobia etc. Com base nisso,
consideramos que os estudantes podem ter muitas vantagens se compreenderem
também a essência do letramento crítico para refletir sobre as situações que permeiam
seu entorno. Entendemos que posicionar-se pela escrita de forma crítica e informada
colabora com sua formação cidadã, conforme preconizam as OCEM:

A disciplina de Línguas Estrangeiras na escola visa ensinar um idioma


estrangeiro e, ao mesmo tempo, cumprir outros compromissos com os
educandos, como, por exemplo, contribuir para a formação de indivíduos
como parte de suas preocupações educacionais (BRASIL, 2006, p.21).

Assim, ao seguirmos essa visão de formação cidadã, tomamos como central o trabalho
com temas ou assuntos globais ou locais, pois a partir disso podemos chegar questões
do convívio social de nossos alunos. Melhor dito, o estudante poderá compreender o
lugar que ocupa na sociedade, questionar(-se) e falar a partir dos problemas de sua
comunidade.

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Com base nessas reflexões, portanto, neste artigo objetivamos apresentar as
contribuições da experiência que tivemos ao provocar diálogos entre letramento crítico
e o ensino de língua espanhola. Para o alcance desse objetivo, três seções, além desta
introdução, organizam o texto: na primeira, são apresentados os conceitos sobre
Letramento Crítico e Letramento Crítico para a formação Cidadã. Na segunda são
descritos os procedimentos metodológicos de geração dos dados para análise. Daremos
mais ênfase no processo, porque consideramos que, por se tratar de uma proposta de
ensino de línguas, poderá ser adaptada por outros professores. Na terceira, é apresentada
a análise de uma foto narrada elaborada por um grupo de alunos, bem como suas
reflexões sobre a elaboração dessa atividade, que promoveu uma atitude de cidadania
por parte de um dos integrantes do grupo. Por fim, nas considerações, falamos sobre as
implicações do estudo para o letramento crítico e a educação cidadã.

1. LETRAMENTO CRÍTICO

A perspectiva do letramento crítico teve início na década de sessenta e tem como base a
pedagogia freiriana, contudo, há distinções entre elas, porque, na contemporaneidade
em que vivemos os problemas e as necessidades são outras. O letramento crítico tem
como um dos focos a problematização de como podemos enxergar e agir nas práticas
sociais diversas; enquanto que a pedagogia de Freire enfocava o descortinamento da
verdade para que o oprimido pudesse enxergar a realidade opressora. Assim, a
perspectiva do LC, portanto, tem por objetivo a busca pelo

[...] desenvolvimento de habilidades que capacitem o cidadão a ler


criticamente as práticas sociais e institucionais e a perceber a
construção social e situada do texto e da linguagem por meio da
compreensão de suas fontes, propósitos, interesses e condições de
produção. (DUBOC, 2012, p.83)

Nesse sentido, a escola tem um papel social importante, porque não basta ensinar a ler e
escrever, é preciso preparar o estudante para que seja um cidadão crítico, que se
posicione. Com isso, nós, professores da área de linguagem devemos trabalhar com
textos que problematizem, de modo que possibilitem que nossos estudantes se tornem
cidadãos contribuam com seu contexto social.

Para que possamos refletir a respeito disso, trazemos o questionamento de Janks (2013,
p. 226), “Como a educação pode contribuir para um mundo em que nossos alunos, em
todos os níveis de ensino, tornem-se agentes de mudança?”. Tal indagação foi realizada

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a partir de uma palestra proferida pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton,
em que ele considera que os três maiores problemas do mundo atual são: a
desigualdade, a instabilidade e a sustentabilidade. Sendo assim, precisamos pensar em
atividades educacionais que problematizem a fim de provocar os alunos a serem
criativos e críticos na apresentação das soluções para tais problemas. Uma das
possibilidades que hoje enxergamos é fazer com que eles entendam que textos não são
neutros e por estarmos construindo a todo o momento textos, estamos, portanto, nos
posicionando no mundo. É preciso entender o poder que as palavras têm, isto é, o poder
que atribuímos às palavras que usamos. Dito de outra forma, elas servem para que
possamos nos posicionar no mundo e, principalmente, com o advento da web 2.0, por
meio das redes sociais, os usuários deixam de ser meros consumidores e passam a ser
produtores de informação (GOMES, 2016, p.81). Mas, para isso, é preciso que os
estudantes aprendam a “construir, desconstruir e reconstruir” sua visão sobre as coisas,
como podemos observar na figura 1.

Figura 1 – The redesign cycle

Fonte: Elaborada por Janks em 2010 (apud JANKS, 2013, p.228)

Observa-se que a figura 1 segue um movimento circular que começa com a construção
da visão que temos sobre algo, depois passa para a desconstrução e, finalmente, para a
reconstrução. A desconstrução é uma fase importante do letramento crítico porque está
entre a construção do design e o redesign. Isto é, a desconstrução pode ser
compreendida como aquele momento de reflexão, de ponderação em que a pessoa
percebe as razões, as causas de sua visão anterior. Pode ser compreendida com “caiu a
ficha” do porque a pessoa pensava da forma como pensava. Em seguida, a fase da
reconstrução realça que sua visão inicial passou por um processo e que pode apresentar
visão nova ou mesmo mantendo sua visão anterior, ela pode ser considerada
reconstruída porque está mais informada. Em 2012, Janks reflete novamente a respeito

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desse processo e nos apresenta outra forma de construir, desconstruir e reconstruir.
Vejamos.

Figura 2 – Critique is oriented backwards to design and forwards to redesign

Fonte: Elaborada por Janks (2012, p.153)

Na figura 2, Janks insere mais uma seta entre o design e a crítica, o que representa que
esse movimento de ida e vinda precisaria ser ininterrupto. É nesse movimento
constante de ida e vinda que ampliamos nossas possibilidades de enxergar mais
profunda e informadamente. Entendemos que esse movimento pode não ter fim, mas
esgotado esse movimento por cansaço ou limitação, a reconstrução ou o redesign segue
na sua versão mais informada possível.

Não precisamos de meros decodificadores, mas sim de estudantes que pensem, que
reflitam criticamente. É necessário que paremos de focar exclusivamente na gramática
no ensino de línguas e comecemos a focar em atividades que desenvolvam a criticidade.
Portanto, torna-se necessário promover a reflexão sobre temas e questões pertinentes
aos alunos (tais como: raça, etnias, sexualidade, nacionalidade, sexo, desigualdade
social) por meio da concepção de política. Janks (2012, p. 151-152), diferencia Política
de política. A primeira, com P maiúsculo trata da política de governo, dos acordos de
comércio mundial e as forças de manutenção da paz pelas Nações Unidas; já a política
com p minúsculo refere-se à micropolítica e à vida cotidiana, ou seja, é a política de
identidade, de desigualdade, de raça etc.

Portanto, consideramos pertinente o ensino com base na política, não estamos aqui
dizendo que trabalhar a Política não seja necessário, contudo, se começarmos pela
política, certamente nossos estudantes conseguirão pensar criticamente sobre a
macropolítica. É nesse sentido de pensar em problemáticas que envolvem a política, que

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na próxima subseção teceremos algumas considerações a respeito da contribuição do
letramento crítico para a formação cidadã.

1.2. LETRAMENTO CRÍTICO PARA A FORMAÇÃO CIDADÃ

De acordo com Andreotti (2006), o letramento crítico para a formação cidadã tem por
objetivo proporcionar aos estudantes a capacidade de refletir com criticidade, bem como
ter responsabilidade sobre suas ações e decisões.

O conceito de letramento crítico para a educação cidadã global parte da seguinte


reflexão: “Como lidar com as raízes econômicas e culturais das desigualdades no poder
e na distribuição da riqueza/trabalho num sistema global e incerto?”. (ANDREOTTI,
2006, p.58). Sabemos que essa questão é muito complexa e que não conseguiremos
solucionar com nossas reflexões em sala de aula, mas podemos contribuir para fazer
com que os estudantes compreendam as questões políticas que norteiam essa
problemática. Nós, professores da área de linguagem, podemos realizar algumas ações
que promovam “uma nova missão de civilização”, conforme sugere (ANDREOTTI,
2006, p.58). Nesse sentido, a autora compreende que devemos preparar nossos alunos
para que eles sejam motivados a fazer a diferença.

Nessa perspectiva de letramento crítico, cujo enfoque é a educação para a cidadania,


Dobson (2006), reflete sobre as políticas ambientais. O autor norteia suas reflexões com
o que considera ser uma questão comum no contexto Norte.

Como pode a pobreza severa de metade da humanidade persistir, apesar dos


progressos econômicos e tecnológicos e apesar das normas morais e valores
esclarecidos da nossa civilização ocidental fortemente dominante?
(DOBSON, 2006, p.170 apud ANDREOTTI, 2006, p.59).

Com base nessa reflexão, compreendemos que o autor chama a atenção para as práticas
injustas impostas pelo Norte, que tem como consequência a perpetuação da
desigualdade social, mesmo com tanta riqueza no mundo. Isto é, a globalização nada
mais é do que a evidência dos interesses impostos pelos países do G7, porque eles
decretam quais as necessidades globais e que sempre lhes são favoráveis.

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Para nós, brasileiros, que vivemos num país de terceiro mundo, vivenciamos esse
questionamento de Dobson, porque essa realidade salta a nossos olhos. Na verdade,
temos muitos alunos que vivem em pobreza extrema. O pior é que muitos aceitam essa
situação passivamente, alguns atribuem a pobreza ao querer divino, como, por exemplo,
quando dizem que “foi Deus quem quis assim”. Em consequência disso, se acomodam e
não lutam para que a realidade seja diferente, não questionam as ações dos países
dominantes, tampouco dos políticos que governam as cidades em que residem.

Para Shiva e Dobson (2005, apud ANDREOTTI, 2006, p. 60), apenas alguns países – os
dominantes - têm poderes de globalização, os outros são globalizados, ou seja, são
regidos pelos interesses dos poderosos.

Ampliando esse conceito, Spivak realizou alguns estudos com enfoque nas áreas dos
estudos culturais, da teoria crítica e da análise do discurso colonial. Com base nesses
estudos, ele considera que

A naturalização acontece através da negação da história do imperialismo e


do desequilíbrio de poder entre o „Primeiro‟ e o „Terceiro‟ Mundos no
sistema capitalista global. O resultado dessa naturalização é um discurso de
modernização, onde o colonialismo é ignorado ou é encarado como algo que
já não é preocupante porque faz parte do passado, de maneira a que se pense
que acabou e que não afeta – e não afetou – a construção da situação atual.
(1990 apud ANDREOTTI, 2006, p. 61)

Nessa perspectiva de que a questão do colonialismo foi naturalizada, podemos


exemplificar com o discurso histórico da Espanha, que colonizou vários países na
América Latina. Aquele país enfatiza que eles contribuíram com as Américas, posto
que, com a ajuda deles, agora somos um povo civilizado. A verdade é que, em geral,
acreditamos e defendemos essa versão porque consideramos que tudo na Europa é
melhor. Assim, permanecemos ignorantes e aceitando todas as imposições do Ocidente,
comprando suas ideologias e tentando acompanhar seu desenvolvimento.

De acordo com Biccum, a ignorância autorizada faz com que os pobres se sintam
responsáveis pela própria miséria.

“a pobreza é compreendida como a falta de recursos, serviços, de mercados


e de educação (enquanto direito subjetivo de participar no mercado global) e

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não como falta de controle sobre a produção de recursos ou como um
enfraquecimento imposto”. (apud ANDREOTTI, 2006, p. 61)

Por essa perspectiva, o colonizador é isento de deveres e responsabilidades, o que


contribui para que sejamos explorados. Portanto, é necessário realizarmos atividades
que questionem a ideologia imposta pelos países do primeiro mundo, de maneira que
nossos alunos compreendam que somos parte do problema e da solução desses
problemas.

“O letramento crítico não pretende „revelar a verdade‟ aos aprendizes, mas


sim proporcionar uma oportunidade para que reflitam sobre seu próprio
contexto e sobre as suas suposições epistemológicas e ontológicas suas e dos
outros: como é que acabamos por pensar/ser/sentir/ agir de determinada
forma e as implicações dos nossos sistemas de crenças em termos
locais/globais face às relações de poder desiguais, relações sociais e
distribuição de trabalho e recursos. (ANDREOTTI, 2014, p. 64).

Assim, por essa perspectiva de letramento crítico para a formação cidadã, é necessário
que enfoquemos em ações que reflitam sobre o nosso contexto em que estamos
inseridos e o contexto global, pois o contexto local é uma consequência do global.

2. METODOLOGIA

Por se tratar de uma experiência didática na área da linguística aplicada, nossa


metodologia se deu a partir do conceito de pós-método, que conforme Kumaravadivelu
(2006), os métodos de ensino de línguas sofreram interferência da contemporaneidade,
com base na ideia do pós-modernismo, pós-estruturalismo e pós-humanismo. Para esse
autor, “qualquer pedagogia com base no pós-método tem que ser construída pelo
próprio professor, levando em consideração particularidades políticas, culturais, sociais
e linguísticas”. (KUMARAVADIVELU, 2006, p.69 apud Leffa, 2012, p.398). Portanto,
seguimos as orientações metodológicas de Leffa & Irala (2014), para os quais a visão o
método não deve ser compreendida como receita que deve ser seguida à risca, ou seja, o
método deve adaptado ao contexto específico de cada professor. Esse autores defendem
ainda o ensino baseado em tarefas, para tanto, três passos se fazem necessários: (1)
planejar a atividade, (2) produto final como resultado do projeto e (3) contextualizar o
projeto de acordo com o contexto social do estudante.

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Relatamos a experiência de uma professora de Língua Espanhola no Instituto Federal de
Alagoas em uma turma de Química do quarto ano. A experiência didática aqui
apresentada refere-se ao tema discriminação racial. A aula iniciou com duas perguntas
aos alunos para objetivar o foco da tarefa de escuta e para introduzir a temática

1. ¿Conoces a algún gitano? ¿Qué sabes sobre los gitanos? ¿Hay gitanos en Brasil?
¿Qué ellos hacen?;

Das várias respostas que os alunos verbalizaram, duas revelam a previsível visão
preconceituosa e de senso comum que brasileiros também revelam ter porque
discriminamos ciganos por aqui também:

Frida Kahlo: Professora, dizem que os homens ciganos são muito machistas
e que eles batem muito em suas mulheres.

Diego Rivera: Lá na praia do Francês têm muitos ciganos e eles vivem


querendo roubar os turistas, com essas estórias de ler as mãos.

Percebemos que os alunos apenas repassam as informações construídas sócio-


culturalmente sem ao menos tentar conhecer um pouco da cultura desse povo.

Após essa etapa, mostramos aos estudantes um vídeo que está disponível no seguinte
endereço eletrônico: http://ultimahora.es/noticias/nacional/2015/04/08/148934/lanzan-
campana-para-rae-cambie-definicion-gitano.html. Esse vídeo é um comercial em que a
Real Académia Española lança uma campanha para mudar a definição de gitano no
dicionário, que em geral é pejorativa e os trata com o adjetivo de trapaceiros. Em
seguida fizemos outra pergunta “¿Te parece que los españoles tienen buena convivencia
con los gitanos?”

Pablo Neruda respondeu: “Nossa, professora, fiquei com pena deles (das
crianças que aparecem nos comerciais) agora. É ruim você morar em um
lugar onde as pessoas te discriminam”.
Josefina Pla: Professora, mas aqui no Brasil os negros também sofrem muito
preconceito, né mesmo?

Essa discussão foi muito interessante, porque eles trouxeram o tema – discriminação –
para a realidade deles. Vale ressaltar que Josefina Pla é uma estudante negra e de baixa
renda e que possivelmente já sofreu bastante preconceito. O comentário dela em sala de

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aula fez com que a que a professora que aplicou esta atividade relembrasse o dia em que
lhe ofereceu carona, pois voltaram tarde de uma visita técnica e, como Josfina era a
única que ficaria sozinha na parada de ônibus próximo ao IFAL – que por sinal é
bastante insegura -, a professora perguntou-lhe se queria carona até a Praça do
Centenário, onde o fluxo de pessoas é mais intenso, portanto, menos perigoso. Ela
aceitou, mas, curiosamente, sentou-se no banco de trás. Então a professora disse:
Josefina venha pra frente! Ao que respondeu: E pode professora? Isso nos fez pensar
que ela realmente já deve ter sido vítima de preconceito e que essa atividade fez com
que ela se lembrasse de alguma situação vivida por ela.

Depois de debatermos um pouco a respeito dos diversos tipos de preconceito, eles


assistiram a um documentário, disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=KEB2kaVQOrI&noredirect=1, que retrata a
posição social dos ciganos na Espanha, ou seja, são invisibilizados pela sociedade.
Além disso, esse documentário mostra a importância dos ciganos para a cultura
espanhola, como, por exemplo, na dança flamenca, que é conhecida mundialmente.

Após um longo tempo de debate a respeito dos ciganos, o tema abandono dominou a
aula. O estudante Roa Bastos disse: “Isso só acontece porque o governo abandona as
pessoas”. Foi, então, quando começamos a refletir sobre esse tema em nossa cidade,
Maceió.

Com o objetivo de atender aos interesses e necessidades dos alunos, combinamos que
eles se dividiriam em grupos compostos por até cinco pessoas para escolherem sobre
qual tipo de abandono eles gostariam de fazer o trabalho que havíamos proposto. Das
cinco equipes, os subtemas escolhidos foram: idosos (dois grupos ficaram com este
mesmo tema), doença, Riacho Salgadinhoi e moradores de rua.

Depois de os estudantes selecionarem os subtemas, eles ficaram encarregados de fazer


um vídeo com fotos narradas e de disponibilizarem esse material em blog ou site que
também deveria ser elaborado por eles. Para a realização das fotos narradas, eles teriam
que ir a campo para entrevistar e conhecer um pouco mais sobre o contexto das pessoas
e dos locais abandonadas pela sociedade e pelo Poder Público. É importante ressaltar
que, ao narrar a história dos abandonados, eles teriam que fazer uso de alguns pontos
gramaticais que estavam aprendendo no semestre: verbos ser y estar, vocabulário sobre
presentación.

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Os blogs com as fotos narradas se revelaram com alto grau de sensibilidade e criticidade
por parte dos alunos. Diante de tanta riqueza de informações, aplicamos um
questionário para melhor compreender a visão dos estudantes em relação a esse tema.
Portanto, os instrumentos que serão utilizados para a análise dos dados, tendo em vista
que essa experiência didática é de natureza qualitativa, são um website, fotos narradas e
questionários. Por questões de delimitação de espaço no gênero discursivo – artigo –,
neste trabalho analisaremos apenas os dados da equipe que ficou com o subtema Riacho
Salgadinho. Por questão de ética, os estudantes desses grupos serão identificados por
nomes fictícios.

Posteriormente a entrega das fotos narradas e de assistirmos todas em sala de aula,


combinamos que a segunda etapa consistiria em uma visita técnica. Portanto, para
finalizar a grande experiência pela qual todos passaram, resolvemos que iríamos fazer
uma ação presencial, pontual para que pudéssemos dar nossa pequena contribuição a
algumas dessas pessoas que tanto nos ajudaram mas que, infelizmente, estão na
condição de abandono. Em uma discussão em grupo, os estudantes resolveram que
queriam visitar o Asilo LEA.

Logo depois da escolha do local, marcamos uma visita técnica, cujo foco era passar uma
tarde com os idosos para ouvir suas histórias. A partir das recordações desses idosos
organizamos um livro de memórias que disponibilizamos na biblioteca da Instituição. A
importância da aprendizagem dos aspectos gramaticais não passou despercebidamente,
pois os tempos verbais vistos em aulas anteriores se fizeram mais que presentes e
importantes para conseguirem exatamente expressar suas conversas com os idosos:
verbos en pretérito indefinido, perfecto e imperfecto. Ter ouvido histórias fez toda a
diferença. Com a necessidade real de uso contextualizado, as histórias recontadas pelos
alunos fez todo sentido e aprenderam que gramatica só faz sentido quando usamos no
dia a dia. Os estudantes ficaram tão extasiados com essa visita que propuseram uma
campanha de arrecadação de roupas, calçados e produtos de higiene para levar à Casa
de Apoio São José (este foi o outro asilo visitado por outra equipe). Fizemos a
arrecadação, mas, infelizmente, não tivemos tempo de compartilhar de uma tarde com
essas moradoras por causa do encerramento do ano letivo, mas os materiais doados
foram entregues pela professora e por duas estudantes, integrantes da equipe que
fizeram as fotos narradas a respeito das moradoras da Casa de Apoio São José.

Imagem 1 – Visita ao asilo Imagem 2 – Cartaz Navidad con ellas

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Fonte: Arquivo pessoal dos professores Fonte: Elaborado por uma estudante

As imagens 1 e 2 coroaram a experiência exitosa dos participantes da turma de


Química. Na primeira podemos observar alguns momentos dos estudantes com os
idosos: alimentando-os e ouvindo suas histórias. Na segunda imagem temos um cartaz
elaborado por uma das estudantes para arrecadar roupas, calçados e alimentos que
foram entregues na Casa de Apoio São José. É importante evidenciar que o Grêmio
estudantil fez questão de participar dessa campanha recebendo e guardando os objetos
coletados.

3. DE ESTUDANTE À CIDADÃO

Nesta seção analisamos os dados dos alunos que elaboraram as fotos narradas com o
subtema Riacho Salgadinho e cidadania exercida de um estudante que compõe este
grupo. O enfoque desta análise será na contribuição do letramento crítico para a
formação cidadã, mais precisamente uma reflexão sobre o meio ambiente, que fez com
que um dos estudantes refletisse sobre um problema em seu bairro.

Quando falamos a respeito do tema abandono, um dos estudantes logo se manifestou e


disse: “nossa equipe irá falar sobre o riacho Salgadinho”. A professora estranhou e
disse: “mas o tema é abandono”, e um dos estudantes respondeu: “sim, professora, mas
a senhora não acha que esse riacho está abandonado pelo Poder Público?”. Realmente o
aluno tem razão e teve, inclusive, uma visão mais ampla do que a professora sobre um
tema muito importante: falta de preservação do meio ambiente.

Iniciamos nossa análise pela imagem do site que eles elaboraram. O título da matéria é
“El abandono y la contaminación de las águas: El caso del Riacho Salgadinho”.

Figura 3 – A poluição do Riacho Salgadinho

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Fonte: Elaborado pelos estudantes. Disponível em: https://trabajodeespanolifal.wordpress.com/

Como pode ser observado na Figura 3, o início da foto narrada apresenta o esgoto que
corre no riacho Saldinho. Por se tratar de estudantes do IFAL, sabemos que essa
imagem não foi escolhida aleatoriamente, posto que sofremos diariamente com o mau
cheiro desse riacho que localiza-se muito próximo ao Instituto, o que demonstra que
eles refletiram sobre seu próprio contexto (ANDREOTTI, 2014, p.64). Essa
compreensão pode ser observada no seguinte trecho da narrativaii:

En Maceió, en el barrio llamado Poço, tenemos un ejemplo muy marcante de


la degradación ambiental. El Riacho Salgadinho dejó de ser un lugar
habitado por peces y se convirtió en frecuentado por las ratones enormes,
cucarachas y alcantarilla. Su fuente llegó a ser llamado el Pozo Azul, a causa
de su coloración de cristalina y azul del agua. Pero lo que antes era un
arroyo, ahora convertida en una alcantarilla. El que observa el arroyo
Salgadinho de hoy no se puede imaginar que hace alguns años su agua fue
limpia, clara, dulce e potable, ya que al pasar por ese sitio es inevitable el
incomodo con el mal odor das aguas residuales.

Esse subtema selecionado por eles traz um problema da Política Global, contudo, os
estudantes abordaram com base na política cotidiana, tendo em vista que enfocaram
num problema local. É importante ressaltar que refletir sobre a política, nos termos de
Janks (2012), pode contribuir também para reflexão sobre a Política, além de contribuir
para ações que colaborem com melhorias em seu contexto social.

Uma importante reflexão apresentada também nessa narrativa é o destino que dão ao
lixo, conforme podemos observar.

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En los años 90, el Arroyo Salgadinho llegó a ser considerado el río con la
major contaminación del estado. Esa realidad no se ha cambiado y sigue
siendo hasta nuestros días. Cada descarga de una casa es un atentado contra
el medio ambiente. El canal hoy funciona como un coche coletor en que
basta jugar las bolsas de basura que él su encarega de llevá a la mar.

Ao dizerem que “Esa realidad no se ha cambiado” demonstra que eles refletem sobre o
problema, porque afirmam que “Cada descarga de una casa es un atentado contra el
medio ambiente”, nesses trechos eles deixam evidente que riacho se transformou em um
esgoto que leva todo o lixo para o mar. Ou seja, o abandono do Poder Público permitiu
a contaminação das águas do riacho e agora permite a contaminação do mar, que é o
principal fator de renda da turística cidade de Maceió.

Outro fator importante é que os estudantes finalizam a narração deixando uma crítica ao
Poder Público, que nada faz para a preservação das belezas naturais da cidade.

Mientras que el arroyo Salgadinho pierde cada vez más su función social y
se convierte en sinónimo de desorden y un extenso problema urbano para la
población de Maceió, nada es hecho por el Ayuntamiento, el Gobierno del
Estado e incluso el Gobierno Federal. Como reflejo citamos la falta de
interés de la gente por ese sitio, que afecta el turismo y la belleza de la
ciudad de Maceió, además de la exposición de la población circundante a
problemas de salud. El Arroyo Salgadinho pide ayuda por décadas de
abandono.

Note que eles atribuem o descaso às três esferas do Poder Público: municipal, estadual e
federal, deixando evidente que o riacho precisa de ajuda. Com isso percebemos que
esses estudantes sabem que os governantes não se preocupam com o meio ambiente.
Como forma de reforçar essa interpretação, perguntamos por que escolheram esse
subtema. As respostas foram as seguintes:

Diego Rivera: o abandono do Riacho Salgadinho é um problema que atinge


a comunidade e também não há muita cobrança da população ao órgão
responsável.
Gabriel García Márquez: Escolhi essa temática, pois a realidade de
descaso que atinge o abandono do Riacho Salgadinho é uma questão com a
qual todos aqueles estudantes que transitam no entorno do IFAL tem
contato.
Julio Cortázar: É uma problemática enfrentada pela sociedade, pois o
riacho que era uma fonte de subsistência, hoje é a principal causa de doenças

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para a população. O principal ponto observado é a “lei do retorno”, pois a
própria sociedade foi causadora da poluição e agora sofre com as
consequências de seu abandono.

Conforme podemos observar, Diego e Gabo atribuem esse problema ao Poder Público.
Não obstante, Julio atribui o problema à sociedade como um todo, o que demonstra que
ele tem uma visão mais ampla a respeito desse problema e da falta de cuidados da
população com o meio ambiente.

Nessa perspectiva de letramento crítico em que o estudante pode ser um cidadão crítico
capaz realizar transformações em seu contexto local, relataremos um fato que
enriqueceu bastante esta experiência didática. Em junho de 2015, durante o processo de
elaboração das fotos narradas, um dos integrantes deste grupo – Gabriel –, por saber que
a professora possui habilitação em letras português e espanhol, pediu-lhe para que lesse
uma carta e solicitou que observasse se havia alguma incoerência no texto e também
para verificar se ele estava sendo claro e objetivo.

Essa carta se tratava de um memorando endereçado à Secretaria de Infraestrutura de


Maceió, cujo conteúdo era uma solicitação para que a equipe de infraestrutura fosse
consertar uma ponte que dá acesso ao Conjunto da Virgem dos Pobres III, no bairro
Trapiche, local onde o estudante reside, conforme pode ser observado no
acompanhamento de protocolo.

Com base nessa ação de Gabo, nota-se que o estudante consegue deixar de ser uma
pessoa que espera por soluções e se torna um agente de mudança, pois está tentando
resolver um problema do interesse dele e de todas as pessoas que moram naquele bairro.
Sendo assim, compreendemos que a atividade sobre o abandono contribuiu para a

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formação cidadã desse estudante. O interessante é que o próprio estudante reconhece
que essa atividade ampliou sua visão como cidadão (ver resposta abaixo) para a
pergunta feita: “Dentro do tema que você selecionou, como você via essa questão do
abandono e como você vê agora? Essa atividade contribuiu de alguma maneira para sua
formação pessoal? Se contribuiu, diga em que aspecto foi essa contribuição.” O
estudante que escreveu a carta respondeu:

Gabriel: Não tinha uma visão ampla acerca desse tema. Após o contato com
o trabalho pude ampliar esse conceito, de modo a entender que o abandono
vai além das questões pessoais e sociais, abrangendo também o Poder
Público. Contribuiu para que eu pudesse aperfeiçoar o olhar acerca de
algumas ações públicas, fortalecendo minha visão como cidadão.

Esse trecho demonstra que o estudante compreendeu que pode exercer sua cidadania,
promovendo mudança na sociedade em que vive e ao refletir sobre esses problemas de
política, conseguiu ampliar sua visão para os problemas que estão em seu entorno.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos resultados da atividade desenvolvida por essa equipe e pelas outras que
não estão sendo analisadas neste artigo, defendemos que a perspectiva do letramento
crítico contribui e muito para que possamos ministrar aulas que preparam os estudantes
não apenas para exames nacionais e vestibulares, mas também para serem pessoas mais
reflexivas e ativas na sociedade em que vivem.

No que se refere ao uso da língua espanhola, apesar de as produções apresentarem


alguns erros, não há nada que pudesse atrapalhar a comunicação ou a compreensão a
respeito do tema que foi exposto. É preciso salientar que este é o primeiro e único ano
que eles têm a disciplina de Língua Espanhola na Instituição.

Sobre os blogs e site, onde foram armazenadas as fotos narradas, eles não obtiveram o
alcance de visualização tão expressivo, mas certamente os resultados dessa experiência
didática podem ser melhorados na próxima aplicação. Uma mudança que os estudantes
sugeriram que, em vez de colocarmos as sequências nos blogs, seria melhor usar o
Facebook para divulgação dos materiais por eles produzidos.

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Finalmente, apesar de os blogs não serem tão visualizados, não podemos deixar de
evidenciar que esta atividade contribuiu para a formação cidadã de pelo menos um
estudante, como foi relatado na seção de análise dos dados. Isso demonstra que essa
experiência já atingiu seu objetivo, visto que tivemos um estudante que se propôs a
solucionar um problema de seu contexto social. Nesse sentido, consideramos que nós,
professores de linguagem, precisamos pensar em mais atividades que promovam o
ensino de língua e consciência cidadã, porque, assim, contribuímos para que as pessoas,
os bairros e as comunidades invisíveis de Maceió sejam evidenciadas e se tornem
visíveis para o Poder Público, pois, como disseram os meus alunos em uma das
narrativas: Maceió es más que playa. Sim, Maceió tem uma população imensa que
carece de ajuda e nós, com o advento da web 2.0, podemos fazer algo para que os
estudantes usem seus textos (suas vozes) para lutar pelos que são abandonados pela
sociedade e pelo Poder Público.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Sinergias – diálogos educativos para a transformação social. rev. [online]. Porto, PT,
n.1, p. 57-66, dez. 2014. ISSN 2183-4687. Disponível em:
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para-a-cidadania-global-soft-versus-critical. Acesso em: 15 nov. 2015.

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Linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria de
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DUBOC. A. P.M. Atitude curricular: Letramentos Críticos nas Brechas da


Formação de Professores de Inglês. Tese (Programa de pós-graduação em estudos
linguísticos e literários em inglês) – Universidade Federal de São Paulo, São Paulo,
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questões conceituais e metodológicas. In. LEFFA, V. J., IRALA, V. B. (org). Uma
espiadinha na sala de aula: ensinando línguas adicionais no Brasil. Pelotas, RS, Educat,
2014, p. 21-48.


Professora Mestre do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) em exercício provisório no Instituto
Federal de Alagoas (IFAL). Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística da
Universidade Federal de Alagoas (PPGL/UFAL).


Professor Doutor no Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística da Universidade Federal de
Alagoas (PPGL/UFAL).

i
O Riacho Salgadinho foi outrora um fluxo de água limpa, habitat de peixes. Atualmente nele desaguam
os dejetos de uma boa parte da cidade de Maceió o que faz com que se torne um esgoto a céu aberto. Está
localizado bem próximo ao IFAL e em suas águas fétidas, além dos dejetos encontramos uma grande
quantidade de lixos.
ii
A transcrição foi realizada de acordo com a narração dos estudantes, isto é, não apontamos os
equívocos cometidos por eles, porque queremos deixar evidente que isso não afetou na compreensão da
narração deles.

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