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Sociologia do Direito

Aula 1 e 2
Fernando Fontainha

Sociologia não é uma técnica, é uma ciência.

 Karl Marx (Luta de Classes)

Luta fundamental é a de classes, desigualdades do escravismo ou do


capitalismo que produzem a opressão de classes (burguês x trabalhador). Marx
não faz distinção entre minorias. Movido pela ideia de quem sem um
conhecimento profundo sobre o capitalismo não seria possível construir uma
solução para o capitalismo. A ideia de revolução violenta que Marx pregava ele
aprendeu com a burguesia revolucionaria que conseguiu as revoluções
francesas que lutaram para se erguer. A guerra impulsiona a história.

A burguesia oprime a aristocracia com as ferramentas do Estado, a


revolução armada seria a solução para que a Burguesia perdesse os meios de
produção que os mecanismos do Estado concedia a eles. Marx não queria a
igualdade, ninguém mais será proprietário dos meios de produção, isso traria
fim as classes.

Primeira formulação de Marx foi a teoria do valor, na economia, criticando a


teoria da escassez e da abundância. Teoria do valor – Economia – oferta que
condiciona a demanda. Consumidor é uma máquina condicionado pela
demanda. A ideologia dominante é a ideologia da classe dominante.

A diferença não se vai dar pela escassez de algo nem valor de uso, o valor
de uma mercadoria - elemento da constituição do preço - não é o valor de uso,
mas sim o valor de troca e o que dá essa distinção isso é o valor da quantidade
de trabalho.

Elementos constitutivos da mercadoria:


1. Natureza
2. Força de trabalho (trabalho humano)
3. Meios de produção (fabrica, transporte, equipamentos)

Capitalismo criou um tipo de trabalhador muito melhor que o feudalismo e o


escravizado, que é o trabalhador assalariado. Se a maioria da força de trabalho
é assalariado, o modo de produção é o capitalismo. O Marx ele dava ao
capitalismo a mais liberdade que o capitalismo dava, ou a pessoa tinha uma
dignidade com o salário e se não quiser trabalhar ficará na rua e para sociólogo
isso seria uma escolha, (uma liberdade questionável).

Quando esses elementos se juntam para criar a mercadoria, elas não tem o
mesmo valor no fim da mercadoria e a força de trabalho tem muito mais valor.
Burguês para Marx é ser dono dos meios de produção e a pessoa coloca
nesses meios de produção pessoas assalariadas para trabalhar para ele.

O que monta o capitalismo é a diferença entre o valor agregado numa


mercadoria pelo trabalho e a quantidade desse valor que não é repassado para
o trabalhador pelo seu trabalho. Isso para Marx é chamado de “mais valia” é
uma coisa que vai parar na mão do burguês de graça, injusto, ele esta
deixando de repassar para o empregado o valor do seu próprio trabalho. A
pessoa não fica bilionária com seu próprio esforço, mas sim com o trabalho de
outrem.

Para superar o capitalismo precisa de um outro modelo de economia


internacional.

Marx não acreditava que o capitalismo era ruim, ele apenas demonstrou
economicamente que o capitalismo é injusto. Trabalhador esta sendo
explorado e sua rotina não deixava que ele enxergasse isso, ele trabalhava
metade do mês para ele e o resto seria para o dono dos meios de produção.

Para Marx os trabalhadores deveriam tomar o governo de forma armada, o


estado que ele via pós revolucionário dominado pelo burguês para que a
sociedade seja mais justa não deveria ter mais classes. Homicídio tem a ver
com a teoria de classes.

 Modelo teórico do Marx

Olha o mundo de forma fragmentado. Ninguém perdeu a capacidade de


distinguir direito de politica de economia de ideologia e de religião, as pessoas
fazem e colhem os frutos dessa confusão. A fragmentação vai encontrar um
sentido, para Marx não se existe um mundo com essas fragmentações e uma
vai ter uma determinação maior sobre as outras.

Marx chama a sociedade de modo de produção global, vai acomodar o


modelo teórico de Marx, que só existe teoricamente.

Metáfora oriunda da construção civil “o modo de produção pode se dividir


em superestrutura (tudo aquilo que se vê, toca, aquilo imediatamente
experimentável com os sentidos e que facilmente produz na nossa mente que a
ilusão que é o todo sensível do mundo e ninguém pensa mais sobre) e
infraestrutura (não consegue experimentar empiricamente, tem o poder de
produzir que ela não existe, ilusão de que ela não determina a forma ultima da
estrutura)”.

Religião determinando a economia. A igreja católica condena o lucro, a


revolução protestante mudou isso e os países que fizeram essa revolução de
religião possui uma economia maior, um capitalismo melhor.

Economia determinando a Politica, onde primeiro ocorreram os estados


modernos tem relação com fenômeno da economia.
Para Marx a economia determina a politica, o direito, a ideologia e
sobretudo a religião.

SUPERESTRUTURA: politica/ D
direito/ideologia/religião E
T
E
R
M
I
INFRAESTRUTURA: ECONOMIA
N
(determina todos os outros) A
Ç
Ã
O

No momento em que a burguesia (quem mandava na economia) não


dominava a politica, direito, ideologia, religião, essa superestrutura começou a
ruir. Uma nova tipo de economia vai gerar outro tipo de religião, politica, direito
e ideologia para que se adeque a essa economia. O burguês que impulsionou
a economia, portanto, essa classe vai mudar todas as superestruturas para que
sirvam a si mesmo.

Com o capitalismo crescendo a forma de direito na época não estava


favorecendo os burgueses. Surge a necessidade de uma nova fonte de
exercício da razão, cujos os fundamentos podem ser extraídos das
propriedades ontológicas dos objetos e pessoas, escola jusnaturalista de direito
com matriz liberal. Acomodar a burguesia no seu espaço melhor no direito.
Arma liberal burguesa para derrubar a concepção jurídica da aristocracia.

Vale ressaltar que a burguesia não se organizou para que isso


ocorrerem, isso foi decorrente de dinâmicas impulsionadas por grandes
períodos na historia.

Leitura de glossários (glossadores) - Escola jusnaturalista – escola


positivista

Para Marx a evolução do direito determinado pela economia.

“Do ponto de vista sociológica” Em uma prova colocar a posição de dois


autores e colocar no final qual você se aproxima.

Modernidade para Marx: surge com a força de trabalho começa a ser vendida
pelo capital
Sociologia do direito
Aula 2 e 3
Izabel Saenger

 Boaventura

Influenciado pela parte teórica de Marx. O principal argumento


sociólogo do Boaventura de Souza Santos é a explicação da modernidade.

Crítica sobre a modernidade (= é um projeto político, jurídico, de


existência, racional da vida em sociedade). A modernidade é uma ideia, as
pessoas começam a morar em sociedade reunidas e começam a trabalhar
nas fabricas e começam a ter discursos sobre a vida em sociedade
(Hobbes, Locke e Roseou), uma concepção de que precisamos do direito,
do capital, do liberalismo (direitos X Estado).

A ideia de modernidade a qual Boaventura idealiza surge no contexto


da Europa. Sai do mundo feudal e as pessoas começam a viver em
sociedades, surge a criação do Estado, que para ser criado necessita de
capital (para pagamento do exército e proteger o povo em geral). Surge
também a ideia do liberalismo, estado precisa existir para prestar segurança
para os cidadãos e não é acima de ninguém.

O direito existe para que as pessoas saibam seus limites, para saber
como agir, ter um pacto social. O direito moderno é absolutamente liberal
(você faz o que quiser dentro da margem da lei, o que não for ilegal o
indivíduo pode fazer).

Crítica à justiça, o que a justiça entrega sobre o ponto de vista


jurisdicional na modernidade, quais os problemas da justiça moderna com a
ideia de neutralidade implicam na sociedade contemporânea. O poder
judiciário são invenções da modernidade, que a invenção eurocentrista não
funcionou e a justiça não está sendo distribuída corretamente (lembrar que
ele é marxista).

A modernidade se funda em dois pilares básicos: regulação (criar leis


que regulem a vida das pessoas, seus relacionamentos etc.), mas segundo
Boaventura essa criação de regras gerou desigualdade e exclusão. O outro
pilar é a ideia de emancipação (através da racionalização da vida vai
conseguir emancipar as pessoas).

 Roberto Kant de Lima

Sociologia do Direito
Aula 4 e 5
Renan Oliveira de Carvalho

 Max Weber

A sociologia é feita de ações sociais praticadas por indivíduos e não um


coletivo. Praticar ações sociais (tudo aquilo que por via do modo como os
homens estão relacionados numa sociedade se impõe a eles, aquilo que
precisam realizar sob pena de serem excluídos da sociedade.

Weber não negava que a economia possuía uma grande influência sobre as
outras áreas da sociedade.

Para ele a característica distintiva que caracteriza a modernidade a ação


social pautada na racionalidade com vistas a atingir seus objetivos, agir como
um cálculo da melhor forma para conseguir seus objetivos.

Sua principal questão era entender a emergencia da modernidade e as


mudanças que ele traz a nível social, político e econômico.

Para ele o objetivo da sociologia é de compreender o sentidos que os


indivíduos atribuem às suas condutas, a chamada sociologia compreensiva. Se
afasta de uma sociologia mais normativa, como Marx pensava. Para Weber
você aprende a sociedade não com o objetivo de mudá-la.

Defende a separação entre a atividade política e atividade científica, pois


o objetivo da sociologia não é reformar a sociedade nem produzir uma teoria
revolucionária. Ciência com neutralidade.

Oposição ao determinismo, vai dizer que a história é indeterminada e


que vai sendo construída conforme vão acontecendo os fatos. Vai de encontro
com a noção da individualidade, as estruturas externas que vão moldar os
indivíduos, criando indivíduos parecidos.

Obra “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo” Glorificar a deus


com o trabalho, o sucesso não é para usufruir dos bens que você trabalhou
para ter e sim um motivo religioso do protestantismo de que quanto mais
dinheiro a pessoa possuía mais era um indicativo de que ela seria salva. Essa
ética religiosa de glorificar a deus com trabalho propiciou a evolução do
capitalismo entre os seguidores protestantes, mais que nos católicos (para eles
guardar dinheiro era um pecado).

Ação social é uma ação que se orienta para a ação dos outros, seria
uma atividade orientado por uma motivação que da o sentido da ação (contém
um significado).

Em sua sociologia, Weber foca no agente social como principal elemento


da analise, e não nas estruturas, buscando compreender o momento e a
forma…
A sociedade seria um conjunto de agentes buscando cada um dos seus
objetivos, o que gera resultados que escapam as intenções de cada um, o que
não deixa de ser importante.

“Tipo ideal” – ferramenta analítica que, através de uma exageração,


define aspectos fundamentais de um fenômeno social. Cria uma categoria que
vai salientar, de forma exagerado, determinados aspectos do cotidiano que
todos vão entender como crítica ou como definição.

Ex: pessoa de direita é coxinha e pessoa de esquerda mortadela.

 Tipos de ação social

A) Ação social racional com relação a fins – é uma racionalização


instrumental, “qual seria o melhor meio para que eu atinja meu
objetivo”. O individuo concebe um objetivo e estabelece meios
racionais para atingi-lo, essa racionalidade é definida pelo agente e
não pelo observador. Um modo típico da modernidade.

B) Ação social Racional com relação a valores – individuo age


racionalmente, mantendo-se fiel aos seus valores, independente da
obtenção do resultado. Ações modernas

C) Ação Social Afetiva: individuo age guiado por paixões, emoções e


valores; Ação impulsiva, não há muita racionalização. Ações pré-
modernas

D) Ação social Tradicional: individuo age em razão de hábitos ou


costumes. Ações pré-modernas.

Para Weber as ações sociais tracionais e afetivas são ações pré-


modernas, o cerne da vida social geral seriam as ações sociais racional com
relação a fins e com relação a valores que são ações modernas.

Dominação carismática (Ex. Líderes carismáticos Lula, Getúlio Vargas)

Dominação tradicional (Ex. Líderes tradicionais Papa, Monarquia inglesa)

Dominação racional- legal (Ex. Temer)


Ex: estrutura do estado moderno e empresa privada capitalista.
Dominação que a burocracia entrega a legitimidade.

Quatro fases da evolução da racionalização do direito

1. Revelação carismática do direito através dos “profetas jurídicos” (normas


instituídas pela ação social pré moderna carismática, como os oráculos)

2. Criação e aplicação empírica do direito por “notáveis” (não vem da


carisma, mas sim da posição que a pessoa tinha na sociedade)
3. Outorga do direito pelo imperium mundano e por poderes teocráticos
(direito do conquistador; leis que tem como base o alcorão)

4. Codificação sistemática do direito e seu exercício por ruístes


profissionalizados

 Tipos ideais do direito

1) Direito irracional e material


2) O direito racional e formal
3) Direito racional e material
4) Direito racional e formal

Calculabilidade = segurança jurídica

Modernidade para Weber: É o surgimento da explicação racional do


funcionamento do estado

 Émile Durkheim

Privilegia mais as questões coletivas, as estruturas. Primeiro professor da


França de sociologia. Preocupação com a coesão da sociedade, como que
uma sociedade que esta mudando rápido consegue se manter coesa. Como
que os papeis sociais continuavam a ser exercidos em meio a tantas
revoluções e reformas sociais.

A solidariedade como uma integração em grupos e regulação da vida social


por valores comuns. Direito como a “moralidade cristalizada” (formas que já
foram consolidadas) de cada sociedade.

Pressupostos metodológicos

Influência do evolucionismo, Durkheim faz inúmeras metáforas utilizando a


biologia e a evolução social. As sociedades estão mudando cada vez mais
rápido. Parte de uma perspectiva em explicações de como as estruturas
(materiais e mentais) vão moldar a sociedade e condicionar os indivíduos.

Entende a sociologia como a ciência da moral (moral seria o fator principal


de como a sociedade vai se organizar).

Consciência coletiva: conjunto das crenças e dos sentimentos comuns à


media dos membros de uma sociedade forma um sistema determinado que
tem vida própria; podemos chamá-lo de consciência coletiva comum.

Moral: conjunto de regras que determinam o comportamento de forma


imperativa.
O principio e a fonte da moralidade estão na solidariedade social, que se
expressa através de duas formas: costumes (deveres que os indivíduos tem
uns copos outros, por pertencerem a um grupo social) e o direito (reproduz os
tipos de solidariedade social essenciais às sociedades).

Sociologia: ciência que tem como objeto os fatos sociais (maneias de agir,
pensar e sentir, fixas ou não, que estão presentes na sociedade e exercem
sobre o individuo uma coercitividade exterior).

COESÃO SOCIAL: diferenciação social grande, que produz a


interdependência que gera a solidariedade. A necessidade de interagir
socialmente entre si, gera essa coesão social.

Direito civil regula como a sociedade tem que se relacionar com outras
pessoas, expressa e garante a coesão da sociedade.

Modernidade para Durkheim: é a especialização do trabalho, é o fato das


pessoas começarem a viver sociedade e especializarem o trabalho que vai
produzir as mudanças das grandes cidades

Sociologia do direito
Aula 7 e 8
João Gabriel Couri

 Judicialização da Política

Primeira popularização do conceito, apareceu pela primeira vez em 1992 no


livro “the global expansion of judicial power” que buscava analisar os efeitos da
expansão do poder judiciário ao redor do mundo. Existiam similaridades no
conceito da democracia após a segunda guerra mundial. Começaram a
sistematizar em um termo para explicar o que estava acontecendo, dando o
nome de judicialização da politica.

A principal definição no Brasil se basearam em um artigo específico


dessa coletânea, que produziram duas definições.

1. O processo pelo qual os tribunais e juízes atuam na construção de


politicas públicas que já foram feitas (ou que devem ser feitas) por
outras agencias governamentais (politicas), especialmente os poderes
legislativo e executivo. – existem politicas publicas que deveriam ser
feitas ou foram feitas pelos outros poderes (instituições típicas que
realizam essas mudanças), mas o poder judiciário por algum motivo ele
esta atuando na construção ou na implementação destas.

Ex: fornecimento de medicamentos, união homoafetiva,


constitucionalização do sistema carcerário, incursão da policia no
complexo da maré quando o judiciário estabeleceu todos os
procedimentos, horários que deveriam ser feito, etc.
Agigantamento do poder judiciário em direção a politicas publicas que
deveriam ter sido feitas por outros poderes (legislativo e executivo).

2. O processo pelo qual negociações extrajudiciais e fóruns de decisão


passam a ser dominado por regras e procedimentos “judiciais”

 Condições facilitadoras para que a judicialização possa ter seu lugar


(não precisam estar todas presentes).

A) Democracia: precisam que as instituições democráticas funcionem para


que a sociedade possa demandar do judiciário. A democracia aumenta a
probabilidade da participação de juízes independentes no processo
decisório e da deferência a suas decisões por parte dos demais autores;

B) Separação dos poderes: consequência lógica do sistema democrático.


Os poderes são independentes entre si;

C) Existência de uma agenda política de direitos, ou seja, a mobilização de


vias judiciais para a conquista de direitos – existência de grupos sabem
que poder judiciário pode ser mobilizado para instrumentalizar sua ação.
Grupos mobilizando o poder judiciário de forma consciente;

D) Grupos de interesse que mobilizariam o Poder Judiciário para fins


políticos – ex. Impeachment;

E) Baixa efetividade das instituições majoritárias em dar respostas às


demandas sociais – ao produzirem politicas pouco efetivas e com pouco
apoio dos cidadãos, ações da oposição por intervenção normativa do
judiciário aumentariam, ou seja, com a criação precária de politicas
sociais o judiciário precisa agir para regular de maneia correta;

F) Crença no poder judiciário como instituição moralmente integra e capaz


de produzir politicas publicas (não dá para afirmar isso nos dias atuais,
devido a inúmeras situações);

G) A delegação quase intencional, por parte das instituições majoritárias, de


questões polêmicas para o poder judiciário – ex. Liberdade religiosa em
relação ao sacrifício de animais em cultos religiosos.

Duas visões sobre a judicialização da política, um diagnostico mais positivo


e o outro mais negativo.

Eixo procedimentalista (ponto negativo): o judiciário deveria atuar para


aperfeiçoar os procedimentos democráticos. Fazer com que a efetividade de
direitos sociais seja subsidia ao campo direito, por fora, portanto, do terreno
livre da sociedade civil, conduziria a uma cidadania passiva de clientes, em
nada propicia a uma cultura cívica e as instituições da democracia.

 Bourdieu

Sua sociologia aborda vários assuntos, dentre os quais a questão da


desigualdade possui muita relevância. Autor contemporâneo que não discuti as
ideias dos clássicos como Weber e Marx, ele propõe uma síntese do que seria
a sociedade moderna.
A sociologia como ciência autônoma se divide entre os paradigmas
individualista e coletivistas/estruturais.

Marx e Durkheim podem ser considerados como sociólogos que


atribuem as estruturas sociais (categorias presentes: estado, classes sociais,
consciência coletiva, etc)

Weber ao contrario, é um autor que dá mais importância para a ação do


individuo, olhando para a racionalidade na conformação dos fenômenos sociais
(categorias presentes: racionalidade, ação social, afinidades eletivas, etc).

Bourdieu buscou construir uma sociologia que integrasse ambos os


paradigmas. Sua perspectiva sociológica pode ser denominado de
“estruturalismo construtivista”. Ele reconhecia o peso das estaturas sociais na
conformação do individuo, não relegava à ação individual um papel menos
importante na conformação da sociedade. A ação individual poderia influenciar
nas estruturas sociais.

 Principais conceitos

A) Habitus: seria a internalização ou a incorporação da estrutura social pelo


individuo. Um conjunto de dispositivos incorporados através da
socialização e mobilizador nas relações sociais que constituem a forma
como o individuo percebe o mundo social e age dentro dele.

B) Campo: são os diversos “espaços” ou “universos” sociais com objetos,


interesses e valores específicos que o constituem. O campo ´é tanto um
“campo de forças”, uma estrutura que constrange os agentes nele
envolvidos, quanto um “campo de luta”, em que os agentes atuam
conforme suas posições relativas no campo de forças, conservando ou
transformando a sua estrutura.

Todo campo se caracteriza por agentes dotados de um mesmo habitus.


O campo estrutura o habitus e o habitus constitui o campo. O habitus
seria, por sua vez, a internalização ou incorporação da estrutura social,
enquanto o campo seria a exteriorização ou objetivação do habitus

C) Capital: designa os recursos e interesses que estão em jogo nas


disputas estabelecidas entre os agentes dentro dos diferentes campos.
Segundo Bourdieu existem vários tipos de capital, como o capital
econômico (dinheiro), capital social (rede de relações sociais que podem
ser convertidas em recursos para as disputas estabelecidas em
determinado campo) e o capital cultural (sabes e conhecimentos
incorporados pelo indivíduo e socialmente reconhecidos.

OBS: Habitus (jeito de agir, modo de pensar, linguagem própria de se


comunicar. Ligado ao individuo), campo (espaço social onde o habitus e o
capital tem o seu lugar. Ligado a estrutura) e capital.

Espaços (campo) onde as pessoas agem de determinada forma (habitus)


com o emprego de certo capital (dinheiro, algo que é importante).

Para Bourdieu o campo jurídico seria o lugar que concorrência pelo


monopólio do direito de dizer o direito. Nele, se defrontam agentes investidos
de contendias ao mesmo tempo sociais e técnicas que consistem na
capacidade reconhecida de interpretar um corpus de textos que consagram a
visão legitima, justa, do mundo social.

O direito seria um universo relativamente independente em relação às


pressões externas no interior do qual se produz e se exerce a autoridade
jurídica,, forma por excelência de uma violência simbólica legitima cujo
monopólio pertence ao Estado e que se pode combinar como exercício da
força bruta.

Cabe frisar que essa independência é apenas relativa, uma vez que o
direito guarda íntima relação com o campo politico ou do poder. Essa
independência é relativa tanto pelo fatora legislação ser fruto de disputas
estabelecidas no campo politico, quanto das eventuais pressões sociais que
podem recair sobre os agentes do campo jurídico.

OBS: Direito como violência simbólica legítima (perpetuação dessas


dinâmicas).

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