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SUPLEMENTO DE REVISÃO

Professora Ana Luísa Rigolin (Malandra)

O ILUMINISMO
A Revolução Científica
 O Iluminismo foi precedido por um intenso período de
desenvolvimento científico no Ocidente. A Revolução
Científica dos séculos XVI e XVII mudou radicalmente a
visão que se tinha da natureza e do conhecimento. A ciência
conquistou autonomia e pôde se desvencilhar, pouco a pouco,
da religião. Destaques para cientistas como Galileu Galilei.
 As grandes navegações dos séculos XV e XVI permitiram aos
europeus entrar em contato com informações e interpretações
sobre o mundo que contestavam as opiniões até então aceitas
a respeito da humanidade, da vida e da natureza. A imprensa,
por sua vez, tornou possível difundir e compilar diversos tipos
de conhecimento, como relatos de viajantes e dicionários.
 Nesse período da Revolução Científica, difundiu-se no
continente europeu a crença de que, com base nos novos
conhecimentos, o saber humano poderia ultrapassar os limites
estabelecidos pela tradição greco-romana.

O movimento iluminista
 Iniciado na França, o Iluminismo difundiu-se pela Europa ao
longo do século XVIII e caracterizou-se por responsabilizar a
fé, a Igreja e a tradição pela ignorância, pelo atraso material e
pela sobrevivência das estruturas feudais. Nesse contexto, os
filósofos iluministas acreditavam que, somente por meio do
conhecimento racional e do avanço da ciência e da técnica, o
ser humano poderia se livrar da ignorância e dos obstáculos do
Antigo Regime que impediam sua emancipação do
dogmatismo religioso e da opressão política. Essas ideias eram
divulgadas nos jornais, livros e debates públicos.
 Um dos fatores que contribuíram para difundir as ideias
iluministas foi o aumento da circulação de livros e outros
escritos. A imprensa cresceu muito nesse período

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 O debate de ideias, que se difundiu em alguns centros da
Europa, não se orientava pelos dogmas religiosos da Igreja
Católica nem pelos interesses políticos. Essa experiência
resultou na formação de uma esfera pública de discussão, na
qual os cidadãos podiam manifestar suas opiniões. Porém, a
criação desses espaços de discussão e a divulgação das ideias
iluministas encontraram resistência.

Propostas iluministas
 Os iluministas acreditavam que a educação era um poderoso
instrumento de transformação dos indivíduos e da sociedade.
Eles partiam do princípio de que o ser humano era, ao nascer,
uma “tábula rasa” e que o seu comportamento era definido pela
vida em sociedade. O filósofo francês Jean-Jacques Rousseau
era um grande defensor dessa ideia.
 No Antigo Regime, o ensino era restrito e estava sob a
responsabilidade da Igreja Católica. Não havia um sistema
público nem universal de ensino. Contrapondo-se a isso, alguns
iluministas defendiam uma educação gratuita, obrigatória e
livre da influência religiosa.
 Em relação ao modelo político, alguns pensadores iluministas
eram favoráveis à monarquia constitucional (Voltaire,
Montesquieu), enquanto outros defendiam a república (Kant,
Rousseau). Tinham em comum a rejeição ao absolutismo. O
iluminismo influenciou movimentos como a Independência
dos Estados Unidos e a Revolução Francesa.

Iluminismo e educação
 Uma das principais preocupações dos iluministas foi a
reforma educacional. Eles defendiam a universalização da
educação e o ensino laico, livre do dogmatismo religioso.
 O principal renovador do conceito de educação foi Rousseau,
que acreditava que as sociedades deveriam contribuir para o
desenvolvimento do ser humano.
 Em seu livro Emília ou da Educação (1762), Rousseau
desenvolveu o conceito de educação para a formação de um
indivíduo completo e capaz de viver em qualquer sociedade.

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O despotismo esclarecido
 Alguns governantes absolutistas apropriaram-se dos princípios
iluministas para modernizar suas economias, adequando-as à
burguesia em ascensão. Também os utilizaram para reformar
seus sistemas jurídicos e sociais, para racionalizar as
instituições estatais e, ao mesmo tempo, preservar a monarquia
absolutista. Essa prática centralizadora ficou conhecida como
despotismo esclarecido.
 Esse modelo foi implementado na Áustria, na Prússia, na Rússia
(por Catarina II) e em Portugal (pelo Marquês de Pombal). As
reformas, porém, não democratizaram esses reinos, ou seja, não
deram maior liberdade nem participação política à população.
 Em Portugal, por exemplo, o ministro Marquês de Pombal
renovou o ensino, aprimorou o comércio exterior e modernizou
a administração. No Brasil, que era colônia portuguesa, essas
modificações refletiram-se mais no ensino (que passou a ser
laico), nas relações entre governo e a Igreja (os jesuítas foram
expulsos do país) e nas Companhias de Comércio, que
regulamentaram as exportações e importações.

(gravura
de uma sala de aula, Daniel Chodowiecki, século XVIII).

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