O segundo capítulo da obra retrata os processos de formação e
desenvolvimento da sociologia enquanto ciência social. Diante disso, é evidenciado o fato de que as análises sociológicas apresentam visões discrepantes em relação aos temas e a natureza das análises em virtude das diferenças entre os espectros sociais provocadas pelo sistema capitalista. Dentre essas discrepâncias estava a corrente conservadora que, dentre outros aspectos, defendia os valores movais medievos e da era feudal em contraponto ao desenvolvimentismo industrial e as crenças introduzidas pela revolução francesa. Além disso, os chamados “profetas do passado”, outra nomenclatura dada aos conservadores, criticavam a degeneração dos valores familiares e as novas relações de propriedade vinculadas à conjuntura vigente. Por outro lado, apresentavam-se também pensadores com vieses mais progressistas, como foi o caso de Sant Simon, que, em sua obra, defendeu a redução das desigualdades na sociedade, a maior valorização dos trabalhadores e a normatização das relações laborais. Tudo isso sem abandonar o desenvolvimento fabril que, com o avanço econômico gerado, proporcionaria a superação dos problemas. Ademais, o principal nome da Sociologia, August Conte, ficou marcado por seu foco na organização, normatização da racionalidade sociológica e pela defesa da busca por acontecimentos repetitivos e constantes da sociedade, objetivando a ordem e o progresso. Por outro lado, Durkheim defendia que os problemas da sociedade eram provenientes do problema moral que a humanidade enfrentava no início do século XX provocando, assim, a disfunção das regras e a desorganização das relações humanas em um contexto de anomia. Dessa maneira, a sociologia deveria ser baseada na observação dos fatos sociais, sendo esses dotados de coercitividade e externalidade para com todos os indivíduos. Em contraponto aos teóricos vigentes, cujos ideários permeavam o bom convívio entre os diferentes grupos sociais, surge o conceito da luta de classes e, consequentemente o socialismo, tendência defendida por Marx e Engels. Tal conjunto de ideias serviu para modificar os referenciais de observação da sociedade e passar a colocar os indivíduos como o cerne dos estudos. Entretanto, era preciso o desenvolvimento de uma teoria que servisse como equilíbrio entre as ideias proposta até então. Surge, desse modo, as ideias de Max Weber que, não se opunha ao capitalismo nem a evolução econômica, mas se valia de algumas ideias marxistas para dialogar a respeito das desigualdades entre a burguesia e os trabalhadores.