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A sociologia surgiu como uma disciplina no século XIX, em resposta às mudanças sociais e

políticas decorrentes da revolução industrial e da consolidação do capitalismo. Os


pensadores sociais pioneiros, como Durkheim, Marx e Weber, buscavam compreender as
transformações sociais, as relações de poder e as contradições inerentes à sociedade.

A afirmação de que “a sociologia é a ciência da crise” destaca a importância da sociologia


em analisar e compreender as crises sociais que ocorrem nas estruturas sociais. A
sociologia se interessa por fenômenos como desigualdade, conflito, anomia, mudança
social e transformações institucionais, todos eles frequentemente associados a momentos
de crise.

Ao explorar os conceito de cada um dos teóricos clássicos, temos:

- Emile Durkheim:
Durkheim conceituou a “solidariedade social”, que representa o grau de integração e coesão
de uma sociedade. Ele distinguiu dois tipos principais de solidariedade: mecânica e
orgânica. A solidariedade mecânica é característica das sociedades tradicionais, em que os
indivíduos compartilham valores, crenças e atividades similares. Já a solidariedade orgânica
está presente nas sociedades modernas, nas quais a interdependência funcional entre os
indivíduos é maior. O conceito de solidariedade de Durkheim tem relação com a afirmação,
pois a transição da solidariedade mecânica para a orgânica pode ser vista como um
momento de crise, à medida que as estruturas sociais tradicionais sao questionadas e
substituídas por novas formas de organização.

- Karl Marx:
Marx desenvolveu o conceito de “luta de classe”, que descreve a dinâmica social entre a
classe trabalhadora (proletariado) e a classe proprietária dos meios de produção
(burguesia). Ele argumentou que a exploração econômica e as contradições inerentes ao
sistema capitalista levam a conflitos sociais e, em última instância, a uma revolução
proletária. A ideia de luta de classes está intrinsecamente ligada à afirmação, pois a
sociologia marxista se concentra nas crises sociais e nas contradições dos capitalismos.

- Max Weber:
Weber introduziu o conceito de “ação social” e desenvolveu uma análise abrangente da
relação entre economia, religião e poder. Ele também cunhou o termo “racionalização” para
descrever o processo pelo qual as ações sociais são usadas cada vez mais por cálculos
racionais e pela eficiência. Weber argumentou que a racionalização traz consigo um sentido
de desencantamento e alienação, podendo levar a crises de significado e a uma perda de
orientação. Assim, sua concepção de racionalização e a relação entre ação social, poder e
religião se relacionam com a ideia de crise na sociologia.

Em resumo, a afirmação de que “a sociologia é a ciência da crise” destaca a preocupação


central dessa disciplina com os problemas e desafios enfrentados pelas sociedades em
constante transformação. Os conceitos de solidariedade social em Durkheim, luta de
classes de Marx e racionalização de Weber são exemplos que ilustram como esses teóricos
clássicos abordaram as questões sociais e como esses conceitos estão intrinsecamente
ligados à compreensão das crises sociais.

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