Você está na página 1de 3

INSTITUTO FEDERAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO MARANHÃO

Disciplina: Sociologia
Docente: Rebeca do Nascimento Coelho
Discente: Neemias Carvalho Santos

FICHAMENTO

O livro O toque de clássicos trata do desenvolvimento da sociologia


desde o seu nascimento ainda com raízes das tradições filosóficas até a sua
diferenciação a ponto de inaugurar não um campo da filosofia, mas da ciência,
adquirindo, portanto as características do conhecimento que se dá pela
metodologia de estudo, o objeto de estudo, e a análise sistemática deste.
Este fichamento trata da introdução do livro que sequencia os
acontecimentos que foram preponderantes para o surgimento da sociologia,
tais como a revolução industrial, a revolução francesa e o iluminismo, bem
como todo o contexto histórico e as bases que sustentou toda linha da
modernidade.

1. REFERÊNCIAS:

QUINTANEIRO, TANIA. Um toque de clássico: Marx, Durkheim e Weber / Tania


Quintaneiro, Maria Ligia de Oliveira Barbosa, Márcia Gardênia de Oliveira – 2. ed. rev.
amp. – Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.

2. RESUMO:
O livro inicia introduzindo comentários gerais sobre as origens e a
natureza da vida social e em contraparte o objeto de discussão do livro que é a
Sociologia como ciência propriamente veio a ser delimitada no século XIX, no
entanto as bases que vão causar o estopim da sociologia vem desde o século
XVI e as discussões filosóficas da época, assim como os fatos que sucederam.
O desenvolvimento do capitalismo “primitivo” como economia nas sociedades
feudais, foi impactando a estrutura social e modificando as relações medievais,
as configurações tanto geográficas, por causa dos burgos que se
desenvolveram estrategicamente em pontos entre cidades, quanto político-
sociais pelo surgimento de uma nova classe social que foi denominada como
burgueses, e estes passaram a ter cada vez mais influência na sociedade,
além disso, a Reforma protestante representou uma quebra da legitimação do
poder da igreja inicialmente teológica, pelas discussões dos reformadores que
questionavam a autoridade papal e do magistério, bem como a as tradições,
em virtude do livre exame que é a interpretação pessoal das escrituras e que,
portanto subjetiva a fé e os dogmas a consciência do fiel. A despeito desse
cisma houve também movimentos desde as coroas reais à movimentos
artistas, como os renascentistas.
A ruptura do paradigma de pensamento sociocultural medieval, René
Descartes, rompe com a antiga concepção aristotélico-escolástica do ser
humano como síntese da unidade da alma e corpo, fazendo separação entre
espírito e matéria, no momento que os concebeu como substâncias
incomunicáveis. Diante dessa realidade, o que era material era visto como
objetivo e verdadeiro, portanto mensurável e digno de valor.
A modernidade através do advento da Revolução Industrial que
impactou o mundo sócio econômico com a maravilha dos avanços técnico-
científico os quais vislumbravam possibilidades infinitas de progresso.
Influenciando pela economia as relações sociais, em virtude do valor da
confiança que no tempo medieval era direta e residia na ligação pessoal,
tornou-se abstrato na materialização do papel-moeda. É inegável a evolução
tecnológica que a moeda representa nas relações econômicas, no entanto é da
mesma forma inegável sua grande responsabilidade na deterioração nos
valores sociais, subjacente na cristalização do status pela sobra ou escassez
do valor monetário e abandono do status pelo valor moral, o qual possui
verdadeira substância real. A ética Moderna fez o homem adquirir um valor
pessoal, espiritual, corpóreo, racional e possuir vontade, desejo. O homem já
não apenas contempla, ele age. O homem na modernidade passa a ser o
centro do universo. A nova ética, agora livre do jugo religioso, tem como
fundamento o homem, o seu desejo de agir e de transformar as coisas. A
revolução industrial e o iluminismo cuja reação se dá peles condições sociais
do trabalho e insalubre assim como as desigualdades apontadas no texto
permitiu reflexões dos autores sejam de linhas mais conservadores quanto de
mais progressistas.
O pilar do iluminismo foi em teoria sempre a liberdade acima de tudo, a
emancipação do homem e da sua capacidade de que pelo saber novos tempos
de paz, igualdade e fraternidade viriam, ao mesmo tempo nesse tempo com
filósofos como Rousseau, o estado as leis e o contrato social veio para prender
o homem e separa-lo de seu estágio natural que segundo o filósofo é
naturalmente consciente e íntegro, virtuoso de modo geral, já Saint-Simon
previa a transição da sociedade militar para as industriais, as teológicas para
as intelectuais fundados não mais pela revelação mas, unicamente pela razão,
seria a ciência como poder organizador, o centro da ciência é a observação, o
desenvolvimento da história, a evolução sociológica para uma forma onde os
todos trabalhariam pela felicidade comum trabalhadores e empregados no
modo de produção industrial, de Simon, Comte recebeu influência, e aquele
que fundou a sociologia como ciência e também cunhou tal termo, entendia a
também na evolução da sociedade e de sua estruturação como um sistema
mecânico, regido por leis sociais, e que deveria ser formulada uma teoria
sociológica que resolvesse as mazelas de sua época e conciliasse os conflitos
sociais. Porém Comte entendia a necessidade de uma moralidade algo
presente na religião cristã, por isso ele via necessário junto com Simon, a
necessidade de criar um catecismo positivista, que nutrisse a necessidade
moral do homem e apontasse não para uma metafísica teológica, mas, para a
necessidade do coletivo e da visão na mais individual predominante na
escolástica de linha aristotélico-tomista e platônico-agostiniana. Seguindo com
paralelo as leis objetivas da ciência, a sociedade poderia ser assim também se
a evolução existe na biologia porque não haveria na sociologia que trata do
coletivo social, as sociedades, como sociedades científica, dirigidas pelos
notáveis, essa teoria a conhecida pelos acadêmicos como darwinismo social, o
corpo orgânico, o tecido social em progresso. Em meados do século XIX Karl
Marx entra em cena com um chamado aos filósofos a deixarem de filosofar e
virem à práxis. Vindo de linha Hegeliana e bebendo até certo ponto em Kant,
maiores expoentes do idealismo alemão. Marx desenvolve em sua obra a
dialética que falava Hegel, porém substituindo o espírito filosófico metafísico de
Hegel, pelo partido comunista, o qual é a materialização de sua filosofia bem
como seu horizonte de sua consciência que o permitiu ver a luta de classes
como constante histórica dada a natureza da economia no homem, isto é, a
diferenciação dos que possuem recursos materiais e de como subjugam os que
não tem, e estes que se deixam subjugar pelo desejo e necessidade de possuir
o recurso que lhes falta. O apelo a ação vem da necessidade de transformar,
de mudar o status quo, via Max, o feudalismo, como tese, o capitalismo como
antítese, propôs o pensador, o comunismo pela via do socialismo, concretizado
nas ações do partido a síntese do passado pela evolução ao futuro o fim da
história, as realizações e emancipações que caracterizam a modernidade, vê
em Marx e sua filosofia e sociologia, aquele que melhor entendeu a essência
do espírito moderno.

Você também pode gostar