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PARADIGMA POSITIVISTA, HISTORICISTA E SUAS

DIVERGÊNCIAS HISTÓRIAS.

Quando a história inicia sua transição para uma natureza científica, ela
passa também por certos embates conceituais e ideológicos que travados por
sujeitos em suas oposições, darão início ao que conhecemos como paradigmas
históricos. Esse embate foi realizados entre diversos sujeitos, que na época
compunham algumas diferentes áreas do saber, tal qual filosofia, história e
sociologia, buscando cada qual no passado uma possibilidade para um
prognóstico do presente e mesmo o futuro, outros trouxeram a ideia de
universalidade histórica, que refere-se a ideia de leis gerais para os múltiplas
sociedades humanas já existentes e até uma história particularizante que visava
a singularidade, a particularidade de cada sociedade e civilização.
Desta maneira diversos trabalhadores da área do saber humano que
tinham por objetivo construir uma história disciplina, uma história como campo
do saber, acabaram por assim influenciados pelo contexto social que estavam
vivendo. Se encontravam submersos a um momento de grande movimentação
social, repleto de pensamentos dispersos e humores de esperança e revolta, onde
transcorria uma séria demanda de insatisfeitos diante dos abusos que sofriam
pelo o poder absoluto da monarquia, gerando um clamor social para um novo
modo de vida e produção, onde a liberdade econômica, autonomia, como
também uma libertação dos preceitos religiosos arraigados no âmbito político
eram suas principais reivindicações, formando assim o cenário da Revolução
Francesa.
Por conseguinte aflorado pelo o desenvolvimento tecnológico, nasce uma
espécie de sentimento universal ao desenvolvimento social, de esperança para
um futuro melhor, momento no qual sobrevirá o movimento Iluminista
embasado na ideia de racionalidade, sustentados por diversos filósofos
Iluministas como Barão de Montequieu, David Hume, que tinham uma ideia de
uniformidade e padrões gerais para a sociedade ou natureza social, resultando
adiante o surgimento de uma nova modernidade entrelaçada a uma política de
caráter conservador.
Assim bebendo desse movimento chamado Iluminismo entrelaçado com
essa nova modernidade social o Positivismo irá se constituir e se consolidar
posteriormente com a entrada da figura conhecida como “pai” do Positivismo,
Augusto Comte. Deste modo irá formar-se o paradigma positivista, que em sua
base ideológica, apropria-se do conceito Iluminista universalizante e propõe a
ideia de uma Lei geral para se compreender a história e sociedades, ao contrário
dos filósofos que não se preocupavam com qualquer caráter científico em suas
historiografias, os historiadores irão adotar como critério a cientificidade e
objetividade na construção histórica.
Nesse primeiro momento de formação, o Positivismo irá se funda por
três critérios principais, a ideia de universalidade como já foi citado, a
Objetividade do historiador com as fontes históricas anulando a si mesmos e por
último a imparcialidade do historiador. Entretanto apesar de beber de fontes
iluminista que vieram de um período onde a modernidade estava em ebulição, o
positivismo conservou um caráter bastante conservador que foi cimentado com
o instituidor do real positivismo que conhecemos Augusto Comte.
Augusto comte irá cimentar o positivismo embasado em dois conceitos
progresso e ordem social, só assim a sociedade poderia prosperar, ou seja,
assegurar aquela burguesia vitória que se encontrava agora no poder e
doutrinando a submissão das massas operárias. Ele propõe que para chegar ao
um estado absoluto de progresso era-se se necessária a ordem, (não
manifestações, revoltas e greves) causadas pela as situações de trabalho
deploráveis ao qual a camada social operária era submetida. Partindo para a
historiografia, essa nova história agora positivista se constituir em três
principais fundamentos, a crença na possibilidade de encontrar leis naturais e
invariantes para a sociedades humanas, a neutralidade do cientista social, ou
seja a objetividade do historiador e imparcialidade, e por último a identidade do
método entre as ciências humanas e ciências naturais.
Portanto o positivismo surgiu de uma forma geral com formas idealista de
apaziguar e organizar uma sociedade revolucionária, com uma promessa da
existência de leis gerais que explicam a desigualdade e variedade das sociedade
humanas existentes, mas sempre preservando a dominância burguesa sem
prejudicar os caprichos monárquicos e sua classe.
Encaminhando-se no contexto dos embates conceituais que deram
formação ao o que concebemos como Disciplina História, irá surgir em
contra-oposição ao Positivismo o paradigma Historicista, suas primeira
manifestações irão transcorrer no mesmo período, entretanto suas emergências
se deram por motivações diferentes, ao contrário da França que estava passando
por um momento de ruptura, a Alemanha se encontrava em momento de
unificação nacional, como também um nova formação política e social. Portanto
se faz urgente a busca das raízes alemãs, derivando assim a criação dessa nova
forma de escrever história, elaborada pelos historiadores historicista chamada
história Particularizante.
Apesar de tanto o Historicismo como o Positivismo manterem uma base
conservadora, pois os dois tinham em seu objetivo a estabilidade social e
desmotivação a qualquer ideia de revolução, suas formas de construir a história
se diferiam grandemente enquanto o positivismo pensava na universalidade
histórica o historicismo priorizava a história particularizante, nacional, que
evidencia-se a singularidade e particularidade de cada sociedade ou civilização.
O Historicismo Alemão também foi um paradigma que ganhou
influências de filósofos do século dezoito, porém esses filósofos provinham de
uma nova vertente filosófica a dos romancista, dentre eles estava o filósofo
Giambatista Vico e o filósofo alemão Johan Gottfried von Heder, que
contribuíram enormemente para ideia de escrever uma história que visa-se a
particularização, identidade de uma sociedade, mas para construir essa história
os historicista tiveram que criar um método historiográfico que se fizesse frente
aos métodos positivista. Por tanto o historicismo levanta a ideia de considerar a
subjetividade inerente tanto no historiador, quanto na própria fonte histórica,
ideia proporcionada por Leopoldo Ranke, Drosen e Niebuhr historicista
relativistas que contribuíram enormemente para a estruturação historicista.
O historicismo também criara o que se chama de “crítica documental”
fazendo com que fosse extremamente necessário uma profunda análise das
fontes que o historiador historicista trabalha-se, realizando questionamento
como a autoria da fonte, o contexto ao qual ela está emergida e etc. Um outro
fator bem importante até mesmo para a constituição da História como
disciplina, foi o surgimento mais acentuado nas práticas historicista o conceito
de “olhar sobre si”, de analisar e estudar a história da historiografia que também
poderia ser compreendido como a história do historiador em sua construção
historiográfica.
Dessa maneira o Historicismo se afirma em três bases, o reconhecimento
da Relatividade do objeto histórico, uma metodologia específica para a História
e a Subjetividade do historiador tendo a perspectiva que o historiador também é
um agente que está mergulhado na história, tudo isso acompanhado já citada
ideia de particularização da história.Em conclusão o positivismo como o
historicismo contribuíram substancialmente para a formação da história
disciplina, são eles que darão bases teóricas, que em suas diferenças junto do
surgimento de outros paradigmas e movimentos historicistas, formarão esse
vasto campo historiográfico que auxilia diversos historiadores em formação
como também mantém o campo do saber histórico sempre em desenvolvimento
e transformação.

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