Você está na página 1de 15

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema: Evolução do Pensamento económico

Sara Adelino Silva Muriva

Código: 708230064

Turma: O

Ano de frequência: I

Curso: Licenciatura em Administração Pública

Disciplina: Introdução a economia

Docente: Msc.Carla Sechene

Nampula, Setembro de 2023

1
Índice
Introdução.................................................................................................................................3

1. Conceito de Autarquias locais................................................Erro! Marcador não definido.

2. Modos de actuação das Autarquias locais............................................................................5

2.1 As estruturas do poder local...............................................................................................5

a) Os órgãos das autarquias locais............................................................................................5

A assembleia municipal ou de povoação..................................................................................5

1.1 As competências da assembleia municipal.........................................................................7

Os órgãos executivos da autarquia local...................................................................................7

O conselho municipal ou de povoação.....................................................................................7

1.1 As competências do órgão executivo colegial....................................................................8

1.2. O presidente do conselho municipal ou de povoação........................................................8

1.2.1 Competências do Presidente do Conselho Municipal.....................................................9

3. Modelos de governação local.............................................................................................10

3.1 Modelo do regime presidencial........................................................................................10

3.2 Modelo de Presidencialismo municipal............................................................................11

3.2.1. A separação das funções...............................................................................................11

3.2.2. A colaboração dos órgãos.............................................................................................11

4. As dificuldades das Actuações autárquicas........................................................................12

5. Propostas de melhorias das actuações autarquias...............................................................13

6. Metodologias usadas..........................................................................................................15

Conclusão...............................................................................................................................16

Referências bibliográficas......................................................................................................17

2
Introdução

A evolução do pensamento económico é um tema fascinante que nos permite


compreender como as ideias e teorias sobre a economia têm evoluído ao longo da
história, moldando as políticas económicas e influenciando a forma como entendemos e
lidamos com os desafios económicos contemporâneos. Neste trabalho, exploraremos a
trajectória da teoria económica desde suas raízes antigas até as escolas de pensamento
económico modernas.

Para entender essa evolução, analisaremos as principais escolas do pensamento


económico que surgiram ao longo do tempo, cada uma com sua perspectiva única sobre
como a economia funciona e como os recursos são alocados na sociedade. Desde os
mercantilistas e fisiocratas dos séculos XVI e XVII até os economistas clássicos do
século XIX, como Adam Smith e David Ricardo, e as revoluções económicas do século
XX com a ascensão do keynesianismo, monetarismo e economia neoclássica,
examinaremos as contribuições e as críticas de cada uma dessas escolas.

Além disso, abordaremos o desenvolvimento da teoria económica ao longo do tempo,


destacando os eventos históricos e as mudanças no contexto social que influenciaram a
evolução do pensamento económico. Como as teorias económicas reflectiram as
preocupações de diferentes épocas, como as crises económicas, as guerras e as
transformações tecnológicas.

Ao longo deste trabalho, esperamos proporcionar uma visão abrangente da evolução do


pensamento económico e das principais escolas que moldaram essa disciplina ao longo
dos séculos. Isso nos ajudará a compreender melhor como as ideias económicas têm
evoluído e como elas continuam a influenciar as políticas económicas em nosso mundo
contemporâneo.

3
1. EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO

Nos últimos séculos, a teoria económica tem apresentado um dinamismo singular. Para
Gastaldi (2005), o pensamento económico evoluiu pari passu com os períodos da história
da humanidade. Desde a fase da agricultura primitiva que permitiu o surgimento de
núcleos humanos sedentários, em substituição ao nomadismo dos povos caçadores, os
actos, fatos e fenómenos foram sendo gradativamente objecto de análises de causas e
efeitos, até a definitiva constituição da economia como ciência, com seus precursores no
século XVIII e seu fundador, Adam Smith, na era clássica.

Suas ferramentas de análise têm evoluído de forma marcante, e muitos de seus conceitos
são utilizados em outras áreas. Seu escopo tem-se ampliado cada vez mais, dispondo
actualmente de recursos que permitem processar uma quantidade de informações e
situações inimagináveis há algum tempo atrás. A ciência económica, dessa forma, serve-se
de argumentos positivos (economia positiva) e argumentos normativos (economia
normativa).

1.1 Análise Positiva X Análise Normativa da Teoria Económica

Argumentos positivos – são aqueles que dizem respeito ao que “é, foi ou será”. Melhor
explicando, qualquer rejeição sobre as suas validades pode ser apropriadamente
confrontada com os fatos da realidade.

Argumentos normativos – são aqueles que dizem respeito ao que “deveria ser”. As
rejeições a tais argumentos não podem ser confrontadas com os fatos objectivos da
realidade. Eles são apresentados sob forma de juízos de valores que procuram infundir a
ideia do que é bom ou do que é ruim, logo, carregados de valores subjectivos.

1.2 Precursores da Teoria Económica

Existe um “certo” consenso de que o início da teoria económica, de forma estruturada, foi
em 1776, com a obra de Adam Smith, A riqueza das nações. No período anterior,
encontram-se apenas referências, ou aspectos parciais de embriões da teoria económica,
embora a preocupação com a economia esteja sempre presente desde tempos remotos.

4
Por exemplo, na Grécia Antiga, há algumas referências à economia, como o trabalho de
Xenofonte (440-335 a.C.) que, aparentemente, foi quem cunhou o termo ECONOMIA
(“oiko nomos”), em seus trabalhos sobre aspectos de administração privada e finanças
públicas, com entendimento que a Economia é o estudo das fi nanças da casa, e por
extensão, de uma Nação.

Naquela época, a moeda metálica já circulava e a sociedade grega já apresentava


preocupações políticas e morais relativamente avançadas. Os escritos de Platão (427-347
a.C.) e seu discípulo Aristóteles (84-322 a.C.), são os dois maiores legados que se tem
daquela época, os quais apontavam alegações de ordem económica.

Até a época dos descobrimentos, nos séculos seguintes, encontramos raros trabalhos que se
destacaram, porém, sem um padrão homogéneo, dando grande importância às questões
morais. Um tema antigo que pode ser aqui posto como exemplo, é a questão da “usura”,
onde se discute a moralidade dos juros altos, e seria de fato, um lucro justo.

2. PRINCIPAIS ESCOLAS DO PENSAMENTO ECONÓMICO

A partir do Século XVI, observamos o nascimento da primeira escola económica: o


MERCANTILISMO.

O mercantilismo foi um regime de nacionalismo económico. Fazia da riqueza o principal


fi m do Estado. Assinalou, na história económica da humanidade, o início da evolução dos
Estados modernos e das novas concepções sobre os fatos económicos, notadamente sobre a
riqueza. (GASTALDI, 2005, P 27)

Apesar de não representar um conjunto homogêneo, o MERCANTILISMO apresentava


nítidas preocupações sobre a acumulação de riquezas de uma Nação. Trazia princípios
fomentadores do comércio exterior e entesouramento de riquezas. A fase mercantilista
decorreu do crescimento do capitalismo comercial, representando ao lado do capitalismo
industrial do inicio do século XVIII, a economia política pré-clássica.

A fase inicial do mercantilismo – geralmente chamada bulionismo – originou-se no


período em que a Europa estava passando por uma aguda escassez de ouro e prata em
barra, não tendo, p ortanto, moeda suficiente para atender ao volume crescente do
comércio. Foram estabelecidas políticas bulionistas para atrair ouro e prata para um país e

5
mantê-los no próprio país, proibindo-se sua exportação. Essas restrições duraram desde o
fim da Idade Média até os séculos XVI e XVII.

Uma escola de pensamento francesa, a FISIOCRACIA, surgiu no século XVIII.

“Fisiocrata” vem de “fisiocracia”, que significa “poder da natureza”. Os fisiocratas não


acreditavam que uma nação pudesse se desenvolver mediante, apenas, o acúmulo de metais
preciosos e estímulos directos ao comércio; acreditavam ser necessário também o
investimento em produção. Não na produção industrial (ou comercial), mas na produção
agrícola, pois somente nessa eram possíveis a geração e a ampliação de excedentes.

O objecto da investigação dos fisiocratas é o sistema económico em seu conjunto, sendo


este conjunto regido por uma ordem natural, à semelhança da ordem que rege a natureza
física

2.1 Teoria Económica Clássica

Segundo Gastaldi (2005), a Escola Clássica ou liberal veio para contrariar a escola
fisiocrata, pois ela vem afirmar que a verdadeira fonte de riquezas é o trabalho.
Considerado o precursor da teoria económica, o pensamento de Adam Smith reúne um
conjunto científico sistematizado, com um corpo teórico próprio. Em 1776, com “A
Riqueza das Nações”, Smith fez uma espécie de tratado sobre questões económicas,
fazendo considerações de aspectos monetários, de preços, e da distribuição do rendimento
da terra. A hipótese de haver uma “mão invisível” na economia foi sua contribuição mais
conhecida.

Esse axioma (da “mão invisível”), de um lado, representava uma síntese entre o
individualismo metodológico e por outro lado, a concepção naturalista da sociedade. O
pensamento de Smith levava a crer que o exercício desimpedido das pulsões individuais
para a troca deveria produzir uma ordem próspera e harmónica, correspondendo a uma
vocação “natural” da vida em sociedade.

Assim, ele colocou que, em sua busca de lucrar o máximo, todos os agentes promovem o
bem-estar de todos. É como se todas as decisões da economia fossem guiadas por uma mão
invisível. O mercado como regulador das decisões econômicas de um país traria benefícios
importantes para a coletividade, independente da ação do Estado. Estamos aqui nos
referindo ao princípio do LIBERALISMO. “O capitalismo moderno apresentase com as
roupagens do neoliberalismo” (GASTALDI, 2005, p.51)

6
Outros economistas notáveis também marcaram o período clássico além de Adam Smith.
São eles: Thomas Robert Malthus, Jean Baptiste Say, Frederic Bastiat, James Mill, David
Ricardo e John Stuart Mill, entre outros. Um corpo teórico próprio passa a ser formado na
economia e começa a se desenvolver instrumentos analíticos para entender as questões
económicas. Vários modelos para explicar o funcionamento da economia foram se
compondo. O lócus de destaque foi ocupado pela análise de questões monetárias que veio a
contribuir para retratar instituições económicas como os Bancos Centrais.

David Ricardo é um dos grandes expoentes desse período. Sobre esse pensador, HUNT,
E.K. e LAUTZENHEISER (2013) colocam que:

Em 1799, leu A Riqueza das Nações de Adam Smith, e, desde então, até sua morte,
passou o tempo estudando e escrevendo sobre questões de Economia Política e
aumentando sua fortuna. É de aceitação geral considerá-lo o teórico mais rigoroso entre
os economistas clássicos. Sua capacidade de construir um modelo abstracto de como
funcionava o capitalismo e dele deduzir todas as suas implicações lógicas foi
insuperável, em sua época. Além disso, sua teoria económica estabeleceu um estilo de
modelos económicos abstractos e dedutivos que vem dominando a teoria económica até
hoje. (HUNT, E.K. e LAUTZENHEISER 2013, p.79)

Modelos económicos foram desenvolvidos com grande potencial de contribuição para os


estudos analíticos. A distribuição do rendimento da terra analisada por Ricardo foi um
trabalho seminal, no qual se coloca que a produtividade das terras mais pobres, ou
marginais determina a distribuição do rendimento da terra - surgindo daí o termo
“marginalismo”, sob a perspectiva económica.

Quem veio sintetizar o pensamento clássico foi John Stuart Mill, com trabalhos utilizados
para o ensino de economia no fim do período clássico e no início do período neoclássico.
Esse pensador consolida as contribuições de seus antecessores, colocando mais elementos
institucionais e desenhando mais vantagens e limitações no funcionamento de uma
economia de mercado.

7
2.2 Teoria Económica Marxista: crítica à Economia Política

A obra de Karl Marx, “O Capital” foi, e continua sendo a viga mestra do pensamento da
corrente marxista. Na Segunda metade do XX, Marx economista e natural da Alemanha
desenvolveu quase todo seu trabalho com Friedrich Engels na Inglaterra. O marxismo
desenvolve uma teoria de valor-trabalho, e consegue analisar muitos aspectos da economia
com seu referencial teórico.

O único autor que conceituou o capital no sentido literal da palavra foi Marx através da
relação capital X trabalho. Uma vez estabelecido o seu conceito, ele mostra como o
sistema funcionava. Alguns pensamentos influenciaram as ideias de Marx. Em 1º lugar,
coloca-se a leitura crítica da filosofia de Hegel e Ferrerbach, dos quais Marx absorveu e
aplicou, de modo peculiar, o materialismo dialético.

Marx destaca o pioneirismo destes críticos da sociedade burguesa, mas reprovava o


“utopismo” das suas propostas de mudança social. Finalmente, há toda a crítica da obra dos
economistas clássicos ingleses, em particular Smith e Ricardo na qual Marx formula suas
ideias que se reproduziram no conceito de capital e suas leis de movimento. Sua trajectória
é marcada pelo desenvolvimento de conceitos importantes como valor, trabalho, mais-
valia, modo de produção, luta de classes, entre muitos outros.

Seu método de investigação e conhecimento pressupunha que se deve partir das


determinações abstractas e mais simples do objecto que se deseja pesquisar. A partir de um
problema bem definido, pode-se chegar mais facilmente à solução. Através do objecto
empírico (realidade observada), a sua representatividade se dá através do objecto teórico
(produto da observação do pesquisador sobre o objecto empírico), que nada mais é do que
a construção do objecto de estudo, que Marx denominou de “concreto pensado”.

Marx refina a teoria do valor-trabalho dos clássicos, pois admite que o valor de uma
mercadoria seja igual ao tempo de trabalho socialmente necessário para produzi-la, o que é
bastante diferente de afirmar que, este valor é igual exclusivamente ao trabalho imediato;
“Para criar mercadoria, é mister não só produzir valor de uso, mas produzi-lo para
outros, dar origem e valor de uso social” e mais, o produto, para manifestar-se em
mercadoria, deve ser transferido a quem vai servir como valor de uso por meio da troca.

8
2.3 Teoria Económica Neoclássica: necessidades, escassez e escolha

Alfred Marshal foi o grande expoente da fase neoclássica. Em 1890 publicou o livro
“Princípios de Economia”, que foi utilizado como livro-texto básico até a metade do
século XX entre os estudiosos da época. Outros economistas de destaque da época
neoclássica foram William Jevons, Leon Walras, Joseph Schumperter, Vilfredo Pareto,
Arthur Pigou, entre outros.

Para Marshall, o processo económico visa atender às aspirações humanas e à satisfação de


suas necessidades materiais. Vejam quais são os pontos cruciais dessa abordagem de
Marshall:

 São inúmeros e de várias espécies as necessidades e os desejos humanos.


Unicamente em fases primitivas de civilização são susceptíveis de serem
satisfeitos.
 A economia estuda a acção individual e social, em seus aspectos mais estritamente
ligados à obtenção e ao uso dos elementos materiais do bem-estar. Desta forma,
por um lado, é um estudo da riqueza; e, por outro, e mais importante, uma parte do
estudo do homem per se.
 Sendo o estudo dos homens tal como vivem, agem e pensam nos assuntos do
quotidiano; a economia centra-se nos motivos que os afectam, de forma acentuada
e constante, sobretudo, na sua condução no trato com as questões que impactam
na sua riqueza e nas condições materiais do seu bem-estar.

No período neoclássico, houve uma considerável evolução na formalização da análise


económica. O comportamento do consumidor foi analisado com mais detalhe. Tanto o
desejo do consumidor de maximizar sua utilidade ou satisfação ao consumir quanto do
produtor em maximizar o lucro são o sustentáculo para a elaboração do aparato teórico
neoclássico. O equilíbrio de mercado pode ser alcançado a partir do estudo das curvas de
utilidade e de produção, dadas as restrições de factores e restrições orçamentárias.

Hunt, E .K. e lautzenheiser (2013), estudiosos da história do pensamento económico


perceberam que nos modernos livros neoclássicos de teoria microeconômica, todo
comportamento humano se reduz a tentativas racionais e calculadas de maximizar os
lucros ou a utilidade; e a maximização dos lucros reduz-se, com frequência, meramente, a
uma forma indireta de maximização da utilidade. Sobre a teoria neoclássica, os estudiosos
acrescentam que (2013):
9
[...] o utilitarismo serve de fundamento filosófico para a teoria neoclássica do valor-
utilidade e que essa teoria defende uma visão geral da harmonia de todos os interesses.
Essa tradição intelectual representa a defesa mais profunda e bem elaborada do status
quo do capitalismo de mercado ou de uma ideologia que o apoie. (HUNT, E.K. e
LAUTZENHEISER, 2013, p. 241).

Logo, essa teoria neoclássica em sentido amplo nasceu em diversos países, sob culturas
económicas distintas na década de 1870. Os seus principais representantes centraram sua
análise num indivíduo genérico isento de relações sociais, que busca atender ao seu
próprio interesse, e que se orienta invariavelmente por suas preferências subjectivas. Essa
corrente, em geral, teve desde o início buscou evidenciar o funcionamento do mercado
pela “dança dos átomos sociais diante da música dos preços”.

3. DESENVOLVIMENTO DA TEORIA ECONÓMICA

O conceito de desenvolvimento, segundo Rostow, é vinculado ao crescimento económico,


o qual se daria com a industrialização, significando, portanto, modernização. Nesse
sentido, sua perspectiva vai ao encontro da de outros autores clássicos que, como Ragnar
Nurse e Gunnar Myrdal, construíram, no mesmo período, teorias sobre o
subdesenvolvimento nitidamente marcadas pelas lentes políticas dos países capitalistas
centrais. Inserido nas discussões de sua época, e reproduzindo um referencial amplamente
aceito entre os economistas mais ortodoxos, Rostow acreditava que o desenvolvimento
económico teria suas bases consolidadas através da intervenção sectorial na economia, de
modo que o crescimento industrial se traduziria em modernização.

Após a segunda Guerra, os países procuraram acelerar o crescimento económico,


aumentar a renda e diminuir a pobreza por meio de medidas de industrialização
compulsória. Analisando esse processo, o autor confronta sociedades diversas por meio
de perspectivas económicas, mostrando quais seriam as condições necessárias para se
alcançar tal modernização.

3.1 As etapas do crescimento económico

Em sua obra The Stages of Economic Growth: A Non-Communist Manifesto (As etapas
do crescimento económico: um manifesto não comunista), publicada em 1960, Rostow
estabelece a possibilidade de desenvolvimento económico em cinco etapas.

10
Trata-se de fases que um país deveria atravessar para atingir o desenvolvimento, o que
permitiria classificar as sociedades de acordo com seus estágios económicos específicos.
A passagem de um estágio para outro envolveria alterações nos padrões de produção, a
partir do manejo de três factores principais: poupança, investimento e consumo
(demanda).

Ao mesmo tempo, Rostow parte do pressuposto de que, para se obter uma nova ordem
capitalista em nível internacional, o desenvolvimento deve ser visto ideologicamente, de
forma que os países considerados desenvolvidos tivessem nele seu principal foco. Assim,
a teoria rostowiana aponta que, ao se impulsionar o desenvolvimento para os demais
países, as economias consideradas desenvolvidas, além de expandir ideais capitalistas,
poderiam auxiliar as demais com empréstimos e auxílio técnico (SANTOS SILVA,
2004).

As cinco etapas do desenvolvimento de Rostow são:

 Sociedade tradicional;
 A precondições para o arranco ou a decolagem;
 O arranco;
 A marcha para a maturidade;
 A era do consumo em massa.

No que tange à primeira etapa, esta se refere à sociedade tradicional, a qual é definida em
relação à sociedade moderna e se identifica liminarmente pela insuficiência de recursos.
Nesse sentido, Rostow entende tratar-se de uma economia baseada na produção rudimentar
e tradicional, que busca a subsistência e prioriza o trabalho, cujos principais recursos
provêm da agricultura e que não obtém senão limitada quantidade de capital.

Na segunda etapa, encontra-se uma sociedade em processo de transição, na qual surgem


os primeiros sintomas do que o autor considera “o princípio do arranco ou decolagem”.
Diferentemente da primeira fase, onde a produtividade é limitada, nesta etapa busca-se
romper com os factores que determinam rendimentos decrescentes, sobretudo mediante o
aumento da especialização do trabalho e a modernização tecnológica. Ao mesmo tempo,
sugerem-se mudanças relevantes nos itens relativos ao conhecimento, na política e nos
sistemas de valores, os quais alavancariam a produtividade e, consequentemente, o
desenvolvimento económico.

11
Na terceira fase, que o autor chama de “arranco”, o desenvolvimento sobrepõe- -se às
resistências e bloqueios que limitavam as mudanças económicas e sociais já ocorridas na
segunda fase. Já não há amarras – tecnológicas, políticas, institucionais, morais, etc. – que
impeçam o desenvolvimento, o qual é definido como uma revolução industrial. Nesta
etapa, fomenta-se a industrialização e ocorre a migração de mão-de-obra
predominantemente rural para o sector industrial. Constroem-se as bases da “sociedade
moderna”, não apenas do ponto de vista económico, mas também como alavanca para o
surgimento de um novo sistema político, institucional e social (SARMENTO, 2012).

Da mesma forma, também a quarta etapa, que o autor chama de “marcha para a
maturidade”, agrega o aumento da tecnologia moderna, o incentivo à produção e a busca
pela diversificação de produtos. A mão-de-obra reduz-se ainda mais no campo, em
contraponto ao aumento da mão-de-obra especializada nos centros urbanos. Assim, graças
a vários incentivos, sobretudo por parte do Estado, alguns bens anteriormente importados
passam a ser produzidos internamente. Consolida-se aqui a ideia de que, por meio da
inovação técnica, pode-se produzir tudo ou quase tudo; e isso redunda no afloramento de
novas áreas produtivas, bem como na possibilidade de importação de novos produtos para
o mercado (SANTOS SILVA, 2004).

Na quinta e última etapa, compreendida como “era do consumo em massa”, Rostow


completa seu modelo focando o consumo de uma sociedade industrial massificada, que, a
partir do aumento da renda per capita, estimula um sistema económico centrado no
consumo intensivo, tanto de alimentos e vestuário quanto de bens duráveis. Verifica-se, por
consequência, além disso, um aumento na busca por uma melhor distribuição de renda
(SANTOS SILVA, 2004).

Vale ressaltar que essas etapas não são separadas por demarcações nítidas no tempo. As
sobreposições são decorrência do modo como se processa a interacção comercial e
tecnológica entre as nações.

12
4. Metodologias usadas

A elaboração do trabalho académico envolveu a adopção de metodologias adequada para


garantir sua qualidade e rigor. Algumas metodologias usadas na elaboração do trabalho:

2. Pesquisa bibliográfica: Consiste em realizar uma revisão sistemática da literatura


existente sobre o tema do trabalho, analisando livros, artigos científicos, dissertações,
teses e outras fontes relevantes. Essa metodologia é útil para embasar teoricamente o
trabalho e identificar lacunas ou pontos de debate na literatura.
3. Pesquisa de campo: Envolveu a colecta de dados primários por meio de observação
directa ou outros métodos de pesquisa aplicada.
4. Metodologia experimental: É utilizada em estudos científicos para investigar relações
de causa e efeito. Envolve a manipulação de variáveis independentes e a observação
dos efeitos nas variáveis dependentes. É comum em áreas como a psicologia, biologia
e física.
5. Metodologia qualitativa: É uma abordagem exploratória que busca compreender e
descrever fenómenos complexos e contextualizados. Utiliza técnicas como entrevistas
semiestruturadas, observação participante, análise de discurso e estudos de caso.

13
Conclusão

Na conclusão deste trabalho, podemos destacar a importância da evolução do pensamento


económico como um reflexo das mudanças na sociedade e na economia ao longo do
tempo. Ao analisar as principais escolas do pensamento económico e o desenvolvimento
da teoria económica, podemos tirar algumas conclusões cruciais:

Diversidade de Perspectivas: A história do pensamento económico demonstra a


diversidade de abordagens e perspectivas para entender a economia. Cada escola de
pensamento trouxe contribuições valiosas e diferentes maneiras de abordar os problemas
económicos. Adaptação às Circunstâncias: As teorias económicas muitas vezes
evoluíram em resposta às circunstâncias económicas e sociais de sua época. Isso ilustra a
necessidade de abordagens flexíveis e adaptáveis para lidar com desafios económicos em
constante mutação.

Impacto nas Políticas Económicas: O pensamento económico desempenhou um papel


fundamental na formulação de políticas económicas em todo o mundo. As políticas
governamentais frequentemente reflectiram as ideias económicas predominantes da
época, o que destaca a influência directa das teorias económicas na vida das pessoas.
Relevância Contínua: Mesmo com a evolução das teorias económicas, muitos princípios
fundamentais permaneceram relevantes ao longo do tempo. A busca por eficiência,
equidade e estabilidade económica continua a ser uma preocupação central na teoria e na
prática económica.

Interdisciplinaridade: A evolução do pensamento económico frequentemente se


entrelaçou com outras disciplinas, como a sociologia, a política e a psicologia. Isso
destaca a natureza interdisciplinar da economia e a necessidade de considerar factores
sociais e psicológicos em análises económicas.

Como estudantes e profissionais da economia, é importante reconhecer a importância da


continuidade na pesquisa e no debate económico, à medida que continuamos a moldar o
futuro do pensamento económico e das políticas económicas.

14
Referências bibliográficas

FOSCHETE, M. Notas da Aula 0- Economia I, 2005. Disponivel in:


www.pontodosconcursos.com.br

GASTALDI, J.Petrelli. Elementos de economia política. 19ª edição- São Paulo: saraiva,
2005.

HUNT, E.K. e LAUTZENHEISER, Mark. 3ª edição. Tradução: VILLELA, A. Arruda.


História do Pensamento Econômico: Uma Perspectiva Crítica. Autores: Rio de Janeiro.
Elsevier: 2013.

MARX, Karl. O capital. São Paulo: Abril Cultural, 1983

NETO, Delfi m. Um Novo Viés no Ano Novo: Economia. A meta de défi cit nominal
zero em até cinco anos incentivaria à produção. In: Carta Capital. Edição Especial.
Pág. 26-27. Dez. 2005.

SANTOS, La invención del Tercer Mundo: construcción y deconstrucción del desarrollo.


Caracas: Fundación Editorial El Perro y La Rana, 2004.

SARMENTO, Gustavo. Development. In: SACHS, Wolfgang (Ed.). The development


dictionary: a guide to knowledge as power. London: Zed Books, 1992. p. 6-25.

VASCONCELLOS, J.P. e PINHO, D. B. Manual de Economia dos Professores da USP.


Ed. Saraiva, 2ª edição.

15

Você também pode gostar