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* É com grande emoção que aqui deixo este texto para recordar e homena-
gear alguém de quem fui amigo e admirador durante quase cinquenta anos. O
António Marques dos Santos foi das pessoas mais honestas e mais autênticas
que conheci. Sinto-me honrado de o ter contado entre os meus Amigos. Sinto-
me honrado por poder homenageá-lo desta forma, com a humildade de quem
sabe que ele merecia muito mais. Tenho a certeza de que os seus alunos nun-
ca o esquecerão. Ele sentir-se-á feliz por isso.
Publicado em Estudos em Memória do Professor Doutor António
Marques dos Santos, Coimbra, Almedina, 2005, 393-422.
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9 John Locke poria em relevo que a riqueza não consiste apenas em mais ou-
ro e prata, mas mais relativamente aos outros países (apud M. BLAUG, ob. cit.,. 14).
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que querem fazer andar duzentos anos para trás o relógio da his-
tória.
Em certo sentido, poderá dizer-se que os mercantilistas
antecipam a concepção, depois mais elaborada teoricamente por
Malthus, segundo o qual a desigualdade social e a existência de
um grande número de trabalhadores miseráveis constituem uma
condição de progresso. Perante a nova situação resultante da re-
volução industrial, Malthus advogaria uma política anti-
populacionista. Os escritores dos séculos XVII e XVIII, porém,
defenderam abertamente políticas populacionistas (que foram
efectivamente postas em prática, sobretudo na Inglaterra e na
França), convencidos de que uma população numerosa e cres-
cente constituiria a causa principal da riqueza, se não mesmo a
própria riqueza, o activo mais sólido de uma nação. E Schumpet-
er sustenta que, nas condições da época, era manifestamente
verdadeiro o entendimento de que o aumento da população au-
mentaria o rendimento real per capita.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
uma lei que proibisse aos comerciantes tornarem-se fabricantes. Informação colhida
em K. MARX, Le Capital, cit., 557.
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