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O MERCANTILISMO PARA A AULA


DE HISTÓRIA
Prof. Vilmar Antônio Carvalho[*]

Montchrétien escrevia ainda, no século XVII, pensando na necessidade que os espanhóis tinham de recorrer aos franceses para
comprar as preciosas lonas para velas: se eles têm navios, nós temos as asas. (Fernand Braudel)

O mercantilismo tem se constituído em tema periférico de muitos outros estudos da


História da Economia. Temas como “transição feudo-capitalista”, “acumulação
primitiva do capital”, “fase comercial do capitalismo” e “Absolutismo” recorrem ao
estudo do chamado sistema mercantil, na tentativa de se descartar a ideia de um
capitalismo eterno, sempre presente na história das sociedades. Por outro lado,
inversamente, muitas vezes para explicar e reforçar a natureza eterna do capital e de sua
responsabilidade histórica pelo progresso das sociedades contemporâneas. Nesta
perspectiva, o capitalismo esteve presente na Antiguidade Clássica, nas cidades
comerciais da Idade Média, nas caravanas e embarcações que transportaram
mercadorias antes dos séculos XVI. Um sistema que durante séculos sofreu inúmeros
obstáculos e que o mercantilismo, uma espécie de “berço”, pôde encaminhar até o
limiar da máquina a vapor, introduzida na indústria na segunda metade do século XVIII.
Não é à toa que o termo tenha sido criado na época de Adams Smith, para designar a
doutrina econômica que defendia a intervenção do Estado nos negócios da riqueza
nacional, somente aparecendo enquanto conceito econômico no clássico “A Riqueza das
Nações: Investigação sobre sua natureza e suas causas”, em 1776.

O mercantilismo analisado pela crítica liberal, também pode ser observado como
escola econômica, desenvolvida entre os anos de 1500 a 1750, se bem que totalmente
calcada em escritos bastante pessoais, variados e empíricos, sem lugar para observações
de natureza científica fundadas em conhecimentos acadêmicos ou filosóficos. Coube
somente à fisiocracia e depois ao liberalismo romperem com a tradição meramente
pragmática do pensamento econômico e adotar uma postura que enveredou pela busca
de explicações racionais sobre a economia e o seu funcionamento. Outro aspecto
importante a ressaltar, é que o mercantilismo tem suas raízes na baixa idade média e se
configura depois como política econômica do Estado nacional, conforme preconiza
Pierre Deyon (1973):
A comuna medieval legou ao Estado moderno uma sólida tradição de intervenção na vida econômica e
social. Ela não era indiferente a nenhuma das atividades profissionais e comerciais de seus burgueses, e
exercia sobre os estrangeiros uma violência sem indulgência.

Segundo Deyon, esclarecendo com mais detalhes a origem e o desenvolvimento


do mercantilismo nos fundamentos do estado moderno:

Os Estados monárquicos dos séculos XV e XVI encontraram, pois, neste tesouro de experiências e de
regulamentos, os primeiros elementos de sua política econômica; numa certa medida, o mercantilismo
que começa a se afirmar na França e na Inglaterra da segunda metade só século XVI estendeu aos limites
das jovens monarquias nacionais as preocupações e as práticas das cidades da Idade Média.
A mesma perspectiva, contudo, encontra-se ampliada por Max Weber (1968) que
percebe a relação entre o mercantilismo e o Estado absolutista sob o enfoque de que o
primeiro “significa a transferência do empreendimento aquisitivo capitalista para a área
política”, ou melhor: “o fim consiste em fortalecer a direção do Estado em relação ao
exterior... e a criação do maior número possível de fontes de receitas no próprio país”.
Em Max Weber, o mercantilismo é observado, portanto, enquanto sistema econômico
com funções tributárias e burocráticas, uma exigência da aliança do Estado com os
interesses capitalistas:

Trata-se o estado como se este se compusesse exclusivamente de empresários capitalistas; a política


econômica em relação ao exterior baseia-se no princípio de passar para trás o adversário, de comprar mais
barato e vender mais caro.

Ou seja, o aumento das receitas reais e a elevação da capacidade tributável da


população estavam no horizonte do sistema mercantil, cuja burocracia somente um
Estado centralizador e racional poderia dispor para fim de se realizar a empresa
capitalista e o crescimento do tesouro estatal; daí o caráter monopolizador das
iniciativas econômicas do Absolutismo. Outras análises históricas elaboradas por
economistas políticos de inspiração marxista, diferentes daquelas de Adams Smith,
representante maior dos economistas clássicos, e de Max Weber, observam o
mercantilismo como a expressão econômica da transição feudo-capitalista, mas
apropriada ao processo de dissolução da antiga ordem feudal pelos mecanismos da
acumulação originária do capital, que o próprio Marx descreve ironicamente na Crítica
à Economia Política, referindo-se ao sistema protecionista em voga na Europa do século
XVII:

O sistema protecionista foi o meio artificial de criar fabricantes, de expropriar os trabalhadores


independentes; de converter em capital os instrumentos e condições materiais do trabalho; de abreviar à
viva força do capital a transição do mundo tradicional de produção ao moderno. Os Estados Europeus
disputaram entre si a patente desta invenção, e, uma vez, ao serviço dos negociantes, esses Estados não
contentaram em sangrar o seu próprio povo, indiretamente pelos direitos protetores e diretamente pelas
taxas de exportação, os monopólios de venda no interior, etc.

Marx considerava o pensamento econômico, anterior à economia política


burguesa, limitado pelas condições pré-capitalistas e preso à lógica de que a circulação
de mercadorias era a fonte de geração da riqueza nacional. Somente com o advento da
economia política clássica, com Willian Petty e Adams Smith, é que se deu a construção
de um conjunto científico e lógico de explicações sobre o funcionamento da economia,
observando-se a origem da riqueza: o trabalho. A chamada teoria do valor-trabalho
rompe com o empirismo mercantilista e anuncia a ciência econômica moderna. O
Dicionário de Economia Política de Borísov, Zhamin y Makárova, publicado em
Moscou e traduzido para o espanhol em 1965, demonstra em poucas palavras a postura
das análises das categorias econômicas de Marx em relação ao mercantilismo:

O mercantilismo, segundo caracterização de Marx, foi a pré-história da economia política. La verdadeira


ciência econômica moderna começa somente quando a investigação teórica passa do processo de
circulação ao processo de produção (Marx). Em seu tempo, a política do mercantilismo foi progressiva,
contribuiu para desenvolver as primeiras grandes empresas capitalistas: as manufaturas; facilitou o
progresso das forças produtivas, a vitória do capitalismo sobre o feudalismo.

Assim, o mercantilismo é denunciado por Marx enquanto forma de exploração do


trabalho e apropriação de seus resultados, mas considerado como “progressista” em
relação ao feudalismo, visto que contribuiu na criação das empresas capitalistas e,
consequentemente, com o desenvolvimento das forças de produção dirigidas à
manufatura. Um olhar que passa ao largo das intricadas relações do mercantilismo com
o Estado, como nos faz perceber Max Weber, e que somente alguns herdeiros
intelectuais do marxismo (no século XX) passaram a considerar sob o enfoque dos
problemas políticos envolvendo a transição feudo-capitalista. Para muitos, o
mercantilismo deve ser entendido como parte integrante do processo de gestão do
Estado moderno, mais apto à consagração de uma superestrutura político-jurídica em
defesa da propriedade privada e da apropriação dos excedentes de produção pelos
capitalistas, conforme observa Nicos Poulantzas (1986) referindo-se à presença
acentuada da burguesia nas estruturas do Estado moderno dos séculos XVI e XVII.
Podemos, então, traçar as três explicações mais divulgadas a respeito do mercantilismo,
aqui apresentadas:

1     Adam Smith: o mercantilismo é observado enquanto “intervencionismo” do Estado na


economia, e seus divulgadores aqueles comerciantes interessados em descrever as
relações dos negócios com o Estado;

2    Max Weber: o mercantilismo é a “transferência” do empreendimento capitalista para


esfera política. O Estado moderno transformado em “homem de negócio”. E seus
divulgadores seriam burocratas a serviço do Estado;

3  Karl Marx: o mercantilismo é a “pré-história” do capitalismo, o conjunto de práticas que


deram substância à acumulação primitiva do capital; e seus divulgadores cronistas
burgueses “enfeitiçados” por fábulas que escondem a propriedade privada e a
exploração do trabalho pelo capital.

Em síntese, o mercantilismo, na perspectiva marxista, é parte integrante da


transição feudo-capitalista, sua política econômica; enquanto para os liberais e para os
seguidores de Weber, o “capitalismo comercial” que possibilitou a libertação do capital
de entraves políticos, morais e religiosos existentes desde sempre.

Didaticamente falando, em torno dessas explicações, esmiuçasse-se o


funcionamento do mercantilismo, a divulgação de sua história e de seu programa
econômico. Um consenso que muitas vezes mistura sistema mercantil, transição-feudo
capitalista, capitalismo comercial e revolução comercial sinônimos, diluindo a
compreensão das diferentes análises sobre o tema numa confusa temporalidade que
exigem tratar o mercantilismo enquanto experiência histórica.

A história do mercantilismo começa com a expansão comercial que a Europa


conhece com mais repercussão a partir da baixa Idade Média. Seu perfil de política
econômica foi se formando na medida em que o Estado aprimorou os instrumentos
contábeis, jurídicos e políticos no trato com as atividades comerciais e manufatureiras,
principalmente na Inglaterra e na França, onde o sistema amadureceu, possibilitando as
formulações do liberalismo e da fisiocracia, percussores das ciências econômicas e
grandes críticos das principais teses mercantis. As teses do mercantilismo são apontadas
pelos inúmeros textos sobre o assunto, considerando um elenco de práticas comerciais e
governamentais com finalidades estratégicas declaradas:

1. A riqueza existe no mundo, na condição de quantidades fixas; sua realização implica


na “perda” por parte do outro ator envolvido na troca;
2. O comércio externo é chave para a realização do poder e da riqueza, pretendendo-se
uma balança comercial sempre positiva;

3. O propósito da atividade econômica é a produção; a riqueza da nação é diferente do


somatório das riquezas individuais;

4. A elevação da produção aumenta a exportação, contudo que se mantenham baixos os


níveis de consumo interno;

5. Os baixos salários garantem mais vantagem competitiva no mercado;

6. As precárias condições de vida dos trabalhadores reduzem o esforço e as horas de


trabalho, ou seja, impedem a elevação do consumo interno;

7. A pobreza individual beneficia a nação, na medida em que o produto nacional é mais


importante que o consumo nacional.

8. A balança comercial favorável é fundamental: ampliar as exportações e limitar as


importações;

9. O estoque de metais preciosos é a melhor garantia da riqueza nacional, por isso


rechaçavam a exportação desses metais, exceto para compra de matérias-primas;

10. O governo é o ordenador dessas condições para se realizar a riqueza nacional. A


riqueza individual se apropria das benesses da intervenção estatal.

Os mercantilistas apoiados nesse mosaico de explicações sobre a origem da


riqueza consideravam a circulação a responsável pela geração das rendas obtidas
sempre pelo espírito engenhoso e egoísta do mercador. Essa lógica também explicava a
relação entre as nações concorrentes, concebendo-se a impossibilidade que todas as
nações comerciais pudessem obter uma balança comercial favorável. Daí se postular o
metalismo e sua tese central: impedir a remessa de ouro e prata para o exterior,
reivindicando que a riqueza nacional deriva do lastro de metais preciosos seu poder. Os
primeiros mercantilistas, tais com Stamford e outros, insistiam nesta proibição. Porém,
mais tarde, com o crescimento das relações econômicas, principalmente com o
crescimento das trocas no mercado exterior, a tese metalista tornou-se inconsistente,
considerando que a política de reter o dinheiro da circulação não se firmava diante da
concorrência por mercados e mercadorias estrangeiras. Quando da alternativa à
circulação monetária ativa, provocada pelo comércio internacional, formulou-se a tese
da balança comercial presente nos estudos dos chamados mercantilistas tardios: o inglês
Thomas Mun e o espanhol Antônio Serra.

O mercantilismo também apresenta em sua história uma tipologia que variou de


época e de país europeu:

Espanha: O bulionismo ou metalismo foi assinalado pela quantidade de riqueza


obtida através de metais ou materiais preciosos. O metalismo tornou-se, portanto, a
forma mais tradicional e antiga do mercantilismo. Os praticantes dessa teoria foram os
espanhóis que possuíam colônias produtoras de metais na América, e isso lhes
condicionava a importação de produtos manufaturados, e até mesmo de alimentícios,
em constante oposição à exportação de metais. Essa prática quase abalou com as
atividades agrícolas e manufatureiras espanholas, enquanto o resto da Europa também
sofreu com a subida dos preços (caso que ficou conhecido como a Revolução dos
Preços, ocorrida entre 1540-1640 – devido à ampliação do meio circulante. Como os
espanhóis tinham um grande acúmulo de moedas e metais preciosos em seu país e o
consumo europeu era muito grande, os demais países concorrentes se adaptaram para
tirar proveito dessa situação, o que ocasionou uma inflação de preços sem precedentes.

Inglaterra: O mercantilismo na Inglaterra foi considerado comercial, e ao final do


século XVII considerado como industrial. Os ingleses possuíam uma completa marinha
mercante e de guerra, além de contarem com o apoio de corsários, devido a esses
excelentes provimentos marítimos a Inglaterra conseguiu ampliar as suas riquezas
através do comércio internacional de mercadorias. Em 1651 foi promulgado o Ato de
Navegação na Inglaterra, o qual estabelecia que o comércio de mercadorias inglesas
fosse realizado por navios exclusivamente ingleses. Isso garantia a posição inglesa no
comércio mundial, estimulando o capitalismo inglês, e privilegiando a indústria naval e
a burguesia mercantil daquele país.

França: O ministro de Luís XIV, Jean-Baptiste Colbert via no mercantilismo


“não um fim em si mesmo, mas o meio mais adequado de aumentar a riqueza e o poder
do Estado”. O ministro tinha plena certeza de que a riqueza de um país dependia da
quantidade de ouro e prata acumulados, a ponto de afirmar que os metais constituíam “o
sangue da economia, o sangue do próprio Estado”. Por essa razão, adotou uma série de
políticas, tais como: a proibição à exportação de metais; o desenvolvimento da
navegação; o crescimento do Império colonial francês, buscando melhorar a balança
comercial; a criação de várias companhias de comércio e a proteção da indústria de
produtos de luxo muito próspera na França, daí o nome dessa variável de mercantilismo,
denominado “industrial” ou Colbertismo.
Palmares, 2011

[*] Mestre em História pela UFPE, professor do Departamento de História da FAMASUL, Palmares-PE.
Postado há 18th March 2011 por Vilmar Carvalho
Marcadores: História

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