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I. OBSERVAÇÃO:
O mito – a rigor nunca existiu, criação é historicamente posterior ao objeto.
Fisiocrates e economistas clássicos são adversários que de certa forma o construíram
denominando – o como “sistema mercantil” ou de comércio – isto no século XVIII a XIX.
Fisiocrates – Primeira escola econômica, nela pode – se encontrar as origens do liberalismo
econômico. É na França na segunda metade do século XVIII que as idéias fisiocráticas surgem em
oposição à teoria mercantilista, que defendia a intervenção estatal na economia e que não concebia
a existência de leis econômicas.
- Quesnay – aplicou a matemática no estudo dos fenômenos econômicos -primeira expressão
nacional de funcionamento da vida econômica. (Beruti, p 134).
Para os fisiocratas, apenas a produção agrícola permite a obtenção de riquezas. Eram também
chamados agraristas.
Escola Clássica – Na mesma época em que na França surge a ciência econômica com os
fisiocratas na Inglaterra (1776). Adam Smith desenvolve a escola clássica, que se opunha ao
pensamento mercantilista e que critica os fisiocratas.
Para Smith – O trabalho aliado ao capital é fator determinante de riqueza.
Escola Histórica Alemã – Simpatizante, no final do século XIX seus membros deram o nome:
merkantilismus.
Resultado (mercantilismo):
1) A palavra não é contemporânea do objeto indicado.
2) O objeto jamais apresentou coerência interna.
II. OBSERVAÇÃO:
- Advertência quanto ao anacronismo – “não se pode denominar mercantilistas a quaisquer idéias ou
praticas econômicas que possuam como característica básica a intervenção do Estado na
economia” (Falcon, p.9).
“Mercantilismo não a palavra ou o sistema, mas aquilo que de fato significa foi produto de
condições específicas de um determinado período histórico do ocidente caracterizado pela
transição do feudalismo ao capitalismo” (Falcon, p.9).
III. OBSERVAÇÃO:
Não existe consenso acerca do que devemos entender por mercantilismo. A palavra pode significar:
1) Baseado em afirmação de Marx que diz que “a era propriamente capitalista não data senão
do século XVI”.
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Logo muitos identificam esse capitalismo (denominado comercial) com o próprio mercantilismo –
capitalismo predominantemente mercantil.
Época da história do capitalismo caracterizado pelo papel motor do comércio.
2) Para outros, mercantilismo é a forma econômica ou o sistema que caracteriza a
economia nacional.
Etapa de evolução econômica marcada pela separação da economia urbana.
3) Tendência de atribuir ao mercantilismo o caráter de um verdadeiro sistema econômico ou
mesmo de um modo de produção situado entre o feudalismo e o capitalismo.
Convergem dois pontos de vista oriundos de posições teóricas excludentes: idealista e
materialista.
Materialistas: mercantilismo é algo que se aproxima de um modo de produção ou de uma estrutura
econômica especifica, cuja tônica é a atividade comercial e seu papel chave é o acumulo primitivo
de capital.
MERCANTILISMO
Texto: FALCON, F. A época pombalina. São Paulo, ed. Ática. 1982. pp. 59 -91.
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2) O aparecimento dos estados Modernos nacionais, territoriais, governados por
monarquias absolutas (p.64).
3) Mutações mentais > novas atitudes frente aos problemas.
b) Determinações que condicionam a natureza do mercantilismo:
Os primórdios do Mercantilismo podem ser entendidos – sob certo ângulo – como: transposição da
política econômica urbana da Idade Média para a economia no âmbito dos novos estados
centralizados, ou seja, “é a passagem da economia urbana à economia nacional” segundo Heckscher.
- Assim o “colonialismo urbano” (Dobb) traço característico da economia urbana passou pra vasto campo
da: “política colonial dos modernos Estados europeus” (p.64).
* Todavia essa visão é passível de simplificação embora seja correto esse caráter simultâneo medieval e
moderno. (p.64).
Para Falcon a compreensão do caráter do mercantilismo e sua estrutura: se deve utilizar os dados
econômicos e políticos que formam a essência do período de transição.
a) Aspectos econômicos - tem como objetivo garantir a defesa do mercado nacional.
Assegurar à burguesia nascente as condições de monopólio econômico e mão de obra,
indispensáveis para sua expansão, os dados econômicos destaca – sé:
As transformações econômicas que opõe grupos distintos de interesses. (p.64). Por
exemplo: burguesia mercantil e industrial.
“A luta entre os seus elementos por causa das limitações impostas ao acesso aos
negócios” (p.64).
b) Aspectos políticos – duas direções distintas, mas inter - relacionadas. (p. 65).
1) Do fiscalismo.
2) Da política econômica propriamente dita.
“O que as entrelaça é o próprio “Estado Absolutista” que necessita de renda alta para pagamento não só
do luxo, mas da diplomacia, da guerra e a administração, e para sustentar a nobreza senhorial
tradicional cujas rendas estão declinantes”.
Os impostos e taxas correspondem a essas necessidades, e é a primeira iniciativa.
- A política econômica que deverá pressupor aparato administrativo é mais tardia mais complexa, nesta se
faz sentir as conexões burguesia mercantil e banqueiros.