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 Características

Na poesia deste heterónimo são visíveis muitas características.

Este poeta é defensor do estoicismo, que consiste na procura da felicidade segundo uma
conformidade com a natureza, uma aceitação das leis do destino e permanecendo longe dos
males, do amor, e de tudo que afete a razão e o sossego da alma (o que sugere alguma
indiferença por parte do sujeito poético).

Ricardo reis tem a consciência da morte, tem um tom moralista em relação à liberdade (que
provem da ausência de amor) e, como vive tranquilamente, recusa as preocupações do futuro.

É um poeta comtemplativo. A sua poesia ensina a saber comtemplar, ou seja, a ver


intelectualmente a realidade. Para Reis, é necessário saber-se apreciar o prazer das coisas,
serenamente e conscientemente.

É defensor do epicurismo, pois defende o prazer do momento, o Carpe Diem, como caminho
para a felicidade, evitando o sofrimento;

Na sua poesia está ainda bastante presente o domínio dos deuses.

 Poema

O tema deste poema será o domínio dos deuses, mais propriamente a sua relação com os
homens.

 1ª estrofe

O poema está dividido em 2 partes. A 1ª estrofe corresponde à primeira parte, onde é feita
uma revelação de que há forcas superiores aos homens que os compelem.

O poema inicia-se com a expressão “anojos ou deuses”, que indica a presença de Figuras
superiores: Deuses, destino.

O sujeito poético está-se a comparar a si e aos homens a figuras superiores e conclui que,
ainda assim, há sempre algo acima deles mesmos. Neste caso, o sujeito poético compara-os a
Deuses e a anjos, que são ainda inferiores ao Destino.

A forca do verbo compelir indica que essas forcas superiores nos fazem agir segundo a sua
vontade

A caracterização da visão, como sendo perturbada, indica manipulação, refere-se à nossa


perceção e sugere-nos algo que não é concreto mas que nos faz agir contra a nossa vontade,
ou seja, faz os homens sentirem-se contrariados

 2ªestrofe

A 2ªparte é constituída pela 2ª e 3ª estrofe, onde se justifica o conteúdo da 1ª com recurso a


uma comparação.

É feito um Elogio da vida rustica: a felicidade só é possível de alcançar no sossego do campo, o


que mostra uma indiferença face à socialidade.

Os verbos coagir e obrigar remetem para uma ideia de submissão


Expressões- ideia de incompreensão

Nesta estrofe é ainda feita uma comparação entre a relação homem/deuses com a
animais/pastores.

Os pastores controlam os animais, não os deixando agir por vontade própria, assim como o
Homem também está submisso de seres superiores (critica à liberdade).

A reação dos homens a esta submissão tem de ser igual à dos animais, têm de ignorar e seguir
com a sua vida sem questionar, de forma a evitar o sofrimento.

 3ªestrofe

Expressão- ideia de contrariedade

Nesta estrofe está a ideia de que é através do pensamento e das vontades que os homens são
guiados para onde os Deuses querem, sem perceberem que não são livres.

Ainda que contrariados, os homens admitem e têm que aceitar que se deixam guiar. (aceitação
da vida, do destino).

 Sentimentos do sujeito poético

Ao longo deste poema, o sujeito poético sente-se

Angustiado com o seu pensamento e essa agustia provém do pouco que pensa sobre a sua
vida;

Intrigado, contrariado e incompreendido

O sentimento que prevalece é a aceitação objetiva de um facto: o sujeito poético constata o


que para ele é um facto objetivo- que os homens se relacionam com os Deuses e que são
guiados por estes e pelo Destino. Ou seja, há uma aceitação da vida.

O que se sucede é um sentimento de desilusão com a realidade, uma vez que se mostra
consciente da verdade.

 Conclusão

 Recursos expressivos

Este poema é pobre em recursos expressivos.

Metáfora inicial do poema: o sujeito poético compara-se a figuras superiores

Comparação, que já foi referida anteriormente, compara a relação dos deuses/homens e a


animais/pastores

Metáfora: refere-se à forma pela qual nós somos guiados, sem nos apercebermos

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