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Um ANTICRISTO ISLÃMICO - A BESTA

do ORIENTE MÉDIO
Por que a Rússia nunca invadirá Israel
Escritor de livro sobre Anticristo islâmico diz que há outro
perigo maior
Durante gerações, os cristãos que pesquisam as profecias bíblicas sobre os
tempos finais têm olhado a Rússia com desconfiança, tentando imaginar
exatamente como e quando aquele ataque esperado vindo do norte seria
lançado contra Israel, o ataque que marca o começo do fim.

Mas o autor do recente livro, “Mideast Beast: The Scriptural Case of an Islamic
Antichrist” (Besta do Oriente Médio: O Argumento Bíblico em favor de um
Anticristo Islâmico), diz que os crentes deveriam esquecer a Rússia, e em vez
disso se preocupar com a Turquia.
A região da Turquia, afinal, era onde a estrutura islâmica de poder governava
até um século atrás, e embora o Irã, o Egito e a Síria estejam ocupando as
manchetes nestes dias por suas atividades muçulmanas, a influência islâmica
na Turquia não para de crescer.
Aliás, apenas dias atrás, Recep Tayyip Erdogan, o primeiro-ministro da
Turquia, convidou Fethullah Gulen, o imam eremita do movimento islâmico
possivelmente mais poderoso do mundo, para voltar para a Turquia.
“Queremos que este anseio seja cumprido”, disse Erodgan. “Queremos ver
entre nós aqueles que estão no exterior e ansiando a pátria… Estamos dizendo
que essa ausência do lar [de Gulen] tem de acabar”.
Joel Richardson, autor do recente livro “Mideast Beast,” diz que a suposição
sobre a Batalha de Magogue e Gogue, revelada na profecia bíblica de Ezequiel
38 e 39, precisa ser corrigida para que as pessoas entendam.
Num comentário em WND hoje, Richardson explica que a suposição de que a
referência bíblica a Magogue indicaria a Rússia foi desenvolvida uns 100 anos
atrás, e vem sendo ensinada e debatida desde então dessa forma.
Contudo, a realidade é que o mais provável é que seja a Turquia, disse ele.
“Para as pessoas que se preocupam com a verdade, estudos teológicos
modernos afirmam unanimemente que está mais que na hora de descartar a
noção de que o profeta Ezequiel predisse que a Rússia invadiria Israel”,
escreve ele. “O que então ele predisse? Para qual país em ascensão no
Oriente Médio Ezequiel está apontando para nós que será o líder de uma
coalizão dos últimos dias que atacará Israel?
“Em meu livro, „Mideast Beast: The Scriptural Case for an Islamic Antichrist‟,
forneço ao estudante comum da Bíblia todas as ferramentas necessárias para
compreender muitas das mais importantes profecias dos tempos finais da
Bíblia. À medida que as dificuldades do fim desta era agora estão cada vez
mais perto, é absolutamente fundamental que os estudantes da Bíblia
diligentemente estudem o significado desses textos de modo cuidadoso e
responsável. A urgência do momento exige nada menos”, disse ele.
Ele disse que a promoção da suposição de que o exército que marcharia para
atacar Israel seria o russo surgiu em torno da época do lançamento da Bíblia
de Referência Scofield, no início do século XX, e essa interpretação influenciou
muitas outras obras de referência.
Vários materiais de estudo bíblico incluem os seguintes mapas, que mostra que
Magogue é a Rússia.

Ele diz que em 1971, o então governador Ronald Reagan continuou esse foco,
dizendo: “Ezequiel nos diz que Gogue, a nação que liderará todas as outras
potências contra Israel, virá do norte. Os teólogos há décadas dizem que
Gogue só pode ser a Rússia. Qual outra nação poderosa há no norte de Israel?
Nenhuma”.
Mas uma pesquisa que Richardson consideraria mais exata retrata Magogue
como sendo a nação da Turquia:

Richardson explica que um modo diferente de interpretar a Bíblia resulta em


conclusões diferentes.
Mas ele disse: “No final do sétimo século e começo do sexto século a.C.
quando Ezequiel profetizou, Magogue, Meseque e Tubal eram conhecidos
como tendo habitado na Ásia Menor, ou a Turquia moderna”.
O livro de Richardson vem depois de seu sucesso anterior, “The Islamic
Antichrist” (O Anticristo Islâmico), um livro que mudou as opiniões
escatológicas de muitos evangélicos desde seu lançamento dois anos atrás.
O novo livro é uma continuação do outro — com evidências ainda mais bíblicas
de que o Anticristo, um personagem há muito tempo antecipado, será um
muçulmano do Oriente Médio.
Ao passo que a maioria dos estudantes da Bíblia há muito tempo sustenta que
alguma forma de humanismo ou religião universalista catapultaria o Anticristo
para o poder mundial, “Mideast Beast”defende sistematicamente o argumento
de que o Anticristo está agora mesmo diante de nós batendo na porta.
Veja em inglês todos os livros e vídeos pioneiros de Joel Richardson.

Traduzido por Julio Severo do artigo de WND: Why Russia will


never invade Israel

Fonte: www.juliosevero.com

“O Anticristo islâmico: A chocante realidade sobre a


verdadeira natureza da besta”
 Postado por BEN YAOHU em 28 setembro 2012 às 2:10
 Exibir blog
670 milhões de muçulmanos esperam para breve a
vinda do último prof...
21 / 8 / 2012
“É hora de o mundo cristão
acordar e cair de joelhos em oração“, alerta especialista em profecias
bíblicas
Mais de dois terços do um bilhão de muçulmanos que vivem no planeta
esperam que o Mahdi venha logo, indica a nova pesquisa Pew Research.
Para a maioria deles, o Mahdi será o último imã profeta islâmico, que virá
governar o mundo e derrotar os inimigos dos que servem a Alá.
Os resultados confirmam as previsões do autor cristão Joel Richardson,
que lançou recentemente o livro “The Middle East Beast”, uma
continuação do seu best-seller de 2009: “O Anticristo islâmico”.
Richardson tem sido criticado repetidamente por alertar os cristãos
que muitos muçulmanos vêem na vinda Mahdi o que a Bíblia chama
de o “Falso profeta”, que deve acompanhar o Anticristo em seu
reino de sete anos.
A pesquisa divulgada pelo Instituto Pew Research mostra que no Oriente
Médio, Norte da África, Sul da Ásia e Sudeste da Ásia “metade ou mais
muçulmanos acreditam que vão viver para ver a vinda do Mahdi”. Esta
expectativa é mais difundida no Afeganistão (83 %), Iraque (72 %),
Tunísia (67 %), Turquia (68%) e Malásia (62 %).
“Em alguns países com populações sunitas e xiitas maiores, os pontos
de vista sobre o retorno do Mahdi diferem. No Iraque, por exemplo, os
xiitas são mais propensos do que os sunitas a esperar que o Mahdi
venha em breve. No Azerbaijão, a diferença entre os dois grupos
também é grande (25 pontos percentuais)”, disse o relatório. “As
diferenças entre xiitas e sunitas sobre esta questão reflete o papel mais
central que o retorno do Mahdi desempenha no islamismo xiita.”
Em resumo, estima-se que 672 milhões muçulmanos esperam
testemunhar em breve o regresso do Mahdi. “Agora, pela primeira vez,
um estudo abrangente, incluindo dezenas de milhares de muçulmanos,
em mais de 23 países, pergunta se eles acreditavam que a vinda do
Mahdi era iminente, que ocorreria em breve. Os resultados provam
conclusivamente o que já venho alertando há muito tempo”, escreveu
Joel Richardson.
O projeto Pew mostra ainda o que os muçulmanos acreditam sobre
anjos, predestinação, vida após a morte, céu e inferno. Além disso, eles
crêem que o Mahdi virá acompanhado de Jesus, que deverá negar o
cristianismo e mostrar que o Islã é o penhor da fidelidade a Deus.
Os resultados do Pew sobre a crença no Mahdi:

“Outro fator importante que eu tenho ressaltado há anos, é que,


embora os líderes do Irã regularmente façam muito alarde sobre o
Mahdi – muitas vezes referindo-se a ele como o 12º Imã… Os
estudiosos muçulmanos iranianos desenvolveram uma teologia muito
profunda sobre o assunto… No meu livro „Anticristo Islâmico: A verdade
chocante sobre a verdadeira natureza da besta” eu alerto as pessoas
para observarem o mundo assustador das visões apocalípticas islâmicas,
comparando-as com as profecias bíblicas sobre a vinda do Anticristo… O
mundo deveria, de fato, ficar muito preocupado.
No meu novo livro, „A Besta do Oriente Médio‟, eu demonstro como o
anticristo será islâmico. É hora de o mundo cristão acordar e cair de
joelhos em oração”, explica Joel Richardson.
Com informações WND

COMPARANDO O ANTICRISTO BÍBLICO E O MAHDI ISLÂMICO


PUBLICADO EM 18 DE DEZEMBRO DE 2013 ATUALIZADO EM 18 DE DEZEMBRO
DE 2013

O Anticristo

Muitos dos que sequer leram a bíblia já ouviram falar do homem popularmente
conhecido como “O Anticristo”. Colocando em termos simples, segundo a Bíblia, o
Anticristo será o principal agente humano de Satanás na terra nos últimos dias. É
interessante notar que na Bíblia o Anticristo foi na verdade denominado como tal
apenas uma vez (1João 2:18). Contudo, considerando os outros nomes, há
numerosas referências ao Anticristo ao longo da Bíblia. Dentre os vários nomes que as
Escrituras atribuem ao Anticristo encontramos “a Besta” (Apocalipse 13:4), “a
abominação da desolação” (Mateus 24:15), “o desolador” (Daniel 9:27), “o homem
ímpio”, “o adversário”, “filho da perdição” (2Tessalonicenses 2), “o pequeno chifre”
(Daniel 7:8), “o assírio” (Miquéias 5:5) “o opressor”, “rei da Babilônia” (Isaías 14) e até
pelo misterioso “Gog” (Ezequiel 38:1 e Apocalipse 20:7). Há vários outros nomes nas
Escrituras para se referir ao Anticristo.

Indo além de todos esses nomes incomuns, quem de fato é o Anticristo? Neste
capítulo serão revisadas algumas das descrições primárias e ações que definem quem
é o Anticristo de acordo com a Bíblia. Nossa análise também focará algumas das
similaridades assaz específicas entre o Anticristo e o Mahdi.

Um poderoso político e líder militar mundial

Da Bíblia aprendemos que, nos últimos dias, o Anticristo emergirá como um homem
que liderará um império cujo poder não tem precedentes na história. Esse poderoso
papel de líder atribuído ao Anticristo foi pela primeira vez descrito claramente na Bíblia
pelo profeta Daniel. No sétimo capítulo do livro de Daniel, o profeta descreve uma
visão de quatro “bestas” excepcionalmente bizarras. Após descrever as três primeiras,
Daniel diz o seguinte da quarta:
A seguir, ao contemplar essas visões noturnas, eu vi um quarto animal, terrível, espantoso, e
extremamente forte: com enormes dentes de ferro, comia, triturava e calcava aos pés o que
restava. Muito diferente dos animais que o haviam precedido, tinha este dez chifres. Enquanto
eu considerava esses chifres, notei que surgia entre eles ainda outro chifre, pequeno, diante do
qual foram arrancados três dos primeiros chifres pela raiz. E neste chifre havia olhos como
olhos humanos, e uma boca que proferia palavras arrogantes. (Daniel 7:7-8)

Então, nos versos 15 e 16, Daniel pede a um anjo presente à sua visão que explicasse
a interpretação das quatro bestas. O anjo então explicou que as quatro bestas
representam quatro grandes reinos ou impérios:
Eu, Daniel, fiquei inquieto no meu espírito, e as visões de minha cabeça me perturbavam.
Aproximei-me de um dos que estavam ali presentes e pedi-lhe que me dissesse a verdade a
respeito de tudo aquilo. E ele me respondeu, fazendo-me conhecer a interpretação dessas
coisas: “Esses animais enormes, em número de quatro, são quatro reis que se levantarão da
terra. (Daniel 7:15-17)

É, com efeito, uma sentença bem direta. Daniel pergunta de novo ao anjo
especificamente sobre a quarta besta, particulparmente acerca do “pequeno chifre”
que desenraiza os outros três. O anjo novamente responde com uma explanação clara
e assaz direta:
E ele continuou: “O quarto animal será um quarto reino sobre a terra, diferente de todos os
reinos. Ele devorará a terra inteira, calcá-la-á aos pés e a esmagará. 2 4 Quanto aos dez
chifres: são dez reis que surgirão desse reino, e outro se levantará depois deles; este será
diferente dos primeiros e abaterá três reis (Daniel 7:23-24)

Em essência, o anjo explica que o quarto reino será um império que causará grande
destruição por toda a terra. Inicialmente, esse reino consistirá em deis reis. Eis que
então um décimo primeiro emergirá e substituirá os três anteriores. Esse décimo
primeiro rei é o Anticristo referido como o “pequeno chifre”. Assim, constatamos a
partir da visão dada por Daniel, que o Anticristo é um futuro rei que primeiro obterá
controle sobre outros três reinos ou nações — e eventualmente sobre dez —,
formando assim seu futuro império da “Besta”. Será um império de poder e ferocidade
inigualáveis, que “devorará a terra inteira, calcá-la-á aos pés e a esmagará.”

Na última parte do capítulo sétimo de Daniel o anjo descreve a Daniel as ações desse
rei, assim como seu fim:
[Ele] proferirá insultos contra o Altíssimo e porá à prova os santos do Altíssimo; ele tentará
mudar os tempos e a Lei, e os santos serão entregues em suas mãos por um tempo, dois
tempos e metade de um tempo. Mas o tribunal dará audiência e o domínio lhe será arrebatado,
destruído e reduzido a nada até o fim. (Daniel 7:25,26)

Ali é dito que o rei oprimirá os santos de Deus por um período de tempo que muitos
dos estudiosos da Bíblia concordam que será por três anos e meio (um tempo, dois
tempos e metade de um tempo). Contudo, eventualmente seu domínio será
arrebatado e substituído pelo Reino do Deus “Altíssimo”.

Três séculos depois, no livro do Apocalipse, o apóstolo João também descreve o


Anticristo e o império da “besta” em termos bem similares:
Vi então uma Besta que subia do mar. Tinha dez chifres e sete cabeças; sobre os chifres havia
dez diademas, e sobre as cabeças um nome blasfemo. A Besta que eu vi parecia uma pantera:
seus pés, contudo, eram como os de um urso e sua boca como a mandíbula de um leão. E o
Dragão lhe entregou seu poder, seu trono, e uma grande autoridade. Uma de suas cabeças
parecia mortalmente ferida, mas a ferida mortal foi curada. Cheia de admiração, a terra inteira
seguiu a Besta e adorou o Dragão por ter entregue a autoridade à Besta. E adorou a Besta
dizendo: “Quem é comparável à Besta” e quem pode lutar contra ela?” Foi-lhe dada uma boca
para proferir palavras insolentes e blasfêmias, e também poder para agir durante quarenta e
dois meses. Ela abriu então sua boca em blasfêmias contra Deus, blasfemando contra seu
nome, sua tenda e os que habitam no céu. Deram-lhe permissão para guerrear contra os
santos e vencê-los; e foi-lhe dada autoridade sobre toda tribo, povo, língua e nação. Adoraram-
na, então, todos os habitantes da terra cujo nome não está escrito desde a fundação do mundo
no livro da vida do Cordeiro imolado. (Apocalipse 18:1-8)

Embora a linguagem aqui seja consideravelmente carregada, se entendermos o uso


bíblico de termos simbólicos em particular, então ficará bem mais claro o cenário. A
“besta” novamente se refere ao Anticristo que é rei de um império de dez nações. Os
chifres representam a autoridade e o poder. Dez chifres, então, fazem referência tanto
a um altíssimo grau de autoridade quanto ao número de nações (e, por conseguinte,
reis) que se unirão para formar o reino da besta. O “dragão” que dá à besta essa
autoridade é Satanás. Satanás é frequentemente referido na Bíblia como dragão ou
serpente. O impacto global desse império bestial fica claro na frase “e foi-lhe dada
autoridade sobre toda tribo, povo, língua e nação”. Constatamos então que as
perguntas que os povos da terra farão: “Quem é comparável à Besta” e quem pode
lutar contra ela?”. Parece a esses povos que neste mundo a besta está além de
qualquer desafio. E, novamente, constatamos que o mesmo período específico de
tempo foi dado à besta para perseguir o povo de Deus: quarenta e dois meses. Este
período equivale a três anos e meio. Foi o mesmo período dado na passagem
previamente citada (Daniel 7:25).

Assim, vimos que as profecias bíblias dizem que o Anticristo será um líder militar e
político cujo poder não terá paralelos com qualquer outro líder mundial ao longo de
toda a história.

O Mahdi como governante mundial

Conforme podemos verificar pelas tradições islâmicas e pelos sábios muçulmanos, o


Mahdi, assim como o Anticristo, é profetizado como um líder político e militar mundial
sem paralelos com qualquer outro ao longo de toda a história humana. É dito do Mahdi
que ele virá para “lutar contra as forças do mal, liderar uma revolução mundial e
coordenar uma nova ordem mundial baseada na justiça, retidão e virtude” [1]. Durante
essa época, segundo a tradição islâmica, é dito que ele presidirá toda a terra como o
último Califa do Islã. Evidentemente, como vimos no último capítulo, os muçulmanos
irão “tomar conta da administração mundial e o Islã será vitorioso sobre todas as
outras religiões”. Sem dúvidas, o Islã vê o Mahdi como aquele cuja liderança se
estenderá por toda a terra. Fica claro então que tanto o Anticristo quanto o Mahdi
são descritos como poderosos líderes militares e políticos como jamais se viu. Embora
tenha aparecido muitos líderes poderosos ao longo da história mundial, as descrições
concernentes a esses dois ultrapassam qualquer exemplo anterior. Além disso, o
Mahdi e o Anticristo são ambos descritos como sendo muito além de meros líderes
militares e políticos. Ambos são também vistos como líderes religiosos.
O Anticristo como líder espiritual mundial

A Bíblia estabelece o fato de que o Anticristo será um líder espiritual cuja autoridade
será reconhecida mundialmente. Após examinar o papel do Anticristo como líder
religioso universal, muitos estudiosos das profecias falaram da vinda de uma “Religião
Mundial Única” ou “falsa igreja” em que o Anticristo irá tanto criar quanto impô-la a
todo o planeta. Chegou-se ao conceito de uma vindoura religião mundial dominante e
demoníacamente inspirada em parte por causa das frequentes referências às
adorações que estão associadas ao Anticristo ao longo das Escrituras. No livro do
Apocalipse lemos que o Anticristo irá tanto inspirar quanto exigir adoração. Essa
adoração será direcionada tanto a Satanás, que é referido como o “dragão”, quanto ao
Anticristo, que é referido como “a besta”:
e adorou o Dragão por ter entregue a autoridade à Besta. E adorou a Besta dizendo: “Quem é
comparável à Besta” e quem pode lutar contra ela?” [...] Adoraram-na, então, todos os
habitantes da terra cujo nome não está escrito desde a fundação do mundo no livro da vida do
Cordeiro imolado. (Apocalipse 13:4, 8)

Além do fato de que o Anticristo estabelece um movimento mundial de adoração, outra


razão para vê-lo como líder espiritual mundial é o fato de a Bíblia dizer que ele será
assistido por um homem que se diz ser “O Falso Profeta”. Evidentemente, o próprio
título, O Falso Profeta, já pressupõe a natureza religiosa desse homem. Um dos
papeis primários do Falso Profeta é especificamente levar a cabo “milagres e prodígios
mentirosos” que ajudarão a persuadir os habitantes da terra a adorar o
Anticristo/Besta:
A Besta, porém, foi capturada juntamente com o falso profeta, o qual, em presença da Besta,
tinha realizado sinais… (Apocalipse 19:20)

Está claro , então, que a Bíblia ensina que o Anticristo será o líder de um movimento
mundial de adoração religiosa que tentará substituir a adoração ao Deus da Bíblia.
Assim, essa adoração será direcionada tanto a ele próprio quanto a Satanás — o
espírito invisível —, o provocador e títere que motiva, delega poder e autoridade ao
Anticristo para que ele cumpra sua tarefa mundial.

O Mahdi como líder espiritual mundial

Da mesma forma, não é preciso nem dizer que o Mahdi islâmico será também o líder
de um movimento mundial de adoração. Será um movimento que procurará fazer com
que todo aquele que pratica qualquer outra religião além do Islã venha a renunciar sua
própria fé e passe a adorar Alá, o deus do Islã. Como vimos no último capítulo, o
Mahdi “governará o povo pela Suna do Profeta e estabelecerá o Islã na Terra”[2]. “O
Islã será vitorioso sobre todas as religiões”[3].

Constatamos, desta forma, que o Mahdi será o líder de uma revolução mundial que
instituirá uma “nova ordem mundial” que será baseada na religião islâmica. O Islã será
a única religião que terá a permissão de ser praticada. Tanto do Anticristo quanto do
Mahdi é dito que serão líderes desqualificados de um movimento religioso global que
trocarão adoração do Deus da Bíblia e Seu Filho Jesus Cristo pela adoração deles
mesmos. Como veremos claramente nos últimos capítulos, inerente à adoração de Alá
no contexto do Islã está uma negação direta do Deus da Bíblia e Seu Filho Jesus
Cristo. Com efeito, essa é a razão pela qual alguns muçulmanos sentem-se tão
confiantes em dizer que o Mahdi “erradicará esses porcos e cachorros” — os cristãos
e judeus que se recusarem a se converter ao Islã. Isso nos leva à próxima e óbvia
similaridade entre o Anticristo e o Mahdi.

A campanha do Anticristo contra judeus e cristãos

A Bíblia deixa claro que Satanás, por meio do Anticristo, irá perseguir com violência
especificamente primeiro judeus e depois cristãos. No livro do Apocalipse, capítulos
doze e treze, constatamos outra passagem profética da Escritura que é rica em
linguagem simbólica. Inicialmente é um pouco difícil entendê-la, mas uma vez
explicados os símbolos, torna-se fácil o entendimento:
Um sinal grandioso apareceu no céu: uma Mulher vestida com o sol, tendo a lua sob os pés e
sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas; (Apocalipse 12:1)

A “mulher” simbolicamente apresentada é a família ou a nação de Israel, o povo judeu.


Vemos que ela está coroada com doze estrelas. Isso representa os doze filhos de
Israel que se tornaram as doze tribos que formam a nação de Israel (Gênesis 35:23-
26)
[Ela] estava grávida e gritava, entre as dores do parto, atormentada para dar à luz. Apareceu
então outro sinal no céu: um grande Dragão, cor de fogo, com sete cabeças e dez chifres e
sobre as cabeças sete diademas; sua cauda arrastava um terço das estrelas do céu, lançando-
as para a terra. O Dragão colocou-se diante da Mulher que estava para dar à luz, a fim de lhe
devorar o filho, tão logo nascesse. Ela deu à luz um filho, um varão, que irá reger todas as
nações com um cetro de ferro. Seu filho, porém, foi arrebatado para junto de Deus e de seu
trono. (Apocalipse 12:2-5)

A mulher — Israel — fica grávida e pare “um varão, que irá reger todas as nações com
um cetro de ferro”. Essa é uma clara referência a Jesus, o Messias do povo Judeu (v.
Salmos 2:8-9). O dragão mencionado aqui é identificado no versículo 9 como “o
grande Dragão, a antiga serpente, o chamado Diabo ou Satanás, sedutor de toda a
terra habitada”. Podemos ver que Satanás deseja matar Jesus, mas ao invés disso,
Jesus “foi arrebatado para junto de Deus e de seu trono”. Essa é uma referência à
ascensão de Jesus aos céus após a ressureição (Atos 1:8). Após isso,
Foi expulso o grande Dragão, a antiga serpente, o chamado Diabo ou Satanás, sedutor de toda
a terra habitada — foi expulso para a terra, e seus Anjos foram expulsos com ele [...]. o Dragão
pôs-se a perseguir a Mulher que dera à luz o filho varão. Ela, porém, recebeu as duas asas da
grande águia para voar ao deserto, para o lugar em que, longe da Serpente, é alimentada por
um tempo, tempos e metade de um tempo. [...] Enfurecido por causa da Mulher, o Dragão foi
então guerrear contra o resto dos seus descendentes, os que observam os mandamentos de
Deus e mantêm o Testemunho de Jesus. (Apocalipse 12:8,13,14,17)

Vemos então que “enfurecido por causa da Mulher [Israel], o Dragão foi então guerrear
contra o resto dos seus descendentes, os que observam os mandamentos de Deus e
mantêm o Testemunho de Jesus”. O “resto dos descendentes” de Israel são aqueles
cristãos que “observam os mandamentos de Deus e mantêm o Testemunho de Jesus”.
Essa é a única passagem que faz referência específica ao diabo alvejando
simultaneamente cristãos e judeus. Sabemos, pois, que essa passagem está falando
especificamente dos fins do tempos, pois ela menciona duas vezes os três anos e
meio (1260 dias ou “um tempo, tempos e metade de um tempo”) em que o Anticristo
terá a autoridade para guerrear contra os santos:
Foi-lhe dada uma boca para proferir palavras insolentes e blasfêmias, e também poder para
agir durante quarenta e dois meses. Ela abriu então sua boca em blasfêmias contra Deus,
blasfemando contra seu nome, sua tenda e os que habitam no céu. Deram-lhe permissão para
guerrear contra os santos e vencê-los; e foi-lhe dada autoridade sobre toda tribo, povo, língua e
nação. (Apocalipse 13:5-7)

O profeta Daniel também previu que o Anticristo terá a autoridade para empreender
uma bem sucedida guerra contra “o santos”. Santos também é traduzido [para o
inglês] como “abençoados” em algumas traduções. O termo faz referência direta aos
verdadeiros seguidores de Jesus que conhecem e servem o Único Deus Verdadeiro.
[Ele] proferirá insultos contra o Altíssimo e porá à prova os santos do Altíssimo; ele tentará
mudar os tempos e a Lei, e os santos serão entregues em suas mãos por um tempo, dois
tempos e metade de um tempo. (Daniel 7:25)

Novamente vemos a referência ao período de três anos e meio que o Anticristo


perseguirá aqueles que resistirem a ele.

A Bíblia deixa claro então que o Anticristo alvejará especificamente aqueles que
resistirem a suas tentativas de estabelecer sua religião sobre toda a terra. Do livro da
Revelação, assim como no livro do profeta Daniel, constatamos que os dois grupos
que mais despertam o ódio de Satanás são os judeus e cristãos.

A campanha do Mahdi contra judeus e cristãos

É interessante notar que a tradição islâmica fala muito do chamado especial que o
Mahdi fará para que os cristãos e judeus convertam ao Islã, e muito pouco se fala da
conversão das outras confissões ou religiões. Parece, então, que converter cristãos e
judeus será o impulso evangélico primário do Mahdi. A seguinte citação do Aiatolá
Ibrahim Amini articula claramente essa perspectiva:
O Mahdi oferecerá a religião islâmica aos judeus e cristãos; se aceitarem serão poupados,
caso contrário, serão mortos [4].

E claro , não podemos esquecer do infame Haidth que se tornou favorito de muitos
dos muçulmanos antissemitas. Novamente, note que ele fala especificamente dos
“últimos tempos”.
Os últimos tempos não virão a menos que os muçulmanos lutem contra os judeus e os matem
até que eles se escondam atrás de uma rocha ou árvore e a pedra e a árvore digam:
Muçulmano, servo de Alá, eis um judeu atrás de mim; venha e mate-o; mas as árvores
Gharqad não dirão, pois elas são árvores dos judeus. [5]

Após comentários acerca desse Hadith em particular, vários autores muçulmanos


rapidamente apontam para o “interessantíssimo” fato que essa árvore em particular, a
“Gharqad” (aparentemente do gênero Lycium) está atualmente sendo plantada em
abundância pelos judeus em Israel. A questão é que é esperado pelos muçulmanos
que o holocausto final se dê no presente estado de Israel. Isso, evidentemente,
corresponde a outra específica similaridade entre o Anticristo bíblico e o Mahdi.

Um ataque militar contra Israel e o estabelecimento do Monte Templo como sede


da autoridade
A Bíblia ensina que o Anticristo, junto da sua coalizão multinacional atacará Israel —
mais especificamente Jerusalém — com fins de conquista:
Reunirei todas as nações contra Jerusalém para o combate; a cidade será tomada, as casas
serão saqueadas, as mulheres violentadas; a metade da cidade sairá para o exílio, mas o resto
do povo [os que se submeterem ao Anticristo] não será eliminado da cidade. (Zacarias 14:2)
[Gog, o Anticristo de Ezequiel] Subirás como uma tempestade, virás como uma nuvem que vai
cobrindo a terra, tu com todas as tuas tropas e muitos povos contigo. Assim diz o Senhor
Iahweh: Naquele dia um pensamento mau invadirá o teu coração e tu farás um plano iníquo.
Dirás: “Subirei contra uma terra indefesa, marcharei contra homens tranq ilos, que habitam em
segurança, vivendo todos em cidades não muradas, sem ferrolhos e sem portas”. O teu
propósito será fazer despojo e realizar um saque, levando a tua mão contra ruínas habitadas e
contra um povo reunido dentre as nações, dedicando-se ao seu gado e às suas terras,
residindo no centro da terra. (Ezequiel 38:9-12)

De acordo com a Bíblia, após esse ataque, o Anticristo irá estabelecer


especificamente seu “trono” no “templo de Deus”. O apóstolo Paulo coloca isso em
termos bem claros:
O adversário, que se levanta contra tudo que se chama Deus, ou recebe um culto, chegando a
sentar-se pessoalmente no templo de Deus, e querendo passar por Deus. (2Tessalonicenses
2:4)

A localização do templo judeu sempre foi o Monte Moriá em Jerusalém. Hoje, o


Templo que outrora esteve no Monte Moriá não mais existe; foi destruído pelo
imperador romano Titus em 70 d.C. de acordo com a profecia de Jesus:
Saindo do Templo, Jesus caminhava e os discípulos se aproximaram dele para mostrar-lhe as
construções do Templo. Ele disse-lhes: “Estais vendo tudo isto? Em verdade vos digo: não
ficará aqui pedra sobre pedra que não seja demolida”. (Mateus 24:1,2)

Hoje em dia, no Monte Moriá, também conhecido como Monte Templo ou Haram Ash-
Sharif em árabe, estão localizadas duas mesquitas e o local é considerado o terceiro
lugar mais sagrado do Islã. Há infindáveis especulações acerca de o Monte Templo e
sobre ele ter sido local de um templo judeu de outrora e sobre se se construirá um
templo lá no futuro. Baseado no verso supracitado do apóstolo Paulo, certamente vê-
se que será de fato reconstruído o tal templo judeu em Jerusalém. O apóstolo Paulo
disse que o Anticristo irá “sentar-se pessoalmente no templo de Deus”, ou mais
literalmente, “tomar seu assento no templo de Deus”. Isso não quer tanto dizer um
sentar literal, mas mais uma tomada de posição de autoridade. Assim, constatamos
que o Anticristo fará do Monte Moriá — e mais especificamente do templo judeu
reconstruído — a localização específica do seu governo. Jesus alertou sobre esse
evento há mais de dois mil anos. Referindo a esse fato e os eventos que se seguiriam,
Jesus disse:
Então, os que estiverem na Judéia fujam para as montanhas, aquele que estiver no terraço,
não desça para apanhar as coisas da sua casa, e aquele que estiver no campo não volte atrás
para apanhar a sua veste! Ai daquelas que estiverem grávidas e estiverem amamentando
naqueles dias! Pedi para que a vossa fuga não aconteça no inverno ou num sábado. Pois
naquele tempo haverá uma grande tribulação, tal como não houve desde o princípio do mundo
até agora, nem tornará a haver jamais. E se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma
vida se salvaria. Mas, por causa dos eleitos, aqueles dias serão abreviados. (Mateus 24:16-22)

Aqui vemos Jesus se referindo à ocupação do templo pelo Anticristo como “a


abominação que causa desolação”. A desolação é uma referência ao caos e à severa
perseguição contra judeus e cristãos que imediatamente se seguirão tão logo a
identidade do Anticristo for revelada. Após essa campanha militar contra Jerusalém, o
Anticristo formará a base da sua autoridade, o próprio Monte do Templo. Nesse
tempo, ficará claro que os intentos malevolentes do Anticristo contra Israel se
tornarão inteiramente manifestos. Tanto é, que Jesus alerta os habitantes de
Jerusalém para que fujam imediatamente para as montanhas.

O ataque do Mahdi a Jerusalém e o estabelecimento a partir dali do califado


islâmico

Da mesma forma é dito que o Mahdi atacará Jerusalém e a conquistará para o Islã de
modo que o novo governo islâmico reinará sobre toda a terra e terá sua sede em
Jerusalém:
“[Exércitos carregando] bandeiras pretas virão de Corasão [Irã]. Nenhuma potência conseguirá
pará-las e elas finalmente chegarão a Eela [Cúpula da Rocha em Jerusalém] e erigirão suas
bandeiras.” [6]
Jerusalém será a localização do bem guiado califado e o centro do governo islâmico, que será
governado pelo Imã al-Mahdi. [7]

Também, assim como vimos anteriormente, o Mahdi não findará sua campanha contra
Jerusalém de modo pacífico. Para os judeus, a versão islâmica dos últimos dias acaba
derrotada por alguns poucos judeus sobreviventes que estão escondidos atrás das
rochas ou árvores para se esconder da espada do Islã. A campanha militar contra
Jerusalém e o estabelecimento de um califado islâmico também não irá resultar em
um governo benevolente sobre os judeus pelo Mahdi, pois, como já vimos, a última
citação acima continua:
[...] que irá abolir a liderança dos judeus [...] e colocar um fim na dominação dos Inimigos que
cospem o mal nas pessoas e causam corrupção na terra. [8]

Em relação ao supracitado ataque contra os habitantes de Israel, há outra correlação


interessante entre as ações do Mahdi e as ações do Anticristo bíblico. Embora as
similaridades entre o Anticristo e o Mahdi já discutidas aqui são espantosas, acredito
que a especificidade desse próximo paralelo é algo simplesmente incrível.

O pacto de sete anos do Anticristo com Israel

Após ascender ao poder — e como prelúdio da sua invasão a Israel —, é dito que o
Anticristo fará um pacto de sete anos com a nação de Israel.
Ele confirmará uma aliança com muitos durante uma semana; e pelo tempo de meia semana
fará cessar o sacrifício e a oblação. E sobre a nave do Templo estará a abominação da
desolação até o fim, até o termo fixado para o desolador. (Daniel 9:27)

Contextualizando, nesse verso mostra-se que o Anticristo estabelecerá uma “aliança”


com Israel por sete anos. O termo específico em hebreu usado nesse verso e
meramente traduzido como “sete” é shabuwa. Literalmente significa uma semana, mas
pode significar tanto uma “semana” de dias quanto de anos. No pensamento hebreu,
um período de sete anos é similar à nossa década. Nós do Ocidente tendemos a
medir as coisas por meio do sistema decimal com incrementos de dez, enquanto
medimos os dias em termos de sete (uma semana). Os hebreus mediam tanto dias
quanto anos em incrementos de sete. A palavra traduzida como “sete” em Daniel 9:27
faz referência a sete anos. Essa é a quantidade específica de tempo que o Anticristo
estabelecerá seu tratado de paz com Israel. Então, no meio desses sete anos, o
Anticristo renegará esse tratado e parará de oferecer sacrifícios no templo judeu e
então se proclamará não apenas governante do mundo, mas também o próprio Deus.
O Profeta Isaias menciona essa “aliança” e repreende Israel por fazê-la: Ele, com
efeito, refere-se a ela como “aliança com a morte” (Isaías 28:14-15). Nessa aliança, os
israelenses encontram um falso senso de segurança.

O pacto de sete anos do Mahdi

Novamente e de maneira similar, é dito que o Mahdi dará início ao quarto e último
pacto entre “romanos” e muçulmanos (Novamente, romanos aqui devem ser
entendidos como cristãos ou o ocidente em geral — os executores de Nicholas Berg
na declaração antes da execução se referiram ao Presidente Bush como “Tu, o
cachorro dos romanos”). Bastante interessante é saber que esse quarto pacto será
feito com um descendente de Aarão, o irmão de Moisés. Tal descendente será um
cohanim. Isto é dizer que ele será um sacerdote. Dentre os judeus, apenas a um
cohanim é permitido desempenhar as tarefas sacerdotais do Templo. Isso é
importante por conta do fato de que muitos estudiosos cristãos das profecias e
teólogos especularam que o pacto que o Anticristo dará início com Israel incluirá o
acordo de permissão para que os judeus reconstruam seu Templo. Contudo,
provavelmente o mais incrível aspecto desse tratado que o Mahdi fará com esse judeu
de linhagem sacerdotal é o prazo. O prazo específico dado para esse prazo é
exatamente o mesmo dado pelo Anticristo: sete anos! Citando o hadith que fala do
surgimento e dominância do Mahdi, Muhammad Ali ibn Zubair relata essa
surpreendente tradição:
O Profeta disse: Haverá acordos de paz entre vocês e os Romanos. O quarto será mediado por
meio de uma pessoa que será da descendência do Hadrat Aarão (Honorável Aarão, o irmão de
Moisés) e será mantido por sete anos. As pessoas perguntaram: “Ó Profeta Maomé, quem será
o imã (líder) do povo naquele tempo?”. O Profeta disse: Ele será da minha descendência e
terá exatamente quarenta anos de idade. Sua face brilhará como uma estrela… [9]

Mudança dos tempos e das leis

Outro objetivo do Anticristo de acordo com o Livro de Daniel será a tentativa de “mudar
os tempos e a Lei”.

Ele falará contra o Altíssimo, oprimirá seus santos e tentará mudar a disposição dos
tempos e das leis.
“[Ele] proferirá insultos contra o Altíssimo e porá à prova os santos do Altíssimo; ele tentará
mudar os tempos e a Lei, e os santos serão entregues em suas mãos por um tempo, dois
tempos e metade de um tempo”. (Daniel 7:25)

Com efeito, esse é um grande indicador da pessoa do Anticristo. Pelas suas ações,
temos uma indicação das suas origens. É dito que ele desejará mudar duas coisas: os
tempos e a Lei. Assim, podemos constatar que o Mahdi mudará a lei instituindo a
Shariah islâmica sobre toda a terra, mas não vemos qualquer evidência na literatura
apocalíptica islâmica dele mudando os “tempos”. O simples questionamento,
entretanto, é: quem além de um muçulmano desejaria mudar “os tempos e as leis”?
Além do calendário gregoriano usado pelo Ocidente, há também um calendário judeu,
um hindu e outro muçulmano, dentre outros. Todavia, judeus e hindus não são
pessoas que desejam impôr suas leis religiosas ou calendários para o resto do mundo.
Por outro lado, o Islã tem suas próprias leis e seu próprio calendário e eles desejam
impô-los para o resto do mundo. O calendário islâmico é baseado na vida de Maomé.
Ele começa com a migração (Hijra) de Maomé da Meca para Medina. Esse calendário
é tido como mandatório a todos que professam a fé islâmica. O Dr. Waleed Mahanna
articula a posição islâmica acerca do calendário “Hijra” islâmico”:
É considerado um mandamento divino usar o calendário (Hijra) com doze meses (puramente)
lunares sem intercalação, conforme fica evidente do [...] Corão. [10]

Não apenas o Islã vê como um imperativo divino o uso de um único calendário


religioso, como ele também tem sua própria semana. Diferente do ritmo ocidental de
uma semana, que tem seus dias úteis indo de segunda até sexta, seguido de um
Sábado e Domingo para judeus e cristãos realizarem suas respectivas práticas de
adoração religiosa, o Islã tem na sexta-feira seu dia de orações. Esse é o dia que os
muçulmanos se encontram na mesquita para rezar e ouvir o sermão.

Assim, fica assaz plausível dizer que quando a Bíblia se refere a um Anticristo que
“tentará mudar os tempos e as leis” ela está falando de um muçulmano. Conforme
olhamos para o quadro todo, apenas o Islã preenche os requisitos de um sistema que
tem calendário próprio e uma semana baseada na própria história religiosa e um claro
sistema de leis que se deseja impor a todo o planeta. Certamente se chegar a
emergir um muçulmano tão poderoso quanto dizem ser o Mahdi, então ele certamente
tentará instituir mundialmente tanto a lei islâmica quanto o calendário semana.

O cavaleiro sobre o cavalo branco

A última similaridade entre o Anticristo e o Mahdi que discutiremos neste capítulo é o


fato de que ambos — o Anticristo e o Mahdi — são identificados numa passagem
bíblica que descreve um cavaleiro sobre um cavalo branco. Embora isso possa ser
literal, muito provavelmente trata-se de um retrato simbólico de dois homens. O mais
assombroso de tudo é que a origem da tradição bíblica acerca do Anticristo sobre um
cavalo branco e a origem da tradição islâmica sobre o Mahdi são ambas atribuídas à
mesma passagem na Bíblia.

A base do retrato simbólico tanto do Anticristo quando do Mahdi sobre um cavalo


branco é o sexto capítulo do livro do Apocalipse. Nele, o apóstolo João descreve sua
visão do desencadeamento dos eventos que marcam o início do fim dos tempos. A
imagem é Jesus segurando um pergaminho e do lado de fora do pergaminho há sete
selos de cera. Conforme cada selo é quebrado, um evento distinto e específico é
desencadeado.

Vi quando o Cordeiro abriu o primeiro dos sete selos, e ouvi o primeiro dos quatro
Seres vivos dizer como o estrondo dum trovão: “Vem!” Vi então aparecer um cavalo
branco, cujo montador tinha um arco. Deram-lhe uma coroa e ele partiu, vencedor e
para vencer ainda. (Apocalipse 6:1-2)

Os selos que acompanham esse cavaleiro são:

1. A paz é tomada da Terra


2. Fome
3. Pragas e morte
4. Perseguição e martirização do povo de Deus
5. Um grande terremoto
6. A ira de Deus

Vemos então que após a entrada do cavaleiro em cena, o mundo essencialmente


entra em queda livre rumo ao caos que define as últimas horas. A interpretação que
muitos dos estudiosos da Bíblia dão a essa passagem é a seguinte:

Ao cavaleiro é dado um cavalo branco, que é uma tentativa de imitar o cavalo branco
que Jesus cavalgará quando Ele retornar (Apocalipse 19:11). Assim, o cavaleiro é uma
imitação de Cristo, um impostor: um Anticristo. O arco (sem qualquer flecha) que o
cavaleiro carrega é a falsa paz. O cavaleiro é retratado como alguém que emerge
carregando junto da sua ascensão ao poder uma falsa promessa de paz. Isto está em
concordância e pode ser uma referência direta ao falso tratado de paz que o Anticristo
fará com Israel no início do seu reinado de sete anos. A coroa em sua cabeça é
obviamente uma referência à posição de autoridade e liderança que será dada a ele.
Vemos então que a verdadeira motivação e inclinação do cavaleiro é conquistar. À luz
da identidade e atividade do cavaleiro, não nos surpreendemos em descobrir que os
eventos que se seguem ao seu surgimento no cenário mundial não correspondem a
eventos típicos de uma era de paz, mas sim eventos de uma era de caos apocalíptico.
Aparentemente esse não é um problema para os estudiosos islâmicos que geralmente
adotam uma abordagem assaz arbitrária para se referir à Bíblia. Em vez de ver o
Anticristo conquistador e coroado, os estudiosos veem uma clara referência ao Mahdi.
Conforme mencionado anteriormente no capítulo sobre o Mahdi, Ka‟b al Ahbar, um
dos primeiros transmissores islâmicos do Hadith, diz:
Pude encontrar o Mahdi retratado nos livros dos Profetas [...] Por exemplo, o livro do
Apocalipse diz “Vi então aparecer um cavalo branco… Deram-lhe uma coroa e ele partiu,
vencedor e para vencer ainda.”[11]

Concluindo, podemos constatar que vários e distintos aspectos, missões e ações


levadas a cabo pela pessoa bíblica do Anticristo se igualam em considerável grau com
as descrições do Mahdi conforme podemos constatar nas tradições islâmicas. E agora
principalmente, vimos que os estudiosos muçulmanos, com efeito, aplicam versos
bíblicos do Anticristo ao seu esperado salvador, o Mahdi. Há aí algo aí que deve ser
visto como irônico, senão profético.

RICHARDSON, Joel. Will Islam Be Our Future? A Study of Biblical and Islamic
Eschatology. cap. 5. Disponível emhttp://www.answering-
islam.org/Authors/JR/Future/index.htm

__________

Notas:

1. Ayatullah Baqir al-Sadr and Ayatullah Muratda Mutahhari, The Awaited Savior,
(Karachi, Islamic Seminary Publications), prologue, pp. 4,5
2. Sunan Abu Dawud, Livro 36, Número 4273, narrado por Umm Salamah, Ummul
Mu‟minin

3. Al-Sadr and Mutahhari, prólogo, pp.4,5

4. Izzat and„Arif, p. 16

5. Sideeque M.A. Veliankode, Doomsday Portents and Prophecies (Scarborough,


Canada, 1999) p. 358

6. Ayatollah Ibrahim Amini, Al-Imam Al-Mahdi: The Just Leader of Humanity, tradução
Dr. Abdulaziz Sachedina, disponível online em: http://al-islam.org/mahdi/nontl/Toc.htm

7. Sahih Muslim, Livro 041, Número 6985

8. Signs of Qiyamah by Mohammed Ali Ibn Zubair Ali translated by M. Afzal Hoosein
Elias from the original (with references): “Aalalaat-e-Qiyyamat aur Nuzul-e-
Eesa.” http://members.cox.net/arshad/qiyaama.html

9. Izzat and„Arif, p. 40

10. ibid.

11. Tabarani como citado em Mufti A.H. Elias and Muhammad Ali ibn Zubair Ali, Imam
Mahdi, artigo online disponível em: http://www.islam.tc/prophecies/imam.html

COMPARANDO O ANTICRISTO BÍBLICO E O MAHDI ISLÂMICO

COMPARANDO O ANTICRISTO BÍBLICO E O MAHDI


ISLÂMICO
Publicado em 18 de Dezembro de 2013
O Anticristo

Muitos dos que sequer leram a bíblia já ouviram falar do homem popularmente conhecido
como “O Anticristo”. Colocando em termos simples, segundo a Bíblia, o Anticristo será o
principal agente humano de Satanás na terra nos últimos dias. É interessante notar que na
Bíblia o Anticristo foi na verdade denominado como tal apenas uma vez (1João 2:18).
Contudo, considerando os outros nomes, há numerosas referências ao Anticristo ao longo da
Bíblia. Dentre os vários nomes que as Escrituras atribuem ao Anticristo encontramos “a
Besta” (Apocalipse 13:4), “a abominação da desolação” (Mateus 24:15), “o desolador”
(Daniel 9:27), “o homem ímpio”, “o adversário”, “filho da perdição” (2Tessalonicenses 2), “o
pequeno chifre” (Daniel 7:8), “o assírio” (Miquéias 5:5) “o opressor”, “rei da Babilônia”
(Isaías 14) e até pelo misterioso “Gog” (Ezequiel 38:1 e Apocalipse 20:7). Há vários outros
nomes nas Escrituras para se referir ao Anticristo.

Indo além de todos esses nomes incomuns, quem de fato é o Anticristo? Neste capítulo serão
revisadas algumas das descrições primárias e ações que definem quem é o Anticristo de
acordo com a Bíblia. Nossa análise também focará algumas das similaridades assaz
específicas entre o Anticristo e o Mahdi.

Um poderoso político e líder militar mundial

Da Bíblia aprendemos que, nos últimos dias, o Anticristo emergirá como um homem que
liderará um império cujo poder não tem precedentes na história. Esse poderoso papel de
líder atribuído ao Anticristo foi pela primeira vez descrito claramente na Bíblia pelo profeta
Daniel. No sétimo capítulo do livro de Daniel, o profeta descreve uma visão de quatro
“bestas” excepcionalmente bizarras. Após descrever as três primeiras, Daniel diz o seguinte
da quarta:

A seguir, ao contemplar essas visões noturnas, eu vi um quarto animal, terrível,


espantoso, e extremamente forte: com enormes dentes de ferro, comia, triturava e
calcava aos pés o que restava. Muito diferente dos animais que o haviam precedido,
tinha este dez chifres. Enquanto eu considerava esses chifres, notei que surgia
entre eles ainda outro chifre, pequeno, diante do qual foram arrancados três dos
primeiros chifres pela raiz. E neste chifre havia olhos como olhos humanos, e uma
boca que proferia palavras arrogantes. (Daniel 7:7-8)

Então, nos versos 15 e 16, Daniel pede a um anjo presente à sua visão que explicasse a
interpretação das quatro bestas. O anjo então explicou que as quatro bestas representam
quatro grandes reinos ou impérios:

Eu, Daniel, fiquei inquieto no meu espírito, e as visões de minha cabeça me


perturbavam. Aproximei-me de um dos que estavam ali presentes e pedi-lhe que
me dissesse a verdade a respeito de tudo aquilo. E ele me respondeu, fazendo-me
conhecer a interpretação dessas coisas: “Esses animais enormes, em número de
quatro, são quatro reis que se levantarão da terra. (Daniel 7:15-17)

É, com efeito, uma sentença bem direta. Daniel pergunta de novo ao anjo especificamente
sobre a quarta besta, particulparmente acerca do “pequeno chifre” que desenraiza os outros
três. O anjo novamente responde com uma explanação clara e assaz direta:

E ele continuou: “O quarto animal será um quarto reino sobre a terra, diferente
de todos os reinos. Ele devorará a terra inteira, calcá-la-á aos pés e a esmagará. 2
4 Quanto aos dez chifres: são dez reis que surgirão desse reino, e outro se
levantará depois deles; este será diferente dos primeiros e abaterá três reis (Daniel
7:23-24)

Em essência, o anjo explica que o quarto reino será um império que causará grande
destruição por toda a terra. Inicialmente, esse reino consistirá em deis reis. Eis que então
um décimo primeiro emergirá e substituirá os três anteriores. Esse décimo primeiro rei é o
Anticristo referido como o “pequeno chifre”. Assim, constatamos a partir da visão dada por
Daniel, que o Anticristo é um futuro rei que primeiro obterá controle sobre outros três reinos
ou nações — e eventualmente sobre dez —, formando assim seu futuro império da “Besta”.
Será um império de poder e ferocidade inigualáveis, que “devorará a terra inteira, calcá-la-á
aos pés e a esmagará.”

Na última parte do capítulo sétimo de Daniel o anjo descreve a Daniel as ações desse rei,
assim como seu fim:

[Ele] proferirá insultos contra o Altíssimo e porá à prova os santos do Altíssimo;


ele tentará mudar os tempos e a Lei, e os santos serão entregues em suas mãos
por um tempo, dois tempos e metade de um tempo. Mas o tribunal dará audiência e
o domínio lhe será arrebatado, destruído e reduzido a nada até o fim. (Daniel
7:25,26)

Ali é dito que o rei oprimirá os santos de Deus por um período de tempo que muitos dos
estudiosos da Bíblia concordam que será por três anos e meio (um tempo, dois tempos e
metade de um tempo). Contudo, eventualmente seu domínio será arrebatado e substituído
pelo Reino do Deus “Altíssimo”.

Três séculos depois, no livro do Apocalipse, o apóstolo João também descreve o Anticristo e
o império da “besta” em termos bem similares:

Vi então uma Besta que subia do mar. Tinha dez chifres e sete cabeças; sobre os
chifres havia dez diademas, e sobre as cabeças um nome blasfemo. A Besta que eu
vi parecia uma pantera: seus pés, contudo, eram como os de um urso e sua boca
como a mandíbula de um leão. E o Dragão lhe entregou seu poder, seu trono, e uma
grande autoridade. Uma de suas cabeças parecia mortalmente ferida, mas a ferida
mortal foi curada. Cheia de admiração, a terra inteira seguiu a Besta e adorou o
Dragão por ter entregue a autoridade à Besta. E adorou a Besta dizendo: “Quem é
comparável à Besta” e quem pode lutar contra ela?” Foi-lhe dada uma boca para
proferir palavras insolentes e blasfêmias, e também poder para agir durante
quarenta e dois meses. Ela abriu então sua boca em blasfêmias contra Deus,
blasfemando contra seu nome, sua tenda e os que habitam no céu. Deram-lhe
permissão para guerrear contra os santos e vencê-los; e foi-lhe dada autoridade
sobre toda tribo, povo, língua e nação. Adoraram-na, então, todos os habitantes da
terra cujo nome não está escrito desde a fundação do mundo no livro da vida do
Cordeiro imolado. (Apocalipse 18:1-8)

Embora a linguagem aqui seja consideravelmente carregada, se entendermos o uso bíblico


de termos simbólicos em particular, então ficará bem mais claro o cenário. A “besta”
novamente se refere ao Anticristo que é rei de um império de dez nações. Os chifres
representam a autoridade e o poder. Dez chifres, então, fazem referência tanto a um
altíssimo grau de autoridade quanto ao número de nações (e, por conseguinte, reis) que se
unirão para formar o reino da besta. O “dragão” que dá à besta essa autoridade é Satanás.
Satanás é frequentemente referido na Bíblia como dragão ou serpente. O impacto global
desse império bestial fica claro na frase “e foi-lhe dada autoridade sobre toda tribo, povo,
língua e nação”. Constatamos então que as perguntas que os povos da terra farão: “Quem é
comparável à Besta” e quem pode lutar contra ela?”. Parece a esses povos que neste mundo
a besta está além de qualquer desafio. E, novamente, constatamos que o mesmo período
específico de tempo foi dado à besta para perseguir o povo de Deus: quarenta e dois meses.
Este período equivale a três anos e meio. Foi o mesmo período dado na passagem
previamente citada (Daniel 7:25).

Assim, vimos que as profecias bíblias dizem que o Anticristo será um líder militar e político
cujo poder não terá paralelos com qualquer outro líder mundial ao longo de toda a história.

O Mahdi como governante mundial

Conforme podemos verificar pelas tradições islâmicas e pelos sábios muçulmanos, o Mahdi,
assim como o Anticristo, é profetizado como um líder político e militar mundial sem paralelos
com qualquer outro ao longo de toda a história humana. É dito do Mahdi que ele virá para
“lutar contra as forças do mal, liderar uma revolução mundial e coordenar uma nova ordem
mundial baseada na justiça, retidão e virtude” [1]. Durante essa época, segundo a tradição
islâmica, é dito que ele presidirá toda a terra como o último Califa do Islã. Evidentemente,
como vimos no último capítulo, os muçulmanos irão “tomar conta da administração mundial
e o Islã será vitorioso sobre todas as outras religiões”. Sem dúvidas, o Islã vê o Mahdi como
aquele cuja liderança se estenderá por toda a terra. Fica claro então que tanto o Anticristo
quanto o Mahdi são descritos como poderosos líderes militares e políticos como jamais se
viu. Embora tenha aparecido muitos líderes poderosos ao longo da história mundial, as
descrições concernentes a esses dois ultrapassam qualquer exemplo anterior. Além disso, o
Mahdi e o Anticristo são ambos descritos como sendo muito além de meros líderes militares
e políticos. Ambos são também vistos como líderes religiosos.

O Anticristo como líder espiritual mundial

A Bíblia estabelece o fato de que o Anticristo será um líder espiritual cuja autoridade será
reconhecida mundialmente. Após examinar o papel do Anticristo como líder religioso
universal, muitos estudiosos das profecias falaram da vinda de uma “Religião Mundial Única”
ou “falsa igreja” em que o Anticristo irá tanto criar quanto impô-la a todo o planeta. Chegou-
se ao conceito de uma vindoura religião mundial dominante e demoníacamente inspirada em
parte por causa das frequentes referências às adorações que estão associadas ao Anticristo
ao longo das Escrituras. No livro do Apocalipse lemos que o Anticristo irá tanto inspirar
quanto exigir adoração. Essa adoração será direcionada tanto a Satanás, que é referido
como o “dragão”, quanto ao Anticristo, que é referido como “a besta”:

e adorou o Dragão por ter entregue a autoridade à Besta. E adorou a Besta


dizendo: “Quem é comparável à Besta” e quem pode lutar contra ela?” [...]
Adoraram-na, então, todos os habitantes da terra cujo nome não está escrito desde
a fundação do mundo no livro da vida do Cordeiro imolado. (Apocalipse 13:4, 8)

Além do fato de que o Anticristo estabelece um movimento mundial de adoração, outra razão
para vê-lo como líder espiritual mundial é o fato de a Bíblia dizer que ele será assistido por
um homem que se diz ser “O Falso Profeta”. Evidentemente, o próprio título, O Falso Profeta,
já pressupõe a natureza religiosa desse homem. Um dos papeis primários do Falso Profeta é
especificamente levar a cabo “milagres e prodígios mentirosos” que ajudarão a persuadir os
habitantes da terra a adorar o Anticristo/Besta:

A Besta, porém, foi capturada juntamente com o falso profeta, o qual, em


presença da Besta, tinha realizado sinais… (Apocalipse 19:20)
Está claro , então, que a Bíblia ensina que o Anticristo será o líder de um movimento
mundial de adoração religiosa que tentará substituir a adoração ao Deus da Bíblia. Assim,
essa adoração será direcionada tanto a ele próprio quanto a Satanás — o espírito invisível —,
o provocador e títere que motiva, delega poder e autoridade ao Anticristo para que ele
cumpra sua tarefa mundial.

O Mahdi como líder espiritual mundial

Da mesma forma, não é preciso nem dizer que o Mahdi islâmico será também o líder de um
movimento mundial de adoração. Será um movimento que procurará fazer com que todo
aquele que pratica qualquer outra religião além do Islã venha a renunciar sua própria fé e
passe a adorar Alá, o deus do Islã. Como vimos no último capítulo, o Mahdi “governará o
povo pela Suna do Profeta e estabelecerá o Islã na Terra”[2]. “O Islã será vitorioso sobre
todas as religiões”[3].

Constatamos, desta forma, que o Mahdi será o líder de uma revolução mundial que instituirá
uma “nova ordem mundial” que será baseada na religião islâmica. O Islã será a única religião
que terá a permissão de ser praticada. Tanto do Anticristo quanto do Mahdi é dito que serão
líderes desqualificados de um movimento religioso global que trocarão adoração do Deus da
Bíblia e Seu Filho Jesus Cristo pela adoração deles mesmos. Como veremos claramente nos
últimos capítulos, inerente à adoração de Alá no contexto do Islã está uma negação direta do
Deus da Bíblia e Seu Filho Jesus Cristo. Com efeito, essa é a razão pela qual alguns
muçulmanos sentem-se tão confiantes em dizer que o Mahdi “erradicará esses porcos e
cachorros” — os cristãos e judeus que se recusarem a se converter ao Islã. Isso nos leva à
próxima e óbvia similaridade entre o Anticristo e o Mahdi.

A campanha do Anticristo contra judeus e cristãos

A Bíblia deixa claro que Satanás, por meio do Anticristo, irá perseguir com violência
especificamente primeiro judeus e depois cristãos. No livro do Apocalipse, capítulos doze e
treze, constatamos outra passagem profética da Escritura que é rica em linguagem
simbólica. Inicialmente é um pouco difícil entendê-la, mas uma vez explicados os símbolos,
torna-se fácil o entendimento:

Um sinal grandioso apareceu no céu: uma Mulher vestida com o sol, tendo a lua
sob os pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas; (Apocalipse 12:1)

A “mulher” simbolicamente apresentada é a família ou a nação de Israel, o povo judeu.


Vemos que ela está coroada com doze estrelas. Isso representa os doze filhos de Israel que
se tornaram as doze tribos que formam a nação de Israel (Gênesis 35:23-26)

[Ela] estava grávida e gritava, entre as dores do parto, atormentada para dar à
luz. Apareceu então outro sinal no céu: um grande Dragão, cor de fogo, com sete
cabeças e dez chifres e sobre as cabeças sete diademas; sua cauda arrastava um
terço das estrelas do céu, lançando-as para a terra. O Dragão colocou-se diante da
Mulher que estava para dar à luz, a fim de lhe devorar o filho, tão logo nascesse.
Ela deu à luz um filho, um varão, que irá reger todas as nações com um cetro de
ferro. Seu filho, porém, foi arrebatado para junto de Deus e de seu trono.
(Apocalipse 12:2-5)

A mulher — Israel — fica grávida e pare “um varão, que irá reger todas as nações com um
cetro de ferro”. Essa é uma clara referência a Jesus, o Messias do povo Judeu (v. Salmos
2:8-9). O dragão mencionado aqui é identificado no versículo 9 como “o grande Dragão, a
antiga serpente, o chamado Diabo ou Satanás, sedutor de toda a terra habitada”. Podemos
ver que Satanás deseja matar Jesus, mas ao invés disso, Jesus “foi arrebatado para junto de
Deus e de seu trono”. Essa é uma referência à ascensão de Jesus aos céus após a
ressureição (Atos 1:8). Após isso,

Foi expulso o grande Dragão, a antiga serpente, o chamado Diabo ou Satanás,


sedutor de toda a terra habitada — foi expulso para a terra, e seus Anjos foram
expulsos com ele [...]. o Dragão pôs-se a perseguir a Mulher que dera à luz o filho
varão. Ela, porém, recebeu as duas asas da grande águia para voar ao deserto, para
o lugar em que, longe da Serpente, é alimentada por um tempo, tempos e metade
de um tempo. [...] Enfurecido por causa da Mulher, o Dragão foi então guerrear
contra o resto dos seus descendentes, os que observam os mandamentos de Deus e
mantêm o Testemunho de Jesus. (Apocalipse 12:8,13,14,17)

Vemos então que “enfurecido por causa da Mulher [Israel], o Dragão foi então guerrear
contra o resto dos seus descendentes, os que observam os mandamentos de Deus e mantêm
o Testemunho de Jesus”. O “resto dos descendentes” de Israel são aqueles cristãos que
“observam os mandamentos de Deus e mantêm o Testemunho de Jesus”. Essa é a única
passagem que faz referência específica ao diabo alvejando simultaneamente cristãos e
judeus. Sabemos, pois, que essa passagem está falando especificamente dos fins do tempos,
pois ela menciona duas vezes os três anos e meio (1260 dias ou “um tempo, tempos e
metade de um tempo”) em que o Anticristo terá a autoridade para guerrear contra os
santos:

Foi-lhe dada uma boca para proferir palavras insolentes e blasfêmias, e também
poder para agir durante quarenta e dois meses. Ela abriu então sua boca em
blasfêmias contra Deus, blasfemando contra seu nome, sua tenda e os que habitam
no céu. Deram-lhe permissão para guerrear contra os santos e vencê-los; e foi-lhe
dada autoridade sobre toda tribo, povo, língua e nação. (Apocalipse 13:5-7)

O profeta Daniel também previu que o Anticristo terá a autoridade para empreender uma
bem sucedida guerra contra “o santos”. Santos também é traduzido [para o inglês] como
“abençoados” em algumas traduções. O termo faz referência direta aos verdadeiros
seguidores de Jesus que conhecem e servem o Único Deus Verdadeiro.

[Ele] proferirá insultos contra o Altíssimo e porá à prova os santos do Altíssimo;


ele tentará mudar os tempos e a Lei, e os santos serão entregues em suas mãos
por um tempo, dois tempos e metade de um tempo. (Daniel 7:25)

Novamente vemos a referência ao período de três anos e meio que o Anticristo perseguirá
aqueles que resistirem a ele.

A Bíblia deixa claro então que o Anticristo alvejará especificamente aqueles que resistirem
a suas tentativas de estabelecer sua religião sobre toda a terra. Do livro da Revelação, assim
como no livro do profeta Daniel, constatamos que os dois grupos que mais despertam o ódio
de Satanás são os judeus e cristãos.

A campanha do Mahdi contra judeus e cristãos

É interessante notar que a tradição islâmica fala muito do chamado especial que o Mahdi fará
para que os cristãos e judeus convertam ao Islã, e muito pouco se fala da conversão das
outras confissões ou religiões. Parece, então, que converter cristãos e judeus será o impulso
evangélico primário do Mahdi. A seguinte citação do Aiatolá Ibrahim Amini articula
claramente essa perspectiva:

O Mahdi oferecerá a religião islâmica aos judeus e cristãos; se aceitarem serão


poupados, caso contrário, serão mortos [4].

E claro , não podemos esquecer do infame Haidth que se tornou favorito de muitos dos
muçulmanos antissemitas. Novamente, note que ele fala especificamente dos “últimos
tempos”.

Os últimos tempos não virão a menos que os muçulmanos lutem contra os


judeus e os matem até que eles se escondam atrás de uma rocha ou árvore e a
pedra e a árvore digam: Muçulmano, servo de Alá, eis um judeu atrás de mim;
venha e mate-o; mas as árvores Gharqad não dirão, pois elas são árvores dos
judeus. [5]

Após comentários acerca desse Hadith em particular, vários autores muçulmanos


rapidamente apontam para o “interessantíssimo” fato que essa árvore em particular, a
“Gharqad” (aparentemente do gênero Lycium) está atualmente sendo plantada em
abundância pelos judeus em Israel. A questão é que é esperado pelos muçulmanos que o
holocausto final se dê no presente estado de Israel. Isso, evidentemente, corresponde a
outra específica similaridade entre o Anticristo bíblico e o Mahdi.

Um ataque militar contra Israel e o estabelecimento do Monte Templo


como sede da autoridade

A Bíblia ensina que o Anticristo, junto da sua coalizão multinacional atacará Israel — mais
especificamente Jerusalém — com fins de conquista:

Reunirei todas as nações contra Jerusalém para o combate; a cidade será


tomada, as casas serão saqueadas, as mulheres violentadas; a metade da cidade
sairá para o exílio, mas o resto do povo [os que se submeterem ao Anticristo] não
será eliminado da cidade. (Zacarias 14:2)

[Gog, o Anticristo de Ezequiel] Subirás como uma tempestade, virás como uma
nuvem que vai cobrindo a terra, tu com todas as tuas tropas e muitos povos
contigo. Assim diz o Senhor Iahweh: Naquele dia um pensamento mau invadirá o
teu coração e tu farás um plano iníquo. Dirás: “Subirei contra uma terra indefesa,
marcharei contra homens tranquilos, que habitam em segurança, vivendo todos em
cidades não muradas, sem ferrolhos e sem portas”. O teu propósito será fazer
despojo e realizar um saque, levando a tua mão contra ruínas habitadas e contra
um povo reunido dentre as nações, dedicando-se ao seu gado e às suas terras,
residindo no centro da terra. (Ezequiel 38:9-12)

De acordo com a Bíblia, após esse ataque, o Anticristo irá estabelecer especificamente seu
“trono” no “templo de Deus”. O apóstolo Paulo coloca isso em termos bem claros:
O adversário, que se levanta contra tudo que se chama Deus, ou recebe um
culto, chegando a sentar-se pessoalmente no templo de Deus, e querendo passar
por Deus. (2Tessalonicenses 2:4)

A localização do templo judeu sempre foi o Monte Moriá em Jerusalém. Hoje, o Templo que
outrora esteve no Monte Moriá não mais existe; foi destruído pelo imperador romano Titus
em 70 d.C. de acordo com a profecia de Jesus:

Saindo do Templo, Jesus caminhava e os discípulos se aproximaram dele para


mostrar-lhe as construções do Templo. Ele disse-lhes: “Estais vendo tudo isto? Em
verdade vos digo: não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja demolida”.
(Mateus 24:1,2)

Hoje em dia, no Monte Moriá, também conhecido como Monte Templo ou Haram Ash-Sharif
em árabe, estão localizadas duas mesquitas e o local é considerado o terceiro lugar mais
sagrado do Islã. Há infindáveis especulações acerca de o Monte Templo e sobre ele ter sido
local de um templo judeu de outrora e sobre se se construirá um templo lá no futuro.
Baseado no verso supracitado do apóstolo Paulo, certamente vê-se que será de fato
reconstruído o tal templo judeu em Jerusalém. O apóstolo Paulo disse que o Anticristo irá
“sentar-se pessoalmente no templo de Deus”, ou mais literalmente, “tomar seu assento no
templo de Deus”. Isso não quer tanto dizer um sentar literal, mas mais uma tomada de
posição de autoridade. Assim, constatamos que o Anticristo fará do Monte Moriá — e mais
especificamente do templo judeu reconstruído — a localização específica do seu governo.
Jesus alertou sobre esse evento há mais de dois mil anos. Referindo a esse fato e os eventos
que se seguiriam, Jesus disse:

Então, os que estiverem na Judéia fujam para as montanhas, aquele que estiver
no terraço, não desça para apanhar as coisas da sua casa, e aquele que estiver no
campo não volte atrás para apanhar a sua veste! Ai daquelas que estiverem
grávidas e estiverem amamentando naqueles dias! Pedi para que a vossa fuga não
aconteça no inverno ou num sábado. Pois naquele tempo haverá uma grande
tribulação, tal como não houve desde o princípio do mundo até agora, nem tornará
a haver jamais. E se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma vida se salvaria.
Mas, por causa dos eleitos, aqueles dias serão abreviados. (Mateus 24:16-22)

Aqui vemos Jesus se referindo à ocupação do templo pelo Anticristo como “a abominação
que causa desolação”. A desolação é uma referência ao caos e à severa perseguição contra
judeus e cristãos que imediatamente se seguirão tão logo a identidade do Anticristo for
revelada. Após essa campanha militar contra Jerusalém, o Anticristo formará a base da sua
autoridade, o próprio Monte do Templo. Nesse tempo, ficará claro que os intentos
malevolentes do Anticristo contra Israel se tornarão inteiramente manifestos. Tanto é, que
Jesus alerta os habitantes de Jerusalém para que fujam imediatamente para as montanhas.

O ataque do Mahdi a Jerusalém e o estabelecimento a partir dali do


califado islâmico
Da mesma forma é dito que o Mahdi atacará Jerusalém e a conquistará para o Islã de modo
que o novo governo islâmico reinará sobre toda a terra e terá sua sede em Jerusalém:

“[Exércitos carregando] bandeiras pretas virão de Corasão [Irã]. Nenhuma


potência conseguirá pará-las e elas finalmente chegarão a Eela [Cúpula da Rocha
em Jerusalém] e erigirão suas bandeiras.” [6]

Jerusalém será a localização do bem guiado califado e o centro do governo


islâmico, que será governado pelo Imã al-Mahdi. [7]

Também, assim como vimos anteriormente, o Mahdi não findará sua campanha contra
Jerusalém de modo pacífico. Para os judeus, a versão islâmica dos últimos dias acaba
derrotada por alguns poucos judeus sobreviventes que estão escondidos atrás das rochas ou
árvores para se esconder da espada do Islã. A campanha militar contra Jerusalém e o
estabelecimento de um califado islâmico também não irá resultar em um governo
benevolente sobre os judeus pelo Mahdi, pois, como já vimos, a última citação acima
continua:

[...] que irá abolir a liderança dos judeus [...] e colocar um fim na dominação dos
Inimigos que cospem o mal nas pessoas e causam corrupção na terra. [8]

Em relação ao supracitado ataque contra os habitantes de Israel, há outra correlação


interessante entre as ações do Mahdi e as ações do Anticristo bíblico. Embora as
similaridades entre o Anticristo e o Mahdi já discutidas aqui são espantosas, acredito que a
especificidade desse próximo paralelo é algo simplesmente incrível.

O pacto de sete anos do Anticristo com Israel

Após ascender ao poder — e como prelúdio da sua invasão a Israel —, é dito que o Anticristo
fará um pacto de sete anos com a nação de Israel.

Ele confirmará uma aliança com muitos durante uma semana; e pelo tempo de
meia semana fará cessar o sacrifício e a oblação. E sobre a nave do Templo estará a
abominação da desolação até o fim, até o termo fixado para o desolador. (Daniel
9:27)

Contextualizando, nesse verso mostra-se que o Anticristo estabelecerá uma “aliança” com
Israel por sete anos. O termo específico em hebreu usado nesse verso e meramente
traduzido como “sete” é shabuwa. Literalmente significa uma semana, mas pode significar
tanto uma “semana” de dias quanto de anos. No pensamento hebreu, um período de sete
anos é similar à nossa década. Nós do Ocidente tendemos a medir as coisas por meio do
sistema decimal com incrementos de dez, enquanto medimos os dias em termos de sete
(uma semana). Os hebreus mediam tanto dias quanto anos em incrementos de sete. A
palavra traduzida como “sete” em Daniel 9:27 faz referência a sete anos. Essa é a
quantidade específica de tempo que o Anticristo estabelecerá seu tratado de paz com Israel.
Então, no meio desses sete anos, o Anticristo renegará esse tratado e parará de oferecer
sacrifícios no templo judeu e então se proclamará não apenas governante do mundo, mas
também o próprio Deus. O Profeta Isaias menciona essa “aliança” e repreende Israel por
fazê-la: Ele, com efeito, refere-se a ela como “aliança com a morte” (Isaías 28:14-15).
Nessa aliança, os israelenses encontram um falso senso de segurança.

O pacto de sete anos do Mahdi

Novamente e de maneira similar, é dito que o Mahdi dará início ao quarto e último pacto
entre “romanos” e muçulmanos (Novamente, romanos aqui devem ser entendidos como
cristãos ou o ocidente em geral — os executores de Nicholas Berg na declaração antes da
execução se referiram ao Presidente Bush como “Tu, o cachorro dos romanos”). Bastante
interessante é saber que esse quarto pacto será feito com um descendente de Aarão, o
irmão de Moisés. Tal descendente será um cohanim. Isto é dizer que ele será um sacerdote.
Dentre os judeus, apenas a um cohanim é permitido desempenhar as tarefas sacerdotais do
Templo. Isso é importante por conta do fato de que muitos estudiosos cristãos das profecias
e teólogos especularam que o pacto que o Anticristo dará início com Israel incluirá o acordo
de permissão para que os judeus reconstruam seu Templo. Contudo, provavelmente o mais
incrível aspecto desse tratado que o Mahdi fará com esse judeu de linhagem sacerdotal é o
prazo. O prazo específico dado para esse prazo é exatamente o mesmo dado pelo Anticristo:
sete anos! Citando o hadith que fala do surgimento e dominância do Mahdi, Muhammad Ali
ibn Zubair relata essa surpreendente tradição:

O Profeta disse: Haverá acordos de paz entre vocês e os Romanos. O quarto será
mediado por meio de uma pessoa que será da descendência do Hadrat Aarão
(Honorável Aarão, o irmão de Moisés) e será mantido por sete anos. As pessoas
perguntaram: “Ó Profeta Maomé, quem será o imã (líder) do povo naquele
tempo?”. O Profeta disse: Ele será da minha descendência e terá exatamente
quarenta anos de idade. Sua face brilhará como uma estrela… [9]

Mudança dos tempos e das leis


Outro objetivo do Anticristo de acordo com o Livro de Daniel será a tentativa de “mudar os
tempos e a Lei”.

Ele falará contra o Altíssimo, oprimirá seus santos e tentará mudar a disposição dos tempos
e das leis.

“[Ele] proferirá insultos contra o Altíssimo e porá à prova os santos do Altíssimo;


ele tentará mudar os tempos e a Lei, e os santos serão entregues em suas mãos
por um tempo, dois tempos e metade de um tempo”. (Daniel 7:25)

Com efeito, esse é um grande indicador da pessoa do Anticristo. Pelas suas ações, temos
uma indicação das suas origens. É dito que ele desejará mudar duas coisas: os tempos e a
Lei. Assim, podemos constatar que o Mahdi mudará a lei instituindo a Shariah islâmica sobre
toda a terra, mas não vemos qualquer evidência na literatura apocalíptica islâmica dele
mudando os “tempos”. O simples questionamento, entretanto, é: quem além de um
muçulmano desejaria mudar “os tempos e as leis”? Além do calendário gregoriano usado
pelo Ocidente, há também um calendário judeu, um hindu e outro muçulmano, dentre
outros. Todavia, judeus e hindus não são pessoas que desejam impôr suas leis religiosas ou
calendários para o resto do mundo. Por outro lado, o Islã tem suas próprias leis e seu
próprio calendário e eles desejam impô-los para o resto do mundo. O calendário islâmico é
baseado na vida de Maomé. Ele começa com a migração (Hijra) de Maomé da Meca para
Medina. Esse calendário é tido como mandatório a todos que professam a fé islâmica. O Dr.
Waleed Mahanna articula a posição islâmica acerca do calendário “Hijra” islâmico”:

É considerado um mandamento divino usar o calendário (Hijra) com doze meses


(puramente) lunares sem intercalação, conforme fica evidente do [...] Corão. [10]

Não apenas o Islã vê como um imperativo divino o uso de um único calendário religioso,
como ele também tem sua própria semana. Diferente do ritmo ocidental de uma semana,
que tem seus dias úteis indo de segunda até sexta, seguido de um Sábado e Domingo para
judeus e cristãos realizarem suas respectivas práticas de adoração religiosa, o Islã tem na
sexta-feira seu dia de orações. Esse é o dia que os muçulmanos se encontram na mesquita
para rezar e ouvir o sermão.

Assim, fica assaz plausível dizer que quando a Bíblia se refere a um Anticristo que “tentará
mudar os tempos e as leis” ela está falando de um muçulmano. Conforme olhamos para o
quadro todo, apenas o Islã preenche os requisitos de um sistema que tem calendário próprio
e uma semana baseada na própria história religiosa e um claro sistema de leis que se
deseja impor a todo o planeta. Certamente se chegar a emergir um muçulmano tão poderoso
quanto dizem ser o Mahdi, então ele certamente tentará instituir mundialmente tanto a lei
islâmica quanto o calendário semana.

O cavaleiro sobre o cavalo branco


A última similaridade entre o Anticristo e o Mahdi que discutiremos neste capítulo é o fato de
que ambos — o Anticristo e o Mahdi — são identificados numa passagem bíblica que
descreve um cavaleiro sobre um cavalo branco. Embora isso possa ser literal, muito
provavelmente trata-se de um retrato simbólico de dois homens. O mais assombroso de tudo
é que a origem da tradição bíblica acerca do Anticristo sobre um cavalo branco e a origem da
tradição islâmica sobre o Mahdi são ambas atribuídas à mesma passagem na Bíblia.

A base do retrato simbólico tanto do Anticristo quando do Mahdi sobre um cavalo branco é o
sexto capítulo do livro do Apocalipse. Nele, o apóstolo João descreve sua visão do
desencadeamento dos eventos que marcam o início do fim dos tempos. A imagem é Jesus
segurando um pergaminho e do lado de fora do pergaminho há sete selos de cera. Conforme
cada selo é quebrado, um evento distinto e específico é desencadeado.

Vi quando o Cordeiro abriu o primeiro dos sete selos, e ouvi o primeiro dos quatro Seres
vivos dizer como o estrondo dum trovão: “Vem!” Vi então aparecer um cavalo branco, cujo
montador tinha um arco. Deram-lhe uma coroa e ele partiu, vencedor e para vencer ainda.
(Apocalipse 6:1-2)

Os selos que acompanham esse cavaleiro são:

A paz é tomada da Terra


Fome
Pragas e morte
Perseguição e martirização do povo de Deus
Um grande terremoto
A ira de Deus

Vemos então que após a entrada do cavaleiro em cena, o mundo essencialmente entra em
queda livre rumo ao caos que define as últimas horas. A interpretação que muitos dos
estudiosos da Bíblia dão a essa passagem é a seguinte:

Ao cavaleiro é dado um cavalo branco, que é uma tentativa de imitar o cavalo branco que
Jesus cavalgará quando Ele retornar (Apocalipse 19:11). Assim, o cavaleiro é uma imitação
de Cristo, um impostor: um Anticristo. O arco (sem qualquer flecha) que o cavaleiro carrega
é a falsa paz. O cavaleiro é retratado como alguém que emerge carregando junto da sua
ascensão ao poder uma falsa promessa de paz. Isto está em concordância e pode ser uma
referência direta ao falso tratado de paz que o Anticristo fará com Israel no início do seu
reinado de sete anos. A coroa em sua cabeça é obviamente uma referência à posição de
autoridade e liderança que será dada a ele. Vemos então que a verdadeira motivação e
inclinação do cavaleiro é conquistar. À luz da identidade e atividade do cavaleiro, não nos
surpreendemos em descobrir que os eventos que se seguem ao seu surgimento no cenário
mundial não correspondem a eventos típicos de uma era de paz, mas sim eventos de uma
era de caos apocalíptico. Aparentemente esse não é um problema para os estudiosos
islâmicos que geralmente adotam uma abordagem assaz arbitrária para se referir à Bíblia.
Em vez de ver o Anticristo conquistador e coroado, os estudiosos veem uma clara referência
ao Mahdi. Conforme mencionado anteriormente no capítulo sobre o Mahdi, Ka‟b al Ahbar, um
dos primeiros transmissores islâmicos do Hadith, diz:

Pude encontrar o Mahdi retratado nos livros dos Profetas [...] Por exemplo, o
livro do Apocalipse diz “Vi então aparecer um cavalo branco… Deram-lhe uma
coroa e ele partiu, vencedor e para vencer ainda.”[11]

Concluindo, podemos constatar que vários e distintos aspectos, missões e ações levadas a
cabo pela pessoa bíblica do Anticristo se igualam em considerável grau com as descrições do
Mahdi conforme podemos constatar nas tradições islâmicas. E agora principalmente, vimos
que os estudiosos muçulmanos, com efeito, aplicam versos bíblicos do Anticristo ao seu
esperado salvador, o Mahdi. Há aí algo aí que deve ser visto como irônico, senão profético.

RICHARDSON, Joel. Will Islam Be Our Future? A Study of Biblical and Islamic Eschatology. cap. 5.
Disponível emhttp://www.answering-islam.org/Authors/JR/Future/index.htm_

Notas:

1. Ayatullah Baqir al-Sadr and Ayatullah Muratda Mutahhari, The Awaited Savior, (Karachi,
Islamic Seminary Publications), prologue, pp. 4,5

2. Sunan Abu Dawud, Livro 36, Número 4273, narrado por Umm Salamah, Ummul Mu‟minin

3. Al-Sadr and Mutahhari, prólogo, pp.4,5

4. Izzat and„Arif, p. 16
5. Sideeque M.A. Veliankode, Doomsday Portents and Prophecies (Scarborough, Canada,
1999) p. 358

6. Ayatollah Ibrahim Amini, Al-Imam Al-Mahdi: The Just Leader of Humanity, tradução Dr.
Abdulaziz Sachedina, disponível online em: http://al-islam.org/mahdi/nontl/Toc.htm

7. Sahih Muslim, Livro 041, Número 6985

8. Signs of Qiyamah by Mohammed Ali Ibn Zubair Ali translated by M. Afzal Hoosein Elias
from the original (with references): “Aalalaat-e-Qiyyamat aur Nuzul-e-
Eesa.”http://members.cox.net/arshad/qiyaama.html

9. Izzat and„Arif, p. 40

10. ibid.

11. Tabarani como citado em Mufti A.H. Elias and Muhammad Ali ibn Zubair Ali, Imam
Mahdi, artigo online disponível em:http://www.islam.tc/prophecies/imam.html

Fonte:Dominus Est

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