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PENSAMENTO TEOLÓGICO
Introdução
O Cristianismo apostólico emergiu no I século AD como uma das facções do Judaísmo.1
Neste período a religiosidade judaica tornara-se destituída de sentido espiritual, por
terem feito das ordenanças do templo um fim em si mesmas. O sacerdócio por sua vez
corrompera-se pela “fraude, suborno e até pelo homicídio.”2 Contudo entre o povo
judeu percebia-se nesse período um movimento reavivalista da esperança messiânica.
Havia uma expectativa da vinda do Messias como um libertador da nação. Até mesmo
entre os gentios levantaram-se homens que, tendo acesso à Escritura, anunciaram o
Messias como o libertador do pecado.3
O Cristianismo primitivo surgiu como um movimento religioso com base no
cumprimento das profecias messiânicas. Havia um senso que a vinda do Messias estava
às portas e que chegara a plenitude do tempo (Gl 4:4), conforme previam as profecias de
Daniel 9:24-27.4 A liderança judaica, entretanto, se opôs à mensagem profética e
evangélica do Cristianismo e terminou por rejeitar o Messias, causando entre outros
motivos a separação entre o Judaísmo e o Cristianismo.5
Os primeiros cristãos e os judeus estavam identificados pela mesma origem étnica e
pela mesma fonte de revelação, o Antigo Testamento. A mensagem neotestamentária
fundamentava-se nas promessas da aliança e na ética dadas por Deus ao povo israelita
no decorrer de sua história. Após a ressurreição de Jesus, entretanto, os cristãos
passaram a Ter uma nova compreensão do significado das profecias messiânicas. Para
1
Esta ligação do Judaísmo e o Cristianismo é evidente em diversos aspectos:
(1) o templo era um lugar de culto comum, (2) a presença de grande número de
sacerdotes e fariseus entre os primeiros cristãos, (3) Paulo observa um rito judaico no
final de sua terceira viagem, (4) as sinagogas continuaram sendo local de adoração e
evangelização também para os cristãos, (5) os primeiros líderes do cristianismo eram de
origem judaica, (6) o Antigo Testamento era a Palavra de Deus comum aos dois grupos.
Ver: Jacques Doukhan, Drinking at the Sources (Mountain View, CA:Pacific Press
Publishing Association, 1981), 41; Richard L. Niswonger, New Testament History
(Grand Rapids, MI: Zondervan, 1992), 53, 61-69, 190-191; Merril C. Tenney, New
Testament Times (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1971), 67, 183-185; W. H. C. Frend,
The Early Church (Philadelphia: Fortress Press, 1982), 25.
Ellen G. White, O desejado de todas as nações, 17ª ed. (Tatuí, SP: Casa
2
judeu através de toda sua história (Gn 3:15; Gn 12:7; Gl 3:16).1 Foram, contudo, as
surgimento traria libertação para a nação escravizada.2 A crença judaica, desde então,
que o Messias deveria vir para libertar o povo de Israel logo após um severo período de
subseqüente vitória asmoneana (165 AC), teve conotações messiânicas. Era então
davídica.4
Leave of Antiquity,” em: Broadman, Griffin e Murray, eds. The Oxford History of the
Classical World, 808, 821-822; Will Durant, História da civilização (São Paulo:
Companhia Editora Nacional, 1957), 7:35, 344-347; Earle E. Cairns, O Cristianismo
através dos séculos (São Paulo: Vida Nova, 1992), 51; Kenneth Scott Latourette, A
History of Christianity (New York: Harper & Brothers, 1953), 1:81-91, 112-188.
5
Bruce, The Acts of the Apostles, 22-23, 190-194.
1
R. J. Zwi Werblowski, “O Messianismo da História Judaica," em: J. Guinsburg,
ed., Vida e valores do povo judeu (São Paulo: Editora Perspectiva, 1972), 27; Abrahan
Cohen, Everyman’s Talmud (New York: Schocken Books, 1975), 347.
2
Lester L. Grabbe, Judaism from Cyrus to Hadrian (Minneapolis, MS: Fortress
Press, 1992), 2:552, 579; Doron Mendels, The Rise and Fall of Jewish Nationalism
(New York: Doubleday, 1992), 227-228.
University Press, 1978); Geoffrey Wigoder, The Encyclopedia of Judaism (New York:
MacMillan, 1989), 481-482.
4
Werblowski, 22-25.
A literatura rabínica a partir do Segundo Templo caracterizava-se por um
Messias com seu curto domínio introduziria o reino de Deus que significava, por sua
judaica, estabelecida a partir de Zorobabel (586 AC), permaneceu viva até a revolta de
Bar Kokhba (135 AD), que foi considerado Messias pelo Rabi Akiva.6
crença messiânica de seus dias. A constante luta entre eles por hegemonia (Mt 18:1-5;
5
Para melhor informação sobre natureza, tipos de divisão da história da língua e
literatura hebraicas, ver: Cecil Roth, ed., Biblioteca da cultura judaica (Rio de Janeiro:
Editora Tradição, 1967), 2:789-793; 5:413-424, 554-556, 9:154-157; Donald E. Gowan,
Bridge between the Testaments: A Reappraisal of Judaism from the Exile to the Birth of
Christianity (Pittsburg, PA: Pickwick Press, 1980), 342-369. Para compreensão do
conteúdo da literatura apocalíptica, ver: Gowan, 445-469.
483. O Rabi Akiva era considerado um dos principais mestres rabínicos da época (132-
135 AD) como é declarado em: Werblowski, 26; Jacob Neusner, ed., The Social World
of Formative Christianity and Judaism (Philadelphia: Fortress Press, 1988), 50-65.
7
Werblowski, 26; Sandmel, 208; Wigoder, 482; Michael Green, Evangelização
na Igreja Primitiva (São Paulo: Vida Nova, 1984), 103-115; John R. Stott, A mensagem
de Atos (São Paulo: ABU Editora, 1994), 180; Walker, 1:32; E. P. Sander, Judaism
Practice & Belief 63 BCE - 66 CE (London: SCM Press, 1992), 279.
politicamente a nação (Lc 24:18-21).8 Mesmo após a ressurreição de Cristo essa
mentalidade estava presente entre os mais íntimos discípulos de Cristo (At 1:6).
dos próprios apóstolos. Não havia no judaísmo extra-bíblico de então nenhuma visão
Podem ser relacionados pelo menos cinco fatores que conduziram os apóstolos
à decepção messiânica: (1) o condicionamento social em que viviam, (2) o forte desejo
do Servo Sofredor de Isaías.2 Além disso (5) os judeus da linha farisaica davam à lei
oral a mesma autoridade normativa que tinha a Escritura. Sendo eles originários das
classes mais simples exerciam forte influência sobre a população. Estava assim aberta a
8
A imaturidade espiritual e a incompreensão dos discípulos foi a causa da
decepção apostólica como é declarado em: Jack Dean Kingsbury, Conflict in Mark:
Jesus, Authorities, Disciples (Minneapolis, MS: Fortress Press, 1989), 95-113; idem,
Conflict in Luke: Jesus, Authorities, Disciples (Minneapolis, MS: Fortress Press, 1991),
137-139; Cesare Cantu, História universal (São Paulo: Editora das Américas, 1958),
6:160.
1
Joachim Jeremias, Teologia do Novo Testamento (São Paulo: Paulinas, 1977),
119; E. G. White, O desejado de todas as nações, 113-114.
2
Wigoder, 641; Siegfried H. Horn, “Jewish Interpretation in the Apostolic Age,”
em: Gordon M. Hyde, ed., A Symposium on Biblical Hermeneutics (Washington, DC:
Review and Herald, 1974), 17-26; A. Berkeley Mickelsen, Interpreting the Bible (Grand
Rapids, MI: Eerdmans, 1991), 20-30; Hans K. LaRondelle, The Israel of God in
Prophecy (Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 1987), 14-17.
Reino de Deus
dos céus.’”1 O termo reino de Deus, contudo, não era um conceito completamente novo,
duas vezes aparece a expressão “Reino do Senhor” (1Crônicas 28:5; 2 Crônicas 13:8),3
mas a noção de Deus como Rei é comum no Antigo Testamento,4 expressada através de
quatro grupos textuais: (1) nos Salmos de ascensão ao trono (Sl. 47, 93, 96-99), que
confessam que “Jeová tornou-se rei” pois escolheu Jerusalém como a Sua cidade e Davi
como Rei5 (Sl 89); (2) nas doxologias que exaltam o domínio de Jeová por Seus atos
salvíficos na história (ex.: Êxodo 15; Salmos 44, 87, 89, 136) e/ou falam de Deus como
criador e mantenedor de suas criaturas (ex.: Salmos 74, 95, 103, 145, 146);6 (3) nas
profecias clássicas que anunciam o reino escatológico de Deus (ex.: Isaías 10, 33, 45,
52), Sua soberania não apenas como objeto de louvor, mas como uma realidade
1
Leonhard Goppelt, Teologia do Novo Testamento, trans. Martin Dreher and
Ilson Kayser, 3ª ed. (São Paulo, SP: Editora Teológica, 2002), 81. A expressão “Reino
dos Céus” (basilei,a tw/n ouvranw/n) é usada no evangelho de Mateus (31 vezes ao
todo), onde a palavra “Céus” (ouvrano,j) é utilizada para substituir a palavra “Deus”
(qeo,j), seguindo o costume hebraico de evitar o uso direto do nome de Deus. “Reino
dos Céus” e “Reino de Deus” são, portanto, expressões sinônimas. D. R. W. Wood I
and Howard Marshall, New Bible Dictionary, 3 ed. (Downers Grove, IL: InterVarsity
Press, 1996, c1982, c1962), 647; Gundry, 95.
2
Goppelt, 81, 82.
David Noel Freedman, ed., The Anchor Bible Dictionary (New York, NY:
3
apocalíptica (ex. Isaías 24-26; Daniel 2, 7), onde o reino de Deus é outorgado ao
por fim, estabelecendo o Seu reino (o segundo éon) e trazendo a felicidade para Israel.4
mundo, através de poderosos sinais cósmicos, instaurando afinal o Seu reino de Paz.5
Como é dito na Kaddish, a última oração do culto sinagogal nos tempos de Jesus6:
1
Goppelt, 83; Freedman, ed., 52.
Luz” (a comunidade de Qunram) na guerra contra “os filhos das trevas” (judeus
vez, que também almejavam o estabelecimento do reino, criam que ele viria apenas por
meio de ação político-militar, e que lutar contra Roma era lutar a favor do Reino de
Deus.3
6
Goppelt, 85. Para uma melhor compreensão da liturgia judaica e da Kaddish
ver: Jacob Neusner, Alan J. Avery-Peck and William Scott Green, ed., The
Encyclopedia of Judaism, 5 vols., vol. 2 (Brill, Leiden: Koninklijke Brill NV, 2000),
825-827.
1
Freedman, ed., 54.
2
Ladd, Teologia do Novo Testamento, 59; Goppelt, 85; David Noel Freedman
ed., 54. A fim de conhecer mais acerca dos essênios ver: Don F. Neufeld, ed., The
Seventh-Day Adventist Bible Dictionary, 12 vols., The Seventh-Day Adventist Bible
Commentary, vol. 8 (Hagerstown, MD: Review and Herald Publishing Association,
1979, 2002); Norman L. Geisler, Baker Encyclopedia of Christian Apologetics (Grand
Rapids, Mich: Baker Books, 1999), 187-189, 215, 216; Marshall, 339-341; Paul Lagass,
ed., The Columbia Encyclopedia, 6 ed. (New York; Detroit: Columbia University Press,
2000), Qumran.
3
Richardson, 87; Ladd, Teologia do Novo Testamento, 60; Fiensy, 60. Uma
maior visão a respeito dos zelotes pode ser obtida em: Gerhard Kittel, Gerhard
Friedrich, and Geoffrey William Bromiley, ed., Theological Dictionary of the New
Testament (Grand Rapids, Mich: W.B. Eerdmans, 1995, c1985), 297-299; Lagass, ed.,
Zealots; M.G. Easton, Easton's Bible Dictionary (Oak Harbor, WA: Logos Research
Systems, Inc., 1996, c1897), Zealots; Freedman, ed., 1045-1054.
Lei e Salvação
essa verdade. Mesmo entre o povo escolhido e seus mais representativos líderes,
bíblico. Caim, ao ofertar a Deus os frutos da terra1 como resultado do seu próprio
trabalho, pretendia manifestar seu culto sem o cordeiro sacrifical (Gn 4:3).2 A atitude de
Abel ao apresentar a Deus uma oferta das primícias do seu rebanho, com base no
atitude de Caim.
Além disso, a promessa da aliança feita entre Deus e Abraão em fazer dele uma
numerosa nação na terra de Canaã (Gn 12:1-9; 13:14-18),3 estava em contraste com o
alcançar a salvação pelo seu próprio mérito. Impressionado pela teofania do Sinai, o
povo afirmou três vezes: “Tudo o que falou o Senhor faremos” (Ex 19:8; 24:3,7). Isto
1
Kidner, Gênesis: introdução e comentário, 1:70, declara que é “argumento
precário supor que a ausência de sangue desqualificou a oferta de Caim.”
2
O fundamento de toda religião falsa tem sido a confiança nos próprios
esforços como meio de salvação. Esse assunto é analisado em: E. G. White, Patriarcas
e profetas, 68-69.
3
Ibid., 274-283, 298-301.
reflete o propósito de se cumprir as exigências morais do concerto com base na
evidente conflito com a maneira como Deus confirmou Seu concerto com Israel, isto é,
através do sangue do sacrifício, pré-anúncio do sangue da aliança que Deus faria então
quando a deu a Moisés (Ex 31:18); este a entregou a Josué, que por sua vez a passou
aos anciãos, que a passaram aos profetas, que a comunicaram aos membros da grande
assembléia (os 120 anciãos) liderados por Esdras, o escriba e por seus companheiros, os
soferim (contadores de letras). O zelo por essa tradição conduziu o povo hebreu ao
legalismo.3
1
O ensinamento do Antigo Testamento sobre a salvação se fundamenta na
graça de um Deus misericordioso que antepõe os indicativos divinos aos Seus
imperativos como bem ensinam. Ver: Gerhard von Rad, Teologia do Antigo
Testamento (São Paulo: ASTE, 1973), 1:230-231; Alberto R. Timm, “Como Carlinhos
saiu do poço,” Dec, fevereiro de 1984, 18; Martin Luther, Commentary on Genesis
(Grand Rapids, MI: Zondervan, 1958), 2:7-23; J. Barton Payne, The Theology of the
Older Testament (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1975), 411-443; Gerhard F. Hasel,
Teologia do Antigo Testamento (Rio de Janeiro: JUERP, 1987), 39; F. F. Bruce, New
Testament Development of Old Testament Themes (Grand Rapids, MI: Eerdmans,
1989), 32-50; Jon Dybdahl, Old Testament Grace (Boise, ID: Pacific Press, 1990);
Walter C. Kaiser Jr., Teologia do Antigo Testamento (São Paulo: Vida Nova, 1980),
271-277.
2
Wigoder, 494: O Mishna foi a primeira autoritativa compilação da lei oral,
refletindo cinco séculos de tradições legais judaicas, desde a era dos escribas até aos
tannaim.
3
Ibid., 308.
Este último grupo (soferim) teve uma grande influência sobre a nação, a partir
Hircano (135-105 AC), surgiram os saduceus e fariseus,3 que tinham a lei como centro
da Palestina.
1
Ibid. A transgressão da lei de forma genérica (Am 3:14-15), o
quebrantamento do sábado (Ne 13:17-18) e a prática da idolatria (Je 7:9), em particular,
e a maneira injusta como tratavam com os pobres (Jr 7:5-7) foram as causas que
conduziram ao cativeiro em Babilônia.
2
V. L. Walter, “Ebionismo,” em: Elwell, ed., Enciclopédia histórico-teológica
da Igreja Cristã, 1:376.
3
Niswonger, 34.
4
Wigoder, 339.
5
Ibid., 641.
6
Donald E. Gowan, Bridge between the Testaments: A Reappraisal of Judaism
from the Exile to the Birth of Christianity (Pittsburg, PA: Pickwick Press, 1980), 433-
443; Roger Brooks, The Spirit of the Ten Commandments: Shattering the Myth of
Rabbinic Legalism (New York: Harper & Row, 1990), 21-27; Dan Cohn-Sherbok, A
Dictionary of Judaism & Christianity (Philadelphia: Trinity Press International, 1991),
58-59, 152-153. Os méritos dos patriarcas não só acumulam-se, mas beneficiam seus
descendentes, acelerando a redenção de Israel. Ver: Wigoder, 481.
PALESTINA
Grânico (334 AC) permitiu que Alexandre viesse a dominar a Palestina em 332 AC.
Sua morte em 321 Ac fez surgir uma luta pelo domínio do seu império, como resultado
a Palestina foi entregue a Ptolomeu (general de Alexandre), que anexara sob seu
controle a Egito. Pelo período de aproximadamente 100 anos a Palestina ficou sob o
Mas em 198 AC, Antíoco III de origem selêucida anexou a Palestina, tirando-a do
domínio egípcio, dos Ptolomeus. Seu filho, Antíoco Epifânio (175 AC 163 AC),
Sábado. Ainda mandou destruir as cópias da Lei, colocar um altar a Zeus no templo de
contra os selêucidas, e continuada por seu filho Judas Macabeu, que foi sucedido por
seu irmão Jônatas. Foi contudo no período da liderança de Simão, em 142 AC, que se
deu a independência da Judéia. Com isto terminou a influência dos selêucidas sobre a
romanos. Com a morte de Simão e seus filhos (135 AC), assassinados por Ptolomeu,
genro de Simão, o governo passou às mãos de João Hircano, que se tornou o fundador
63 AC).1 Reis hasmoneus se seguiram no governo da Palestina até que Herodes, com
reinando de 37 AC a 4 AC. Foi nomeado por Otávio como rei dos judeus, contudo foi
através de guerras internas que assumiu de fato o controle de toda a Palestina. Um dos
como o Anás dos evangelhos. Foi este o Herodes que ordenou a matança das crianças
de Jerusalém (Mt 2:1-8, 16), quando o imperador de Roma era Augusto (27 AC 14
último é o mais proeminente nos evangelhos. Jesus faz referência a ele como tendo a
Batista e aquele diante de quem Jesus foi julgado (Mt 14:1-12; Mc 6:14-29; Lc 3:19;
23:7-12). No ano 39 AD foi deposto por Calígula (37 41 AD) ao substituir Tibério
de cobrar impostos diretos, uma vez que os indiretos eram cobrados pelos publicanos
1
Merril C. Tenney, O Novo Testamento sua origem e análise, 2ª ed. (São
Paulo: Vida Nova, 1972), 44-61.
tropas compostas por soldados nativos, os judeus neste caso eram dispensados do
serviço militar (Lc 7:10; 23:47). Eles ainda eram investidos de autoridade judicial, para
julgar crimes que envolvessem penas capitais, enquanto os problemas judicais menores
declaram que Pilatos era um homem de mau caráter. Os desafios de Pilatos ao povo
conhecida sua inimizade com Herodes Antipas. A partir do ano 30 AD tornou-se mais
Imperador Vitélio, que depôs Pilatos. O fim da vida de Pilatos permanece sem
suicidou.
Geografia Política
O norte da Galiléia era controlado por Felipe. Além dessas divisões havia uma
federação de cidades gregas livres. A Fenícia era uma delas que estava fora da
Apesar dos judeus terem uma única fonte de revelação para orientar sua vivência
religiosa, o Antigo Testamento, eles acabaram por se dividir em várias seitas religiosas
sacerdote dos dias de Davi. Por ocasião do Novo Testamento, eles eram constituídos de
famílias sacerdotais, aristocratas, ricas e políticas. Eles eram responsáveis pela vida
Foi aos saduceus juntamente com os fariseus que João Batista os chamou de
“raça de víboras” (Mt 3:7). Os saduceus e os fariseus desafiaram a Jesus e Lhe pediram
um sinal (Mt 16:1-4). Eles discutiram com Cristo sobre a ressurreição (Mt 22:23-33),
helenização dos judeus. Sua origem como foi dito acima parece Ter sido nos dias de
João Hircano, por volta do ano 120 AC. Eles tinham representantes no Sinédrio, por
passivamente às autoridades romanas. Por serem da classe média tinham mais acesso
Eles estavam bem representados entre os escribas e doutores da lei. Sua principal tarefa
era estudar, interpretar e aplicar os princípios da lei a cada circunstância da vida diária.
discussão sobre as tradições (Mr 7:1-13); (2) instigaram os discípulos de João contra ele
(Mt 9:11, 14; Jo 4:1); acusaram Jesus de possuir demônios (Mt 9:34; 12:24); de
acontecia depois de três anos de noviciado, quando então o novo intregrante recebia os
contrários ao casamento. A lei ocupava uma posição central de sua religiosidade, que
Sábado. Eles não são citados no Novo Testamento, contudo aparecem nos escritos de
fim do outono de 1947. Além disso foram encontrados vestígios da existência de uma
floresceu no I século AC. Julga-se que a sociedade foi extinta no ano 70 AD, na guerra
e Seus apóstolos. A seita de Qumran não exerceu uma influência marcante sobre o
Novo Testamento nem sobre a Igreja Apostólica. Era uma comunidade fechada que
aceitava, contudo, o matrimônio. São identificados como sendo o mesmo grupo dos
essênios. Tinha uma teologia com uma forte ênfase escatológica, tanto na sua visão do
Ainda hoje são encontrados no Oriente Médio. Diversos deles eram funcionários do
governo e por isso mesmo tinham influência política. Eram considerados como
intelectuais dos seus dias. Eles ainda copiavam a lei e outros escritos do Antigo
23:33; Lc 10:25). O título foi usado primeiramente na Escritura para Esdras (Es
7:6,10). Os mais famosos foram Hillel, Shammai e Gamaliel. Sua interpretações eram
consideradas do mesmo valor da Lei de Moisés. Cristo, contudo, condenou tal ponto de
morte de Cristo (Mt 26:57-59; 16:21; 27:41). Muitos deles se opuseram aos apóstolos
entendiam que pagá-los a César era uma traição a Deus. Teologicamente concordavam
Macabeus. Seu fim é relatado em Atos 5:37. Jesus tinha pelo menos um zelote entre