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Cristianismo (do grego Xριστός, "Christós", messias, ungido, do heb. " משיחMashiach") é uma religião
abraâmica monoteísta[1] centrada na vida e nos ensinamentos de Jesus de Nazaré, tais como são apresentados
no Novo Testamento.[2] A fé cristã acredita essencialmente em Jesus como o Cristo, Filho de Deus, Salvador e
Senhor.[3] A religião cristã tem três vertentes principais: o Catolicismo Romano (subordinado ao bispo romano),
a Ortodoxia Oriental (se dividiu da Igreja Católica em 1054 após o Grande Cisma) e o Protestantismo (que surgiu
durante a Reforma do século XVI). O protestantismo é dividido em grupos menores chamados de denominações.
Os cristãos acreditam que Jesus Cristo é o Filho de Deus que se tornou homem e o Salvador da humanidade,
morrendo pelos pecados do mundo. Geralmente, os cristãos se referem a Jesus como o Cristo ou o Messias.
Os seguidores do cristianismo, conhecidos como cristãos,[4] acreditam que Jesus seja o Messias profetizado na
Bíblia Hebraica (a parte das escrituras comum tanto ao cristianismo quanto ao judaísmo). A teologia cristã
ortodoxa alega que Jesus teria sofrido, morrido e ressuscitado para abrir o caminho para o céu aos humanos;[5]
Os cristãos acreditam que Jesus teria ascendido aos céus, e a maior parte das denominações ensina que Jesus irá
retornar para julgar todos os seres humanos, vivos e mortos, e conceder a imortalidade aos seus seguidores.
Jesus também é considerado para os cristãos como modelo de uma vida virtuosa, e tanto como o revelador
quanto a encarnação de Deus.[6] Os cristãos chamam a mensagem de Jesus Cristo de Evangelho ("Boas Novas"),
e por isto referem-se aos primeiros relatos de seu ministério como evangelhos.
O cristianismo se iniciou como uma seita judaica[7][8] e, como tal, da mesma maneira que o próprio judaísmo ou
o islamismo, é classificada como uma religião abraâmica.[9][10][11] Após se originar no Mediterrâneo Oriental,
rapidamente se expandiu em abrangência e influência, ao longo de poucas décadas; no século IV já havia se
tornado a religião dominante no Império Romano. Durante a Idade Média a maior parte da Europa foi
cristianizada, e os cristãos também seguiram sendo uma significante minoria religiosa no Oriente Médio, Norte
da África e em partes da Índia.[12] Depois da Era das Descobertas, através de trabalho missionário e da
colonização, o cristianismo se espalhou para a América e pelo resto do mundo.
O cristianismo desempenhou um papel de destaque na formação da civilização ocidental pelo menos desde o
século IV.[13] No início do século XXI o cristianismo conta com entre 2,3 bilhões de fiéis,[14][15][16] representando
cerca de um quarto a um terço da população mundial, e é uma das maiores religiões do mundo.[17] O
cristianismo também é a religião de Estado de diversos países. No entanto, os cristãos continuam a ser
perseguidos em algumas regiões do mundo, especialmente no Médio Oriente, Norte de África, Ásia Oriental, e
Ásia do Sul.[18][19][20]
História
Cristianismo primitivo
Segundo a religião judaica, o Messias, um descendente do Rei Davi, iria um dia aparecer e restaurar o Reino de
Israel. Na Palestina, por volta de 26 d.C., Jesus Cristo, nascido na cidade de Belém (Judeia) começou a pregar na
Galileia, sendo aclamado por alguns como o Messias. Jesus foi rejeitado, tido por apóstata pelas autoridades
judaicas. Foi condenado por blasfémia e executado pelos romanos como um líder rebelde. Seus seguidores
enfrentaram dura oposição político-religiosa, tendo sido perseguidos e martirizados, pelos líderes religiosos
judeus, e, mais tarde, pelo Estado Romano.[carece de fontes?]
Com a morte e a suposta ressurreição de Jesus, os apóstolos, principais testemunhas da sua vida, reúnem-se
numa comunidade religiosa composta essencialmente por judeus e centrada na cidade de Jerusalém. Esta
comunidade praticava a comunhão dos bens, celebrava a "partilha do pão" em memória da última refeição
tomada por Jesus e administrava o batismo aos novos convertidos. A partir de Jerusalém, os apóstolos partiram
para pregar a nova mensagem, anunciando a nova religião inclusive aos que eram rejeitados pelo judaísmo
oficial. Assim, Filipe prega aos Samaritanos, o eunuco da rainha da Etiópia é
batizado, bem como o centurião Cornélio. Em Antioquia, os discípulos
abordam pela primeira vez os pagãos e passam a ser conhecidos como
cristãos.[carece de fontes?]
Nas primeiras comunidades cristãs a coabitação entre os cristãos oriundos do paganismo e os oriundos do
judaísmo gerava por vezes conflitos. Alguns dos últimos permaneciam fiéis às restrições alimentares e
recusavam-se a sentar-se à mesa com os primeiros. Na Assembleia de Jerusalém (Concílio de Jerusalém), em 48,
decide-se que os cristãos ex-pagãos não serão sujeitos à circuncisão (veja Controvérsia da circuncisão), mas para
se sentarem à mesa com os cristãos de origem judaica devem abster-se de comer carne com sangue ou carne
sacrificada aos ídolos. Consagra-se assim a primeira ruptura com o judaísmo.
Outros autores entendem a ruptura com os ritos judaicos mais como uma
consequência da expansão do cristianismo entre os não judeus do que como
sua causa. Estes invocam outros fatores e características como causa da
expansão cristã, por exemplo: a natureza da fé cristã que propõe que a
mensagem de Deus destina-se a toda a humanidade e não apenas ao seu O Grafite de Alexamenos,
povo escolhido; a fuga da perseguição religiosa empreendida inicialmente encontrado no Palatino, Roma.
por judeus conservadores, e posteriormente pelo Estado Romano; o espírito Feito por volta do ano 200, é uma
missionário dos primeiros cristãos com sua determinação em divulgar o que das primeiras representações
Cristo havia ensinado a tantas pessoas quantas conseguissem. gráficas da crucificação de Jesus
A narrativa da perseguição religiosa, da dispersão dela decorrente, da expansão do cristianismo entre não judeus
e da subsequente abolição da obrigatoriedade dos ritos judaicos pode ser lida no livro de Atos dos Apóstolos. De
resto, os cristãos adotam as regras e os princípios do Antigo Testamento, livro sagrado dos Judeus.
Em Junho do ano 66 inicia-se a revolta judaica. Em Setembro do mesmo ano a comunidade cristã de Jerusalém
decide separar-se dos judeus insurrectos, seguindo a advertência dada por Jesus de que quando Jerusalém fosse
cercada por exércitos a desolação dela estaria próxima, e exila-se em Pela, na Transjordânia, o que representa o
segundo momento de ruptura com o judaísmo.
Após a derrota dos judeus em 70, cristãos e outros grupos judeus trilham caminhos cada vez mais separados.
Para o cristianismo o período que se abre em 70 e que segue até aproximadamente 135 caracteriza-se pela
definição da moral e fé cristã, bem como de organização da hierarquia e da liturgia. No Oriente, estabelece-se o
episcopado monárquico: a comunidade é chefiada por um bispo, rodeado pelo seu presbitério e assistido por
diáconos.
Gradualmente, o sucesso do cristianismo junto das elites romanas fez deste um rival
da religião estabelecida. Embora desde 64, quando Nero mandou supliciar os
cristãos de Roma, se tivessem verificado perseguições ao cristianismo, estas eram
irregulares. As perseguições organizadas contra os cristãos surgem a partir do
século II: em 112 Trajano fixa o procedimento contra os cristãos. Para além de
Trajano, as principais perseguições foram ordenadas pelos imperadores Marco
Aurélio, Décio, Valeriano e Diocleciano. Os cristãos eram acusados de superstição e
de ódio ao género humano. Se fossem cidadãos romanos eram decapitados; se não,
podiam ser atirados às feras ou enviados para trabalhar nas minas.
Durante o século III, com o relaxamento da intolerância aos cristãos, a Igreja havia conseguido muitos donativos
e bens.[23] Porém com o fortalecimento da perseguição pelo imperador Diocleciano, esses bens foram
confiscados.[23] Posteriormente com a derrota de Diocleciano e a ascensão do imperador romano Constantino, o
cristianismo foi legalizado pelo Édito de Milão de 313, e os bens da Igreja devolvidos.[23]
A questão da conversão de Constantino ao Cristianismo é uma tema de profundo debate entre os historiadores,
mas em geral aceita-se que a sua conversão ocorreu gradualmente. Como maneira de fazer penitência,[23][24]
Constantino ordenou a construção de diversas basílicas e outros templos e as doou à Igreja.[23] Dentre elas, uma
basílica em Roma no local onde, segundo a Tradição, o apóstolo Pedro estava sepultado e, influenciado pela sua
mãe, a imperatriz Helena, ordena a construção em Jerusalém da Basílica do Santo Sepulcro e da Basílica da
Natividade em Belém.
Idade média
Durante um período que se estende do século VII ao XIII, a igreja cristã passou por uma alienação gradual,
resultando em um cisma que dividiu o cristianismo em um ramo chamado latino ou ocidental, a Igreja Católica
Romana,[27] e um ramo oriental, em grande parte grego, a Igreja Ortodoxa. Estas duas igrejas discordam sobre
uma série de processos e questões administrativas, litúrgicas e doutrinais, principalmente a primazia da
jurisdição papal.[28][29] O Segundo Concílio de Lyon (1274) e o Concílio de Florença (1439) tentaram reunir as
igrejas, mas em ambos os casos, os ortodoxos orientais se recusaram a implementar as decisões e as duas
principais igrejas permanecem em cisma até os dias atuais. No entanto, a Igreja Católica Romana tem alcançado
união com várias pequenas igrejas orientais.
Por volta de 1173, em Lyon, na França, houve a heresia dos valdenses, denominação cristã ascética que teve sua
origem entre os seguidores de Pedro Valdo. São a única seita da Idade Média, considerada herética pela Igreja
Católica, a subsistir até os dias de hoje.[3][4][5]
Começando por volta de 1184, após a cruzada contra a heresia dos cátaros,[30] várias instituições, amplamente
referidas como a Inquisição, foram estabelecidas com o objetivo de suprimir a heresia e assegurar a unidade
religiosa e doutrinária dentro do cristianismo através da conversão e repressão.[31]
Enquanto isso, a descoberta da América por Cristóvão Colombo em 1492 provocou uma nova onda de atividade
missionária. Em parte de zelo missionário, mas sob o impulso da expansão colonial pelas potências europeias, o
cristianismo se espalhou para a América, Oceania, Ásia Oriental e África Subsaariana.
Em toda a Europa, as divisões causadas pela Reforma levou a surtos de violência religiosa e o estabelecimento de
igrejas separadas do Estado na Europa Ocidental: o luteranismo em partes da Alemanha e na Escandinávia e o
anglicanismo na Inglaterra em 1534. Em última instância, essas diferenças levaram à eclosão de conflitos em que
a religião desempenhou um papel chave. A Guerra dos Trinta Anos, a Guerra Civil Inglesa e as Guerras religiosas
na França são exemplos proeminentes. Estes eventos intensificaram o debate sobre a perseguição cristã e
tolerância religiosa.[37]
Pós-iluminismo
O compromisso cristão na Europa caiu com a modernidade e o secularismo entrou na na Europa Ocidental,
embora os compromissos religiosos na América têm sido geralmente altos em comparação com a Europa
Ocidental. O final do século XX demonstrou a mudança de aderência cristã para os países subdesenvolvidos e
em desenvolvimento e do hemisfério sul em geral, sendo a civilização ocidental não mais a portadora do padrão
do cristianismo.
Alguns europeus (incluindo a diáspora), os povos indígenas da América e os nativos de outros continentes,
reavivaram as suas respectivas religiões folclóricas do seus povos num movimento conhecido como
Neopaganismo. Cerca de 7,1 a 10% dos árabes são cristãos,[42] sendo mais prevalentes no Egito, Síria e Líbano.
Principais crenças
Embora existam diferenças entre os cristãos sobre a forma como interpretam
certos aspectos da sua mitologia também possível apresentar um conjunto de
crenças que são partilhadas pela maioria deles.
Monoteísmo
Outro dos atributos mais importantes de Deus, referido várias vezes ao longo O Sermão da Montanha por Carl
do Novo Testamento, é o amor: Deus ama todas as pessoas e essas podem Heinrich Bloch, pintor dinamarquês,
estabelecer uma relação pessoal com Ele através da oração.[carece de fontes?] d. 1890
A doutrina das denominações cristãs difere do monoteísmo judaico visto que no judaísmo não existem três
pessoas na Divindade, há apenas uma delas (o Pai), e o Messias que seria um homem descendente do rei Davi.
[carece de fontes?]
Jesus
A crucificação de Jesus
A salvação
O cristianismo acredita que a fé em Jesus Cristo proporciona aos seres humanos a salvação e a vida eterna. «Pois
Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça,
mas tenha a vida eterna.» (João 3:16)
A Igreja
O Credo de Niceia
A crença na Trindade;
Jesus é simultaneamente divino e humano; Interior de uma Igreja Ortodoxa
Na altura em que foi formulado, o Credo de Niceia procurou lidar directamente com crenças que seriam
consideradas heréticas, como o arianismo, que negava que o Pai e Filho eram da mesma substância, ou o
gnosticismo. Algumas Igrejas Protestantes não acreditam no Credo de Niceia.[carece de fontes?]
Escrituras sagradas
Culto
Formas de culto
Podemos considerar três períodos que definem a concepção e filosofia do cristianismo:[carece de fontes?]
A partir do protestantismo, é necessário fazer uma diferenciação entre a história e concepção da Igreja Católica e
das diversas denominações evangélicas que se formaram.[carece de fontes?]
Símbolos
Alguns dias têm uma data fixa no calendário (como o Natal, celebrado a 25 de Dezembro), enquanto que outros
se movem ao longo de várias datas. O período mais importante do calendário litúrgico é a Páscoa, que é uma
festa móvel. Nem todas denominações cristãs concordam em relação a que datas atribuir importância. Por
exemplo, o Dia de Todos-os-Santos é celebrado pela Igreja Católica e pela Igreja Anglicana a 1 de Novembro,
enquanto que para a Igreja Ortodoxa a data é celebrada no primeiro Domingo depois do Pentecostes; outras
denominações cristãs não celebram sequer este dia. De igual forma, alguns grupos protestantes recusam celebrar
o Natal uma vez que consideram ter origens pagãs.[carece de fontes?]
Demografia
Com cerca de 2,3 bilhões de
adeptos, [14][15][16] dividida em três ramos
principais de católicos, protestantes e
ortodoxos, o cristianismo é a maior religião
do mundo.[52] A parte cristã da população
mundial representa cerca de 33% da
humanidade nos últimos cem anos, o que
significa que uma em cada três pessoas no
mundo são cristãs. Isso mascara uma grande
mudança na demografia do cristianismo;
grandes aumentos no mundo em
desenvolvimento (cerca de 23 mil por dia)
Porcentagem de cristãos por país
têm sido acompanhados por reduções
substanciais no mundo desenvolvido,
principalmente na Europa e América do Norte (cerca de 7 600 por dia)..[53] O cristianismo ainda é a religião
predominante na Europa, América e África Austral. Na Ásia, é a religião dominante na Geórgia, Armênia, Timor-
Leste e Filipinas.[54] No entanto, ele está em declínio em muitas áreas, incluindo o norte e o oeste dos Estados
Unidos,[55] Oceania (Austrália e Nova Zelândia), no norte da Europa (incluindo o Reino Unido,[56] Escandinávia
e outros lugares), França, Alemanha, as províncias canadenses de Ontário, Colúmbia Britânica e Quebec, e
partes da Ásia (especialmente no Oriente Médio,[57][58][59] Coreia do Sul,[60] Taiwan,[61] e Macau[62]). A
população cristã não está diminuindo no Brasil, no sul dos Estados Unidos[63] e na província de Alberta, no
Canadá,[64] mas o percentual está diminuindo. Em países como a Austrália[65] e a Nova Zelândia,[66] a
população cristã está em declínio tanto em números quanto em percentual.
No entanto, há muitos movimentos
carismáticos que se tornaram bem
estabelecidos em grandes partes do mundo,
especialmente na África, América Latina e
Ásia.[67][68][69][70][71] O líder muçulmano da
Arábia Saudita, Sheikh Ahmad al Qatanni,
informou para a Aljazeera que todos os dias
16 mil muçulmanos africanos se convertem ao
cristianismo. Ele alegou que o islã estava
perdendo 6 milhões de muçulmanos africanos
que tornam-se cristãos por
ano,[72][73][74][75][76] incluindo os
muçulmanos na Argélia, [77] França, [77]
Nações que têm o cristianismo como religião estatal (os países em verde
são islâmicos): Índia,[77] Marrocos,[77] Rússia[77] e na
Igreja Ortodoxa Turquia.[77][78] Também é relatado que o
Igreja Luterana e Igreja Anglicana cristianismo é popular entre pessoas de
Igreja Católica diferentes origens na Índia (hindus
principalmente),[79] Malásia,[80]
Mongólia,[81] Nigéria,[82] Coreia do Norte e
Vietnã.[83]
Na maioria dos países desenvolvidos a frequência à igreja do mundo entre as pessoas que continuam a
identificar-se como cristãs vem caindo ao longo das últimas décadas.[84] Algumas fontes visualizam isto
simplesmente como parte de um distanciamento dos membros das instituições tradicionais,[85] enquanto outros
apontam para sinais de um declínio na crença e na importância da religião em geral.[86]
O cristianismo, de uma forma ou de outra, é a única religião estatal das nações seguintes: Costa Rica (católica
romana),[87] Dinamarca (Igreja Luterana),[88] El Salvador (Católica Romana),[89] Inglaterra (Igreja
Anglicana),[90] Finlândia (Igreja Luterana e Ortodoxa),[91][92] Geórgia (Igreja Ortodoxa da Geórgia),[93] Grécia
(Igreja Ortodoxa Grega),[89] Islândia (Igreja Luterana),[94] Liechtenstein (Católica Romana),[95] Malta (Católica
Romana),[96] Mônaco (Católica Romana),[97] Noruega (Igreja Luterana),[98] e Vaticano (católica romana).[99]
Existem inúmeros outros países, como o Chipre, que apesar de não terem uma igreja estabelecida, continuam a
dar reconhecimento oficial a uma denominação cristã específica.[100]
Distribuição de
Luteranos pelo
mundo.
Denominações
As três divisões principais do cristianismo são o catolicismo, a ortodoxia e o protestantismo:[101]:14[102] Existem
outros grupos cristãos que não se encaixam perfeitamente em uma destas categorias primárias.[103] O Credo
Niceno é "aceito como autorizado pela Igreja Católica Romana, Ortodoxa, Anglicana e as principais igrejas
protestantes".[104] Há uma diversidade de doutrinas e práticas entre os grupos que se autodenominam cristãos.
Estes grupos são por vezes classificados sob denominações, embora por razões teológicas muitos grupos rejeitam
este sistema de classificação.[105] Outra distinção que às vezes é traçada é entre o cristianismo oriental e o
cristianismo ocidental.
Restauracionismo
Reforma Protestante Anabaptistas
Cisma do Oriente (século XVI) Protestantismo
(século XI) Igreja Anglicana
(rito latino)
(comunhão plena) Igreja Católica
Cristianismo primitivo Apostólica Romana
(ritos orientais)
Igrejas Ortodoxas
Concílio de Éfeso (431 d.C.) Igrejas Ortodoxas
Orientais
Concílio de Calcedónia (451 d.C.)
Nestorianismo
(inclui a Igreja Assíria do Oriente e
Antiga Igreja do Oriente)
Catolicismo
As 2 782 sé episcopais[114] são agrupadas em 23 ritos particulares, sendo o maior do rito latino, cada um com
tradições distintas em relação à liturgia e à administração dos sacramentos.[115]
Com mais de 1,1 bilhão de membros batizados, a Igreja Católica é a maior igreja cristã, representando mais da
metade de todos os cristãos e um sexto da população mundial.[116][117][118]
Igreja Ortodoxa
A Ortodoxia Oriental compreende as igrejas em comunhão com a Sé Patriarcal do Oriente, como o Patriarcado
Ecumênico de Constantinopla. Como a Igreja Católica Romana, a Igreja Ortodoxa Oriental também tem sua
herança à fundação do cristianismo através da sucessão apostólica e tem uma estrutura episcopal, embora a
autonomia do indivíduo, principalmente nas igrejas nacionais, seja enfatizada.[119]
Uma série de conflitos com o cristianismo ocidental sobre questões de
doutrina e autoridade culminou com o Grande Cisma. A Ortodoxia Oriental é
a segunda maior denominação única no Cristianismo, com mais de 200
milhões de adeptos, embora os protestantes, coletivamente, os superem
substancialmente.[120] Como uma das instituições religiosas mais antigas do
mundo, a Igreja Ortodoxa Oriental desempenhou um papel proeminente na
história e na cultura da Europa Oriental e do Sudeste europeu, do Cáucaso e
do Oriente Próximo.[121]
Catedral de São Jorge em Istambul:
a sede do Patriarcado Ecumênico
Ortodoxia oriental de Constantinopla, cujo líder é
considerado o primus inter pares na
As Igrejas Ortodoxas Orientais (também Igreja Ortodoxa Oriental
chamadas de igrejas "Antigas Orientais")
são aquelas igrejas orientais que
reconhecem os três primeiros concílios ecumênicos - Niceia, Constantinopla
e Éfeso - mas rejeitam as definições dogmáticas do Concílio de Calcedônia e,
em vez disso, defendem uma cristologia miafisisma.
Como algumas das instituições religiosas mais antigas do mundo, as Igrejas Ortodoxas Orientais têm
desempenhado um papel proeminente na história e cultura da Armênia, Egito, Turquia, Eritreia, Etiópia, Sudão
e partes do Oriente Médio e da Índia.[128][129] Como a parte cristã oriental das denominações cristãs, seus bispos
são iguais em virtude da ordenação episcopal e suas doutrinas podem ser resumidas no fato de que as igrejas
reconhecem a validade de apenas os três primeiros concílios ecumênicos.[130]
Protestantismo
No século XVI, Martinho Lutero, Ulrico Zuínglio e João Calvino inauguraram o que veio a ser chamado de
protestantismo. Os herdeiros teológicos primários de Lutero são conhecidos como luteranos. Os herdeiros de
Zwingli e Calvino são muito mais amplas denominalmente e são amplamente referidos como a Tradição
Reformada.[133]
A maioria das tradições protestantes se ramificam a
partir da Tradição Reformada, de alguma forma.
Além dos ramos luteranos e reformados da
Reforma, há o anglicanismo após a Reforma
Inglesa. A tradição anabatista foi amplamente
condenada ao ostracismo por parte dos outros
protestantes na época, mas conseguiu uma medida
de afirmação na história mais recente. Alguns (mas
não a maioria) dos batistas preferem não ser
chamados de protestantes, alegando uma linha
direta ancestral que remonta aos apóstolos, no
século I.[134]
Um grupo especial são as igrejas anglicanas descendentes da Igreja da Inglaterra e que organizaram na
Comunhão Anglicana. Algumas igrejas anglicanas se consideram tanto protestantes quanto católicas.[142] Alguns
anglicanos consideram sua igreja um ramo da "Santa Igreja Católica" ao lado da Igreja Católica Romana e das
Igrejas Ortodoxas Orientais, um conceito rejeitado pela Igreja Católica Romana e algumas Ortodoxas
Orientais.[143][144]
Alguns grupos de indivíduos que possuem princípios básicos protestantes se identificam simplesmente como
"cristãos" ou "cristãos renascidos". Eles normalmente se distanciam da confessionalismo de outras comunidades
cristãs,[145] chamando a si mesmos de "não confessionais". Muitas vezes fundada por pastores individuais, eles
têm pouca afiliação com denominações históricas.[146]
Restauracionismo
O Segundo Grande Despertar, um período de renascimento religioso que ocorreu nos Estados Unidos durante o
início dos anos 1800, viu o desenvolvimento de um número de igrejas independentes. Elas geralmente se viam
como a restauração da igreja original de Jesus Cristo, em vez de reformar uma das igrejas existentes.[148] A
crença ordinária detida pelos restauradores era que as outras divisões do cristianismo tinha introduzido defeitos
doutrinários no cristianismo, que era conhecido como a Grande Apostasia[149][150] (ver: Constantinismo e
Reviravolta de Constantino)
Algumas das igrejas que tiveram origem durante este período são historicamente ligadas à reuniões em
acampamento no centro-oeste e norte de Nova York no início de século XIX. O milenarismo e o adventismo
estadunidenses, que surgiu do protestantismo evangélico, influenciou o movimento das Testemunhas de Jeová
(com 7 milhões de membros),[151] e, como uma reação especificamente para
William Miller, os Adventistas do Sétimo Dia. Outros, incluindo os
Discípulos de Cristo[152] e as Igrejas de Cristo, têm suas raízes no Movimento
da Restauração contemporânea de Stone-Campbell, que foi centrada em
Kentucky e no Tennessee.
Os cristãos esotéricos consideram o cristianismo uma religião de mistério[170] e professam a existência e a posse
de certas doutrinas ou práticas esotéricas,[171] escondidas do público, mas acessíveis apenas a um estreito círculo
de "iluminados", pessoas "iniciadas" ou altamente educadas.[172][173] Algumas das instituições cristãs esotéricas
incluem a Fraternidade Rosacruz, a Sociedade Antroposófica e o Martinismo.
O cristianismo não denominacional consiste em igrejas que tipicamente se distanciam do confessionalismo ou
credo de outras comunidades cristãs por não se alinharem formalmente com uma denominação cristã
específica.[174] O cristianismo não denominacional surgiu no século XVIII através do Movimento de
Restauração, com seguidores se organizando simplesmente como "cristãos" e "discípulos de Cristo",[174][175] mas
muitos tipicamente aderem ao cristianismo evangélico.[176][177][178]
Legado
No sentido horário a partir do topo: teto da Capela Sistina, no Vaticano; Catedral de Notre-Dame de Paris; casamento ortodoxo;
estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro; presépio
A cultura ocidental, ao longo da maior parte de sua história, foi quase equivalente à cultura cristã, e uma grande
parte da população do hemisfério ocidental pode ser descrita como praticante ou cristão nominal. A noção de
"Europa" e de "Mundo Ocidental" está intimamente ligada ao conceito de "Cristianismo e Cristandade". Muitos
até atribuem o cristianismo por ser o elo que criou uma identidade europeia unificada.[179]
Embora a cultura ocidental contivesse várias religiões politeístas durante seus primeiros anos sob a civilização
greco-romana, à medida que o poder romano centralizado diminuía, o domínio da Igreja Católica era a única
força consistente na Europa Ocidental.[180] Até o Iluminismo,[181] a cultura cristã guiou o curso da filosofia,
literatura, arte, música e ciência ocidentais.[180][182]
O cristianismo teve um impacto significativo na educação, pois a igreja criou as bases do sistema ocidental de
educação[183] e foi o patrocinador da fundação de universidades no mundo ocidental, visto que a universidade é
geralmente considerada como uma instituição que tem sua origem no cenário cristão medieval. Historicamente,
o cristianismo sempre foi um patrono da ciência e da medicina; muitos clérigos católicos,[184] jesuítas em
particular,[185][186] foram ativos nas ciências ao longo da história e deram contribuições significativas para o
desenvolvimento da ciência.[187]
O protestantismo também teve uma influência importante na ciência. De acordo com a Tese de Merton, houve
uma correlação positiva entre o surgimento do puritanismo inglês e do pietismo alemão, por um lado, e as
primeiras ciências experimentais, por outro.[188] A influência civilizadora do cristianismo inclui bem-estar
social,[189] fundação hospitais,[190] economia (como a ética protestante do trabalho),[191][192][193]
arquitetura,[194] política,[195] literatura,[196] higiene pessoal (ablução),[197][198][199] e vida familiar.[200][201]
Cristãos orientais (particularmente cristãos nestorianos) contribuíram para a civilização islâmica árabe durante
o reinado Omíada e do Abássida, traduzindo obras de filósofos gregos para o siríaco e, posteriormente, para o
árabe.[202][203][204] Eles também se destacaram em filosofia, ciência, teologia e medicina.[205][206][207]
Os cristãos têm feito uma miríade de contribuições para o progresso humano em uma ampla e diversa gama de
campos,[208] incluindo filosofia[209][210] ciência e tecnologia,[211][212][213][214][215][216] belas artes e
arquitetura,[217] política, literatura, música[218] e negócios.[219] Em 100 anos de prêmios Nobel, entre 1901 e
2000, 65,4% dos ganhadores identificaram o cristianismo, em suas várias formas, como sua preferência
religiosa.[220]
Os cristãos culturais são pessoas seculares com uma herança cristã que podem não acreditar nas reivindicações
religiosas do cristianismo, mas que mantêm uma afinidade pela cultura popular, arte, música e assim por diante
relacionadas à religião.[222]
Ecumenismo
A Bandeira Cristã é uma bandeira ecumênica projetada no início do século XX para representar todo o
cristianismo e a cristandade.[223]
A Comunidade de Taizé destaca-se por ser composta por mais de cem irmãos de tradição protestante e
católica.[227] A comunidade destaca a reconciliação de todas as denominações e a sua igreja matriz, situada em
Taizé, Saône-et-Loire, França, é denominada "Igreja da Reconciliação".[227] A comunidade é conhecida
internacionalmente, atraindo mais de 100 mil jovens peregrinos anualmente.[228]
Passos para a reconciliação em nível global foram dados em 1965 pelas igrejas católica e ortodoxa, revogando
mutuamente as excomunhões que marcaram seu Grande Cisma em 1054;[229] a Comissão Católica Anglicana
Internacional (ARCIC) trabalhando pela plena comunhão entre essas igrejas desde 1970;[230] e algumas igrejas
luteranas e católica que assinaram a Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação em 1999 para lidar
com os conflitos que estão na origem da Reforma Protestante. Em 2006, o Concílio Metodista Mundial,
representando todas as denominações metodistas, adotou a declaração.[231]
Críticas
As críticas ao cristianismo e aos cristãos remontam à Era Apostólica, com o Novo Testamento registrando atritos
entre os seguidores de Jesus e os fariseus e escribas (por exemplo, Mateus 15: 1-20 e Marcos 7: 1-23).[232] No
século II, o cristianismo foi criticado pelos judeus por vários motivos, por ex. que as profecias da Bíblia Hebraica
não poderiam ter sido cumpridas por Jesus, visto que ele não teve uma vida de sucesso.[233] Além disso, um
sacrifício para remover pecados antecipadamente, para todos ou como um
ser humano, não se encaixava no ritual de sacrifício judaico; além disso, diz-
se que Deus julga as pessoas por seus atos e não por suas crenças.[234][235]
Um dos primeiros ataques abrangentes ao cristianismo veio do filósofo grego
Celso, que escreveu A Verdadeira Palavra, uma polêmica criticando os
cristãos como membros não lucrativos da sociedade.[236][237][238] Em
resposta, o padre gegro Orígenes publicou seu tratado Contra Celsum, uma
obra seminal da apologética cristã, que sistematicamente abordou as críticas
de Celso e ajudou a trazer ao cristianismo um nível de respeitabilidade
acadêmica.[238][239]
A crítica ao cristianismo continua até hoje, por exemplo, teólogos judeus e muçulmanos criticam a doutrina da
Trindade sustentada pela maioria dos cristãos, afirmando que esta doutrina em vigor assume que existem três
deuses, indo contra o princípio básico do monoteísmo.[247] O erudito do Novo Testamento, Robert M. Price,
esboçou a possibilidade de que algumas histórias da Bíblia sejam baseadas parcialmente em mitos.[248]
Perseguição
Em 2019, um relatório[254][255] encomendado pelo governo britânico para Cristãos fugindo de suas casas no
investigar a perseguição global de cristãos descobriu que a perseguição Império Otomano, por volta de
aumentou e é maior no Oriente Médio, Norte da África, Índia, China, Coreia 1922. Muitos cristãos foram
do Norte e América Latina, entre outros,[256] e que é global e não se limita perseguidos e/ou mortos durante o
aos Estados islâmicos.[255] Esta investigação descobriu que Genocídio Armênio, o Genocídio
aproximadamente 80% dos crentes perseguidos em todo o mundo são Grego e o Genocídio Assírio.[249]
cristãos.[257]
Apologética
A apologética cristã visa apresentar uma base racional para o cristianismo. A palavra "apologética" (grego:
ἀπολογητικός apologētikos) vem do verbo grego ἀπολογέομαι, apologeomai, que significa "(eu) falo em defesa
de". A apologética cristã assumiu muitas formas ao longo dos séculos, começando com o apóstolo Paulo. O
filósofo Tomás de Aquino apresentou cinco argumentos para a existência de Deus na Summa Theologica,
enquanto sua Summa contra Gentiles foi uma importante obra apologética.[258][259] Outro famoso apologista,
G. K. Chesterton, escreveu no início do século XX sobre os benefícios da religião e, especificamente, do
cristianismo. Famoso por usar o paradoxo, Chesterton explicou que, embora o cristianismo tivesse mais
mistérios, era a religião mais prática.[260][261] Ele apontou o avanço das civilizações cristãs como prova de sua
praticidade.[262] O físico e sacerdote John Polkinghorne, em sua obra Questions of Truth, discute o assunto
religião e ciência, um tema que outros apologistas cristãos, como Ravi Zacharias, John Lennox e William Lane
Craig se envolveram, com os dois últimos homens opinando que o modelo do Big Bang é uma evidência da
existência de Deus.[263]
Ver também
Fundamentalismo cristão
Anticristianismo
Igreja Evangélica
Apologética
Judaísmo e cristianismo
Bandeira Cristã
Lei contra o cristianismo
Cátaros
Marcionismo
Catolicismo
O Livro Negro do Cristianismo
Calvinismo
Paulinismo
Crítica ao cristianismo
Pentecostalismo
Cristianismo e antissemitismo
Protestantismo
Cristianismo e Paganismo
Religião organizada
Cristianismo céltico
Testimonium Flavianum - passagens do historiador
Cristianismo esotérico judeu Flávio Josefo.
Cristianismo primitivo Visão de mundo cristã
Denominações cristãs
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terrestre imanente e o mundo supratemporal transcendente, através de seus dois eixos cruzados. Dessa
forma, o simbolismo da cruz foi apropriado pelo cristianismo, enriquecendo e condensando nessa imagem a
história da salvação e a paixão do Salvador, significando também a possibilidade da ressurreição. [...] entre
os Christão é signal veneral, porque nella padeceu Jesus Christo. Era também insígnia do ídolo Serapis, do
Egypto."
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Ligações externas
«O que é o cristianismo?» (http://www.afn.org/~afn52344/wic-portuguese.html)
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