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Mundo ocidental

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Mundo ocidental, civilização


ocidental ou simplesmente Ocidente
(em latim: occidens - "pôr do sol, oeste",
como distinto de Oriente), é um termo
que se refere a diferentes nações,
dependendo do contexto. Não há
consenso sobre a definição das
semelhanças desses países, além de terem
uma população significativa de
ascendência europeia e de terem culturas
e sociedades fortemente influenciadas
O mundo ocidental baseado na obra Choque de civilizações
e/ou ligadas pela Europa.[3] de Samuel P. Huntington (1996).[1] Em azul escuro está a
extensão restrita do "Ocidente" (Austrália, Canadá, Estados
O conceito da parte ocidental do mundo
Unidos, Europa Católica e Protestante, mais Nova Zelândia),
tem sua origem na civilização greco-
enquanto em azul claro estão a Europa Ortodoxa e América
romana na Europa, com o advento do
Latina. Para Huntington, a Europa Ortodoxa é a parte
cristianismo. Na Idade Moderna, a
"Oriental" do Ocidente, enquanto a América Latina era parte
cultura ocidental tem sido fortemente
do Ocidente ou é uma civilização descendente que foi
influenciada pelas tradições de
[4] geminada dele.[2]
movimentos como o Renascimento, a
Reforma Protestante, o iluminismo, e tem
sido moldada pelo expansivo colonialismo
europeu do século XV ao XX. Seu uso
político foi temporariamente alterado por
um antagonismo interno durante a
Guerra Fria, no fim do século XX (1947-
1991).

Originalmente, o termo tinha um


significado geográfico, contrastando a
Europa das culturas e civilizações ligadas
ao Oriente Médio, Norte de África, O Ocidente em azul escuro, tal como definido por Samuel
Oriente Próximo, Ásia Meridional, Huntington em seu livro Choque de civilizações (1996).
Sudeste Asiático e Extremo Oriente, que
costumavam ser vistas como "Oriente" pelos primeiros europeus modernos. No entanto,
atualmente essa definição tem pouca relevância geográfica, principalmente desde que os Estados
Unidos e o Canadá se formaram na América, a Rússia se expandiu para o Ásia Setentrional e a
Austrália e a Nova Zelândia foram criadas na Oceania.
No sentido cultural contemporâneo, o mundo ocidental inclui a maior parte da Europa, além de
muitos países de origem colonial europeia nas América do Norte e na Australásia, como Estados
Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.[5][6][7]

Introdução
A cultura ocidental se originou na bacia do mar Mediterrâneo e
seus arredores, sendo que a Grécia e a Roma antigas são
frequentemente citadas como seus criadores. Com o tempo,
seus respectivos impérios cresceram primeiro para o leste e
para o oeste, incluindo o resto do Mediterrâneo e áreas
costeiras do mar Negro, conquistando, absorvendo e sendo
influenciados por grandes civilizações do antigo Oriente Médio
muito mais antigas (como a fenícia e a egípcia. Mais tarde,
expandiu-se para o norte do mar Mediterrâneo, passando a
Divisão do Império Romano após a
morte de Teodósio, em 395,
incluir a Europa Ocidental, a Europa Central, os Bálcãs, o Leste
sobreposta às fronteiras modernas. Europeu e a Europa Setentrional. A cristianização da Bulgária
(século IX), da Rússia de Quieve (Rússia, Ucrânia e
Império Romano do Ocidente
Bielorrússia, no século X), da Escandinávia (século XII) e da
Império Romano do Oriente
Lituânia (século XIV) trouxe o resto dos países europeus para a
civilização ocidental (ver: impacto do cristianismo na
civilização).

Historiadores, como Carroll Quigley em A Evolução das Civilizações,[8] afirmam que a civilização
ocidental nasceu no final do século V, após o colapso total do Império Romano do Ocidente,
deixando um vácuo para o florescimento de novas ideias que eram impossíveis nas sociedades
clássicas. Em qualquer ponto de vista, entre a queda do Império Romano do Ocidente e o
Renascimento, o Ocidente passou por um período de declínio considerável, conhecido como Idade
Média, as Cruzadas.[9]

O conhecimento do mundo antigo ocidental foi parcialmente preservado durante este período
devido à sobrevivência do Império Romano do Oriente e das instituições da Igreja Católica, além
da ampla contribuição dos árabes[10] e principalmente pela ascendência concorrente da idade de
ouro islâmica.[11] A importação árabe, tanto de antigas quanto de novas tecnologias a partir do
Oriente Médio e do Oriente para a Europa renascentista representou "uma das maiores
transferências tecnológicas na história do mundo".[12][13]

Desde a Renascença, o Ocidente evoluiu além da influência dos


antigos gregos, romanos e muçulmanos devido às revoluções
Comercial,[14] Científica[15] e Industrial,[16] à expansão dos
povos cristãos dos impérios da Europa Ocidental e,
particularmente, à abrangência dos impérios europeus dos
séculos XVIII e XIX. Muitas vezes, essa expansão foi
acompanhada de missionários cristãos, que tentaram fazer
proselitismo do cristianismo.

De modo geral, o consenso atual seria definir como parte do


A Escola de Atenas retrata uma
Ocidente, no mínimo, as culturas e os povos da Europa,
reunião dos mais importantes
Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e uma
pensadores da Antiguidade Clássica
grande parte da América Central e do Sul, como Argentina e
Afresco de Rafael, 1510-1511
Brasil. Há um debate entre estudiosos sobre se a Europa
Central e Leste Europeu está em uma categoria própria. Um
argumento que justifica essa região europeia como parte do Ocidente é que o centro e o sudeste
europeus, além dos Países Bálticos, como a República Checa, Polônia, Hungria, Estônia, Lituânia,
Letônia, Eslováquia, Eslovênia, Bulgária e Romênia, são agora membros da União Europeia e da
OTAN, organizações majoritariamente compostas por países ocidentais. Essas nações foram tanto
fortemente influenciadas quanto influenciaram o mundo ocidental e dividem valores sociológicos e
culturais com esse grupo de países. A Grécia e o Chipre não estão localizados geograficamente na
Europa ocidental, mas são geralmente considerados uma parte do mundo ocidental. Isto porque a
cultura ocidental tem raízes gregas e em parte devido a razões políticas, econômicas e religiosas. A
Rússia muitas vezes não é considerada como parte do Ocidente. No entanto, a cultura russa
(especialmente a música, a literatura e a pintura) é classificada como uma parte integrante da
cultura ocidental.

Cultura
O termo "cultura ocidental" é usado de forma muito ampla
para se referir a uma herança de normas sociais, valores éticos,
costumes tradicionais, crenças religiosas, sistemas políticos e
artefatos e tecnologias específicas.

Especificamente, a cultura ocidental pode implicar:

uma influência cultural do cristianismo no pensamento,


costumes e tradições éticas e morais espirituais, em torno
O Partenon, em Atenas.
e depois da era pós-clássica;
influências culturais europeias relativas na arte, música,
ética, folclore e tradições orais, cujos temas foram
desenvolvidos pelo romantismo;
influência cultural greco-romana clássica e renascentista
na arte, filosofia, literatura, sistemas legais como direito
romano e tradições, além dos efeitos sociais do período
das migrações e heranças dos celtas, germânicos, eslavos
e outros grupos étnicos, bem como a tradição do
racionalismo em vários aspectos da vida, desenvolvido
pela filosofia helenística, escolasticismo, humanismo,
Revolução Científica e iluminismo. O Fórum Romano, em Roma.

O conceito de cultura ocidental é geralmente ligado à definição


clássica do mundo ocidental. Nesta definição, a cultura ocidental é o conjunto de obras literárias,
científicas, princípios políticos, artísticos e filosóficos que a distinguem de outras civilizações.
Grande parte deste conjunto de tradições e conhecimentos é coletado no Cânone Ocidental.[17]

O termo tem sido aplicado a regiões cuja história é fortemente marcada pela imigração ou
colonização europeia, como a América e Austrália, e não está restrito à Europa.

Algumas tendências que definem as sociedades ocidentais modernas são a existência do pluralismo
político, do laicismo, da generalização da classe média, das subculturas proeminentes ou
contraculturas (tais como movimentos da Nova Era), aumentando o sincretismo cultural
resultante da globalização e da migração humana. A forma moderna destas sociedades é
fortemente baseada na Revolução Industrial e em problemas sociais e ambientais, tais como a luta
de classes e a poluição, bem como as reações a eles, tais como o sindicalismo e o ambientalismo.

Definição
Originalmente, a expressão indicava as áreas da Europa tradicionalmente católicas ou
protestantes. A diferença entre o Ocidente e a sua contrapartida o Oriente é mais velha: no Império
Romano já havia diferença entre a parte ocidental latina e o parte oriental, dominada pelos gregos.
A separação do Império Romano em uma parte
Ocidental e uma parte Oriental em 395 e o
cisma de 1054 também reforçaram esta
diferença. Ao longo dos séculos, o Grande
Cisma causou diferenças determinantes na
estrutura social, nas formas dominantes, no
domínio das tecnologias aplicadas e
desenvolvimento econômico, na filosofia e na
ética, na arquitetura, nas artes e no vestuário.
Países que falam línguas indo-europeias.
Com a expansão da religião cristã na Europa, a
diferença foi levada às outras partes da Europa.
Por exemplo, a Rússia e a Bulgária foram
convertidas a partir de Constantinopla e fazem
parte do "Oriente", enquanto os irlandeses e os
neerlandeses pertencem ao Ocidente. Depois da
Idade Média, o Ocidente foi caracterizado por
um grande número de correntes de
desenvolvimento filosófico, tais como o
Renascimento, o iluminismo, o protestantismo
e o humanismo.
Ocidente e Oriente em 1980, definido pela Guerra
Hoje em dia, usam-se várias definições para o Fria.
Ocidente:

Definição clássica;
Culturas dominantes desde a época
colonial;
Países da OTAN durante a guerra fria;
Países ao ocidente da Ásia;
Definições de governos.

A definição clássica para o "Mundo Ocidental"


compreende os países da Europa (por oposição Mapa-múndi representando as quatro categorias do
a Ásia, o "mundo oriental"), e os que têm suas Índice de Desenvolvimento Humano, baseado no
raízes históricas e culturais ligadas à Europa. relatório publicado em 2020, com dados referentes a
Nesta definição se incluem, além da própria 2019.
Europa, também a América e a Oceania e, em 0,800 – 1,000 (muito alto) 0,350 – 0,554 (baixo)
parte, também a África do Sul. 0,700 – 0,799 (alto) Sem dados
0,555 – 0,699 (médio)
A expressão Mundo Ocidental às vezes refere-se
ao grupo de países que alcançaram a
hegemonia desde a segunda parte do segundo milénio. Nesta definição estão incluídos a Europa
Ocidental, os Estados Unidos e o Canadá (os líderes do mundo ocidental).

Durante a Guerra Fria, a expressão "Mundo Ocidental" se referia de maneira muito genérica aos
países capitalistas desenvolvidos. Esta definição inclui os Estados Unidos, o Canadá, a Europa
Ocidental, a Austrália, a Nova Zelândia, e também o Japão e Israel.
Definições de governos servem um alvo legal e administrativo. Às vezes, elas têm pouca relação
com definições que foram apresentados acima. Por exemplo, o governo dos Países Baixos
considera os imigrantes da Indonésia (uma ex-colônia holandesa) como imigrantes ocidentais.

Ver também
Mundo oriental
Oriente
Grande Divergência
Hemisfério ocidental
Cultura ocidental
História da arte ocidental
Cristianismo

Referências
1. THE WORLD OF CIVILIZATIONS: POST-1990 (http://s02.middlebury.edu/FS056A/Herb_war/cl
ash3.htm) scanned image Arquivado (https://web.archive.org/web/20070312101415/http://s02.
middlebury.edu/FS056A/Herb_war/clash3.htm) 2007-03-12 no Wayback Machine
2. Huntington, Samuel P. (1991). Clash of Civilizations 6th ed. Washington, DC: [s.n.] pp. 38–39.
ISBN 978-0-684-84441-1 – via
http://www.mercaba.org/SANLUIS/Historia/Universal/Huntington,%20Samuel%20-
%20El%20choque%20de%20civilizaciones.pdf (in Spanish). "The origin of western civilization
is usually dated to 700 or 800 AD. In general, researchers consider that it has three main
components, in Europe, North America and Latin America. [...] However, Latin America has
followed a quite different development path from Europe and North America. Although it is a
scion of European civilization, it also incorporates, to varying degrees, elements of indigenous
American civilizations, absent from North America and Europe. It has had a corporatist and
authoritarian culture that Europe had to a much lesser extent and America did not have at all.
Both Europe and North America felt the effects of the Reformation and combined Catholic and
Protestant culture. Historically, Latin America has been only Catholic, although this may be
changing. [...] Latin America could be considered, or a sub-civilization within Western
civilization, or a separate civilization, intimately related to the West and divided as to its
belonging to it."
3. Western Civilization (http://www.mmisi.org/ir/39_01_2/kurth.pdf), Our Tradition; James Kurth;
Acessado em 30 de agosto de 2011
4. A Strategy for Israel in the Nineteen Eighties (The "Yinon Plan") (http://www.voltairenet.org/artic
le185957.html)
5. Thompson, William; Joseph Hickey (2005). Society in Focus. Boston, MA: Pearson. 0-205-
41365-X
6. «Embassy of Brazil - Ottawa» (https://web.archive.org/web/20110429013145/http://www.brase
mbottawa.org/en/culture_academic/fine_arts.html#). Brasembottawa.org. Consultado em 6 de
maio de 2011. Arquivado do original (http://www.brasembottawa.org/en/culture_academic/fine_
arts.html) em 29 de abril de 2011
7. Falcoff, Mark. «Chile Moves On» (https://web.archive.org/web/20090417075124/http://www.aei.
org/publications/pubID.11413/pub_detail.asp#). AEI. Consultado em 6 de maio de 2011.
Arquivado do original (http://www.aei.org/publications/pubID.11413/pub_detail.asp) em 17 de
abril de 2009
8. A Evolução das Civilizações - pg. 84 (http://archive.org/details/CarrollQuigley-TheEvolutionOfCi
vilizations-AnIntroductionTo). Acessado em 15 de janeiro de 2013.
9. Middle Ages Enciclopédia Britânica (http://www.britannica.com/EBchecked/topic/195896/history
-of-Europe)

Das três grandes civilizações da Eurásia ocidental e do Norte de África, foi a


Europa Ocidental cristã que começou como a menos desenvolvida em
praticamente todos os aspectos da cultura material e intelectual, bem atrás dos
Estados islâmicos e do Império Bizantino.

10. Section 31.8 (http://www.ibiblio.org/pub/docs/books/sherwood/Wells-Outline/Text/Part-II.htm)

Por algumas gerações depois de Maomé (570 d.C. - 632 d.C.), a mente árabe foi,
como havia sido, moldada, e produziu poesia e muita discussão religiosa; sob o
estímulo do sucesso nacional e racial, ela presentemente resplandece com brilho
somente superado pelos gregos em seu melhor período. Com um novo ângulo e
com um fresco vigor, ela assumiu aquele sistemático desenvolvimento de
conhecimento positivo que os antigos gregos haviam começado e abandonado. Ela
reviveu o propósito humano do conhecimento. Se os gregos foram os pais, então
os árabes foram os padrastos do método de lidar com a realidade, ou seja, a
absoluta franqueza, a máxima simplicidade de declaração e explicação, registro
exato, e criticismo exaustivo. Foi mediante os árabes, e não através da rota latina,
que o mundo moderno recebeu o presente da luz e do poder.

11. Lewis, Bernard (2002). What Went Wrong. [S.l.]: Oxford University Press. 3 páginas. ISBN 0-
06-51605-4 Verifique |isbn= (ajuda)

Por muitos séculos, o Islã esteve na linha de frente da civilização e realização


humanas. Na era entre o declínio da antiguidade e surgimento da modernidade,
isto é, nos séculos designados na história europeia como medieval, a reivindicação
islâmica não era injustificada.

12. «Science, civilization and society» (https://web.archive.org/web/20110429201149/http://www.e


s.flinders.edu.au/~mattom/science+society/lectures/lecture11.html#). Consultado em 30 de
novembro de 2009. Arquivado do original (http://www.es.flinders.edu.au/~mattom/science+soci
ety/lectures/lecture11.html#) em 29 de abril de 2011
13. Middle Ages (http://www.britannica.com/EBchecked/topic/195896/history-of-Europe)
14. commercial revolution (http://www.infoplease.com/ce6/bus/A0813037.html)
15. The Scientific Revolution (http://www.wsu.edu/~dee/ENLIGHT/SCIREV.HTM)
16. The Industrial Revolution - Innovations (http://industrialrevolution.sea.ca/innovations.html)
17. Duran 1995, p.81

Bibliografia
Ankerl, Guy (2000). Coexisting contemporary civilizations: Arabo-Muslim, Bharati, Chinese,
and West. Col: INU societal research. Vol.1:. Geneva: INU Press. ISBN 2-88155-004-5
Bavaj, Riccardo: "The West": A Conceptual Exploration (http://nbn-resolving.de/urn:nbn:de:015
9-2011112107), European History Online, Mainz: Institute of European History, 2011, retrieved:
28 November 2011.
Daly, Jonathan. "The Rise of Western Power: A Comparative History of Western Civilization (htt
p://www.bloomsbury.com/uk/the-rise-of-western-power-9781441161314/)" (London and New
York: Bloomsbury, 2014). ISBN 9781441161314

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