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ESCATOLOGIA

O Milênio.

Atualmente muito se tem falado do “Fim dos tempos”. E a igreja conhece, ou deveria conhecer, os
sinais do fim já que não é nenhuma novidade, pois, estão descritos na bíblia; e aqueles que não
pertencem à igreja também têm falado acerca do assunto, pois, já ouviram da boca dos mais crentes,
quais seriam os sinais; aumento da violência, pais contra filhos e etc. E há medo por parte de muitos;
e esse medo é por não estarem cientes do que realmente irá acontecer! Tanto os fiéis quanto os
ímpios muitas vezes começam a estudar escatologia por causa deste medo, tentando entender o que
irá lhes acontecer.

“A escatologia é a doutrina que trata de profecias ainda não cumpridas e relatos de eventos futuros, é
o estudo das últimas coisas. E por ser sobre fatos ainda não ocorridos e principalmente por meio de
ações espirituais não dá pra se ter certeza do que realmente irá ocorrer, temos só os relatos proféticos
da Bíblia para nos basearmos e apesar da Bíblia ser inerrante, esse assunto traz na comunidade
teológica muita discussão e polemica, criando assim muitas correntes teológicas. Para tentarmos
entender o que irá realmente acontecer temos que conhecer as principais escolas de interpretação,
que são: Pré-milenismo, amilenismo e pós-milenismo. Cada qual com suas diferenças e similaridades
em vários pontos.”

Os prefixos pré- e pós- antes da palavra milênio têm a ver com o momento da segunda vinda de
Cristo em relação ao próprio milênio. Os pré-milenistas creem que a Segunda Vinda ocorrerá antes
do milênio. Os pós-milenistas que a Segunda Vinda ocorrerá após o milênio. E os amilenistas nesse
sentido tem uma visão parecida aos pós-milenistas, porque creem que a segunda vinda de Cristo
ocorrerá também após o milênio, porém creem que o milénio já está acontecendo no presente século.

O Pré-milenismo, por sua vez, se divide em dois pensamentos acerca dos sete anos da grande
tribulação. Existem os pré-tribulacionistas do Pré-milenismo Dispensacionalista e os pós-
tribulacionistas do Pré-milenismo Histórico.

Pré-milenismo Dispensacionalista
No Pré-milenismo dispensacionalista haverá, no tempo de Deus, o arrebatamento da igreja e a saída
do Espirito Santo, tornando assim possível a aparição do Anticristo. Terá início então, a Grande
tribulação, por um período de sete anos. Três anos e meio de paz e três anos e meio de guerra contra
Israel. Este período terminará no Armagedom com Cristo retornando para libertar Israel e vencer os
seus inimigos. As nações serão, então, julgadas. Cristo se assentará no trono de Davi e governará de
Jerusalém. No fim do milênio os homens serão trazidos diante do Grande Trono Branco, para serem
julgados e aquele que não foram achados escrito no livro da vida serão lançados no lago de fogo.

A visão dispensacionalista tem início no século XIX com John Nelson Darby (1800-1882). No
século vinte, essa visão foi ensinada por J. Dwight Pentecost. E o fato de ser uma doutrina recente, é
uma das alegações de estar equivocada pois se nunca foi ensinada pelos pais da igreja, não é
verdadeira.
Pré-milenismo Histórico
O pré-milenismo histórico ensina que no fim do presente século haverá uma grande tribulação
seguida pela segunda vinda de Cristo. A igreja continuará na terra, sendo exposta a tribulação,
sofrendo toda a perseguição promovida pelo anticristo, até que Cristo venha no segundo advento;
então a igreja será levada às nuvens para encontrar o Senhor, vindo do céu, para retornar
imediatamente com Ele. Nesse período o Anticristo será julgado, os justos serão ressuscitados,
Satanás será preso e Cristo estabelecerá o seu reino na terra, o que durará mil anos e será um tempo
de bênção sem precedentes para a igreja. No fim do milênio, Satanás será solto e instigará uma
rebelião, que será subjugada pelo poder do Cristo. Nesse momento, os injustos serão ressuscitados
para o julgamento, e o estado eterno terá início.

A visão pré-milenista histórica teve seus defensores na igreja desde pelo menos o segundo século.
Seu mais notável escritor no século vinte foi George Eldon Ladd.

Pós-milenismo

O pós-milenismo ensina que os “mil anos” de Apocalipse ocorrem antes da segunda vinda de Cristo.
Segundo esta visão, Jesus deixou claro em Mateus 4:17; 12:28-29 que Ele estabeleceu o Reino de
Deus em Seu primeiro advento. Ensinam que a era do milênio é todo o período entre o primeiro e o
segundo advento de Cristo. Em geral, o pós-milenismo ensina que no presente século, o Espírito
Santo atrairá multidões para Cristo por meio da pregação do evangelho. Entre estas multidões estão
os israelitas que, até então, rejeitaram o Messias.

"Através da pregação do evangelho em todo o mundo o reino de Cristo deve aumentar


firmemente os seus limites até que tanto judeus como gentios se tornem possuídos de tais
bênçãos e seja introduzido um período milenista em que o cristianismo prevaleça em toda a
terra."
(Teologia Sistemática - Augustus Hopkins Strong vol. 2 – Pagina 808).

Argumentam:
“Se fica claro em Mateus 12 e as outras passagens citadas que Jesus estabeleceu seu reino em Seu
primeiro advento. Por que, então, Apocalipse 20 ensina que o reino milenar durará apenas mil anos
quando, o reino milenar de Cristo já passa de dois mil anos de idade? O significado do termo mil é
trazido à tona em Deuteronômio 1:10-11. No verso 10 é afirmado que o Senhor Deus fez os israelitas
como as estrelas do céu em multidão. Então no verso 11 é acrescentado: “O Senhor Deus de vossos
pais vos aumente, ainda mil vezes mais do que sois;" O mil não é usado em um sentido literal, mas
de forma figurativa para indicar vastidão O reino milenar de Cristo (o tempo entre o primeiro e o
segundo advento de Cristo) durará um período de tempo indeterminado, mas perfeito”.
O pós-milenismo vê as promessas abraâmicas não cumpridas sobre Israel como sendo cumpridas
pela igreja. Nesta visão não há distinção entre a igreja e Israel. A Igreja é o Israel espiritual.

No fim do presente século, Cristo retornará, haverá uma ressurreição geral dos justos e injustos, e o
julgamento final acontecerá.
O pós-milenismo foi propagado amplamente entre os puritanos. Ele também foi a visão dominante
entre teólogos reformados dos séculos dezoito e dezenove. Foi ensinado, por exemplo, por homens
como Jonathan Edwards, Charles Hodge e outros.

Versões modernas do pós-milenismo são muito próximas em muitas maneiras ao amilenismo. A


principal diferença entre os dois não é tanto o momento do milênio, mas a natureza do milênio e
quanto ao sucesso terreno deste reino. O reino que Cristo estabeleceu será bem-sucedido, os Cristãos
serem bem-sucedido em trazer as nações a obedecerem a lei de Deus e a Semente de Abraão ser
realmente uma bênção para as nações são pontos que constituem a única diferença significativa entre
as posições amilenal e pós-milenarista. Na realidade, o amilenismo é apenas um tipo de pós-
milenismo pessimista. O amilenista não acredita que o mundo como um todo seja discípulo. Eles
acreditam que alguns de cada tribo e nação serão salvos, mas não acreditam que o poder do
evangelho resultará em uma "época de ouro" na história.

Amilenismo

Também conhecido como amilenarismo, o vocábulo amilenismo é um termo impróprio.


Linguisticamente, a palavra significa que não haverá nenhum reino de mil anos. Na realidade,
aqueles que defendem o amilenismo acreditam que há sim, o reinado bíblico, mas, que esse reino
milenar não é literal. Ou seja, não é nem mil anos nem um reino físico de Cristo.

A proposta do Reino milenar seria estabelecer o governo de Cristo na terra e cumprir as profecias
referentes a Israel que ainda precisam ser cumpridas (Deuteronômio 29:1-29; I Crônicas17:11-14;
Jeremias 31:31,33). O amilenismo "espiritualiza" as profecias com respeito ao fim dos tempos dá
mesma forma que o pós-milenismo, e se recusa a vê-las de forma literal. Seus adeptos ensinam a
teologia da substituição, que diz que as profecias não cumpridas prometendo paz e bênçãos para seu
povo não se aplicam a Israel, e que todas estas profecias foram transferidas para a igreja. Profecias
estas que não serão cumpridas literalmente. O reino de paz (Miquéias 4: 2-4), o leão com o cordeiro
(Isaías 11: 6-9) são todos considerados metáforas juntamente com o Período de tempo de mil anos
(Apocalipse 20: 2-7). Em vez disso, ensina que o reino milenar está manifesto nos corações de todos
os que seguem à Cristo na terra.

Com esta teologia o cronograma do final dos tempos sofre uma alteração para se ajustar a essa visão.
O reino de Cristo foi estabelecido em Sua ressurreição. A "primeira ressurreição" (Apocalipse 20: 4-
6) é uma ressurreição espiritual, ou seja, quando o Espirito Santo passou a habitar o coração dos
crentes. O reino, então, é um reino espiritual e durará até a segunda vinda de Jesus onde ocorrerá o
arrebatamento dos crentes, o julgamento final e imediatamente após o estado eterno.

O amilenismo também tem sua origem na igreja primitiva. Agostinho (354-430) ensinou o
amilenismo que influenciou a igreja ao longo da Idade Média até a Reforma. Sendo hoje o ponto de
vista da Igreja Católica Romana. No século vinte, foi ensinada por teólogos como Louis Berkhof,
Anthony Hoekema, Cornelis Venema, Kim iddlebarger e Sam Storms.

Conclusão

Como vimos não dá para se ter certeza do que irá acontecer! Depende em mito da nossa fé e maneira
de ver as escrituras. Seria inteligente separar um tempo e procurar entender as visões daqueles com
quem concordamos e daqueles de quem discordamos e entender os argumentos bíblicos que eles
utilizam. Não podemos somente discordar sem entender. Ainda há muito a ser feito antes de que haja
um consenso. Apesar das discordâncias, podemos nos alegrar com o fato de que todos concordamos
que Jesus está vivo, vai voltar e independente da forma como irá acontecer, estaremos com ele na
eternidade!

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