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Professa fé alicerçada fundamentalmente no que se segue:

1. Cremos em um só Deus eternamente subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, Dt 6.4;
Mt 28.19; Mc 12.29.

2. Na inspiração verbal da Bíblia sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão,
2Tm 3.14-17.

3. No nascimento virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os
mortos e sua ascensão vitoriosa aos céus Is 7.14; Rm 8.34; At 1.9 .

4. Na pecaminosidade do homem que o destituiu da glória de Deus, e que somente o arrependimento e a fé


na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que o pode restaurar a Deus, Rm 3.23; At 3.19.

5. Na necessidade absoluta no novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da
palavra de Deus, para tornar o homem digno do reino dos céus. Jo 3.3-8.

6. No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos
gratuitamente na fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor, At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26; Hb
7.25; 5.9.

7. No batismo bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vez em águas, em nome do Pai, do Filho
e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo, Mt 28.19; Rm 6.1-6; Cl 2.12.

8. Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de
Jesus no Calvário, através do poder regenerador, inspirador e santificador do Espírito Santo, que nos capacita
a viver como fiéis testemunhas do poder de Jesus Cristo, Hb 9.14; 1Pd 1.15.

9. No batismo bíblico com o Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo, com a
evidência inicial de falar em outras línguas, conforme a sua vontade, At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7.

10. Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à igreja para sua edificação conforme
a sua soberana vontade, 1Co 12.1-12.

11. Na segunda vinda pré-milenar de Cristo em duas fases distintas. Primeira - invisível ao mundo, para
arrebatar a sua igreja fiel da terra, antes da grande tribulação; Segunda - visível e corporal, com sua igreja
glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos, 1Ts 4.16.17; 1Co. 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd
14.

12. Que todos os cristãos comparecerão ante ao tribunal de Cristo para receber a recompensa dos seus feitos
em favor da causa de Cristo, na terra 2 Co 5.10.

13. No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis, Ap 20.11-15.

14. E na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tristeza e tormento para os infiéis, Mt 25.46.

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Escatologia

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ÚLTIMAS COISAS

O Arrebatamento, a Segunda Vinda e o Milênio

A escatologia é o aspecto da doutrina bíblica que lida com as “ultimas coisas” (do
grego eschatos, “final”). Em 1 Jo 2.18, João descreve os momento em que
escreveu como sendo a “última hora”, evidenciando que ele, como em todas as
gerações, vivia em expectativa imediata da segunda vinda de Cristo e via o seu
tempo como um no qual a presente evidência parecia afirmar que a sua geração
era mesmo a última. Não é uma atitude doentia: Cristo Jesus deseja que as
pessoas aguardem ansiosamente a sua volta ( Mt 25.1-3; 2Tm 4.8).

João não aponta apenas para o avançado da hora da história como ele a vê; ele
também se volta para o assunto do anticristo, um tema comumente discutido
quando se estuda a escatologia. O espírito do anticristo, o arrebatamento da
igreja, a grande tribulação, a restauração da nação de Israel e o reino milenar de
Cristo na Terra estão todos ente os muitos assuntos que a Bíblia descreve como
“últimas coisas”. A Bíblia claramente diz que essas coisas devem acontecer.
Entretanto, o momento exato não está claro: em muitos casos não é dada a
seqüência ou maneira correta do cumprimento de tais acontecimentos.

Este site não segue qualquer ponto de vista conclusivo em relação a esses
assuntos popularmente discutidos. Pelo contrário, ele procura ajudar os
companheiros cristãos a compreender o ponto de vista dos outros e a fim de
auxiliar no diálogo e repudiar o fanatismo. Provavelmente não seja razoável
para um cristão ser separado de outro na interpretação de coisas ainda futuras,
coisas das quais não se pode saber o resultado final até que realmente ocorram.
Tanto o arrebatamento da igreja (incluindo a segundo vinda de Cristo) quanto o
milênio (ou o período de mil anos do reino de Cristo) são peças centrais no
futuro profético. Honestidade em relação a esses dois acontecimentos, que são
absolutamente certos nas Escrituras, mostra que não são absolutamente
precisos em se designar uma época especifica ou método ou ordem definitiva de
ocorrência.

São apresentados três possibilidades, todas com base bíblicas, sobre a ordem
das coisas dos últimos dias. Isto sugerem, que nenhuma dessas correntes é a
correta, mas, que são teorias apenas. Portanto, não deve-se jamais discuti-las ou
serem ensinadas como verdade absoluta.

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1. Amilenismo: (definição: Wayne Grudem)

A primeira posição aqui explicada, o amilenismo, é realmente a mais simples.

Segundo essa posição, a passagem de Apocalipse 20.1-10 descreve a presente


era da igreja. Trata-se de uma era em que a influência de Satanás sobre as
nações sofre grande redução de modo que o evangelho pode ser pregado por
todo o mundo. Aqueles que reinam com Cristo por mil anos são os cristãos que
morreram e já estão reinando com Cristo no céu. O reino de Cristo no milênio,
segundo esse ponto de vista, não é um reino físico aqui na terra, mas sim o reino
celestial sobre o qual ele falou ao declarar: “Toda a autoridade me foi dada no
céu e na terra” (Mt 28.18).

Esse ponto de vista é chamado “amilenista” por sustentar que não existe
nenhum milênio que ainda esteja por vir. Como os amilenistas crêem que
Apocalipse 20 está-se cumprindo agora na era da igreja, sustentam que o
“milênio” aqui descrito já está em curso no presente. A duração exata da era da
igreja não pode ser conhecida, e a expressão “mil anos” é simplesmente uma
figura de linguagem par um longo período em que os propósitos perfeitos de
Deus vão se realizar.

De acordo com essa posição, a presente era da igreja continuará até o tempo da
volta de Cristo. Quando Cristo voltar, haverá ressurreição tanto de crentes como
de incrédulos. Os crentes terão o corpo ressuscitado e unido novamente com o
espírito e entrarão no pleno gozo do céu para sempre. Os incrédulos serão
ressuscitados para enfrentar o julgamento final e a condenação eterna. Os
crentes também comparecerão diante do tribunal de Cristo (2 Co 5.10), mas
esse julgamento irá apenas determinar os graus de recompensa no céu, pois só
os incrédulos serão condenados eternamente. Por esse tempo também
começarão o novo céu e a nova terra. Imediatamente após o juízo final, o estado
eterno terá início e permanecerá para sempre.

Esse esquema é bem simples porque nele todos os eventos dos tempos do fim
ocorrem de uma só vez, imediatamente após a volta de Cristo. Alguns
amilenistas dizem que Cristo pode voltar a qualquer momento, enquanto outros
(como Berkhof) alegam que alguns sinais ainda não se cumpriram.

2. Pós-milenismo: (definição: Wayne Grudem)

O prefixo pós significa “depois”. Segundo esse ponto de vista, Cristo voltará após
o milênio.

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Segundo esse ponto de vista, o avanço do evangelho e o crescimento da igreja se


acentuarão de forma gradativa, de tal modo que uma proporção cada vez maior
da população mundial se tornará cristã. Como conseqüência, haverá influências
cristãs significativas na sociedade, esta funcionará mais e mais de acordo com os
padrões de Deus e gradualmente virá uma “era milenar” de paz e justiça sobre a
terra. Esse “milênio” durará um longo período (não necessariamente de mil anos
literais) e, por fim, ao final desse período, Cristo voltará à terra, crentes e
incrédulos será ressuscitados, ocorrerá o juízo final e haverá um novo céu e uma
nova terra. Entraremos então no estado eterno.

A característica principal do pós-milenismo é ser muito otimista acerca do poder


do evangelho par mudar vidas e estabelecer o bem no mundo. A crença no pós-
milenismo tende a aumentar em época em que a igreja experimenta grande
avivamento, há ausência de guerras e conflitos internacionais e aparentemente
se obtêm grandes avanços na vitória sobre o mal e sobre o sofrimento no
mundo. Mas o pós0milenismo em sua forma mais responsável não se baseia
simplesmente na observação dos eventos do mundo em nossa volta, mas em
argumentos extraídos de várias passagens da Escrituras, as quais examinaremos
abaixo.

3.Pré-milenismo: (defininção: Wayne Grudem)

a) Pré-milenismo clássico ou histórico:

O prefixo “pré” significa “antes” e a posição pré-milenista diz que Cristo irá
voltar antes do milênio. Esse ponto de vista é defendido desde os primeiros
séculos do cristianismo.

Segundo esse ponto de vista, a presente era da igreja continuará até que, com a
proximidade do fim, venha sobre a terra um período de grande tribulação e
sofrimento. Depois desse período de tribulação no final da era da igreja, Cristo
voltará à terra estabelecer um reino milenar. Quando ele voltar, os crentes que
tiverem morrido serão ressuscitados, terão o corpo reunido ao espírito, e esses
crentes reinarão com Cristo sobre a terra por mil anos. (Alguns pré-milenistas o
consideram mil anos literais, enquanto outros o entendem como expressão
simbólica para um período longo.) Durante esse tempo, Cristo estará fisicamente
presente sobre a terra em seu corpo ressurreto e dominará como Rei sobre toda
a terra. Os crentes ressuscitados e os que estiverem sobre a terra quando Cristo
voltar receberão o corpo glorificado da ressurreição, que nunca morrerá, e nesse
corpo da ressurreição viverão sobre a terra e reinarão com Cristo. Quanto aos
incrédulos que restarem sobre a terra, muitos (mas não todos) se converterão a
Cristo e serão salvos. Jesus reinará em perfeita justiça e haverá paz por toda a
terra. Muitos pré-milenistas sustentam que a terra será renovada e veremos de
fato o novo céu e a nova terra durante esse período (mas a fidelidade a esse
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ponto não é essencial ao pré-milenismo, pois é possível ser pré-milenista e


sustentar que o novo céu e a nova terra virão só depois do juízo final). No início
desse tempo, Satanás será preso e lançado no abismo, de modo que não terá
influência sobre a terra durante o milênio no abismo, de modo que não terá
influência sobre a terra durante o milênio (Ap 20.1-3).

De acordo com o ponto de vista pré-milenista, no final dos mil anos Satanás será
solto do abismo e unirá as forças com muitos incrédulos que se submeteram
externamente ao reinado de Cristo, mas por dentro revolvem-se em revolta
contra ele. Satanás reunirá esse povo rebelde para batalhar contra Cristo, mas
serão derrotados definitivamente. Cristo então ressuscitará todos os incrédulos
que tiverem morrido ao longo da história, e esses comparecerão diante dele para
o julgamento final. Uma vez realizado o juízo final, os crentes entrarão no
estrado eterno. Parece que o pré-milenismo tende a crescer em popularidade à
medida que a igreja experimenta perseguição e o sofrimento e o mal aumentam
sobre a terra. Mas, assim como no caso do pós-milenismo, os argumentos a favor
do pré-milenismo não se baseiam em observação de eventos correntes, mas em
passagens específicas das Escrituras, especialmente (mas não exclusivamente)
Apocalipse 20.1-10.

b) Pré-milenismo pré-tribulacionista (ou pré-milenismo


dispensacionalista):
Outra variedade de pré-milenismo conquistou ampla popularidade nos séculos
XIX e XX, em especial no Reino Unido e nos Estado Unidos. Segundo essa posição,
Cristo voltará não só antes do milênio (a volta de Cristo é pré-milenar), mas
também ocorrerá antes da grande tribulação (a volta de Cristo é pré-
tribulacional). Esse ponto de visa é semelhante à posição pré-milenista clássica
mencionada acima, mas com uma importante diferença: acrescenta outra volta
de Cristo antes de sua vinda para reinar sobre a terra no milênio. Essa volta é
vista como um retorno secreto de Cristo para tirar os crentes do mundo.

Segundo esse ponto de vista, a era da igreja continuará até que, de repente, de
maneira inesperada e secreta, Cristo chegará a meio caminho da terra e chamará
para si os crentes: “...os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os
vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens,
para o encontro do Senhor nos ares” (1Ts 4.16-17). Cristo então retornará ao
céu com os crentes arrebatados da terra. Quando isso acontecer, haverá uma
grande tribulação sobre a terra por um período de sete anos.

Durante esse período de sete anos de tribulação, cumprir-se-ão muitos dos


sinais que, segundo predições, precederiam a volta de Cristo. O grande
ajuntamento da plenitude dos judeus ocorrerá à medida que eles aceitarem
Cristo como o Messias. Em meio ao grande sofrimento haverá também muita

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evangelização eficaz, realizada em especial pelos novos cristãos judeus. Ao final


da tribulação, Cristo voltará com os seus santos para reinar sobre a terra por mil
anos. Depois desse período milenar haverá uma rebelião que resultará na
derrota final de Satanás e suas forças, e então virá a ressurreição dos incrédulos,
o último julgamento e o começo do estado eterno.

Deve-se mencionar outra característica do pré-milenismo pré-tribulacionista:


essa postura se encontra quase exclusivamente entre os dispensacionalistas que
desejam fazer distinção clara entre a igreja a Israel. Essa posição pré-
tribulacionista permite que a distinção seja mantida, uma vez que a igreja é
retirada do mundo antes da conversão geral do povo judeu. Esse povo judeu,
portanto, permanecerá um grupo distinto da igreja. Outra característica do pré-
milenismo pré-tribulacionista é sua insistência em interpretar as profecias
bíblicas “literalmente sempre que possível”. Isso se aplica em especial a
profecias do Antigo testamento acerca de Israel. Os que defendem essa posição
argumentam que essas profecias da futura bênção de Deus a Israel ainda irão se
cumprir entre o próprio povo judeu; elas não devem ser “espiritualizadas”,
tentando-se ver o seu cumprimento na igreja. Por fim, uma característica
atraente do pré-milenismo pré-tribulacionista é que ele permite às pessoas
insistir em dizer que a volta de Cristo pode ocorrer “a qualquer momento” e, por
essa razão, fazem justiça ao significado pleno das passagens que nos incentivam
a estarmos prontos para a volta de Cristo, ao mesmo tempo que ainda admite
um cumprimento bem literal dos sinais que precedem a sua volta, pois diz que
lês se darão durante a tribulação.

ESCATOLOGIA - Doutrina das últimas coisas.

Em relação à volta do Senhor Jesus, a única unanimidade que há entre os


teólogos é que ela acontecerá. Nos demais aspectos, são várias correntes
defendidas. Cada um com sua teoria e opinião.
É praticamente impossível definir como será a volta do Senhor e os demais
acontecimentos dos últimos dias. São os mistérios do Senhor!
A seguir, transcrevo as principais correntes defendidas pelos teólogos.

Os assuntos são:

I- A SEGUNDA VINDA DE CRISTO


II- O ARREBATAMENTO DA IGREJA
III- A TRIBULAÇÃO
IV- O MILÊNIO
V- OS JUÍZOS FUTUROS
VI- AS RESSURREIÇÕES

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I - A SEGUNDA VINDA DE CRISTO

A. Posição Pós-milenista.

1- Significado:
A segunda vinda de Cristo se dará depois do milênio.

2- Ordem dos acontecimentos:


A parte final da Era da Igreja (i.e.. Os seus últimos mil anos) é o Milênio,
que será uma época de paz e abundância promovida pelos esforços da
igreja. Depois disso, Cristo virá. Seguir-se-á então uma ressurreição
generalizada, e depois desta um juízo geral e a eternidade.

3- Método de interpretação:
A interpretação pós-milenista é amplamente espiritualizada no que
tange a profecia. Apocalipse 20, todavia, será cumprido num reino
terreno, estabelecido pelos esforços da igreja.

B. Posição Amilenista

1- Significado:

A Segunda vinda de Cristo se dará no fim da época da igreja e não existe um


Milênio na Terra. Estritamente falando, os amilenistas crêem que a presente
condição dos justos no céu é o Milênio, e que não há ou haverá um Milênio
terrestre. Alguns amilenistas tratam a soberania de Cristo sobre os corações dos
crentes como se fosse o Milênio.

2- Ordem dos acontecimentos:

A Era da Igreja terminará num tempo de convulsão, Cristo voltará,


haverá ressurreição e juízo gerais e, depois, a eternidade.

3- 3- Método de interpretação:

A interpretação amilenista espiritualiza as promessas feitas a Israel


como nação, dizendo que são cumpridas na Igreja. De acordo com esse
ponto de vista, Apocalipse 20 descreve a cena das almas nos céus
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durante o período entre a primeira e a segunda vinda de Cristo.

C. Posição Pré-milenista.

1- Significado:
A segunda vinda de Cristo acontecerá antes do Milênio.

2- Ordem dos acontecimentos:


A Era da Igreja termina no tempo da Tribulação, Cristo volta à Terra,
estabelece e dirige seu reino por 1.000 anos, ocorrem a ressurreição e o
juízo dos não-salvos, e depois vem a eternidade.

3- Método de interpretação:
O pré-milenismo segue o método de interpretação normal, literal,
histórico-gramatical. Apocalipse 20 é entendido literalmente.

4- A questão do arrebatamento:
Entre os pré-milenistas não há unanimidade quanto ao tempo em que
vai ocorrer o arrebatamento.

II. O ARREBATAMENTO

A- A Ocasião do Arrebatamento:

Pós-milenistas e amilenistas vêem o arrebatamento da igreja no final desta


era e simultâneo com a segunda vinda de Cristo. Entre os pré-milenistas,
há vários pontos de vista.

1. Arrebatamento pré-tribulacional:

A- Significado:

O arrebatamento da Igreja (i.e., a vinda do Senhor nos ares para os Seus


santos) ocorrerá antes que comece o período de sete anos da tribulação.
Por isso, a Igreja não passará pela Tribulação, segundo este ponto de vista.

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B- Provas citadas:

-A promessa de ser guardada (fora) da hora da provação. (Ap 3.10)


-A remoção do aspecto de habitação no ministério do Espírito Santo exige
necessariamente a remoção dos crentes. (2Ts 2)
-A tribulação é um período de derramamento da ira de Deus, da qual a
Igreja já está isenta. (Ap 6.17, cf. 1Ts 1.10; 5.9)
-O arrebatamento só pode ser iminente se for pré-tribulacional. (1Ts
5.6)

2. Arrebatamento mesotribulacional:

A- Significado:
O arrebatamento ocorrerá depois de transcorridos três anos e meio do
período da tribulação.

B- Provas citadas:

-A última trombeta de 1Co 15.52 é a sétima trombeta de Apocalipse


11.15, que soa na metade da tribulação.
-A Grande Tribulação é composta apenas dos últimos três anos e meio da
septuagésima semana da profecia de Daniel 9.24-27, e a promessa de
libertação da Igreja só se aplica a esse período. (Ap 11.2; 12.6)
-A ressurreição das duas testemunhas retrata o arrebatamento da Igreja, e
sua ressurreição ocorre na metade da tribulação. (Ap 11.3,11)

3. Arrebatamento pós-tribulacional:

A- Significado:
O arrebatamento acontecerá ao final da Tribulação. O arrebatamento é
distinto da segunda vinda, embora seja separado dela por um pequeno
intervalo de tempo. A igreja permanecerá na terra durante todo o período
da tribulação.

B- Provas citadas:
-O arrebatamento e a segunda vinda são descritos pelas mesmas palavras.
-Preservação da ira significa proteção sobrenatural para os crentes
durante a tribulação, não libertação por ausência (assim como Israel
permaneceu no Egito durante as pragas, mas protegido de seus efeitos).
-Há santos na terra durante a tribulação. (Mt 24.22)

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4. Arrebatamento parcial:

A- Significado:
Somente os crentes considerados dignos serão arrebatados antes de a ira
de Deus ser derramada sobre a terra; os que não tiverem sido fiéis
permanecerão na terra durante a tribulação.

B- Provas citadas:
-Versículos como Hebreus 9.28, que exigem vigilância e preparo.

B- A Descrição do Arrebatamento:

1- Os textos:

1Ts 4.13-18; 1Co 15.51-57; Jo 14.1-3

2- Os acontecimentos:

-Descida de Cristo.
-A Ressurreição dos mortos em Cristo.
-A Transformação de corpos mortais para imortais dos crentes vivos na
ocasião.

-O encontro com Cristo nos ares para a subida ao céu.

III. A TRIBULAÇÃO

A- Sua Duração:
É a 70ª semana de Daniel e, portanto, durará sete anos (Dn 9.27). A
metade desse período é apresentada pelas expressões “42 meses” e
“1.260 dias” (Ap 11.2,3)

B- Sua Distinção:
(Mt 24.21; Ap 6.15-17)

C- Sua Descrição:

-Julgamento sobre o mundo. As três séries de juízos descrevem esse


julgamento (selos, Ap 6; trombeta, Ap 8-9; taças, Ap 16)

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-Perseguição contra Israel. (Mt 24.9,22; Ap 12.17)


-Salvação de multidões (Ap 7).
-Ascensão e domínio do anticristo (2Ts 2; Ap 13).

D- Seu Desfecho:

A tribulação terminará com a reunião das nações para a batalha de


Armagedom e com o retorno de Cristo à terra (Ap 19).

IV. O MILÊNIO:

A- Definição:
O Milênio é o período de 1000 anos em que Cristo reinará sobre a terra,
dando cumprimento às alianças abraâmica e davídica, bem como à
nova aliança.

B- Suas Designações:
O Milênio é chamado de “reino dos céus” (Mt 6.10), “reino de Deus”
(Lc 19.11), “reino de Cristo” (Ap 11.15), a “regeneração” (Mt 19.28),
“tempos de refrigério” (At 3.19) e o “mundo por vir” (Hb 2.5).

C- Seu Governo:

-Seu cabeça será Cristo (Ap 19.16)


-Seu caráter. Um reino espiritual que produzirá paz, equidade, justiça,
prosperidade e glória (Is 11.2-5).
-Sua capital será Jerusalém .

D- Sua Relação com satanás:


Durante este período satanás estará acorrentado, sendo liberto ao seu
final, para liderar uma revolta final contra Cristo (Ap 20). Satanás será
derrotado e lançado definitivamente no lago de fogo.

V. OS JUÍZOS FUTUROS

A- O Julgamento das Obras dos Crentes:


Tempo: Depois do arrebatamento da Igreja.
Lugar: No céu.
Juiz: Cristo.
Participantes: Todos os membros do Corpo de Cristo.
Base: Obras posteriores à salvação.
Resultado: Galardões ou perda de galardões.
Textos: 1Co 3.11-15; 2Co 15.10
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B- O Julgamento das Nações (ou gentios):

Tempo: Na segunda vinda de Cristo.


Lugar: Vale de Josafá.
Juiz: Cristo.
Participantes: Os gentios vivos na época da volta de Cristo.
Base: Tratamento dos “irmãos” de Cristo, i.e., Israel.
Resultado: Os salvos entram no reino; os perdidos são lançados no
lago de fogo.
Textos: Mt 25.31-46; Jl 3.2

C- O Julgamento de Israel:

Tempo: Na segunda vinda de Cristo.


Lugar: Na terra, no “deserto dos povos” (Ez 20.35).
Juiz: Cristo.
Participantes: Judeus vivos ao tempo da segunda vinda de Cristo.
Base: Aceitação do Messias.
Resultado: Os salvos entrarão no reino; os perdidos serão lançados no
lago de fogo.
Textos: Ez 20.33-38

D- O Julgamento dos Anjos Caídos:


Tempo: Provavelmente depois do milênio.
Lugar: Não especificado.
Juiz: Cristo e os crentes.
Participantes: Anjos caídos.
Base: Desobediência a Deus ao seguirem a satanás em sua revolta.
Resultado: Lançados no lago de fogo.
Textos: Jd 6; 1Co 6.3

E- O Julgamento dos Mortos Não-Redimidos:

Tempo: Depois do Milênio.


Lugar: Perante o Grande Trono Branco.
Juiz: Cristo.
Participantes: Todos os não-salvos desde o principio da humanidade.
Base: O que faz serem julgados é a rejeição da salvação em Cristo, mas
o fogo do juízo é a demonstração de que pelas próprias más obras
merecem a punição eterna.
Resultados: O lago de fogo.
Textos: Ap 20.11-15

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VI. AS RESSURREIÇÕES

A- A Ressurreição dos Justos:


(Lc 14.14; Jo 5.28,29)

-Inclui os mortos em Cristo, que são ressuscitados no arrebatamento da


igreja (1Ts 4.16).
-Inclui os salvos durante os períodos da tribulação (Ap 20.4).
-Inclui os santos do A. T. (Dn 12.2 . Primeira ressurreição.

B- A Ressurreição dos Ímpios:


Todos os não-salvos serão ressuscitados depois do milênio para
comparecerem perante o Grande Trono Branco e serem julgados (Ap
20.11-15). Esta segunda ressurreição resulta na segunda morte para
todos os envolvidos.

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O ARREBATAMENTO PRÉ-TRIBULACIONAL

A palavra “Arrebatamento” não aparece na Bíblia, mas é um termo usado


para descrever a “rápida trasladação para cima”, o que na 1 Tessalonicenses
4:17 consta como “arrebatar nas nuvens” (ou simplesmente arrebatar, conforme
Judas 23, “arrebatar do fogo”). Ela significa “puxar com força para cima”. É
usada para descrever como o Espírito de Deus arrebatou a Filipe, após a
conversão do eunuco etíope (Atos 8:39). Isso é exatamente o que Cristo vai
fazer com os crentes do Novo Testamento, antes de começar a Grande
Tribulação.

Notas referentes à Grande Tribulação:

1). - O Arrebatamento é: (1) a ressurreição dos mortos em Cristo; (2) uma


atração para cima e trasladação dos santos do Novo Testamento (1 Tes. 4:17).

2). - Os mortos em Cristo estão com Ele no primeiro ou segundo céu

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(paraíso) (verso 14).

3). - O Arrebatamento é a bendita esperança do crente (versículo 13). É

o que estamos aguardando.

4). - O Arrebatamento é certo: (a) É tão certo como a ressurreição de Cristo


(versículo 14); (b) É a Palavra do Senhor.

5). - O Arrebatamento é um conforto (versículo 18). Se essa trasladação não


acontecesse se fosse só ao final dos tormentos da Grande Tribulação, não
haveria conforto algum para os cristãos que estão na margem anterior à
Tribulação.

6). - O Arrebatamento acontecerá antes do "dia da ira do Senhor"

(1 Tes. 5:1-5), Este evento também é descrito na 1 Coríntios 15:51-58:

1). - O Arrebatamento também era um mistério que não foi revelado no Antigo
Testamento (versículo 51). Os profetas do AT ensinaram sobre a ressurreição,
mas não ensinaram que alguns seriam arrebatados sem passar pela morte. A
trasladação dos santos do Novo Testamento vai efetuar uma instantânea
mudança da mortalidade para a imortalidade. Os crentes que estiverem vivos
nessa hora jamais verão a morte.

2). - A trasladação dos santos da era da igreja é expressa como sendo uma fonte
de conforto e encorajamento (1 Cor. 15:58). Ora, se não acontecesse uma
trasladação, antes do final dos tormentos da Grande Tribulação, ela não seria um
conforto.

Entre os que acreditam num literal arrebatamento da igreja, existem em


geral três posições. Todas estas se referem ao tempo do Arrebatamento
durante a Grande Tribulação. Estas três posições são:

1). - Pré-tribulacional - significando que os santos da igreja serão arrebatados


antes da Grande Tribulação. [antes dos 7 anos]

2). - Mid-tribulacioinal - (também chamado Arrebatamento Pré-Ira),


significando que os santos da igreja vão passar pela metade da Grande
Tribulação.

3). - Pós-Tribulacional - significando que os santos da era da igreja passarão

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por todo o período da Grande Tribulação.

EVIDÊNCIAS PARA O ARREBATAMENTO PRÉ-TRIBULACIONAL

Pelas razões abaixo, estamos convencidos de que a Bíblia ensina o


Arrebatamento Pré-Tribulacional. Usaremos o termo “igreja” em geral no
sentido institucional.

1). - Aos crentes da era da igreja é prometido o livramento da ira de Deus


(1 Tes. 1:9-10; 5:9; Romanos 5:9 e Apoc. 3:10).

A Grande Tribulação é expressamente chamada “o dia da ira do Senhor”. Hoje, o


Senhor está contendo Sua ira. Ele está assentado sobre o trono da graça; mas,
logo chegará o dia em que Ele Se assentará no trono do julgamento. “O dia da ira
do Senhor” vai chegar para o mundo inteiro (Salmo 110:5; Isaías 13:6-13 e
Apoc. 6:16-17). É verdade que em cada século as igrejas crentes na Bíblia têm
estado sujeitas a perseguições; porém, estas são diferentes da Grande
Tribulação. Em geral, as perseguições que têm sido feitas contra os santos são
causadas pelos homens maus e pelo diabo, enquanto a Grande Tribulação de
sete anos será um período referente à ira divina. (Apoc. 6:16-17; 14:10).
Alguns acham que a igreja não será poupada no tempo da ira, mas será salva
através da mesma. Isto não pode ser verdade, visto como a Bíblia revela
claramente que os que estiverem na Terra durante a Grande Tribulação não
serão salvos da ira, mas serão vencidos (Apoc. 13:7). As Escrituras que
prometem livramento da ira, aos crentes da era da igreja, devem se referir ao
livramento da exata presença da ira. Com respeito à Grande Tribulação, elas
dizem: “Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais hávidos por
dignos de evitar todas estas coisas que hão de acontecer, e de estar em pé
diante do Filho do homem” (Lucas 21:36).

Desse modo, os crentes da era da igreja devem ser fisicamente removidos da


Terra; caso contrário, teriam que suportar o dia da ira. Deus promete a remoção
em Apocalipse 3:10: “Como guardaste a palavra da minha paciência,
também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o
mundo, para tentar os que habitam na terra”. Este versículo não diz que Deus
vai guardar os santos da era da igreja através da provação, mas livrá-los da
mesma.

2). - O Espírito Santo deve ser removido antes da Tribulação (2


Tessalonicenses 2:1-8)

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Em outras passagens da Bíblia, lemos que o Espírito Santo é Quem restringe o


pecado (Gênesis 6:3; Isaías 59:19). O Espírito Santo veio ao mundo nesta
dispensação atual, no Dia de Pentecoste (Atos 2). Ele vai remover os crentes da
era da igreja, antes do início da ira divina. Ele é Deus e é Onipresente. Isto
significa que Ele não estará atuante [na Terra] no mesmo sentido em que tem
estado nesta era.

3). - Aos crentes da era da igreja são prometidas mansões no céu (João
14:1-3).

Quando o Senhor regressar à Terra, Ele Se assentará no Seu Trono Messiânico.


Mas, se o Arrebatamento acontecer no final da Grande Tribulação, a promessa
feita aos crentes da era da igreja não será cumprida. Os crentes da era da igreja
são um povo do céu, com uma esperança celestial (Efésios 1; Filipenses 3:20;
Colossenses 3:1-3). Alguns dispensacionalistas ensinam que os santos da era da
igreja viverão no céu durante o Milênio. Creio que eles viverão tanto no céu
como na Terra. Jesus prometeu aos apóstolos que eles reinariam com Ele em
Israel (Mateus 19:28).

4). - A Trasladação dos santos da era da igreja pode ser iminente (ela pode
acontecer a qualquer momento, enquanto a Segunda Vinda do Senhor deve ser
precedida de sinais específicos).

Cristo ensinou isto em Mateus 24:42, 44; 25:13 e Marcos 13:30. Paulo ensinou
isto em Filipenses 4:5 (“Perto está o Senhor”); Tito 2:13. Tiago ensinou em
Tiago 5:8-9. Pedro ensinou na 1 Pedro 4:7. Os crentes primitivos viveram na
expectativa da volta de Cristo (1 Tes. 1:9-10). O apóstolo Paulo assim instruiu a
igreja em Tessalônica:

“MAS, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se
vos escreva; porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor
virá como o ladrão de noite; pois que, quando disserem: Há paz e
segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de
parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão. Mas vós,
irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como
um ladrão; porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não
somos da noite nem das trevas. Não durmamos, pois, como os demais, mas
vigiemos, e sejamos sóbrios; porque os que dormem, dormem de noite, e
os que se embebedam, embebedam-se de noite. Mas nós, que somos do dia,
sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor, e tendo por
capacete a esperança da salvação; porque Deus não nos destinou para a
ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo” (1

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Tes. 5:1-9).

A igreja não está aguardando o aparecimento do Anticristo, mas a volta do Filho


de Deus.

5). - A igreja era um mistério não revelado no Antigo Testamento (Efésios


3:1-11)

A igreja do Novo Testamento não faz parte da cronologia dos eventos narrados
pelos profetas do Antigo Testamento. Eles profetizaram claramente a Primeira
Vinda de Cristo, o Seu miraculoso nascimento, Sua vida, morte, ressurreição e
ascensão. Os mesmos profetas descreveram a Segunda Vinda de Cristo em glória,
precedida por um tempo de tribulação mundial, seguida pelo estabelecimento
do glorioso reino messiânico, a partir de Jerusalém. Porém, esses profetas não
viram o mistério da igreja, “O qual noutros séculos não foi manifestado aos
filhos dos homens, como agora tem sido revelado pelo Espírito aos seus
santos apóstolos e profetas” (Efésios 3:5).

Entre a Primeira e a Segunda Vindas, existe um intervalo que não foi visto
pelos profetas do Antigo Testamento. Este intervalo é a era da igreja. Os profetas
do AT não viram que Israel seria deixada, temporariamente, em compasso de
espera, enquanto Deus iria chamar, entre todas as nações, um corpo especial de
pessoas. Após ter completado este intento, e quando o tempo dos gentios chegar
ao fim, Deus vai restaurar o relógio profético de Israel e cumprir todas as
promessas do Antigo Testamento em relação à Sua antiga nação escolhida, pois:
“...o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos
gentios haja entrado. (Romanos 11:25).

A Grande Tribulação diz respeito a Israel, não aos crentes da era da igreja.
Este período atual do mistério vai terminar com a remoção dos crentes da Terra.
Então, o Senhor executará o Seu plano para a nação de Israel, quando cumprirá
as profecias do Antigo Testamento sobre o tempo das dores de Jacó, a vinda do
Messias e o estabelecimento do reino messiânico.

6).- Existem eventos agindo entre a trasladação e a ressurreição da igreja,


no segundo advento

Conforme 1 Coríntios 15:51, CADA pessoa salva será trasladada no


Arrebatamento. Contudo, Mateus 25:31-46 mostra que, quando Cristo voltar à
Terra, Ele encontrará muitos crentes verdadeiros em seus corpos naturais. Deve
haver, portanto, um período de tempo entre o Arrebatamento dos santos da era
da igreja e a Segunda Vinda de Cristo, o qual vai permitir que estas pessoas

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sejam salvas. É plausível acreditar que esse período seja o da Grande Tribulação.

7). - O Livro do Apocalipse mostra que a igreja não estará na Terra durante
a Grande Tribulação

(a) - A igreja não é vista na Terra nos capítulos 4-18 do Apocalipse.

(b) - A testemunha de Deus durante a Grande Tribulação é Israel, não a igreja.


(Apocalipse 7).

(c) - As orações dos santos em Apocalipse 8 são de julgamento. Somente Israel


faz orações deste tipo. Aos santos da era da igreja é ensinado a orar pelos seus
inimigos e não contra eles. (Lucas 9:51-56). As orações do Apocalipse são as
orações dos Salmos, embasadas nas promessas feitas a Abraão, de amaldiçoar os
que amaldiçoassem Israel (Gênesis 12:1-3).

(d) - Os gafanhotos com poder de escorpiões do Apocalipse 9 receberam


permissão para atormentar os habitantes da Terra, exceto os judeus que tiverem
na testa o sinal de Deus, colocado pelo anjo do Apocalipse 7. Se os crentes da
era da igreja estivessem na Terra estariam sujeitos a este horrendo castigo de
Deus.

(e) - Apocalipse 10 identifica os eventos de Apocalipse 4-18 com os eventos


profetizados pelos profetas do Antigo Testamento - os dias da Grande Tribulação
e o Dia do Senhor. A era da igreja nunca esteve na visão destas profecias do
Antigo Testamento, pois era um mistério oculto. A igreja tem um propósito e um
programa diferentes da nação de Israel. Esta nação é que está focalizada nas
profecias do Antigo Testamento e em Apocalipse 4-18.
(f) - O ministério das duas testemunhas de Apocalipse 11 identifica-as com a
nação de Israel e com as profecias do Antigo Testamento sobre o “Dia do
Senhor”. Estas duas testemunhas ministrarão em Jerusalém, a capital de Israel.
As igrejas não tem esta cidade como capital, pois sua cidade é celestial, não
terrena (Colossenses 3:1-4; Filipenses 3:17-21). As duas testemunhas estão
vestidas de pano de saco, o que é típico de Israel e não dos crentes do Novo
Testamento. Em parte nenhuma, as igrejas se vestem de pano de saco. Em vez
disso, os crentes são ordenados a se regozijarem no Senhor, conforme
Filipenses 4:4. O julgamento dos crentes da era da igreja já foi feito e eles
devem manter suas mentes centralizadas no céu, pela sua posição de já estarem
ali assentados com Cristo (Efésios 2:5-10). Apocalipse 11:4 identifica as duas
testemunhas com a profecia do Antigo Testamento. Zacarias 4:3, 11, 14 se
refere a Israel, não à igreja. Além disso, as duas testemunhas invocam
julgamento sobre os inimigos, em Apocalipse 10:5-6. Jesus repreendeu os Seus

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discípulos por desejarem isto e instruiu os crentes da igreja no sentido de que


deviam orar pelo bem-estar dos seus inimigos, não pela sua destruição. (Lucas
9:54-56; Romanos 12:14; 17-21).

(g) - O diabo persegue Israel, não a igreja, durante a Tribulação (Apocalipse


12). Não pode haver dúvida alguma de que a mulher neste capítulo é
identificada como a nação de Israel. O versículo 5 mostra uma mulher dando à
luz Cristo; é óbvio que Jesus foi dado à luz por Israel, não pela igreja. (Isaías 9:6-
7; Romanos 9:5). Além disso, os símbolos de Apocalipse 12:1-2 lembram a
familiar tipologia de Israel no AT, onde Israel é apresentada como uma mulher
(Isaías 54:4-5). O sol, a luz e as doze estrelas lembram o sonho de José relativo
a Israel (Gênesis 37:9). As palavras de Apocalipse 12:2 são quase uma exata
citação de Miquéias 5:3, referindo-se ao trabalho de parto, que deu à luz o
Messias. Estes símbolos não são usados nas igrejas do Novo Testamento.

A Importância do Arrebatamento Pré-Tribulacional

A doutrina do Arrebatamento Pré-Tribulacional é periférica. Como vimos, Cristo,


Paulo, João e Pedro ensinaram que a volta de Cristo seria iminente e deveria ser
esperada a qualquer momento (Mateus 24:44; Filipenses 4:5; Tiago 5:8-9 e 1
Pedro 4:7). Os cristãos primitivos viveram na expectativa da volta de Cristo
como um literal cumprimento das profecias:

“Porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para
convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir o Deus
vivo e verdadeiro, e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou
dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura” (1 Tes. 1:9-10).

A doutrina de um Arrebatamento Pré-Tribulacional motiva à purificação da vida


pessoal do cristão.

(1) - Ela encoraja o crente nas tribulações e perseguições:

“Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com


eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre
com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras (1
Tes. 4:17-18).

(2) - Ela coloca o foco da igreja na Grande Comissão (Mateus 28:18-20; Marcos
16:15; Atos 1:8). Ela nos ensina a pregar o evangelho, a ganhar pessoas para
Cristo e a estabelecer igrejas, pois “a igreja do Deus vivo [é] a coluna e firmeza da
verdade” (1 Timóteo 3:15), como o assunto mais urgente. D. L. Moddy estava

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certo quando disse: “Vejo este mundo como um barco destruído. Deus me deu um
bote salva-vidas e me disse: ‘Moody, salve tantos quantos você puder’”.

(3) - Ela nos motiva a trabalhar na obra do Senhor (1 Coríntios 15:58).

(4) - Ela nos motiva a uma vida obediente (1 Tessalonicenses 5:4-7; 1 João
3:1-3).

(5) - Ela nos motiva a nos separarmos do mal (Tito 2:13-14).

(6) - Ela mantém os crentes longe da heresia e da apostasia (2 Timóteo 4:3-4 e


1 João 2:24-28).

7 Certezas Sobre o Arrebatamento

Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos
entristecerdes como os demais, que não têm esperança. Pois, se cremos que Jesus morreu e
ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem. Ora,
ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do
Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua
palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os
mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos
arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim,
estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras" (1
Ts 4.13-18)

Primeira certeza: os mortos não estão mortos

"Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante
Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem" (v.14).

Esta certeza consiste em três partes:

a) No Novo Testamento, a ressurreição se refere principalmente ao corpo

O "dormir" dos crentes ou a expressão "os que dormem" dizem respeito aos
corpos dos cristãos (At 13.36-37; Rm 8.10-11,23; 1 Co 15.35-46). A Bíblia não
ensina o "sono" do espírito! Por exemplo, o homem rico e Lázaro, depois que
morreram, estavam respectivamente no reino dos mortos (hades) e no paraíso,
mas absolutamente conscientes (Lc 16.19-31).

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O corpo, que deixamos por ocasião da morte, "dorme"; mas o espírito do crente –
sua personalidade, seu ser, sua consciência – encontra-se com Cristo a partir do
momento da morte. O apóstolo Paulo estava totalmente convicto dessa
realidade, motivo porque escreveu: "...tendo o desejo de partir e estar com Cristo,
o que é incomparavelmente melhor" (Fp-1.23).

Quando os saduceus discutiram com Jesus acerca da ressurreição dos mortos,


Ele lhes disse: "E, quanto à ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus
vos declarou (Êx 3.6): Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó?
Ele não é Deus de mortos, e sim de vivos" (Mt 22.31-32).

O Senhor Jesus Cristo diz: "Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim,
ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá,
eternamente. .." (Jo 11.25-26). Em João 8.51 Ele também acentua: "...se alguém
guardar a minha palavra, não verá a morte, eternamente." Se bem que o corpo
adormece, o espírito daquele que crê em Jesus continua vivendo.

Em 2 Coríntios 5.8 está escrito que "deixar o corpo" significa ao mesmo tempo
"habitar com o Senhor". Em outras palavras: assim que deixamos o corpo
estamos com Cristo.

Romanos 8.10 se refere a uma verdade espiritual que já aconteceu, mas por
outro lado essa verdade também se aplica ao futuro após a morte: "Se, porém,
Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o
espírito é vida, por causa da justiça."

Em 1 Tessalonicenses 4.16 lemos acerca dos "mortos em Cristo". Uma vez que
Jesus ressuscitou e vive, também vivem todos os que dormiram nEle.
Espiritualmente eles estão em Cristo e vivem com Cristo ("Pois a nossa pátria
está nos céus" – (Fp 3.20),fisicamente eles serão ressuscitados.

b) A esperança de estar com Cristo

Mas a realidade é ainda mais maravilhosa, e isso também faz parte da certeza da
salvação e do arrebatamento. Como cristãos, não dizemos por acaso: "O Senhor
levou tal irmão ou tal irmã". Realmente é verdade que um cristão é buscado por
Jesus, enquanto um não-crente é levado pela morte. A Igreja de Jesus não verá a
morte: "Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que
dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança" (1

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Ts 4.13). Os outros estão fora (v.12), não estão em Cristo!

O versículo 14 trata dos que dormem em Jesus: "Pois, se cremos que Jesus
morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua
companhia, os que dormem." Isso fica mais claro na Edição Revista e
Corrigida: "Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos
que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com ele". Os cristãos que
morreram foram postos para dormir por Jesus, assim como uma mãe ou um pai
põem seus filhos para dormir à noite. Isso significa na prática: quando um crente
morre, ele é buscado por Jesus, e assim não verá a morte. Estou convicto de que
o Senhor está presente na morte de cada um de Seus filhos, para levá-los para
junto de Si.

c) A garantia de que os mortos virão com Cristo

A promessa de que Deus, "mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que


dormem" é uma afirmação revolucionária. É importante observar que não está
escrito: "trará para Ele", mas "trará, em sua companhia", ou seja, "trará com
Ele". O próprio Senhor comunica ao apóstolo – e assim a toda a Igreja – que os
mortos em Cristo não serão prejudicados de modo algum, mas que até terão a
primazia.

Quando voltar, Jesus trará consigo os que morreram nEle, pois eles já estão com
Ele (1 Ts 4.14-15), e ressuscitará seus corpos mortos em primeiro lugar (v.16).
Somente depois disso acontecerá a transformação dos crentes ainda vivos, e
então eles serão arrebatados juntos ao encontro do Senhor (v.17).

Examinemos o versículo 14 em duas outras versões:

"Visto que nós cremos que Jesus morreu e depois voltou à vida, podemos também
crer que, quando Jesus voltar, Deus trará de volta com Ele todos os cristãos que já
morreram" (A Bíblia Viva).

"Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus
dormem Deus os tornará a trazer com ele" (Edição Revista e Corrigida).

Portanto, isso significa simplesmente que os trazidos com Jesus em Sua vinda
são os espíritos sem corpo dos que morreram em Cristo. Seus corpos serão
ressuscitados. Depois os crentes vivos serão transformados e toda a Igreja será

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levada para o céu com Jesus.

O fundamento dessa esperança de ressurreição foi criado exclusivamente por


Jesus através da Sua morte e ressurreição. Disso consiste a força e o poder da
ressurreição. Agora, o que importa é se cremos na Sua morte e ressurreição
(v.14). Certa vez Jesus perguntou aos Seus discípulos: "Quem dizeis (ou
crêdes) que eu sou?" (Mt 16.15). Então Pedro deu a única resposta certa: "Tu és o
Cristo, o Filho do Deus vivo" (v.16). Na sua opinião, quem é Jesus?

Segunda certeza: o Senhor voltará pessoalmente

"Porquanto o Senhor mesmo... descerá dos céus..."(1 Ts 4.16). A ressurreição/o


arrebatamento será o momento em que o Senhor Jesus deixará Seu trono no céu
e virá pessoalmente ao encontro da Sua Igreja a fim de levá-la para a casa do Pai.
Assim como um noivo vai ao encontro da sua noiva, o Salvador virá ao encontro
dos que comprou pelo Seu sangue e os conduzirá para Sua glória.

O Senhor não enviará um anjo ou qualquer outro emissário para fazer isso, Ele
virá pessoalmente. Então se cumprirá literalmente a promessa de João 14.3: "E,
quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para
que onde eu estou, estejais vós também." Assim como Ele em pessoa nos salvou e
morreu na cruz por nós, assim como Ele mesmo foi preparar-nos lugar – Ele
voltará pessoalmente para buscar-nos para Si, para que estejamos onde Ele está.
Em inúmeras passagens do Novo Testamento somos conclamados a esperar a
volta de Jesus a qualquer momento (por exemplo, em 1 Co 11.26; 1 Ts 1.10; Hb
10.37).

Terceira certeza: a palavra de ordem

"Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do


arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo
ressuscitarão primeiro" (1 Ts 4.16). A Edição Revista e Corrigida diz: "Porque o
mesmo Senhor descerá do céu com alarido e com voz de arcanjo, e com a trombeta
de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro". Segundo meu
entendimento, o próprio Senhor dará esta palavra de ordem, pois Ele é o
Soberano a quem todos os exércitos celestiais obedecem. Isso é indicado nas
seguintes passagens:

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"Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora e já chegou, em que todos os
mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão" (Jo
5.25). Jesus, o Bom Pastor, também disse: "As minhas ovelhas ouvem a minha voz;
eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e
ninguém as arrebatará da minha mão" (Jo 10.27-28). Você já é uma ovelha do
rebanho de Jesus? A resposta a essa pergunta tem importância decisiva em
relação à eternidade. Você já tem um relacionamento pessoal com Jesus, por Tê-
Lo recebido em sua vida (Jo 1.12)? Você pode dizer com certeza que é um filho
de Deus? Se não o pode, pedimos que você dê esse passo decisivo ainda hoje!

• Quando o Senhor Jesus ressuscitou a Lázaro, lemos que Ele clamou dando uma
ordem: "...(Jesus) clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora!" (Jo
11.43). Devemos imaginar o seguinte: no decorrer dos tempos, milhões de
pessoas crentes no Senhor Jesus dormiram, ou seja, faleceram. Aí chega a hora
do arrebatamento. O Senhor se levanta do Seu trono e clama: "Vem para fora!"
Então as sepulturas se abrirão, e nenhum dos que foram comprados pelo Seu
sangue ficará para trás. Não importa se seus corpos foram queimados, se
morreram contaminados por radiação nuclear ou se estão nas profundezas dos
mares – Ele é o Criador, Ele os ressuscitará e os conduzirá ao encontro de seus
espíritos.

• No Salmo 33.9 está escrito acerca dEle, o Filho do Altíssimo: "Pois ele falou, e
tudo se fez; ele ordenou, e tudo passou a existir" (compare também – Is . 55.4).

Essa "palavra de ordem" do Senhor vem da linguagem militar. Ela é semelhante


à voz de comando de um general que chama suas tropas para o combate. Por
ocasião do arrebatamento, o General celestial dará ordem às tropas que lutam
por Ele, que deveriam estar revestidas de toda a armadura espiritual (Ef
6.11ss), para que deixem o campo de batalha sobre a terra e venham com Ele
para a Sua glória.

Quarta certeza: a voz do arcanjo

"Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do


arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo
ressuscitarão primeiro" (1 Ts 4.16). A designação "arcanjo" se aplica a apenas um
anjo na Bíblia, isto é, a Miguel: "Contudo, o arcanjo Miguel..." (Jd 9). Miguel

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significa "Quem é como Deus?" Este anjo é um dos mais importantes em


hierarquia (Dn 10.13).

No tempo de Daniel, Miguel lutou contra um príncipe dos demônios no mundo


celestial e veio ajudar Gabriel, para que este pudesse confirmar a Daniel que
suas orações haviam sido atendidas (Dn 10.12-14 e 21). Anteriormente este
arcanjo também lutou com Satanás pelo corpo de Moisés: "Contudo, o arcanjo
Miguel, quando contendia com o Diabo e disputava a respeito do corpo de Moisés,
não se atreveu a proferir juízo difamatório contra ele; pelo contrário, disse: O
Senhor te repreenda!" (Jd 9). No final, Miguel e seus exércitos de anjos lutarão
contra os exércitos de demônios de Satanás, os vencerão e lançarão sobre a terra
para que não tenham mais acesso ao céu (Ap 12.7-9).

Por que se ouvirá a voz do arcanjo Miguel no momento do arrebatamento? Por


que e para que ele levantará a sua voz – após a palavra de ordem do Senhor para
o arrebatamento? A chave ou a resposta para isso está nas significativas palavras
do arcanjo Gabriel ao judeu Daniel: "Mas eu te declararei o que está expresso na
escritura da verdade; e ninguém há que esteja ao meu lado contra aqueles, a não
ser Miguel, vosso príncipe" (Dn 10.21). Este arcanjo intervém de modo especial
em favor do povo de Israel: "Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe,
o defensor dos filhos do teu povo..." (Dn 12.1).

Devemos lembrar que no momento em que o Senhor Jesus Cristo der a ordem
para a ressurreição e para o arrebatamento da Sua Igreja, a dispensação da graça
terminará. Então o "corpo de Cristo" estará completo, então o Pentecoste em
sentido inverso (a retirada do Espírito Santo) acontecerá e a Igreja será levada
para o céu.

Depois disso será restabelecida novamente uma espécie de "situação do Antigo


Testamento" – a conexão entre a 69ª e a 70ª semana de anos de Daniel.
Lembremo-nos apenas do quinto selo e daqueles na Grande Tribulação "...que
tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que
sustentavam. Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor,
santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a
terra?" (Ap 6.9-10).Conforme meu entendimento, estes não pertencem à Igreja,
pois verdadeiros discípulos de Jesus não pedem vingança. Pelo contrário. Ao
morrer apedrejado pelos fariseus e escribas, Estevão clamou: 'Senhor Jesus,
recebe o meu espírito! Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes

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imputes este pecado! Com estas palavras, adormeceu" (At 7.59-60).Quanto às


condições típicas do Antigo Testamento durante a Grande Tribulação,
lembremos também das duas testemunhas, que farão milagres, ferirão a terra
com toda sorte de flagelos e farão sair fogo das suas bocas para devorar os
inimigos (Ap 11.3-6; compare também Lc 9.54-55).

A Igreja de Jesus era um mistério, ela foi inserida por Deus entre a 69ª e a 70ª
semana de anos de Daniel. Depois que ela for arrebatada, começará a 70ª
semana de anos (ligada à 69ª semana) de Daniel 9. Enquanto a Igreja estiver na
casa do Pai celestial, o mundo e Israel entrarão na Grande Tribulação. Assim, o
povo judeu passará outra vez inteiramente para o centro da ação de Deus. Por
isso o príncipe angélico de Israel entrará novamente em ação (como no caso de
Daniel), e levantará a sua voz. Para quê? Em favor do povo de Israel: "Nesse
tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo, e
haverá tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele
tempo; mas, naquele tempo, será salvo o teu povo, todo aquele que for achado
inscrito no livro" (Dn 12.1). "Naquele tempo" significa: quando a Igreja tiver sido
arrebatada, o anticristo tiver aparecido e a Grande Tribulação tiver começado, o
arcanjo Miguel intervirá em favor do povo de Israel, pois então começará a
salvação do remanescente de Israel: "Muitos dos que dormem no pó da terra
ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno. Os
que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a
muitos conduzirem à justiça, como as estrelas, sempre e eternamente. Tu, porém,
Daniel, encerra as palavras e sela o livro, até ao tempo do fim; muitos o
esquadrinharão, e o saber se multiplicará. .. Muitos serão purificados,
embranquecidos e provados; mas os perversos procederão perversamente, e
nenhum deles entenderá, mas os sábios entenderão" (Dn 12.2-4 e 10). A voz do
arcanjo em geral também é entendida como uma chamada coletiva de reunião e
recolhimento dos santos do Antigo Testamento.

Atualmente muitos israelitas já chegaram ao conhecimento mais elevado que


existe: eles creram em Jesus Cristo, o seu Messias! E o próprio Senhor acrescenta
sempre mais judeus à Sua Igreja, como se conclui pelo seguinte relato:

(...) Cinco pessoas foram batizadas em outubro. Shalom e Ora, um jovem casal
israelense, e duas filhas converteram- se através de sua vizinha, que freqüenta
regularmente a igreja. "É algo especial", escreve John Pex, "quando jovens judeus
reconhecem o seu Messias – principalmente quando um casal se converte e é

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batizado".

(...) A loja da Sociedade Bíblica em Tel Aviv está muito bem localizada e é
visitada por muitos israelenses. Andy Ball, seu diretor, relata o exemplo de uma
mulher ortodoxa que comprou um Novo Testamento na loja: ela queria conhecer
a fé cristã em primeira mão. Uma funcionária do governo queria um Antigo
Testamento em árabe para outra pessoa e nessa oportunidade comprou um
Novo Testamento para si própria. A loja bíblica também abastece outras casas de
comércio, universidades e hotéis com Novos Testamentos, livros e artigos
cristãos... (Amzi 3/98)

Ao profeta Daniel foi ordenado: "Tu, porém, Daniel, encerra as palavras e sela o
livro, até ao tempo do fim; muitos o esquadrinharão, e o saber se
multiplicará." Que tipo de saber se multiplicará? Resposta: cada vez mais judeus
reconhecerão que Jesus é o Messias. Já observamos o início disso hoje em dia. O
número de membros das igrejas judaico-messiânicas multiplicou- se por 10 nos
últimos 30 anos!

Mas, voltando à voz do arcanjo: podemos imaginar que Miguel acompanhará o


Senhor quando Ele vier buscar a Sua Igreja. A Bíblia Viva diz: "Pois o próprio
Senhor descerá do céu com um potente clamor, com o vibrante brado do arcanjo e
com o vigoroso toque de trombeta de Deus" (1 Ts 4.16). Evidentemente o Senhor
não teria necessidade desse acompanhamento, mas parece que o arcanjo Miguel
é o guerreiro que atua nos ares contra Satanás (Daniel 10), e como Israel terá
entrado em cena novamente, o arcanjo intervirá lutando em favor do povo da
aliança de Deus.

O arrebatamento da Igreja de Jesus (toda pessoa salva, seja judeu ou gentio, será
retirada da terra) provocará um golpe repentino, dramático e inimaginável na
história da humanidade que ficará para trás. Esse acontecimento revolucionário
desencadeará uma série de outros acontecimentos subseqüentes. Queremos
destacar um deles:

Em Israel irromperá um avivamento

Romanos 11.25 diz de maneira bem clara: "Porque não quero, irmãos, que
ignoreis este mistério (para que não sejais presumidos em vós mesmos): que veio
endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios (na
Igreja de Jesus)."Quando a plenitude dos gentios (das nações) tiver entrado no

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"corpo de Cristo", ele será levado para o céu. Aí terminará o endurecimento de


Israel, sua cegueira acabará.

Então muitos judeus chegarão ao saber de Daniel 12.4, entendendo que o


Senhor Jesus é o seu Messias. É muito provável que nos dias após o
arrebatamento milhares e milhares de judeus se converterão a Jesus, à
semelhança do que aconteceu no começo da Igreja no livro de Atos. Então
brotará e nascerá a semente do Evangelho espalhada oralmente e de forma
impressa pelos judeus messiânicos, que nesse tempo também terão sido
arrebatados. Os que ficarem para trás, familiares, amigos, colegas, etc.,
procurarão Bíblias, livros e outras publicações cristãs deixadas pelos
arrebatados. Eles se lembrarão daquilo que leram e ouviram, de comentários
bíblicos e pregações sobre a esperança pelo Messias. Essa esperança já germina
atualmente no coração de muitos judeus.

Depois do arrebatamento aparecerão também os 144.000 selados de Israel (Ap


7.4-8) e as duas testemunhas (Ap 11.3ss). Cada vez mais judeus se converterão
e levarão o Evangelho ao seu próprio povo e aos gentios. Nisto os judeus terão
uma grande vantagem, pelo fato de terem sido espalhados por todo o mundo e
dominarem muitas línguas diferentes.

Mas, para sermos exatos, devemos dizer também que nem todos os judeus se
converterão. Muitos, especialmente os ligados ao governo, farão a aliança com o
anticristo, isto é, com o líder romano [europeu] (Dn 9.26-27; Ap 13.1; Is 28.14-
16). Quando fala desse tempo, também Daniel diz que muitos serão purificados
(converter-se-ã o), mas muitos permanecerão ímpios; que muitos entenderão,
mas muitos outros não entenderão (Dn 12.10). Apenas um remanescente será
salvo, como se vê claramente em outras passagens das Escrituras (por exemplo,
em Rm 9.27; Ez 20.33-38). Mas atrás de todo esse remanescente crente se
colocará o arcanjo Miguel como príncipe de Israel. No arrebatamento ele
levantará a sua voz, porque terá chegado sua hora para agir em favor do
remanescente de Israel.

Como vimos, em nossos dias muitos israelitas estão crendo no seu Messias, em
Jesus Cristo. Será que o Senhor está preparando o Seu povo para o
arrebatamento e a Grande Tribulação? Será que Ele o faz porque a hora já está
muito adiantada?

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Quinta certeza: a trombeta de Deus

"Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do


arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo
ressuscitarão primeiro" (1 Ts 4.16). A trombeta de Deus aqui mencionada é a
mesma de 1 Coríntios 15.52: "...num momento, num abrir e fechar de olhos, ao
ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão
incorruptíveis, e nós seremos transformados." Esta trombeta de Deus chamará
todos os santos de todos os tempos para a casa do Pai.

Por que ela é chamada de "última trombeta"? Porque então a dispensação da


graça chegará ao fim. A dispensação da anunciação do Evangelho da graça
começou com uma "trombeta" e terminará com uma trombeta. Por que ela
começou com uma "trombeta"? Porque podemos dizer que a pregação do
Evangelho "repercutiu", "ressoou" ou foi "trombeteada". Por exemplo, a
frase: "Porque de vós repercutiu a palavra do Senhor..." (1 Ts 1.8), significa
literalmente: "porque vocês trombetearam a palavra do Senhor". Em Romanos
10.18 está escrito: "Mas pergunto: Porventura, não ouviram? Sim, por certo: Por
toda a terra se fez ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo."

A trombeta do Evangelho conclamando para a salvação em Jesus Cristo ressoou


por quase dois mil anos. Em breve se ouvirá a última trombeta, o Evangelho
deixará de ser pregada, a dispensação da graça chegará ao fim e a Igreja estará
concluída, a sua plenitude terá sido alcançada. A Igreja será chamada para subir
à casa do Pai.

Em que será que pensaram os tessalonicenses, que em grande parte eram


judeus, quando Paulo escreveu sobre a trombeta? O Apocalipse ainda não
existia, portanto eles ainda não sabiam nada sobre as sete trombetas de juízo ali
descritas. Por isso, certamente eles pensaram na trombeta da salvação de
Números 10.2-10. Nesse trecho do Antigo Testamento são mencionadas duas
trombetas que eram tocadas em certas ocasiões. A ordem de Deus dizia: "Faze
duas trombetas de prata; de obra batida as farás; servir-te-ão para convocares a
congregação e para a partida dos arraiais" (Nm 10.2). Por um lado, portanto,
estas trombetas de prata eram tocadas para convocar, chamar, juntar e reunir, e
por outro lado para levantar acampamento e partir. Isso não tem sentido
profético?

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Convocação (chamamento) = pregação do Evangelho para vir a Jesus ("muitos


são chamados..."), até que a plenitude estiver reunida.
Partida = ressurreição/arrebata mento para a casa do Pai.

É interessante verificar que essas trombetas deviam ser confeccionadas de


prata. Que prata era usada para essa finalidade? O siclo de prata do resgate
[salvação] (Êx 30.12-13). Esses siclos eram dados como pagamento de resgate
pela vida dos israelitas, para que não houvesse entre eles nenhuma praga. Isso
também nos faz lembrar as 30 moedas de prata que foram pagas pela prisão do
Senhor Jesus, que obteve a nossa salvação na cruz.

As diferentes maneiras de tocar as trombetas significavam, entre outras coisas, o


seguinte:

a) Quando as duas trombetas eram tocadas de maneira normal, isso servia


para o chamamento e ajuntamento de toda a congregação na porta da tenda da
congregação (Nm 10.3) = um chamamento para salvação.

b) Quando as trombetas eram tocadas a rebate, fortemente, como "sinal de


alarme", isso indicava a ordem para partir.
O último toque da trombeta era o sinal para juntar os pertences e partir = uma
maravilhosa ilustração do arrebatamento.

Agora ainda ressoa a trombeta do Evangelho para chamamento e ajuntamento.


Mas quando for tocada a última trombeta de Deus como "sinal de alarme" para o
arrebatamento, ao mesmo tempo isto será um sinal para o ajuntamento de
Israel, porque então terá chegado o tempo do seu salvamento. É o que se conclui
de Números 10.9: "Quando, na vossa terra, sairdes a pelejar contra os opressores
que vos apertam, também tocareis as trombetas a rebate, e perante o SENHOR,
vosso Deus, haverá lembrança de vós, e sereis salvos de vossos inimigos."

Depois do arrebatamento virá o opressor, o anticristo, mas o Senhor se lembrará


de Israel e no final salvará o Seu povo. Isaías 27.12-13 anuncia isso de maneira
muito bonita: "Naquele dia, em que o SENHOR debulhará o seu cereal desde o
Eufrates até ao ribeiro do Egito; e vós, ó filhos de Israel, sereis colhidos um a um.
Naquele dia, se tocará uma grande trombeta, e os que andavam perdidos pela
terra da Assíria e os que forem desterrados para a terra do Egito tornarão a vir e
adorarão ao SENHOR no monte santo de Jerusalém."

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Pelos motivos já mencionados e os que vamos acrescentar, a trombeta de Deus


para o arrebatamento, segundo o meu entendimento, não equivale às sete
trombetas do Apocalipse (capítulos 8-11).

• A trombeta de Deus para o arrebatamento anuncia a conclusão da era da graça.


Trata-se da trombeta da salvação. No seu som temos a salvação, o perdão e a
vitória do Evangelho. Ela ressoa principalmente para a Igreja, mas também para
Israel, no sentido de que então o remanescente será reunido.

• As trombetas tocadas pelos anjos em Apocalipse, entretanto, são todas


trombetas de juízo sobre o mundo das nações que rejeitou a Cristo. Além disso,
os vinte e quatro anciãos (a Igreja, veja Ap 4.9-11) já se encontram no céu por
ocasião da sétima trombeta e anunciam a volta de Jesus e Seu reino (Ap 11.15-
17ss).

• É muito interessante observar que outras traduções de 1 Tessalonicenses


4.16, por exemplo a Edição Corrigida e Revisada, dizem: "...Porque o mesmo
Senhor descerá do céu... com a trombeta de Deus...". Isto quer dizer que o próprio
Senhor – como Sumo Sacerdote da Sua Igreja – tocará a trombeta, porque ela
estará na Sua mão. Ele mesmo chamará os Seus para casa. Ele mesmo dará a
ordem e o sinal para a retirada da Sua Igreja. Segundo o meu entendimento, isso
também é o mais provável, pois a trombeta é chamada de "trombeta de Deus", e
Jesus Cristo é Deus (Tt 2.13; 1 Jo 5.20). Por que não seria o Salvador que
haveria de chamar os Seus salvos? Aliás, no Antigo Testamento apenas os
sacerdotes podiam tocar as trombetas. E Jesus é o Sumo Sacerdote, não um anjo
qualquer. As sete trombetas de juízo (Ap 8.6-9,12; 11.15) são empunhadas e
tocadas por anjos. Por isso, deve haver uma diferença entre a trombeta do
arrebatamento e as sete trombetas de juízo.

Sexta certeza: ressurreição e arrebatamento

"Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do


arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo
ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados
juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim,
estaremos para sempre com o Senhor" (1 Ts 4.16-17).Não se trata aqui de uma
ressurreição geral. Somente os mortos em Cristo e os vivos em Cristo serão
ressuscitados ou transformados. Todos os demais mortos permanecerão nas

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suas sepulturas até o dia do juízo final. O que é descrito aqui é uma ressurreição
seletiva dentre os mortos e realmente diz respeito somente àqueles que
estão em Cristo.

Em João 5.28-29 o Senhor mencionou duas diferentes ressurreições: "Não vos


maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos
ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida;
os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo." E quando Jesus
desceu do monte com Seus discípulos depois da Sua transfiguração, Ele lhes
disse algo que muito os admirou e que até então eles ainda não tinham ouvido.
Trata-se de uma expressão totalmente nova em relação ao arrebatamento: "Ao
descerem do monte, ordenou-lhes Jesus que não divulgassem as coisas que tinham
visto, até o dia em que o Filho do Homem ressuscitasse dentre os mortos. Eles
guardaram a recomendação, perguntando uns aos outros que seria o
ressuscitar dentre os mortos?" (Mc 9.9-10).

Jesus foi o primeiro que ressuscitou dentre os mortos (At 26.23; Cl 1.18; 1 Co
15.20). Também 1 Coríntios 15.23 fala disso:"Cada um, porém, por sua própria
ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda." Esta
afirmação, em conexão com 1 Tessalonicenses 4.16, explica que todos os que
estão em Cristo ressuscitarão dentre os mortos. Esta é a chamada "primeira
ressurreição" (Ap 20.5-6). As outras pessoas, as que não estavam em Jesus, que
não pertenciam a Ele pela fé salvadora e, assim, não tinham um relacionamento
pessoal com Ele, serão ressuscitadas mil anos mais tarde e então irão para o
inferno (Ap 20.11-15).

Na primeira ressurreição/arrebata mento o Senhor Jesus deixará o Seu trono e,


vindo do céu (da casa do Pai), aparecerá nos ares (1 Ts 4.17). Ele não virá de
maneira visível sobre a terra, mas permanecerá na atmosfera superior. Os
espíritos/almas dos que dormiram nEle O acompanharão, como provavelmente
também o arcanjo Miguel. Então serão ressuscitados primeiro os corpos dos que
morreram em Cristo. Logo a seguir, os corpos dos que ainda estiverem vivos
serão transformados. Então a Igreja será arrebatada coletivamente ao encontro
do Senhor nos ares, entre nuvens, e Ele levará Sua noiva para a casa do Pai. A
Igreja terá então deixado seu lugar na terra e João 14.1-6 estará cumprido. Tudo
isso naturalmente acontecerá numa fração de segundos (comp. 1 Co 15.51-53).

Sétima certeza: estar para sempre com o Senhor

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"...e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros
com estas palavras" (1 Ts 4.17-18). Esta garantia: "...estaremos para sempre com
o Senhor", é um consolo eterno acima de tudo o que é passageiro neste mundo...
A partir desse momento, nada mais estará sujeito à morte para qualquer filho de
Deus. Todas as tristezas do passado, todas as misérias e tentações, todas as
perguntas, tudo será esquecido e respondido por este fato: "...estaremos para
sempre com o Senhor." "Estaremos para sempre com o Senhor" significa que a
Igreja estará sempre onde Jesus estiver; ela participará de toda a Sua riqueza
divina. Então se cumprirá o que está escrito em Tito 2.13:

"...aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande


Deus e Salvador Cristo Jesus."

"Aguardando ansiosamente aquele tempo quando se verá a sua glória – a glória


do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo" (A Bíblia Viva).

Mas quem não tem Jesus cai num abismo insondável de desespero. Aquele que
não tem Jesus perde a bendita e eterna esperança. Justamente nesta passagem
da ressurreição e do arrebatamento, a Bíblia nos mostra que haverá pessoas que
estarão dentro (1 Ts 4.16) e pessoas que estarão fora (v.12), que haverá
pessoas cheias de esperança e pessoas sem esperança (v.13), pessoas que
estarão para sempre com o Senhor e pessoas eternamente separadas dEle
(v.17), pessoas consoladas e pessoas sem consolo (v.18). Aquele
que não está em Cristo não tem nenhum relacionamento com Deus; tal pessoa
está "fora", sem esperança, porque não tem lar. Uma pessoa sem Jesus ficará
eternamente sem consolo e sem paz.

Como você pode ganhar o direito de morar na casa do Pai celestial, adquirir a
esperança de "estar para sempre com o Senhor" e transmitir esse consolo
também para outros? Decidindo-se por Jesus Cristo e por Sua obra de salvação
consumada na cruz – também por você. Se você aceitar isso pela fé, 1
Tessalonicenses 4.14-18 realmente se cumprirá também em sua vida. Por isso,
decida-se totalmente por Jesus Cristo, o Filho do Deus vivo! A Palavra do Deus
Eterno lhe diz em Jó 11.13 e 18: "Se dispuseres o coração e estenderes as mãos
para Deus... Sentir-te-ás seguro, porque haverá esperança".Cristo e o Anticristo

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"Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também


agora muitos se têm feito anticristos, por onde conhecemos que é já a última
hora." [1 João 2:18]

Os anticristos estão por toda a parte. Nós não vemos nem compreendemos que
eles representam a fibra de Satanás em nossa sociedade. Eles aparecem na
televisão, ocupam cargos no governo, ensinam em nossas escolas e até ocupam
nossos púlpitos nas igrejas. Satanás pode disfarçar-se de anjo de luz, as pessoas
vêem essa luz e pensam que ela é boa; pois a luz é boa. Precisamos examinar as
escrituras para encontrar as similaridades e diferenças entre Cristo e o
Anticristo. Quando conhecermos e compreendermos essas similaridades e
diferenças, poderemos prontamente reconhecer o Senhor Jesus Cristo e todos os
anticristos.

1. De onde ele vem?

a. Cristo veio de cima: "Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade,
mas a vontade daquele que me enviou." [João 6:38]

b. O Anticristo virá do abismo: "E, quando acabarem o seu testemunho, a besta


que sobe do abismo lhes fará guerra, e os vencerá, e os matará." [Apocalipse
11:7]

2. Em nome de quem ele vem?

a. Cristo veio em nome do Pai: "Eu vim em nome de meu Pai, e não me
aceitais; se outro vier em seu próprio nome, a esse aceitareis." [João 5:43]

b. O Anticristo virá em seu próprio nome: "Eu vim em nome de meu Pai, e não
me aceitais; se outro vier em seu próprio nome, a esse aceitareis." [João
5:43]

3. Como se apresenta?

a. Cristo humilhou-se a si mesmo: "E, achado na forma de homem, humilhou-


se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz." [Filipenses
2:8]

b. O Anticristo exalta-se a si mesmo: "O qual se opõe, e se levanta contra tudo


o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no
templo de Deus, querendo parecer Deus." [2 Tessalonicenses 2:4]
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4. Como o mundo o recebe?

a. Cristo foi desprezado. "Era desprezado, e o mais rejeitado entre os


homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de
quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele
caso algum." [Isaías 53:3] "Mas toda a multidão clamou a uma, dizendo:
Fora daqui com este, e solta-nos Barrabás." [Lucas 23:18]

b. O Anticristo é admirado: "E vi uma das suas cabeças como ferida de morte,
e a sua chaga mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou após a besta.
E adoraram o dragão que deu à besta o seu poder; e adoraram a besta,
dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra
ela?" [Apocalipse 13:3-4]

5. Como Deus o recebe?

a. Cristo é exaltado pelo Pai: "Por isso, também Deus o exaltou


soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome." [Filipenses
2:9]

b. O Anticristo será lançado no lago de fogo: "Subirei sobre as alturas das


nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. E contudo levado serás ao
inferno, ao mais profundo do abismo." [Isaías 14:14-15] "E a besta foi
presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que
enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem.
Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com
enxofre." [Apocalipse 19:20]

6. Ele faz a vontade de quem?

a. Cristo veio para fazer a vontade do Pai: "Porque eu desci do céu, não para
fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou." [João 6:38]

b. O Anticristo fará sua própria vontade: "E este rei fará conforme a sua
vontade, e levantar-se-á, e engrandecer-se-á sobre todo deus; e contra o
Deus dos deuses falará coisas espantosas, e será próspero, até que a ira se
complete; porque aquilo que está determinado será feito." [Daniel 11:36]

7. O que vem fazer?

a. Cristo veio para salvar: "Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o
que se havia perdido." [Lucas 19:10]

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b. O Anticristo virá para destruir: "E se fortalecerá o seu poder, mas não pela
sua própria força; e destruirá maravilhosamente, e prosperará, e fará o
que lhe aprouver; e destruirá os poderosos e o povo santo." [Daniel 8:24]

8. Preocupa-se com seus seguidores?

a. Cristo é o bom pastor: "E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai
adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz. Mas de
modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não
conhecem a voz dos estranhos. Jesus disse-lhes esta parábola; mas eles não
entenderam o que era que lhes dizia. Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: Em
verdade, em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas. Todos
quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas
não os ouviram. Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e
entrará, e sairá, e achará pastagens. O ladrão não vem senão a roubar, a
matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com
abundância. Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas
ovelhas. Mas o mercenário, e o que não é pastor, de quem não são as
ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e
dispersa as ovelhas. Ora, o mercenário foge, porque é mercenário, e não
tem cuidado das ovelhas. Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas
ovelhas, e das minhas sou conhecido. Assim como o Pai me conhece a mim,
também eu conheço o Pai, e dou a minha vida pelas ovelhas." [João 10:4-
15]

b. O Anticristo é o pastor inútil: "Porque, eis que suscitarei um pastor na


terra, que não cuidará das que estão perecendo, não buscará a pequena, e
não curará a ferida, nem apascentará a sã; mas comerá a carne da gorda, e
lhe despedaçará as unhas. Ai do pastor inútil, que abandona o rebanho! A
espada cairá sobre o seu braço e sobre o seu olho direito; e o seu braço
completamente se secará, e o seu olho direito completamente se
escurecerá." [Zacarias 11:16-17]

9. Que tipo de videira ele é?

a. Cristo é a videira verdadeira: "Eu sou a videira verdadeira, e meu pai é o


agricultor." [João 15:1]

b. O Anticristo é a videira da terra: "E saiu do altar outro anjo, que tinha
poder sobre o fogo, e clamou com grande voz ao que tinha a foice aguda,
dizendo: Lança a tua foice aguda, e vindima os cachos da vinha da terra,
porque já as suas uvas estão maduras." [Apocalipse 14:18]

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10. É honesto?

a. Cristo é a verdade: "Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a


vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim." [João 14:6]

b. O Anticristo é a mentira: "E por isso Deus lhes enviará a operação do erro,
para que creiam a mentira." [2 Tessalonicenses 2:11]

11. Quem é ele?

a. Cristo é o santo: "Dizendo: Ah! que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste
destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus." [Marcos 1:24]

b. O Anticristo é o iníquo: "E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor


desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua
vinda." [2 Tessalonicenses 2:8]

12. Que tipo de homem é?

a. Cristo é o homem de dores: "Era desprezado, e o mais rejeitado entre os


homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de
quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele
caso algum." [Isaías 53:3]

b. O Anticristo é o homem da iniqüidade: "Ninguém de maneira alguma vos


engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se
manifeste o homem do pecado, o filho da perdição." [2 Tessalonicenses
2:3]

13. De quem é filho?

a. Cristo é o Filho de Deus: "E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre


ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra;
por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de
Deus." [Lucas 1:35]

b. O Anticristo é o Filho da Perdição: "Ninguém de maneira alguma vos


engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se
manifeste o homem do pecado, o filho da perdição." [2 Tessalonicenses
2:3]

14. O que tentará ensinar?

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a. Cristo é o mistério da piedade: "E, sem dúvida alguma, grande é o mistério


da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto
dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na
glória." [1 Timóteo 3:16]

b. O Anticristo é o mistério da injustiça: "Porque já o mistério da injustiça


opera; somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado." [2
Tessalonicenses 2:7]

15. A quem retrata?

a. Cristo veio na imagem de Deus: "O qual é imagem do Deus invisível, o


primogênito de toda a criação." [Colossenses 1:15]

b. O Anticristo virá na imagem de Satanás: "E eu pus-me sobre a areia do mar,


e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre os
seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças um nome de blasfêmia.
E a besta que vi era semelhante ao leopardo, e os seus pés como os de urso,
e a sua boca como a de leão; e o dragão deu-lhe o seu poder, e o seu trono, e
grande poderio. E vi uma das suas cabeças como ferida de morte, e a sua
chaga mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou após a besta. E
adoraram o dragão que deu à besta o seu poder; e adoraram a besta,
dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra
ela?" [Apocalipse 13:1-4]

16. Com quem está associado?

a. Cristo é parte da trindade celestial: "Portanto ide, fazei discípulos de todas


as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito
Santo." [Mateus 28:19]

b. O Anticristo é parte de uma trindade satânica: "E da boca do dragão, e da


boca da besta, e da boca do falso profeta vi sair três espíritos imundos,
semelhantes a rãs." [Apocalipse 16:13]

17. Qual animal o tipifica?

a. Cristo é o cordeiro sacrificial: "Mas com o precioso sangue de Cristo, como


de um cordeiro imaculado e incontaminado." [1 Pedro 1:19]

b. O Anticristo é uma besta selvagem: "E a besta que vi era semelhante ao


leopardo, e os seus pés como os de urso, e a sua boca como a de leão; e o

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dragão deu-lhe o seu poder, e o seu trono, e grande poderio." [Apocalipse


13:2]

18. Quem o energiza?

a. O poder de Cristo é de Deus: "E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-


me dado todo o poder no céu e na terra." [Mateus 28:18]

b. O poder do Anticristo provém de Satanás: "E a besta que vi era semelhante


ao leopardo, e os seus pés como os de urso, e a sua boca como a de leão; e o
dragão deu-lhe o seu poder, e o seu trono, e grande poderio." [Apocalipse
13:2]

19. Quem o ressuscita?

a. Cristo foi ressurreto pelo poder de Deus: "Declarado Filho de Deus em


poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dentre os
mortos, Jesus Cristo, nosso Senhor."[Romanos 1:4]

b. O Anticristo será ressuscitado pela besta: "E vi uma das suas cabeças como
ferida de morte, e a sua chaga mortal foi curada; e toda a terra se
maravilhou após a besta." [Apocalipse 13:3]

20. Quem o adora?

a. Cristo recebe adoração dos crentes: "E, adorando-o eles, tornaram com
grande júbilo para Jerusalém." [Lucas 24:52]

b. O Anticristo recebe adoração do mundo: "E vi uma das suas cabeças como
ferida de morte, e a sua chaga mortal foi curada; e toda a terra se
maravilhou após a besta. E adoraram o dragão que deu à besta o seu
poder; e adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem
poderá batalhar contra ela? E adoraram-na todos os que habitam sobre a
terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro
que foi morto desde a fundação do mundo."[Apocalipse 13:3,4,8]

21. Como fala?

a. Cristo foi um grande orador: "Responderam os servidores: Nunca homem


algum falou assim como este homem" [João 7:46]

b. O Anticristo também será um grande orador: "E foi-lhe dada uma boca, para
proferir grandes coisas e blasfêmias; e deu-se-lhe poder para agir por

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quarenta e dois meses."[Apocalipse 13:5]

22. Qual é a duração do seu ministério?

a. O ministério de Cristo durou três anos e meio: "E estava próxima a páscoa
dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém." [João 2:13] "E a páscoa, a festa dos
judeus, estava próxima." [João 6:4]"E estava próxima a páscoa dos judeus,
e muitos daquela região subiram a Jerusalém antes da páscoa para se
purificarem." [João 11:55]

b. O Anticristo exercerá grande poder durante três anos e meio: "E foi-lhe dada
uma boca, para proferir grandes coisas e blasfêmias; e deu-se-lhe poder
para agir por quarenta e dois meses." [Apocalipse 13:5]

23. Qual é seu número?

a. O número de Cristo é 7: "E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos
quatro animais viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como havendo
sido morto, e tinha sete pontas e sete olhos, que são os sete espíritos de
Deus enviados a toda a terra... Que com grande voz diziam: Digno é o
Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e
força, e honra, e glória, e ações de graças." [Apocalipse 5:6,12]

b. O número do Anticristo é 666: "Aqui há sabedoria. Aquele que tem


entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um
homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis." [Apocalipse 13:18]

24. Como trata sua noiva?

a. Cristo ama sua noiva: "E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o
primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. E eu, João,
vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada
como uma esposa ataviada para o seu marido."[Apocalipse 21:1-2]

b. O Anticristo mata sua noiva: "E os dez chifres que viste na besta são os que
odiarão a prostituta, e a colocarão desolada e nua, e comerão a sua carne, e
a queimarão no fogo. Porque Deus tem posto em seus corações, que
cumpram o seu intento, e tenham uma mesma idéia, e que dêem à besta o
seu reino, até que se cumpram as palavras de Deus. E a mulher que viste é
a grande cidade que reina sobre os reis da terra." [Apocalipse 17:16-18]

25. Em que está montado?

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a. Cristo está montado em um cavalo branco: "E vi o céu aberto, e eis um


cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e
Verdadeiro; e julga e peleja com justiça."[Apocalipse 19:11]

b. O Anticristo também monta um cavalo branco: "Vi, então, e eis um cavalo


branco e o seu cavaleiro com um arco; e foi-lhe dada uma coroa; e ele saiu
vencendo e para vencer." [Apocalipse 6:2]

26. O que tem na cabeça?

a. Cristo tem muitas coroas: "Os seus olhos são chama de fogo; na sua cabeça
há muitos diademas; tem um nome escrito que ninguém conhece senão ele
mesmo." [Apocalipse 19:12]

b. O Anticristo tem uma única coroa: "E olhei, e eis um cavalo branco; e o que
estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu
vitorioso, e para vencer."[Apocalipse 6:2]

27. Que arma usa?

a. Cristo tem uma espada afiada: "E da sua boca saía uma aguda espada, para
ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o
que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-
Poderoso." [Apocalipse 19:15]

b. O Anticristo carrega um arco: "E olhei, e eis um cavalo branco; e o que


estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu
vitorioso, e para vencer." [Apocalipse 6:2]

28. Qual é seu propósito?

a. Cristo vem para governar: "E da sua boca saía uma aguda espada, para
ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o
que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-
Poderoso." [Apocalipse 19:15]

b. O Anticristo vem para conquistar: "E olhei, e eis um cavalo branco; e o que
estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu
vitorioso, e para vencer."[Apocalipse 6:2]

29. O que o segue?

a. Cristo é seguido por cavalos brancos e seus cavaleiros: "E seguiam-no os

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exércitos no céu em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e


puro." [Apocalipse 19:14]

b. O Anticristo é seguido por cavalos vermelho, preto e amarelo: "... e saiu outro
cavalo, vermelho... então vi, e eis um cavalo preto... E olhei, e eis um cavalo
amarelo." Os cavaleiros desses cavalos tirarão a paz, trarão a fome e
grande mortandade sobre o mundo. [Apocalipse 6:4-8]

30. Quem o segue?

a. Cristo é seguido pelos exércitos que há nos céus: "E seguiam-no os exércitos
no céu em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e
puro." [Apocalipse 19:14]

b. O Anticristo é seguido pela morte, fome, e o inferno: "E saiu outro cavalo,
vermelho; e ao que estava assentado sobre ele foi dado que tirasse a paz da
terra, e que se matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande
espada... E olhei, e eis um cavalo preto e o que sobre ele estava assentado
tinha uma balança na mão. E ouvi uma voz no meio dos quatro animais,
que dizia: Uma medida de trigo por um dinheiro, e três medidas de cevada
por um dinheiro; e não danifiques o azeite e o vinho... E olhei, e eis um
cavalo amarelo, e o que estava assentado sobre ele tinha por nome Morte;
e o inferno o seguia; e foi-lhes dado poder para matar a quarta parte da
terra, com espada, e com fome, e com peste, e com as feras da
terra." [Apocalipse 6:4-8]

DISTINÇÃO ENTRE O ARREBATAMENTO E A SEGUNDA VINDA [DO CRISTO]

Será Que é Importante Distinguir Entre o Arrebatamento e a Segunda Vinda de


Jesus?

“E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para
retribuir a cada um segundo as suas obras... Certamente, venho sem
demora” (Ap 22.12,20).

O encontro nos ares

Essas palavras, as últimas de Cristo que foram registradas por escrito,


confirmam Sua promessa anterior: “...voltarei e vos receberei para mim mesmo,
para que onde eu estou, estejais vós também” (Jo 14.3). Paulo faz referência ao
cumprimento dessa promessa: “Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra

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de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos


céus, ...e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; ...depois nós, os vivos, os que
ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro
do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor” (1 Ts 4.16-17).

Como resposta a essas promessas de Cristo, “o Espírito e a noiva dizem: Vem!”


(Ap 22.17); ao que João adiciona, jubilante: “Amém! Vem, Senhor Jesus!” (Ap
22.20b). Quem é essa Noiva? Após declarar que esposo e esposa são “uma só
carne”, Paulo explica: “Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja”
(Ef 5.32).

A qualquer momento

As palavras de Cristo, do mesmo modo como as de João, do Espírito e da Noiva,


não fariam sentido se essa vinda para levar os crentes para Si mesmo tivesse que
esperar a revelação do Anticristo (perspectiva pré-ira) ou a consumação da
Grande Tribulação (perspectiva pós-tribulacionista). Uma vinda de Cristo “pós-
qualquer coisa” para Sua Noiva simplesmente não se encaixa nessas palavras
das Escrituras. Afirmar que a Grande Tribulação deve ocorrer primeiro, para que
o Espírito e a Noiva digam: “Vem, Senhor Jesus”, é como exigir o pagamento de
uma dívida que vai vencer somente em sete anos!

Um Arrebatamento “pós-qualquer coisa” vai contra várias passagens das


Escrituras que demandam claramente a vinda de Cristo a qualquer momento
(iminente). O próprio Jesus disse: “Cingido esteja o vosso corpo, e acesas as vossas
candeias, sede vós semelhantes a homens que esperam o seu senhor” (Lc
12.35,36a). Esse mandamento seria ridículo se Cristo pudesse vir para o
Arrebatamento apenas após os sete anos da Tribulação.

A vinda que a Noiva de Cristo tanto deseja levará à ressurreição dos mortos e à
transformação dos corpos dos vivos. Isso fica bem claro não somente em 1
Tessalonicenses 4, mas também através de outras passagens: “...de onde (os
céus) aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso
corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória” (Fp 3.20-21). Muitas
outras passagens também incentivam os crentes a vigiar e esperar com intensa
expectativa. Essas exortações somente fazem sentido se a possibilidade de Cristo
levar Sua Noiva para o céu puder ocorrer a qualquer momento: “...aguardando
vós a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Co 1.7); “...deixando os ídolos, vos
convertestes a Deus, para servirdes o Deus vivo e verdadeiro, e para aguardardes
dos céus o Seu Filho...” (1 Ts 1.9-10); “...aguardando a bendita esperança e a
manifestação do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus” (Tt 2.13); “...aparecerá
segunda vez ...aos que o aguardam para a salvação” (Hb 9.28); “Sede, pois, irmãos,
pacientes, até à vinda do Senhor” (Tg 5.7).

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Diferentes opiniões sobre o Arrebatamento não afetam a salvação, mas


deveríamos procurar entender o que a Bíblia diz. A Igreja primitiva estava
claramente esperando o Senhor a qualquer momento. Estar vigiando e
esperando por Cristo, se o Anticristo deve aparecer primeiro, é como esperar o
Pentecoste antes da Páscoa. No entanto, Cristo exortou: “Vigiai, pois, porque não
sabeis o dia nem a hora” (Mt 25.13); “...para que, vindo ele inesperadamente, não
vos ache dormindo. O que, porém, vos digo, digo a todos: vigiai” (Mc 13.36-37).

A surpresa da Sua vinda

A seguinte afirmação de Jesus também não se encaixa numa vinda pós-


tribulacionista: “Por isso, ficai também vós apercebidos; porque, à hora que não
cuidais, o Filho do Homem virá” (Mt 24.44). É absurdo imaginar que qualquer
pessoa sobrevivente da Grande Tribulação, que tenha visto os eventos
profetizados (as pragas e julgamentos derramados na terra; a imagem do
Anticristo no Templo; a marca da besta imposta a todos que quiserem comprar e
vender; as duas testemunhas testificando em Jerusalém, sendo mortas,
ressuscitadas e levadas ao céu; Jerusalém cercada pelos exércitos do mundo,
etc.), tendo contado os 1260 dias (3 anos e meio) de duração da segunda metade
da Grande Tribulação (preditos em Apocalipse 11.2-3;12.14), poderia imaginar
naquela hora que Cristo não estaria a ponto de retornar! Após todos esses
acontecimentos, isso será por demais evidente. Portanto, simplesmente não há
como reconciliar uma vinda de Cristo pós-tribulacionista com Seu aviso de que
virá quando não estiver sendo esperado.

Distinção entre Arrebatamento e Segunda Vinda

Somente essa afirmação já distingue o Arrebatamento (a retirada da Igreja da


terra para o céu) da Segunda Vinda (para resgatar Israel durante o Armagedom);
pois este último acontecimento não vai surpreender quase ninguém.
Contrastando com Seu aviso de que mesmo muitos na Igreja não O estarão
esperando, as Escrituras anunciam outra vinda de Cristo quando todos os sinais
já tiverem sido cumpridos e todos souberem que Ele está voltando. A um Israel
descrente, Cristo declarou: “Assim também vós: quando virdes todas estas coisas,
sabei que está próximo, às portas” (Mt 24.33). Até o Anticristo saberá: “E vi a
besta e os reis da terra, com os seus exércitos, congregados para pelejarem contra
aquele que estava montado no cavalo e contra o Seu exército” (Ap 19.19).

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Ou Cristo está se contradizendo (impossível!), ou Ele está


falando de dois eventos. Jesus disse que virá num tempo de
paz e prosperidade quando até Sua Noiva não estará esperando “Cingido
por Ele: “Ficai também vós apercebidos, porque, à hora em que esteja o
não cuidais, o Filho do Homem virá” (Lc 12.40). Não somente as vosso corpo,
[virgens] néscias, mas até as sábias estarão dormindo: “E, e acesas as
tardando o noivo, foram todas tomadas de sono e adormeceram” vossas
(Mt 25.5).
candeias,
No entanto, a Escritura diz que o Messias virá quando o mundo sede vós
estiver quase destruído pela guerra, fome e os juízos de Deus, e semelhantes
quando Israel estiver quase derrotado. Então, Yahweh a homens
declara: “olharão para aquele a quem traspassaram” (Zc que esperam
12.10b), e todos os judeus vivos na terra reconhecerão seu o seu
Messias que retornará como “Deus forte, Pai da Eternidade” (Is
senhor” (Lc
9.6): exatamente como os profetas previram, Ele veio como
homem, morreu pelos seus pecados, e retornará, dessa vez 12.35,36a)
para salvar Israel. Sobre esse momento culminante, Cristo
declara: “Aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será
salvo” (Mt 24.13). Paulo adiciona:“...todo o Israel [ainda
vivo] será salvo”... (Rm 11.26).

Dois eventos distintos

Não podemos escapar ao fato de que duas vindas de Cristo ainda se darão no
futuro: uma que surpreenderá até mesmo Sua Noiva e outra que não será uma
surpresa para quase ninguém. As duas não podem ser o mesmo evento. Mas
onde o Novo Testamento diz que ainda há duas vindas a serem cumpridas? Todo
cristão crê em duas vindas de Cristo: Ele veio uma vez à terra, morreu pelos
nossos pecados, ressuscitou dentre os mortos, retornou ao céu e voltará.
Contudo, em nenhum lugar o Antigo Testamento diz que haveria duas vindas
distintas.

Esse fato causou confusão para os rabinos, para os discípulos de Cristo e até para
João Batista, que era “cheio do Espírito Santo, já do ventre materno” (Lc 1.15,
41,44), João tinha testificado que Jesus era “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado
do mundo” (Jo 1.29). No entanto, este último dos profetas do Velho Testamento,
de quem não havia ninguém maior“nascido de mulher” (Lc 7.28), começou a
duvidar: “És tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar outro?” (Mt
11.3).

Somente uma vinda do Messias era esperada. Ele iria resgatar Israel e
estabelecer Seu Reino sobre o trono de Davi em Jerusalém. Por essa razão os
rabinos, os soldados e a multidão zombaram dEle na cruz (Mt 27.40-44; Mc
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15.18-20; 29-32; Lc 23.35-37). Apesar de todos os milagres que Jesus tinha feito,
os discípulos, da mesma forma, tomaram Sua crucificação como a prova
conclusiva de que Ele não poderia ter sido o Messias. Os dois na estrada de
Emaús disseram: “...nós esperávamos que fosse Ele quem havia de redimir Israel”
(Lc 24.19-21) – mas agora Ele estava morto.

Cristo os repreendeu por não crerem “tudo o que os profetas disseram!” (Lc
24.25). Este era o problema comum: deixar de considerar todas as profecias.
Israel tinha uma compreensão unilateral da vinda do Messias (e continua assim
atualmente), que lhe permitia ver apenas Seu reino triunfante e o deixava cego
para Seu sacrifício pelo pecado. Até mesmo muitos cristãos estão tão obcecados
com pensamentos de “conquista” e “domínio” que imaginam ser
responsabilidade da Igreja dominar o mundo e estabelecer o Reino de Deus,
para que o Rei possa retornar à terra para reinar. Eles se esquecem da promessa
que Ele fez à Sua Noiva de levá-la ao céu, de onde ela voltará com Ele para ajudá-
lO a governar o mundo.

O Arrebatamento ocorrerá antes da Tribulação

Como poderia Cristo executar julgamento sobre a terra, vindo do céu “entre suas
santas miríades (multidões de santos)” (Jd 14), se primeiro não as tivesse levado
para o céu? Aqui temos outra razão para um Arrebatamento anterior à
Tribulação. Incrivelmente, Michael Horton, em seu livro “Putting Amazing Back
into Grace”, imagina que 1 Tessalonicenses 4.14 (“assim também Deus, mediante
Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem”)refere-se à Segunda Vinda de
Cristo “com os santos”. Ao contrário, na ocasião do Arrebatamento Jesus trará a
alma e o espírito dos cristãos fisicamente mortos para serem reunidos com seus
corpos na ressurreição, levando-os para o céu juntamente com os vivos
transformados. Na Segunda Vinda Ele trará consigo de volta à terra os santos
vivos, que já foram ressuscitados e previamente levados ao céu no
Arrebatamento.

Antes da volta de Cristo com os Seus santos haverá a celebração das Bodas do
Cordeiro com Sua Noiva (Ap 19.7). Tendo passado pelo Tribunal de Cristo (1 Co
3.12-15); (2 Co 5.10 ), os santos estarão vestidos de linho fino, branco e puro (Ap
19.8). Certamente eles devem ser também o exército vestido de linho fino,
branco e puro (Ap 19.14) que virá com Cristo para destruir o Anticristo. Quando
eles foram levados ao céu? É claro que isso não ocorrerá durante a própria
Segunda Vinda, pois não haveria tempo suficiente nem para o Tribunal de Cristo,
nem para as Bodas do Cordeiro. O Arrebatamento deve ter ocorrido
anteriormente.

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Aqueles que estão com seus pés plantados na terra, esperando encontrar um
“Cristo”, esquecem que o verdadeiro Cristo virá nos buscar para nos
encontrarmos com Ele nos ares e nos levará para a casa de Seu Pai. Eles se
esquecem também que o Anticristo estabelecerá um reino terreno antes que o
verdadeiro Rei volte para reinar. Infelizmente, os que se empenham em
estabelecer um reino nesta terra estão preparando o mundo para o reino
fraudulento do “homem do pecado”.

A Escritura registra duas vindas

Como alguém nos tempos do Velho Testamento poderia saber que haveria duas
vindas do Messias? Somente por implicação. Ou os profetas se contradisseram
quando profetizaram que o Messias seria rejeitado e crucificado e que Ele
também seria proclamado Rei sobre o trono de Davi para sempre, ou eles
falavam de duas vindas de Cristo.

Não há forma de colocar dentro de um só evento o que os profetas disseram.


Simplesmente tem de haver duas vindas do Messias: primeiro como o Cordeiro
de Deus, para morrer pelos nossos pecados, e depois como o Leão da Tribo de
Judá (Os 5.14-15; Ap 5.5), em poder e glória para resgatar Israel no meio da
batalha do Armagedom.

A mesma coisa acontece no Novo Testamento. Note as muitas contradições, a


menos que estes sejam dois eventos:

1) Ele vem para Seus santos e numa hora que ninguém espera; mas vem
com Seus santos quando todos souberem que Ele está vindo.

2) Ele não vem à terra mas arrebata os santos para se encontrarem com Ele nos
ares (1 Ts 4.17); por outro lado, Ele vem à terra: “naquele dia, estarão Seus pés
sobre o monte das Oliveiras” (Zc.14.4), e os santos vem à terra com Ele.

3) Ele leva os santos para o céu, para as muitas mansões na casa de Seu Pai, para
estarem com Ele (Jo.14.3); mas traz os santos do céu (Zc 14.5, Jd 14).

4) Ele vem para Sua Noiva num tempo de paz e prosperidade, bons negócios e
prazeres (Lc 17.26-30); mas volta para salvar Seu povo Israel quando o mundo
já terá sido praticamente destruído, em meio ao pior conflito já visto na terra, a
batalha do Armagedom.

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Rebatendo as críticas ao Arrebatamento

Cristo declarou: “Assim como foi nos dias de Noé ...comiam, bebiam, casavam-se...
O mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam,
plantavam e edificavam; mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu
fogo e enxofre... Assim será no dia em que o Filho do Homem se manifestar” (Lc
17.26-30). Essas condições mundiais por ocasião do Arrebatamento só podem se
referir ao período anterior à Tribulação; certamente não ao final dela!

Arrebatamento? Há críticos afirmando que a palavra “Arrebatamento” nem está


na Bíblia! Isso não é verdade, pois a versão latina da Bíblia (Vulgata), feita por
Jerônimo no quinto século, traduziu o grego harpazo (arrancar subitamente)
pela palavra raptus (raptar), da qual deriva “Arrebatamento”. Foi o que Cristo
nos prometeu em João 14: levar-nos para o céu.

Outros críticos papagueiam o mito propagado por Dave


MacPherson, de que o ensino do Arrebatamento antes da
Tribulação apareceu apenas no início do século XIX através de
Darby, que o teria aprendido de Margaret MacDonald. Ela o
teria recebido de Edward Irving, e este, por sua vez, o teria “Certamente,
encontrado nos escritos do jesuíta Emmanuel Lacunza. Isso venho sem
simplesmente não é verdade. Muitos escritores anteriores demora”
expressaram a mesma convicção. Um deles foi Ephraem de (Ap 22.20).
Nisibis (306-373 d.C.), bem conhecido na história da igreja da
Síria. Ele afirmou: “Todos os santos e eleitos de Deus serão
reunidos antes da tribulação, que está por vir, e serão levados
para o Senhor...” Seu sermão com essa afirmação teve ampla
circulação popular em diferentes idiomas.

Sim, há uma vinda do Senhor após a Tribulação: “Logo em seguida à tribulação


daqueles dias... verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e
muita glória” (Mt 24.29-30). A referência aos anjos “reunindo Seus escolhidos
dos quatro ventos” (vv. 29-31) certamente não significa Cristo arrebatando Sua
Igreja para levá-la ao céu, pois trata-se do ajuntamento do Israel disperso, de
volta à sua terra quando da Segunda Vinda.

Cristo associou o mal com o pensamento de que Sua vinda se atrasaria:“Mas, se


aquele servo, sendo mau, disser consigo mesmo: Meu Senhor demora-se” (Mt 24.48;
Lc 12.45). Novamente, essa afirmação não tem sentido se o Arrebatamento vem
após a Tribulação.

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Não existe motivo maior para uma vida santa e um evangelismo diligente do que
saber que o Senhor poderia nos levar ao céu a qualquer momento. Que a Noiva
acorde do seu sono, apaixone-se novamente pelo Noivo, e de coração diga
continuamente por meio da sua vida diária: “Vem, Senhor Jesus!”

Prof. Bispo Reinaldo Faustino Silva.

Elaboração e Organização

Pr. Reinaldo Faustino Silva – Novembro – 2010

Mestre em Teologia, Pedagogo, Bacharel em Teologia, Bacharelando em Direito

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