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A Escatologia e o Apocalipse
A Escatologia é a Doutrina das últimas coisas, dos últimos acontecimentos, ou como muitos
gostam de dizer, do Fim do Mundo. A Doutrina Escatológica tem se fundamentado em
inúmeras passagens, encontradas em vários livros das Escrituras Sagradas. Mas o livro do
Apocalipse é a grande Profecia que revela o final dos tempos.
Para os leitores modernos o livro de Apocalipse é sem dúvida um dos mais difíceis, muitos
alegam ser um livro ininteligível pois é repleto de simbolismos que já não usamos e para os
quais não possuímos mais a chave. Porém essas “figuras” eram imediatamente
compreendidas pelos homens da época em que foram escritas. O autor não sentiu
necessidade de dar explicações pois os leitores percebiam suas alusões e interpretavam sem
dificuldades as figuras pois descreviam perfeitamente a sua realidade.
O livro foi escrito num período de grande perseguição à Igreja, iniciada no período do reinado
de Nero, por volta do ano 52 dC e intensificada durante o reinado de Domiciano por volta do
ano 95 dC, data mais provável do registro de Apocalipse. O autor, em meio a perseguição aos
cristãos, encontrava-se exilado na ilha de Patmos, por causa da sua fé.
Os leitores originais do Apocalipse foram os membros das Igrejas da Ásia Menor, os quais
possuíam uma ligação íntima com o apostolo João, dando-lhe liberdade e autoridade para
identificar-se simplesmente como João. Portanto o autor de Apocalipse é o mesmo João autor
do Evangelho de João e das três epístolas de João, o apóstolo João filho de Zebedeu.
Apocalipse é um todo unificado com um esboço profético do curso da História desde o período
apostólico até a segunda vinda ou a volta de Cristo e os juízos que hão de sobrevir ao mundo
iníquo sem Deus.
Segundo Lockyer a terra estremece sob o choque da batalha e expõe os horrores do abismo e
as alegrias eternas do Céu.
Este livro é um desafio para a Igreja, pois é a Palavra Inspirada de Deus, mas tão enigmática
que torna difícil a interpretação e a pregação. Existem inúmeras divergências entre os
estudiosos e comentaristas, contudo pesa sobre nós a responsabilidade e o privilégio de ler e
ouvir a profecia ( Ap 3:3 ).
Segundo Shedd existem quatro escolas de interpretação do livro, mas Lockyer em sua obra:
Apocalipse O Drama dos Séculos, apresenta cinco.
Principais Interpretações:
6) Nova Interpretação
Podemos propor?
Visão complementar da Escritura e da História. Entendendo que cada visão traz uma
verdade, porém erra ao negar as demais. Visão não excludente. Profecia (passado /
presente / futuro)
3 ) Premilenistas- entendem que Jesus voltará para reinar por mil anos na Terra após
o julgamento e destruição que virá sobre o mundo na Grande Tribulação. O milênio é
literal. Nem todo pré-milenista é dispensacionalista. O dispensacionalista tem uma
visão clara quanto a separação entre Israel e Igreja, quanto ao arrebatamento e ao
Tribulacionismo. E ele ainda pode ser: Pré-tribulacionista, Midi-Tribulacionista, Pós-
tribulacionista. Isto quer dizer que a crença no Arrebatamento da Igreja, se divide
entre aqueles que acreditam que pode ocorrer antes (Pré), no meio (Midi), após (Pós)
sete anos da Grande Tribulação.
O Dispensacionalismo- entende que existe sete eras ou sete épocas distintas para a
História da Salvação, desde a Criação até o final dos tempos:
1) Dispensação da Inocência- da criação à queda do homem no Jardim do Éden.
2) Dispensação da Consciência- da queda no Éden ao Dilúvio
3) Dispensação do Governo Humano- do Dilúvio a chamada de Abraão
4) Dispensação da Promessa- da chamada de Abraão ao Êxodo
5) Dispensação da Lei- do Monte Sinai ao Monte Calvário
6) Dispensação da Graça- do Monte Calvário ao Arrebatamento
7) Dispensação do Milênio- da segunda Vinda de Cristo ao Trono Branco
Segundo Dr. Pentecost, tomando como base Dn 9:24-27, as setenta semanas se referem a
anos e não dias. As 69 semanas de anos terminaram com a crucificação de Jesus. Neste
ponto Deus parou o relógio escatológico e abriu um parênteses no tempo, chamado Igreja.
Após o encontro da “noiva” com Cristo no arrebatamento, fecha-se o parêntese de Graça,
então o relógio volta a funcionar, quando se cumprirá a septuagésima semana de Daniel. A
atenção neste período voltará para Israel, no terrível período de sete anos de Tribulação.
1) Israel, a nação judaica, estará no centro do plano divino de Deus para humanidade.
Restaurada, de volta à terra (Palestina), Israel reconstruirá o templo e restabelecerá os
sacrifícios levíticos exigidos pela lei Mosaica.
2) O Poder político internacional será exercido pelo governador satânico (chamado o
Anticristo), a Besta ou o Homem da Iniquidade (I Jo 4:3; Ap 13; II Ts 2:7-12)
5) A ira de Deus será derramada sobre a terra numa série de julgamentos cataclísmicos.
[Enquanto isto no céu, a Igreja que foi arrebatada (seja no Pré ou no Midi) irá se
encontrar com o Noivo, irá Vê-lo assentado no Trono, Glorificado, abrindo o Livro da
Vida, e adorando junto com os anjos, com os vinte e quatros anciões e com os quatro
seres viventes. Passará pelas Bodas do Cordeiro e pelo Tribunal de Cristo. Bodas do
Cordeiro é o casamento de Jesus Cristo com a Igreja, e o Tribunal de Cristo é o
julgamento das nossas Obras para a entrega dos galardões. Quem conquistou galardão,
os receberá em forma de coroas para depositar aos pés de Jesus e adorá-lo com suas
Obras. Aquele que não receber galardão adorará a Cristo de mãos vazias, será a maior
vergonha e tristeza. ( Eu sei que você dirá que no céu não haverá tristeza, depois do
julgamento não, mas a Igreja passará por um julgamento, não em relação a Salvação
porque esta é garantida por Jesus, em relação ao que fizemos com os talentos que Ele
nos deu) Depois de casada, a Igreja não se separa mais de Cristo e se prepara para segui-
lo]
6) (na Terra) Quando a Besta o Anticristo romper com a nação de Israel, provocará uma
crise internacional que atingirá seu auge na guerra do Armagedom. Tudo culminará no
fim dos sete anos da tribulação com a vinda de Jesus Cristo com seus santos.
7) O reino do Anticristo será destruído e Cristo reinará na terra por mil anos, cumprindo
as profecias do VT sobre reino messiânico na terra.
8) Passados mil anos (Ap 20), Satanás será solto da sua prisão, encabeçará uma
revolta breve pelos moradores não regenerados do mundo, Gogue e Magogue, mas ela
será esmagada como foi Sodoma e Gomorra.
9) Sucederá o último julgamento, o Juízo Final (Ap 20:11-15); os incrédulos serão
julgados segundo sua incredulidade e obras. Condenação final para o Diabo e seus
seguidores.
10) Os convertidos de todos os tempos gozarão a vida perfeita, no novo céu e na
nova Terra eternamente.
7) Instalar-se-á o último juízo e Cristo como juiz supremo presidirá à condenação dos
iníquos. Abrirá o Lago de Fogo para lançar nele Satanás e todos os seus demônios, a
morte, o inferno e todos aqueles que foram obstinadamente incrédulos.
8) A era eterna começara depois que Jesus entregar o reino ao Pai. Então Deus será tudo
em todos. Habitaremos no Novo Céu e na Nova Terra.
BIBLIOGRAFIA
A Escatologia do Novo Testamento Dr. Russell P. Shedd. Edições Vida Nova, 5ª Edição 2002.
São Paulo.
Manual Bíblico Vida Nova Editora Vida Nova, 2001, São Paulo.
Manual de Escatologia- Uma análise detalhada dos eventos futuros J. Dwight Pentecost,
Editora Vida 3ª Edição, 2002, São Paulo.
Milênio: significado e interpretações. Robert G. Clouse (org). Editora Luz para o Caminho,
1985, Campinas
Nova era do anticristo. Esmeralda Campelo Vilela. Editora Campelo, 1992, Belo Horizonte
O Novo Dicionário da Bíblia Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1962, São Paulo.
O pré-milenismo dispensacionalista à luz do amilenismo. Harold Schalk. Juerp, 1984, São Paulo
Opções contemporâneas na escatologia. Millard J. Erickson. Mundo Cristão, 1982, São Paulo
O sétimo selo. Esmeralda Campelo Vilela. Editora Rhema, 2002, Belo Horizonte
Rei Jesus: prova do milênio real. João Korps. Editora Bentivegna, 1969, São Paulo