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Nesta décima Lição estudaremos

sobre uma importante e


tradicional celebração cristã, a

intro
Ceia do Senhor. Junto com o
batismo nas águas, estudado na
Lição passada, a Ceia completa as

dução
duas grandes ordenanças, que
são rituais ou cerimônias
ordenadas pelo Senhor Jesus a
serem praticadas continuamente
pela Igreja. Meditemos, então.
tópico I
A natureza da Ceia do
Senhor na Tradição cristã
1. Na tradição romana
Transubstanciação, isto é,
passar de uma substância para
outra. É o entendimento de que
o pão e o vinho se transformam
realmente em corpo e sangue
de Cristo. Além de soar como
canibalismo, essa tese ignora
que Jesus estava presente na
primeira Santa Ceia, logo o pão
e o vinho não podiam ser
literalmente seu corpo!
2. Na tradição protestante
Lutero defendeu a tese da
consubstanciação, isto é,
substâncias ao lado uma da
outra. É o entendimento de que a
substância do corpo e do sangue
de Cristo se une à substância do
pão e do vinho. Essa tese,
porém, não reflete o ensino de
Jesus, pois ele não prometeu
estar fisicamente no ou ao lado
do pão e do vinho da ceia.
3. A posição pentecostal
Em geral, pentecostais defendem
a presença espiritual de Cristo
na Ceia e não uma presença física
(Mt 18.20; 28.20). A expressão
“isto é o meu corpo” é uma
metáfora como “eu sou a luz do
mundo” (Jo 8.12) ou “eu sou a
porta” (Jo 10.9). O pão simboliza
o corpo de Cristo (Jo 6.51), e o
vinho representa seu sangue,
sangue com qual se estabeleceu
a nova aliança (Mt 26.27,28).
A velha aliança, foi firmada
através de Moisés, no monte
Sinai, com derramamento de
sangue animal (Êx 24.8). A nova
aliança, foi firmada através de
Cristo, no Calvário, com
derramamento do próprio
sangue, “o precioso sangue de
Cristo, como de um cordeiro
imaculado e incontaminado”
(1Pe 1.19).
tópico II
O propósito da Ceia
do Senhor
A CEIA NOS CONVIDA A OLHAR:
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RECORDAÇÃO COMUNHÃO ESPERANÇA
“vocês anunciam “como há somente um pão, “até que ele
a morte do Senhor” nós, que somos muitos, venha”
1Coríntios 11.26 somos um só corpo” 1Coríntios 11.26
1Coríntios 10.17
1. Celebrar a expiação de Cristo
Ao instituir a Ceia o próprio
Senhor Jesus disse: “Isto é o
meu corpo dado em favor de
vocês; façam isto em memória
de mim” (Lc 22.19). A Ceia é
uma ordenança para mantermos
viva a mensagem da salvação
mediante o sacrifício definitivo,
vicário e expiatório de Jesus!
(Jo 6.48-51; Hb 10.12).
2. Proclamar a segunda vinda de Cristo
Apenas o apóstolo Paulo fala
deste aspecto escatológico da
Ceia, quando disse: “sempre que
comerem deste pão e beberem
deste cálice, vocês anunciam a
morte do Senhor até que ele
venha” (1Co 11.26). Mas Jesus
nos assegurou de que cearemos
com ele no Reino vindouro (Mt
26.29; Lc 12.37). A Ceia nos
encoraja à esta esperança!
Ao mesmo tempo em que
recordamos o bendito
sacrifício de Cristo, também
nos regozijamos na esperança
de seu retorno para o seu
povo (Jo 14.1-3,28). Portanto,
a Ceia não é a celebração de
um herói morto, um mártir
qualquer; na Ceia celebramos
o Cristo que foi morto, mas
que vive e breve virá para nos
buscar! (Ap 1.18a; 22.12).
3. Celebrar a comunhão cristã
A Ceia representa nossa
comunhão com Cristo e com o
Corpo de Cristo, que é a sua
Igreja (1Co 10.16). Paulo vê no
pão da Ceia tanto um símbolo
do sacrifício vicário (1Co
11.24), como também um
símbolo da unidade que deve
existir entre os irmãos (1Co
10.17). A mesa é um convite à
comunhão e à partilha.
tópico III
O modo de celebração
da Ceia do Senhor
1. O que é participar “indignamente”?
Indignamente é advérbio de modo,
ou seja, especifica como alguma
ação acontece, no caso comer e
beber a Ceia sem a devida
reverência, como se fosse uma
refeição qualquer. O texto
explica que é comer sem discernir:
a) O valor e a santidade do
* Em 1Coríntios 11.24-27, “corpo e
sangue” referem-se ao corpo e sangue
sacrifício de Cristo (1Co 11.27);
de Jesus; mas no vers. 29, “corpo” ou b) O valor e a unidade da Igreja de
“corpo do Senhor” refere-se, como em
10.17, à Igreja (conf. 1Co 12.12,13). Cristo (1Co 10.17; 11.29*).
“NÃO
Considerando a perícope
completa (1Coríntios 11.17-34),
DISCERNINDO comer e beber a Ceia
indignamente na prática é:
O CORPO DO Tratar a Ceia como uma refeição

SENHOR”
qualquer, como se estivesse
fazendo um lanchinho
Não ter em mente a simbologia
que remete ao sacrifício de
Jesus Cristo para nossa salvação
Participar da Ceia intrigado dos
irmãos sem antes reconciliar-se
Ser irreverente durante a
celebração da Ceia
Importante observar que Paulo
não ordena a privação da Ceia a
ninguém. Ele não diz “não tome
a Ceia se você estiver assim”.
Pelo contrário, ele diz:
“Examine-se, pois, o homem a
si mesmo, e assim coma deste
pão e beba deste cálice”. Ou
seja, o encorajamento é para
verificar o valor que damos à
Ceia e, então, participar dela.
Em reverência e união, ceemos!
2. Uma celebração reverente
A repreensão de Paulo aos
coríntios foi justamente pela falta
de reverência na Ceia, a ponto de
dizer que eles se reuniam para pior
e não para melhor! (1Co 11.17).
Isso porque havia divisões na hora
do culto (v. 18), glutonaria (v. 21)
e desprezo aos mais pobres (v. 22).
O apóstolo põe ordem na casa:
quem comer indignamente será réu
por profanação (v. 27); esperem
uns pelos outros (v. 33) e quem
tiver fome, coma em casa! (v. 34).
3. Celebração festiva
A presença de Cristo entre nós
(Mt 18.20; 28.20), a dádiva da
salvação que nos deu, a família
espiritual da qual somos parte e
a bendita esperança do
reencontro com o nosso amado
Senhor - tudo isso ali, resumido
e tangível no pão e no vinho -
devem nos encorajar a celebrar
com alegria a Ceia do Senhor!
con
Ao final desse estudo, deve
estar claro que na Ceia não
estamos fazendo “missa de dois
mil anos” para um defunto nem

clu
também um mero lanchinho na
igreja. Em verdade estamos
rememorando, em união com
nossos irmãos, o sacrifício do

são
Filho de Deus que nos livrou do
pecado e da sua condenação.
Por isso, “vem cear, o Mestre
chama, vem cear”.

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