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Definição:
Define-se a ceia do Senhor ou comunhão santa como o rito distintivo da adoração cristã,
instituído pelo Senhor Jesus a véspera de sua morte expiatória (Mt 26.26-29). Ela
consiste na participação solene de pão e vinho, os quais, sendo apresentados ao pai em
memória do sacrifício inesgotável de Cristo, tornam-se um meio de graça pelo qual
somos incentivados a uma fé mais viva e a uma maior fidelidade a Ele.
1 PEARLMAN, Myer. Conhecendo as doutrinas da bíblia. São Paulo: Editora Vida, 1997 pag. 354
No princípio, a comunhão era celebrada durante uma refeição. Cada qual trazia o que
podia e, depois da refeição em comum, celebravam orações sobre o pão e o vinho.
Já em princípios do século II, entretanto, e possivelmente devido, em parte, às
perseguições e às calúnias que circulavam acerca das “festas de amor” dos cristãos,
começou a celebrar-se a comunhão sem a refeição em comum. Mas sempre se manteve
o espírito de celebração dos primeiros anos.
Pelo menos a partir do século II, o culto de comunhão constava de duas partes. Na
primeira liam-se e comentavam-se as Escrituras, faziam-se orações e cantavam-se hinos.
A segunda parte do culto começava geralmente com o ósculo da paz. Logo alguém trazia
o pão e o vinho para frente e os apresentava a quem presidia. Em seguida, o oficiante
pronunciava uma oração sobre o pão e o vinho, na qual se recordavam os atos salvíficos
de Deus e se invocava a ação do Espírito Santo sobre o pão e o vinho. Depois se partia o
pão, os presentes comungavam e se despediam com a benção.
• Propósito:
"Fazei isto em memória de mim" (Lucas 22:19). A Ceia do Senhor é nossa oportunidade
para lembrar o sacrifício que Jesus fez na cruz, pelo qual ele nos oferece a esperança da
vida eterna:
"Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do
Senhor, até que ele venha" (1 Co 11:26). A Ceia do Senhor não pretende ser um memorial
do nascimento, da vida ou da ressurreição de Cristo. É um momento especial no qual os
cristãos refletem sobre o Salvador sofredor para serem lembrados do alto preço que ele
pagou por nossos pecados. Precisamos manter este tema central do evangelho (1 Co 2:1-
2) em nossas mentes. Ele deu aos discípulos pão sem fermento para representar seu
corpo e o fruto da videira (suco de uva) para representar o sangue que estava para ser
derramado na cruz. Ele não deixou dúvida sobre a relação deste sacrifício com nossa
salvação: "Porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor
de muitos, para remissão dos pecados" (Mt 26:28).
Por que recordar a sua morte mais do que qualquer outro evento de sua vida? Porque a
sua morte foi o evento culminante de seu ministério e porque somos salvos, não
meramente por sua vida e seus ensinos, embora sejam divinos, mas por seu sacrifício
expiatório.
Os teólogos apontam três pontos de vista a respeito do que Paulo disse em (1Co11.24).
Vejamos detalhadamente estes conceitos:
1 Transubstanciação: É o conceito de que na ministração da Santa Ceia o pão e o
vinho após a oração são transformados literalmente no próprio corpo e sangue de Jesus.
Este conceito foi adotado pelos católicos em 1215 d.C. e depois reafirmado no Concilio
de Trento em 1551 d.C.
Seria também um sinal da Nova Aliança que ele inauguraria com seu sangue (Mt 26.28;
1Co11.24-26). A Ceia do Senhor em sua celebração pode ser caracterizada em três
momentos distintos: passado, presente e futuro.
Sua importância no passado:
É um memorial da morte de Cristo no Calvário, para redimir os crentes do pecado e da
condenação.
“Este cálice é a nova aliança no meu sangue”. A antiga aliança, com seus sacrifícios de
animais, era insuficiente para a salvação. Agora, na morte de Cristo, com o
derramamento de seu sangue, a nova aliança da vida eterna foi estabelecida. Portanto,
o cálice na ceia do Senhor é o símbolo e a lembrança contínua da nova aliança que a
morte de Cristo tornou possível. Consequentemente, toda celebração da ceia do Senhor
é uma reafirmação da nova aliança de Deus em Jesus Cristo.
Sua importância no presente:
A Santa Ceia expressa a nossa comunhão, do grego “koinonia”, com Cristo e, de nossa
Quando a refeição pascal estava chegando ao fim (Mt 26.25; Lc 22.20), Jesus instituiu a
ordenança que a Igreja chama de “Santa Ceia”, “Ceia do Senhor” (1Co 10.16; 1Co 11.20).
Então, podemos assegurar que a Ceia nos proporciona: Nossa genuína comunhão
Primeiro é preciso termos comunhão com Cristo, a Cabeça do Corpo, mas também se faz
necessário em ter comunhão como os demais membros do corpo de Cristo, a sua Igreja (At 2.42;
Fp 1.22; Cl 1.18; 1Jo 1.7) compartilhando dos mesmos benefícios eternos (Jo 17.21; At 20.34-38;
Rm 12.5,10-20; 1 Co 10.17; 12.12-27; Gl 3.28; Ef 4.13; 2Tm 2.3)
QUEM PARTICIPA
A Ceia, como ritual de aliança que é, destina-se, portanto, aos que já se encontram em aliança
com Cristo; ou seja, aos que já nasceram de novo e estão em plena comunhão com Deus.
Essa sequência fica bem evidente em Atos 2:38, após o sermão pregado pelo apóstolo Pedro. As
pessoas se arrependeram e creram em Jesus, e imediatamente foram batizadas. Naquele dia
quase três mil pessoas receberam o Evangelho e foram batizados.
Na sequência do mesmo texto, o escritor do livro de Atos informa o que aconteceu com as
pessoas que foram convertidas a Cristo. Ele diz que elas “perseveraram na doutrina dos apóstolos
e à comunhão, ao partir do pão às orações” (Atos 2:42).
Desta maneira, fica muito claro que a Ceia do Senhor é reservada para a comunhão dos que estão
em Cristo e formam seu corpo. A Santa Ceia não é apenas um ritual litúrgico, mas um ato de
discernimento e de muita importância. Se não houver significado, não será a Santa Ceia do
Senhor. Sendo assim, só está apto a participar da Ceia aquele que consegue discernir o seu
significado. Se não for assim, o propósito da Santa Ceia é desvirtuado.
A Bíblia não traz uma regulamentação sobre a frequência com que a Santa Ceia do Senhor deve
ser ministrada na comunidade cristã local. Cada igreja tem sua própria organização quanto a
periodicidade em que a Santa Ceia é servida. Enquanto umas realizam poucas vezes por ano,
outras realizam todas as semanas.
A maioria das igrejas servem a Santa Ceia uma vez por mês.
O mais importante de tudo isso é que todos membros tenham a oportunidade de participar.
Na igreja primitiva, haviam comunidades cristãs, que celebravam a santa ceia uma vez ao ano.
Aqueles que assim faziam eram culpados do corpo e do sangue do Senhor. Tratar de forma
irreverente os símbolos do supremo sacrifício de Cristo são ser culpado de mostrar irreverência
em relação ao seu corpo e ao seu sangue, que foi derramado a favor dos pecadores. Em vez de
honrar o sacrifício de Cristo, aqueles que comiam indignamente estavam participando da culpa
daqueles que o sacrificaram.
Tampouco deveria se aproximar da mesa se estivesse embriagado, irado com os outros, ou tendo
em sua vida pecados dos quais estava consciente e não se arrependeu. Participar da mesa do
Senhor “indignamente” é o mesmo que ter um solene desconhecimento do que está sendo
lembrado e a ausência de um espírito humilde e arrependido perante o Senhor.
Aqueles que assim faziam estavam comendo e bebendo para sua própria condenação.
Essa “condenação” era muito grave, uma das mais graves do Novo Testamento. O castigo tinha
uma natureza disciplinar (11.32), isto é, não envolvia a condenação eterna, mas era
suficientemente grave para levar muitos crentes a ficarem fracos e doentes, enquanto outros
chegavam a morrer. O fato de algumas pessoas terem morrido (“dormirem”) pode ser o
resultado de uma condenação especial à igreja de Corinto. Esse tipo de repreensão exalta a
seriedade do culto de Santa Ceia. A Ceia do Senhor não deve ser entendida superficialmente,
pois essa nova aliança custou a vida de Jesus. Não se trata de um ritual inexpressivo, mas de um
sacramento criado por Cristo para ajudar a fortalecer a fé dos crentes.