Você está na página 1de 3

A CEIA DO SENHOR.

UMA NOVA ALIANÇA PARA O SEU POVO

Bom dia, Graça e Paz a todos.


Durante esses dias estaremos comemorando as festividades alusivas a Páscoa. Essa festa tem
um significado bem distorcido em grande parte das pessoas, que sequer param para refletir o real
sentido dessa festa.
Enquanto servos Batistas, temos praticado a Ceia na sua mais estrita observância, à luz das
Escrituras Sagradas. Mas ainda assim não posso me furtar de fazer duas perguntas.
Qual a relevância da Ceia para os cristãos? Quais verdades podemos extrair da Ceia e aplicá-las
em nossas vidas?
A Ceia do Senhor (Mateus 26:26-29)
²⁶ Enquanto comiam, tomou Jesus um pão, e, abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos,
dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo.
²⁷ A seguir, tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos, dizendo: Bebei dele todos;
²⁸ porque isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança, derramado em favor de muitos, para
remissão de pecados.
²⁹ E digo-vos que, desta hora em diante, não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que
o hei de beber, novo, convosco no reino de meu Pai.

No AT, em Êxodo 12 é possível observarmos as instruções de Deus para Moisés, ao instituir a


Páscoa. Naquele contexto, o povo estava prestes a sair do Egito, pois a décima praga seria
lançada contra todos os primogênitos, porém, o Senhor instruiu seu povo a sacrificar um cordeiro
sem defeito e aspergir seu sangue nos umbrais das casas. Desta feita, eles seriam poupados da
morte.
Esse evento, além de instrução, celebra a libertação do povo da escravidão no Egito, senão
vejamos o que o Senhor disse a Moisés em Ex 12.14: “Este dia vos será por memorial, e o
celebrareis como solenidade ao Senhor; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto
perpétuo.”
Avançando na história bíblica e retomando o texto inicial, chegamos ao NT. Aquela celebração
memorial pela libertação e livramento da morte tem novo sentido. A figura do cordeiro imolado é
personificado em Cristo, o Emanuel (Deus conosco), cuja missão foi nos resgatar da escravidão
do pecado e nos livrar da morte.
A primeira verdade da Ceia apresenta Cristo como a NOVA ALIANÇA que permite todos serem
libertos e salvos por seu sangue vertido na cruz.
Por esta razão, o vs. 28 diz:
“porque isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança, derramado em favor de muitos,
para remissão de pecados.”
Essa Nova Aliança, já havia sido estabelecida de forma simbólica, conforme registrado em Êx
24.8: “Então, tomou Moisés aquele sangue, e o aspergiu sobre o povo, e disse: Eis aqui o
sangue da aliança que o Senhor fez convosco a respeito de todas estas palavras.”
O sangue da Nova Aliança tem a finalidade de anular o sacrifício daquele animal, o cordeiro e
estabelecer o sacrifício real do próprio Senhor Jesus, através do seu sangue, possibilitando a
remissão dos nossos pecados. Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
João Batista assevera tal verdade, no Evangelho de Jo 1.29:
“No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus,
que tira o pecado do mundo!”
--oo(0)oo--
Mas, além da Nova Aliança, o cerimonial da Ceia aponta outra grande verdade: UM MEMORIAL.
De acordo com o Evangelho de Lucas, vs. 22.19, temos: “E, tomando um pão, tendo dado
graças, o partiu e lhes deu, dizendo: Isto é o meu corpo oferecido por vós; fazei isto em
memória de mim.”
A Ceia do Senhor é a oportunidade de trazermos à memória o sacrifício vicário de Cristo. É
também um convite, a fim de olharmos para o passado e proclamar o presente, ou seja, o nosso novo
relacionamento com Cristo, através da Nova Aliança.
Ao comer do pão e beber do sangue, estamos anunciando que fazemos parte do Corpo de Cristo.
Somos a sua igreja terrena em koinonia (gr. que significa comunhão, compartilhamento).

Essa não é apenas uma mera comunhão. Ela deve ser vista com seriedade, inclusive Paulo
em sua Primeira Epístola aos Coríntios 11.29 diz:
"Pois quem come e bebe sem discernir o corpo do Senhor, come e bebe para sua própria
condenação.”
Cada servo e serva ao participar da Ceia precisa examinar sua vida e compreender o sacrifício
de Jesus, bem como as implicações que essa graça traz sobre si. Devemos analisar se temos
vivido conforme os princípios e ensinamentos bíblicos e se procuramos a unidade e comunhão
com os irmãos.
Partilhar dos elementos é manifestar a igreja do Senhor em comunhão com ele e demais irmãos,
celebrando o seu amor ao se entregar em nosso favor. O texto de Lucas 22.19, lido há pouco nos
revela que Senhor ofereceu o seu corpo em sacrifício vivo por mim, por todos nós.
--oo(0)oo--
Uma terceira e última verdade da Ceia, diz respeito ao vs. 29: A ESPERANÇA.
“E digo-vos que, desta hora em diante, não beberei deste fruto da videira, até aquele dia
em que o hei de beber, novo, convosco no reino de meu Pai.”

A partir dali, Jesus diz que não mais participaria da Ceia até que fosse estabelecido o Reino de
Deus. Mas ainda prevalecia a continuidade daquela celebração até a sua volta.

Por esse motivo celebramos em sua memória. Inclusive Paulo vai dizer na Primeira Epístola aos
Coríntios 11.26:

“Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte
do Senhor, até que venha.”

Jesus Cristo é a nossa esperança!

No momento final da Ceia, o Senhor está se preparando para uma trajetória rumo à crucificação,
ao cumprimento de sua missão.

Logo depois do episódio da Ceia Ele inicia sua agonia no Getsêmani, é martirizado e por fim
crucificado. Foi na cruz que a obediência de Cristo venceu a morte e trouxe-nos esperança. A cruz
não foi o fim para Ele, e jamais deve ser para nós, seus filhos e filhas.
Enquanto Ele não volta, a igreja está ativa no mundo, dando continuidade à sua missão, levando
essa esperança ao mundo proclamando o Ide de Cristo.

Temos um Consolador, o Espírito Santo. Ele tem nos encorajado e renovado nossa fé para superar
os desafios da caminhada cristã. Portanto, continuemos firmes e celebrando a Ceia memorial do
Senhor até que Ele venha.

O Senhor nos abençoe ricamente com todas as sortes de bênçãos.

Você também pode gostar