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Palestra Presença Real de Cristo na Eucaristia

1 - O que é este sacramento. João 6, 51-56


Jesus celebra a Eucaristia. Lucas 22, 17-20

São Paulo celebra a Eucaristia Icor 11, 23-28, Pg. 1475

2 - Sobre a presença real de Jesus na Eucaristia, o Papa Paulo VI, na


encíclica Mysterium fidei, de 03 de setembro de 1965, disse que:
"Esta presença chama-se 'real', não por exclusão, como se as outras
não fossem 'reais', mas por antonomásia, porque é substancial, quer
dizer, por ela está presente, de fato, Cristo completo, Deus e
homem. Erro seria, portanto, explicar esta maneira de presença
imaginando uma natureza 'pneumática', como dizem, do corpo de
Cristo, natureza esta que estaria presente em toda a parte; ou
reduzindo-a a puro simbolismo, como se tão augusto sacramento
consistisse apenas um sinal eficaz 'da presença espiritual de Cristo e
da sua íntima união com os fiéis, membros do Corpo Místico'." (DH
4412)

Esta citação remete ao Decreto sobre o sacramento da Eucaristia


promulgado no Concílio de Trento, em 11 de outubro de 1551:
"Ora, porque Cristo, nosso redentor, disse que aquilo que oferecia sob a
espécie do pão era verdadeiramente seu corpo, existiu sempre na Igreja de
Deus a persuasão que este santo Concílio novamente declara: pela
consagração do pão e do vinho realiza-se uma mudança de toda a
substância do pão na substância do corpo de Cristo, nosso Senhor, e de toda
a substância do vinho na substância de seu sangue. Esta mudança foi
denominada, convencionalmente e com propriedade, pela santa Igreja
católica, transubstanciação." (DH 1642)

1. A Igreja vive da Eucaristia. Esta verdade não exprime apenas uma experiência diária de fé, mas
contém em síntese o próprio núcleo do mistério da Igreja. É com alegria que ela experimenta, de
diversas maneiras, a realização incessante desta promessa: « Eu estarei sempre convosco, até ao
fim do mundo » (Mt 28, 20); mas, na sagrada Eucaristia, pela conversão do pão e do vinho no
corpo e no sangue do Senhor, goza desta presença com uma intensidade sem par. Desde o
Pentecostes, quando a Igreja, povo da nova aliança, iniciou a sua peregrinação para a pátria
celeste, este sacramento divino foi ritmando os seus dias, enchendo-os de consoladora esperança.

O Concílio Vaticano II justamente afirmou que o sacrifício eucarístico é « fonte e centro de toda a
vida cristã ».(1)Com efeito, « na santíssima Eucaristia, está contido todo o tesouro espiritual da
Igreja, isto é, o próprio Cristo, a nossa Páscoa e o pão vivo que dá aos homens a vida mediante a
sua carne vivificada e vivificadora pelo Espírito Santo ».(2) Por isso, o olhar da Igreja volta-se
continuamente para o seu Senhor, presente no sacramento do Altar, onde descobre a plena
manifestação do seu imenso amor.

2. Durante o Grande Jubileu do ano 2000, pude celebrar a Eucaristia no Cenáculo de Jerusalém,
onde, segundo a tradição, o próprio Cristo a realizou pela primeira vez. O Cenáculo é o lugar da
instituição deste santíssimo sacramento. Foi lá que Jesus tomou nas suas mãos o pão, partiu-o e
deu-o aos seus discípulos, dizendo: « Tomai, todos, e comei: Isto é o meu Corpo que será
entregue por vós » (cf. Mt 26, 26; Lc 22, 19; 1 Cor 11, 24). Depois, tomou nas suas mãos o cálice
com vinho e disse-lhes: « Tomai, todos, e bebei: Este é o cálice do meu Sangue, o Sangue da
nova e eterna aliança, que será derramado por vós e por todos para remissão dos pecados »
(cf. Mc 14, 24; Lc 22, 20; 1 Cor 11, 25). Dou graças ao Senhor Jesus por me ter permitido repetir
no mesmo lugar, obedecendo ao seu mandato: « Fazei isto em memória de Mim » (Lc 22, 19), as
palavras por Ele pronunciadas há dois mil anos.

11. « O Senhor Jesus, na noite em que foi entregue » (1 Cor 11, 23), instituiu o sacrifício
eucarístico do seu corpo e sangue. As palavras do apóstolo Paulo recordam-nos as circunstâncias
dramáticas em que nasceu a Eucaristia. Esta tem indelevelmente inscrito nela o evento da paixão
e morte do Senhor. Não é só a sua evocação, mas presença sacramental. É o sacrifício da cruz que
se perpetua através dos séculos.(9) Esta verdade está claramente expressa nas palavras com que
o povo, no rito latino, responde à proclamação « mistério da fé » feita pelo sacerdote:
« Anunciamos, Senhor, a vossa morte ».

A Igreja recebeu a Eucaristia de Cristo seu Senhor, não como um dom, embora precioso, entre
muitos outros, mas como o dom por excelência, porque dom d'Ele mesmo, da sua Pessoa na
humanidade sagrada, e também da sua obra de salvação. Esta não fica circunscrita no passado,
pois « tudo o que Cristo é, tudo o que fez e sofreu por todos os homens, participa da eternidade
divina, e assim transcende todos os tempos e em todos se torna presente ».(10)

Quando a Igreja celebra a Eucaristia, memorial da morte e ressurreição do seu Senhor, este
acontecimento central de salvação torna-se realmente presente e « realiza-se também a obra da
nossa redenção ».(11) Este sacrifício é tão decisivo para a salvação do género humano que Jesus
Cristo realizou-o e só voltou ao Pai depois de nos ter deixado o meio para dele participarmos como
se tivéssemos estado presentes. Assim cada fiel pode tomar parte nela, alimentando-se dos seus
frutos inexauríveis. Esta é a fé que as gerações cristãs viveram ao longo dos séculos, e que o
magistério da Igreja tem continuamente reafirmado com jubilosa gratidão por dom tão
inestimável.(12) É esta verdade que desejo recordar mais uma vez, colocando-me convosco, meus
queridos irmãos e irmãs, em adoração diante deste Mistério: mistério grande, mistério de
misericórdia. Que mais poderia Jesus ter feito por nós? Verdadeiramente, na Eucaristia demonstra-
nos um amor levado até ao « extremo » (cf. Jo 13, 1), um amor sem medida.

21. No Cenáculo, os Apóstolos, tendo aceite o convite de Jesus: « Tomai, comei [...]. Bebei dele
todos » (Mt 26, 26.27), entraram pela primeira vez em comunhão sacramental com Ele. Desde
então e até ao fim dos séculos, a Igreja edifica-se através da comunhão sacramental com o Filho
de Deus imolado por nós: « Fazei isto em minha memória [...]. Todas as vezes que o beberdes,
fazei-o em minha memória » (1 Cor 11, 24-25; cf. Lc 22, 19).
(CARTA ENCÍCLICA ECCLESIA DE EUCHARISTIA
DO SUMO PONTÍFICE JOÃO PAULO II)

Enchiridion symbolorum, definitionum et declarationum de rebus fidei et


morum

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