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Além disso, muitas são as graças e os frutos que recebemos quando comungamos.
Alguns santos, como São Felipe Néri, enfatizavam que a devoção ao Santíssimo
Sacramento é a única maneira de manter a pureza. E, neste artigo, vamos
compreender de forma mais profunda o que é o sacramento da Eucaristia, como ele é
celebrado, e conhecer os seus frutos na vida de quem O recebe.
Instituído por Jesus na Última Ceia, a Eucaristia é “o sacrifício eucarístico do seu corpo
e sangue”, o memorial contínuo de Sua morte e ressurreição confiado à Igreja, Sua
esposa, até que Ele volte. A Eucaristia é, ao mesmo tempo, a fonte e o cume de toda a
vida cristã. Os outros sacramentos estão em função deste, pois “na santíssima
Eucaristia está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo,
nossa Páscoa.”A Eucaristia é o ápice da ação pela qual Deus santifica o mundo e da
adoração oferecida a Cristo e ao Pai.
Tamanha é a riqueza deste mistério que muitos nomes podem fazer referência à
Eucaristia. Entre eles, Ceia do Senhor, Fração do Pão, Comunhão, Santo Sacrifício, e
outros, cada um revelando uma dimensão única do mistério deste sacramento. Além
disso, a maneira como Cristo está presente nas espécies eucarísticas é única e isso
eleva a Eucaristia acima de todos os outros sacramentos e a torna o ápice da vida
espiritual e o objetivo para o qual todos os sacramentos apontam.
No santíssimo sacramento da Eucaristia estão «contidos, verdadeira, real e
substancialmente, o corpo e o sangue, conjuntamente com a alma e a divindade de
nosso Senhor Jesus Cristo e, por conseguinte, Cristo completo”. Por isso, essa presença
é chamada de “real” — não porque as outras presenças não sejam reais, mas porque é
a presença substancial de Cristo, Deus e homem, de maneira única e completa.
No Antigo Testamento, a busca por um sacerdote imaculado e uma vítima perfeita era
impossível, pois os sacerdotes eram pecadores e as vítimas imperfeitas. As exortações
dos profetas ressaltavam o desejo de Deus: um coração humano que O amasse
sinceramente e O adorasse de todo o coração. E essa aspiração só se realiza com a
Eucaristia, onde Cristo se tornou humano para que um coração humano pudesse amar
a Deus e oferecer um sacrifício perfeito.
Além disso, várias prefigurações bíblicas lançam luz sobre o significado da Eucaristia.
Desde o ato de Melquisedeque, o rei e sacerdote, que ofereceu pão e vinho, até os
milagres da multiplicação dos pães e da transformação da água em vinho em Caná.
Tais eventos apontam para a abundância e a glória presentes na Eucaristia, na qual os
elementos do pão e do vinho ganham um novo sentido — a redenção realizada por
Cristo no seu sacrifício.
Portanto, Santo Tomás, em suas catequeses, deixa claro que é um erro dizer que o
corpo de Cristo não está presente de verdade no sacramento, mas apenas de forma
simbólica. Pois é Cristo quem afirma “A minha carne é verdadeiramente comida, e o
meu sangue é verdadeiramente bebida”.
Estas oferendas — pão e vinho — representam nossas vidas e esforços, que serão
consagrados durante a Oração Eucarística. Essa oração é o ápice da Missa, onde o
sacerdote invoca o Espírito Santo sobre o pão e o vinho, como na Última Ceia.
A Transubstanciação
Em seguida, o sacerdote — falando na pessoa de Cristo, realiza o sacramento —
pronuncia as palavras da Consagração, a forma do sacramento: “Isto é o meu Corpo”,
para a consagração do pão; “Este é o cálice do meu sangue, do sangue da nova e
eterna aliança, mistério da Fé, que será derramado para vós e para muitos para o
perdão dos pecados”, para a consagração do vinho. Neste momento, o pão se torna o
Corpo de Cristo e o vinho se torna o Seu Sangue. Essa transformação recebe o nome
de transubstanciação.
Os frutos da Comunhão
A Eucaristia é uma antecipação da glória celeste, uma vez que é o memorial da morte e
ressurreição de Jesus. Por meio dela somos cumulados da plenitude das bênçãos e
graças do Céu. No entanto, para receber algo tão grandioso, o verdadeiro tesouro da
Igreja — a Eucaristia — precisamos estar em estado de graça. “Se alguém tiver
consciência de ter pecado mortalmente, não deve aproximar-se da Eucaristia sem
primeiro ter recebido a absolvição no sacramento da Penitência.”
Muitos são os frutos da Comunhão, na nossa alma e na nossa vida. “O que o alimento
material produz na nossa vida corporal, realiza-o a Comunhão, de modo admirável, na
nossa vida espiritual.” Afinal, a graça que nos é dada na Eucaristia é a presença do
próprio Jesus Cristo na nossa alma, com seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade.
Que a Virgem Maria, Aquela que primeiro carregou Jesus, interceda por nós e nos
ajude a ter mais fé na Eucaristia. Pois “quanto mais viva for a fé eucarística no povo de
Deus, tanto mais profunda será a sua participação na vida eclesial por meio duma
adesão convicta à missão que Cristo confiou aos seus discípulos.”