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1 A Presença Real de Cristo na Eucaristia

 POR PROF. FELIPE AQUINO4 DE ABRIL DE 2022CATEQUESE

Desde que Jesus instituiu a Eucaristia na Santa Ceia, a Igreja nunca cessou de
celebrá-la, crendo firmemente na presença do Senhor na Hóstia consagrada pelo
sacerdote legitimamente ordenado pela Igreja. Nunca a Igreja duvidou da presença
real do Corpo, Sangue, Alma e Divindade do Senhor na Eucaristia. Desde os primeiros
séculos os Padres da Igreja ensinaram esta grande verdade recebida dos Apóstolos.
São Cirilo de Jerusalém (315-386) assim falava aos fiéis:
“Na cavidade da mão recebe o corpo de Cristo; dize Amém e com zelo santifica os
olhos ao contato do corpo santo… Depois aproxima-te do cálice. Dize Amém e
santifica-te tomando o sangue de Cristo. A seguir, toca de leve os teus lábios, ainda
úmidos, com tuas mãos, e santifica os olhos, a testa e os outros sentidos (ouvidos,
garganta, etc.)”.

Santo Efrém Sírio (306-444) falava da Eucaristia como “Glória ao remédio da vida”.
Santo Agostinho (354-430) a chamava de “o pão de cada dia, que se torna como o
remédio para a nossa fraqueza de cada dia”. E ainda dizia: “Ó reverenda dignidade do
sacerdote, em cujas mãos o Filho de Deus se encarna como no Seio da Virgem”. “A
virtude própria deste alimento divino é uma força de união que nos une ao Corpo do
Salvador e nos faz seus membros a fim de que nos transformemos naquilo que
recebemos”.

São Cirilo de Alexandria (370-444) dizia que ao comungarmos o corpo de Cristo nos
transformamos em “Cristóforos”, portadores de Cristo.

Na sua “Profissão de Fé”, o conhecido “Credo do Povo de Deus”, o Papa Paulo VI


afirmou:
“Cremos que como o pão e o vinho consagrados pelo Senhor, na Última Ceia, foram
mudados no seu Corpo e no seu Sangue, que iam ser oferecidos por nós na Cruz,
assim também o pão e o vinho consagrados pelo sacerdote se mudam no Corpo e no
Sangue de Cristo glorioso que está no céu, e cremos que a misteriosa presença do
Senhor naquilo que misteriosamente continua a aparecer aos nossos sentidos do
mesmo modo que antes, é uma presença verdadeira, real e substancial” (cf. Dz. Sch.
1651).
Em seguida, Paulo VI deixa claro que se afastam da fé católica aqueles que não
aceitam esta verdade.

“Toda explicação teológica que procura alguma inteligência deste mistério deve, para
estar de acordo com a fé católica, admitir que na própria realidade,
independentemente do nosso espírito, o pão e o vinho cessaram de existir depois da
consagração, de tal modo que estão realmente diante de nós o Corpo e o Sangue
adoráveis do Senhor Jesus, sobre as espécies sacramentais do pão e do vinho,
conforme Ele assim o quis, para se dar a nós em forma de alimento e para nos
associar à unidade do seu Corpo Místico” (cf. S. Th., III, 73, 3).
Com essas palavras o Papa deixou muito claro que a Eucaristia não se trata apenas de
um “sinal”, ou “símbolo”, nem mesmo “lembrança”, mas da presença real e substancial
do Senhor. Ele ainda acrescenta o seguinte:

“A única e indivisível existência do Senhor glorioso que está no céu não é multiplicada,
mas torna-se presente pelo Sacramento, em todos os lugares da terra onde a Missa é
celebrada. E permanece presente, depois do sacrifício, no Santíssimo Sacramento, que
está no Sacrário, coração vivo de cada uma das nossas igrejas. E é para nós um
dulcíssimo dever honrar e adorar na sagrada Hóstia, que os nossos olhos vêem, o
Verbo Encarnado, que eles não podem ver e que, sem deixar o céu, se tornou presente
no meio de nós” (Credo do Povo de Deus, Ed. Cléofas, 1998). Na Última Ceia, Jesus foi
muito claro: “Isto é o meu corpo”. “Isto é o meu sangue” (Mt 26,26-28). Ele não falou de
“símbolo”, nem de “sinal”, nem de “lembrança”.

São Paulo atesta a presença do Senhor na Eucaristia quando afirma:


“O cálice de benção, que bebemos, não é a comunhão do Sangue de Cristo? E o pão
que partimos, não é a comunhão do Corpo de Cristo?” (1Cor 10,16).

E o Apóstolo, que não estava na Última Ceia, recebeu esta certeza por revelação
especial do Senhor a ele:
“O Senhor Jesus, na noite em que foi entregue, tomou o pão e, dando graças, partiu-o
e disse: Tomai e comei; isto é o meu corpo, que será entregue por vós; fazei isto em
memória de mim. Igualmente também, depois de ter ceado, tomou o cálice e disse:
Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto em memória de mim todas
as vezes que o beberdes” (1Cor 11,23-29).

Sem dúvida a Eucaristia é o maior e o mais belo milagre que o Senhor realizou e quis
que fosse repetido a cada Missa, para que Ele pudesse estar entre nós, a fim de nos
curar e nos alimentar.

“A Eucaristia é ‘fonte e centro de toda a vida cristã’ (LG,11). Os restantes sacramentos,


porém, assim como todos os ministérios eclesiásticos e obras de apostolado, estão
vinculados com a Sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Com efeito, na santíssima
Eucaristia está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo,
nossa Páscoa” (PO,5 e CIC n.1324).
O Catecismo da Igreja nos garante que “Os milagres da multiplicação dos pães…
prefiguram a superabundância deste pão único da Eucaristia” (CIC, n.1335).

Tudo o que foi dito até aqui está baseado principalmente nas próprias palavras de
Jesus, naquele memorável discurso sobre a Eucaristia, na sinagoga de Cafarnaum, que
São João relatou com detalhes no capítulo 6 do seu Evangelho:

“Eu sou o Pão vivo que desceu do céu… Quem comer deste Pão viverá eternamente; e
o Pão que eu darei é a minha carne para a salvação do mundo… O que come a minha
carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia…
Porque a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente
bebida”.

Não há como interpretar de modo diferente estas palavras, senão admitindo a


presença real e maravilhosa do Senhor na Hóstia sagrada.

Lamentavelmente a Cruz e a Eucaristia foram e continuam a ser “pedra de tropeço”


para os que não crêem, mas Jesus exigiu até o fim esta fé. Aos próprios Apóstolos ele
disse: “Também vós quereis ir embora?” (Jo 6,67). Ao que Pedro responde na fé, não
pela inteligência: “Senhor, a quem iremos, só Tu tens palavras de vida eterna” (68).
Nunca Jesus exigiu tanto a fé dos Apóstolos como neste momento. E, se exigiu tanto,
sem dar maiores esclarecimentos como sempre fazia, é porque os discípulos tinham
entendido muito bem do que se tratava, bem como o povo que o deixou dizendo:
“Estas palavras são insuportáveis? Quem as pode escutar?” (Jo 6,60).

Também para cada um de nós a Eucaristia será sempre uma prova de fogo para a
nossa fé; mas, crendo na palavra do Senhor e no ensinamento da Igreja, seremos
felizes.

Quando Lutero pôs em dúvida a presença real e permanente do Senhor na Eucaristia,


o Concílio de Trento (1545-1563) assim se expressou:
“Porque Cristo, nosso Redentor, disse que o que Ele oferecia sob a espécie do pão era
verdadeiramente o seu Corpo, sempre na Igreja se teve esta convicção que o sagrado
Concílio de novo declara: pela consagração do pão e do vinho opera-se a conversão de
toda a substância do pão na substância do Corpo de Cristo nosso Senhor, e de toda a
substância do vinho na substância do seu Sangue; e esta mudança, a Igreja católica
chama-lhe com justeza e exatidão, transubstanciação” (DS, 1642; CIC n.1376).

Acima de tudo é preciso recordar que a Igreja recebeu do Senhor o carisma da


infalibilidade em termos de fé e de moral, a fim de não permitir que os seus filhos
sejam enganados no caminho da salvação (cf. Jo 14,15.25; 16,12-13). Portanto, o que a
Igreja garante há vinte séculos, jamais podemos duvidar, sob pena de estarmos
duvidando do próprio Jesus.

Para auxiliar a nossa fraqueza, Deus permitiu que muitos milagres eucarísticos
acontecessem entre nós: Lanciano (sec VIII), Ferrara (1171), Orvieto (1264), Offida
(1273), Sena (1330 e 1730),Turim (1453), etc., que atestam ainda hoje o Corpo vivo do
Senhor na Eucaristia, comprovado pela própria ciência. Há tempos, foi traçado na
Europa um “mapa eucarístico”, que registra o local e a data de mais de 130 milagres,
metade deles ocorridos na Itália.

Prof. Felipe Aquino

2 Os frutos da Eucaristia
 POR PROF. FELIPE AQUINO22 DE JUNHO DE 2022CATEQUESE
Como a Sagrada Eucaristia nos põe em comunhão íntima e profunda com o Senhor,
os seus frutos são abundantes quando ela é recebida com as “disposições
necessárias”: estado de graça, desejo de santidade, fervor apostólico, ação de graças
etc.
O Senhor diz: “Quem come a minha Carne e bebe meu Sangue permanece em mim e
eu nele” (Jo 6,56). “Assim como o Pai, que vive, me enviou e eu vivo pelo Pai, também
aquele que de mim se alimenta viverá por mim” (Jo 6,57).

O que o alimento produz em nossa vida corporal, a comunhão o realiza de maneira


admirável em nossa vida espiritual. A comunhão da Carne de Cristo ressuscitado,
“vivificado pelo Espírito Santo e vivificante” (PO 5), conserva, aumenta e renova a vida
da graça recebida no Batismo. Este crescimento da vida cristã precisa ser alimentado
pela comunhão eucarística, pão da nossa peregrinação, até o momento da morte,
quando nos será dado como viático.

A comunhão livra-nos do pecado


O Corpo de Cristo que recebemos na comunhão é “entregue por nós”, e o Sangue que
bebemos é “derramado por muitos para remissão dos pecados”. Por isso a Eucaristia
purifica-nos ao mesmo tempo dos pecados cometidos e preserva-nos dos pecados
futuros. Santo Ambrósio dizia:
“Se anunciamos a morte do Senhor, anunciamos a remissão dos pecados. Se, toda vez
que o Sangue é derramado, o é para a remissão dos pecados, devo recebe-lo sempre,
para que perdoe sempre os meus pecados. Eu que sempre peco, devo ter sempre um
remédio” (Sacr. 4,28).

O Concílio de Trento ensinou que como o alimento corporal serve para restaurar a
perda das forças, a Eucaristia fortalece a caridade que, na vida diária, tende a
arrefecer; e esta caridade vivificada apaga os pecados veniais (DS 2638). Ao dar-se a
nós, Cristo reativa o nosso amor e nos torna capazes de romper as amarras
desordenadas com as criaturas e de enraizar-nos nele. É por isso que muitos vícios
(bebida, jogo, cigarro, drogas, masturbação etc.) são deixados quando a pessoa
comunga com frequência.

Acima de tudo a Eucaristia nos preserva dos pecados mortais futuros; isto é da perda
da graça santificante e da amizade de Deus. Quanto mais participarmos da vida de
Cristo e quanto mais progredirmos na sua amizade, tanto mais difícil dele separar-nos
pelo pecado mortal.

A comunhão renova, fortalece e aprofunda a nossa incorporação à Igreja, realizada já


pelo Batismo. No Batismo fomos chamados a construir um só Corpo (1 Cor 12,13). A
Eucaristia realiza isto.

“O cálice de bênção que abençoamos não é comunhão com o Sangue de Cristo? Já que
há um único pão, nós embora muitos, somos um só Corpo, visto que todos
participamos deste único pão” (1 Cor 10,16-17).

A Eucaristia compromete-se com os pobres


S. João Crisóstomo dizia: “Degustaste o Sangue do Senhor e não reconheces sequer o
teu irmão. Desonras esta própria mesa, não julgando digno de compartilhar do teu
alimento aquele que foi julgado digno de participar desta mesa. Deus te libertou de
todos pecados e te convidou para esta mesa. E tu, nem mesmo assim, não te tornaste
mais misericordioso” (Hom. In 1Cor 27,5).
Para receber, na verdade, o Corpo e o Sangue de Cristo entregues por nós, devemos
reconhecer o Cristo nos mais pobres, seus irmãos; especialmente os famintos, nus,
presos e enfermos (Mt 25,40). A madre Teresa de Calcutá ensinava às suas irmãs a
adorarem o Cristo no Sacrário antes de o socorrerem nas ruas na presença do pobre
necessitado.

Ensinamentos dos Santos sobre a Eucaristia


São João Crisóstomo: “Deu-se todo, não reservando nada para si”. “Não comungar
seria o maior desprezo a Jesus que se sente doente de amor” (Ct 2,4-5).
São Boaventura: “Ainda que friamente aproxime-se [para comungar] confiando na
misericórdia de Deus”.
São Francisco de Sales: “Duas espécies de pessoas devem comungar com frequência:
os perfeitos para se conservarem perfeitos, e os imperfeitos para chegarem à
perfeição”.
Santa Teresa de Ávila: “Não há meio melhor para se chegar à perfeição”. “Não
percamos tão grande oportunidade para negociar com Deus. Ele [Jesus] não costuma
pagar mau a hospedagem se o recebermos bem”.
“Devemos estar na presença de Jesus Sacramentado, como os Santos no céu, diante
da Essência Divina”.

São Bernardo: “A comunhão reprime as nossas paixões: ira e sensualidade


principalmente”. “Quando Jesus está presente corporalmente em nós, ao redor de nós,
montam guarda de amor os anjos”.
Santo Ambrósio: “Eu que sempre peco, preciso sempre do remédio ao meu alcance”.
São Gregório Nazianzeno: “Este pão do céu requer que se tenha fome. Ele quer ser
desejado”. “O Santíssimo Sacramento é fogo que nos inflama de modo que, retirando-
no do altar, espargimos tais chamas de amor que nos tornam terríveis ao inferno”.
São Tomás de Aquino: “A comunhão destrói a tentação do demônio”.
Santo Afonso de Ligório: “Ficai certos de que todos os instantes da vossa vida, o
tempo que passardes diante do Divino Sacramento será o que vos dará mais força
durante a vida, mais consolação na hora da morte e durante a eternidade”.
São Pio X: “A devoção à Eucaristia é a mais nobre de todas as devoções, porque tem o
próprio Deus por objeto; é a mais salutar porque nos dá o próprio autor da graça; é a
mais suave, pois suave é o Senhor”.
“Se os anjos pudessem sentir inveja, nos invejariam porque podemos comungar”.
Santo Agostinho: “Não somos nós que transformamos Jesus Cristo em nós, como
fazemos com os outros alimentos que tomamos, mas é Jesus Cristo que nos
transforma nele”.
“Sendo Deus onipotente, não pode dar mais; sendo sapientíssimo, não soube dar
mais; e sendo riquíssimo, não teve mais o que dar”.

“A Eucaristia é o pão de cada dia que se toma como remédio para a nossa fraqueza de
cada dia”.

“Na Eucaristia Maria perpetua e estende a sua maternidade”.

São Gregório de Nissa: “Nosso corpo, unido ao Corpo de Cristo, adquire um princípio


de imortalidade, porque se une ao Imortal”.
São João Maria Vianney: “Cada hóstia consagrada é feita para se consumir de amor
em um coração humano”.
Santa Teresinha: “Não é para ficar numa âmbula de ouro, que Jesus desce cada dia
do céu, mas para encontrar um outro céu, o da nossa alma, onde Ele encontra as suas
delícias”.
“Quando o demônio não pode entrar com o pecado no santuário de uma alma, quer
pelo menos que ela fique vazia, sem dono e afastada da comunhão”.

Santa Margarida Maia Alacoque: “Nós não saberíamos dar maior alegria ao nosso
inimigo, o demônio, do que afastando-nos de Jesus, o qual lhe tira o poder que ele tem
sobre nós”.
São Felipe Néri: “A devoção ao Santíssimo Sacramento e a devoção à Santíssima
Virgem são, não o melhor, mas o único meio para se conservar a pureza. Somente a
comunhão é capaz de conservar um coração puro aos 20 anos. Não pode haver
castidade sem a Eucaristia”.
Santa Catarina de Gênova: “O tempo passado diante do Sacrário é o tempo mais
bem empregado da minha vida”.
São João Bosco: “Não omitais nunca a visita a cada dia ao Santíssimo Sacramento,
ainda que seja muito breve, mas contanto que seja constante”.
“Quereis que o Senhor vos dê muitas graças? Visitai-o muitas vezes. Quereis que Ele
vos dê poucas graças? Visita-o poucas vezes. Quereis que o demônio vos assalte?
Visitai raramente a Jesus Sacramentado. Quereis que o demônio fuja de vós? Visitai a
Jesus muitas vezes. Querei vencer ao demônio? Refugiai-vos sempre aos pés de Jesus.
Quereis ser vencidos? Deixai de visitar Jesus…”

Retirado do livro: “Eucaristia – Coleção Sacramentos”. Ed. Canção Nova.

3 Os Santos e a Eucaristia
 POR PROF. FELIPE AQUINO27 DE JUNHO DE 2022CATEQUESE

“A devoção à Eucaristia é a mais nobre de todas as devoções, porque tem o próprio


Deus por objeto; é a mais salutar porque nos dá o próprio autor da graça; é a mais
suave, pois suave é o Senhor. Se os anjos pudessem sentir inveja, nos invejariam
porque podemos comungar” (Papa São Pio V).
A santa Missa e a sagrada Comunhão do Corpo de Cristo têm um valor extraordinário
que todos os santos não se cansaram de exaltar. O Papa Bento XVI na Encíclica
“Caritas in Veritate” nos lembra:

“Amados irmãos e irmãs, a Eucaristia está na origem de toda a forma de santidade,


sendo cada um de nós chamado à plenitude de vida no Espírito Santo. Quantos santos
tornaram autêntica a própria vida, graças à sua piedade eucarística! De Santo Inácio de
Antioquia a Santo Agostinho, de Santo Antão Abade a São Bento, de São Francisco de
Assis a São Tomás de Aquino, de Santa Clara de Assis a Santa Catarina de Sena, de São
Pascoal Bailão a São Pedro Julião Eymard, de Santo Afonso Maria de Ligório ao Beato
Carlos de Foucauld, de São João Maria Vianey a Santa Teresa de Lisieux, de São Pio de
Pietrelcina à Beata Teresa de Calcutá, do Beato Pedro Jorge Frassati ao Beato Ivan
Mertz, para mencionar apenas alguns de tantos nomes, a santidade sempre encontrou
o seu centro no sacramento da Eucaristia”.

Vamos recordar as memoráveis palavras de alguns desses gigantes da Igreja que hoje
participam no céu da eterna liturgia celeste. O Concílio de Trento (1545-1563) ensinou
que a Eucaristia é “remédio pelo qual somos livres das falhas cotidianas e preservados
dos pecados mortais”.

“As almas do purgatório são aliviadas pelas orações e sufrágio dos fiéis,
principalmente pelo Sacrifício do Altar” (Sessão 25).

São Jerônimo (348-420), doutor da Igreja:


“Nosso Senhor nos concede tudo o que lhe pedimos na Santa Missa: o que mais vale é
que nos dá ainda o que nem se quer cogitamos pedir-lhe e que, entretanto, nos é
necessário”.
São João Maria Vianney, patrono dos párocos:
“Se conhecêssemos o valor do Santo Sacrifício da Missa que zelo não teríamos em
assistir a ela” (Cura d’Ars).

“Cada Hóstia consagrada é feita para se consumir de amor em um coração humano”.

São Francisco de Sales (1567-1622), doutor da Igreja:


“A Missa é o sol da Igreja”.

“Duas espécies de pessoas devem comungar com frequência: os perfeitos para se


conservarem na perfeição, e os imperfeitos para chegarem à perfeição”.

São Bernardo de Claraval (1090-1153), doutor da Igreja:


“Fica sabendo, ó cristão, que mais merece ouvir devotamente uma só missa do que
distribuir todas as riquezas aos pobres e peregrinar toda a terra”.

“A comunhão reprime as nossas paixões: ira e sensualidade principalmente”.

“Quando Jesus está presente corporalmente em nós, ao redor de nós, montam guarda
de amor os anjos”.
Santa Teresa D’Ávila (1515-1582), doutora da Igreja:
“Não há meio melhor para se chegar à perfeição”.

“Não percamos tão grande oportunidade para negociar com Deus. Ele [Jesus] não
costuma pagar mal a hospedagem se o recebemos bem”.

“Devemos estar na presença de Jesus Sacramentado, como os Santos no céu, diante


da Essência Divina”.

São Tomás de Aquino (1225-1274):


“A Comunhão destrói a tentação do demônio”.

São Vicente Ferrer:


“Há mais proveito na Eucaristia que em uma semana de jejum a pão e água”.

São João Crisóstomo (349-407), doutor da Igreja:


“A Eucaristia dá-nos uma grande inclinação para a virtude, uma grande paz e torna
mais fácil o caminho para a santificação”.

“Deu-se todo não reservando nada para si”.

“Não comungar seria o maior desprezo a Jesus que se sente ‘doente de amor’” (Ct 2,4-
5).

Santo Ambrósio (340-397), doutor da Igreja:


“Eu que sempre peco, preciso sempre do remédio ao meu alcance”.

São Gregório Nazianzeno (330-379), doutor da Igreja:


“Este pão do céu requer-se que se tenha fome. Ele quer ser desejado”.

“O Santíssimo Sacramento é fogo que nos inflama de modo que, retirando-nos do


altar, espargimos tais chamas de amor que nos tornam terríveis ao inferno”.

Santo Agostinho (354-430), doutor da Igreja:


“Ele se esconde porque quer ser procurado”.

“Não somos nós que transformamos Jesus Cristo em nós, como fazemos com os
outros alimentos que tomamos, mas é Jesus Cristo que nos transforma nele”.
“Sendo Deus onipotente, não pôde dar mais; sendo sapientíssimo, não soube dar
mais; e sendo riquíssimo, não teve mais o que dar”.

“A Eucaristia é o pão de cada dia que se toma como remédio para a nossa fraqueza de
cada dia”.

“Na Eucaristia Maria perpetua e estende a sua maternidade”.

Santo Afonso de Ligório (1696-1787), doutor da Igreja:


“A comunhão diária não pode conviver com o desejo de aparecer, vaidade no vestir,
prazeres da gula, comodidades, conversas frívolas e maldosas. Exige oração,
mortificação, recolhimento”.

“Ficai certos de que todos os instantes da vossa vida, o tempo que passardes diante do
Divino Sacramento será o que vos dará mais força durante a vida, mais consolação na
hora da morte e durante a eternidade”.

São João de Ávila:


“Tempo de ganhar muitas graças”.

Santa Maria Madalena de Pazzi:


“Tempo mais apropriado para crescer no amor de Deus”.

“Os minutos que vêm depois da comunhão – dizia a santa – São os mais preciosos que
temos em nossa vida; os mais apropriados de nossa parte para entender-nos com
Deus e, da parte de Deus, para comunicar-nos o seu amor”.

São Gregório de Nissa:


“Nosso corpo unido ao corpo de Cristo, adquire um princípio de imortalidade, porque
se une ao Imortal”.

Santa Teresinha de Lisieux (1873-1897), doutora da Igreja:


“Não é para ficar numa âmbula de ouro, que Jesus desce cada dia do céu, mas para
encontrar um outro céu, o da nossa alma, onde ele encontra as sua delícias”.

“Quando o demônio não pode entrar com o pecado no santuário de uma alma, quer
pelo menos que ela fique vazia, sem dono e afastada da comunhão”.
Santa Margarida Maria Alacoque:
“Nós não saberíamos dar maior alegria ao nosso inimigo, o demônio, do que
afastando-nos de Jesus, o qual lhe tira o poder que ele tem sobre nós”.

São Filipe Néri:


“A devoção ao Santíssimo Sacramento e a devoção à Santíssima Virgem são, não o
melhor, mas o único meio para se conservar a pureza. Somente a comunhão é capaz
de conservar um coração puro aos 20 anos. Não pode haver castidade sem a
Eucaristia”.

Santa Catarina de Gênova:


“O tempo passado diante do Sacrário é o tempo mais bem empregado da minha vida”.

São João Bosco:


“Não omitais nunca a visita a cada dia ao Santíssimo Sacramento, ainda que seja muito
breve, mas contanto que seja constante”.

“Quereis que o Senhor vos dê muitas graças? Visitai-o muitas vezes. Quereis que Ele
vos dê poucas graças? Visitai-o poucas vezes. Quereis que o demônio vos assalte?
Visitai raramente a Jesus Sacramentado. Quereis que o demônio fuja de vós? Visitai a
Jesus muitas vezes. Quereis vencer ao demônio? Refugiai-vos sempre aos pés de Jesus.
Quereis ser vencidos? Deixai de visitar Jesus (…)”.

Imitação de Cristo (Tomás de Kempis):


“Ao sacerdote na consagração é dado ao que aos anjos não foi concedido”.

“Não há oblação mais digna, nem maior satisfação para expiar os pecados, que
oferecer-se a si mesmo a Deus, pura e inteiramente, unido à oblação do Corpo de
Cristo, na missa e na comunhão”.

“A Eucaristia é a saúde da alma e do corpo, remédio de toda enfermidade espiritual,


cura os vícios, reprime as paixões, vence ou enfraquece as tentações, comunica maior
graça, confirma a virtude nascente, confirma a fé, fortalece a esperança, inflama e
dilata a caridade”.

São Cirilo de Jerusalém:


“Quando te aproximares para receber o Senhor não o faças com os braços soltos e
com os dedos abertos, mas faça da tua mão esquerda o Trono para a sua mão direita,
pois nesta receberás o Rei, e na alma recebes o Corpo de Cristo dizendo Amém. Então,
com todo cuidado, santifica teus olhos pelo Santo Corpo e em seguida toma-O e cuida
para que nada se perca”.

São Josemaria Escrivá de Balaguer:


“É preciso adorar devotamente este Deus escondido. Ele é o mesmo Jesus Cristo, que
nasceu da Virgem Maria; o mesmo que padeceu e foi imolado na cruz; o mesmo,
enfim, de cujo peito trespassado jorrou água e sangue” (Cristo que Passa).
“Dir-vos-ei que, para mim, o Sacrário foi sempre Betânia, o lugar tranquilo e aprazível
onde está Cristo, onde Lhe podemos contar as nossas preocupações, os nossos
sofrimentos, as nossas aspirações e as nossas alegrias, com a mesma simplicidade e
naturalidade com que aqueles amigos seus, Marta, Maria e Lázaro, lhe falavam. Por
isso, ao percorrer as ruas de alguma cidade ou de alguma aldeia, alegra-me descobrir,
ainda que ao longe, a silhueta duma igreja: é um novo Sacrário, mais uma ocasião
para deixar a alma escapar-se para estar com o desejo junto do Senhor
Sacramentado” (Cristo que Passa).

Chiara Lubic, fundadora dos Focolarinos, disse certa vez: “Enquanto existir a Eucaristia
eu nunca estarei só. Enquanto existir um sacrário, não terei solidão”.

É preciso preparar-se para receber Jesus. E a melhor preparação, na hora de recebê-lo,


é entregar o coração a Nossa Senhora, para que ela o prepare com as disposições
necessárias. Já que não somos dignos de receber o seu Filho, deixemos que ela cubra
o nosso coração com a sua presença tão amável.

“É pelo preparo do aposento que se conhece o amor de quem acolhe o seu amado”,
dizia Santa Teresa D’Ávila.

Retirado do livro: “Como preparar-se bem para comungar”. Prof. Felipe Aquino.
Ed. Cléofas.

4 Nossa Senhora e a Eucaristia


 POR PROF. FELIPE AQUINO15 DE DEZEMBRO DE 2021DOUTRINA E TEOLOGIA
Jesus se torna acessível às pessoas na comunhão
O Papa João Paulo II escreveu o documento Ecclesia de Eucharistia falando da extrema
ligação de Nossa Senhora com a Eucaristia. Há um nexo profundo entre Maria
Santíssima e a Eucaristia; o próprio Papa João Paulo II afirma que Ela foi o primeiro
sacrário do mundo, por essa razão, Ela em tudo tem a ver com Jesus Eucarístico. A
primeira coisa que o saudoso Pontífice nos recorda é que Maria não estava presente
no momento da instituição da Eucaristia, na Santa Ceia, pois não era o papel dela estar
lá, mas através de sua intercessão, realizou-se o milagre da transubstanciação pelo
poder do Espírito Santo.
O que faz um homem ser homem? É a beleza física? A cor dos seus cabelos? O formato
de sua orelha? Nada disso. O que o faz ser homem é algo que não se vê, é a alma! É a
essência de alguém que o faz ser quem é. Assim, quando vemos a hóstia branca,
redonda, de diversos tamanhos, não fazemos conta da essência, da substância e é isso
que acontece no momento da transubstanciação, ou seja, a transformação da
substância vinho e pão para Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Jesus se torna acessível às pessoas na comunhão. Todos podem receber a Eucaristia,
independentemente de sua condição física ou psicológica. Deus quis que você
recebesse o Corpo, a Alma e a Divindade de Cristo. É Jesus, que se esconde e se
aniquila através da Eucaristia.
Só há um caso em que o Senhor não está na hóstia: é quando o trigo ou o vinho se
estragam, deixando de ser pão e vinho, não tem como ser Jesus. Jesus não “está” no
pão, Jesus é o Pão Consagrado. Quantas vezes, Ele entra na boca de um bêbado e até
de alguém que não está preparado para recebê-Lo na comunhão.

Quando compreendermos o amor de Jesus por nós, nosso desejo pela Eucaristia será
maior. Hóstia significa “vítima oferecida em sacrifício”. Cristo deu o poder aos
sacerdotes para consagrarem a substância do pão e do vinho em Corpo e Sangue d’Ele
por inteiro, é a palavra de Cristo pelo sacerdote. O sacramental é aquilo que depende
de nossa fé; mas, o sacramento é diferente, pois, por exemplo, no sacramento do
batismo a criança não precisa ter fé para acontecer a graça, pois é Deus quem opera.

Todos nós conhecemos a passagem bíblica que narra as Bodas de Caná (cf. Jo 2,1-12).
Naquele momento, o Senhor mudou tanto a aparência como a substância do líquido,
diferentemente do que acontece durante a consagração, na celebração da Santa
Missa. A essência do trigo é o próprio Corpo de Cristo; a essência do vinho é Seu
próprio Sangue.
Assim como Jesus se fez presente no seio da Santíssima Virgem Maria durante a
gestação, quando O recebemos na Hóstia Consagrada, Ele está presente dentro em
nós. Então, como Maria, podemos cantar o “Magnificat”.

Nosso Senhor Jesus Cristo se encarna no corpo de cada um de nós, também com o
desígnio de nos salvar. Ele tem uma paixão enorme pela nossa essência, a nossa alma,
por isso, tenta de todas as maneiras salvá-la. Diante disso, cabe a nós olharmos para
Cristo, na Eucaristia, com a mesma adoração que Isabel recebeu Maria, quando
grávida, ao visitá-la (cf. Lc 1,39-56).

Assim como a Igreja e a Eucaristia não se separam, a Virgem Maria e a Eucaristia


também não se separam. Quem entra na comunhão com Cristo, entra na escola de
Maria, pois Ela tem muito a nos ensinar!

Prof. Felipe Aquino

5 O Valor da Santa Comunhão


 POR PROF. FELIPE AQUINO19 DE JANEIRO DE 2022CATEQUESE
Os santos dizem que vale muito mais uma Comunhão do que um êxtase, um
arrebatamento, uma visão. A Santa Comunhão transporta o Paraíso inteiro para o
nosso pobre coração. Ali o Céu se faz presente; “onde está o Rei está toda a Corte”,
dizia Santa Tereza de Jesus. Quando Jesus é recebido em uma alma, toda a Igreja
exulta de alegria, a dos Céus, a do Purgatório e a da Terra.
A Santa Comunhão deve ser recebida em “estado de graça”. Por isso, se tivermos
cometido um pecado mortal, ainda que já estivermos arrependidos e sintamos um
grande desejo de comungar, é necessário e indispensável que nos confessemos com o
sacerdote antes de Comungar. É bom se lembrar do que São Paulo disse aos coríntios:
“Quem come desse pão ou bebe do cálice do Senhor indignamente, será réu do Corpo
e do Sangue do Senhor” (1Cor 11,27).

Quem quer receber a Cristo na Comunhão eucarística não pode ter, em consciência,
algum pecado mortal. A Confissão comunitária só é válida em casos muito especiais; e,
assim mesmo, o penitente fica obrigado depois a se confessar com um sacerdote tão
logo seja possível. (cf. CIC§1483).

Mas o que é o pecado mortal?


“É pecado mortal todo pecado que tem como objeto uma matéria grave, e que é
cometido com plena consciência e deliberadamente” (CIC§1859). Isto é, uma infração
grave à lei de Deus, cometida de maneira consciente e livre.
A matéria grave, ensina o Catecismo, é precisada pelos Dez Mandamentos, segundo a
resposta de Jesus ao jovem rico: “Não mates, não cometas adultério, não roubes, não
levantes falso testemunho, não defraudes ninguém, honra teu pai e tua mãe” (Mc
10,19), (CIC§1858).

Um modo delicado de preparar-nos para a sagrada Comunhão é invocando a Virgem


Imaculada e entregando-nos a ela para que nos prepare para receber a Jesus com a
humildade, com a sua pureza, com o seu amor, e que venha ela mesma recebê-lo em
nós. Esta piedosa prática foi recomendada por muitos Santos, especialmente por S.
Luiz Grignon de Montfort, por S. Pedro Julião Eymard, por S. Afonso de Ligório, S.
Maximiliano M. Kolbe e muitos outros: “A melhor preparação para Santa Comunhão é
a que se faz com Maria”.

São Cirilo de Jerusalém, que pregava no século V na Basílica do Santo Sepulcro de


Jesus, nos dá belas orientações sobre a Comunhão.

Aos que recebem a Hóstia nas mãos, ele dizia:


“Quando te aproximares para receber o Senhor não o faças com os braços soltos e
com os dedos abertos, mas faça da tua mão esquerda o Trono para a sua mão direita,
pois nesta receberás o Rei, e na alma recebes o Corpo de Cristo dizendo Amém. Então,
com todo cuidado, santifica teus olhos pelo Santo Corpo e em seguida toma-O e cuida
para que nada se perca. Com efeito, qualquer migalha que perderes seria como que
perder um dos teus próprios membros.

Diga-me: se colocassem ouro em pó na tua mão, você não guardaria com toda
atenção? Não terás, portanto, ainda maior cuidado com o objeto ainda mais precioso
que o ouro e que qualquer pedra preciosa, para que não se perca nenhuma migalha?

Depois, tendo comungado o Corpo de Cristo, aproxima-te do Cálice do Seu Sangue,


inclina-te num gesto de Adoração e diga Amém. Santifica-te assim tomando também o
Sangue de Cristo.
E esperando a oração, dá Graças a Deus, que te considerou digno de tão grande
Mistério…”

Ninguém é digno de receber a Eucaristia, mas é o amor de Jesus que quer que o
recebamos. O amor de Jesus por nós, exige que ele se dê a nós. Assim, o importante
são as “disposições convenientes” para Comungar, que segundo Santo Afonso
precisamos ter para fazer uma boa Comunhão com Jesus: 1. Estar em estado de graça;
2. querer ser santo; 3. desejar crescer no amor a Jesus; 4. fazer meditação frequente;
5. mortificar os sentidos e as paixões; 6. fazer a ação de graças após a comunhão, e
querer ser de Deus.

Àqueles que não querem comungar, por se acharem indignos, Santo Afonso de Ligório
diz: “Menos digno te tornarás, pois serás mais fraco e cairás mais”. E ensinava que “as
faltas, quando não plenamente voluntárias, não impedem a Comunhão”.

O cânon 920 do Código de Direito Canônico estabelece que todo fiel católico, após a
Primeira Comunhão, “tem o dever de comungar ao menos uma vez por ano. Este
preceito deve ser cumprido no tempo pascal a não ser que, por justa causa, se cumpra
em outra época dentro do mesmo ano”. Por “tempo pascal” na Igreja universal
entende-se o período que vai de quinta-feira santa até o Domingo de Pentecostes (no
Brasil o tempo pascal estende-se do primeiro Domingo de fevereiro até 16/07).

Diz o cânon 916 do novo Código: “Quem está consciente de pecado grave, não celebre
a Missa nem comungue o Corpo do Senhor sem fazer antes a Confissão sacramental a
não ser que exista causa grave e não haja oportunidade para se confessar; neste caso,
porém, lembre-se de que é obrigado a fazer um ato de contrição perfeita, que inclui o
propósito de se confessar quanto antes”.

Santo Agostinho disse: “Não abramos de par em par a boca, mas o coração. Não nos
alimenta o que vemos, mas o que cremos”.

Aquele que ama anseia estar junto da pessoa amada; e o seu maior sofrimento é não
ser correspondido no seu amor. Para comprovar isto, basta ver como fica triste uma
jovem, quando o namorado que tanto ama, lhe abandona. A dor e a angústia é ainda
maior quando ela é trocada por outra. A dor mais forte é a “dor do amor”. A pior dor é
a do amor não correspondido. Conheci uma moça que, ao saber que o seu namoro
tinha terminado, não queria mais nada, e nada podia consolá-la; não queria mais
comer, dormir, estudar… nada. Era a dor do amor. Queria “morrer”…
Jesus mostrou e provou o seu amor por nós de inúmeras maneiras: assumiu a nossa
natureza, “vestiu a nossa carne”, fez-se obediente até a morte, morte de cruz, para nos
salvar da morte eterna, e ficou conosco para sempre na Eucaristia.

Neste Sacramento do seu próprio Corpo, o Senhor nos dá a revelação máxima do seu
amor. Fez o milagre da Eucaristia para estar junto de nós, individualmente, com cada
um, de modo “particular”, e inteiramente. Fez-se pão, “prisioneiro dos nossos
sacrários”, para estar sempre conosco, a cada dia, e todos os dias.
Ele se entregou totalmente a nós no Pão.

Ele que é Onipotente, se fez fraco no pão; Ele que é o Soberano, se fez pobre; Ele que
é o Infinito de Tudo, se fez limitado num pedacinho de pão. É o milagre do Amor.

Na Comunhão recebemos Jesus, substancialmente, e Ele vem a nós para nos


transformar Nele e nos comunicar a Sua Santidade e, depois, sua Felicidade e Glória
eternas.

Pela santa Comunhão, Ele como que nasce, cresce, vive em nós; por isso, quer ser
recebido frequentemente por cada um dos cristãos.

6 Somos santificados pela Eucaristia


 POR PROF. FELIPE AQUINO20 DE JUNHO DE 2022CATEQUESE
“A
Eucaristia é o coração e o ápice da vida da Igreja – diz o Catecismo – pois nela Cristo
associa sua Igreja e todos os seus membros a Seu sacrifício de louvor e de ação de
graças oferecido uma vez por todas na cruz a seu Pai; pelo seu sacrifício ele derrama
as graças da salvação sobre seu corpo, que é a Igreja” (§1407)
Quem quer receber a Cristo na comunhão eucarística não pode ter, em consciência,
algum pecado mortal. Será preciso confessar antes.

“É pecado mortal todo pecado que tem como objeto uma matéria grave, e que é
cometido com plena consciência e deliberadamente” (CIC§ 1859).

Isto é, uma infração grave à lei de Deus, cometida de maneira consciente e livre.
“A matéria grave que é precisada pelos dez mandamentos segundo a resposta de
Jesus ao jovem rico: “Não mates, não cometas adultério, não roubes, não levantes
falso testemunho, não defraudes ninguém, honra teu pai e tua mãe” (Mc 10,19)” (CIC§
1858).

O meio mais poderoso para a nossa santificação é a Comunhão com Jesus na


Eucaristia. Por ela nos unimos com o “Santo”, e somos nele transformados. Assim
como o ferro, no fogo, vai assumindo a cor deste, pela Comunhão vamos assumindo a
“imagem e semelhança” do Senhor.
A Eucaristia é o alimento espiritual de nossa caminhada para Deus. No Antigo
Testamento ela foi prefigurada pelo maná que alimentou o povo de Deus por
quarenta anos, a caminho da Terra Prometida. (Ex 8,2-16). Esse maná era apenas uma
figura do verdadeiro “pão vivo descido do céu”, que quem comer “viverá eternamente”
(Jo 6,51).

No discurso sobre a Eucaristia, que Jesus proferiu na sinagoga de Cafarnaum, ele


deixou claro:
“Em verdade, em verdade vos digo, se não comerdes a carne do Filho do homem e não
beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós” (v. 53).

Se não temos a vida de Jesus sem a Eucaristia, muito menos poderemos ter a
santidade, pois esta é exatamente a consequência da participação da vida divina.

“Porque a minha carne é verdadeira comida e meu sangue é verdadeira bebida” (v.
55).
Assim como o corpo não pode ter vida sem comida e sem bebida, da mesma forma a
alma não tem a vida eterna sem a Eucaristia, sem o Corpo ressuscitado de Jesus.

No discurso de Jesus há uma promessa maravilhosa:


“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” (56).

Jesus, na última Ceia, insistiu com os discípulos:


“Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si
mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tão pouco dar
fruto, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira, vós os ramos. Quem
permanecer em mim e eu nele, essa dá muito fruto; porque sem mim nada podeis
fazer” (Jo 15,1-5).

No final Jesus completa dizendo:

“Nisto é glorificado meu Pai, para que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos”
(8).

Essas palavras mostram que o “fundamental” na vida cristã, é “permanecer” em Jesus,


a fim de que possamos dar frutos, que glorificam o Pai.
Para que pudéssemos, então, “permanecer nele”, ele nos deixou a Eucaristia, o maior
de todos os milagres do seu amor por nós. O seu próprio Ser nos é dado, corpo,
sangue, alma e divindade. É o próprio Jesus ressuscitado que vem a cada um de nós.

Seu Corpo se funde ao nosso, sua Alma se une à nossa, seu Sangue se mistura com o
nosso, e sua Divindade se junta à nossa humanidade. Não pode haver união mais
íntima e mais intensa na face da terra. É o amado (Jesus) que vai em busca da sua
amada (nossa alma) para unir-se a ela. O amor exige a união. E nessa união Ele nos
santifica.

“Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei” (Mt 11,28).

A maneira mais fácil de acolher esse convite amoroso do Senhor é na Eucaristia.

“Não os quero despedir em jejum para que não desfaleçam no caminho” (Mt 15,32).
Jesus disse aos seus discípulos, sobre aquela multidão faminta que o seguia há três
dias pelo deserto, e por isso fez o milagre da multiplicação dos pães. Agora Ele
“multiplica” o seu próprio Corpo para que não desfaleçamos na caminhada dura desta
vida até a Casa do Pai. Sem dúvida, a multiplicação dos pães, foi um grande milagre
que prefigurava a Eucaristia distribuída a cada um de nós.

A Comunhão nos preserva do pior de todos os males que é o pecado. O Concílio de


Trento (1545-1563) afirma que é “remédio pelo qual somos livres das falhas cotidianas
(…) e preservados do pecado mortal”.

O Papa Inocêncio III afirmou:


“Jesus Cristo com a sua paixão nos livrou do poder do pecado, mas com a Eucaristia
nos livra do poder de pecar”.

7 Eucaristia, alimento e remédio


 POR PROF. FELIPE AQUINO17 DE JUNHO DE 2022CATEQUESE
“A Eucaristia é o pão de cada dia, que se toma como remédio para a nossa fraqueza
de cada dia” Santo Agostinho.
São Paulo mostrou seu desapontamento verificando que, apesar da celebração da
Eucaristia, havia ainda na comunidade de Corinto “muitos fracos e enfermos e um
bom número de mortos” (1Cor 11,30). As primeiras gerações cristãs acreditavam nas
curas pela Eucaristia. Por exemplo, S. Cirilo de Alexandria (370-444) disse: “Se apenas o
contato com a sua santa carne restituía a vida à matéria já deteriorada, quão grande
proveito não haveríamos de tirar da Eucaristia vivificante, quando a recebemos, visto
que não é possível que a Vida não faça viver aqueles aos quais ela se infunde”.

São João Crisóstomo (344-407), o grande Patriarca de Constantinopla, convidava os


fiéis a “aproximar-se da Eucaristia com fé”, “cada qual com as suas doenças”; e S.
Efrém (306-372), doutor da Igreja, exclamava: “Glória ao remédio da vida!”. Na verdade,
dizia, Cristo “corta uma parte do seu próprio corpo; aplica-a à ferida, e cura, como a
sua carne e o seu sangue, as chagas”.

O Papa Leão XIII disse que na Eucaristia “estão concentradas, com singular riqueza e
variedade de milagres, todas as realidades sobrenaturais” (Carta encicl. Mirae
Caritatis).
O Concílio de Trento (1565-1583) afirmou: “A Eucaristia é Remédio pelo qual somos
livres das falhas cotidianas e preservados dos pecados mortais”. É o próprio Jesus
combatendo em nós contra a “concupiscência da carne e soberba da vida”.

Sabemos que a penitência apaga em nós o pecado, mas a tendência ao pecado


continua em nós; a Eucaristia contrabalança essa inclinação ao mal e impede que o
demônio se apodere de nossa alma.

Pela Eucaristia nos unimos com o “Santo”, e somos nele transformados. Assim como o
ferro, no fogo, vai assumindo a sua cor, pela Comunhão vamos assumindo a “imagem
e semelhança” do Senhor. Santo Agostinho explicava que o Alimento eucarístico é
diferente dos outros; o alimento comum se transforma em nosso corpo; mas na
Eucaristia, somos nós transformados no corpo de Cristo.
A Eucaristia é o alimento espiritual de nossa caminhada para Deus, como foi o maná
que alimentou o povo de Deus por quarenta anos, a caminho da Terra Prometida. (Ex
8,2-16). Esse maná era apenas uma figura do verdadeiro “pão vivo descido do céu”,
que quem comer “viverá eternamente” (Jo 6,51).

No discurso sobre a Eucaristia, na sinagoga de Cafarnaum, Jesus deixou claro: “Em


verdade, em verdade vos digo, se não comerdes a carne do Filho do homem e não
beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós” (v. 53).

Se não temos a vida de Jesus sem a Eucaristia, muito menos poderemos ter a
santidade, pois esta é exatamente a consequência da participação na vida divina.

O Papa João Paulo II disse: “Não se trata de alimento em sentido metafórico, mas “a
minha carne é, em verdade, uma comida, e o meu sangue é, em verdade, uma bebida”
(Jo 6, 55)” (EE, 16).

Através da Comunhão do seu corpo e sangue, Cristo comunica-nos também o seu


Santo Espírito. Escreve S. Efrém: “Chamou o pão seu corpo vivo, encheu-o de Si próprio
e do seu Espírito. […] E aquele que o come com fé, come Fogo e Espírito. […] Tomai e
comei-o todos; e, com ele, comei o Espírito Santo. De fato, é verdadeiramente o meu
corpo, e quem o come viverá eternamente” (Homilia IV para a Semana Santa).

Uma das Orações Eucarísticas leva o celebrante a rezar: Fazei que, alimentando-nos do
Corpo e Sangue do vosso Filho, cheios do seu Espírito Santo, sejamos em Cristo um só
corpo e um só espírito. (Or. Euc. III). Assim, pelo dom do seu corpo e sangue, Cristo
aumenta em nós o dom do seu santo Espírito, já infundido em nós no Batismo e
recebido como “selo” no sacramento da Confirmação.

Assim como o corpo não pode ter vida sem comida e sem bebida, da mesma forma a
alma não tem a vida eterna sem a Eucaristia, sem o Corpo ressuscitado de Jesus.

No discurso de Jesus há uma promessa maravilhosa: “Quem come a minha carne e


bebe o meu sangue permanece em Mim e eu nele” (56).

Jesus, na última Ceia, insistiu com os discípulos: “Permanecei em mim e eu


permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer
na videira. Assim também vós: não podeis tão pouco dar fruto, se não permanecerdes
em mim. Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, essa dá
muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,1-5).

No final Jesus completa dizendo: “Nisto é glorificado meu Pai, para que deis muito
fruto e vos torneis meus discípulos”.

Para que pudéssemos, então, “permanecer nele”, Ele, nos deixou a Eucaristia, o maior
de todos os milagres do seu amor por nós. O seu próprio Ser nos é dado. É o próprio
Jesus ressuscitado que vem a cada um de nós.

Seu Corpo se funde ao nosso, sua Alma se une à nossa, seu Sangue se mistura com o
nosso, e sua Divindade se junta à nossa humanidade. Não pode haver união mais
íntima e mais intensa na face da terra. É o amado (Jesus) que vai em busca da sua
amada (nossa alma) para unir-se a ela. O amor exige a união. E nessa união Ele nos
santifica.

São Cirilo de Jerusalém disse que após a Comunhão, somos “Cristóforos”, portadores
de Cristo.

“Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei” (Mt 11,28). A
maneira mais fácil de acolher esse convite amoroso do Senhor é na Eucaristia.

Antes de realizar o milagre da multiplicação dos pães, figura da Eucaristia, Jesus disse
aos Apóstolos, olhando a multidão: “não os quero despedir em jejum para que não
desfaleçam no caminho” (Mt 15,32). Aquela multidão faminta o seguia há três dias pelo
deserto. Agora Ele “multiplica” o seu próprio Corpo para que não desfaleçamos na
caminhada dura desta vida até a Casa do Pai. Temos mais necessidade do Pão do Céu
do que do pão da terra.

Para estar a nosso lado e ser o nosso remédio e o nosso alimento, Ele deu-se todo a
nós, sem reservas; é por isso que nós também temos que nos dar a Ele, também sem
reservas, no estado de vida em que estamos, vivendo segundo sua vontade. O amor
exige reciprocidade, senão fica inerte.

Na Eucaristia Ele é nosso, como dizia santa Terezinha: “agora Jesus, o Senhor é meu!”
No discurso eucarístico Ele deixou claro como os seus discípulos “permaneceriam
nele”, para poder dar muito fruto. E fez questão de enfatizar a importância desta união
conosco na Eucaristia:

“Assim como o Pai, que vive, me enviou e eu vivo pelo Pai, também aquele que come a
minha carne viverá por mim” (Jo 6,57).

É essencial entender esse “viverá por mim”. Quer dizer, com a Sua presença em nós,
Ele “agirá” em nós; Ele será a nossa força; Ele será a nossa paz; Ele será tudo em nós! A
nossa miséria será trocada pela Sua força. É aquilo que São Paulo experimentou: “Já
não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim” (Gal 2,20). São Paulo disse: “Jesus
Cristo, vossa vida” (Cl 3, 4). Pela Eucaristia Jesus toma posse de nós; torna-nos
propriedade sua; devemos, então, entregar-lhe totalmente a nossa vida, sejamos
casados ou celibatários, leigos ou clérigos. Assim acontecerá em nós uma nova
Encarnação do Verbo que continuará a dar glória ao Pai como quando vivia entre nós.

A menor ação de Jesus era divina, porque era ação do Verbo que governava as suas
duas naturezas, humana e divina. A sua natureza humana era submissa ao Verbo.
Assim também deve ser com quem Comunga, a vontade humana deve ser serva da
vontade do Senhor, guiado pelo Espírito Santo.

Vivendo em nós pela Eucaristia Jesus nos enche com os seus desejos, seus
pensamentos, palavras, atos, etc. Ele torna-se em nós uma personalidade divina.
Nosso Senhor faz suas as nossas obras e os nossos atos, de modo que eles se tornam
divinos, imprimindo-lhes um mérito de valor também divino. Assim nossas obras
humanas, sem valor, tornam-se revestidas dos méritos de Cristo. E quanto maior for a
nossa união com Ele, tanto mais valor terão nossas obras e tanto maior será a glória
que reverterá para nós.

Jesus disse “Eu sou o Pão da Vida” (Jo 6, 35); isto é, Ele, na Eucaristia, é o “sustento e
remédio” para a nossa vida.

Quem Comunga vive “por Jesus”, com a Sua Força. Por isso, a piedade sem a
Comunhão, é fraca. Com a Eucaristia Jesus carrega o meu fardo pesado; então
podemos dizer com S. Paulo “Tudo posso Naquele que me sustenta” (Fil 4,13). Quer
dizer, é Ele a nossa força; e Ele age em nós dando-nos a graça de fazermos coisas boas
e santas; é Ele que “realiza em nós o querer e o fazer” (Fil 2, 13). São Paulo disse aos
filipenses: “Tende os mesmos sentimentos de Cristo” (Fil 2,5); para isto é preciso se
alimentar de Jesus; assim teremos os seus sentimentos e desejos.
Recebemos a Vida da Graça no Batismo, e a recuperamos pela Penitência (Confissão)
após os pecados, e seu alimento é Jesus na Hóstia Sagrada. Não bastam a oração e a
piedade para enfrentar as lutas que o inferno nos prepara, é preciso mais, a Eucaristia.

Quantos são os que se lembram de que Ele está vivo, ressuscitado, verdadeiro, em
nossos Sacrários? Ali, “prisioneiro dos nossos Sacrários”, ele o espera com as mãos
cheias de graças. O Papa Bento XVI, em sua primeira encíclica, disse que, “Deus nos
amou primeiro”, e que, então, amar a Deus e aos irmãos já não é apenas um
mandamento, mas uma necessária retribuição de amor de nossa parte.

Resumo da Pregação do dia 02/04/15 – Acampamento de Semana Santa – Canção


Nova

8 A Eucaristia nos primórdios da Igreja


 POR PROF. FELIPE AQUINO7 DE JUNHO DE 2023HISTÓRIA DA IGREJA
Jesus instituiu a Eucaristia na última Ceia, que era a ceia judaica da Páscoa. Esta ceia
começava servindo-se ervas amargas e pães ázimos, sem fermento. As ervas
amargas simbolizavam os tempos duros de escravidão do povo judeu no Egito, e os
pães ázimos simbolizavam que a saída foi às pressas, sem que as mulheres tivessem
tempo de colocar o fermento nos pães. Antes e depois tomava-se uma taça de vinho.
Então, o filho mais novo perguntava ao pai o sentido dessas coisas estranhas, e o pai
lhes explicava como Deus milagrosamente os libertara dos egípcios, passando das
trevas para a luz, da escravidão para a liberdade. Terminava com a recitação da
primeira parte do Hallel (Salmos 112 e 113, 1-8).

Em seguida fazia-se a ceia. O pai de família tomava um dos pães ázimos, partia-o e
distribuía-o. Depois se comia o cordeiro. No final, o pai tomava novo cálice de vinho e
proferia a ação de graças após a refeição. Todos bebiam do mesmo cálice; era o “cálice
da bênção”, do qual fala S. Paulo em 1Cor 10,16. Em seguida cantava-se a segunda
parte do Hallel (Sl 113,9; 117,29 e 135).

Foi neste contexto que Jesus celebrou e instituiu a Eucaristia como narram os
evangelistas (Mt 26,26-29; Mc 14, 22-25; Lc 22, 15-20; 1Cor 11, 23-26).

Jesus terminou dizendo aos Apóstolos: “fazei isto em memória de mim” (1Cor 11, 24).
Através dessa passagem de S. Paulo aos Coríntios, do ano 56, sabemos que a
Eucaristia era celebrada em uma refeição comum, nas casas, levando cada um a sua
refeição. Por causa dos abusos, como mostra S. Paulo, logo houve a separação da ceia
comum da Eucaristia, que passou a ser celebrada nas primeiras horas do domingo,
quando Cristo ressuscitou.

No ano 56 S. Paulo deixava claro aos coríntios que quem participasse indignamente da
Eucaristia, se tornaria réu “do corpo e do sangue do Senhor” (1 Cor 11, 23-26). E as
graves consequências desse pecado, indicadas pelo Apóstolo, mostram que a
Eucaristia não é mero símbolo, mas presença real de Jesus na hóstia consagrada.

“Porventura o cálice de bênção que abençoamos, não é a comunhão do sangue de


Cristo? O pão que partimos, não é porventura a comunhão com o corpo e Cristo?”
(1Cor 10,16-21).

Plínio o jovem, Governador da Bitínia na Ásia Menor, em 111, atestava:


“Os cristãos estão habituados a se reunirem em determinado dia, antes do nascer do
sol, e cantar um cântico a Cristo, que eles têm como Deus. De tarde, reúnem-se de
novo em uma ceia comum em favor dos mais pobres, chamada ágape” (Epistola a
Trajano 10,96).

Depois dos escritos dos Evangelhos, a mais antiga descrição da celebração da


Eucaristia é a de S. Justino, em sua Apologia, do ano 150, escrita ao imperador
romano Antonino. Vejamos o seu relato:
“Terminadas as orações, damos mutuamente o ósculo da paz. Apresenta-se, então, a
quem preside aos irmãos, pão e um vaso de água e vinho, e ele tomando-os dá
louvores e glória ao Pai do universo pelo nome de seu Filho e pelo Espírito Santo, e
pronuncia uma longa ação de graças em razão dos dons que dele nos vêm. Quando o
presidente termina as orações e a ação de graças, o povo presente aclama dizendo:
Amém… Uma vez dadas as graças e feita a aclamação pelo povo, os que entre nós se
chamam diáconos oferecem a cada um dos assistentes parte do pão, do vinho, da
água, sobre os quais se disse a ação de graças, e levam-na aos ausentes.

Este alimento se chama entre nós Eucaristia, não sendo lícito participar dele senão ao
que crê ser verdadeiro o que foi ensinado por nós e já se tiver lavado no banho
[batismo] da remissão dos pecados e da regeneração, professando o que Cristo nos
ensinou.
Porque não tomamos estas coisas como pão e bebida comuns, mas da mesma forma
que Jesus Cristo, nosso Senhor, se fez carne e sangue por nossa salvação, assim
também se nos ensinou que por virtude da oração do Verbo, o alimento sobre o qual
foi dita a ação de graças – alimento de que, por transformação, se nutrem nosso
sangue e nossas carnes – é a carne e o sangue daquele mesmo Jesus encarnado. E foi
assim que os Apóstolos, nas Memórias por eles escritas, chamadas Evangelhos, nos
transmitiram ter-lhe sido ordenado fazer, quando Jesus, tomando o pão e dando
graças, disse: “Fazei isto em memória de mim, isto é o meu corpo”. E igualmente,
tomando o cálice e dando graças, disse: “Este é o meu sangue”, o qual somente a eles
deu a participar…

No dia que se chama do Sol [domingo] celebra-se uma reunião dos que moram nas
cidades e nos campos e ali se leem, quanto o tempo permite, as Memórias dos
Apóstolos ou os escritos dos profetas.

Assim que o leitor termina, o presidente faz uma exortação e convite para imitarmos
tais belos exemplos. Erguemo-nos, então, e elevamos em conjunto as nossas preces,
após as quais se oferecem pão, vinho e água, como já dissemos. O presidente
também, na medida de sua capacidade, faz elevar a Deus suas preces e ações de
graças, respondendo todo o povo “Amém”. Segue-se a distribuição a cada um, dos
alimentos consagrados pela ação de graças, e seu envio aos doentes, por meio dos
diáconos. Os que têm, e querem, dão o que lhes parece, conforme sua livre
determinação, sendo a coleta entregue ao presidente, que assim auxilia os órfãos e
viúvas, os enfermos, os pobres, os encarcerados, os forasteiros, constituindo-se, numa
palavra, o provedor de quantos se acham em necessidade” (Apologias).

A Didaquè (ou Doutrina dos Doze Apóstolos), do primeiro século, traz este relato:
“Reunidos no dia do Senhor (dominus), parti o pão e daí graças, depois de
confessardes vossos pecados, a fim de que vosso sacrifício seja puro. Quem tiver
divergência com seu companheiro não deve juntar-se a nós antes de se reconciliar,
para que não seja profanado vosso sacrifício, conforme disse o Senhor: Que em todo
lugar e tempo me seja oferecido um sacrifício puro, pois sou um rei poderoso, diz o
Senhor, e meu nome é admirável entre as nações” (Ml 1, 11) (n. XIV).

“Quanto à Eucaristia, celebrai-a assim:


Primeiro, sobre o cálice: Damos-te graças, Pai nosso, pela santa videira de Davi, teu
servo, que nos deste a conhecer por Jesus, teu Servo.

Glória a ti nos séculos!

Depois sobre o pão partido:


Damos-te graças, Pai nosso, pela vida e pela sabedoria que nos deste a conhecer por
Jesus, teu Servo.

Glória a ti nos séculos!

Assim como esse pão, outrora disseminado sobre as montanhas, uma vez ajuntado, se
tornou uma só massa, seja também reunida tua Igreja, desde as extremidades da
terra, em teu reino, pois a ti pertence a glória e o poder, por Jesus Cristo, para sempre.

Que ninguém coma ou beba da vossa Eucaristia se não for batizado em nome do
Senhor, pois a este respeito disse ele: “Não deis aos cães o que é santo” (Mt 7,6).

Depois de vos terdes saciado, dai graças assim:


Nós te damos graças, Pai Santo, pelo teu santo nome que puseste em nossos
corações, e pelo conhecimento, pela fé e imortalidade que nos deste por meio de
Jesus, teu Servo. Glória a ti nos séculos!

Tu, Senhor onipotente, tudo criaste para honra e glória do teu nome; e deste alimento
e bebida aos homens, para seu desfrute; a nós porém, deste um alimento e uma
bebida espirituais e a vida eterna, por meio do teu Servo.

Assim, antes de tudo, damos-te graças porque és poderoso. Glória a ti nos séculos!

Lembra-te Senhor, de livrar do mal a tua Igreja, e de torná-la perfeita em teu amor.
Congrega-a dos quatro ventos, santificada no reino que lhe preparaste, pois a ti
pertence o poder e a glória, para sempre!

Hosana ao Deus de Davi!

Se alguém é santo, aproxime-se; se alguém não é, converta-se!

Maranathá. Amém.
Quanto aos profetas, deixai-os render graças o quanto quiserem. (n.10)

Santo Inácio de Antioquia (†107), bispo e mártir, disse sobre a Eucaristia:


“Esforçai-vos, portanto, por vos reunir mais frequentemente, para celebrar a Eucaristia
de Deus e o seu louvor. Pois quando realizais frequentes reuniões, são aniquiladas as
forças de Satanás e se desfaz seu malefício por vossa união na fé. Nada há melhor do
que a paz, pela qual cessa a guerra das potências celestes e terrestres” (Carta aos
Efésios).

Santo Ireneu (140-202), deixou este registro sobre a Eucaristia:

“Dado que nós seus membros [de Cristo], nos alimentamos de coisas criadas, (as
quais, aliás, ele mesmo nos oferece…), também quis fosse seu sangue o cálice de
vinho, extraído da Criação, para com ele robustecer nosso sangue; quis fosse seu
corpo o pão, também proveniente da Criação, para com ele robustecer nossos corpos.
Se, pois, a mistura do cálice e pão recebem a palavra de Deus tornando-se a Eucaristia
do sangue e do corpo de Cristo, pelos quais cresce e se fortifica a substância de nossa
carne, como se haverá de negar à carne, assim nutrida com o corpo e sangue de
Cristo, e feita membro do seu corpo, a aptidão de receber o dom de Deus, a vida
eterna?

Assim como a muda da videira, depositada na terra, depois frutifica, e o grão de trigo,
caído no solo e destruído, ressurge multiplicado pela ação do Espírito de Deus que
tudo sustém; e em seguida pela arte dos homens se fazem dessas coisas vinho e pão,
que pela palavra de Deus se tornam a Eucaristia, corpo e sangue de Cristo; assim
também nossos corpos, alimentados com a Eucaristia, ao serem depositados na terra
e aí destruídos, vão ressurgir um dia para a glória do Pai, quando a palavra de Deus
lhes der a ressurreição. O Pai reveste de imortalidade o que é mortal, dá
gratuitamente a incorrupção ao que é corruptível, pois o poder de Deus se manifesta
na fragilidade” (Contra as heresias, lv 5, cap. 2, 18,19,20).

Santo Hipólito de Roma (160-235):


“Logo que se tenha tornado bispo, ofereçam-lhe todos o ósculo da paz, saudando-o
por ter se tornado digno. Apresentem-lhe os diáconos a oblação e ele, impondo as
mãos sobre ela, dando graças com todo o presbiterium, diga:
O Senhor esteja convosco.

Respondam todos:

E com o teu espírito.

– Corações ao alto!

– Já os oferecemos ao Senhor.

– Demos graças ao Senhor.

– É digno e justo.

E prossiga a seguir:

Graças te damos, Deus, pelo teu Filho querido, Jesus Cristo, que nos últimos tempos
nos enviastes, Salvador e Redentor, mensageiro da tua vontade, que é o teu Verbo
inseparável, por meio do qual fizestes todas as coisas e que, porque foi do teu agrado,
enviaste do Céu ao seio de uma Virgem; que, aí encerrado, tomou um corpo e revelou-
se teu Filho, nascido do Espírito Santo e da Virgem. Que, cumprindo a tua vontade – e
obtendo para ti um povo santo – ergueu as mãos enquanto sofria para salvar do
sofrimento os que confiaram em ti. Que, enquanto era entregue à voluntária Paixão
para destruir a morte, fazer em pedaços as cadeias do demônio, esmagar os poderes
do mal, iluminar os justos, estabelecer a Lei e dar a conhecer a Ressurreição, tomou o
pão e deu graças a ti, dizendo: Tomai, comei, isto é o meu Corpo que por vós será
destruído; tomou, igualmente, o cálice, dizendo: Este é o meu Sangue, que por vós
será derramado. Quando fizerdes isto, fá-lo-eis em minha memória.

Por isso, nós que nos lembramos de sua morte e Ressurreição, oferecemos-te o pão e
o cálice, dando-te graças porque nos considerastes dignos de estar diante de ti e de
servir-te.

E te pedimos que envies o Espírito Santo à Oblação da santa Igreja: reunindo em um


só rebanho todos os fiéis que recebemos a Eucaristia na plenitude do Espírito Santo
para o fortalecimento da nossa fé na verdade, concede que te louvemos e
glorifiquemos, pelo teu Filho Jesus Cristo, pelo qual a ti a glória e a honra – ao Pai e ao
Filho, com o Espírito Santo na tua santa Igreja, agora e pelos séculos dos séculos.
Amém (Tradição Apostólica).

São Cipriano de Cartago (†258) dizia, em tempo de perseguição dos cristãos:


“Os fiéis bebem diariamente do cálice do Senhor, para que possam também eles
derramar o seu sangue por Cristo” (Epist. 56, n. 1).

Santo Hilário de Poitiers (316-367):


“Ele mesmo diz: “Minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue é
verdadeiramente bebida. Quem come da minha carne e bebe do meu sangue, fica em
mim e eu nele” (Jo 6,56). Quanto à verdade da carne e do sangue, não há lugar para
dúvida; é verdadeiramente carne e verdadeiramente sangue, como vemos pela
própria declaração do Senhor e por nossa fé em suas palavras. Esta carne, uma vez
comida, e este sangue, bebido, fazem que sejamos também nós um em Cristo, e o
Cristo em nós. Não é isto verdade? Não o será para os que negam ser Jesus Cristo
verdadeiro Deus! Ele está, pois, em nós por sua carne, e nós nele, e ao mesmo tempo
o que nós somos está com Ele em Deus.

…Ele está em nós pelo mistério dos sacramentos, como está no Pai pela natureza da
sua divindade, e nós nele pela sua natureza corporal. Ensina-se, portanto, que pelo
nosso Mediador se consuma a unidade perfeita, pois enquanto nós permanecemos
nele, ele permanece no Pai, e, sem deixar de permanecer no Pai, permanece também
em nós, e assim nós subimos até à unidade do Pai. Ele está no Pai, fisicamente,
segundo a origem de sua eterna natividade, e nós estamos nele, fisicamente,
enquanto também está em nós fisicamente” (Sobre a Santíssima Trindade).

São Cirilo de Jerusalém (†386):


“Quanto a mim, recebi do Senhor o que também vos transmiti” etc. (1Cor 11,23). Esta
doutrina de São Paulo é bastante para produzir plena certeza sobre os divinos
mistérios pelas quais obtendes a dignidade de vos tornardes concorpóreos e
consanguíneos de Cristo.

Quando, pois, ele mesmo declarou do pão: “isto é o meu corpo”, quem ousará
duvidar?
E quando ele asseverou categoricamente: “isto é o meu sangue”, quem ainda terá
dúvida, dizendo que não é?

Outrora, em Caná da Galiléia, por sua vontade, mudara a água em vinho, e não seria
também digno de fé, ao mudar o vinho em sangue?…

É, portanto, com toda a segurança que participamos de certo modo do corpo e sangue
de Cristo: em figura de pão é deveras o corpo que te é dado, e em figura de vinho o
sangue, para que, participando do corpo e sangue de Cristo, te tornes concorpóreo e
consanguíneo dele. Passamos a ser assim Cristóforos, isto é, portadores de Cristo, cujo
corpo e sangue se difundem por nossos membros. E então, como diz S. Pedro,
“participamos da natureza divina” (2Pe 1,4).

Não trates, por isso, como simples pão e vinho a este pão e vinho, pois, são,
respectivamente, corpo e sangue de Cristo, consoante a afirmação do Senhor. E ainda
que os sentidos não o possam sugerir, a fé no-lo deve confirmar com segurança. Não
julgues a coisa pelo paladar. Antes pela fé, enche-te de confiança, não duvidando de
que foste julgado digno do corpo e sangue de Cristo.

Ao te aproximares, não o faças com as mãos estendidas nem com os dedos


separados. Faze com a esquerda como um trono na qual se assente a direita, que vai
conter o Rei. E, no côncavo da palma, recebe o Corpo de Cristo, respondendo: “Amém”.
Com segurança, então, depois de santificados teus olhos pelo contato do santo corpo,
recebe-o, cuidando para nada perderes… Depois, aguardando a oração, dá graças a
Deus que te fez digno de tão grandes mistérios.

Conservai invioláveis estas tradições, guardai-as sem falha” (Catequeses Mistagógicas).

Nota: A Tradição da Igreja mostra que, para os primeiros cristãos, na celebração da


Eucaristia torna-se presente a própria oblação de Cristo ao Pai feita no Calvário. É
importantíssimo entender que não se trata de uma repetição ou multiplicação do
sacrifício do Calvário, pois Jesus se imolou uma vez por todas (Hb 4, 14; 7, 27; 9, 12.25s.
28; 10, 12.14). A Ceia “torna presente” através dos tempos o único sacrifício de Cristo,
para que possamos participar dele e sermos salvos. O corpo e o sangue de Jesus estão
presentes na Eucaristia não de qualquer modo, mas como “vítima”; pois estão corpo e
sangue separados sobre o altar, como no sacrifício das vítimas do Sinai que selou a
Antiga Aliança (Ex 24,6-8).

Ouça também: O Sacramento da Eucaristia


Assim diziam os santos Padres:
S. João Crisóstomo, bispo de Constantinopla (†403):
“Sacrificamos todos os dias fazendo memória da morte de Cristo” (In Hebr 17,3).

Teodoreto de Ciro (†460):


“É manifesto que não oferecemos outros sacrifícios senão Cristo, mas fazemos aquela
única e salutífera comemoração” (In Hebr. 8,4).

S. Leão Magno (400-461), Papa e doutor da Igreja:

“Talvez digas: é meu pão de cada dia. Mas este pão é pão antes das palavras
sacramentais; desde que sobrevenha a consagração, a partir do pão se faz a carne de
Cristo. Passemos então provar esta verdade. Como pode aquilo que é pão ser corpo
de Cristo? Com que termos então se faz a consagração e com as palavras de quem? Do
Senhor Jesus. Efetivamente tudo o que foi dito antes é dito pelo sacerdote… Quando
se chega a produzir o venerável sacramento, o Sacerdote já não usa suas próprias
palavras, mas serve-se das palavras de Cristo. É, pois, a palavra de Cristo que produz
este sacramento. Qual é esta palavra de Cristo? É aquela pela qual todas as coisas
foram feitas. O Senhor deu ordem e se fez o céu. O Senhor deu ordem e se fez a terra.
O Senhor deu ordem e se fez os mares. O Senhor deu ordem e todas as criaturas
foram geradas. Percebes, pois, quanto é eficaz a palavra de Cristo. Se, pois, existe
tamanha força na Palavra do Senhor Jesus, a ponto de começarem as coisas que não
existiam, quanto mais eficaz não deve ser para que continuem a existir as que eram, e
sejam mudadas em outra coisa?

Assim, pois, para dar-te uma resposta, antes da consagração não era o corpo de
Cristo, mas após a consagração, posso afirmar-te que já é o corpo de Cristo.

Não é, pois, sem motivo que tu dizes: Amém, reconhecendo já, em espírito, que
recebes o corpo de Cristo. Quando te apresentas para pedi-lo, o sacerdote te diz:
“Corpo de Cristo”. E tu responde: Amém, quer dizer, é verdade. Aquilo que a língua
confessa, conserve-o o afeto. No entanto, para saberes: é este o sacramento,
precedido pela figura” (Os Sacramentos e os Mistérios, Lv 4, 4-6, Ed. Vozes, pag. 50-55).

Prof. Felipe Aquino

8 A Eucaristia nos primórdios da Igreja


 POR PROF. FELIPE AQUINO7 DE JUNHO DE 2023HISTÓRIA DA IGREJA

Jesus instituiu a Eucaristia na última Ceia, que era a ceia judaica da Páscoa. Esta ceia
começava servindo-se ervas amargas e pães ázimos, sem fermento. As ervas
amargas simbolizavam os tempos duros de escravidão do povo judeu no Egito, e os
pães ázimos simbolizavam que a saída foi às pressas, sem que as mulheres tivessem
tempo de colocar o fermento nos pães. Antes e depois tomava-se uma taça de vinho.
Então, o filho mais novo perguntava ao pai o sentido dessas coisas estranhas, e o pai
lhes explicava como Deus milagrosamente os libertara dos egípcios, passando das
trevas para a luz, da escravidão para a liberdade. Terminava com a recitação da
primeira parte do Hallel (Salmos 112 e 113, 1-8).

Em seguida fazia-se a ceia. O pai de família tomava um dos pães ázimos, partia-o e
distribuía-o. Depois se comia o cordeiro. No final, o pai tomava novo cálice de vinho e
proferia a ação de graças após a refeição. Todos bebiam do mesmo cálice; era o “cálice
da bênção”, do qual fala S. Paulo em 1Cor 10,16. Em seguida cantava-se a segunda
parte do Hallel (Sl 113,9; 117,29 e 135).
Foi neste contexto que Jesus celebrou e instituiu a Eucaristia como narram os
evangelistas (Mt 26,26-29; Mc 14, 22-25; Lc 22, 15-20; 1Cor 11, 23-26).

Jesus terminou dizendo aos Apóstolos: “fazei isto em memória de mim” (1Cor 11, 24).
Através dessa passagem de S. Paulo aos Coríntios, do ano 56, sabemos que a
Eucaristia era celebrada em uma refeição comum, nas casas, levando cada um a sua
refeição. Por causa dos abusos, como mostra S. Paulo, logo houve a separação da ceia
comum da Eucaristia, que passou a ser celebrada nas primeiras horas do domingo,
quando Cristo ressuscitou.

No ano 56 S. Paulo deixava claro aos coríntios que quem participasse indignamente da
Eucaristia, se tornaria réu “do corpo e do sangue do Senhor” (1 Cor 11, 23-26). E as
graves consequências desse pecado, indicadas pelo Apóstolo, mostram que a
Eucaristia não é mero símbolo, mas presença real de Jesus na hóstia consagrada.

“Porventura o cálice de bênção que abençoamos, não é a comunhão do sangue de


Cristo? O pão que partimos, não é porventura a comunhão com o corpo e Cristo?”
(1Cor 10,16-21).

Plínio o jovem, Governador da Bitínia na Ásia Menor, em 111, atestava:


“Os cristãos estão habituados a se reunirem em determinado dia, antes do nascer do
sol, e cantar um cântico a Cristo, que eles têm como Deus. De tarde, reúnem-se de
novo em uma ceia comum em favor dos mais pobres, chamada ágape” (Epistola a
Trajano 10,96).

Depois dos escritos dos Evangelhos, a mais antiga descrição da celebração da


Eucaristia é a de S. Justino, em sua Apologia, do ano 150, escrita ao imperador
romano Antonino. Vejamos o seu relato:
“Terminadas as orações, damos mutuamente o ósculo da paz. Apresenta-se, então, a
quem preside aos irmãos, pão e um vaso de água e vinho, e ele tomando-os dá
louvores e glória ao Pai do universo pelo nome de seu Filho e pelo Espírito Santo, e
pronuncia uma longa ação de graças em razão dos dons que dele nos vêm. Quando o
presidente termina as orações e a ação de graças, o povo presente aclama dizendo:
Amém… Uma vez dadas as graças e feita a aclamação pelo povo, os que entre nós se
chamam diáconos oferecem a cada um dos assistentes parte do pão, do vinho, da
água, sobre os quais se disse a ação de graças, e levam-na aos ausentes.

Este alimento se chama entre nós Eucaristia, não sendo lícito participar dele senão ao
que crê ser verdadeiro o que foi ensinado por nós e já se tiver lavado no banho
[batismo] da remissão dos pecados e da regeneração, professando o que Cristo nos
ensinou.

Porque não tomamos estas coisas como pão e bebida comuns, mas da mesma forma
que Jesus Cristo, nosso Senhor, se fez carne e sangue por nossa salvação, assim
também se nos ensinou que por virtude da oração do Verbo, o alimento sobre o qual
foi dita a ação de graças – alimento de que, por transformação, se nutrem nosso
sangue e nossas carnes – é a carne e o sangue daquele mesmo Jesus encarnado. E foi
assim que os Apóstolos, nas Memórias por eles escritas, chamadas Evangelhos, nos
transmitiram ter-lhe sido ordenado fazer, quando Jesus, tomando o pão e dando
graças, disse: “Fazei isto em memória de mim, isto é o meu corpo”. E igualmente,
tomando o cálice e dando graças, disse: “Este é o meu sangue”, o qual somente a eles
deu a participar…

No dia que se chama do Sol [domingo] celebra-se uma reunião dos que moram nas
cidades e nos campos e ali se leem, quanto o tempo permite, as Memórias dos
Apóstolos ou os escritos dos profetas.

Assim que o leitor termina, o presidente faz uma exortação e convite para imitarmos
tais belos exemplos. Erguemo-nos, então, e elevamos em conjunto as nossas preces,
após as quais se oferecem pão, vinho e água, como já dissemos. O presidente
também, na medida de sua capacidade, faz elevar a Deus suas preces e ações de
graças, respondendo todo o povo “Amém”. Segue-se a distribuição a cada um, dos
alimentos consagrados pela ação de graças, e seu envio aos doentes, por meio dos
diáconos. Os que têm, e querem, dão o que lhes parece, conforme sua livre
determinação, sendo a coleta entregue ao presidente, que assim auxilia os órfãos e
viúvas, os enfermos, os pobres, os encarcerados, os forasteiros, constituindo-se, numa
palavra, o provedor de quantos se acham em necessidade” (Apologias).

A Didaquè (ou Doutrina dos Doze Apóstolos), do primeiro século, traz este relato:
“Reunidos no dia do Senhor (dominus), parti o pão e daí graças, depois de
confessardes vossos pecados, a fim de que vosso sacrifício seja puro. Quem tiver
divergência com seu companheiro não deve juntar-se a nós antes de se reconciliar,
para que não seja profanado vosso sacrifício, conforme disse o Senhor: Que em todo
lugar e tempo me seja oferecido um sacrifício puro, pois sou um rei poderoso, diz o
Senhor, e meu nome é admirável entre as nações” (Ml 1, 11) (n. XIV).

“Quanto à Eucaristia, celebrai-a assim:


Primeiro, sobre o cálice: Damos-te graças, Pai nosso, pela santa videira de Davi, teu
servo, que nos deste a conhecer por Jesus, teu Servo.

Glória a ti nos séculos!

Depois sobre o pão partido:


Damos-te graças, Pai nosso, pela vida e pela sabedoria que nos deste a conhecer por
Jesus, teu Servo.

Glória a ti nos séculos!

Assim como esse pão, outrora disseminado sobre as montanhas, uma vez ajuntado, se
tornou uma só massa, seja também reunida tua Igreja, desde as extremidades da
terra, em teu reino, pois a ti pertence a glória e o poder, por Jesus Cristo, para sempre.

Que ninguém coma ou beba da vossa Eucaristia se não for batizado em nome do
Senhor, pois a este respeito disse ele: “Não deis aos cães o que é santo” (Mt 7,6).

Depois de vos terdes saciado, dai graças assim:


Nós te damos graças, Pai Santo, pelo teu santo nome que puseste em nossos
corações, e pelo conhecimento, pela fé e imortalidade que nos deste por meio de
Jesus, teu Servo. Glória a ti nos séculos!

Tu, Senhor onipotente, tudo criaste para honra e glória do teu nome; e deste alimento
e bebida aos homens, para seu desfrute; a nós porém, deste um alimento e uma
bebida espirituais e a vida eterna, por meio do teu Servo.

Assim, antes de tudo, damos-te graças porque és poderoso. Glória a ti nos séculos!
Lembra-te Senhor, de livrar do mal a tua Igreja, e de torná-la perfeita em teu amor.
Congrega-a dos quatro ventos, santificada no reino que lhe preparaste, pois a ti
pertence o poder e a glória, para sempre!

Hosana ao Deus de Davi!

Se alguém é santo, aproxime-se; se alguém não é, converta-se!

Maranathá. Amém.

Quanto aos profetas, deixai-os render graças o quanto quiserem. (n.10)

Santo Inácio de Antioquia (†107), bispo e mártir, disse sobre a Eucaristia:


“Esforçai-vos, portanto, por vos reunir mais frequentemente, para celebrar a Eucaristia
de Deus e o seu louvor. Pois quando realizais frequentes reuniões, são aniquiladas as
forças de Satanás e se desfaz seu malefício por vossa união na fé. Nada há melhor do
que a paz, pela qual cessa a guerra das potências celestes e terrestres” (Carta aos
Efésios).

Santo Ireneu (140-202), deixou este registro sobre a Eucaristia:

“Dado que nós seus membros [de Cristo], nos alimentamos de coisas criadas, (as
quais, aliás, ele mesmo nos oferece…), também quis fosse seu sangue o cálice de
vinho, extraído da Criação, para com ele robustecer nosso sangue; quis fosse seu
corpo o pão, também proveniente da Criação, para com ele robustecer nossos corpos.
Se, pois, a mistura do cálice e pão recebem a palavra de Deus tornando-se a Eucaristia
do sangue e do corpo de Cristo, pelos quais cresce e se fortifica a substância de nossa
carne, como se haverá de negar à carne, assim nutrida com o corpo e sangue de
Cristo, e feita membro do seu corpo, a aptidão de receber o dom de Deus, a vida
eterna?

Assim como a muda da videira, depositada na terra, depois frutifica, e o grão de trigo,
caído no solo e destruído, ressurge multiplicado pela ação do Espírito de Deus que
tudo sustém; e em seguida pela arte dos homens se fazem dessas coisas vinho e pão,
que pela palavra de Deus se tornam a Eucaristia, corpo e sangue de Cristo; assim
também nossos corpos, alimentados com a Eucaristia, ao serem depositados na terra
e aí destruídos, vão ressurgir um dia para a glória do Pai, quando a palavra de Deus
lhes der a ressurreição. O Pai reveste de imortalidade o que é mortal, dá
gratuitamente a incorrupção ao que é corruptível, pois o poder de Deus se manifesta
na fragilidade” (Contra as heresias, lv 5, cap. 2, 18,19,20).

Santo Hipólito de Roma (160-235):


“Logo que se tenha tornado bispo, ofereçam-lhe todos o ósculo da paz, saudando-o
por ter se tornado digno. Apresentem-lhe os diáconos a oblação e ele, impondo as
mãos sobre ela, dando graças com todo o presbiterium, diga:

O Senhor esteja convosco.

Respondam todos:

E com o teu espírito.

– Corações ao alto!

– Já os oferecemos ao Senhor.

– Demos graças ao Senhor.

– É digno e justo.

E prossiga a seguir:

Graças te damos, Deus, pelo teu Filho querido, Jesus Cristo, que nos últimos tempos
nos enviastes, Salvador e Redentor, mensageiro da tua vontade, que é o teu Verbo
inseparável, por meio do qual fizestes todas as coisas e que, porque foi do teu agrado,
enviaste do Céu ao seio de uma Virgem; que, aí encerrado, tomou um corpo e revelou-
se teu Filho, nascido do Espírito Santo e da Virgem. Que, cumprindo a tua vontade – e
obtendo para ti um povo santo – ergueu as mãos enquanto sofria para salvar do
sofrimento os que confiaram em ti. Que, enquanto era entregue à voluntária Paixão
para destruir a morte, fazer em pedaços as cadeias do demônio, esmagar os poderes
do mal, iluminar os justos, estabelecer a Lei e dar a conhecer a Ressurreição, tomou o
pão e deu graças a ti, dizendo: Tomai, comei, isto é o meu Corpo que por vós será
destruído; tomou, igualmente, o cálice, dizendo: Este é o meu Sangue, que por vós
será derramado. Quando fizerdes isto, fá-lo-eis em minha memória.
Por isso, nós que nos lembramos de sua morte e Ressurreição, oferecemos-te o pão e
o cálice, dando-te graças porque nos considerastes dignos de estar diante de ti e de
servir-te.

E te pedimos que envies o Espírito Santo à Oblação da santa Igreja: reunindo em um


só rebanho todos os fiéis que recebemos a Eucaristia na plenitude do Espírito Santo
para o fortalecimento da nossa fé na verdade, concede que te louvemos e
glorifiquemos, pelo teu Filho Jesus Cristo, pelo qual a ti a glória e a honra – ao Pai e ao
Filho, com o Espírito Santo na tua santa Igreja, agora e pelos séculos dos séculos.
Amém (Tradição Apostólica).

São Cipriano de Cartago (†258) dizia, em tempo de perseguição dos cristãos:


“Os fiéis bebem diariamente do cálice do Senhor, para que possam também eles
derramar o seu sangue por Cristo” (Epist. 56, n. 1).

Santo Hilário de Poitiers (316-367):


“Ele mesmo diz: “Minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue é
verdadeiramente bebida. Quem come da minha carne e bebe do meu sangue, fica em
mim e eu nele” (Jo 6,56). Quanto à verdade da carne e do sangue, não há lugar para
dúvida; é verdadeiramente carne e verdadeiramente sangue, como vemos pela
própria declaração do Senhor e por nossa fé em suas palavras. Esta carne, uma vez
comida, e este sangue, bebido, fazem que sejamos também nós um em Cristo, e o
Cristo em nós. Não é isto verdade? Não o será para os que negam ser Jesus Cristo
verdadeiro Deus! Ele está, pois, em nós por sua carne, e nós nele, e ao mesmo tempo
o que nós somos está com Ele em Deus.

…Ele está em nós pelo mistério dos sacramentos, como está no Pai pela natureza da
sua divindade, e nós nele pela sua natureza corporal. Ensina-se, portanto, que pelo
nosso Mediador se consuma a unidade perfeita, pois enquanto nós permanecemos
nele, ele permanece no Pai, e, sem deixar de permanecer no Pai, permanece também
em nós, e assim nós subimos até à unidade do Pai. Ele está no Pai, fisicamente,
segundo a origem de sua eterna natividade, e nós estamos nele, fisicamente,
enquanto também está em nós fisicamente” (Sobre a Santíssima Trindade).

São Cirilo de Jerusalém (†386):


“Quanto a mim, recebi do Senhor o que também vos transmiti” etc. (1Cor 11,23). Esta
doutrina de São Paulo é bastante para produzir plena certeza sobre os divinos
mistérios pelas quais obtendes a dignidade de vos tornardes concorpóreos e
consanguíneos de Cristo.

Quando, pois, ele mesmo declarou do pão: “isto é o meu corpo”, quem ousará
duvidar?

E quando ele asseverou categoricamente: “isto é o meu sangue”, quem ainda terá
dúvida, dizendo que não é?

Outrora, em Caná da Galiléia, por sua vontade, mudara a água em vinho, e não seria
também digno de fé, ao mudar o vinho em sangue?…

É, portanto, com toda a segurança que participamos de certo modo do corpo e sangue
de Cristo: em figura de pão é deveras o corpo que te é dado, e em figura de vinho o
sangue, para que, participando do corpo e sangue de Cristo, te tornes concorpóreo e
consanguíneo dele. Passamos a ser assim Cristóforos, isto é, portadores de Cristo, cujo
corpo e sangue se difundem por nossos membros. E então, como diz S. Pedro,
“participamos da natureza divina” (2Pe 1,4).

Não trates, por isso, como simples pão e vinho a este pão e vinho, pois, são,
respectivamente, corpo e sangue de Cristo, consoante a afirmação do Senhor. E ainda
que os sentidos não o possam sugerir, a fé no-lo deve confirmar com segurança. Não
julgues a coisa pelo paladar. Antes pela fé, enche-te de confiança, não duvidando de
que foste julgado digno do corpo e sangue de Cristo.

Ao te aproximares, não o faças com as mãos estendidas nem com os dedos


separados. Faze com a esquerda como um trono na qual se assente a direita, que vai
conter o Rei. E, no côncavo da palma, recebe o Corpo de Cristo, respondendo: “Amém”.
Com segurança, então, depois de santificados teus olhos pelo contato do santo corpo,
recebe-o, cuidando para nada perderes… Depois, aguardando a oração, dá graças a
Deus que te fez digno de tão grandes mistérios.

Conservai invioláveis estas tradições, guardai-as sem falha” (Catequeses Mistagógicas).


Nota: A Tradição da Igreja mostra que, para os primeiros cristãos, na celebração da
Eucaristia torna-se presente a própria oblação de Cristo ao Pai feita no Calvário. É
importantíssimo entender que não se trata de uma repetição ou multiplicação do
sacrifício do Calvário, pois Jesus se imolou uma vez por todas (Hb 4, 14; 7, 27; 9, 12.25s.
28; 10, 12.14). A Ceia “torna presente” através dos tempos o único sacrifício de Cristo,
para que possamos participar dele e sermos salvos. O corpo e o sangue de Jesus estão
presentes na Eucaristia não de qualquer modo, mas como “vítima”; pois estão corpo e
sangue separados sobre o altar, como no sacrifício das vítimas do Sinai que selou a
Antiga Aliança (Ex 24,6-8).

Ouça também: O Sacramento da Eucaristia


Assim diziam os santos Padres:
S. João Crisóstomo, bispo de Constantinopla (†403):
“Sacrificamos todos os dias fazendo memória da morte de Cristo” (In Hebr 17,3).

Teodoreto de Ciro (†460):


“É manifesto que não oferecemos outros sacrifícios senão Cristo, mas fazemos aquela
única e salutífera comemoração” (In Hebr. 8,4).

S. Leão Magno (400-461), Papa e doutor da Igreja:

“Talvez digas: é meu pão de cada dia. Mas este pão é pão antes das palavras
sacramentais; desde que sobrevenha a consagração, a partir do pão se faz a carne de
Cristo. Passemos então provar esta verdade. Como pode aquilo que é pão ser corpo
de Cristo? Com que termos então se faz a consagração e com as palavras de quem? Do
Senhor Jesus. Efetivamente tudo o que foi dito antes é dito pelo sacerdote… Quando
se chega a produzir o venerável sacramento, o Sacerdote já não usa suas próprias
palavras, mas serve-se das palavras de Cristo. É, pois, a palavra de Cristo que produz
este sacramento. Qual é esta palavra de Cristo? É aquela pela qual todas as coisas
foram feitas. O Senhor deu ordem e se fez o céu. O Senhor deu ordem e se fez a terra.
O Senhor deu ordem e se fez os mares. O Senhor deu ordem e todas as criaturas
foram geradas. Percebes, pois, quanto é eficaz a palavra de Cristo. Se, pois, existe
tamanha força na Palavra do Senhor Jesus, a ponto de começarem as coisas que não
existiam, quanto mais eficaz não deve ser para que continuem a existir as que eram, e
sejam mudadas em outra coisa?
Assim, pois, para dar-te uma resposta, antes da consagração não era o corpo de
Cristo, mas após a consagração, posso afirmar-te que já é o corpo de Cristo.

Não é, pois, sem motivo que tu dizes: Amém, reconhecendo já, em espírito, que
recebes o corpo de Cristo. Quando te apresentas para pedi-lo, o sacerdote te diz:
“Corpo de Cristo”. E tu responde: Amém, quer dizer, é verdade. Aquilo que a língua
confessa, conserve-o o afeto. No entanto, para saberes: é este o sacramento,
precedido pela figura” (Os Sacramentos e os Mistérios, Lv 4, 4-6, Ed. Vozes, pag. 50-55).

Prof. Felipe Aquino

9 Algumas orientações básicas sobre a


EUCARISTIA
 POR PROF. FELIPE AQUINO15 DE MARÇO DE 2016CATEQUESE

Tendo em vista a importância da celebração dos Sacramentos, a Santa Sé tem a


Sagrada CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS,
que regula como cada sacramento deve ser celebrado publicou a importantíssima
Instrução “REDEMPTIONIS SACRAMENTUM”, aprovada pelo Papa João Paulo II, em 25
de março de 2004, sobre algumas coisas que se devem observar e evitar acerca da
Santíssima Eucaristia. Separei aqui alguns itens iniciais; mas o importante é ler toda a
Instrução:
[4.] Não há dúvida de que a reforma litúrgica do Concílio tem tido grandes vantagens
para uma participação mais consciente, ativa e frutuosa dos fiéis no santo Sacrifício do
altar». [João Paulo II, Carta Encíclica, Ecclesia de Eucharistia – EE n. 10]. Certamente,
«não faltam sombras» [Sacrosanctum Concilium – SC, n. 48]. Assim, não se pode calar
ante aos abusos, inclusive gravíssimos, contra a natureza da Liturgia e dos
sacramentos, também contra a tradição e autoridade da Igreja, abusos que em nossos
tempos, não raramente, prejudicam as Celebrações litúrgicas em diversos âmbitos
eclesiais. Em alguns lugares, os abusos litúrgicos se têm convertido em um costume,
no qual não se pode admitir e se deve terminar.
[5.] A observância das normas que têm sido promulgadas pela autoridade da Igreja,
exige que concordem entre si pensamento e a voz, ações externas e a intenção do
coração. A mera observância externa das normas, como resultado evidente, contraria
a essência da sagrada Liturgia, com a que Cristo quer congregar a sua Igreja, e com ela
formar «um só corpo e um só espírito». [1 Cor 12, 12-13; Ef 4, 4]. Por isto, a ação
externa deve estar iluminada pela fé e a caridade, que nos unem com Cristo e nos
unem aos outros, e suscitam nos outros a caridade com os pobres e necessitados. As
palavras e os ritos litúrgicos são expressão fiel, amadurecida ao longo dos séculos, dos
sentimentos de Cristo, nos ensinando a ter os mesmos sentimentos que Ele; [Fil 2,5]
conformando nosso pensamento com suas palavras, elevamos ao Senhor nosso
coração. Quando se fala nesta Instrução, intenciona-se conduzir a esta conformação
de nossos sentimentos com os sentimentos de Cristo, expressados nas palavras e ritos
da Liturgia.

[6.] Os abusos, sem dúvida, «contribuem para obscurecer a reta fé e a doutrina


católica sobre este admirável Sacramento» [EE,10]. De esta forma, também se impede
que possam «os fiéis reviver de algum modo a experiência dos discípulos de Emaús:
Então se lhes abriram os olhos e o reconheceram» [EE,6]. Convém que todos os fiéis
tenham e revivam aqueles sentimentos que receberam pela paixão salvadora do Filho
Unigênito, que manifesta a majestade de Deus, já que estão ante à força, à divindade e
ao esplendor da bondade de Deus [Cf. Rom 1, 20], especialmente presente no
sacramento da Eucaristia [Lc 24, 31].

[7.] Não é estranho que os abusos tenham sua origem em um falso conceito de
liberdade. Posto que Deus nos tem concedido, em Cristo, não uma falsa liberdade
para fazer o que queremos, mas sim a liberdade para que possamos realizar o que é
digno e justo. [Cf. João Paulo II, Carta Encíclica, Veritatis splendor – VE, n. 35]. Isto é
válido não só para os preceitos que provém diretamente de Deus, mas sim também,
de acordo com a valorização conveniente de cada norma, para as leis promulgadas
pela Igreja. Por isso, todos devem se ajustar às disposições estabelecidas pela legítima
autoridade eclesiástica.

[8.] Além disso, constata-se, com grande tristeza, a existência de «iniciativas


ecumênicas que, ainda sendo generosas em seu intenção, transgridem com práticas
eucarísticas contrárias à disciplina com a qual a Igreja expressa sua fé». Sem dúvida, «a
Eucaristia é o um dom demasiado grande para admitir ambiguidades e reduções». Por
isso, convém corrigir algumas coisas e defini-las com precisão, para que também com
isto «a Eucaristia siga resplandecendo com todo o esplendor de seu mistério» [EE,10].

[9.] Finalmente, os abusos se fundamentam com frequência na ignorância, já que


quase sempre se rejeita aquilo que não se compreende seu sentido mais profundo e
sua Antiguidade. Por isso, enraizadas na Sagrada Escritura, «as preces, orações e hinos
litúrgicos estão penetrados em seu espírito e dela recebem seu significado nas ações e
sinais» [SC n. 24]. No que se refere aos sinais visíveis, «usados na sagrada Liturgia e
que foram eleitos por Cristo ou pela Igreja para significar as realidades divinas
invisíveis» [Idem 23]. Justamente, a estrutura e a forma das Celebrações sagradas de
acordo com cada um dos Ritos, seja da tradição do Oriente seja da Ocidente,
concordam com a Igreja Universal e com os costumes universalmente aceitos pela
constante tradição apostólica [Instr., Varietates legitimae – VL, n. 26], que a Igreja
entrega, com solicitude e fidelidade, às gerações futuras. Tudo isto é sabiamente
guardado e protegido pelas normas litúrgicas.

Leia também: Eucaristia, alimento e remédio


O que os Santos disseram da Eucaristia e da Missa
Um grande testemunho sobre a Eucaristia
A Presença Real de Cristo na Eucaristia
O Valor da Santa Comunhão
[10.] A mesma Igreja não tem nenhum poderio sobre aquilo que tem sido estabelecido
por Cristo, e que constitui a parte imutável da Liturgia [S C, n. 21]. Posto que, caso seja
rompido este vínculo que os sacramentos têm com o mesmo Cristo que os tem
instituído e com os acontecimentos que a Igreja tem sido fundada [Instr., Varietates
legitimae, n. 25] nada seria vantajoso aos fiéis, mas sim poderia ser gravemente
danoso. De fato, a sagrada Liturgia está estreitamente ligada com os princípios
doutrinais [Cf. Pio XII, Carta Encíclica, Mediator Dei], por que o uso de textos e ritos
que não têm sido aprovados leva a uma diminuição ou desaparecimento do nexo
necessário entre a lex orandi e a lex credendi.[ID]

[11.] O Mistério da Eucaristia é demasiado grande «para que alguém possa permitir
tratá-lo ao seu arbítrio pessoal, pois não respeitaria nem seu caráter sagrado, nem sua
dimensão universal»[EE,52]. Quem age contra isto, cedendo às suas próprias
inspirações, embora seja sacerdote, atenta contra a unidade substancial do Rito
romano, que se deve cuidar com decisão [SC nn. 4, 38], e realiza ações que, de
nenhum modo, correspondem com a fome e a sede do Deus Vivo, que o povo de
nossos tempos experimenta, nem a um autêntico zelo pastoral, nem serve à adequada
renovação litúrgica, mas sim defrauda o patrimônio e a herança dos fiéis com atos
arbitrários que não beneficiam a verdadeira renovação [Cf. João Paulo II, Ecclesia in
Europa, n. 72], e sim lesionam o verdadeiro direito dos fiéis à ação litúrgica, à
expressão da vida da Igreja, de acordo com sua tradição e disciplina. Além disso,
introduzem na mesma celebração da Eucaristia elementos de discórdia e de
deformação, quando ela tem, por sua própria natureza e de forma eminente, de
significar e de realizar admiravelmente a Comunhão com a vida divina e a unidade do
povo de Deus [EE,23]. Estes atos arbitrários causam incerteza na doutrina, dúvida e
escândalo para o povo de Deus e, quase inevitavelmente, uma violenta repugnância
que confunde e aflige com força a muitos fiéis em nossos tempos, em que
freqüentemente a vida cristã sofre o ambiente, muito difícil, da «secularização» [ID].

[12.] Por outra parte, todos os fiéis cristãos gozam do direito de celebrar uma liturgia
verdadeira, especialmente a celebração da santa Missa, que seja tal como a Igreja tem
querido e estabelecido, como está prescrito nos livros litúrgicos e nas outras leis e
normas. Além disso, o povo católico tem direito a que se celebre por ele, de forma
íntegra, o santo Sacrifício da Missa, conforme toda a essência do Magistério da Igreja.
Finalmente, a comunidade católica tem direito a que de tal modo se realize para ela a
celebração da Santíssima Eucaristia, que apareça verdadeiramente como sacramento
de unidade, excluindo absolutamente todos os defeitos e gestos que possam
manifestar divisões e facções na Igreja [1 Cor 11, 17-34; EE [33].

[13.] Todas as normas e recomendações expostas nesta Instrução, de diversas


maneiras, estão em conexão com o ofício da Igreja, a quem corresponde velar pela
adequada e digna celebração deste grande mistério. Dos diversos graus com que cada
uma das normas se unem com a norma suprema de todo o direito eclesiástico, que o
cuidado para a salvação das almas, trata o último capítulo da presente Instrução
[Código de Direito Canônico – CDC, c. 1752].
[14.] «A ordenação da sagrada Liturgia é da competência exclusiva da autoridade
eclesiástica; esta reside na Sé apostólica e, na medida que determine a lei, no Bispo»
[SC, n. 22].

[16.] Compete à Sé apostólica ordenar a sagrada Liturgia da Igreja universal, editar os


livros litúrgicos, revisar suas traduções a línguas vernáculas e vigiar para que as
normas litúrgicas, especialmente aquelas que regulam a celebração do santo Sacrifício
da Missa, se cumpram fielmente em todas partes [CDC, c. 838 § 2.]

[18.] Os fiéis têm direito a que a autoridade eclesiástica regule a sagrada Liturgia de
forma plena e eficaz, para que nunca seja considerada a liturgia como «propriedade
privada, nem do celebrante, nem da comunidade em que se celebram os Mistérios»
[EE n. 52].

A Instrução RS pode ser lida na integra em:


http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/ccdds/documents/rc_con_ccdds_do
c_20040423_redemptionis-sacramentum_po.html

10 O que os Santos disseram da


Eucaristia e da Missa
 POR PROF. FELIPE AQUINO9 DE NOVEMBRO DE 2022CATEQUESE
Santo Inácio de Antioquia (†102), bispo e mártir, disse sobre a Eucaristia:
“Esforçai-vos, portanto, por vos reunir mais frequentemente, para celebrar a Eucaristia
de Deus e o seu louvor. Pois quando realizais frequentes reuniões, são aniquiladas as
forças de Satanás e se desfaz seu malefício por vossa união na fé. Nada há melhor do
que a paz, pela qual cessa a guerra das potências celestes e terrestres” (Carta aos
Efésios).

São Cipriano de Cartago (†258):


“Os fiéis bebem diariamente do cálice do Senhor, para que possam também eles
derramar o seu sangue por Cristo” (Epistola 56, n. 1).

Afonso Albuquerque:
“Se todos somos pecadores, esta criaturinha é
certamente sem mácula. Ah! Senhor, por amor deste inocente, compadecei-vos dos
culpados!”
São Jerônimo (348-420), doutor da Igreja:
“Nosso Senhor nos concede tudo o que lhe pedimos na Santa Missa: o que mais vale é
que nos dá ainda o que nem se quer cogitamos pedir-lhe e que, entretanto, nos é
necessário”.

São João Maria Vianney, patrono dos párocos:


“Se conhecêssemos o valor do Santo Sacrifício da Missa que zelo não teríamos em
assistir a ela”.

“Cada Hóstia consagrada é feita para se consumir de amor em um coração humano”.

São Bernardo de Claraval (1090-1153), doutor da Igreja:


“Fica sabendo, ó cristão, que mais merece ouvir devotamente uma só missa do que
com distribuir todas as riquezas aos pobres e peregrinar toda a terra”.

“A comunhão reprime as nossas paixões: ira e sensualidade principalmente”.

“Quando Jesus está presente corporalmente em nós, ao redor de nós, montam guarda
de amor os anjos”.

Santa Teresa D’Avila (1515-1582), doutora da Igreja:


“Não há meio melhor para se chegar à perfeição”.

“Não percamos tão grande oportunidade para negociar com Deus. Ele [Jesus] não
costuma pagar mau a hospedagem se o recebemos bem”.

“Devemos estar na presença de Jesus Sacramentado, como os Santos no céu, diante


da Essência Divina”.
“É pelo preparo do aposento que se conhece o amor de quem acolhe o seu amado”.

São Tomás de Aquino (1225-1274):


“A Comunhão destrói a tentação do demônio”.

Leia também: Os Santos e a Eucaristia


10 Ensinamentos dos Santos sobre a Eucaristia
8 conselhos dos santos para amar a Eucaristia
8 dicas para aproveitar melhor a missa
O sentido da Santa Missa
São Vicente Ferrer:
“Há mais proveito na Eucaristia que em uma semana de jejum a pão e água”.

São João Crisóstomo (349-407), doutor da Igreja:


“A Eucaristia dá-nos uma grande inclinação para a virtude, uma grande paz e torna
mais fácil o caminho para a santificação”.

“Deu-se todo não reservando nada para si”.

“Não comungar seria o maior desprezo a Jesus que se sente “doente de amor” (Ct 2,4-
5)”.

Santo Ambrósio (340-397), doutor da Igreja:


“Eu que sempre peco, preciso sempre do remédio ao meu alcance”.

São Gregório Nazianzeno (330-379), doutor da Igreja:


“Este pão do céu requer-se que se tenha forme. Ele quer ser desejado”.

“O Santíssimo Sacramento é fogo que nos inflama de modo que, retirando-o do altar,
espargimos tais chamas de amor que nos tornam terríveis ao inferno”.

Santo Agostinho (354-430), doutor da Igreja:


“Ele se esconde porque quer ser procurado”.

“Não somos nós que transformamos Jesus Cristo em nós, como fazemos com os
outros alimentos que tomamos, mas é Jesus Cristo que nos transforma nele”.
“Sendo Deus onipotente, não pôde dar mais; sendo sapientíssimo, não soube dar
mais; e sendo riquíssimo, não teve mais o que dar”.

“A Eucaristia é o pão de cada dia que se toma como remédio para a nossa fraqueza de
cada dia”.

“Na Eucaristia Maria perpetua e estende a sua maternidade”.

Santo Afonso de Ligório (1696-1787), doutor da Igreja:


“A comunhão diária não pode conviver com o desejo de aparecer, vaidade no vestir,
prazeres da gula, comodidades, conversas frívolas e maldosas. Exige oração,
mortificação, recolhimento”.

“Ficai certos de que todos os instantes da vossa vida, o tempo que passardes diante do
Divino Sacramento será o que vos dará mais força durante a vida, mais consolação na
hora da morte e durante a eternidade”.

São Boaventura (1218-1274), doutor da Igreja:


“Ainda que friamente aproxime-se confiando na misericórdia de Deus”.

São João de Ávila:


“Tempo de ganhar muitas graças”.

Santa Maria Madalena de Piazzi:


“Tempo mais apropriado para crescer no amor de Deus”.

“Os minutos que vêm depois da comunhão – dizia a santa – São os mais preciosos que
temos em nossa vida; os mais apropriados de nossa parte para entender-nos com
Deus e, da parte de Deus, para comunicar-nos o seu amor”.

São Gregório de Nissa:


“Nosso corpo unido ao corpo de Cristo, adquire um princípio de imortalidade, porque
se une ao Imortal”.

Santa Teresinha (1873-1897), doutora da Igreja:


“Não é para ficar numa âmbula de ouro, que Jesus desce cada dia do céu, mas para
encontrar um outro céu, o da nossa alma, onde ele encontra as sua delícias”.
“Quando o demônio não pode entrar com o pecado no santuário de uma alma, quer
pelo menos que ela fique vazia, sem dono e afastada da comunhão”.

Santa Margarida Maria Alacoque:


“Nós não saberíamos dar maior alegria ao nosso inimigo, o demônio, do que
afastando-nos de Jesus, o qual lhe tira o poder que ele tem sobre nós”.

São Filipe Néri:


“A devoção ao Santíssimo Sacramento e a devoção à Santíssima Virgem são, não o
melhor, mas o único meio para se conservar a pureza. Somente a comunhão é capaz
de conservar um coração puro aos 20 anos. Não pode haver castidade sem a
Eucaristia”.

Santa Catarina de Gênova:


“O tempo passado diante do Sacrário é o tempo mais bem empregado da minha vida”.

São João Bosco:


“Não omitais nunca a visita a cada dia ao Santíssimo Sacramento, ainda que seja muito
breve, mas contanto que seja constante”.

Chiara Lubic:
“Enquanto existir a Eucaristia eu nunca estarei só. Enquanto existir um sacrário, não
terei solidão”.

“É preciso preparar-se para receber Jesus”.

Prof. Felipe Aquino

11 10 Ensinamentos dos Santos sobre a


Eucaristia
 POR PROF. FELIPE AQUINO27 DE JULHO DE 2022ESPIRITUALIDADE
1. São João Crisóstomo: “Deu-se todo não reservando nada para si”. “Não comungar
seria o maior desprezo a Jesus que se sente “doente de amor” (Ct 2,4-5)”.
2. São Boaventura: “Ainda que friamente aproxime-se confiando na misericórdia de
Deus”.

3. São Francisco de Sales: “Duas espécies de pessoas


devem comungar com frequência: os perfeitos para se conservarem perfeitos, e os
imperfeitos para chegarem à perfeição”.
4. Santa Teresa de Ávila: “Não há meio melhor para se chegar à perfeição”. “Não
percamos tão grande oportunidade para negociar com Deus. Ele [Jesus] não costuma
pagar mau a hospedagem se o recebemos bem”. “Devemos estar na presença de Jesus
Sacramentado, como os Santos no céu, diante da Essência Divina”.
5. São Bernardo: “A comunhão reprime as nossas paixões: ira e sensualidade
principalmente”. “Quando Jesus está presente corporalmente em nós, ao redor de nós,
montam guarda de amor os anjos”.
Leia também: Os Santos e a Eucaristia
O que os Santos disseram da Eucaristia e da Missa
8 conselhos dos santos para amar a Eucaristia
A Presença Real de Cristo na Eucaristia
Eucaristia, alimento e remédio
6. Santo Ambrósio: “Eu que sempre peco, preciso sempre do remédio ao meu
alcance”.
7. São Gregório Nazianzeno: “Este pão do céu requer que se tenha fome. Ele quer ser
desejado”.
“O Santíssimo Sacramento é fogo que nos inflama de modo que, retirando-no do altar,
espargimos tais chamas de amor que nos tornam terríveis ao inferno”.

8. São Tomás de Aquino: “A comunhão destrói a tentação do demônio”.


Concílio de Trento: “Remédio pelo qual somos livres das falhas cotidianas e
preservados dos pecados mortais”.

9. Santo Afonso de Ligório: “A comunhão diária não


pode conviver com o desejo de aparecer, vaidade no vestir, prazeres da gula,
comodidades, conversas frívolas e maldosas. Exige oração, mortificação,
recolhimento”. “Ficai certos de que todos os instantes da vossa vida, o tempo que
passardes diante do Divino Sacramento será o que vos dará mais força durante a vida,
mais consolação na hora da morte e durante a eternidade”.
10. Santo Agostinho: “Não somos nós que transformamos Jesus Cristo em nós, como
fazemos com os outros alimentos que tomamos, mas é Jesus Cristo que nos
transforma nele”.
“Sendo Deus onipotente, não pôde dar mais; sendo sapientíssimo, não soube dar
mais; e sendo riquíssimo, não teve mais o que dar”.

“A Eucaristia é o pão de cada dia que se toma como remédio para a nossa fraqueza de
cada dia”.
“Na Eucaristia Maria perpetua e estende a sua maternidade”.

12 8 conselhos dos santos para amar a


Eucaristia
 POR PROF. FELIPE AQUINO6 DE JUNHO DE 2023CATEQUESE

A Igreja sempre destacou a presença real do Senhor no Santíssimo Sacramento e por


vários séculos incentivou o amor a este grande milagre de Deus.
A seguir, 8 conselhos dos santos sobre a Eucaristia:

1. Santo Tomás de Aquino

“A Eucaristia produz uma transformação progressiva no cristão. É o Sol das famílias e


das Comunidades”.

2. Santo Agostinho
“Senhor, você alegra minha mente de alegria espiritual. Como é glorioso teu cálice que
ultrapassa todos os prazeres provados anteriormente”.

3. São Francisco de Assis


“Quando não posso participar da Santa Missa, adoro o Corpo de Cristo com os olhos
do espírito através da oração, o qual adoro quando vejo na Missa”.

Leia também: Os frutos da Eucaristia


Por que Cristo quis permanecer presente na Eucaristia?
O devido respeito para com a Sagrada Eucaristia
A Presença Real de Cristo na Eucaristia
Eucaristia, alimento e remédio
Os Santos e a Eucaristia
4. Santo Afonso Maria de Ligório
“Ficai certos de que todos os instantes da vossa vida, o tempo que passardes diante do
divino sacramento será o que vos dará mais força durante a vida, mais consolo na
hora da morte e durante a eternidade. E seremos mais recompensados por 15
minutos de adoração na presença de Jesus Sacramentado do que em todos outros
exercícios espirituais realizados durante nosso dia”.

5. São Francisco de Sales


“A oração, unida a esse sacrifício divino da Missa, tem uma força inexplicável; de modo
que através deste sacrifício a alma fica cheia de favores celestiais como apoiada sobre
seu Amado”.

6. Santa Maria Goretti


“A Santa Eucaristia é a perfeita expressão do amor de Jesus Cristo pelo homem, é a
essência de todos os mistérios da sua vida”.
Ouça também: O Sacramento da Eucaristia
7. São Luís Maria Grignion de Montfort
“Antes da Comunhão… suplica a esta bondosa Mãe para que empreste seu coração
para receber nele o seu Filho com suas mesmas disposições”.

8. Santa Teresa D’Ávila


“Depois de receberem o Senhor, sua pessoa real está diante de nós, procurem fechar
os olhos do corpo e abrir os da alma e olhá-lo com o coração”.

Fonte: http://www.acidigital.com/noticias/8-conselhos-dos-santos-para-amar-a-
eucaristia-60840/

13 O devido respeito para com a Sagrada


Eucaristia
 POR PROF. FELIPE AQUINO23 DE JUNHO DE 2022CATEQUESE

Apesar de toda catequese da Igreja


sobre a Eucaristia, ainda hoje Jesus é muito desrespeitado e profanado na Hóstia
Santa
Os Sacramentos que Cristo deixou na Igreja transmitem a graça da salvação que Ele
conquistou pela sua morte e ressurreição; mas a sagrada Eucaristia vai mais além,
porque é o centro da fé católica; é o maior de todos os Sacramentos porque nele
Cristo está vivo, em corpo, sangue, alma e divindade.

Há dois mil anos, desde que pela primeira vez Jesus celebrou a Eucaristia na Santa
Ceia, nunca mais a Igreja deixou de realizá-la. Além disso, Cristo na Hóstia sagrada,
vítima oferecida em sacrifício, é guardado nos Sacrários para ser adorado pelos fiéis e
levado aos doentes. Mas, apesar de toda catequese da Igreja sobre a Eucaristia, ainda
Jesus é muito desrespeitado e profanado na Hóstia santa.

Leia também: O Maior Dos Sacramentos


Algumas orientações básicas sobre a EUCARISTIA
Um grande testemunho sobre a Eucaristia
Somos santificados pela Eucaristia
Eucaristia, alimento e remédio
O Valor da Santa Comunhão
Uma dessas profanações acontece quando alguém, ciente de que está em pecado
grave, comunga sem se confessar com o sacerdote. São Paulo nos lembra da
gravidade de Comungar sem estar em condições para isso. Ele diz: “Assim, todas as
vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice lembrais a morte do Senhor, até que
venha. Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor
indignamente será culpável do corpo e do sangue do Senhor. Que cada um se
examine a si mesmo, e assim coma desse pão e beba desse cálice. Aquele que o come
e o bebe sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação.
Esta é a razão por que entre vós há muitos adoentados e fracos, e muitos mortos” (1
Cor 11,26-30).

É claro que não devemos deixar de Comungar por qualquer falta cometida, mas
quando o pecado é grave, mortal, é indispensável a Confissão. Não se pode receber
Aquele que é Santo em um coração que não esteja purificado.

Outra profanação seríssima contra a Eucaristia é o uso de Hóstias consagradas para a


chamada “missa negra” realizada em cultos demoníacos. São Paulo fala da grandeza
do Corpo de Cristo na Eucaristia: “O cálice de bênção, que benzemos, não é a
comunhão do sangue de Cristo? E o pão, que partimos, não é a comunhão do corpo de
Cristo?… As coisas que os pagãos sacrificam, sacrificam-nas a demônios e não a Deus.
E eu não quero que tenhais comunhão com os demônios. Não podeis beber ao
mesmo tempo o cálice do Senhor e o cálice dos demônios. Não podeis participar ao
mesmo tempo da mesa do Senhor e da mesa dos demônios” (1Cor 10,16-21).
Em vários lugares têm havido terríveis profanações da
Eucaristia com arrombamentos de Sacrários, roubo de Hóstias e até pisoteamento
delas. Diante de tudo isso, é preciso o máximo de cuidado com a proteção da Sagrada
Eucaristia nos Sacrários. Esses devem ser muito bem fixados, fechados e protegidos.
Quando há adoração do Santíssimo Sacramento exposto no Ostensório, nunca se
pode deixar o mesmo sem alguém em adoração e vigilância.
Outro cuidado deve ser ao ser distribuída a Comunhão aos fiéis: é preciso observar se
os mesmos as colocam na boca na frente do ministro, como obriga a Igreja. Alguém
deve estar ao lado do ministro para verificar isso e proibir que alguém esconda a
Hóstia e a leve para casa.

Além disso, todo respeito deve ser observado na Igreja diante do Sacrário. Ao se
passar diante dele devemos fazer a genuflexão com um dos joelhos em um ato de
adoração. Se passarmos diante do Santíssimo exposto, então, devemos nos ajoelhar
com os dois joelhos para esse ato de adoração. Não podemos deixar que a Presença
de Deus no meio de nós se torne algo trivial, banal, sem merecer a devida atenção e
respeito. Diante Dele é preciso silêncio, adoração e todo respeito.

Prof. Felipe Aquino

14 O Maior Dos Sacramentos


 POR PROF. FELIPE AQUINO24 DE JUNHO DE 2022CATEQUESE
Q
uando dizemos que a Sagrada Eucaristia é o maior dos sacramentos, afirmamos algo
evidente. O Batismo é, sem dúvida, o sacramento mais necessário; sem ele, não
podemos ir para o céu. No entanto, apesar das maravilhas que o Batismo e os outros
cinco sacramentos produzem na alma, não são senão instrumentos de que Deus se
serve para nos dar a sua graça; mas na Sagrada Eucaristia não temos apenas um
instrumento que nos comunica as graças divinas: é-nos dado o próprio Dador da
graça, Jesus Cristo Nosso Senhor, real e verdadeiramente presente.
“A Eucaristia é <<fonte e centro de toda a vida cristã>> (LG 11). <<Os restantes
sacramentos, porém, assim como todos os mistérios eclesiásticos e obras de
apostolado, estão vinculados com a sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Com efeito,
na santíssima Eucaristia está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o
próprio Cristo, nossa Páscoa >> (PO 5)” (n. 1324).
O sacramento do Corpo e do Sangue de Cristo tem tido
muitos nomes ao longo da história cristã: Pão dos Anjos, Ceia do Senhor, Sacramento
do altar e outros que nos são bem conhecidos. Mas o nome que permaneceu desde o
princípio o nome que a Igreja dá oficialmente a este sacramento é Sagrada Eucaristia.
Provém do Novo Testamento. Os quatro escritores sagrados – Mateus, Marcos, Lucas
e Paulo – que nos narram a Última Ceia dizem-nos que Jesus tomou o pão e o vinho
em suas mãos e “deu graças”. E assim, da palavra grega eucaristia, que significa “ação
de graças”, resultou o nome do nosso sacramento: Sagrada Eucaristia.
O Catecismo ensina-nos que a Eucaristia é ao mesmo tempo sacrifício e sacramento.
Como sacrifício, a Eucaristia é a Missa a ação divina em que Jesus, por meio de um
sacerdote humano, transforma o pão e o vinho no seu próprio corpo e sangue e
continua no tempo e oferecimento que fez a Deus no Calvário, o oferecimento de Si
próprio em favor dos homens.

“A sagrada Eucaristia completa a iniciação cristã. Aqueles que foram elevados à


dignidade do sacerdócio real pelo Batismo e configurados mais perfeitamente a Cristo
pela Confirmação, esses, por meio da Eucaristia, participam, com toda a comunidade,
no próprio sacrifício do Senhor. […] A Eucaristia é o memorial da Páscoa de Cristo, a
atualização e oferecimento sacramental do seu único sacrifício, na Liturgia da Igreja
que é o seu Corpo” (ns. 1322 e 1362).

Leia também: Eucaristia, alimento e remédio


Por que Cristo quis permanecer presente na Eucaristia?
O devido respeito para com a Sagrada Eucaristia
Um grande testemunho sobre a Eucaristia
A Presença Real de Cristo na Eucaristia
Somos santificados pela Eucaristia
O sacramento da Sagrada Eucaristia adquire o seu ser (ou é “confeccionada”, como
dizem os teólogos) na Consagração da Missa; nesse momento, Jesus torna-se presente
sob as aparências do pão e do vinho. E enquanto essas aparências permanecerem,
Jesus continua a estar presente e o sacramento da Sagrada Eucaristia continua a
existir nelas. O ato pelo qual se recebe a Sagrada Eucaristia chama-se Sagrada
Comunhão. Podemos dizer que a Missa é a “confecção” da Sagrada Eucaristia e que a
comunhão é a sua recepção. Entre uma e outra, o sacramento continua a existir (como
no sacrário), quer o recebamos, quer não.

Ao tratarmos de aprofundar no conhecimento deste sacramento, não temos melhor


maneira de fazê-lo do que começando por onde Jesus começou: por aquele dia na
cidade de Cafarnaum em que fez a mais incrível das promessas, a e dar a sua carne e
o seu sangue como alimento da nossa alma.

“Os milagres da multiplicação dos pães – quando o Senhor disse a bênção, partiu e
distribuiu os pães pelos seus discípulos para alimentar a multidão -, prefiguram a
superabundância deste pão único da Sua Eucaristia” (n. 1335).

Na véspera, Jesus tinha lançado os alicerces da sua promessa. Sabendo que ia fazer
uma tremenda exigência à fé do seus ouvintes, preparou-os para ela. Sentado numa
ladeira, do outro lado do mar de Tiberíades, tinha pregado a uma grande multidão que
o havia seguido até ali, e agora, já ao cair da tarde, prepara-se para despedi-los. Mas,
movido de compaixão e como preparação para a sua promessa do dia seguinte, faz o
milagre dos pães e dos peixes. Alimenta a multidão – sós os homens eram cinco mil –
com cinco pães e dois peixes; e, depois de todos se terem saciado, os seus discípulos
recolhem doze cestos de sobra. Esse milagre haveria de estar presente no dia seguinte
(ou deveria estar) na mente dos que o escutaram.

Tendo despedido os que o tinham seguido, subiu monte acima, a fim de orar em
solidão como era seu costume. Mas não era muito fácil separar-se daquela multidão,
que queria ver mais milagres e ouvir mais palavras de sabedoria de Jesus de Nazaré:
acamparam por ali para passar a noite e viram os discípulos embarcar (sem Jesus)
rumo a Cafarnaum, na única barca que havia. Nessa noite, depois de terminar a
oração, Jesus atravessou andando as águas tormentosas do lago e juntou-se aos seus
discípulos na barca, e assim chegou com eles a Cafarnaum.
Na manhã seguinte, a turba não conseguia encontrar
Jesus. Quando chegaram outras barcas de Tiberíades, desistiram de procura-lo e
embarcaram para Cafarnaum. Qual não foi o seu assombro ao encontrarem de novo
Jesus, que havia chegado antes, sem ter subido à barca que partira na noite anterior!
Foi outro portento, outro milagre que Jesus fez para fortalecer a fé daquela gente (e
dos seus discípulos), pois ia pô-la à prova pouco depois.
Assista também: Como devemos venerar corretamente o Senhor presente na
Eucaristia?
Os discípulos e os que conseguiram entrar aglomeram-se em seu redor na sinagoga
de Cafarnaum. Foi ali e então que Jesus fez a promessa que hoje nos enche de
fortaleza e vida: prometeu a sua Carne e seu Sangue como alimento; prometeu a
Sagrada Eucaristia.

Se tinha poder para multiplicar cinco pães e com eles alimentar cinco mil homens,
como não havia de tê-lo para alimentar toda a humanidade com um pão celestial feito
por Ele?! Se tinha poder para andar sobre as águas como se fosse terra firme, como
não havia de tê-lo para ordenar aos elementos do pão e do vinho que lhe
emprestassem a sua aparência e para utilizá-la como capa para a sua Páscoa?! Jesus
tinha preparado bem os seus ouvintes e, como veremos, eles tinham necessidade
disso.

Se você tem um exemplar do Novo Testamento à mão, será muito bom que leia inteiro
o capítulo sexto do Evangelho de São João. Só assim poderá captar todo o ambiente,
as circunstâncias e o desenrolar dos acontecimentos na sinagoga de Cafarnaum. Vou
citar somente as linhas mais pertinentes, que começam no versículo 51 e acabam no
67.

Disse Jesus: Eu sou o pão vivo que desceu do céu […] Quem comer deste pão viverá
eternamente; e o pão que eu darei é a minha carne para a salvação do mundo.
Disputavam, pois, entre si os judeus, dizendo: Como pode este dar-nos a comer a sua
carne? Jesus disse-lhes: Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne
do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. O que
come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu ressuscitarei no
último dia. Porque a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue e
verdadeiramente bebida. […] Este é o pão que desceu do céu. Não é como o pão que
comeram os vossos pais e morreram. O seus discípulos murmuravam por isso, disse-
lhes: […] As palavras que eu vos disse são espírito e vida. Mas há alguns de vós que
não creem […]. Desde então, muitos dos seus discípulos tornaram atrás e já não
andavam com ele.

Este breve extrato do capítulo sexto de São João contém os dois pontos que mais nos
interessam agora: os dois pontos que nos dizem, meses antes da Última Ceia, que na
Sagrada Eucaristia estarão presentes o verdadeiro Corpo e o verdadeiro Sangue de
Jesus. Lutero rejeitou a doutrina da presença verdadeira e substancial de Jesus na
Eucaristia, doutrina que havia sido seguida firmemente por todos os cristãos durante
mil e quinhentos anos. Lutero aceitava certa espécie de presença de Cristo, ao menos
no momento em que se recebesse a comunhão. Mas no terreno adubado por Lutero
brotaram outras confissões protestantes que foram recusando mais e mais a crença
na presença real. Na maioria das confissões protestantes de hoje, o “serviço da
comunhão” não passa de um simples rito comemorativo da morte do Senhor; o pão
continua a ser pão e o vinho continua a ser vinho.

Nos seus esforços por eludir a doutrina da presença real, teólogos protestantes
procuraram mitigar as palavras de Jesus, afirmando que Ele não pretendia que as
tomassem no seu sentido literal, mas apenas espiritual ou simbolicamente. Mas é
evidente que não se podem diluir as palavras de Cristo sem violentar o seu sentido
claro e rotundo. Jesus não poderia ter sido mais enfático: A minha carne é
verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida. Não há forma de
dizê-lo com mais clareza. No original grego, que é a língua em que São João escreveu o
seu Evangelho, a palavra do versículo 55 que traduzimos por “comer” estaria mais
próxima do seu sentido original se a traduzíssemos por “mastigar” ou “comer
mastigando”.

Ouça também: O Sacramento da Eucaristia


Tentar explicar as palavras de Jesus como simples modo de expressar-se levar-nos-ia a
outro beco sem saída. Entre os judeus, que eram aqueles a quem Jesus se dirigia, a
única ocasião em que a frase “comer a carne de alguém” se utilizava figurativamente
era para significar ódio a determinada pessoa ou perseguir alguém com furor. De
modo parecido, “beber o sangue de alguém” queria indicar que esse alguém seria
castigado com penas severas. Nenhum desses significados – os únicos que os judeus
conheciam – se revela coerente se os aplicarmos às palavras de Jesus.

Outra prova de peso, que confirma que Jesus quis verdadeiramente dizer o que disse –
que o seu corpo e o seu sangue estariam realmente presentes na Eucaristia – está em
que alguns dos seus discípulos o abandonaram por terem achado a ideia de comê-lo
demasiado repulsiva. Não tiveram fé suficiente para compreender que, se Jesus lhes ia
dar a sua Carne e o seu Sangue em alimento, o faria de forma a não causar
repugnância à natureza humana. Por isso o abandonaram, “e já não andavam com
ele”.

“O primeiro anúncio da Eucaristia dividiu os discípulos, tal


como o anúncio da Paixão os escandalizou: Estas palavras são insuportáveis! Quem as
pode escutar? (Jo 6,60). A Eucaristia e a Cruz são pedras de tropeço. É o mesmo
mistério e continua a ser motivo de divisão. Também vós quereis ir-vos embora? (Jo
6,67). Esta pergunta do Senhor ecoa através dos tempos, como convite do seu amor a
que descubramos que só Ele tem palavras de vida eterna (Jo 6,68) e que acolher na fé
o dom da sua Eucaristia é acolhê-Lo a Ele mesmo” (n. 1336).
Jesus nunca os teria deixado ir-se embora se essa deserção fosse simples resultado de
um mal-entendido. Muitas vezes antes tinha-se dado ao trabalho de esclarecer as suas
palavras quando demos que era preciso nascer de novo, e este lhe perguntou como é
que um adulto podia entrar de novo no ventre de sua mãe (cf. Jo 3,3 e segs.);
pacientemente, Jesus esclareceu-lhe as suas palavras sobre o Batismo. Mas agora, em
Cafarnaum, Jesus não esboça o menor gesto para impedir que os seus discípulos o
abandonem nem para lhes dizer que o haviam entendido mal. Não pode fazê-lo pela
simples razão de que o tinham entendido perfeitamente e por isso o deixavam. O que
lhes faltou foi fé, e Jesus, tristemente, teve que resignar-se a vê-los partir.

Tudo isto faz com que a afirmação da doutrina da presença real esteja ineludivelmente
contida na promessa de Cristo, por que, se não fosse assim, as suas palavras não
teriam sentido, e Jesus não falava por enigmas indecifráveis.

Retirado do livro: “A Fé Explicada”. Léo J. Trese.

15 A humildade de Jesus na Eucaristia


 POR PROF. FELIPE AQUINO14 DE ABRIL DE 2022ESPIRITUALIDADE

Esta reflexão foi baseada nas obras São Pedro Julião Eymard, sobre a Sagrada
Eucaristia.
Jesus esconde a sua Glória na Eucaristia para que o brilho de sua Majestade, como o
rosto brilhante de Moisés, não ofusque a nossa vista impedindo-nos de chegar a Ele.
Tudo para podermos nos achegar a Ele sem medo.
Jesus desce até ao nada na Hóstia para que desçamos com Ele e sintamos
profundamente o que Ele disse: “vinde a Mim… aprendei de mim que sou manso e
humilde de coração”.

Jesus nos ama tão radicalmente na Eucaristia que se submete a nós em tudo. Ele
desce do Céu tão logo o sacerdote pronuncia as palavras da Consagração. Ele
obedeceu silencioso os seus carrascos e está pronto novamente para receber o beijo
dos novos Judas, por amor a nós.

Na Eucaristia perpetua-se a Paixão do Senhor; ali Ele a vê


renovada diariamente. Muitas vezes Ele é traído pela apostasia, crucificado pelo vício,
flagelado pelas ingratidões e pecados; e, muitas vezes Jesus renova o seu Calvário nos
corações que o recebem em pecado mortal ou com indiferença. O Rei da Glória se
rebaixa ao mais baixo degrau da humildade para deixar-nos o seu exemplo.
Este estado humilde e escondido de Jesus anima a nossa fraqueza, nos dá coragem de
falar-lhe sem receio e contemplá-lo. Ele se esconde para que a Sua Glória não nos
atemorize. Se nem mesmo conseguimos olhar o Sol do meio dia, quando mais
poderíamos contemplar a Glória do Rei do Universo? Deus é um fogo consumidor,
como disse Moisés.

Jesus se esconde na Hóstia para que os bons, mas também os maus, se aproximem
dele. Quem de nós não temeria, por seus pecados, chegar-se a seus pés. Quem sabe
só os orgulhosos teriam a ousadia de se aproximar Dele. Então, escondido, Ele não
assusta ninguém, pois quer socorrer a todos. A glória assusta, amedronta,
ensoberbece, mas não converte. Os judeus, aos pés do Monte Sinai fumegante
tornaram-se idólatras, adoraram o bezerro de ouro diante da glória de Deus. Os
Apóstolos, diante de Jesus transfigurado, perderam um pouco dos sentidos e da
lógica. É melhor que Jesus permaneça humilde e velado; assim poderemos aproximar-
nos Dele, sem medo e sem ser repelido; e poder, então, desfrutar do seu Amor.
Leia também: Os frutos da Eucaristia
Como posso me preparar para receber a Sagrada Eucaristia?
Quanto tempo Cristo permanece na Eucaristia em nosso corpo?
Por que Cristo quis permanecer presente na Eucaristia?
Qual a origem da festa de Corpus Christi?
A Presença Real de Cristo na Eucaristia
Eucaristia, alimento e remédio
Na Eucaristia Jesus se fez o último dos pobres para poder estender a mão ao menor
de todos e dizer “Sou teu irmão”. Como o pobre Ele não tem honra, não tem defesa,
tem poucos amigos e, para muitos, é um estranho, um desconhecido. E não foi o
Tabor que converteu o mundo, foi o Calvário. O amor se manifesta e opera, não pela
glória, mas pela bondade e humildade.

O amor se manifesta em bondade e humilhação, escondendo-se, aniquilando-se;


rejeita a glória e os aplausos, oculta-se e desce. Assim fez Jesus ao encarnar-se; assim
Ele fez na gruta de Belém, no silêncio de Nazaré, na tentação do deserto, no Calvário,
na Eucaristia. O aniquilamento é o traço característico da vida de Jesus também na
Eucaristia. Ali ele recebe a todos, pobres e ricos, simpáticos e antipáticos, bêbados e
drogados, cultos e analfabetos, limpos e sujos, sem reclamar de ninguém.

Jesus é tão frágil na Eucaristia que basta consumir a Hóstia, ou dissolvê-la em água, ou
ser estragada pelo tempo, para que o Sacramento se desfaça.

Ele que em vida foi tão belo – “o mais belo dos filhos dos homens” (Sl 44,3), tem a sua
Beleza toda escondida.

Ainda mais, Ele que é a Vida, e que dá a vida e o movimento para todos os seres,
condena-se a permanecer inerte, sem ação, “prisioneiro dos nossos sacrários”, e se
reduz ao ponto de estar inteiro no menor fragmento da Hóstia.

Quanto aniquilamento amoroso que nos faz corar de vergonha diante de nossas
exibições, aparências, exigências, julgamentos, condenações…

Jamais Ele se defende ao ser insultado e nunca revida quando é escarnecido. Isto não
porque não pode, é por que não quer. Ele poderia do seu silêncio fulminar os
sacrílegos que os arrastam para as missas negras ou o recebem sem “distinguir o seu
Corpo e o seu Sangue”. Ele continua a repetir as palavras que disse a Pedro ao ser
preso no Horto da Agonia: “Crês tu que não posso invocar meu Pai e ele não me
enviaria imediatamente doze legiões de anjo?” (Mt 26,53). “Não hei de beber eu o
cálice que o Pai me der?” (Jo 18,11).

Na Eucaristia Jesus continua a beber o cálice que o Pai lhe deu, muito além da sua
exigência. Bastava o Calvário para salvar-nos, mas Ele quis chegar ao “Calvário” do
Sacrário, por nós.

Fico pensando nas Hóstias que se perdem, por acidente ou abandono; quando
apodrecem, os vermes a invadem e expulsam Jesus, pois Ele só permanece nas
espécies enquanto elas estão intactas. Isto faz-nos lembrar as palavras do Profeta
sobre Jesus: “Não sou mais um homem, porém um verme!” (Sl 21,7).

De fato Jesus desceu ao último degrau da criação na Eucaristia, pois, por não poder
perder a substância própria, Ele se reveste exteriormente das simples espécies do pão
e do vinho; é um enorme rebaixamento.

Aniquilando a sua Glória na Eucaristia Ele está como que nos dizer: “Sede humildes!”.
Mas o aniquilamento de Jesus é positivo, produz frutos de salvação e dá glória a Deus.
A humildade perfeita é a que devolve todo o bem a Deus, como a Virgem Maria. “Ele
fez maravilhas em mim, Santo é o Seu Nome” (Lc 1,49).

Ser humilde é reconhecer que sem Deus não somos nada e não podemos nada.
Quanto mais subimos na graça, mais descemos na humildade. É com humildade que
se deve exercer o poder.

Das lições de Jesus eucarístico, a mais forte parece a que nos ensina a esconder dos
homens os nossos padecimentos, para que não se apiedem de nós e nos louvem, o
que seria um grande mal. Ele nos ensina a ocultar os bons atos e não receber louvores
merecidos. Importa antes mostrar apenas a parte fraca das nossas obras.

Quanto mais nos rebaixamos, mais Jesus Cristo cresce, como disse João Batista:
“importa que Ele cresça e eu desapareça” (Jo 3,30).
Jesus é modelo de humildade na Eucaristia; não sente a
menor indignação com quem o despreza, o injuria, ou o abandona; de todos se
compadece porque a todos quer salvar e socorrer; antes se entristece pelo pobre
estado dos pecadores. Esta é a humildade dos que desejam ajudá-lo a salvar almas.
Jesus é manso; não se irrita. Nós, ao contrário, irritamo-nos muitas vezes, por
pensamentos e julgamos apressadamente as pessoas sob a nossa ótica pessoal, e
muitas vezes abatemos a quem se opõe a nós.

Estamos ainda longe da mansidão do Cordeiro imolado e sacramentado. Somos


traídos pelo amor-próprio, que só vê os próprios interesses. Felizmente Jesus não
julga-nos senão segundo a Sua mansidão e misericórdia. Ele que é a Verdade, esperou
a hora do Pai, e honra-o pelo silêncio e humildade. Essa mansidão continua na
Eucaristia.

Pelo amor. Quanto mais amamos Jesus eucarístico, mais seremos semelhantes a Ele.
O seu amor destruirá o nosso amor-próprio, a razão de toda a nossa cólera, raiva,
impaciência, mau humor, violência, aspereza com as pessoas, sensualidade, orgulho,
desejo de se mostrar, de ser honrado, etc.

Prof. Felipe Aquino


16 Quanto tempo Cristo permanece na
Eucaristia em nosso corpo?
 POR PROF. FELIPE AQUINO7 DE JUNHO DE 2023VOCÊ SABIA?

A Igreja ensina que enquanto as espécies do Pão e do Vinho Consagrados existem em


nosso corpo, Cristo aí está presente corporalmente.
Leia também: A Presença Real de Cristo na Eucaristia
Por que Cristo quis permanecer presente na Eucaristia?
Somos santificados pela Eucaristia
Após uns dez minutos, quando o trigo e o vinho se decompõem, então Cristo já não
está mais fisicamente em nós. Continua em nós pelo Espírito Santo e sua Graça.
Prof. Felipe Aquino

17 Que designações tem a ceia de Jesus e


que significam?
 POR PROF. FELIPE AQUINO5 DE ABRIL DE 2018VOCÊ SABIA?

Distintos nomes designam este mistério insondável: Santo Sacrifício, Santa Missa,
Missa Sacrificial, Ceia do Senhora, Fração do Pão, Assembleia Eucarística, Memorial
da Paixão, Morte e Ressurreição, Santa e Divina Liturgia, Sagrado Mistério, Sagrada
Comunhão [1325-1332]

Santo Sacrifício, Santa Missa, Missa Sacrificial: o


singular sacrifício de Jesus, que leva à plenitude todos os sacrifícios, torna-se presente
na celebração eucarística. A Igreja e os crentes inserem-se com a sua própria entrega
do sacrifício de Cristo. A palavra Missa provem da formula de despedida em língua
latina Ite missa est, que significa <<Ide, sois enviados!>>
Ceia do Senhor: cada celebração eucarística continua a ser a única ceia que Jesus
celebrou com os Seus discípulos e simultaneamente a antecipação da ceia que o
Senhor celebrará com os redimidos no fim dos dias. Não somos nós que fazemos a
celebração litúrgica; é o Senhor que nos chama a ela, onde está misteriosamente
presente.
Leia também: A missa como sacrifício
Por que foi necessário o sacrifício de Cristo?
As provas da Ressurreição de Jesus
Somos santificados pela Eucaristia
O Maior Dos Sacramentos
Função do Pão: a “fração do pão” era um antigo banquete ritual que Jesus aproveitou
por ocasião da Última Ceia, para exprimir a Sua entrega <<por nós>> (Rm 8,32). Na
“fração do pão”, os discípulos reconheceram-n’O após a ressurreição. A comunidade
primitiva designava as suas celebrações eucarísticas por “fração do pão”.

Assembleia Eucarística: a celebração da Ceia do Senhor


é também uma assembleia de “ação de graças”, na qual a Igreja encontra a sua
expressão.
Memorial da Paixão, Morte e Ressurreição: na celebração eucarística, não é a
comunidade que é celebrada; antes, ela descobre e celebra de um modo sempre novo
a passagem de Cristo à Vida, por meio do sofrimento e da morte.
Santa e Divina Liturgia, Santos Mistérios: na celebração eucarística unem-se, numa
única festa, a Igreja celeste e a terrestre. Porque os dons eucarísticos em que Cristo
está presente são, em certa medida, o que de mais santo se encontra no mundo, fala-
se também do Santíssimo Sacramento.
Sagrada Comunhão: porque na Santa Missa nos unimos a Cristo, e n’Ele nos unimos
uns aos outros, fala-se de Sagrada Comunhão.
Fonte: YOUCAT

18 Qual o significado do padre partir a


Hóstia ao meio?
 POR PROF. FELIPE AQUINO4 DE JUNHO DE 2021VOCÊ SABIA?

O padre parte a Hóstia para significar o que Jesus fez: partiu o Pão e distribuiu aos
discípulos.

Leia também: A diferença de Cristo na hóstia e sua


Segunda Vinda
Por que só comungamos a hóstia e não bebemos o vinho consagrado?
Os milagres de Cristo são reais ou apenas simbólicos?
Como é a presença de Cristo na Hóstia Consagrada?
O Maior Dos Sacramentos
O pedacinho que ele coloca no vinho consagrado é sinal de unidade da Igreja; significa
a Eucaristia que antigamente o bispo celebrava e enviava para a outras comunidades
onde não havia Missa.

Prof. Felipe Aquino

19 Quantas vezes pode-se comungar por


dia?
 POR PROF. FELIPE AQUINO22 DE DEZEMBRO DE 2021VOCÊ SABIA?

Segundo o Código de Direito Canônico o fiel pode Comungar duas vezes por dia se
participar de duas Missas; não pode fazer a segunda Comunhão fora da Missa.
Leia também: Conselhos práticos para comungar
Quem chega atrasado na Missa pode comungar?
Com que disposições devemos comungar?
Cânon 917 – Quem já recebeu a Santíssima Eucaristia
pode recebê-la no mesmo dia, somente dentro da celebração eucarística em que
participa, salva a prescrição do cânon 921 §2 (perigo de morte).
Assista também: Pode-se comungar duas vezes no mesmo dia? Como saber se estou
devidamente preparado para comungar?
Nota: No mesmo dia, os fiéis podem receber a Sagrada Eucaristia só uma segunda
vez. (Pontificia Comissio Codici Iuris Canonici Authentici Interpretando, Responsa ad
proposita dubia, 1: AAS 76 (1984) 746).
Prof. Felipe Aquino

20 Que designações tem a ceia de Jesus e


que significam?
 POR PROF. FELIPE AQUINO5 DE ABRIL DE 2018VOCÊ SABIA?

Distintos nomes designam este mistério insondável: Santo Sacrifício, Santa Missa,
Missa Sacrificial, Ceia do Senhora, Fração do Pão, Assembleia Eucarística, Memorial
da Paixão, Morte e Ressurreição, Santa e Divina Liturgia, Sagrado Mistério, Sagrada
Comunhão [1325-1332]

Santo Sacrifício, Santa Missa, Missa Sacrificial: o


singular sacrifício de Jesus, que leva à plenitude todos os sacrifícios, torna-se presente
na celebração eucarística. A Igreja e os crentes inserem-se com a sua própria entrega
do sacrifício de Cristo. A palavra Missa provem da formula de despedida em língua
latina Ite missa est, que significa <<Ide, sois enviados!>>
Ceia do Senhor: cada celebração eucarística continua a ser a única ceia que Jesus
celebrou com os Seus discípulos e simultaneamente a antecipação da ceia que o
Senhor celebrará com os redimidos no fim dos dias. Não somos nós que fazemos a
celebração litúrgica; é o Senhor que nos chama a ela, onde está misteriosamente
presente.
Leia também: A missa como sacrifício
Por que foi necessário o sacrifício de Cristo?
As provas da Ressurreição de Jesus
Somos santificados pela Eucaristia
O Maior Dos Sacramentos
Função do Pão: a “fração do pão” era um antigo banquete ritual que Jesus aproveitou
por ocasião da Última Ceia, para exprimir a Sua entrega <<por nós>> (Rm 8,32). Na
“fração do pão”, os discípulos reconheceram-n’O após a ressurreição. A comunidade
primitiva designava as suas celebrações eucarísticas por “fração do pão”.
Assembleia Eucarística: a celebração da Ceia do Senhor
é também uma assembleia de “ação de graças”, na qual a Igreja encontra a sua
expressão.
Memorial da Paixão, Morte e Ressurreição: na celebração eucarística, não é a
comunidade que é celebrada; antes, ela descobre e celebra de um modo sempre novo
a passagem de Cristo à Vida, por meio do sofrimento e da morte.
Santa e Divina Liturgia, Santos Mistérios: na celebração eucarística unem-se, numa
única festa, a Igreja celeste e a terrestre. Porque os dons eucarísticos em que Cristo
está presente são, em certa medida, o que de mais santo se encontra no mundo, fala-
se também do Santíssimo Sacramento.
Sagrada Comunhão: porque na Santa Missa nos unimos a Cristo, e n’Ele nos unimos
uns aos outros, fala-se de Sagrada Comunhão.
Fonte: YOUCA

21A missa como sacrifício


 POR PROF. FELIPE AQUINO21 DE OUTUBRO DE 2021CATEQUESE
Na Missa, Jesus não é “morto de novo e de
novo”, como alguns críticos reivindicam, mas Ele é oferecido continuamente, numa
oblação pura, desde o nascer até o pôr do sol.
Sabemos que ainda não somos dignos do céu. É por isso que somos dependentes do
cálice que recebemos na Missa, o sangue de Jesus, cujo “sangue aspergido… fala mais
misericordiosamente do que o sangue de Abel”. O sangue de Cristo, o cálice do Seu
sangue, purifica os pecadores arrependidos e é, para eles, um cálice de bênção e de
perdão.

A Igreja Católica ensina que a Sagrada Comunhão remove todos os pecados veniais da
alma do pecador. Através de nosso contato com Jesus tornamo-nos, pela graça, o que
Ele é por natureza. Participamos de Sua natureza. Ele é todo puro, todo santo, e por
isso, Seu toque nos purifica. O que Ele diz ao leproso é igualmente válido para nós: “Eu
quero, fica purificado” (Mt 8,3).
Na Antiga Aliança, os israelitas ofereciam sacrifícios para expiar os pecados, mas
agora, Cristo se tornou o sacrifício plenamente suficiente. Por Sua morte, Ele cumpriu
o que muitos milhões de oferendas do mundo antigo jamais puderam cumprir.
Vejamos a Epístola aos Hebreus: “De fato, se o sangue de bodes e touros e a cinza de
novilhas espalhada sobre os seres impuros os santificam, realizando a pureza ritual
dos corpos, quanto mais sangue de Cristo purificará a nossa consciência das obras
mortas, para servirmos ao Deus vivo” (Hb 9,13-14). A morte e ressurreição de Cristo
marcam um sacrifício “de uma vez por todas”: “somos santificados pela oferenda do
corpo de Jesus Cristo, realizada uma vez por todas” (Hb 10,10).

A morte e ressurreição de Jesus aconteceram apenas uma vez na história, mas Ele quis
que todas as pessoas, das diversas épocas, participassem daquele sacrifício. E a forma
desejada por Deus é a Missa, que é em si, o sacrifício de Jesus Cristo. Ele não é “morto
de novo e de novo”, como alguns críticos reivindicam, mas Ele é oferecido
continuamente, numa oblação pura, desde o nascer até o pôr do sol.

O sacrifício de Cristo não anula o nosso, mas faz com que seja possível. Com efeito, foi
Jesus quem ordenou a Seus ministros sacerdotes para que participassem de Seu ato
sacrificial, pois foi Ele quem disse: “Fazei isto em memória de mim”. Os Seus Apóstolos,
como todos os sacerdotes católicos subsequentes, não submetiam a Jesus, mas antes,
O representam e participam de Seu sacerdócio.

Leia também: O sentido da Santa Missa


8 dicas para aproveitar melhor a missa
A Missa na História do Mundo
A Missa: parte por parte
O Valor da Santa Missa
Os primeiros cristãos viviam num mundo onde o sacrifício era parte integrante de uma
religião. Se tivessem se convertido do Judaísmo, conheceriam os sacrifícios do Templo
de Jerusalém. Se tivessem vindo do paganismo, conheceriam os sacrifícios dos deuses
pagãos. Mas agora, todos esses sacrifícios deram lugar ao rito habitualmente
chamado de “o sacrifício”. A Carta aos Hebreus cita o Salmo 50,23 para incentivar um
contínuo “sacrifício de louvor” (Hb 13,15) na Igreja. Paulo, comumente, usa uma
linguagem com palavras próprias de um culto de sacrifício, tais como: leutourgia
(liturgia; por exemplo, Rm 15,16), eucaristia (ação de graças, eucaristia; por exemplo,
2Cor 9,11), thusia (sacrifício; por exemplo, Fl 4,18); hierougein (serviço sacerdotal; por
exemplo, Rm 15,16); e prosphoron (oferenda; por exemplo, Rm 15,16). Pedro fala de
toda a Igreja como um sacerdócio chamado de “a oferta dos sacrifícios espirituais
agradáveis a Deus por Jesus Cristo” (1Pd 2,5).

Essa linguagem sacrifical aparece também nos escritos cristãos dos discípulos dos
Apóstolos. Um livro antigo, chamado Didaqué, repetidamente usa a palavra “sacrifício”
para descrever a Eucaristia: “E no dia do Senhor, reuni-vos para partir o pão e dar
graças, primeiramente confessando suas transgressões, para que o seu sacrifício seja
puro”. Santo Inácio de Antioquia, escrevendo apenas alguns anos depois da morte dos
Apóstolos, habitualmente se referia à Igreja como o “lugar do sacrifício”.

No Antigo Testamento, os sacrifícios iniciavam ou restauravam a comunhão entre


Deus e o homem; e assim o faz a Missa, no Novo Testamento, só que de forma mais
perfeita. Para Santo Inácio e seus contemporâneos em 105 d. C., a Igreja estava unida
em comunhão pela Eucaristia. Isso eles tinham aprendido bem de São Paulo, que
disse: “Porque há um só pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, esclareceu esta
doutrina para qualquer um que pudesse estar em dúvida: “Acautelai-vos, então, de ter,
porém, uma Eucaristia. Porque há uma só carne de Nosso Senhor Jesus Cristo, e um
cálice para manifestar a unidade do seu sangue; um altar, como há um só bispo,
juntamente com os sacerdotes e diáconos, meus companheiros no serviço”. E, Inácio,
definia como hereges aqueles que se abstém da Eucaristia e da oração, porque não
confessam que a Eucaristia é a carne de Nosso Salvador Jesus Cristo, o qual sofreu por
nossos pecados e que o Pai, em Sua bondade, O ressuscitou”.
Pelo fato de não crescermos ao redor de cultos de
sacrifício, como os primeiros cristãos faziam, não estamos acostumados à linguagem
que Inácio utiliza a todo o momento, uma linguagem de sacrifício, ao falar de um altar,
por exemplo, e da oferenda da carne. Numa outra carta sua, ele mesmo se compara a
uma oferenda de trigo e de pão. Para cada culto sacrifical, fosse em Israel, na Grécia
ou em Roma, era necessário um sacerdote. Esse, por definição, é alguém que oferece
o sacrifício (ver Hb 8,3). Santo Inácio reconhece o sacerdócio de todos os fiéis, como
São Pedro; mas ele também reconhece, como São Paulo, que alguns homens são
separados para presidir os ritos da Igreja. Inácio escreveu aos cristãos de Esmirna:
“Que a Eucaristia só seja considerada válida se for celebrada na presença do bispo ou
daquele a quem ele tiver confiado à celebração”.
No Apocalipse, o livro do Novo Testamento que os católicos consideram um “ícone da
liturgia”, Cristo aparece como um cordeiro do sacrifício (Ap 5,6). É o sangue desse
Cordeiro, dado em sacrifício, que “tira os pecados do mundo” (Jo 1,29).

Agora a oferenda está no céu, exatamente onde João a viu, mas o céu toca a terra na
Missa. Os Padres da Igreja gostavam de citar o Profeta Isaías quando falavam sobre o
sacrifício Eucarístico e seu poder de apagar os nossos pecados: “Um dos serafins voou
para mim segurando, com uma tenaz, uma brasa tirada do altar. Com ela tocou meus
lábios dizendo: ‘Agora que isto tocou os teus lábios, tua culpa está sendo tirada; teu
pecado, perdoado” (Is 6,6-7). Para os primeiros cristãos, a “queima com carvão”
prefigurava o Santíssimo Sacramento, o Pão que desceu do altar de Deus para
purificar a Igreja em oração.

Retirado do livro: “Razões Para Crer”. Scott Hahn. Ed. Cléofas.


22 Qual é a melhor maneira de receber a
Comunhão?
 POR PROF. FELIPE AQUINO4 DE FEVEREIRO DE 2022CATEQUESE

Pe. Samuel Bonilla, conhecido nas redes sociais como “Padre Sam”, respondeu às
preocupações que surgem no momento de receber a Comunhão.
“Posso recebê-la de pé, de joelhos, nas mãos, na boca, posso receber a comunhão
duas vezes?”, são dúvidas frequentes que o Padre Sam esclareceu em seu canal do
YouTube.

O sacerdote nascido em El Salvador tomou como


referência a instrução “Redemptionis Sacramentum”, assinada em 2004 pelo Cardeal
Francis Arinze, então Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos
Sacramentos.
“Primeiramente, deve-se dizer que para recebê-la, deve ser durante a celebração da
Eucaristia, a não ser que seja por motivos graves”, como é o caso de uma pessoa
doente, explicou Padre Sam.

Como segundo ponto, o sacerdote disse que, “para receber a Eucaristia, devo estar
confessado e não ter cometido pecados graves”.

Leia também: Comungar de joelhos ou em pé?


Por que não se dá mais a Comunhão nas duas espécies?
Com que disposições devemos comungar?
A Comunhão Eucarística na Mão
O Valor da Santa Comunhão
De pé ou ajoelhado?
“As duas formas são válidas, como você preferir, de pé ou de joelhos. Antes do Concílio
Vaticano II, só se comungava de joelhos”, mas depois da reforma litúrgica, ambas as
formas são válidas, disse Padre Sam.

De acordo com o parágrafo 91 da ‘Redemptionis Sacramentum’, “não é lícito negar a


Sagrada Comunhão a um fiel, por exemplo, apenas por querer receber a Eucaristia
ajoelhado ou de pé”, indicou o sacerdote.

Receber a Comunhão na boca ou na mão?


Padre Sam leu o parágrafo 92 do documento do Vaticano, que diz que “todo fiel tem
sempre direito a escolher se deseja receber a sagrada Comunhão na boca ou se, o que
vai comungar, quer receber na mão o Sacramento. Nos lugares aonde Conferência de
Bispos o haja permitido, com a confirmação da Sé apostólica, deve-se lhe administrar
a sagrada hóstia”.

“Sem dúvida, ponha-se especial cuidado em que o comungante consuma


imediatamente a hóstia, na frente do ministro, e ninguém se desloque (retorne) tendo
na mão as espécies eucarísticas. Se existe perigo de profanação, não se distribua aos
fiéis a Comunhão na mão”, adverte o texto.

Padre Sam indicou que muitas pessoas se perguntam se podem “mastigar” a


Eucaristia. Ele explicou que “não há problema, pode inclusive esperar que se dissolva”.
Depois de comungar, “de preferência, vá para o lugar
onde estava sentado e ali, de joelhos ou sentado, agradeça a Deus, porque lhe deu a
oportunidade de receber a comunhão. Não é necessário ir ao Santíssimo Sacramento
já que você mesmo é um Sacrário vivo nesse momento. No próprio corpo carrega o
Corpo de Cristo”, assegurou Padre Sam.
[Verifique as orientações de sua paróquia para a Sagrada Comunhão durante o
período de Pandemia do novo coronavírus]
Posso comungar mais de uma vez durante o dia?
Padre Sam respondeu a esta preocupação, citando o numeral 95 da instrução
‘Redemptionis Sacramentum’, que afirma que “o fiel leigo que já tendo recebido a
Santíssima Eucaristia, pode receber outra vez no mesmo dia somente dentro da
celebração eucarística na qual participe”.

No final do seu vídeo, o sacerdote lembrou que a Eucaristia, o Corpo e Sangue de


Jesus, “é o presente mais precioso que temos, portanto, devemos fazê-lo da melhor
maneira”.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticias/qual-e-a-melhor-maneira-de-receber-a-
comunhao-86232

23 Comque disposições devemos


comungar?
 POR PROF. FELIPE AQUINO14 DE JULHO DE 2022CATEQUESE
São necessárias disposições interiores (as mais importantes) e exteriores, sinais do
respeito devido a este Sacramento.
Disposições interiores:

Estar em estado de graça, isto é, com a consciência de


não se ter nenhum pecado mortal na alma. Se alguém sabe que está em pecado
mortal deve, antes de aproximar-se da Sagrada Comunhão, receber a absolvição no
Sacramento de Reconciliação. É importante e oportuno confessar-se, de quando em
quando (em média, pelo menos uma vez por mês, e na pior das hipóteses ao menos
uma vez por ano), mesmo quando se tem apenas pecados veniais, para eliminar o véu
de névoa de pó, de claro-escuro que o pecado venial traz consigo, atenuando desse
modo a esplêndida beleza e a maravilhosa riqueza da nossa relação filial com Deus.
Leia também: O Pão da Vida Eterna
A disposição para comungar dignamente
Somos santificados pela Eucaristia
Disposições exteriores:
Espírito de recolhimento e de oração, para ajudar a participação interior durante a
Santa Missa, especialmente em certos momentos (tempos de silêncio, oração pessoal
depois da Comunhão);

Modo digno e comunitário ao aclamar ou pronunciar em


coro as partes comuns da Santa Missa;
Assista também: Pode-se comungar duas vezes no mesmo dia? Como saber se estou
devidamente preparado para comungar?
Atitude do corpo (gesto e vestuário dignos e decorosos, tom de voz adequado, todo o
nosso comportamento) como sinal de respeito e de fé para com Cristo que se recebe
na Santa Comunhão;

Observância do jejum prévio de ao menos uma hora.

Retirado do livro: “A Eucaristia, Pão de Vida Eterna”. Raffaello Martinelli. Ed.


Cléofas.

24 O Pão da Vida Eterna


 POR PROF. FELIPE AQUINO29 DE MAIO DE 2020CATEQUESE
Falando da Eucaristia, Santo Agostinho disse: “Sendo Deus onipotente, não pôde dar
mais; sendo sapientíssimo, não soube dar mais; e sendo riquíssimo, não teve mais o
que dar”.
São Paulo atesta a presença do Senhor na Eucaristia: “O cálice de bênção, que
bebemos, não é a comunhão do Sangue de Cristo? E o pão que partimos, não é a
comunhão do Corpo de Cristo?” (1Cor 10,16).

A Eucaristia é o maior e o mais belo milagre que o Senhor


realizou e quis que fosse repetido a cada Missa, para que Ele pudesse estar entre nós,
a fim de nos curar e nos alimentar.
“A Eucaristia é “fonte e centro de toda a vida cristã” (LG,11) ensinou o Concílio Vaticano
II. “Os demais sacramentos, assim como todos os ministérios eclesiásticos e obras de
apostolado, estão vinculados com a Sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Com efeito,
na santíssima Eucaristia está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o
próprio Cristo, nossa Páscoa” (PO,5 e CIC n.1324).

Leia também: Os frutos da Eucaristia


O devido respeito para com a Sagrada Eucaristia
Por que Cristo quis permanecer presente na Eucaristia?
A Presença Real de Cristo na Eucaristia
Somos santificados pela Eucaristia
Eucaristia, alimento e remédio
Se não houvesse a presença real de Jesus na Eucaristia, São Paulo não escreveria em 1
Cor 11, 27-29: “Eis porque todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do
Senhor indignamente será réu do corpo e sangue do Senhor. Por conseguinte, que
cada um examine a si mesmo antes de comer desse pão e beber desse cálice, pois
aquele que come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe a própria condenação”.
Santo Agostinho (354-430) a chamava de: “O pão de cada dia, que se torna como o
remédio para a nossa fraqueza de cada dia”. E ainda: “Ó reverenda dignidade do
sacerdote, em cujas mãos o Filho de Deus se encarna como no Seio da Virgem”.

“A virtude própria deste alimento divino é uma força de união que nos une ao Corpo
do Salvador e nos faz seus membros a fim de que nos transformemos naquilo que
recebemos”.

Jesus disse: “Permanecei em Mim e eu permanecerei em vós… porque sem Mim nada
podeis fazer” (João 15,5-6).

Foi exatamente para ser o “remédio e sustento de nossa vida” que Jesus instituiu a
Sagrada Eucaristia. Na noite em que Ele foi traído, foi a noite em que mais nos amou, e
deixou-nos esse Sacramento como meio de estar entre nós. “Eis que eu estou
convosco até o fim do mundo” (Mt 28,20).

Ouça também: O Sacramento da Eucaristia

No discurso da Eucaristia que São João narrou no


capítulo 6 do seu Evangelho, Jesus fez promessas maravilhosas: “Quem come a minha
carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e Eu nele”; “viverá por mim”, e “Eu o
ressuscitarei no último dia”.
O cristão que despreza a Sagrada Eucaristia, perece na sua miséria e fraqueza; é
engolido pelo mundo, pelo pecado e pelo espírito maligno. O corpo e o sangue de
Cristo na Eucaristia nos livra do Mal. Mas é preciso Comungar bem, com as disposições
necessárias (estado de graça, desejo de santidade, de fazer a vontade de Deus, de
evangelizar, de crescer na fé, de fazer ação de graças…). Sem um bom tempo de Ação
de Graças após a Comunhão, não é possível receber as graças que o Senhor tem para
nos dar. Não o abandonemos sozinho na nossa alma após a Comunhão. Temos
pressa, o mundo nos chama, abandonamos o Senhor no nosso coração. Por isso
muitas de nossas Comunhões são sem fruto.

Prof. Felipe Aquino

25 Não raro os fiéis dizem que


oferecerão a S. comunhão por outra
pessoa, viva ou defunta. Como se
entende isso?
 POR PROF. FELIPE AQUINO24 DE NOVEMBRO DE 2017VOCÊ SABIA?

Para responder devidamente, distingamos dois aspectos da S. Comunhão: pode ser


considerada em sentido estrito, como recepção de um sacramento, ou em sentido
largo, como um ato bom, ato da virtude de piedade.
1. A S. Comunhão entendida precisamente como sacramento produz em quem a
recebe, frutos intransferíveis. Ela constitui a participação na ceia do Senhor, o
nutrimento por excelência da vida espiritual. Por conseguinte, ela realiza seus efeitos,
beneficia necessariamente a quem o recebe, independentemente da vontade ou dos
desejos particulares de quem come: “Todos os efeitos que o alimento e a bebida
materiais exercem em favor da vida corporal, a saber, sustento, aumento, restauração
e deleite, isso tudo o sacramento da Eucaristia o produz no plano da vida espiritual” (S.
Tomaz, S. Teol. III 79, 1c).
Donde se vê que é impossível renunciar aos frutos diretos que a S. Eucaristia produz
no comungante, por mais que este queira ser útil ao próximo; o alimento, como
alimento, aproveita imediatamente a quem o ingere, e a este só.

Sumariamente recordaremos aqui os frutos diretos da S. Eucaristia:

1) Os efeitos principais da S. Comunhão são o aumento


da graça santificante e o robustecimento das faculdades a esta anexas (as virtudes
infusas, os dons do Espírito Santo); diz S. S. o Papa Leão XIII: “A Eucaristia é a fonte,
enquanto os outros sacramentos são os filetes da graça” (Enc. “Mirae caritatis”). Em
particular a S. Eucaristia excita o fervor da caridade; o amor afervorado, por sua vez,
concorre para a destruição do pecado venial, para a remissão das penas temporais,
para a extinção dos ardores da concupiscência. Em uma palavra: a S. Comunhão torna
a alma mais apta a produzir generosas obras meritórias.
Costuma-se propor a doutrina acima afirmando que a Eucaristia torna o homem
cristiforme, como o Batismo o torna deiforme. Isto quer dizer que a alma e o corpo do
comungante participam mais intimamente da perfeição de que era ornada a
santíssima humanidade de Cristo em virtude da união hipostática. Na verdade, o
cristão, pela frequentação da Eucaristia, reflete mais claramente a imagem do Cristo
Jesus; é mais estreitamente incorporado ao Corpo Místico, e adquire novo penhor da
ressurreição gloriosa de seu corpo.

“A S. Eucaristia, diz Bérulle (+ 1629), é como que uma imitação do mistério da


Encarnação, uma aplicação e extensão deste a cada um dos cristãos e fiéis, assim
como o mistério da Encarnação é uma imitação e extensão da comunicação suprema
que se dá na Santíssima Trindade” (Discours de l’ètal et des grandeurs de Jésus).
“Sim, ensina por sua vez Bossuet (+ 1704), Jesus assume a carne de cada um de nós
quando cada um de nós recebe a d’Ele. Então Ele se torna homem em nosso favor (e
em nós, poder-se-ia dizer), e Ele nos aplica a sua Encarnação” (Mèditations sur
i’Evangile, 32e. jour).

Tais efeitos se verificam todas as vezes que a alma se apresenta em estado de graça à
refeição sagrada. São, como se vê, efeitos que não podem ser cedidos a outrem.

2) Os efeitos secundários do Santíssimo Sacramento são alegria e deleite provenientes


de dilatação da alma, que se vai emancipando do amor próprio. – Estes dois frutos,
porém, não são sempre percebidos experimentalmente pelo comungante… A alma
lhes pode opor obstáculos, chegando-se à S. Eucaristia após preparação negligente,
solicitada por distrações mais ou menos voluntárias. Da sua parte, o Senhor pode
julgar oportuno privar de deleite sensível os cristãos fervorosos, submetendo-os a
purificação salutar. Como norma geral, São Boaventura ensina que uma S. Comunhão
bem preparada produz mais efeitos do que numerosas comunhões feitas com
negligência (In IV Sent., dist. XII, punct. II, art. 2, q. II).
Leia também: O Valor da Santa Comunhão
Podemos oferecer a Comunhão por uma alma?
Com que disposições devemos comungar?
Somos santificados pela Eucaristia
Eucaristia, alimento e remédio
2. Registraram-se nos primeiros séculos casos em que os fiéis recebiam a S.
Comunhão, e até mesmo o Batismo, em favor dos mortos, julgando poder suprir, a
não-recepção do sacramento por parte de pessoas já falecidas (em 1 Cor 15,29 é
possível que São Paulo aluda a esse costume). Tal praxe, porém, e sua ideia
inspiradora foram reprovadas em 393 pelo concílio regional de Hipona (cân. 4). Não
obstante, o abuso continuou a ser cometido, suscitando novas intervenções da
autoridade da Igreja no sínodo de Auxerre (585), no sínodo Trulano (692), nos
Estatutos de S. Bonifácio (745).
Muito afim a esse costume errôneo era a praxe, assaz difusa no séc. IV, de se dar a S.
Comunhão aos moribundos, de tal modo que as espécies sagradas estivessem em sua
boca quando exalassem o último suspiro; quando não se podia dar o sacramento
antes do desenlace final, o mesmo ainda era colocado na boca do cristão após a
morte. Os fiéis queriam como viático ou alimento para a grande viagem da vida eterna
tal praxe caiu em desuso, pois se sabe que a Eucaristia, atuando à guisa de alimento,
só produz seus efeitos quando chega ao estômago de quem a ingere (é o que se dá,
aliás com o nutrimento natural; todo sacramento sendo um sinal eficaz da graça, as
leis da sua eficácia se depreendem, em boa parte, do modo como esse sinal atua no
plano meramente natural).

Movidos por semelhantes ideias, os fiéis enterravam os mortos com as sagradas


espécies; principalmente os bispos eram sepultados com uma hóstia consagrada
sobre o peito; lê-se, por exemplo, na Vida de S. Basílio c. 4 (ed. Migne gr. XXIX 315) que,
quando estava prestes a morrer, mandou celebrar a S. Eucaristia, consumindo então
uma parte do sacramento e mandando colocar outra parte do sacramento e
mandando colocar outra parte dentro do seu túmulo. Também este costume foi
posteriormente abrogado pela autoridade da Igreja, pois se prestava ao abuso e à
superstição.

3. Até aqui falávamos da ação sacramental da S. Eucaristia. Demos agora um passo


adiante em nossas considerações.

Além de ser recepção do Sacramento por excelência, o


ato de comungar é um ato bom, ato de virtude. Os méritos desse ato redundam
naturalmente em proveito do Corpo Místico ou da comunhão dos santos, podendo
consequentemente ser aplicados a tal ou tal pessoa em particular; da mesma forma
sabemos que é lícito fazer reverter em favor do próximo, seja vivo, seja defunto, os
méritos de uma esmola ou de um sofrimento generosamente abraçado. A S.
Comunhão, com todo o cortejo de atos fervorosos que a acompanham, tem diante de
Deus grande valor para obter graças e pedir perdão. A recepção da S. Eucaristia é
mesmo uma das maiores demonstrações de amor, por isto uma das obras mais
agradáveis a Deus Pai e a Cristo. Por conseguinte, podem-se oferecer ao Senhor os
frutos de uma boa Comunhão, rogando-Lhe que os faça redundar em proveito de
determinadas pessoas ou intenções.
É principalmente após a recepção da S. Eucaristia, nos momentos de ação de graças,
que se devem formular tais preces ao Pai do céu. Ensinam os teólogos que as orações
da alma mais puramente unida a Cristo, enquanto dura a real presença do Senhor no
comungante, gozam de eficácia toda especial; as preces dos fiéis são mais
corroboradas pela recepção da S. Eucaristia do que pela doação de uma esmola.
Donde se vê que os momentos subsequentes à S. Comunhão, por ser particularmente
favoráveis à oração, devem gozar da grande estima dos cristãos.

D. Estevão Bettencourt, osb


Revista “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”
Nº 12 – Ano: 1958 – p. 487

26 Minha mãe faleceu e me disseram que


agora ela se tornou uma intercessora no
céu para mim. É verdade?
 POR PROF. FELIPE AQUINO13 DE NOVEMBRO DE 2020VOCÊ SABIA?

Se a sua mãe estiver no céu, é certo que ela intercede por você. A Igreja nos garante
que os santos “intercedem por nós sem cessar” (Or. Eucarística).
Se ela estiver no Purgatório, também intercede por você,
pois o nosso Catecismo, quando fala da “nossa comunhão com os falecidos” (n.958) diz
que: “Nossa oração por eles pode não somente ajudá-los, mas também tornar eficaz
sua intercessão por nós”.
O Papa João Paulo II disse nos dias de finados de 1992 e 1994 que:
“Numa misteriosa troca de dons, eles [no purgatório] intercedem por nós e nós
oferecemos por eles a nossa oração de sufrágio” (L´Osservatore Romano de 08/11/92,
p. 11).

Leia também: O que há depois da morte?


No Céu veremos os nossos entes queridos?
Será que os mortos estão dormindo?

O que a Igreja ensina sobre a morte? 


Por que Deus não impediu a morte?
“…os vínculos de amor que unem pais e filhos, esposas e esposos, irmãos e irmãs,
assim como os ligames de verdadeira amizade entre as pessoas, não se perdem nem
terminam com o indiscutível evento da morte. Os nossos defuntos continuam a viver
entre nós, não só porque os seus restos mortais repousam no cemitério e a sua
recordação faz parte da nossa existência, mas sobretudo porque as suas almas
intercedem por nós junto de Deus” (L. R. 02/11/94).
É um costume antigo na Igreja acender uma vela pelas almas do Purgatório,
suplicando a intercessão delas.

27 Por que Cristo quis permanecer


presente na Eucaristia?
 POR PROF. FELIPE AQUINO7 DE JUNHO DE 2023CATEQUESE

A presença do Senhor no Sacramento Eucarístico foi querida por Ele próprio, para
estar próximo ao homem e nutri-lo de Si mesmo, para permanecer na comunidade
eclesial. Por isto, a Fé nos pede que estejamos diante da Eucaristia sabendo que
estamos diante do próprio Cristo.
É a sua presença que dá às outras dimensões deste Sacramento: Baquete, Memorial
da Páscoa, antecipação escatológica um significado que vai além do puro simbolismo.
A Eucaristia é Mistério de Presença, por meio do qual se realiza de modo incomparável
a promessa de Jesus de estar conosco até o fim do mundo. É um sinal consolador do
amor, do poder e da divindade do nosso Divino Salvador. Ele quis entrar em união
íntima com os fiéis de cada geração e quis fazê-lo de um modo que satisfizesse a
nossa natureza de espírito encarnados (constituídos por corpo e alma).

<<A Igreja vive do Cristo Eucarístico, por Ele é nutrida, por Ele é iluminada. A Eucaristia
é mistério de fé e, ao mesmo tempo, “mistério de luz”. Sempre que a Igreja a celebra,
os fiéis podem de certo modo reviver a experiência dos dois discípulos de Emaús:
“abriram-se-lhes os olhos e reconheceram-no” (Lc 24, 31). […] Ao pedido dos discípulos
de Emaús para que permanecesse “com eles”, Jesus respondeu com um dom muito
maior: mediante o Sacramento da Eucaristia achou um modo de permanecer “neles”.
Receber a profunda com Jesus “permanecei vós” (Jo 15, 4)>> (Ecclesia de Eucharistia, 6,
19).

Leia também: Eucaristia, alimento e remédio


Quanto tempo Cristo permanece na Eucaristia em nosso corpo?
O devido respeito para com a Sagrada Eucaristia
A Presença Real de Cristo na Eucaristia
O que são as espécies eucarísticas?
Com o termo espécie eucarísticas indicam-se as características sensíveis (aquelas que
o gosto, o tato, a vista podem perceber: a cor, a forma, o peso…) do pão e do vinho,
isto é, suas propriedades físicas, químicas e nutritivas.

Depois da consagração, o pão e o vinho mantêm inalteradas as suas características


sensíveis, mas em toda sua substância (na sua essência, na sua identidade mais íntima
e profunda), e nela somente, não são mais pão e vinho, mas o Corpo e o Sangue de
Cristo.

Quando recebemos a Comunhão percebemos que as características exteriores, ou


“espécies”, do pão e do vinho permanecem idênticas depois da consagração; de fato,
nem o sabor, nem o odor, nem a cor, nem as dimensões mudam. Mudou, todavia, a
sua substancia, que se tornou a substancia do Corpo e do Sangue de Jesus. Isto nós
cremos pela fé, fundada na Palavra de Jesus. Com os exemplos aqui ao lado, de
Marcos e de Biba, vemos que sucede exatamente o contrário.

Neste exemplo, representamos Marcos em diversas idades: mesmo que as suas


características exteriores mudem com o passar do tempo (no início era um embrião,
depois um menino, depois um rapaz, depois um adulto, depois um velho…) a sua
substância, isto é o seu ser Marcos, permanece idêntica. É sempre Marcos, quer
quando era um recém-nascido, quer agora que tem oitenta anos.

Vemos que Biba, ao crescer, mudou nas suas características exteriores, ou “acidentes”,
ou “espécies” (cor, altura, etc…), mas sua substância permaneceu sempre a mesma: de
fato, Biba é sempre Biba, mesmo que o seu aspecto tenha mudado com o passar do
tempo.

Na Eucaristia, acontece o contrário destes dois exemplos: muda a substancia,


permanecem idênticas as características exteriores.

Assista também: Como devemos venerar corretamente o Senhor presente na


Eucaristia?
Depois da consagração o pão e vinho não são um sinal simbólico (como pode ser, por
exemplo, a bandeira da Pátria), mas são realmente o Corpo e o Sangue de Cristo.
O fiel reconhece e acolhe este fato misterioso pela fé, fundada nas Palavras de Cristo:
<<Isto é o meu Corpo… Isto é o meu Sangue>>.

Por isto são admitidos a receber a Eucaristia somente aqueles que têm fé e foram
batizados na Igreja Católica.

Retirado do livro: “A Eucaristia, Pão de vida Eterna”. D. Rafaello Martinelli. Ed.


Cléofas e Cultor de Livros.

28 10 coisas que acontecem quando você


faz adoração com frequência
 POR PROF. FELIPE AQUINO21 DE JULHO DE 2022CATEQUESE

Uma delas: “você experimenta a paz em outras áreas da sua vida”


A Eucaristia é descrita no Catecismo como fonte e ápice da nossa fé. Encontrar tempo
para fazer Adoração Eucarística pode ser difícil, mas, se você conseguir, poderá
perceber resultados surpreendentes!

“Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, pronunciou a bênção, o partiu e deu a eles,
dizendo: Tomai, isto é o meu corpo. Em seguida, tomou o cálice, deu graças, o
entregou a eles e todos beberam. E Ele disse: Isto é o meu sangue, o sangue da aliança
derramado por muitos” (Marcos 14, 22-24).
Na cultura de hoje, a ideia de progresso interior é drasticamente desvalorizada como
“desperdício de tempo” ou “coisa dos antigos e ingênuos”. Só o progresso exterior
parece palpável. Mas o progresso material permanece fora de nós: ele até nos oferece
alguns sentimentos positivos, mas é sempre efêmero e sem substância. Já o progresso
interior significa que você está se transformando e tornando-se melhor!

O tempo que você dedica à Adoração pode surpreendê-lo de muitas maneiras. Veja
aqui dez delas:

1. Você desenvolve um sentimento de admiração e maravilha


Não há nada como a atmosfera de uma capela ou igreja tranquila! O odor do incenso e
o esplendor do ostensório ajudam a compreender a verdade do que está acontecendo
na Adoração. Estamos realmente diante de Jesus Cristo! Seu Corpo, Seu Sangue, Sua
Alma, Sua Divindade. Quanto mais se emerge no silêncio diante da Hóstia Santa, mais
se compreende que a única resposta à grandeza de Deus é a maravilha, a admiração e
o amor.

2. Você experimenta a paz em outras áreas da sua vida


Jesus disse: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou” (João 14, 27). A paz exterior que
podemos experimentar na Adoração (a quietude e o silêncio) vai muito mais a fundo e
nos leva a uma paz interior que abraça todas as áreas da nossa vida. Isto não significa
que tudo ficará perfeito e sem sofrimento, mas essa paz nos fortalecerá para
enfrentarmos com mais firmeza e serenidade as tempestades da vida.

3. Você começa a olhar mais para fora de si mesmo


Jesus nos disse: “Como eu vos amei, assim também vós amai-vos uns aos outros” (João
13, 34). A Adoração nos conecta ao próximo e ao mundo – afinal, estamos dedicando
tempo ao Criador de tudo o que existe! Mais tempo para louvar e adorar a Deus
significa mais tempo para ir além das nossas próprias preocupações e para
enxergarmos as necessidades dos outros e do mundo em que vivemos.

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10 coisas surpreendentes que acontecem quando você faz Adoração com frequência
A Presença Real de Cristo na Eucaristia
Oração diante do Santíssimo Sacramento
4. Às vezes, você fica entediado…
Haverá momentos em que a Adoração parecerá “insossa”, “árida”… Você vai se distrair,
a sua mente vai começar a divagar… A Adoração regular pode se estabilizar e deixar de
parecer especial, mas isso não desvaloriza nem diminui a verdade da Adoração. Nossa
fé é muito mais do que sentimentos e Deus continuará trabalhando em você mesmo
que você não o “sinta” ou passe por momentos mais “secos”. Ainda que a sua mente
divague, você está dando a Deus o melhor que pode: o seu tempo, o seu empenho e a
sua companhia!

5. Você se emociona na Adoração!


Quanto mais tempo você dedica a adorar a Deus, mais você descobre que Ele ama
você e quer passar tempo com você. E mais você começa a realmente querer viver
esse tempo com Ele! Se a Adoração antes parecia rotina, aos poucos você percebe que
deseja fazê-la! Como dizemos na missa, “é justo e necessário” dar graças ao Senhor! A
Adoração a Deus está inscrita em nosso coração, e “o nosso coração está inquieto
enquanto não repousa nele” (Santo Agostinho)!

6. A graça entra na sua vida


É incrível como um simples ato de compromisso com Deus, ainda que seja num curto
período de Adoração, faz diferença para o resto da sua vida! Você pode manter a
certeza de continuar na presença dele mesmo depois de ter saído da igreja ou da
capela. A graça o apoia em todos os momentos, especialmente nos de tentação. Fica
mais fácil resistir à tentação quando se dedica mais tempo à Adoração.

7. Você percebe o quanto é felizardo


Há pessoas que gostariam de passar mais tempo com Jesus em Adoração, mas não
podem porque estão doentes ou têm mil tarefas necessárias no cotidiano. Há pessoas,
em muitas regiões do mundo, que arriscam a vida pela Eucaristia e são perseguidas
por causa da fé. Há pessoas que enfrentam situações extremamente perigosas para
ficar com Jesus! E você tem o presente de poder adorá-lo abertamente, sem falar no
fato de ter um sacerdote por perto para lhe administrar os sacramentos!

8. Você compreende que Deus tem senso de humor!


Quanto mais você permite que Deus lhe fale, em vez de gastar todo o seu tempo
falando para Ele, mais você nota que Deus tem um grande senso de humor! Há até
momentos em que você quer rir em voz alta! Talvez isto pareça surpreendente, mas os
melhores pais e padres não demonstram o seu amor com bom humor?

9. Você vai querer se confessar mais vezes


Pode parecer intimidador, mas não é. A confissão nos permite experimentar o oceano
ilimitado da misericórdia de Deus! Sua misericórdia engolfa todos os nossos pecados e
nos dá uma liberdade real, uma liberdade sem medo, que nos permite entrar no seu
Amor e na sua Bondade! A confissão fortalece a consciência de que estamos nos
braços de um Pai que nos ama muito e que “nunca se cansa de perdoar” (Papa
Francisco).

10. Você se apaixona!


Quando você dedica tempo de coração aberto a adorar a Deus e permitir que Cristo
lhe mostre o Seu Amor, você também se apaixona! E o amor dele revela você a você
mesmo e permite que você seja você mesmo! “Eu vim para que todos tenham vida e a
tenham em abundância” (João 10, 10).

Então, o que você está esperando? Dedique um tempo à Adoração Eucarística e deixe
Deus transformar a sua vida!

Fonte: https://pt.aleteia.org/2019/11/04/10-coisas-que-acontecem-quando-voce-faz-
adoracao-com-frequencia/
29 Oração diante do Santíssimo
Sacramento
 POR PROF. FELIPE AQUINO12 DE JULHO DE 2022ESPIRITUALIDADE

Vossas são estas palavras, oh, Jesus, verdade eterna, ainda que não foram ditas em
um mesmo tempo, nem escritas em um mesmo lugar. E, pois, são vossas e
verdadeiras, devo recebê-las todas com gratidão e fé viva.
São vossas, pois, vós as dissestes; e também são minhas, porque as dissestes para
minha salvação. Com alegria as recebo de vossa boca, para que sejam mais
profundamente gravadas em meu coração.

Animam-me palavras de tanta piedade, cheias de doçura e de amor; mas por outra
parte meus próprios pecados me atemorizam e minha consciência impura me afasta
de tão altos mistérios.

A doçura de vossas palavras me convida a recebê-los, mas a multidão de meus


pecados me afasta deles.
Ordenais-me que me chegue para vós com grande confiança, se quero ter parte
convosco; e que receba o alimento da imortalidade, se desejo alcançar vida e glória
para sempre. “Vinde, dizeis, vinde a mim todos os que sofreis e que estais oprimidos, e
eu vos aliviarei” (Mt 11,2),

Como são doces e amáveis aos ouvidos do pecador estas palavras pelas quais vós,
Deus e Senhor meu, convidais ao pobre e ao mendigo à comunhão de vosso
santíssimo corpo!

Mas quem sou eu, Senhor, para ousar chegar-me a vós? “Vejo que os céus dos céus
não podem conter-vos” e dizeis: “Vinde todos a mim” (1 Rs 8,27).

De onde vem esta tão piedosa bondade, este tão amoroso convite? Como ousarei ir a
vós, eu que não sinto em mim nenhum bem que possa dar-me alguma confiança?

Como vos hospedarei em minha morada, eu que tantas vezes ofendi vossa
benigníssima presença? Os anjos e arcanjos vos adoram tremendo; os santos e justos
penetram-se de temor, e vós dizeis: “Vinde todos a mim!”.

Quem acreditaria nisto se vós, Senhor, não o dissésseis? Quem se atreveria a chegar a
vós, se vós mesmo não o mandásseis?

Noé, homem justo, trabalhou cem anos em fabricar uma arca para salvar-se nela com
poucas pessoas: pois como poderei eu em uma hora preparar-me para receber
dignamente ao Criador do mundo?

Moisés, vosso grande servo e especial amigo, fez uma arca de madeira incorruptível, e
a guarneceu de ouro puríssimo para nela pôr as tábuas da lei; e eu, vil criatura, ousarei
receber tão facilmente a vós, legislador supremo e autor da vida?
Salomão, o mais sábio dos reis de Israel, gastou sete anos em levantar um templo
magnífico à glória de vosso nome; celebrou, por espaço de oito dias, a festa de sua
dedicação; ofereceu mil hóstias pacíficas; e ao som de trombetas, no meio de santo
júbilo, colocou solenemente a arca da Aliança no lugar santo que lhe fora preparado.

E eu, infeliz e o mais pobre dos homens, como vos introduzirei em minha morada, eu
que sei apenas empregar devotamente meia hora? E oxalá que alguma vez
empregasse como devia menos tempo ainda.

Leia também: O sacramento do amor


A Presença Real de Cristo na Eucaristia
Quantas vezes por dia São João Paulo II visitava o Santíssimo Sacramento?
É permitida adoração ao Santíssimo Sacramento no Grupo de Oração?
Nossa atitude ante a presença eucarística de Jesus
Não deixe Jesus sozinho!
Oh, Deus meu, que não fizeram aqueles santos varões para agradar-vos? Mas ai de
mim! Como é pouco o que eu faço! Que breve tempo gasto em preparar-me para a
santa comunhão.

Raras vezes estou de todo recolhido ou raríssimas vezes me vejo livre de toda a
distração.

E na verdade, em vossa saudável e divina presença não deveria ocorrer-me


pensamento algum profano, nem ocupar-me a lembrança de criatura alguma: porque
não vou hospedar a um anjo, senão ao Senhor dos anjos.

Além disso, que distância infinita entre a Arca do Testamento com o que ela encerrava
e vosso puríssimo corpo com suas indescritíveis virtudes! Entre aqueles sacrifícios da
lei antiga, figura dos vindouros e o sacrifício verdadeiro de vosso corpo, complemento
de todos os sacrifícios antigos!

Por que não me inflamo mais em vossa adorável presença? Por que não me preparo
com maior cuidado para participar de vossos santos mistérios, ao ver que aqueles
antigos patriarcas e santos profetas, reis e príncipes, com todo o seu povo, mostraram
tanta devoção ao culto divino?
O devotíssimo rei Davi manifestou seus transportes de júbilo dançando diante da Arca
santa, lembrando-se dos benefícios concedidos outrora a seus pais. Fez diversos
instrumentos de música, compôs salmos e ordenou que cantassem com alegria, e,
animado do Espírito Santo muitas vezes ele mesmo os cantou ao som da sua harpa;
ensinou aos filhos de Israel a louvar a Deus de todo o coração, e bendizê-lo e celebrá-
lo todos os dias com afinadas vozes.

Assista também: Como devemos venerar corretamente o Senhor presente na


Eucaristia?
Pois se tanta era então e devoção e o fervor em louvar a Deus diante da Arca do
Testamento, quanta reverência e devoção não devo eu ter e todo o povo cristão em
presença do augustíssimo sacramento e ao receber o santíssimo corpo de Cristo?

Muitos correm a diversos lugares para visitar as relíquias dos santos e se maravilham
de ouvirem contar as ações de sua vida; admiram a grandeza e a magnificência dos
templos edificados em sua honra e beijam seus ossos sagrados envoltos em ouro e
seda. E vós estais aqui presente, diante de mim, no altar, oh, Deus meu, vós, o Santo
dos santos, o Criador dos homens, o Rei dos anjos.

Muitas vezes os homens vão às igrejas levados da curiosidade e da novidade das


coisas que ainda não viram; e assim é que tiram pouquíssimo fruto de emenda,
principalmente quando nelas entram sem devoção e andam com leviandade de’ uma
parte para a outra, sem contrição verdadeira.

Mas aqui, no Sacramento do Altar, estais todo presente, meu Jesus, como Deus e
homem: e todas as vezes que vos recebemos digna e devotamente, nos encheis de
graças que nos fazem eternamente felizes.

E a este banquete sagrado não nos traz nenhuma leviandade, nem curiosidade ou
atrativo dos sentidos; senão a fé viva, a esperança devota e a caridade sincera.

Oh! Deus invisível, Criador do mundo, como sois admirável em tudo que obrais a
nosso favor! Com que bondade, com que ternura velais por vossos escolhidos, vos
dais a eles por alimento em vosso Sacramento de amor!

Isto na verdade transcende nosso entendimento! Isto especialmente cativa os


corações devotos e abrasa os seus afetos. Porque vossos fiéis servos ocupados toda a
vida a emendar-se, recebem frequentemente neste augusto Sacramento grande graça
de devoção e forte amor de virtude.

Ouça também: Devoção ao Santíssimo Sacramento


Oh! Graça admirável e oculta deste Sacramento, só conhecida dos fiéis servos de Jesus
Cristo! Porque os servos infiéis e escravos do pecado não lhe podem sentir a
influência.

Este Sacramento infunde em nossa alma a graça do Espírito Santo, recebera-lhe as


forças perdidas e restitui-lhe a formosura que a feiura do pecado lhe tinha roubado.

Tal é algumas vezes o poder desta graça e o fervor que ela inspira, que não só a alma,
senão ainda o corpo fraco sente ter recebido maiores forças.

Por isso devemos sentir e chorar amargamente nossa fraqueza e negligência, vendo o
pouco fervor com que recebemos a Jesus Cristo, que é toda a esperança e que faz
todo o merecimento dos seus escolhidos. Porque ele é nossa santificação e nosso
resgate; ele é a consolação dos viajantes na terra e o gozo eterno dos santos no céu.

Quanto não é, pois, para chorar ver o pouco caso que muitos fazem deste sagrado
mistério, que é a alegria do céu e a salvação do mundo?

Oh, cegueira! Oh, dureza do coração humano, que tão pouco atende a tão indescritível
dom, e pelo frequente uso de o receber faz dele menos apreç o!

Se este sacratíssimo Sacramento se celebrasse em um só lugar e se consagrasse por


um só sacerdote em todo mundo, com quanto desejo e afeto não acudiriam os
homens àquele lugar e àquele sacerdote de Deus para vê-lo celebrar os divinos
mistérios!
Mas agora há muitos sacerdotes e Cristo se oferece em muitos lugares, para que se
mostre tanto maior a graça e amor de Deus ao homem, quanto a sagrada comunhão é
mais liberalmente difundida pelo mundo.

Graças vos sejam dadas, bom Jesus, Pastor eterno, que em nosso degredo e pobreza
vos dignastes alimentar-nos com vosso corpo e precioso sangue; e também convidar-
nos com palavras de vossa própria boca e receber estes santos mistérios, dizendo:
“Vinde a mim todos os que vivem em trabalhos e estão oprimidos, e eu vos aliviarei”.

Retirado do livro: “Imitação de Cristo” Tomás de Kempis.

30 Nossa atitude ante a presença


eucarística de Jesus
 POR PROF. FELIPE AQUINO25 DE NOVEMBRO DE 2022ESPIRITUALIDADE

A experiência prova que frequentemente a esquecemos


A presença eucarística não exerce em nossas vidas o poder de atração que deveria
originar; não é o ímã que deveria atrair nossos corações e uni-los indissoluvelmente à
pessoa de Cristo Jesus. O comportamento de muitos cristãos aí está para provar que
não nos guia aqui uma visão pessimista das coisas, mas o reconhecimento de
dolorosa constatação. “Vinde a mim todos os que estais afadigados e
sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mt 11,28). Os termos de que se serve Jesus são
prenhes de significação. “Vinde” exprime um convite instante e alegre; os “afadigados”
são os que trabalham duramente e sentem fraquejarem-lhes as forças; os
“sobrecarregados” evocam esses animais de carga que carregamos até não
suportarem mais. O que equivale a dizer: “Quando não puderdes mais, vinde. Não
busqueis as consolações humanas frequentemente insípidas e inoperantes; não
disperseis as forças que vos restam em confidências sem fim, em justificações que só
acabam por ainda mais vos azedar, revolvendo lembranças amargas, reabrindo feridas
que não chegam a cicatrizar-se. Vinde então a mim; tenho o que é preciso para vos
tranquilizar. Tende a coragem de tomar minhas palavras ao pé da letra”. Quantos
cristãos têm a lucidez de enveredar por esse caminho, austero, mas o único vivificante,
do recurso a Cristo? São pouco numerosos; pois, para eles, o que chamam “sustento”,
“reconforto”, limita-se ao humano necessariamente frágil e limitado. Mas para as
almas de fé, é este o incomparável benefício da presença eucarística.

Cristo nos espera para ocupar-se de nós. As almas que


tentaram a experiência sabem o valor do auxílio então recebido; guardam com amor o
seu segredo e aprenderam, para sua alegria, que o recurso ao Cristo da Eucaristia, em
todas as circunstâncias da vida, sobretudo em meio às dificuldades, não é vão convite;
proclamam, na confiança que lhe votaram, que Cristo disse a verdade. Quando vamos
com fé, recebemos.
Não somente esquecemos a presença eucarística, mas dela não tiramos suficiente
proveito. Eis uma afirmação que pode surpreender. Não é diminuir a Eucaristia, dirão,
ou reduzi-la a um fim utilitário, a um proveito qualquer que dela pudéssemos tirar?
Temos o direito de empregar tal linguagem quando se trata de uma presença tão
preciosa?

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Como é a presença de Cristo na Hóstia Consagrada?
10 coisas surpreendentes que acontecem quando você faz Adoração com frequência
Quinze minutos em companhia de Jesus Sacramentado
A Presença Real de Cristo na Eucaristia
Visite Jesus Sacramentado
Não deixe Jesus sozinho!
Que responder a essa surpresa?
Há um princípio que dirige toda a ação providencial de Deus no mundo das almas; ei-
lo: todos os dons de Deus são para a utilidade daqueles a quem são concedidos. O
Cristo eucarístico quer que nos sirvamos dele. Não o sabemos suficientemente. Para
muitos cristãos, não é a Eucaristia livro de que se conhece apenas o título? Lembrai-
vos de que Cristo encerrou em sua presença eucarística todas as riquezas de seu
coração. Elas são para vós: não tendes senão que vos apropriardes delas. Será a
própria Eucaristia que vos esclarecerá sobre o seu sentido. É quando se vive dela que
se compreende que ela é a Vida. Onde, pois, quereis aprender a conhecer a Deus
senão lá, onde ele se pôs inteiramente?

Onde quereis aprender a amá-lo senão lá, onde pôs todo o seu amor? Presença
preciosa, certamente, mas sobretudo presença necessária.

Ide, pois, à Eucaristia com a fome que é preciso ter quando se quer responder às
exigências da vida. Ter fome da Eucaristia é ter fome de Deus. E em troca dessa sua
misericordiosa disposição de habitar entre nós, Cristo não pede senão uma coisa: que
nos aproximemos dele a fim de nos podermos conformar sempre mais a ele e
prosseguir a sua obra. Quanto mais nos aplicarmos nisso, mais será necessário irmos
a ele.

Assista também: Como devemos venerar corretamente o Senhor presente na


Eucaristia?
É ao seu contato que obteremos a força de fazer o que
sem ele não se pode fazer.
Quando contemplamos esse mistério da presença de Cristo no meio de nós, quando
nos inclinamos sobre esse abismo de misericórdia como nos inclinamos sobre uma
caixa, vemos resplandecer um diamante. Mas, para que o vejamos assim, cumpre
colocarmo-nos na luz da fé; senão seríamos como uma criança brincando com
diamantes sem conhecer-lhes o valor, pensando serem pedaços de vidro: se perdesse
alguns, isso não teria quase nenhuma importância para ela. Da mesma maneira, como
é preciso um raio de sol para que o diamante mostre todo o seu resplendor, é preciso
um raio do Espírito Santo para evidenciar a beleza do tesouro contido nesse sacrário
que é a Eucaristia. Como, então, essa presença nos aparece grande, e como se mostra
magnífica! Quanto mais ela for vista nessa luz, mais sereis levados a admirá-la e mais
ireis a ela com as disposições que lhe permitirão realizar seu trabalho em vós.

Retirado do livro: “O Mistério da Nossa Conformidade a Cristo”. L.-J. Callens. Ed.


Cléofas e Cultor de Livros.

31 Adoração Eucarística
 POR PROF. FELIPE AQUINO7 DE JUNHO DE 2023DOUTRINA E TEOLOGIA
O que é Adoração Eucarística?
Na expressão “Adoração Eucarística”, a palavra “Adoração” é usada, de forma ampla,
para significar qualquer espécie de oração, qualquer espécie de união com Deus.
“Eucarística” significa rezando diretamente para Jesus presente na Eucaristia ou de
forma centrada n’Ele. Adoração Eucarística, então, é qualquer oração endereçada a ou
centrada em Jesus Cristo, presente na Eucaristia.

A Adoração Eucarística pode ser realizada na presença de Jesus na Eucaristia, em igreja


ou em tabernáculo de capela. Ou pode ser feita diante da Eucaristia exposta no altar,
por exemplo, em um ostensório.

Algumas igrejas mantêm a exposição da Eucaristia todos os dias. No centro de Roma,


uma igreja faz a exposição todas as tardes, até o início da noite; outra expõe a
Eucaristia todas as noites, das 18 às 22 horas. As pessoas vão até lá rezar por cinco
minutos ou mais, por uma hora ou mais…

Por que fazer isto? Qual a importância da Adoração Eucarística, qual a importância de
rezar a Jesus na Eucaristia? Por um lado, muitas pessoas acham esta uma maneira
mais fácil de rezar, concentrando-se no Senhor, na presença de Jesus ali na Eucaristia.
Por outro lado, Jesus na Eucaristia está presente exatamente para vir até nós, para
estar unido a nós. Quando eu rezo a Jesus na Eucaristia, eu rezo a Ele, no que diz
respeito a mim, como por meu alimento espiritual, presente diante de mim para uma
união comigo, unindo-me a Ele de forma especial.
Jesus na Eucaristia é Jesus em Seu estado presente, não Jesus crucificado, mas Jesus
ressuscitado, glorificado, entre a Sua Ascensão ao Céu e Sua segunda vinda à Terra;
Jesus ressuscitado, presente para mim sob a aparência de pão. Sua presença é
gloriosa, Sua aparência é simbólica – símbolo do que Ele está fazendo ali na Eucaristia,
oferecendo-Se como meu alimento e força.

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10 coisas surpreendentes que acontecem quando você faz Adoração com frequência
Quinze minutos em companhia de Jesus Sacramentado
Oração diante do Santíssimo Sacramento
A Presença Real de Cristo na Eucaristia
Visite Jesus Sacramentado
A Adoração Eucarística é comunhão espiritual. Cada vez que eu rezo a Jesus na
Eucaristia, eu estendo minhas Santas Comunhões do passado até o presente, e
antecipo minhas futuras Comunhões. A Adoração Eucarística faz sentido apenas no
contexto da Santa Comunhão, assim como entre Comunhões.

Senhor Jesus, obrigado pela Sua presença na Eucaristia, para mim, para meu
crescimento e sustento, e vigor, e encorajamento. Obrigado por amar-me tanto a
ponto de querer estar unido a mim, em união comigo, em comunhão comigo. Amém.

O Bem-aventurado João de Ruysbrook – um grande escritor espiritual que viveu na


Bélgica, no Século XIV – escreveu sobre a união com Jesus na oração: “Nesse encontro
muito profundo, nesse encontro verdadeiramente íntimo e caloroso, Jesus e eu, cada
um de nós quer aquilo que o outro é, e cada um de nós convida o outro a aceitar uma
pessoa como ela é”. Em minha oração, Jesus me pede por mim mesma, e Ele Se dá, a
Ele Mesmo, a mim, pedindo-me que O aceite exatamente da forma como Ele é. E eu
me dou, a mim mesma, a Jesus, pedindo-Lhe que me aceite exatamente como eu for
naquele momento e pedindo a Ele, por Ele Mesmo, que Se dê, a Ele Mesmo, a mim.

O que João de Ruysbrook escreveu sobre oração, eu posso aplicar à Adoração


Eucarística. Porque o Bem-aventurado João vê a Eucaristia como sendo o
indispensável caminho e modo de união com Jesus; ele escreve que Jesus “deu Sua
carne para ser o alimento de minha alma, e o Seu sangue para ser a bebida de minha
alma. E a natureza do amor é sempre a de dar e tirar, amar e ser amado”.
Ele continua: “O amor é, ao mesmo tempo, um tomar fortemente amor e um doar
generosamente amor. Ainda que Ele dê tudo o que Ele tem e tudo o que Ele é, Ele
também tira de mim tudo o que eu tenho e tudo o que eu sou, e Ele exige de mim
mais do que eu posso realizar. Sua fome é indescritivelmente grande. Ele me consome
até o mais profundo do meu ser”.

Assista também: O que é o momento de Adoração ao Santíssimo? Como viver bem


este momento?
Como devemos venerar corretamente o Senhor presente na Eucaristia?
Qual a diferença entre a Ação de Graças e a Adoração ao Santíssimo?

Nós podemos aplicar isto também à Adoração Eucarística. Exatamente como na Santa
Comunhão, eu consumo a Jesus, tomo-O, eu mesmo, dentro do meu coração – dentro
de todo o meu íntimo e não apenas no interior do meu corpo físico. Então, na
Adoração Eucarística, eu tomo a Jesus em meu coração, no meu íntimo, numa
comunhão espiritual, mesmo se eu não O consumir fisicamente. E, na Adoração
Eucarística, da mesma forma como eu consumo a Jesus espiritualmente, Ele também
me consome; não apenas Se dá a mim, mas leva o meu íntimo para dentro de Seu
coração, para dentro d’Ele Mesmo. Não somente faz com que eu O deseje; Ele me
quer. Não apenas faz com que eu O leve para dentro do meu coração; Ele também me
leva para dentro do Seu Coração Sagrado. Não apenas faz com que eu peça algo d’Ele;
Ele também pede algo de mim.

O que Ele pede de mim? Ele pede meu coração, meu íntimo, dados a Ele. E,
especialmente, pede que eu O encare seriamente como me amando, como desejando
que estejamos unidos, juntos, em comunhão, e tão felizes como estamos.
31Não deixe Jesus sozinho!
 POR PROF. FELIPE AQUINO11 DE NOVEMBRO DE 2022ESPIRITUALIDADE

Uma das nossas maiores ingratidões para com Jesus é o abandono em que o
deixamos em muitos dos nossos sacrários.
A Igreja o chama de “prisioneiro dos sacrários”.

Jesus eucarístico é o “amor dos amores”. Ele faz continuamente este milagre para
poder cumprir a sua promessa:

“Eis que estarei convosco todos os dias até o fim do mundo” (Mt 20,20).

Do sacrário Ele nos chama continuamente:

“Vinde a mim vós todos que estais cansados e Eu vos


aliviarei” (Mt 11,28).
Ali Ele está, como no Céu, com os braços abertos e as mãos repletas de graças para
aqueles que forem buscá-las com o coração aberto. São João Bosco dizia:
“Quereis que o Senhor vos dê muitas graças? Visitai-o muitas vezes. Quereis que Ele
vos dê poucas graças? Visitai-o raramente. Quereis que o demônio vos assalte? Visitai
raramente a Jesus Sacramentado. Quereis que o demônio fuja de vós? Visitai a Jesus
muitas vezes. Não omitais nunca a visita ao Santíssimo Sacramento, ainda que seja
muito breve, mas contanto que seja constante”.

Leia também: Visite Jesus Sacramentado


Nossa atitude ante a presença eucarística de Jesus
Por que Cristo quis permanecer presente na Eucaristia?
A Presença Real de Cristo na Eucaristia
Santo Afonso de Ligório disse:
“Os soberanos desta terra nem sempre, nem com facilidade concedem audiência; mas
o Rei do céu, ao contrário, escondido debaixo dos véus eucarísticos, está pronto a
receber qualquer um… Ficai certos de que de todos os instantes da vossa vida, o
tempo que passardes diante do Divino Sacramento será o que vos dará mais força
durante a vida, mais consolação na hora da morte e durante a eternidade”.

Diante do Senhor no Sacrário podemos repetir aquela oração reparadora que o Anjo,
em pessoa, ensinou às crianças em Fátima, nas aparições de Nossa Senhora, em 1917:

“Ó Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, eu vos adoro profundamente e vos
ofereço o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus
Cristo, presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios
e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido; e pelos méritos infinitos do seu
Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-vos a conversão dos
pobres pecadores.

Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos; peço-Vos perdão pelos que não creem,
não adoram, não esperam e não Vos amam. Amém!”

Não deixe Jesus sozinho no Sacrário da igreja de sua comunidade ou paróquia.


Organize uma adoração, a mais constante possível, ao Santíssimo. Chame as pessoas,
faça uma escala, divida o tempo para cada um: meia hora, uma hora, o quanto for
possível. Podemos ter certeza que as chuvas de bênçãos descerão sobre a
comunidade! Os jovens serão preservados do mau caminho, os pecadores serão
convertidos, o demônio afastado, as calamidades afugentadas. Não é disto que
estamos precisando?

A Igreja, desde o seu início, quis manter Jesus nos Sacrários da terra para alí ele ser
amado, louvado e derramar sobre nós as suas bênçãos, e poder ser levado aos
doentes.

Assista também: Como devemos venerar corretamente o Senhor presente na


Eucaristia?
Sempre foi ao pé do Sacrário que os homens e mulheres de Deus buscaram forças e
luzes para a sua caminhada. Foi ali que São João Vianney, conquistou o coração dos
seus fiéis e se tornou o grande “Cura D’Ars”. Quando, recém ordenado padre, ele
chegou a Ars, e encontrou ali uma paróquia sem padre há muitos anos, e as pessoas
longe de Deus; a primeira coisa que fez foi ajoelhar-se diante do Santíssimo durante
horas, rezando o rosário. Assim ele revolucionou aquele pequeno lugar e fez tantos
prodígios.

No livro das suas Confissões, Santo Agostinho dá um


testemunho marcante. Ele afirma que se converteu porque a sua mãe, Santa Mônica,
entrava na igreja, três vezes por dia, e pedia a sua conversão a Jesus sacramentado.
Não há problema, qualquer que seja, que não possa ser resolvido diante do sacrário.
Deus está ali. O que mais desejar?

Chiara Lubich disse certa vez que, enquanto houver a Eucaristia, o homem não
caminhará sozinho, e enquanto houver um sacrário, não haverá solidão.

Que grande riqueza a nossa, de podermos viver em um país católico, onde se pode
encontrar com facilidade uma igreja, com as suas portas abertas, guardando no seu
interior o Rei da Glória, que nos espera com as mãos cheias de graças!…
Retirado do livro: “Entrai pela Porta Estreita”. Prof. Felipe Aquino. Ed. Cléofas.

32 O que os Santos disseram da


Eucaristia e da Missa
 POR PROF. FELIPE AQUINO9 DE NOVEMBRO DE 2022CATEQUESE

Santo Inácio de Antioquia (†102), bispo e mártir, disse sobre a Eucaristia:


“Esforçai-vos, portanto, por vos reunir mais frequentemente, para celebrar a Eucaristia
de Deus e o seu louvor. Pois quando realizais frequentes reuniões, são aniquiladas as
forças de Satanás e se desfaz seu malefício por vossa união na fé. Nada há melhor do
que a paz, pela qual cessa a guerra das potências celestes e terrestres” (Carta aos
Efésios).

São Cipriano de Cartago (†258):


“Os fiéis bebem diariamente do cálice do Senhor, para que possam também eles
derramar o seu sangue por Cristo” (Epistola 56, n. 1).

Afonso Albuquerque:

“Se todos somos pecadores, esta criaturinha é


certamente sem mácula. Ah! Senhor, por amor deste inocente, compadecei-vos dos
culpados!”
São Jerônimo (348-420), doutor da Igreja:
“Nosso Senhor nos concede tudo o que lhe pedimos na Santa Missa: o que mais vale é
que nos dá ainda o que nem se quer cogitamos pedir-lhe e que, entretanto, nos é
necessário”.

São João Maria Vianney, patrono dos párocos:


“Se conhecêssemos o valor do Santo Sacrifício da Missa que zelo não teríamos em
assistir a ela”.

“Cada Hóstia consagrada é feita para se consumir de amor em um coração humano”.

São Bernardo de Claraval (1090-1153), doutor da Igreja:


“Fica sabendo, ó cristão, que mais merece ouvir devotamente uma só missa do que
com distribuir todas as riquezas aos pobres e peregrinar toda a terra”.

“A comunhão reprime as nossas paixões: ira e sensualidade principalmente”.

“Quando Jesus está presente corporalmente em nós, ao redor de nós, montam guarda
de amor os anjos”.

Santa Teresa D’Avila (1515-1582), doutora da Igreja:


“Não há meio melhor para se chegar à perfeição”.
“Não percamos tão grande oportunidade para negociar com Deus. Ele [Jesus] não
costuma pagar mau a hospedagem se o recebemos bem”.

“Devemos estar na presença de Jesus Sacramentado, como os Santos no céu, diante


da Essência Divina”.

“É pelo preparo do aposento que se conhece o amor de quem acolhe o seu amado”.

São Tomás de Aquino (1225-1274):


“A Comunhão destrói a tentação do demônio”.

Leia também: Os Santos e a Eucaristia


10 Ensinamentos dos Santos sobre a Eucaristia
8 conselhos dos santos para amar a Eucaristia
8 dicas para aproveitar melhor a missa
O sentido da Santa Missa
São Vicente Ferrer:
“Há mais proveito na Eucaristia que em uma semana de jejum a pão e água”.

São João Crisóstomo (349-407), doutor da Igreja:


“A Eucaristia dá-nos uma grande inclinação para a virtude, uma grande paz e torna
mais fácil o caminho para a santificação”.

“Deu-se todo não reservando nada para si”.

“Não comungar seria o maior desprezo a Jesus que se sente “doente de amor” (Ct 2,4-
5)”.

Santo Ambrósio (340-397), doutor da Igreja:


“Eu que sempre peco, preciso sempre do remédio ao meu alcance”.

São Gregório Nazianzeno (330-379), doutor da Igreja:


“Este pão do céu requer-se que se tenha forme. Ele quer ser desejado”.

“O Santíssimo Sacramento é fogo que nos inflama de modo que, retirando-o do altar,
espargimos tais chamas de amor que nos tornam terríveis ao inferno”.

Santo Agostinho (354-430), doutor da Igreja:


“Ele se esconde porque quer ser procurado”.

“Não somos nós que transformamos Jesus Cristo em nós, como fazemos com os
outros alimentos que tomamos, mas é Jesus Cristo que nos transforma nele”.

“Sendo Deus onipotente, não pôde dar mais; sendo sapientíssimo, não soube dar
mais; e sendo riquíssimo, não teve mais o que dar”.

“A Eucaristia é o pão de cada dia que se toma como remédio para a nossa fraqueza de
cada dia”.

“Na Eucaristia Maria perpetua e estende a sua maternidade”.

Santo Afonso de Ligório (1696-1787), doutor da Igreja:


“A comunhão diária não pode conviver com o desejo de aparecer, vaidade no vestir,
prazeres da gula, comodidades, conversas frívolas e maldosas. Exige oração,
mortificação, recolhimento”.

“Ficai certos de que todos os instantes da vossa vida, o tempo que passardes diante do
Divino Sacramento será o que vos dará mais força durante a vida, mais consolação na
hora da morte e durante a eternidade”.

São Boaventura (1218-1274), doutor da Igreja:


“Ainda que friamente aproxime-se confiando na misericórdia de Deus”.

São João de Ávila:


“Tempo de ganhar muitas graças”.

Santa Maria Madalena de Piazzi:


“Tempo mais apropriado para crescer no amor de Deus”.

“Os minutos que vêm depois da comunhão – dizia a santa – São os mais preciosos que
temos em nossa vida; os mais apropriados de nossa parte para entender-nos com
Deus e, da parte de Deus, para comunicar-nos o seu amor”.

São Gregório de Nissa:


“Nosso corpo unido ao corpo de Cristo, adquire um princípio de imortalidade, porque
se une ao Imortal”.
Santa Teresinha (1873-1897), doutora da Igreja:
“Não é para ficar numa âmbula de ouro, que Jesus desce cada dia do céu, mas para
encontrar um outro céu, o da nossa alma, onde ele encontra as sua delícias”.

“Quando o demônio não pode entrar com o pecado no santuário de uma alma, quer
pelo menos que ela fique vazia, sem dono e afastada da comunhão”.

Santa Margarida Maria Alacoque:


“Nós não saberíamos dar maior alegria ao nosso inimigo, o demônio, do que
afastando-nos de Jesus, o qual lhe tira o poder que ele tem sobre nós”.

São Filipe Néri:


“A devoção ao Santíssimo Sacramento e a devoção à Santíssima Virgem são, não o
melhor, mas o único meio para se conservar a pureza. Somente a comunhão é capaz
de conservar um coração puro aos 20 anos. Não pode haver castidade sem a
Eucaristia”.

Santa Catarina de Gênova:


“O tempo passado diante do Sacrário é o tempo mais bem empregado da minha vida”.

São João Bosco:


“Não omitais nunca a visita a cada dia ao Santíssimo Sacramento, ainda que seja muito
breve, mas contanto que seja constante”.

Chiara Lubic:
“Enquanto existir a Eucaristia eu nunca estarei só. Enquanto existir um sacrário, não
terei solidão”.

“É preciso preparar-se para receber Jesus”.

Prof. Felipe Aquino


33 Comungar de joelhos ou em pé?
 POR PROF. FELIPE AQUINO19 DE MAIO DE 2016DOUTRINA E TEOLOGIA

Segue Normas da Igreja:


Comunhão na mão, boca, em pé, de joelho
Redemptionis Sacramentum
[91.] Na distribuição da sagrada Comunhão se deve recordar que «os ministros
sagrados não podem negar os sacramentos a quem os pedem de modo oportuno, e
estejam bem dispostos e que não lhes seja proibido o direito de receber». Por
conseguinte, qualquer batizado católico, a quem o direito não o proíba, deve ser
admitido à sagrada Comunhão. Assim pois, não é lícito negar a sagrada Comunhão a
um fiel, por exemplo, só pelo fato de querer receber a Eucaristia ajoelhado ou de pé.
[92.] Todo fiel tem sempre direito a escolher se deseja receber a sagrada Comunhão
na boca ou se, o que vai comungar, quer receber na mão o Sacramento. Nos lugares
aonde Conferência de Bispos o haja permitido, com a confirmação da Sé apostólica,
deve-se lhe administrar a sagrada hóstia. Sem dúvida, ponha-se especial cuidado em
que o comungante consuma imediatamente a hóstia, na frente do ministro, e ninguém
se desloque (retorne) tendo na mão as espécies  eucarísticas. Se existe perigo de
profanação, não se distribua aos fiéis a Comunhão na mão.

*********************************************************
Revista: “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”
D. Estevão Bettencourt, osb
Nº  493  –  Ano: 2003  –  p.  330
Em síntese:  A concessão da Santa Sé para os fiéis receberem a Santíssima Comunhão
na mão (e, por conseguinte, em pé) datada de 1975 deixava aos comungantes a
liberdade para aceitarem ou não o novo rito.  Contudo alguns sacerdotes têm
obrigado os fiéis a receber a Santíssima Comunhão na mão (e em pé).  Daí resultaram
queixas levadas à Congregação para o Culto Divino, que reiterou o caráter facultativo
da nova modalidade de comungar, mediante um documento de 2002, o qual vai, a
seguir, transcrito.

Em 1975 a Santa Sé concedeu ao clero do Brasil a faculdade de ministrar a S.


Comunhão aos fiéis, postos em pé com a mão estendida, sendo que o novo rito não
seria ser imposto aos fiéis; estes, se quisessem, poderiam continuar a comungar na
boca e de joelhos.

Verificou-se, porém, que em vários países os sacerdotes se puseram a negar a


Eucaristia a quem estivesse de joelhos.  Isto provocou queixas levadas à Congregação
para o Culto Divino, que respondeu com Carta, a seguir, transcrita.A fim de que fique
bem clara ao leitor a problemática em foco, vai, primeiramente, publicado o texto da
concessão de 1975.

1.  A concessão de 1975


Em 05/03/1975 Santa Sé concedeu aos Bispos do Brasil a faculdade de permitirem a
Comunhão na mão em suas respectivas dioceses, desde que sejam observadas as
seguintes normas:
1. Cada Bispo deve decidir se autoriza ou não em sua Diocese a introdução do novo
rito, e isso com a condição de que haja preparação adequada dos fiéis e se afaste todo
perigo de irreverência.
2. A nova maneira de comungar não deve ser imposta, mas cada fiel conserve o direito
de receber à Comunhão na boca, sempre que preferir.
3. Convém que o novo rito seja introduzido aos poucos, começado por pequenos
grupos, e precedido por uma adequada catequese.  Esta visará a que não diminua a fé
na presença eucarística, e que se evite qualquer perigo de profanação.
4. A nova maneira de comungar não deve levar o fiel a menosprezar a Comunhão, mas
a valorizar o sentido de sua dignidade de membro do Corpo Místico de Cristo.
5.  A hóstia deverá ser colocada sobre a palma da mão do fiel, que a levará à boca
antes de se movimentar para voltar ao lugar.  Ou então,embora por várias razões isto
nos pareça menos aconselhável, o fiel apanhará a hóstia na patena ou no cibório, que
lhe é apresentado pelo ministro que distribui a Comunhão, e que assinala seu
ministério dizendo a cada um a fórmula: “O Corpo de Cristo”.  É, pois, reprovado o
costume de deixar a patena ou o cibório sobre o altar, para que os fiéis retirem do
mesmo a hóstia, sem apresentação por parte do ministro.  É também inconveniente
que os fiéis tomem a hóstia com os dedos em pinça e, andando, a coloquem na boca.
6. É mister tomar cuidado com os fragmentos, para que não se percam, e instruir o
povo a seu respeito.  É preciso, também, recomendar aos fiéis que tenham as mãos
limpas.
7. Nunca é permitido colocar na mão do fiel a hóstia já molhada no cálice.
Leia também: Faz sentido ajoelhar-se – EB
A Comunhão Eucarística na Mão
Deve-se comungar de joelhos ou de pé?
É proibido ajoelhar na hora da Consagração?
Estas normas se acham na Carta datada de 15/03/75, pela qual a Presidência da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil transmitia a cada Bispo as instruções da
Santa Sé.  A mesma Carta ainda observava o seguinte:

“Só mediante o respeito destas sábias condições poderemos aguardar os frutos que todos
desejam desta medida. A experiência da distribuição da Comunhão na mão, em vários
pontos do país, revelou pontos negativos, que deverão ser cuidadosamente eliminados. 
Assim, alguns ministros deram na mão do fiel a hóstia já molhada no cálice, enquanto
outros, para ganhar tempo, colocaram na própria mão várias hóstias, fazendo-as
escorregar rapidamente, uma a  uma, nas mãos dos fiéis, como quem distribui balas às
crianças”.
Vê-se que a Santa Sé enfatiza o máximo cuidado para que não haja profanação da
Santíssima Eucaristia nem ocorram irreverências.  Entre outras diretrizes, merecem
especial atenção as seguintes: não se deve comungar andando, mas quem recebeu na
mão a partícula sagrada, afasta-se para o lado (a fim de deixar a pessoa seguinte
aproximar-se) e, parado, comungue.   Cada comungante trate de verificar se não ficou
na palma na mão ou entre os dedos alguma parcela de pão consagrado (em caso
positivo, deve consumi-la).É lícito comungar duas vezes no mesmo dia se, em ambos
os casos, o fiel participa da S. Missa (cânon 917).

A intervenção da Santa Sé em 2002 (reiterada em 2003) Expressão do mal-estar


causado pela recusa da Eucaristia, é a seguinte carta dirigida por uma pessoa devota à
Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos:

“Desde muito sinto a necessidade interior de me ajoelhar no momento de receber a


Sagrada Comunhão. Não o fiz até agora, ciente de que alguns sacerdotes e mesmo Bispos
recusam ministrar o sacramento a quem esteja ajoelhado. Preferi evitar a possibilidade de
um escândalo, embora soubesse que tinha o direito de me ajoelhar”.
Muitas cartas semelhantes suscitaram a seguinte resposta da Congregação para o
Culto Divino datado de 2002 e reiterada em fevereiro de 2003.

Congregatio de Cultu Divino et Disciplina Sacramentorum


Protocolo nº 1322/02/L
Roma, 1º de julho de 2002.
  Excelência Reverendíssimos,
  Esta Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos recebeu
recentemente, da parte de fiéis leigos da sua diocese, informação comunicando que se tem
recusado a Sagrada Comunhão aos fiéis que, para recebê-la, se põem de joelhos em vez de
permanecer em pé.  Os informantes dizem que tal procedimento pode estar mais difundido
na diocese; todavia a esta Congregação não é possível averiguá-lo; este Dicastério tem
certeza de que Vossa Excelência está em condições que lhe permitem promover uma
investigação certeira sobre o assunto.  Como quer que seja, as queixas proporcionam a
este Discastério ocasião de que o torne conhecido a qualquer sacerdote que precise ser
informado.
Esta Congregação está realmente preocupada com o grande número de queixas recebidas
de várias partes nos últimos meses.  Ela considera que a recusa da Comunhão a um fiel
que esteja ajoelhado, é grave violação de um dos direitos básicos dos fiéis cristãos, a saber:
o de ser ajudado por seus Pastores por meio dos sacramentos (Código de Direito Canônico,
cânon 213).
Assista também: Se chegar com atraso na missa pode comungar?
Podemos comungar de joelhos?
Em vista da lei que estipula que ministros sagrados não podem recusar os sacramentos a
quem os pede de modo conveniente, com boas disposições e sem empecilho da parte do
Direito (cânon 843 § 1), não se deve recusar a Sagrada Comunhão a nenhum católico
durante a Santa Missa, excetuados os casos que ponham em perigo de grave escândalo a
comunidade dos fiéis; ocorrem quando se trata de pecador público ou de alguém
obstinado na heresia ou no cisma publicamente professado e declarado.
Mesmo naqueles países em que esta Congregação adotou a legislação local que reconhece
o permanecer em pé como postura normal para receber a Sagrada Comunhão… ela o fez
com a condição de que aos comungantes desejosos de se ajoelhar não seria recusada a
Sagrada Eucaristia.
Com efeito, como o Cardeal Joseph Ratzinger enfatizou recentemente, o costume de
ajoelhar-se para receber a Sagrada Comunhão tem em seu favor uma tradição
multissecular, e é sinal particularmente expressivo de adoração, que corresponde à
verdadeira real e substancial presença de Jesus Cristo Nosso Senhor sob as espécies
eucarísticas.
Dada a importância deste assunto, esta Congregação pede que V. Ex. investigue se tal
sacerdote recusa habitualmente a Sagrada Comunhão a algum fiel nas circunstâncias
atrás descritas e, se tal é fato real, a Congregação pede também que V. Ex. lhe ordene
firmemente que se abstenha de assim proceder no futuro; o mesmo seja feito em relação a
qualquer outro sacerdote que haja praticado a mesma falha.
Os sacerdotes devem entender que a Congregação considerará qualquer queixa desse tipo
com muita seriedade, e, caso sejam procedentes, atuará no plano disciplinar de acordo
com muita seriedade, e, caso sejam procedentes, atuará no plano disciplinar de acordo
com a gravidade do abuso pastoral.
Agradeço a V. Ex. a atenção dispensada a este assunto e conto com a sua amável
colaboração.
Sinceramente seu em Cristo
  Jorge A. -Cardeal 
Medina Estévez-Prefeito
  Francisco Pio Tamburrino-Secretário
 Como se pode depreender, a Congregação para o Culto Divino considera grave falta a
recusa da Comunhão Eucarística a quem a queira receber de joelhos.
O padre não pode impedir as pessoas de se ajoelharem na hora da Consagração; seria
abuso dele; pois o Missal Romano manda ajoelhar nesta hora (Ed. Paulus, 6ª Edição,
pág. 36; n. 21), diz:

 “Ajoelhem-se durante a Consagração, a não ser que a falta de espaço ou o grande


número de presentes ou outras causas razoáveis não o permitam.”

 A Instrução Geral do Missal Romano, diz:

 43. Os fiéis estão de pé: desde o início do cântico de entrada, ou enquanto o


sacerdote se encaminha para o altar, até à oração coleta, inclusive; durante o cântico
do Aleluia que precede o Evangelho; durante a proclamação do Evangelho; durante a
profissão de fé e a oração universal; e desde o invitatório “Orai, irmãos”, antes da
oração sobre as oblatas, até ao fim da Missa, exceto nos momentos adiante indicados.
Estão sentados: durante as leituras que precedem o Evangelho e durante o salmo
responsorial; durante a homilia e durante a preparação dos dons ao ofertório; e, se for
oportuno, durante o silêncio sagrado depois da Comunhão.

Estão de joelhos durante a consagração, exceto se razões de saúde, a estreiteza do


lugar, o grande número dos presentes ou outros motivos razoáveis a isso obstarem.
Aqueles, porém, que não estão de joelhos durante a consagração, fazem uma
inclinação profunda enquanto o sacerdote genuflecte após a consagração.
Catecismo da Igreja:
§1378 – O culto da Eucaristia. Na liturgia da missa, exprimimos nossa fé na presença
real de Cristo sob as espécies do pão e do vinho, entre outras coisas, dobrando os
joelhos, ou inclinando-nos profundamente em sinal de adoração do Senhor. “A Igreja
católica professou e professa este culto de adoração que é devido ao sacramento da
Eucaristia não somente durante a Missa, mas também fora da celebração dela,
conservando com o máximo cuidado as hóstias consagradas, expondo-as aos fiéis
para que as venerem com solenidade, levando-as em procissão.” (Mysterium Fidei, 56).
***********************************************************
Bento XVI na Sacramentum Caritatis
A reverência à Eucaristia
65. Um sinal convincente da eficácia que a catequese eucarística tem sobre os fiéis é
seguramente o crescimento neles do sentido do mistério de Deus presente entre nós;
podemos verificá-lo através de específicas manifestações de reverência à Eucaristia,
nas quais o percurso mistagógico deve introduzir os fiéis.(190) Penso, em geral, na
importância dos gestos e posições, como, por exemplo, ajoelhar-se durante os
momentos salientes da Oração Eucarística. Embora adaptando-se à legítima variedade
de sinais que tem lugar no contexto das diferentes culturas, cada um viva e exprima a
consciência de encontrar-se, em cada celebração, diante da majestade infinita de
Deus, que chega até nós humildemente nos sinais sacramentais.
Oração eucarística- Prefácio da Paixão II (a vitória da paixão):

“…Enquanto a multidão dos santos se alegre eternamente na vossa presença em


humilde adoração, nós nos associamos a seus louvores,cantando a uma só voz.”

34 Faz sentido ajoelhar-se?


 POR PROF. FELIPE AQUINO17 DE NOVEMBRO DE 2022CATEQUESE
Tem-se discutido a conveniência ou não de se ajoelharem os fiéis durante a S. Missa.
O autor deste artigo toma posição frente aos que negam o sentido de tal postura e
mostra o significado positivo que ela tem.
Em certos ambientes católicos tem-se discutido o sentido de ajoelhar-se durante a S.
Missa e, de modo particular, por ocasião da consagração do pão e do vinho. A
imprensa religiosa tem publicado artigos que contestam essa prática, deixando o povo
de Deus perplexo e dividido.

A Redação de PR recebeu do sr. José Hipólito de Moura Faria um artigo que defende a
postura ajoelhada em certos momentos da celebração eucarística. Vai, a seguir,
publicado em seus segmentos principais, com a gratidão de PR ao valioso colaborador.

É melhor voltar ao passado?


Não me convencem, de forma alguma, os argumentos que condenam a flexão de
joelhos durante a Missa, e que se pretendem justificar com motivações de ordem
histórica, simbólica ou teológica. É o que procurarei demonstrar.
Do ponto de vista histórico, alegam que, na maior parte do primeiro milênio, o povo
não se ajoelhava durante a celebração eucarística. Logo, segundo este raciocínio,
deveríamos recuperar esse costume agora, no terceiro milênio. Mas esse tipo de
argumento subentende que o antigo era necessariamente melhor e mais adequado
do que o atual. De fato, algumas pessoas tendem a julgar que o novo é sempre
melhor: é o progressismo (que às vezes é chamado também de pragmatismo por
levar, na prática, a constantes mudanças). Outras julgam que o antigo é melhor: é o
arqueologista. Este último problema tem sido o de certos liturgistas, aos quais Pio XII
já deu uma resposta, na “Mediator Dei”:”A liturgia da época antiga é, sem dúvida, digna
de veneração, mas o uso antigo não é, por motivo somente de sua Antiguidade, o
melhor, seja em si mesmo, seja em relação aos tempos posteriores e às novas
condições verificadas. Os ritos litúrgicos mais recentes também são respeitáveis, pois
que foram estabelecidos por influxo do Espírito Santo que está com a Igreja até a
consumação dos séculos […]” (Nº 54).

Por outro lado, escreveu o Cardeal Ratzinger (hoje Papa Bento XVI), numa longa
resenha do livro The organic development of the liturgy, de D. Alcuin Reid. OSB: “O
arqueologismo e o pragmatismo pastoral – este último, aliás, é muitas vezes um
racionalismo pastoral são ambos errados. Poderiam ser descritos como um par de
gêmeos profanos. Os liturgistas da primeira geração eram, em sua maioria,
historiadores inclinados, conseqüentemente, ao arqueologismo. Queriam desenterrar
as formas mais antigas, em sua pureza original: viam os livros litúrgicos em uso, com
seus ritos, como expressão de proliferações históricas, fruto de mal-entendidos e
ignorância do passado. Buscavam reconstruir a Liturgia Romana mais antiga e limpá-la
de todos os acréscimos posteriores. Não era uma coisa totalmente errada; mas a
reforma litúrgica é de alguma forma algo diferente de uma escavação arqueológica, e
nem todos os desdobramentos de algo vivo devem ter a lógica de um critério
racionalista/historicista” (Apud 30 Dias nº 12, 2004, pp. 47ss) (…).

Tentando facilitar a compreensão dos leitores, esclareço que essa tentativa de volta
indiscriminada a todas as formas primitivas da liturgia equivaleria a comprimir os
ramos de um arbusto de mostarda para fazê-los reentrar na semente…
Afinal, houve ao longo da história da Igreja uma evolução teológica e dogmática, uma
evolução espiritual, uma evolução institucional também e só não iríamos admitir uma
evolução litúrgica?

A celebração eucarística não se reduziu à adoração.

Examinemos, a seguir, os argumentos teológico-litúrgicos de que lançam mão os que


desejam suprimir a postura de joelhos.

E o primeiro é o de que teria havido um “deslocamento de eixo”, ou seja: “A Eucaristia,


de memorial da morte e ressurreição do Senhor, passa a ser compreendida e
celebrada, a partir da Idade Média, como momento de adoração do SSmo.
Sacramento”. Por causa dessa nova compreensão, surgiu o costume de ajoelhar
durante a consagração.

Mas que afirmativa exagerada! Desconheço alguma época da história em que a


celebração eucarística foi reduzida a um momento de adoração ao Santíssimo
Sacramento. Afirmações absolutas e simplistas podem facilitar a “catequese” em favor
da posição desses liturgistas, mas estão longe de corresponder à realidade e à
complexidade das coisas. Para comprovar isso, examinemos o rito antigo da Missa:
com outros nomes, a celebração era substancialmente idêntica à atual: havia os ritos
iniciais, chamados, na época, de ante-missa: salmos, o “confiteor”, o Kyrie, o Glória, a
oração… havia a “liturgia da palavra” com uma leitura, além do Evangelho, e a homilia;
havia o ofertório, a consagração, as orações pela Igreja e pelo povo (os “mementos”) e
a comunhão. Como reduzir tudo isso a um simples “momento de adoração ao SSmo.
Sacramento”, pelo simples fato de nos ajoelharmos em dado instante? Do ponto de
vista lógico tal raciocínio poderia ser considerado como uma variante do clássico
sofisma de indução errônea (designado pelo verso de Vergílio ab uno disce omnes por
um julga a todos), ou seja, uma generalização indevida: por causa de um momento de
adoração, sofisma-se que tudo é somente adoração.

Leia também: Comungar de joelhos ou em pé?


É proibido ajoelhar na hora da Consagração?
Podemos ajoelhar diante de uma imagem?
A Celebração da Santa Missa
O abandono do termo “consagração”
Uma segunda observação diz respeito não diretamente ao argumento dos citados
liturgistas, mas a uma questão conexa, que ajuda a criar a “atmosfera” de fundo para
facilitar a aceitação do raciocínio principal. Refiro-me à supressão do substantivo
“consagração” e do verbo “consagrar”. Eles começam por esbater a presença
sacramental de Cristo, apresentando-a apenas como uma das forma de presença do
Senhor, entre outras: presença na assembléia reunida, na palavra de Deus, no
próximo… Mas a presença eucarística de Jesus Cristo não é da mesma espécie que as
outras é uma presença sacramental, real, substancial, o “mistério da fé” por excelência.
Paulo VI insistiu neste ponto, com toda a tradição da Igreja: “Esta presença,
efetivamente, se diz real, não por exclusão, como se as outras presenças não fossem
reais, mas por excelência, porque é substancial: por ela, na verdade, se faz presente
Cristo todo inteiro. Deus e Homem. Portanto, falsamente explicaria esse modo de
presença quem imaginasse uma natureza “pneumática”, como dizem, do Corpo de
Cristo glorioso, presente em toda parte, ou a reduzisse aos limites de um simbolismo,
como se este Augustíssimo Sacramento consistisse apenas num sinal eficaz da
presença espiritual de Cristo e de sua íntima união com os fiéis membros do Corpo
Místico” (Mysterium fidei – 1965).

Pois bem, propõem os citados especialistas que se deixe de usar o termo popular (e
técnico) “consagração”, a ser substituído pela expressão “narrativa da instituição” (e
aparentam ter um pouco de “compaixão” pelos que “ainda” usam o termo anterior…).
De fato, existe tal narrativa no momento culminante da celebração, mas existe algo
mais por trás dela! Qualquer cristão razoavelmente instruído compreenderá o alcance
da mudança terminológica: uma simples “narrativa” é algo que reporta o que Jesus
disse e fez no passado, ao instituir o Sacramento. Isso enfraquece, obviamente, a
“consagração”. Que se dá no aqui e agora da celebração; enfraquece a
“transubstanciação”, enfraquece a importância do ministro ordenado que, nesse
momento age, mais do que nunca, “in persona Christi” afinal, qualquer pessoa poderia
ler uma simples “narrativa da instituição” que evocasse o passado…

Assim, podemos ver as implicações teológicas daquilo que parece, à primeira vista,
uma inocente escolha de expressões mais adequadas. Tenham ou não consciência
disso os liturgistas que propõem a mudança, essa implicações existem.
Acontece que os termos “consagração” e “consagrar” não podem ser abandonados em
hipótese alguma. Deixemos de ouvir opiniões pessoais e escutemos o Magistério da
Igreja, em suas normas e na sua doutrina. A Instrução Geral do Missal Romano, por
exemplo, determina que “os fiéis se ajoelhem durante a consagração” (nº 43). E no nº
79, alínea c, explica: “…a epiclese, na qual a Igreja implora por meio de invocações
especiais a força do Espírito Santo, para que os dons oferecidos pelo ser humano
sejam consagrados, isto é, se tornem o Corpo e o Sangue de Cristo”. Na alínea
seguinte, repete: “…a narrativa da Instituição é consagração, quando, pelas palavras e
ações de Cristo, se realiza o sacrifício que Ele instituiu na última Ceia” (79 d.).

Se abrimos o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, encontramos a mesma


doutrina: “…a liturgia eucarística, que compreende a apresentação do pão e do vinho,
a oração ou anáfora, que contém as palavras da consagração, e a comunhão” (nº 277).

O Credo do Povo de Deus, elaborado por Paulo VI, para


reafirmar a fé católica em face de erros modernos contém este trecho: “Cremos que a
Missa, celebrada pelo sacerdote que age na Pessoa de Cristo (in persona Christi) […] é
realmente o Sacrifício do Calvário, que se faz sacramentalmente presente em nossos
altares. Cremos que, assim como o pão e o vinho consagrados pelo Senhor na última
ceia se converteram em Seu Corpo e Seu Sangue […] assim também o pão e o vinho
consagrados pelo sacerdote se convertem no Corpo e no Sangue de Cristo”.
Poderíamos citar muitos documentos, mas o espaço de um jornal não o permite.

Em conclusão
Declarar que o não ajoelhar-se durante a celebração eucarística denota uma
“compreensão mais profunda” do Sacramento é algo muito subjetivo, e deve ser
relativizado como uma auto-massagem nas próprias convicções. Prefiro julgar mais
profunda compreensão da Igreja, expressa em suas instruções, suas rubricas, seu
Magistério e sua doutrina. E, não podemos esquecer, também nos seus santos, como
Charles de Foucauld, que dizia: “adorar a Hóstia Santa deveria ser o centro da vida de
todo homem”.

D. Estevão Bettencourt, osb


Revista: PERGUNTE E RESPONDEREMOS
Nº 535 – Ano: 2007 – p. 29

35 Qual a origem da festa de Corpus


Christi?
 POR PROF. FELIPE AQUINO8 DE JUNHO DE 2023VOCÊ SABIA?

A Festa de “Corpus Christi” é a celebração em que solenemente a Igreja comemora o


Santíssimo Sacramento da Eucaristia; sendo o único dia do ano que o Santíssimo
Sacramento sai em procissão às nossas ruas.
Nesta festa os fiéis agradecem e louvam a Deus pelo inestimável dom da Eucaristia, na
qual o próprio Senhor se faz presente como alimento e remédio de nossa alma. A
Eucaristia é fonte e centro de toda a vida cristã. Nela está contido todo o tesouro
espiritual da Igreja, o próprio Cristo.
A Festa de Corpus Christi surgiu no séc. XIII, na diocese de Liège, na Bélgica, por
iniciativa da freira Juliana de Mont Cornillon, (†1258) que recebia visões nas quais o
próprio Jesus lhe pedia uma festa litúrgica anual em honra da Sagrada Eucaristia.

Aconteceu que quando o padre Pedro de Praga, da Boêmia, celebrou uma Missa na
cripta de Santa Cristina, em Bolsena, Itália, ocorreu um milagre eucarístico: da hóstia
consagrada começaram a cair gotas de sangue sobre o corporal após a consagração.
Dizem que isto ocorreu porque o padre teria duvidado da presença real de Cristo na
Eucaristia.

O Papa Urbano IV (1262-1264), que residia em Orvieto, cidade próxima de Bolsena,


onde vivia S. Tomás de Aquino, ordenou ao Bispo Giacomo que levasse as relíquias de
Bolsena a Orvieto. Isso foi feito em procissão. Quando o Papa encontrou a Procissão
na entrada de Orvieto, pronunciou diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus
Christi”.

Leia também: História da Festa de Corpus Christi


Por que Cristo quis permanecer presente na Eucaristia?
Um grande testemunho sobre a Eucaristia
A humildade de Jesus na Eucaristia
Em 11/08/1264 o Papa aprovou a Bula “Transiturus de mundo”, onde prescreveu que
na 5ª feira após a oitava de Pentecostes, fosse oficialmente celebrada a festa em honra
do Corpo do Senhor. São Tomás de Aquino foi encarregado pelo Papa para compor o
Ofício da celebração. O Papa era um arcediago de Liège e havia conhecido a Beata
Cornilon e havia percebido a luz sobrenatural que a iluminava e a sinceridade de seus
apelos.

Em 1290 foi construída a belíssima Catedral de Orvieto, em pedras pretas e brancas,


chamada de “Lírio das Catedrais”. Antes disso, em 1247, realizou-se a primeira
procissão eucarística pelas ruas de Liège, como festa diocesana, tornando-se depois
uma festa litúrgica celebrada em toda a Bélgica, e depois, então, em todo o mundo no
séc. XIV, quando o Papa Clemente V confirmou a Bula de Urbano IV, tornando a Festa
da Eucaristia um dever canônico mundial.

Em 1317, o Papa João XXII publicou na Constituição Clementina o dever de se levar a


Eucaristia em procissão pelas vias públicas. A partir da oficialização, a Festa de Corpus
Christi passou a ser celebrada todos os anos na primeira quinta-feira após o domingo
da Santíssima Trindade.

Todo católico deve participar dessa Procissão por ser a mais importante de todas que
acontecem durante o ano, pois é a única onde o próprio Senhor sai às ruas para
abençoar as pessoas, as famílias e a cidade. Em muitos lugares criou-se o belo
costume de enfeitar as casas com oratórios e flores e as ruas com tapetes
ornamentados, tudo em honra do Senhor que vem visitar o seu povo.

Começaram assim as grandes procissões eucarísticas, as adorações solenes, a Bênção


com o Santíssimo no ostensório por entre cânticos. Surgiram também os Congressos
Eucarísticos, as Quarenta Horas de Adoração e inúmeras outras homenagens a Jesus
na Eucaristia. Muitos se converteram e todo o mundo católico.

Eucaristia: Presença real de Jesus no pão e no vinho consagrados


Todos os católicos reconhecem o valor da Eucaristia. Podemos encontrar vários
testemunhos da crença da real presença de Jesus no pão e vinho consagrados na
missa desde os primórdios da Igreja.

Mas, certa vez, no século VIII, na freguesia de Lanciano (Itália), um dos monges de São
Basílio foi tomado de grande descrença e duvidou da presença de Cristo na Eucaristia.
Para seu espanto, e para benefício de toda a humanidade, na mesma hora a Hóstia
consagrada transformou-se em carne e o Vinho consagrado transformou-se em
sangue. Esse milagre tornou-se objeto de muitas pesquisas e estudos nos séculos
seguintes, mas o estudo mais sério foi feito em nossa era, entre 1970/71 e revelou ao
mundo resultados impressionantes:

A Carne e o Sangue continuam frescos e incorruptos, como se tivessem sido


recolhidos no presente dia, apesar dos doze séculos transcorridos.

O Sangue encontra-se coagulado externamente em cinco partes; internamente o


sangue continua líquido.

Cada porção coagulada de sangue possui tamanhos diferentes, mas todas possuem
exatamente o mesmo peso, não importando se pesadas juntas, combinadas ou
separadas.
São Carne e Sangue humanos, ambos do grupo sanguíneo AB, raro na população do
mundo, mas característico de 95% dos judeus.

Todas as células e glóbulos continuam vivos.

A carne pertence ao miocárdio, que se encontra no coração (e o coração sempre foi


símbolo de amor!).

Assista também: A importância da festa de Corpus Christi


Qual o sentido das procissões?

Mesmo com esse milagre, entre os séculos IX e XIII surgiram grandes controvérsias
sobre a presença real de Cristo na Eucaristia; alguns afirmavam que a ceia se tratava
apenas de um memorial que simbolizava a presença de Cristo. Foi somente em junho
de 1246 que a festa de Corpus Christi foi instituída, após vários apelos de Santa Juliana
que tinha visões que solicitavam a instituição de uma festa em honra ao Santíssimo
Sacramento. Em outubro de 1264 o papa Urbano IV estendeu a festa para toda a
Igreja. Nessa festa, o maior dos sacramentos deixados à Igreja mostra a sua realidade:
a Redenção.

A Eucaristia é o memorial sempre novo e sempre vivo dos sofrimentos de Jesus por
nós. Mesmo separando seu Corpo e seu Sangue, Jesus se conserva por inteiro em cada
uma das espécies. É pela Eucaristia, especialmente pelo Pão, sinal do alimento que
fortifica a alma, que tomamos parte na vida divina, nos unindo a Jesus e, por Ele, ao
Pai, no amor do Espírito Santo. Essa antecipação da vida divina aqui na terra mostra-
nos claramente a vida que receberemos no Céu, quando nos for apresentado, sem
véus, o banquete da eternidade.

O centro da missa será sempre a Eucaristia e, por ela, o melhor e o mais eficaz meio
de participação no divino ofício. Aumentando a nossa devoção ao Corpo e Sangue de
Jesus, como ele próprio estabeleceu, alcançaremos mais facilmente os frutos da
Redenção!

Prof. Felipe Aquino

36 História da Festa de Corpus Christi


 POR PROF. FELIPE AQUINO8 DE JUNHO DE 2023HISTÓRIA DA IGREJA

No final do século XIII surgiu em Lieja, Bélgica, um Movimento Eucarístico cujo centro
foi a Abadia de Cornillon fundada em 1124 pelo Bispo Albero de Lieja. Este
movimento deu origem a vários costumes eucarísticos, como por exemplo, a
exposição e bênção do Santíssimo Sacramento, o uso dos sinos durante a elevação
na Missa e a festa do Corpus Christi.
Santa Juliana de Mont Cornillon, priora da Abadia, foi escolhida, por Deus para criar
esta Festa. A santa desde jovem teve uma grande veneração ao Santíssimo
Sacramento. Esperava que algum dia tivesse uma festa especial ao Sacramento da
Eucaristia. Este desejo, conforme a tradição foi intensificado por uma visão que teve
da Igreja sob a aparência de lua cheia com uma mancha negra, que significava a
ausência dessa solenidade.

Juliana comunicou esta imagem a Dom Roberto de Thorete, bispo de Lieja, também ao
douto Dominico Hugh, mais tarde cardeal legado dos Países Baixos e Jacques
Pantaleón, mais tarde o Papa Urbano IV. A festa mundial de Corpus Christi foi
decretada em 1264, 6 anos após a morte de irmã Juliana em 1258, com 66 anos. Santa
Juliana de Mont Cornillon foi canonizada em 1599 pelo Papa Clemente VIII.

Dom Roberto não viveu para ver a realização de sua ordem, já que morreu em 16 de
outubro de 1246, mas a festa foi celebrada pela primeira vez no ano seguinte, na
quinta-feira após à festa da Santíssima Trindade. Mais tarde um bispo alemão
conheceu os costumes e o levou por toda atual Alemanha.

Milagre de Bolsena
Certa vez, quando o padre Pedro de Praga, celebrou uma Missa na cripta de Santa
Cristina, em Bolsena, Itália, aconteceu um milagre eucarístico: da hóstia consagrada
começaram a cair gotas de sangue sobre o corporal após a consagração. Alguns dizem
que isto ocorreu porque o padre teria duvidado da presença real de Cristo na
Eucaristia.

O Papa Urbano IV (1262-1264), que residia em Orvieto, cidade próxima de Bolsena,


onde vivia S. Tomás de Aquino, informado do milagre, então, ordenou ao Bispo
Giacomo que levasse as relíquias de Bolsena a Orvieto. Isso foi feito em procissão.
Quando o Papa encontrou os fiéis caminhando na entrada de Orvieto, teria então
pronunciado diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi”.
Ainda hoje se conservam, em Orvieto, os corporais onde se apóia o cálice e a patena
durante a Missa e também se pode ver a pedra do altar em Bolsena, manchada de
sangue.

Leia também: Qual a origem da festa de Corpus Christi?


O milagre eucarístico com o qual se instituiu a Solenidade de Corpus Christi
Por que Cristo quis permanecer presente na Eucaristia?
Um grande testemunho sobre a Eucaristia
A humildade de Jesus na Eucaristia
Instituição da Festa
O Santo Padre movido pelo prodígio, e pelo pedido de vários bispos, fez com que se
estendesse a festa do Corpus Christi a toda a Igreja por meio da bula “Transiturus” de
8 setembro do mesmo ano, fixando-a para a quinta-feira depois da oitava de
Pentecostes.

O decreto de Urbano IV teve pouca repercussão, porque o Papa morreu logo em


seguida (2 de outubro de 1264), um pouco depois da publicação do decreto,
prejudicando a difusão da festa. Mas o Papa Clemente V tomou o assunto em suas
mãos e, no Concílio Geral de Viena (1311) ordenou mais uma vez a adoção desta festa.

Em 1317 é promulgada uma recopilação de leis, por João XXII, e assim a festa é
estendida a toda a Igreja. Na diocese de Colônia na Alemanha, a festa de Corpus
Christi é celebrada antes de 1270.

Procissão
Na paróquia de Saint Martin em Liège, em 1230, quando começou as homenagens ao
Santíssimo Sacramento a procissão eucarística acontecia só dentro da igreja. Em 1247,
aconteceu a primeira procissão eucarística pelas ruas de Liège, já como festa da
diocese. Depois se tornou festa nacional na Bélgica.

Nenhum dos decretos fala da procissão com o Santíssimo como um aspecto da


celebração. Porém estas procissões foram dotadas de indulgências pelos Papas
Martinho V e Eugênio IV, e se fizeram bastante comuns a partir do século XIV.
Finalmente, o Concílio de Trento declara que muito piedosa e religiosamente foi
introduzido na Igreja de Deus o costume, que todos os anos, o santíssimo seja levado
em procissão pelas ruas e lugares públicos.

Todo católico deve participar dessa Procissão por ser a mais importante de todas que
acontecem durante o ano, pois é a única onde o próprio Senhor sai às ruas para
abençoar as pessoas, as famílias e a cidade.

Tapetes, arte e religiosidade


Em muitos lugares criou-se o belo costume de enfeitar as casas com oratórios e flores
e as ruas com tapetes ornamentados, tudo em honra do Senhor que vem visitar o seu
povo.

No dia dedicado ao Corpo de Deus (Corpus Christi), várias cidades brasileiras,


organizam procissões, que percorrem as ruas enfeitadas com tapetes. A confecção de
tapetes de rua é uma magnífica manifestação de arte popular

Utilizando diversos tipos de materiais, como serragem colorida, borra de café, farinha,
areia e alguns pequenos acessórios, como tampinhas de garrafas, flores e folhas, as
pessoas montam, com grande arte, um tapete pelas ruas, formando desenhos
relacionados ao Santíssimo.

Por este tapete passa a procissão, o sacerdote vai á frente carregando o ostensório e
em seguida pelas pessoas que participam da festa. Tudo isto tem muito sentido e deve
ser preservado.

Assista também: A importância da festa de Corpus Christi


Por que celebramos a Festa de Corpus Christi?
Qual o sentido das procissões?
Devoção no Brasil
A tradição de fazer o tapete com folhas e flores vem dos imigrantes açorianos. Essa
tradição praticamente desapareceu em Portugal continental, onde teve origem, mas
foi mantida nos Açores e nos lugares em que chegaram seus imigrantes, como por
exemplo Florianópolis-SC.

As procissões portuguesas eram esplendorosas: tropas, fidalgos, cavaleiros, andores,


danças e cantos. A imagem de São Jorge, padroeiro de Portugal, seguia a procissão
montada em um cavalo, rodeada de oficiais de gala.

O barroco enriqueceu esta festa com todas as suas características de pompa. Em todo
o Brasil esta festa adquiriu contornos do barroco português. Corpus Christi é
celebrado desde a época colonial com uma abundância de cores. A tradição de
enfeitar as ruas surgiu em Ouro Preto, cidade histórica do interior de Minas Gerais.

Prof. Felipe Aquino

37 Como era a Eucaristia no começo da


Igreja?
 POR PROF. FELIPE AQUINO28 DE NOVEMBRO DE 2022HISTÓRIA DA IGREJA
Evidentemente os textos mais
importante sobre a presença real do corpo e do sangue do Senhor Jesus no pão e no
vinho consagrados, são os textos dos Evangelhos (Mt 26,28; Mt 14, 24; Jo 6, 22-71; Mc
14, 22-24; Lc 22,19s; 1 Cor 11,23-26).
No ano 56 São Paulo deixava claro aos coríntios que quem participasse
indignadamente da Eucaristia, se tornaria réu do corpo e do sangue do Senhor. (1 Cor
11, 23-26) E as graves consequências desse pecado, indicadas pelo Apóstolo, mostram
que a Eucaristia não é mero símbolo, mas presença real de Jesus na hóstia
consagrada. Porventura o cálice de bênção que abençoamos, não é a comunhão do
sangue de Cristo? O pão que partimos, não é porventura a comunhão com o corpo e
Cristo? (1Cor 10,16-21)

A Tradição da Igreja confirma esta verdade abundantemente. Da Didaquè (ou Doutrina


dos Doze Apóstolos) A Didaquè é como um antigo catecismo, redigido entre os anos
90 e 100, na Síria, na Palestina ou em Antioquia. Traz no título o nome dos doze
Apóstolos. Os Padres da Igreja mencionaram-na muitas vezes. Em 1883 foi encontrado
um seu manuscrito grego. “Reunidos no dia do Senhor (dominus), parti o pão e daí
graças, depois de confessardes vossos pecados, a fim de que vosso sacrifício seja
puro. Quem tiver divergência com seu companheiro não deve juntar-se a nós antes de
se reconciliar, para que não seja profanado vosso sacrifício, conforme disse o Senhor:
Que em todo lugar e tempo me seja oferecido um sacrifício puro, pois sou um rei
poderoso, diz o Senhor, e meu nome é admirável entre as nações” (Ml 1, 11) (n. XIV).

Quanto à Eucaristia, celebrai-a assim:

Primeiro, sobre o cálice: Damos-te graças, Pai nosso, pela


santa videira de Davi, teu servo, que nos deste a conhecer por Jesus, teu Servo. Glória
a ti nos séculos! Depois sobre o pão partido: Damos-te graças, Pai nosso, pela vida e
pela sabedoria que nos deste a conhecer por Jesus, teu Servo. Glória a ti nos séculos!
Assim como esse pão, outrora disseminado sobre as montanhas, uma vez ajuntado, se
tornou uma só massa, seja também reunida tua Igreja, desde as extremidades da
terra, em teu reino, pois a ti pertence a glória e o poder, por Jesus Cristo, para sempre.
Que ninguém coma ou beba da vossa eucaristia se não for batizado em nome do
Senhor, pois a este respeito disse ele: “Não deis aos cães o que é santo” (Mt 7,6).
Depois de vos terdes saciado, daí graças assim: Nós e damos graças, Pai Santo, pelo
teu santo nome que puseste em nossos corações, e pelo conhecimento, pela fé e
imortalidade que nos deste por meio de Jesus, teu Servo. Glória a ti nos séculos! Tu,
Senhor onipotente, tudo criaste para honra e glória do teu nome; e deste alimento e
bebida aos homens, para seu desfrute; a nós porém, deste um alimento e uma bebida
espirituais e a vida eterna, por meio do teu Servo. Assim, antes de tudo, damos-te
graças porque és poderoso. Glória a ti nos séculos! Lembra-te Senhor, de livrar do mal
a tua Igreja, e de torná-la perfeita em teu amor. Congrega-a dos quatro ventos,
santificada no reino que lhe preparaste, pois a ti pertence o poder e a glória, para
sempre! Hosana ao Deus de Davi! Se alguém é santo, aproxime-se; se alguém não é,
converta-se! Maranathã. Amém. Quanto aos profetas, deixai-os render graças o
quanto quiserem (n.10).

Leia também: Os primeiros escritores cristãos


A Presença Real de Cristo na Eucaristia
O catolicismo através da história
Eucaristia, alimento e remédio
Santo Inácio de Antioquia (+102), bispo e mártir
“Esforçai-vos, portanto, por vos reunir mais frequentemente, para celebrar a eucaristia
de Deus e o seu louvor. Pois quando realizais frequentes reuniões, são aniquiladas as
forças de Satanás e se desfaz seu malefício por vossa união na fé. Nada há melhor do
que a paz, pela qual cessa a guerra das potências celestes e terrestres” (Carta aos
Efésios).

São Justino (+165), mártir


Nasceu em Naplusa, antiga Siquém, em Israel; achou nos Evangelhos “a única filosofia
proveitosa”, filósofo, fundou uma escola em Roma. Dedicou as sua “Apologias” ao
Imperador romano Antonino Pio, no ano 150, defendendo os cristãos; foi martirizado
em Roma. Terminadas as orações, damos mutuamente o ósculo da paz. Apresenta-se,
então, a quem preside aos irmãos, pão e um vaso de água e vinho, e ele tomando-os
dá louvores e glória ao Pai do universo pelo nome de seu Filho e pelo Espírito Santo, e
pronuncia uma longa ação de graças em razão dos dons que dele nos vêm. Quando o
presidente termina as orações e a ação de graças, o povo presente aclama dizendo:
Amém… Uma vez dadas as graças e feita a aclamação pelo povo, os que entre nós se
chamam diáconos oferecem a cada um dos assistentes parte do pão, do vinho, da
água, sobre os quais se disse a ação de graças, e levam-na aos ausentes. Este alimento
se chama entre nós Eucaristia, não sendo lícito participar dele senão ao que crê ser
verdadeiro o que foi ensinado por nós e já se tiver lavado no banho (batismo) da
remissão dos pecados e da regeneração, professando o que Cristo nos ensinou.
Porque não tomamos estas coisas como pão e bebida comuns, mas da mesma forma
que Jesus Cristo, nosso Senhor, se fez carne e sangue por nossa salvação, assim
também se nos ensinou que por virtude da oração do Verbo, o alimento sobre o qual
foi dita a ação de graças – alimento de que, por transformação, se nutrem nosso
sangue e nossas carnes – é a carne e o sangue daquele mesmo Jesus encarnado. E foi
assim que os Apóstolos, nas Memórias por eles escritas, chamadas Evangelhos, nos
transmitiram ter-lhe sido ordenado fazer, quando Jesus, tomando o pão e dando
graças, disse: “Fazei isto em memória de mim, isto é o meu corpo”.

E igualmente, tomando o cálice e dando graças, disse: “Este é o meu sangue, o qual
somente a eles deu a participar… No dia que se chama do Sol (domingo) celebra-se
uma reunião dos que moram nas cidades e nos campos e ali se leem, quanto o tempo
permite, as Memórias dos Apóstolos ou os escritos dos profetas. Assim que o leitor
termina, o presidente faz uma exortação e convite para imitarmos tais belos
exemplos. Erguemo-nos, então, e elevamos em conjunto as nossas preces, após as
quais se oferecem pão, vinho e água, como já dissemos. O presidente também, na
medida de sua capacidade, faz elevar a Deus suas preces e ações de graças,
respondendo todo o povo “Amém”. Segue-se a distribuição a cada um, dos alimentos
consagrados pela ação de graças, e seu envio aos doentes, por meio dos diáconos. Os
que têm, e querem, dão o que lhes parece, conforme sua livre determinação, sendo a
coleta entregue ao presidente, que assim auxilia os órfãos e viúvas, os enfermos, os
pobres, os encarcerados, os forasteiros, constituindo-se, numa palavra, o provedor de
quantos se acham em necessidade” (Apologias).

Santo Ireneu (140-202)


“Dado que nós seus membros (de Cristo), nos alimentamos de coisas criadas, (as
quais, aliás, ele mesmo nos oferece…), também quis fosse seu sangue o cálice de
vinho, extraído de Criação, para com ele robustecer nosso sangue; quis fosse seu
corpo o pão, também proveniente da Criação, para com ele robustecer nossos corpos.
Se, pois, a mistura do cálice e pão recebem a palavra de Deus tornando-se a Eucaristia
do sangue e do corpo de Cristo, pelos quais cresce e se fortifica a substância de nossa
carne, como se haverá de negar à carne, assim nutrida com o corpo e sangue de
Cristo, e feita membro do seu corpo, a aptidão de receber o dom de Deus, a vida
eterna? Assim como a muda da videira, depositada na terra, depois frutifica, e o grão
de trigo, caído no solo e destruído, ressurge multiplicado pela ação do Espírito de Deus
que tudo sustém; e em seguida pela arte dos homens se fazem dessas coisas vinho e
pão, que pela palavra de Deus se tornam a Eucaristia, corpo e sangue de Cristo; assim
também nossos corpos, alimentados com a Eucaristia, ao serem depositados na terra
e aí destruídos, vão ressurgir um dia para a glória do Pai, quando a palavra de Deus
lhes der a ressurreição. O Pai reveste de imortalidade o que é mortal, dá
gratuitamente a incorrupção ao que é corruptível, pois o poder de Deus se manifesta
na fragilidade” (Contra as heresias, lv 5, cap. 2, 18,19,20).

Santo Hipólito de Roma (160-235)


Discípulo de Santo Ireneu (140-202), foi célebre na Igreja de Roma, onde Orígenes o
ouviu pregar. Morreu mártir. Escreveu contra os hereges, compôs textos litúrgicos,
escreveu a -Tradição Apostólica- onde retrata os costumes da Igreja no século III:
ordenações, catecumenato, batismo e confirmação, jejuns, ágapes, eucaristia, ofícios e
horas de oração, sepultamento, etc.

Logo que se tenha tornado bispo, ofereçam-lhe todos o ósculo da paz, saudando-o por
ter se tornado digno. Apresentem-lhe os diáconos a oblação e ele, impondo as mãos
sobre ela, dando graças com todo o presbiterium, diga: O Senhor esteja convosco.
Respondam todos: E com o teu espírito. “Corações ao alto!” Já os oferecemos ao
Senhor. “Demos graças ao Senhor”. É digno e justo. E prossiga a seguir: Graças te
damos, Deus, pelo teu Filho querido, Jesus Cristo, que nos últimos tempos nos
enviastes, Salvador e Redentor, mensageiro da tua vontade, que é o teu Verbo
inseparável, por meio do qual fizestes todas as coisas e que, porque foi do teu agrado,
enviaste do Céu ao seio de uma Virgem; que, aí encerrado, tomou um corpo e revelou-
se teu Filho, nascido do Espírito Santo e da Virgem. Que, cumprindo a tua vontade – e
obtendo para ti um povo santo – ergueu as mãos enquanto sofria para salvar do
sofrimento os que confiaram em ti. Que, enquanto era entregue à voluntária Paixão
para destruir a morte, fazer em pedaços as cadeias do demônio, esmagar os poderes
do mal, iluminar os justos, estabelecer a Lei e dar a conhecer a Ressurreição, tomou o
pão e deu graças a ti, dizendo: Tomai, comei, isto é o meu Corpo que por vós será
destruído; tomou, igualmente, o cálice, dizendo: Este é o meu Sangue, que por vós
será derramado. Quando fizerdes isto, fá-lo-eis em minha memória. Por isso, nós que
nos lembramos de sua morte e Ressurreição, oferecemos-te o pão e o cálice, dando-te
graças porque nos considerastes dignos de estar diante de ti e de servir-te. E te
pedimos que envies o Espírito Santo à Oblação da santa Igreja: reunindo em um só
rebanho todos os fiéis que recebemos a Eucaristia na plenitude do Espírito Santo para
o fortalecimento da nossa fé na verdade, concede que te louvemos e glorifiquemos,
pelo teu Filho Jesus Cristo, pelo qual a ti a glória e a honra – ao Pai e ao Filho, com o
Espírito Santo na tua santa Igreja, agora e pelos séculos dos séculos. Amém. (Tradição
Apostólica)

Santo Hilário de Poitiers (316-367)


Doutor da Igreja, foi bispo de Poitiers, combateu o arianismo, foi exilado pelo
imperador Constâncio, escreveu sobre a Santíssima Trindade: “Ele mesmo diz: – Minha
carne é verdadeiramente comida e meu sangue é verdadeiramente bebida. Quem
come da minha carne e bebe do meu sangue, fica em mim e eu nele” (Jo 6,56). Quanto
à verdade da carne e do sangue, não há lugar para dúvida; é verdadeiramente carne e
verdadeiramente sangue, como vemos pela própria declaração do Senhor e por nossa
fé em suas palavras. Esta carne, uma vez comida, e este sangue, bebido, fazem que
sejamos também nós um em Cristo, e o Cristo em nós. Não é isto verdade? Não o será
para os que negam ser Jesus Cristo verdadeiro Deus! Ele está, pois, em nós por sua
carne, e nós nele, e ao mesmo tempo o que nós somos está com Ele em Deus. Ele está
em nós pelo mistério dos sacramentos, como está no Pai pela natureza da sua
divindade, e nós nele pela sua natureza corporal. Ensina-se, portanto, que pelo nosso
Mediador se consuma a unidade perfeita, pois enquanto nós permanecemos nele, ele
permanece no Pai, e, sem deixar de permanecer no Pai, permanece também em nós, e
assim nós subimos até à unidade do Pai. Ele está no Pai, fisicamente, segundo a
origem de sua eterna natividade, e nós estamos nele, fisicamente, enquanto também
está em nós fisicamente (Sobre a Santíssima Trindade).

São Cirilo de Jerusalém (+386)


Bispo de Jerusalém, guardião da fé professada pela Igreja no Concilio de Niceia (325).
Autor das Catequeses Mistagógicas, esteve no segundo Concilio Ecumênico, em
Constantinopla, em 381. “Quanto a mim, recebi do Senhor o que também vos
transmiti” etc. (1Cor 11,23). Esta doutrina de São Paulo é bastante para produzir plena
certeza sobre os divinos mistérios pelas quais obtendes a dignidade de vos tornardes
concorpóreos e consanguíneos de Cristo. Quando, pois, ele mesmo declarou do pão:
“isto é o meu corpo”, quem ousará duvidar? E quando ele asseverou categoricamente:
“isto é o meu sangue”, quem ainda terá dúvida, dizendo que não é? Outrora, em Caná
da Galileia, por sua vontade, mudara a água em vinho, e não seria também digno de
fé, ao mudar o vinho em sangue?… É, portanto, com toda a segurança que
participamos de certo modo do corpo e sangue de Cristo: em figura de pão é deveras
o corpo que te é dado, e em figura de vinho o sangue, para que, para que,
participando do corpo e sangue de Cristo, te tornes concorpóreo e consanguíneo dele.
Passamos a ser assim cristóforos, isto é, portadores de Cristo, cujo corpo e sangue se
difundem por nossos membros. E então, como diz S.Pedro, participamos da natureza
divina (2Pe 1,4). Não trates, por isso, como simples pão e vinho a este pão e vinho,
pois, são, respectivamente, corpo e sangue de Cristo, consoante a afirmação do
Senhor. E ainda que os sentidos não o possam sugerir, a fé no-lo deve confirmar com
segurança. Não julgues a coisa pelo paladar. Antes pela fé, enche-te de confiança, não
duvidando de que foste julgado digno do corpo e sangue de Cristo. Ao te aproximares,
não o faças com as mãos estendidas nem com os dedos separados. Fazer como a
esquerda como um trono na qual se assente a direita, que vai conter o Rei. E, no
côncavo da palma, recebe o Corpo de Cristo, respondendo: “Amém”. Com segurança,
então, depois de santificados teus olhos pelo contato do santo corpo, recebe-o,
cuidando para nada perderes… Depois, aguardando a oração, dá graças a Deus que te
fez digno de tão grandes mistérios. Conservai invioláveis estas tradições, guardai-as
sem falha (Catequeses Mistagógicas).

Nota: A Tradição da Igreja nos mostra que os primeiros cristãos que na celebração da
Eucaristia, torna-se presente a própria oblação de Cristo ao Pai feita no Calvário. É
importantíssimo entender que não se trata de uma repetição ou multiplicação do
sacrifício do Calvário, pois Jesus se imolou uma vez por todas (Hb 4, 14; 7, 27; 9, 12.25s.
28; 10, 12.14). A Ceia torna presente através dos tempos o único sacrifício de Cristo,
para que possamos participar dele e sermos salvos. O corpo e o sangue de Jesus estão
presentes na Eucaristia não de qualquer modo, mas como vítima; pois estão corpo e
sangue separados sobre o altar, como no sacrifício da vítimas do Sinai que selou a
Antiga Aliança (Ex 24,6-8). Assim diziam os santos Padres: S. João Crisóstomo, bispo de
Constantinopla (?403): “Sacrificamos todos os dias fazendo memória da morte de
Cristo” (In Hebr 17,3).
Ouça também: Como viviam os primeiros cristãos?
O início do Cristianismo em Roma
O Sacramento da Eucaristia
Teodoreto de Ciro (?460)
“É manifesto que não oferecemos outros sacrifícios
senão Cristo, mas fazemos aquela única e salutífera comemoração” (In Hebr. 8,4). S.
Leão Magno (400-461), Papa e doutor da Igreja: “Talvez digas: é meu pão de cada dia.
Mas este pão é pão antes das palavras sacramentais; desde que sobrevenha a
consagração, a partir do pão se faz a carne de Cristo. Passemos então provar esta
verdade. Como pode aquilo que é pão ser corpo de Cristo? Com que termos então se
faz a consagração e com as palavras de quem? Do Senhor Jesus. Efetivamente tudo o
que foi dito antes é dito pelo sacerdote… Quando se chega a produzir o venerável
sacramento, o Sacerdote já não usa suas próprias palavras, mas serve-se das palavras
de Cristo. É, pois, a palavra de Cristo que produz este sacramento. Qual é esta palavra
de Cristo? É aquela pela qual todas as coisas foram feitas. O Senhor deu ordem e se
fez o céu. O Senhor deu ordem e se fez a terra. O Senhor deu ordem e se fez os mares.
O Senhor deu ordem e todas as criaturas foram geradas. Percebes, pois, quanto é
eficaz a palavra de Cristo. Se, pois, existe tamanha força na Palavra do Senhor Jesus, a
ponto de começarem as coisas que não existiam, quanto mais eficaz não deve ser
para que continuem a existir as que eram, e sejam mudadas em outra coisa? Assim,
pois, para dar-te uma resposta, antes da consagração não era o corpo de Cristo, mas
após a consagração, posso afirmar-te que já é o corpo de Cristo. Não é, pois, sem
motivo que tu dizes: Amém, reconhecendo já, em espírito, que recebes o corpo de
Cristo. Quando te apresentas para pedi-lo, o sacerdote te diz: “Corpo de Cristo”. E tu
responde: Amém, quer dizer, É verdade. Aquilo que a língua confesse, conserve-o o
afeto. No entanto, para saberes: é este o sacramento, precedido pela figura” (Os
Sacramentos e os Mistérios, Lv 4, 4-6, Ed. Vozes, p. 50-55).

38Um grande testemunho sobre a


Eucaristia
 POR PROF. FELIPE AQUINO15 DE JUNHO DE 2022CATEQUESE
Conheça o belo testemunho que o Prof. Felipe Aquino relatou em sua palestra na
Canção Nova no dia de Corpus Christi de 2015
Alguns meses antes de sua morte, o Bispo Fulton J. Sheen foi entrevistado pela rede
nacional de televisão: “Bispo Sheen, milhares de pessoas em todo o mundo inspiram-
se em você. Em quem você se inspirou? Foi por acaso em algum Papa?”.

O Bispo Sheen respondeu que sua maior inspiração não foi um Papa, um Cardeal, ou
outro Bispo, sequer um sacerdote ou freira. Foi uma menina chinesa de onze anos de
idade.

Explicou que quando os comunistas apoderaram-se da China, prenderam um


sacerdote em sua própria reitoria, próximo à Igreja. O sacerdote observou assustado,
de sua janela, como os comunistas invadiram o templo e dirigiram-se ao santuário.
Cheios de ódio profanaram o tabernáculo, pegaram o cálice e, atirando-o ao chão,
espalharam-se as hóstias consagradas.

Eram tempos de perseguição e o sacerdote sabia exatamente quantas hóstias havia


no cálice: trinta e duas.
Quando os comunistas retiraram-se, talvez não tivessem percebido, ou não prestaram
atenção, a uma menininha, que rezando na parte detrás da igreja, viu tudo o que
ocorreu. À noite, a pequena regressou e, escapando da guarda posta na reitoria,
entrou no templo. Ali, fez uma hora santa de oração, um ato de amor para reparar o
ato de ódio. Depois de sua hora santa, entrou no santuário, ajoelhou-se, e inclinando-
se para frente, com sua língua recebeu Jesus na Sagrada Comunhão. (Naquele tempo
não era permitido aos leigos tocar a Eucaristia com suas mãos).

Leia também: Os Santos e a Eucaristia


Por que Cristo quis permanecer presente na Eucaristia?
Qual a origem da festa de Corpus Christi?
Somos santificados pela Eucaristia
Eucaristia, alimento e remédio
A pequena continuou regressando a cada noite, fazendo sua hora santa e recebendo
Jesus Eucarístico na língua. Na trigésima noite, depois de haver consumido a última
hóstia, acidentalmente fez um barulho que despertou o guarda. Este correu atrás dela,
agarrou-a, e golpeou-a até mata-la com a parte posterior de sua arma.

Este ato de martírio heroico foi presenciado pelo sacerdote enquanto, profundamente
abatido, olhava da janela de seu quarto convertido em cela.

Quando o Bispo Sheen escutou o relato, inspirou-se de tal maneira que prometeu a
Deus que faria uma hora santa de oração diante de Jesus Sacramentado todos os dias,
pelo resto de sua vida. Se aquela pequena pôde dar testemunho com sua vida da real
e bela Presença do seu Salvador no Santíssimo Sacramento então, o bispo via-se
obrigado ao mesmo. Seu único desejo desde então seria atrair o mundo ao Coração
ardente de Jesus no Santíssimo Sacramento.

A pequena ensinou ao Bispo o verdadeiro valor e zelo que se deve ter pela Eucaristia;
como a fé pode sobrepor-se a todo medo e como o verdadeiro amor a Jesus na
Eucaristia deve transcender a própria vida.

Uma sugestão…
ORAÇÃO PARA ANTES DA COMUNHÃO – São Tomás de Aquino
Ó DEUS eterno e todo poderoso, eis que me aproximo do Sacramento de Vosso Filho
único, Nosso Senhor Jesus Cristo.
Impuro, venho à fonte da misericórdia; cego, à luz da eterna claridade, pobre e
indigente, ao Senhor do Céu e da terra.

Imploro pois a abundância de Vossa imensa liberalidade para que Vos digneis curar
minha fraqueza, lavar minhas manchas, iluminar minha cegueira, enriquecer minha
pobreza, e vestir minha nudez.

Que eu receba o Pão dos Anjos, o Rei dos Reis e o Senhor dos Senhores, com o
respeito e a humildade, a pureza e a fé, o propósito e a intenção que convém à
salvação de minha alma.

Dai-me receber não só o Sacramento do Corpo e do Sangue do Senhor, mas também


Seu efeito e sua força.

Ó Deus de mansidão, dai-me acolher com tais disposições o corpo que Vosso Filho
único, Nosso Senhor JESUS CRISTO, recebeu da Virgem Maria, que eu seja incorporado
a Seu corpo místico e contado entre seus membros.

Ó Pai cheio de amor, fazei que, recebendo agora o Vosso Filho sob o véu do
sacramento, possa na eternidade contemplá-lo face a face. Ele que Convosco vive e
reina na unidade do ESPIRITO SANTO. Amém.

Ouça também: O Sacramento da Eucaristia


ORAÇÃO PARA DEPOIS DA COMUNHÃO – São Tomás de Aquino
Eu Vos dou graças, ó Senhor Pai Santo, DEUS eterno e todo poderoso, porque sem
mérito algum de minha parte, mas somente pela condescendência de Vossa
misericórdia, Vos dignastes saciar-me a mim pecador, Vosso indigno servo, com o
sagrado Corpo e precioso Sangue de Vosso Filho Nosso Senhor JESUS CRISTO.

E peço que esta santa comunhão não me seja motivo de


castigo, mas salutar garantia de perdão.
Seja para mim armadura da fé, escudo de boa vontade e libertação dos meus vícios.

Extinga em mim a concupiscência e os maus desejos, aumente a caridade e a


paciência, a humildade e a obediência e todas as virtudes.

Defenda-me eficazmente contra as ciladas dos inimigos, tanto visíveis como invisíveis.

Pacifique inteiramente todas as minhas paixões, unindo-me firmemente a Vós, DEUS


uno e verdadeiro, feliz consumação de meu destino.

E peço que Vos digneis conduzir-me, a mim pecador, a aquele inefável convívio em
que Vós com o Vosso FILHO e o ESPÍRITO SANTO, Sois para os Vossos Santos a luz
verdadeira, a plena saciedade e a eterna alegria, a ventura completa e a felicidade
perfeita.

Por CRISTO Nosso Senhor. Amém.

39 Algumas orientações básicas sobre a


EUCARISTIA
 POR PROF. FELIPE AQUINO15 DE MARÇO DE 2016CATEQUESE
Tendo em vista a importância da
celebração dos Sacramentos, a Santa Sé tem a Sagrada CONGREGAÇÃO PARA O
CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS, que regula como cada sacramento
deve ser celebrado publicou a importantíssima Instrução “REDEMPTIONIS
SACRAMENTUM”, aprovada pelo Papa João Paulo II, em 25 de março de 2004, sobre
algumas coisas que se devem observar e evitar acerca da Santíssima Eucaristia.
Separei aqui alguns itens iniciais; mas o importante é ler toda a Instrução:
[4.] Não há dúvida de que a reforma litúrgica do Concílio tem tido grandes vantagens
para uma participação mais consciente, ativa e frutuosa dos fiéis no santo Sacrifício do
altar». [João Paulo II, Carta Encíclica, Ecclesia de Eucharistia – EE n. 10]. Certamente,
«não faltam sombras» [Sacrosanctum Concilium – SC, n. 48]. Assim, não se pode calar
ante aos abusos, inclusive gravíssimos, contra a natureza da Liturgia e dos
sacramentos, também contra a tradição e autoridade da Igreja, abusos que em nossos
tempos, não raramente, prejudicam as Celebrações litúrgicas em diversos âmbitos
eclesiais. Em alguns lugares, os abusos litúrgicos se têm convertido em um costume,

no qual não se pode admitir e se deve terminar.


[5.] A observância das normas que têm sido promulgadas pela autoridade da Igreja,
exige que concordem entre si pensamento e a voz, ações externas e a intenção do
coração. A mera observância externa das normas, como resultado evidente, contraria
a essência da sagrada Liturgia, com a que Cristo quer congregar a sua Igreja, e com ela
formar «um só corpo e um só espírito». [1 Cor 12, 12-13; Ef 4, 4]. Por isto, a ação
externa deve estar iluminada pela fé e a caridade, que nos unem com Cristo e nos
unem aos outros, e suscitam nos outros a caridade com os pobres e necessitados. As
palavras e os ritos litúrgicos são expressão fiel, amadurecida ao longo dos séculos, dos
sentimentos de Cristo, nos ensinando a ter os mesmos sentimentos que Ele; [Fil 2,5]
conformando nosso pensamento com suas palavras, elevamos ao Senhor nosso
coração. Quando se fala nesta Instrução, intenciona-se conduzir a esta conformação
de nossos sentimentos com os sentimentos de Cristo, expressados nas palavras e ritos
da Liturgia.

[6.] Os abusos, sem dúvida, «contribuem para obscurecer a reta fé e a doutrina


católica sobre este admirável Sacramento» [EE,10]. De esta forma, também se impede
que possam «os fiéis reviver de algum modo a experiência dos discípulos de Emaús:
Então se lhes abriram os olhos e o reconheceram» [EE,6]. Convém que todos os fiéis
tenham e revivam aqueles sentimentos que receberam pela paixão salvadora do Filho
Unigênito, que manifesta a majestade de Deus, já que estão ante à força, à divindade e
ao esplendor da bondade de Deus [Cf. Rom 1, 20], especialmente presente no
sacramento da Eucaristia [Lc 24, 31].

[7.] Não é estranho que os abusos tenham sua origem em um falso conceito de
liberdade. Posto que Deus nos tem concedido, em Cristo, não uma falsa liberdade
para fazer o que queremos, mas sim a liberdade para que possamos realizar o que é
digno e justo. [Cf. João Paulo II, Carta Encíclica, Veritatis splendor – VE, n. 35]. Isto é
válido não só para os preceitos que provém diretamente de Deus, mas sim também,
de acordo com a valorização conveniente de cada norma, para as leis promulgadas
pela Igreja. Por isso, todos devem se ajustar às disposições estabelecidas pela legítima
autoridade eclesiástica.

[8.] Além disso, constata-se, com grande tristeza, a existência de «iniciativas


ecumênicas que, ainda sendo generosas em seu intenção, transgridem com práticas
eucarísticas contrárias à disciplina com a qual a Igreja expressa sua fé». Sem dúvida, «a
Eucaristia é o um dom demasiado grande para admitir ambiguidades e reduções». Por
isso, convém corrigir algumas coisas e defini-las com precisão, para que também com
isto «a Eucaristia siga resplandecendo com todo o esplendor de seu mistério» [EE,10].

[9.] Finalmente, os abusos se fundamentam com frequência na ignorância, já que


quase sempre se rejeita aquilo que não se compreende seu sentido mais profundo e
sua Antiguidade. Por isso, enraizadas na Sagrada Escritura, «as preces, orações e hinos
litúrgicos estão penetrados em seu espírito e dela recebem seu significado nas ações e
sinais» [SC n. 24]. No que se refere aos sinais visíveis, «usados na sagrada Liturgia e
que foram eleitos por Cristo ou pela Igreja para significar as realidades divinas
invisíveis» [Idem 23]. Justamente, a estrutura e a forma das Celebrações sagradas de
acordo com cada um dos Ritos, seja da tradição do Oriente seja da Ocidente,
concordam com a Igreja Universal e com os costumes universalmente aceitos pela
constante tradição apostólica [Instr., Varietates legitimae – VL, n. 26], que a Igreja
entrega, com solicitude e fidelidade, às gerações futuras. Tudo isto é sabiamente
guardado e protegido pelas normas litúrgicas.

Leia também: Eucaristia, alimento e remédio


O que os Santos disseram da Eucaristia e da Missa
Um grande testemunho sobre a Eucaristia
A Presença Real de Cristo na Eucaristia
O Valor da Santa Comunhão
[10.] A mesma Igreja não tem nenhum poderio sobre aquilo que tem sido estabelecido
por Cristo, e que constitui a parte imutável da Liturgia [S C, n. 21]. Posto que, caso seja
rompido este vínculo que os sacramentos têm com o mesmo Cristo que os tem
instituído e com os acontecimentos que a Igreja tem sido fundada [Instr., Varietates
legitimae, n. 25] nada seria vantajoso aos fiéis, mas sim poderia ser gravemente
danoso. De fato, a sagrada Liturgia está estreitamente ligada com os princípios
doutrinais [Cf. Pio XII, Carta Encíclica, Mediator Dei], por que o uso de textos e ritos
que não têm sido aprovados leva a uma diminuição ou desaparecimento do nexo
necessário entre a lex orandi e a lex credendi.[ID]

[11.] O Mistério da Eucaristia é demasiado grande «para que alguém possa permitir
tratá-lo ao seu arbítrio pessoal, pois não respeitaria nem seu caráter sagrado, nem sua
dimensão universal»[EE,52]. Quem age contra isto, cedendo às suas próprias
inspirações, embora seja sacerdote, atenta contra a unidade substancial do Rito
romano, que se deve cuidar com decisão [SC nn. 4, 38], e realiza ações que, de
nenhum modo, correspondem com a fome e a sede do Deus Vivo, que o povo de
nossos tempos experimenta, nem a um autêntico zelo pastoral, nem serve à adequada
renovação litúrgica, mas sim defrauda o patrimônio e a herança dos fiéis com atos
arbitrários que não beneficiam a verdadeira renovação [Cf. João Paulo II, Ecclesia in
Europa, n. 72], e sim lesionam o verdadeiro direito dos fiéis à ação litúrgica, à
expressão da vida da Igreja, de acordo com sua tradição e disciplina. Além disso,
introduzem na mesma celebração da Eucaristia elementos de discórdia e de
deformação, quando ela tem, por sua própria natureza e de forma eminente, de
significar e de realizar admiravelmente a Comunhão com a vida divina e a unidade do
povo de Deus [EE,23]. Estes atos arbitrários causam incerteza na doutrina, dúvida e
escândalo para o povo de Deus e, quase inevitavelmente, uma violenta repugnância
que confunde e aflige com força a muitos fiéis em nossos tempos, em que
freqüentemente a vida cristã sofre o ambiente, muito difícil, da «secularização» [ID].

[12.] Por outra parte, todos os fiéis cristãos gozam do direito de celebrar uma liturgia
verdadeira, especialmente a celebração da santa Missa, que seja tal como a Igreja tem
querido e estabelecido, como está prescrito nos livros litúrgicos e nas outras leis e
normas. Além disso, o povo católico tem direito a que se celebre por ele, de forma
íntegra, o santo Sacrifício da Missa, conforme toda a essência do Magistério da Igreja.
Finalmente, a comunidade católica tem direito a que de tal modo se realize para ela a
celebração da Santíssima Eucaristia, que apareça verdadeiramente como sacramento
de unidade, excluindo absolutamente todos os defeitos e gestos que possam
manifestar divisões e facções na Igreja [1 Cor 11, 17-34; EE [33].
[13.] Todas as normas e recomendações expostas nesta Instrução, de diversas
maneiras, estão em conexão com o ofício da Igreja, a quem corresponde velar pela
adequada e digna celebração deste grande mistério. Dos diversos graus com que cada
uma das normas se unem com a norma suprema de todo o direito eclesiástico, que o
cuidado para a salvação das almas, trata o último capítulo da presente Instrução

[Código de Direito Canônico – CDC, c. 1752].


[14.] «A ordenação da sagrada Liturgia é da competência exclusiva da autoridade
eclesiástica; esta reside na Sé apostólica e, na medida que determine a lei, no Bispo»
[SC, n. 22].

[16.] Compete à Sé apostólica ordenar a sagrada Liturgia da Igreja universal, editar os


livros litúrgicos, revisar suas traduções a línguas vernáculas e vigiar para que as
normas litúrgicas, especialmente aquelas que regulam a celebração do santo Sacrifício
da Missa, se cumpram fielmente em todas partes [CDC, c. 838 § 2.]

[18.] Os fiéis têm direito a que a autoridade eclesiástica regule a sagrada Liturgia de
forma plena e eficaz, para que nunca seja considerada a liturgia como «propriedade
privada, nem do celebrante, nem da comunidade em que se celebram os Mistérios»
[EE n. 52].

A Instrução RS pode ser lida na integra em:


http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/ccdds/documents/rc_con_ccdds_do
c_20040423_redemptionis-sacramentum_po.html

40 O pão e o vinho têm significados


particulares?
 POR PROF. FELIPE AQUINO16 DE MAIO DE 2022CATEQUESE
O
pão e o vinho têm, certamente, significados especiais. De fato:

O pão e o vinho são alimento, comida, sustento: isto nos


faz compreender que, assim como a nossa vida física tem necessidades de ser
constantemente alimentada, assim a nossa vida espiritual tem necessidade de ser
nutrida com o alimento que Jesus no dá: o seu Corpo e o seu Sangue.
Além disso, o pão e o vinho são, como diz o sacerdote durante o Ofertório da Santa
Missa, fruto da terra e do trabalho humano. Portanto é toda a criação que está
presente, sintetizada no pão e no vinho, e que participa deste mistério da
transubstanciação no Corpo e no Sangue de Cristo.

O pão, formando por muitos grãos de trigo, e o vinho, feito com muitos bagos de uva,
encerram também um sentido de união: tornam-se pão os grãos moídos, tornam-se
vinho os bagos esmagados graças à união, unificação. Tudo isto indica que também
nós, que participamos do Banquete Eucarístico, por mias numerosos que sejamos,
devemos nos tornar um só pão, um só vinho, quer dizer, devemos formar, unidos em
Cristo, um só corpo, como nos diz São Paulo: <<Uma vez que há um só pão, nós
embora sendo muitos, formamos um só corpo, porque todos nós comungamos do
mesmo pão>> (1 Cor 10, 17). A Doutrina dos Doze Apóstolos (“Didaqué”), um livro
composto por volta do ano 100, traz em uma de suas orações esta afirmação: <<Como
este pão repartido estava espalhado pelas colinas e colhido tornou-se uma só coisa,
assim a tua Igreja desde os confins da terra seja reunida no teu Reino>> (IX, 4).

Leia também: O Pão da Vida Eterna


Por que só comungamos a hóstia e não bebemos o vinho consagrado?
Como devemos venerar corretamente o Senhor presente no pão e no vinho?
Por que não se dá mais a Comunhão nas duas espécies?
Símbolos Litúrgicos ligados à Natureza
<<No pão feito de grãos triturados esconde-se também o mistério da Paixão de Cristo.
A farinha, o trigo moído, supõe o morrer e o ressuscitar o grão. O próprio Jesus
expressou este fato quando disse; “Em verdade eu vos digo, se o grão de trigo caído na
terra, não morrer, permanece só, mas se morrer dará muito fruto” (Jo 12, 24). O trigo,
ao ser triturado e cozido, carrega em si, mais uma vez, o mistério da Paixão. Somente
através do morrer vem o ressurgir, vem o fruto e a vida nova, Mas também o vinho
fala da Paixão: a videira deve ser podada repetidas vezes para ser purificada; a uva
deve ser esmagada: somente através desta paixão amadurece um vinho precioso>>
(Bento XVI, Homilia do Corpus Domini, 15-6-06).

E mais, o pão e vinho indicam a fadiga humana, o trabalho quotidiano de quem cultiva
a terra, colhe as espigas e os cachos de uva e os transforma em pão e vinho. Estes
alimentos simbolizam todos os vários trabalhos que os homens realizam para
satisfazer suas exigências pessoais, familiares, sociais. Todo o trabalho humano é
santificado deste modo.
Deus realiza o seu mistério de comunhão com os himens
escondendo-se sob as espécies consagradas do pão e do vinho, que, sendo frutos da
terra e do trabalho do homem, evidenciam a colaboração harmoniosa do homem com
a Criação e, ao mesmo tempo, antecipam os Novos Céus e a Nova Terra que Deus, em
Cristo realizará no fim do mundo. Desse modo a Criação demonstra que aspira, para
além de si mesma, a algo maior…
Assista também: Por que na missa só comungamos a hóstia e não bebemos o vinho
consagrado?
Por que usam pão e vinho no Banquete Eucarístico?
Usam-se pão e vinho porque assim o fez Jesus na Última Ceia, na Quinta Feira Santa, e
a Igreja não pode mudar esta decisão de Cristo. Respeita-a desde há dois mil anos e a
respeitará até o fim do mundo.

Retirado do livro: “A Eucaristia, Pão de Vida Eterna”. Raffaello Martinelli. Ed.


Cléofas e Cultor de Livros.

41 Como devemos venerar corretamente


o Senhor presente no pão e no vinho?
 POR PROF. FELIPE AQUINO22 DE JULHO DE 2022VOCÊ SABIA?
Porque
Deus está realmente presente nas espécies consagradas do pão e do vinho, devemos
guardar os dons sagrados com elevada veneração e adorar nosso Senhor e Redentor
presente no Santíssimo Sacramento. [1378-1381, 1418]

Leia também: Somos santificados pela Eucaristia


Como posso me preparar para receber a Sagrada Eucaristia?
O pão e o vinho têm significados particulares?
A Presença Real de Cristo na Eucaristia
Se ainda sobrarem hóstias após a celebração da Sagrada Eucaristia, elas são
conservadas no sacrário em vasos sagrados. Visto que nele está presente o
Santíssimo, o Sacrário é um dos lugares mais veneráveis em cada igreja. Diante do
sacrário fazemos uma genuflexão (isto é, dobramos o joelho direito). Quem realmente
segue Cristo reconhece-O certamente nos mais pobres e serve-O neles; além disso, ele
encontrará também tempo para permanecer no silêncio da adoração diante do
sacrário, oferecendo o seu amor ao Senhor eucarístico.
Fonte: YOUCAT

42 Símbolos Litúrgicos ligados à


Natureza
 POR PROF. FELIPE AQUINO1 DE FEVEREIRO DE 2023CATEQUESE

A Água: A água simboliza a vida (remete-nos sobretudo ao nosso batismo, onde


renascemos para uma vida nova). Pode simbolizar também a morte (enquanto por ela
morremos para o pecado). Nesse sentido, ela é mãe e sepulcro, de acordo com os
Santos Padres. (Ver a referência litúrgica do nº 67, em que se fala da água, nos ritos do
Batismo, do Lavabo e do “asperges”).
O Fogo: O fogo ora queima, ora aquece, ora brilha, ora purifica. Está presente na
liturgia da Vigília Pascal do Sábado Santo e nas incensações, como as brasas nos
turíbulos. O fogo pode multiplicar-se indefinidamente. Daí, sua forte expressão
simbólica. É símbolo sobretudo da ação do Espírito Santo (Cf. Eclo 48,1; Lc 3,16; 12,49;
At 2,3; 1Ts 5,19), e do próprio Deus, como fogo devorador (Cf. Ex 24,17; Is 33,14; Hb
12,29).
A Luz: A luz brilha, em oposição às trevas, e mesmo no plano natural é necessária à
vida, como a luz do sol. Ela mostra o caminho ao peregrino errante. A luz produz
harmonia e projeta a paz. Como o fogo, pode multiplicar-se indefinidamente. Uma
pequenina chama pode estender-se a um número infinito de chamas e destruir, assim,
a mais espessa nuvem de trevas. É o símbolo mais expressivo do Cristo Vivo, como no
Círio Pascal. A luz e, pois, a expressão mais viva da ressurreição.
Leia também: Objetos litúrgicos
Por que existem tantos sinais e símbolos nas celebrações litúrgicas?
Símbolos Litúrgicos
O Pão e o Vinho: Símbolos do alimento humano. Trigo moído e uva espremida, sinais
do sacrifício da natureza, em favor dos homens. Elementos tomados por Cristo para
significarem o seu próprio sacrifício redentor.
O Incenso: Como se falou no número 33, com sua especificidade aromática. Sua
fumaça simboliza, pois, a oração dos santos, que sobe a Deus, ora como louvor, ora
como súplica (Cf. Sl 140(141)2; Ap 8,4).

O Óleo: Temos na liturgia os óleos dos Catecúmenos, do Crisma e dos Enfermos,


usados liturgicamente nos sacramentos do Batismo, da Crisma e da Unção dos
Enfermos. Nos três sacramentos, trata-se do gesto litúrgico da unção. Aqui vemos que
o objeto – no caso, o óleo – além de ele próprio ser um símbolo, faz nascer uma ação,
isto é, o gesto simbólico de ungir. Tal também acontece com a água: ela supõe e cria o
banho lustral, de purificação, como nos ritos do Batismo e do “lavabo” (abluções), e do
“asperges”, este em sentido duplo: na missa, como rito penitencial, e na Vigília do
Sábado Santo, como memória pascal de nosso Batismo. A esses gestos litúrgicos e
tantos outros, podemos chamar de “símbolos rituais”. A unção com o óleo atravessa
toda a história do Antigo Testamento, na consagração de reis, profetas e sacerdotes, e
culmina no Novo Testamento, com a unção misteriosa de Cristo, o verdadeiro Ungido
de Deus (Cf. Is 61,1; Lc 4,18). A palavra Cristo significa, pois, ungido. No caso, o Ungido,
por excelência.
As Cinzas: As cinzas, principalmente na celebração da Quarta-Feira de Cinzas, são
para nós sinal de penitência, de humildade e de reconhecimento de nossa natureza
mortal. Mas estas mesmas cinzas estão intimamente ligadas ao Mistério Pascal. Não
nos esqueçamos de que elas são fruto das palmas do Domingo de Ramos do ano
anterior, geralmente queimadas na Quaresma, para o rito quaresmal das cinzas.

43 Bento XVI descreve


“protestantização” da Eucaristia em
publicação póstuma
 POR PROF. FELIPE AQUINO10 DE FEVEREIRO DE 2023NOTÍCIAS

Segundo o ACI Digital (09/02/2023), em um ensaio de 2018 publicado após a sua


morte, o papa Bento XVI disse que uma compreensão protestante da Eucaristia e
fortes apelos à intercomunhão são frequentemente encontrados juntos.
Ao comentar a situação atual da vida eucarística na Igreja Católica, o papa disse: “Um
processo de grande impacto é o desaparecimento quase completo do sacramento da
penitência”.

“Há também o entendimento da Comunhão como meramente ‘uma ceia’. Em tal


situação de protestantização muito avançada da compreensão da Eucaristia, a
intercomunhão parece natural”, acrescentou.
O ensaio de Bento XVI sobre a Eucaristia faz parte de uma série de textos que o papa
escreveu após renunciar em 2013. Os ensaios, cartas e reflexões foram reunidos em
um único volume, “O que é o cristianismo?”, publicado na Itália em janeiro.

Segundo o jornalista italiano Sandro Magister, Bento XVI providenciou para que os
escritos fossem publicados após sua morte.

A revista italiana L’Espresso publicou um trecho de um dos ensaios, um texto de 17


páginas sobre “o significado da Comunhão”, concluído em junho de 2018, quando a
Igreja na Alemanha discutia a intercomunhão: se cônjuges protestantes de católicos
poderiam receber a Eucaristia na missa.

Em seu ensaio, Bento XVI relembrou outros momentos da história da Alemanha em


que houve apelos à intercomunhão e disse que hoje, às vezes, esses mesmos apelos
se baseiam mais em forças externas do que no desejo de unidade em Cristo.

“Especialmente durante os anos de guerra, no campo evangélico desenvolveu-se uma


divisão entre o Terceiro Reich e os que eram chamado de ‘deutsche Christen’, cristãos-
alemães, de um lado, e a ‘bekennende Kirche’, a Igreja confessante, de outro”, disse
Bento XVI.

“A divisão levou a um novo acordo entre os cristãos evangélicos e a Igreja Católica. Um


resultado foi um impulso em favor da Comunhão eucarística comum entre as
confissões. Nesta situação cresceu o desejo de um único corpo do Senhor que hoje,
porém, corre o risco de perder o seu forte fundamento religioso e, numa Igreja
exteriorizada, é determinado mais pelas forças políticas e sociais do que pela busca
interior do Senhor”, disse o papa.

Bento XVI descreveu outra ocasião, logo após a reunificação da Alemanha, quando um
ato eucarístico, beber do cálice, foi usado “como um ato essencialmente político no
qual se manifestou a unidade de todos os alemães”.

“Pensando nisso, ainda hoje sinto de novo com grande força o estranhamento da fé
que veio disso. E quando os presidentes da República Federal da Alemanha, que ao
mesmo tempo eram presidentes dos sínodos de sua Igreja, clamaram regularmente
em voz alta pela Comunhão eucarística interconfessional, vejo como a demanda por
um pão e cálice comuns pode servir a outros propósitos”, disse.
Bento XVI também notou um crescente apoio, a partir da exegese protestante, à
opinião de que as refeições de Jesus com os pecadores prepararam o caminho para a
Última Ceia, na qual ele instituiu a Eucaristia.

Argumenta-se que a Última Ceia, então, só é entendida com base nas outras refeições
de Jesus no Novo Testamento, “mas não é assim”, disse o papa alemão.

“A oferta do corpo e do sangue de Jesus Cristo não tem relação direta com as refeições
com os pecadores”, disse Bento XVI, acrescentando que “Jesus celebrou a Páscoa com
sua família, ou seja, com os apóstolos, que se tornaram a sua nova família.”

“Assim, ele cumpriu um preceito segundo o qual os peregrinos que iam a Jerusalém
poderiam se reunir em grupos chamados ‘chaburot’. Os cristãos continuaram essa
tradição. Eles são sua ‘chaburah’, sua família, que ele formou a partir de sua
companhia de peregrinos que percorrem com ele a estrada do Evangelho através da
terra da história”, disse Bento XVI.

“Assim, a celebração da Eucaristia na Igreja antiga estava desde o início ligada à


comunidade dos crentes e, com isso, a condições estritas de acesso”, disse o papa.

No ensaio, Bento XVI também comentou a linguagem usada por católicos e


protestantes.

“Nas comunidades eclesiais surgidas da Reforma, as celebrações do sacramento são


chamadas de ‘Ceia’”, disse.

“Na Igreja Católica a celebração do sacramento do corpo e sangue de Cristo é


chamada ‘Eucaristia’. Esta não é uma distinção casual, puramente linguística. Na
distinção das denominações, ao contrário, manifesta-se uma profunda diferença
ligada à compreensão do próprio sacramento”, disse o papa.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticias/bento-xvi-descreve-protestantizacao-da-
eucaristia-em-publicacao-postuma-51596
44 O sacramento da Eucaristia e os
casados em segunda união
 POR PROF. FELIPE AQUINO30 DE JANEIRO DE 2023RELACIONAMENTOS

É
mansa e pacífica entre os bispos a interpretação da Familiaris Consortio no sentido
de que os divorciados não podem receber a Sagrada Eucaristia.
De fato, a exortação apostólica de João Paulo II é claríssima: “A Igreja (…) reafirma sua
práxis, fundamentada na sagrada escritura, de não admitir à comunhão eucarística os
divorciados que contraíram nova união” (n. 84d). O código canônico também
determina essa proibição (cânon 915).
O direito eclesial prescreve que todo fiel tem a obrigação
de receber a sagrada comunhão ao menos uma vez por ano, preferencialmente no
tempo pascal (cânon 920). Note-se que a lei na Igreja tem cunho preponderantemente
pastoral. Assim, o direito canônico não é um jugo a mais nos ombros do indivíduo;
pelo contrário, as normas jurídicas visam a libertar o fiel de uma vivência malsã da
religião. Desta feita, ninguém dirá que fulano é um mau católico, porque vai à missa
todo domingo, mas comunga apenas uma vez por ano! O dever jurídico é a comunhão
anual, por ocasião da Páscoa. Neste aspecto, penso eu, já se vislumbra o alvorecer de
uma esperança enorme para os casados em segunda união, com a majoração do
tempo para a tomada de algumas providências, como, por exemplo, a consulta a um
tribunal eclesiástico.
Leia também: A pessoa divorciada mas que vive uma vida casta pode comungar ou
não?
Esta é a posição definitiva do Papa sobre comunhão para divorciados em nova união
Segunda União (Parte 1)
Segunda União (Parte 2)
Quero, entretanto, deixar bem claro que, em não havendo obstáculo, todo fiel tem o
direito de comungar nas missas dominicais, ou cotidianamente. É mesmo salutar que
o faça, contanto que regularmente compareça ao confessionário. O sacramento da
eucaristia é sem dúvida o maior dom que Deus nos ofertou. Por outro lado, é
imperioso que não se caia numa vivência supersticiosa da religião, o que sucederia se
acreditássemos que quanto mais vezes sicrano comungar mais santo ele será ou mais
protegido ele estará.

Assista também: Quais trabalhos um casal em segunda união pode realizar na Igreja?


Quem trouxe bastante luz para obviar este problema foi
o então cardeal Ratzinger, hoje Papa Emérito Bento XVI. Em 1985, numa célebre
entrevista concedida ao jornalista italiano Messori, Ratzinger falava da nuança
sacrifical da missa, que se encontra, segundo ele, um tanto quanto ofuscada. Com
efeito, a missa não é só banquete, quando se manduca ou se come a hóstia
consagrada; a missa é igualmente sacrifício. Explicava o eminente prefeito da
Congregação para a Doutrina da Fé: “Devemos reaver a consciência de que a eucaristia
não é privada de valor se não se recebe a comunhão: nesta percepção, problemas
dramaticamente urgentes, como a admissão ao sacramento dos divorciados casados
novamente, podem perder muito de seu peso opressivo” (“A fé em crise?”, p. 99).
A santíssima eucaristia é decerto o centro da comunidade paroquial (cânon 528, § 2.º).
Contudo, é mister compreender este sacramento corretamente, nas suas dimensões
de banquete fraterno e de sacrifício do corpo e do sangue de nosso Senhor Jesus
Cristo.

Edson Luiz Sampel


Doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense, do Vaticano.
Professor da Escola Dominicana de Teologia (EDT).

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