Ementa: Serão abordados os aspectos pastorais do sacramento do batismo em diálogo com os apelos de sermos um “Igreja em saída”, de superarmos e mentalidade de “alfandega pastoral” e de mantermos a fidelidade ao mandato missionário: ide, anunciai e batizai... quais desafios se apresentam para uma efetiva ação pastoral? Pode-se dizer que hoje não vivemos uma época de mudança mas uma mudança de época. Portanto, as situações que vivemos hoje apresentam desafios novos que para nós às vezes são até difíceis de compreender. Este nosso tempo exige que vivamos os problemas como desafios e não como obstáculos: o Senhor é ativo e age no mundo. Por conseguinte, saí pelas ruas e ide às encruzilhadas: todos os que encontrardes, chamai-os, sem excluir ninguém (cf. Mt 22, 9). Sobretudo, acompanhai quem ficou à beira da estrada, «coxos, aleijados, cegos, surdos» (Mt 15, 30). Onde quer que estiverdes, nunca construais muros nem fronteiras, mas praças e hospitais de camp[anha]. ENCONTRO COM OS PARTICIPANTES DO V CONGRESSO DA IGREJA ITALIANA (2015) E isto revela-se de valor imprescindível para uma Igreja «em saída». Tanto mais que, hoje, não vivemos apenas uma época de mudanças, mas uma verdadeira e própria mudança de época, caraterizada por uma «crise antropológica» [...] «o problema é que não dispomos ainda da cultura necessária para enfrentar esta crise e há necessidade de construir lideranças que tracem caminhos». (VG, 3 - 2017) "Pensem em uma mãe solteira que vai à igreja, à paróquia e ao secretário: 'Quero batizar meu filho'. E depois esse cristão, essa cristã lhe diz: 'Não, você não pode porque você não é casada!'. Mas, veja, essa jovem teve a coragem de levar adiante a sua gravidez e não devolver o seu filho ao remetente, e o que ela encontra? Uma porta fechada! Esse não é um bom zelo! Afasta do Senhor! Não abre as portas! E assim, quando nós estamos nesse caminho, nessa atitude, nós não fazemos bem às pessoas, ao povo, ao povo de Deus. Mas Jesus instituiu sete Sacramentos, e nós, com essa atitude, instituímos o oitavo: o sacramento da alfândega pastoral!". Homilia em Santa Marta (05/2013) - Crise dos sacramentos - Ritualismos e improvisos - Perda do sentido simbólico: “um pouquinho de água na cabeça!”
Práxis - não se trata de oposição entre teoria e prática, é
antes a unidade das duas. É um conjunto entre teoria e prática, reflexão e ação. (Cf. TABORDA, 2019, p. 37-39). Iniciativa de Deus que espera a resposta humana. Encantamento e mistério. Batismo (grego) imergir na água – entendimento cristão: participar no mistério pascal “Quando entras para ser iniciado (mystagogian), teus olhos corporais veem a água, mas os olhos da fé contemplam o Espírito” (São João Crisóstomo sec. V - apud OÑATIBIA, 2007, p. 56) - Variedade de tradições litúrgicas que recolhem a experiência sacramental e a fé das diferentes Igrejas ao longo dos séculos. Ao longo da história assume formas diversas por imersão, infusão e aspersão e realizado em nome de Jesus e/ou em nome da Trindade. A fé como “fundamento e raiz” do sacramento. Mas não somente no sentido cronológico Fé como processo. Pois em seu sentido bíblico é um encontro com o Deus vivo e não apenas um tipo de conhecimento conceitual (Cf. TABORDA, 2019, p. 31). Adesão à fé tem uma dimensão pessoa (não individual!) “Os santos ao pé da porta: Não pensemos apenas em quantos já estão beatificados ou canonizados. O Espírito Santo derrama a santidade, por toda a parte, no santo povo fiel de Deus, porque «aprouve a Deus salvar e santificar os homens, não individualmente, excluída qualquer ligação entre eles, mas constituindo-os em povo que O conhecesse na verdade e O servisse santamente». O Senhor, na história da salvação, salvou um povo. Não há identidade plena, sem pertença a um povo. Por isso, ninguém se salva sozinho, como indivíduo isolado, mas Deus atrai-nos tendo em conta a complexa rede de relações interpessoais que se estabelecem na comunidade humana: Deus quis entrar numa dinâmica popular, na dinâmica dum povo.” (Gaudete et Exultate, 6). Iniciação Cristã e o sentido de entrada e de pertença à Igreja. - Processo de integração ao grupo; - Memória da identidade deste grupo: a história da salvação e da participação na morte-ressureição do Cristo (RICA 8); - A acolhida em nome do grupo: A Igreja! - A livre adesão como condição essencial: “Que pedem à Igreja de Deus para seus filhos?” “Vocês querem que N. seja batizada nesta fé que acabamos de professar?” - Espaço da graça/dimensão do “Mistério” - Iniciação de “caráter universal, oferecida a todos, sem discriminação, sejam eles judeus ou gregos, escravos ou livres, homens ou mulheres!” (OÑATIBIA, 2007, p. 21) - Meios da iniciação (instrução, catequese, “curso”...). “Não se trata simplesmente de uma comunicação de sistemas de pensamento, nem só ensinamento doutrinal. É também aprendizagem de um novo tipo de vida” (OÑATIBIA, 2007, p. 21) - Formação para o discipulado, começo de uma experiência que se seguirá para a vida toda! A iniciação definitiva ocorrerá com a morte! Unicidade e complementariedade dos sacramentos do batismo, confirmação e eucaristia; o primeiro como “porta da vida espiritual” Na História da Igreja - No Segundo Testamento Atos dos Apóstolos: a) No dia de Pentecostes (At 2,37-38.40-42.47) b) Batismo (e confirmação?) na Samaria (At 8, 5.12-13.14-18a) c) Batismo do eunuco etíope (At 8,27-28.34-39) d) A conversão de Paulo (At 9.17-18.22.16) e) A conversão e o batismo de Cornélio (At 10,44-48) f) O batismo de Lídia (At 16,13-15) g) O batismo do carcereiro de Filipos (At 16,30-34) h) Batismo (e confirmação) em Éfeso? (At 19. 1b-7)
- Elementos do processo: querigma, aceitação da fé, batismo em nome de
Jesus e a invocação do Espírito, seguida da imposição das mãos (reservado aos apóstolos); Escritos paulinos: Coríntios: não se mostra particularmente interessado no tema (1 Cor. 1. 13-17). Adverte a comunidade pela concepção sacramentalista – a força espiritual é conferida pelo sacrifício do Cristo, mas exige a contrapartida da contribuição moral da pessoa. Romanos (6. 2-8): Força salvífica da morte de Cristo. Gálatas (3,26-28.4,6-7) – Texto mais antigo? – A relação entre a fé e o batismo – pela fé passa a fazer parte do grupo maior, onde as diferenças religiosas e culturais não contam (judeus, gregos, escravos, livres, homens e mulheres). Efésios (1,13-14; 2,5-6.19-22; 5,25-27) – mais detalhes mencionando a formação da Igreja e sua desejada unidade; além da implicação deste na vivência do casal. Colossenses (2,9-15) acento ético e escatológico. Tito (3,4-8) perspectiva histórico-salvífica, trinitária escatológica e a definição do batismo que aparece como obra de Deus. Hebreus (Hb 6,1-6) – Batismos e a imposição das mãos: diferença entre o batismo de João e o batismo cristão; Primeira Carta de Pedro (1Pd 1, 23-25;3,20-22) Resgate dos mortos e a imagem da humanidade regenerada; Literatura Joanina (Jo 3,1-21) Nicodemos – segundo nascimento; - Mandato batismal - Batizar no nome do senhor Jesus - Batizar com água e batizar com o Espírito - O batismo de crianças (toda a casa) - Necessidade do batismo para a salvação (Mc 16,16; Jo 3,5) MODELOS POSSÍVEIS: a)Purificações com água b)Purificação ritual – movimento do batista até o sec. IV c)Seitas gnósticas* Novidade do batismo cristão; a fórmula trinitária já nos fins do século I; a imposição das mãos como complemento do batismo; o ingresso na Igreja e a partir daí a participação na vida da comunidade, sobretudo na “fração do pão”. A partir do final do II século já se percebe a existência de um catecumenato (lugar onde ressoa alguma mensagem! precisa de tempo!) organizado e o vínculo entre a catequese, a fé e o sacramento.
III século – Cipriano: dois ou três dias depois do nascimento – “a
ninguém que chegue a existência se deve recusar a misericórdia e a graça de Deus” (apud OÑATIBIA, 2007, p. 77).
Tertuliano era Contrário
Pecado original – Orígenes “Ninguém está isento de manchas, nem sequer aquele cuja vida durou um só dia na terra? Já que o mistério do batismo elimina as manchas do nascimento, batizem-se também as crianças, porque ‘aquele que não nascer de novo na água e no Espírito não pode entrar no Reino dos Céus’” (apud OÑATIBIA, 2007, p. 78). Na Igreja Primitiva: as sementes do Evangelho, brotam com toda força desenvolvendo estruturas pastorais e rituais bem firmes. Em contrapartida, constata-se a pluralidade das tradições e a não uniformidade na forma de agregar novos membros à comunidade.
Ao redor do núcleo central da imersão, foram sendo juntados a
benção da água e dos óleos, a signação. A unção com significado de renúncia à Satanás e de fortalecimento na luta contra o mal (exorcismo) e em outras partes (Síria) como sinal da unção do Espírito Santo. Hipólito (Sec. III): “Quando subir da água, que seja ungido por um presbítero com o óleo que foi santificado, dizendo: ‘Eu te unjo com o óleo santo em nome de Jesus Cristo’. E a seguir cada se enxugue com uma toalha e se coloquem as vestes; feito isso, entrem na Igreja. Que o bispo, impondo-lhes as mãos, invoque dizendo: ‘Senhor Deus, julgastes-os de merecer o perdão dos pecados pelo banho da regeneração; torna-os dignos de se sentirem cheios do Espírito Santo e envia sobre eles tua graça, para que possam servir-te segundo a tua vontade; pois a Ti a glória, ao Pai e ao Filho com o Espírito Santo, na Santa Igreja, agora e pelos séculos. Amém. Depois, derramando com a mão óleo santificado e impondo-a sobre a cabeça deles diz: ‘Eu te unjo com óleo no senhor, o Pai todo-poderoso, e em Jesus Cristo e no Espírito Santo’ e depois de ter feito a consignação na fronte, que lhes dê o ósculo da paz e diga: ‘O Senhor esteja contigo’. E aquele que foi consignado diga: ‘E com teu Espírito’. Que faça da mesma maneira com cada um. Que depois disso, ore com todo o povo. Mas não rezem com todos os fiéis antes de ter recebido tudo isso. E quando tiverem orado, que dêem todos o ósculo da paz” (apud OÑATIBIA, 2007, p. 73). Século IV-VII Nova situação político-eclesiástica: religião perseguida-tolerada- aceita-oficial-“perseguidora”. Disputas heréticas – o ingresso na Igreja catholica não eram rebatizados – caráter indelével. A questão do pecado do ministro do batismo. Agostinho endurece sua postura em relação a necessidade absoluta do batismo: “Quer batize Pedro, quer batize judas, é Cristo que batize” (apud TABORDA, 2019, p. 136). Em12 de Fevereiro de 405, o imperador Honório emanou o chamado “Édito da unidade”. A partir de então, deixou de haver, na aplicação da lei, distinção entre hereges e cismáticos. Antes aqueles eram punidos mais duramente; agora os donatistas ficavam inseridos no mesmo estatuto jurídico. A coerção (compelle intrare) e o terror das penas aplicavam-se a quem estivesse fora da comunhão católica; isso era considerado um direito da Igreja. Tal legislação começou a aplicar-se com mais rigor em África, onde a divisão, decorrente do cisma donatista, era mais forte. Para a solução do cisma procura a via do diálogo e da persuasão. Depois muda.
“Impressionado pelos exemplos apresentados pelos
meus colegas, mudei de parecer. A minha primeira opinião era que ninguém devia ser coagido à unidade de Cristo; que se devia atuar pela palavra, lutar com o debate, vencer com a razão, para não termos como católicos fingidos, aqueles que tínhamos conhecido como hereges declarados. Mas esta minha opinião foi vencida, não pelas palavras dos que me contradiziam, mas por exemplos evidentes...”. “O sujeito pode arrepender-se de tê-los recebido, pode voltar atrás em suas atitudes, apostatar, mas ele será sempre alguém que recebeu o sacramento em questão, e como tal, aquele fato o ‘marcou’ indelevelmente, de maneira indestrutível” - Trento: “Sinal espiritual e indelével” (TABORDA, 2019, p. 179).
O anúncio não se torne uma competição religiosa por
adeptos. - O enfoque histórico-salvífico (querigma) e de pertença à Igreja foi se enfraquecendo pelo enfoque no pecado original. - Pastoral do medo – teologia do batismo a partir do pecado de adão; condenação ao inferno das crianças sem o batismo; - O medo das exigências do batismo fazia adiar o batismo; - Vinculação superficial à Igreja! - Declínio do catecumenato no tempo e no comprometimento. - Novos ritos: imposição da veste batismal e a entrega da vela acesa; - No Ocidente – a separação dos ritos pós-batismais como a imposição das mãos e a unção com o crisma passavam a ser reservado aos epíscopos. - Povos bárbaros: substituição de práticas ancestrais de “cunho mágico”. Idade Média
Generalização do batismo; consolidação de uma concepção de salvação
individual. Surgimento das paróquias – “prestação de um serviço, mais que uma celebração do mistério da fé e de uma pertença espiritual. A partir do século XII – estando a prática consolidada era precisa se fortalecer a teologia - Escolástica “Quanto antes” tanto o batismo quanto o crisma: Vários sínodos ameaçavam com severos castigos os pais e os párocos responsáveis se as crianças chegassem à idade da discrição sem terem recebido a confirmação (Antes dos sete anos). Pedro Lombardo (1160) o número de sete é assumido rapidamente: o simbolismo dos números que transcende a realidade (Isidoro de Sevilha, Agostinho...) “Na fixação dos sete sacramentos, há um paralelismo com a formação do cânon neotestamentário: só depois de uma evolução, de um lapso relativamente longo de tempo, a Igreja chegou a fixar o cânon. [...]. Semelhante se poderia dizer dos sete sacramentos: a Igreja não apenas celebrou durante séculos esses sacramentos, talvez sem privilegiá-los, mas, uma vez reconhecidos, eles marcaram de tal forma a comunidade cristã, sua vida e sua prática, que já não pode viver sem celebrá-los” (TABORDA, 2019, p. 160). A partir do século XIII surgem vários questionamentos ao batismo de crianças e a Igreja Católica defende com mais veemência a necessidade e legitimidade do batismo em conexão com a doutrina do pecado original; Com Tomás de Aquino se adquire um caráter mais otimista pela afirmação de que as crianças poderiam se salvar pela fé dos pais; outras criações como a ideia do limbo. - Perda do entendimento pascal e trinitário inicial; - Perda do sentido comunitário e o entendimento de meio de salvação individual; Idade Moderna “Reformas” e o acirramento das críticas ao entendimento católico, bem como a reafirmação doutrinal católica: “necessário para a salvação, único remédio contra o pecado original e as crianças devem ser batizadas”. “Porta de entrada na Igreja; torna membros de Cristo; submete os batizados às leis da Igreja”.
- Confirmação – (negada pelos reformadores, reafirmada como
sacramento e que o ministro ordinário é unicamente o bispo”
Século XVI - A chegada aos “novos mundos” - Novas Realidades “Fé
conquistadora e missionária (Caso brasileiro*). A partir do século XVIII (França, Bélgica, Áustria-Hungria se adiava até os 11-12 anos; Século XIX – coincidir com o final do período de escolarização. Século XIX – Colonialismo – Fé contestada e triunfalista atrelada a ideia de “civilização”. De Trento até o Vaticano II esse entendimento permaneceu quase imóvel. Na tradição Ocidental continuam sendo celebrados em separado. Pio X – Quam singular (1910) – uso da razão como critério para receber a eucaristia. (DC 1917 – 7 anos de idade). Século XX - chamados à uma fé humilde e dialogante “Os movimentos litúrgico, patrístico, bíblico levarão a acentuar outra vez a dimensão eclesial da celebração, contra o individualismo salvífico anterior” (TABORDA, 2019, p. 238) Vaticano II – língua vernácula e o ritual de Paulo VI – Busca de resgatar o entendimento das celebrações sacramentais como celebrações da vida cristã e eclesial e não somente o cumprimento de uma obrigação ou preceito. Movimento ecumênico – Reconhecimento do batismo ministrado em outras confissões de fé! (caráter indelével). “Há em nossa tradição um forte apelo para que nenhuma criança fique sem ser batizada” (NUCAP, 2013, p. 51). “Nesse sentido, ‘a igreja não é ‘sacramentalista’ a qualquer preço. É, pois, uma mãe responsável. O que interessa não é batizar a qualquer custo e aumentar assim sacramentalmente o número de membros da comunidade, sem saber como será a vida cristã daqueles batizados. A igreja quer construir a comunidade dos crentes, tendo certamente diante de si o pecado e as limitações humanas, porem pondo as garantias suficientes para que este batizado possa realizar-se como tal. Não fazê-lo assim seria frustrar-se a si mesma, frustrando ao mesmo tempo a pessoa batizada” (NUCAP, 2013, p. 52). Brasil: Inserção do ser humano em Cristo à luz do Documento de Aparecida que nos chama todos a sermos evangelizadores! Evangelização no Brasil: superficial e pouca vivência comunitária. Verniz religioso! Cristãos batizados e não evangelizados. Colonização: ligação do batismo com todo o processo de dominação das populações nativas e de submissão das populações negras escravizadas. O batismo é o que garantia uma posição na sociedade brasileira. Caso japonês! - Raízes populares: crenças diante de tantos perigos: mortalidade infantil e etc. poder curativo, poderes da água... Cenário atual: mudanças e transito religioso. O resgate da centralidade do mistério pascal no batismo – cruz – sofrimentos e frustrações em contrapartida a teologia da retribuição. - Desafio de proclamar o querigma, testemunhar a fé com alegria em uma comunidade viva. Formar a identidade cristã. Práxis e a festa! Imagem da festa como algo ambíguo.
Festa – celebração: Valorização de
acontecimentos importantes que precisam ser celebrados, não como algo vazio. Parte do fazer comunidade. “Uma tendência purista poderia desejar que se desistisse de festejar, porque na sociedade em que vivemos a festa pode tornar-se ambígua, pode ser também válvula de escape, descarga das tensões sociais, compensação das frustrações provenientes do mundo do trabalho e da produção” (TABORDA, 2019, p. 109). “Na ordem prático-pastoral, observou-se que o povo não parece captar os sacramentos como festa. Em primeiro lugar por ser uma categoria profana, muitas vezes relacionada com o pecado da mentalidade popular, graças a uma catequese moralizante. A festa vem antes, em preparação, ou – principalmente – depois do sacramento celebrado [...], não é o sacramento. Essa dicotomia entre o sacramento (sagrado) e a festa (profana) está muito presente no povo. Vive-se a dimensão sagrada, o sacramento, muito seriamente na Igreja; em casa, vem a festa como tal, a dimensão profana do evento” (TABORDA, 2019, p. 223). “Como antropologicamente, sem comunidade não há festa, também teologicamente, sem Igreja não há sacramento. Da mesma forma vale o princípio oposto: antropologicamente, sem festa não comunidade; teologicamente, sem sacramento não há Igreja. A Igreja deve necessariamente celebrar os sacramentos como momentos de sua visibilidade de Corpo de Cristo e Povo de Deus. E estes constroem a Igreja” (TABORDA, 2019, p. 164). O chamado a não sermos precipitados em avaliar as motivações dos pais que pedem o batismo para os seus filhos; O medo das forças maléficas; A cautela de Ananias, o deixar-se levar pelas aparências sem deixar o espaço para a ação de Deus. Sem dar sentenças de exclusão! Situação irregular! Acompanhar, Discernir e Integrar a fragilidade (AL 291-312). Muitos têm medo e insegurança exatamente pelas suas “irregularidades”. Significado da acolhida, nunca se retorna a um lugar em que foi mal recebido! A concepção de família “Qualquer tipo de união não isenta os responsáveis de assumir e educar as crianças numa formação cristã e religiosa autêntica” (NUCAP, 2013, p. 40). Pessoas não casadas... Obrigação do casamento - Dispensas da disparidade de culto. *** Superar a mentalidade de cursos, mais vivencial e educativa do que intelectual e instrutiva. Os cursos de preparação como exposições racionais (“absolutamente insuficiente por seu caráter superficial e teórico. Mas sempre melhor do que nada!” (Cf. TABORDA, 2019, p. 241). O relacionamento entre os catequistas e o padre/pároco – trabalhar as relações comunitárias.
Visar o engajamento (diverso nas
possibilidades e nos resultados). Leituras fundamentalistas: identificação com o discipulado de Jesus, caminhada na Igreja ou de determinado movimento ou padre? Àgua Viva ou a marca de alguém?! - Paulo aos Coríntios. Conclusão
- Somos semeadores e colhemos o que outros
plantaram. - A importância da catequese e do batismo para a transmissão da fé (Japão e Coreia). - Eucaristia*. “Tal como a chuva e a neve caem do céu e para lá não volvem sem ter regado a terra, sem a ter fecundado, e feito germinar as plantas, sem dar o grão a semear e o pão a comer, assim acontece à palavra que minha boca profere: não volta sem ter produzido seu efeito, sem ter executado minha vontade e cumprido sua missão.” Isaías, 55, 10-11 (www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/isaias/55/) - Igreja em saída! Para o sacramento do batismo ainda estamos em uma fase de que os fiéis ainda buscam a Igreja. Será que estamos recebendo bem? Ou com as reservas de Ananias!? Ou com as “alfândegas pastorais”? Referências: Francisco e a mãe solteira. Disponível em: <https://www.ihu.unisinos.br/noticias/520469-francisco-e-a-mae-solteira>.
NUCAP. Iniciação à vida Cristã. Batismo de Crianças. São Paulo: paulinas.
2013.
OÑATIBIA. Ignacio. Batismo e confirmação: sacramentos de iniciação. São
Paulo: Paulinas. 2007.
TABORDA. Francisco. Sacramentos, práxis e festa. São Paulo: Paulus. 2019.