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SACRAMENTO DO BATISMO:

ASPECTOS PASTORAIS

PE. DR. ANTONIO GENIVALDO C. DE OLIVEIRA


Ementa: Serão abordados os aspectos pastorais
do sacramento do batismo em diálogo com os
apelos de sermos um “Igreja em saída”, de
superarmos e mentalidade de “alfandega
pastoral” e de mantermos a fidelidade ao
mandato missionário: ide, anunciai e batizai...
quais desafios se apresentam para uma efetiva
ação pastoral?
Pode-se dizer que hoje não vivemos uma época de mudança
mas uma mudança de época. Portanto, as situações que
vivemos hoje apresentam desafios novos que para nós às
vezes são até difíceis de compreender. Este nosso tempo exige
que vivamos os problemas como desafios e não como
obstáculos: o Senhor é ativo e age no mundo. Por conseguinte,
saí pelas ruas e ide às encruzilhadas: todos os que
encontrardes, chamai-os, sem excluir ninguém (cf. Mt 22, 9).
Sobretudo, acompanhai quem ficou à beira da estrada, «coxos,
aleijados, cegos, surdos» (Mt 15, 30). Onde quer que estiverdes,
nunca construais muros nem fronteiras, mas praças e hospitais
de camp[anha].
ENCONTRO COM OS PARTICIPANTES DO V CONGRESSO DA IGREJA ITALIANA (2015)
E isto revela-se de valor imprescindível para uma
Igreja «em saída». Tanto mais que, hoje, não
vivemos apenas uma época de mudanças, mas
uma verdadeira e própria mudança de época,
caraterizada por uma «crise antropológica» [...]
«o problema é que não dispomos ainda da
cultura necessária para enfrentar esta crise e há
necessidade de construir lideranças que tracem
caminhos». (VG, 3 - 2017)
"Pensem em uma mãe solteira que vai à igreja, à paróquia e ao
secretário: 'Quero batizar meu filho'. E depois esse cristão, essa
cristã lhe diz: 'Não, você não pode porque você não é casada!'.
Mas, veja, essa jovem teve a coragem de levar adiante a sua
gravidez e não devolver o seu filho ao remetente, e o que ela
encontra? Uma porta fechada! Esse não é um bom zelo! Afasta
do Senhor! Não abre as portas! E assim, quando nós estamos
nesse caminho, nessa atitude, nós não fazemos bem às
pessoas, ao povo, ao povo de Deus. Mas Jesus instituiu sete
Sacramentos, e nós, com essa atitude, instituímos o oitavo: o
sacramento da alfândega pastoral!".
Homilia em Santa Marta (05/2013)
- Crise dos sacramentos
- Ritualismos e improvisos
- Perda do sentido simbólico: “um pouquinho de água
na cabeça!”

Práxis - não se trata de oposição entre teoria e prática, é


antes a unidade das duas. É um conjunto entre teoria e
prática, reflexão e ação. (Cf. TABORDA, 2019, p. 37-39).
Iniciativa de Deus que espera a resposta humana.
Encantamento e mistério.
Batismo (grego) imergir na água – entendimento cristão:
participar no mistério pascal
“Quando entras para ser iniciado (mystagogian), teus olhos
corporais veem a água, mas os olhos da fé contemplam o Espírito”
(São João Crisóstomo sec. V - apud OÑATIBIA, 2007, p. 56)
- Variedade de tradições litúrgicas que recolhem a experiência
sacramental e a fé das diferentes Igrejas ao longo dos séculos.
Ao longo da história assume formas diversas por imersão, infusão
e aspersão e realizado em nome de Jesus e/ou em nome da
Trindade.
A fé como “fundamento e raiz” do sacramento. Mas
não somente no sentido cronológico
Fé como processo. Pois em seu sentido bíblico é um
encontro com o Deus vivo e não apenas um tipo de
conhecimento conceitual (Cf. TABORDA, 2019, p.
31).
Adesão à fé tem uma dimensão pessoa (não
individual!)
“Os santos ao pé da porta: Não pensemos apenas em quantos já
estão beatificados ou canonizados. O Espírito Santo derrama a
santidade, por toda a parte, no santo povo fiel de Deus, porque
«aprouve a Deus salvar e santificar os homens, não individualmente,
excluída qualquer ligação entre eles, mas constituindo-os em povo
que O conhecesse na verdade e O servisse santamente». O Senhor, na
história da salvação, salvou um povo. Não há identidade plena, sem
pertença a um povo. Por isso, ninguém se salva sozinho, como
indivíduo isolado, mas Deus atrai-nos tendo em conta a complexa
rede de relações interpessoais que se estabelecem na comunidade
humana: Deus quis entrar numa dinâmica popular, na dinâmica dum
povo.” (Gaudete et Exultate, 6).
Iniciação Cristã e o sentido de entrada e de pertença à
Igreja.
- Processo de integração ao grupo;
- Memória da identidade deste grupo: a história da salvação
e da participação na morte-ressureição do Cristo (RICA 8);
- A acolhida em nome do grupo: A Igreja!
- A livre adesão como condição essencial: “Que pedem à
Igreja de Deus para seus filhos?” “Vocês querem que N. seja
batizada nesta fé que acabamos de professar?”
- Espaço da graça/dimensão do “Mistério” - Iniciação de “caráter
universal, oferecida a todos, sem discriminação, sejam eles
judeus ou gregos, escravos ou livres, homens ou mulheres!”
(OÑATIBIA, 2007, p. 21)
- Meios da iniciação (instrução, catequese, “curso”...). “Não se
trata simplesmente de uma comunicação de sistemas de
pensamento, nem só ensinamento doutrinal. É também
aprendizagem de um novo tipo de vida” (OÑATIBIA, 2007, p. 21)
- Formação para o discipulado, começo de uma experiência que
se seguirá para a vida toda! A iniciação definitiva ocorrerá com a
morte!
Unicidade e complementariedade
dos sacramentos do batismo,
confirmação e eucaristia; o
primeiro como “porta da vida
espiritual”
Na História da Igreja - No Segundo Testamento
Atos dos Apóstolos:
a) No dia de Pentecostes (At 2,37-38.40-42.47)
b) Batismo (e confirmação?) na Samaria (At 8, 5.12-13.14-18a)
c) Batismo do eunuco etíope (At 8,27-28.34-39)
d) A conversão de Paulo (At 9.17-18.22.16)
e) A conversão e o batismo de Cornélio (At 10,44-48)
f) O batismo de Lídia (At 16,13-15)
g) O batismo do carcereiro de Filipos (At 16,30-34)
h) Batismo (e confirmação) em Éfeso? (At 19. 1b-7)

- Elementos do processo: querigma, aceitação da fé, batismo em nome de


Jesus e a invocação do Espírito, seguida da imposição das mãos
(reservado aos apóstolos);
Escritos paulinos:
Coríntios: não se mostra particularmente interessado no tema (1 Cor. 1. 13-17).
Adverte a comunidade pela concepção sacramentalista – a força espiritual é
conferida pelo sacrifício do Cristo, mas exige a contrapartida da contribuição
moral da pessoa.
Romanos (6. 2-8): Força salvífica da morte de Cristo.
Gálatas (3,26-28.4,6-7) – Texto mais antigo? – A relação entre a fé e o batismo –
pela fé passa a fazer parte do grupo maior, onde as diferenças religiosas e
culturais não contam (judeus, gregos, escravos, livres, homens e mulheres).
Efésios (1,13-14; 2,5-6.19-22; 5,25-27) – mais detalhes mencionando a formação
da Igreja e sua desejada unidade; além da implicação deste na vivência do casal.
Colossenses (2,9-15) acento ético e escatológico.
Tito (3,4-8) perspectiva histórico-salvífica, trinitária escatológica e a definição do
batismo que aparece como obra de Deus.
 Hebreus (Hb 6,1-6) – Batismos e a imposição das mãos:
diferença entre o batismo de João e o batismo cristão;
 Primeira Carta de Pedro (1Pd 1, 23-25;3,20-22) Resgate dos
mortos e a imagem da humanidade regenerada;
 Literatura Joanina (Jo 3,1-21) Nicodemos – segundo
nascimento;
- Mandato batismal
- Batizar no nome do senhor Jesus
- Batizar com água e batizar com o Espírito
- O batismo de crianças (toda a casa)
- Necessidade do batismo para a salvação (Mc 16,16; Jo 3,5)
MODELOS POSSÍVEIS:
a)Purificações com água
b)Purificação ritual – movimento do batista até o sec. IV
c)Seitas gnósticas*
Novidade do batismo cristão; a fórmula trinitária já nos
fins do século I; a imposição das mãos como
complemento do batismo; o ingresso na Igreja e a partir
daí a participação na vida da comunidade, sobretudo na
“fração do pão”.
A partir do final do II século já se percebe a existência de um
catecumenato (lugar onde ressoa alguma mensagem! precisa de
tempo!) organizado e o vínculo entre a catequese, a fé e o
sacramento.

III século – Cipriano: dois ou três dias depois do nascimento – “a


ninguém que chegue a existência se deve recusar a misericórdia
e a graça de Deus” (apud OÑATIBIA, 2007, p. 77).

Tertuliano era Contrário


Pecado original – Orígenes “Ninguém está isento de
manchas, nem sequer aquele cuja vida durou um só
dia na terra? Já que o mistério do batismo elimina
as manchas do nascimento, batizem-se também as
crianças, porque ‘aquele que não nascer de novo na
água e no Espírito não pode entrar no Reino dos
Céus’” (apud OÑATIBIA, 2007, p. 78).
Na Igreja Primitiva: as sementes do Evangelho, brotam com
toda força desenvolvendo estruturas pastorais e rituais bem
firmes. Em contrapartida, constata-se a pluralidade das
tradições e a não uniformidade na forma de agregar novos
membros à comunidade.

Ao redor do núcleo central da imersão, foram sendo juntados a


benção da água e dos óleos, a signação. A unção com
significado de renúncia à Satanás e de fortalecimento na luta
contra o mal (exorcismo) e em outras partes (Síria) como sinal
da unção do Espírito Santo.
Hipólito (Sec. III): “Quando subir da água, que seja ungido por um presbítero com o
óleo que foi santificado, dizendo: ‘Eu te unjo com o óleo santo em nome de Jesus
Cristo’. E a seguir cada se enxugue com uma toalha e se coloquem as vestes; feito isso,
entrem na Igreja. Que o bispo, impondo-lhes as mãos, invoque dizendo: ‘Senhor Deus,
julgastes-os de merecer o perdão dos pecados pelo banho da regeneração; torna-os
dignos de se sentirem cheios do Espírito Santo e envia sobre eles tua graça, para que
possam servir-te segundo a tua vontade; pois a Ti a glória, ao Pai e ao Filho com o
Espírito Santo, na Santa Igreja, agora e pelos séculos. Amém. Depois, derramando com
a mão óleo santificado e impondo-a sobre a cabeça deles diz: ‘Eu te unjo com óleo no
senhor, o Pai todo-poderoso, e em Jesus Cristo e no Espírito Santo’ e depois de ter feito
a consignação na fronte, que lhes dê o ósculo da paz e diga: ‘O Senhor esteja contigo’. E
aquele que foi consignado diga: ‘E com teu Espírito’. Que faça da mesma maneira com
cada um. Que depois disso, ore com todo o povo. Mas não rezem com todos os fiéis
antes de ter recebido tudo isso. E quando tiverem orado, que dêem todos o ósculo da
paz” (apud OÑATIBIA, 2007, p. 73).
Século IV-VII
Nova situação político-eclesiástica: religião perseguida-tolerada-
aceita-oficial-“perseguidora”.
Disputas heréticas – o ingresso na Igreja catholica não eram
rebatizados – caráter indelével.
A questão do pecado do ministro do batismo.
Agostinho endurece sua postura em relação a necessidade
absoluta do batismo: “Quer batize Pedro, quer batize judas, é
Cristo que batize” (apud TABORDA, 2019, p. 136).
Em12 de Fevereiro de 405, o imperador Honório emanou
o chamado “Édito da unidade”. A partir de então, deixou
de haver, na aplicação da lei, distinção entre hereges e
cismáticos. Antes aqueles eram punidos mais
duramente; agora os donatistas ficavam inseridos no
mesmo estatuto jurídico.
A coerção (compelle intrare) e o terror das penas
aplicavam-se a quem estivesse fora da comunhão
católica; isso era considerado um direito da Igreja. Tal
legislação começou a aplicar-se com mais rigor em
África, onde a divisão, decorrente do cisma donatista,
era mais forte.
Para a solução do cisma procura a via do diálogo e da
persuasão. Depois muda.

“Impressionado pelos exemplos apresentados pelos


meus colegas, mudei de parecer. A minha primeira
opinião era que ninguém devia ser coagido à unidade de
Cristo; que se devia atuar pela palavra, lutar com o
debate, vencer com a razão, para não termos como
católicos fingidos, aqueles que tínhamos conhecido
como hereges declarados. Mas esta minha opinião foi
vencida, não pelas palavras dos que me contradiziam,
mas por exemplos evidentes...”.
“O sujeito pode arrepender-se de tê-los recebido, pode
voltar atrás em suas atitudes, apostatar, mas ele será
sempre alguém que recebeu o sacramento em questão,
e como tal, aquele fato o ‘marcou’ indelevelmente, de
maneira indestrutível” - Trento: “Sinal espiritual e
indelével” (TABORDA, 2019, p. 179).

O anúncio não se torne uma competição religiosa por


adeptos.
- O enfoque histórico-salvífico (querigma) e de pertença à
Igreja foi se enfraquecendo pelo enfoque no pecado original.
- Pastoral do medo – teologia do batismo a partir do pecado
de adão; condenação ao inferno das crianças sem o batismo;
- O medo das exigências do batismo fazia adiar o batismo;
- Vinculação superficial à Igreja!
- Declínio do catecumenato no tempo e no
comprometimento.
- Novos ritos: imposição da veste batismal e a
entrega da vela acesa;
- No Ocidente – a separação dos ritos pós-batismais
como a imposição das mãos e a unção com o crisma
passavam a ser reservado aos epíscopos.
- Povos bárbaros: substituição de práticas ancestrais
de “cunho mágico”.
Idade Média

Generalização do batismo; consolidação de uma concepção de salvação


individual.
Surgimento das paróquias – “prestação de um serviço, mais que uma
celebração do mistério da fé e de uma pertença espiritual.
A partir do século XII – estando a prática consolidada era precisa se
fortalecer a teologia - Escolástica
“Quanto antes” tanto o batismo quanto o crisma: Vários sínodos
ameaçavam com severos castigos os pais e os párocos responsáveis se as
crianças chegassem à idade da discrição sem terem recebido a
confirmação (Antes dos sete anos).
Pedro Lombardo (1160) o número de sete é assumido
rapidamente: o simbolismo dos números que transcende a
realidade (Isidoro de Sevilha, Agostinho...)
“Na fixação dos sete sacramentos, há um paralelismo com a
formação do cânon neotestamentário: só depois de uma
evolução, de um lapso relativamente longo de tempo, a Igreja
chegou a fixar o cânon. [...]. Semelhante se poderia dizer dos sete
sacramentos: a Igreja não apenas celebrou durante séculos esses
sacramentos, talvez sem privilegiá-los, mas, uma vez
reconhecidos, eles marcaram de tal forma a comunidade cristã,
sua vida e sua prática, que já não pode viver sem celebrá-los”
(TABORDA, 2019, p. 160).
A partir do século XIII surgem vários questionamentos ao
batismo de crianças e a Igreja Católica defende com mais
veemência a necessidade e legitimidade do batismo em
conexão com a doutrina do pecado original;
Com Tomás de Aquino se adquire um caráter mais otimista
pela afirmação de que as crianças poderiam se salvar pela fé
dos pais; outras criações como a ideia do limbo.
- Perda do entendimento pascal e trinitário inicial;
- Perda do sentido comunitário e o entendimento de meio de
salvação individual;
Idade Moderna
“Reformas” e o acirramento das críticas ao entendimento católico,
bem como a reafirmação doutrinal católica: “necessário para a
salvação, único remédio contra o pecado original e as crianças devem
ser batizadas”. “Porta de entrada na Igreja; torna membros de Cristo;
submete os batizados às leis da Igreja”.

- Confirmação – (negada pelos reformadores, reafirmada como


sacramento e que o ministro ordinário é unicamente o bispo”

Século XVI - A chegada aos “novos mundos” - Novas Realidades “Fé


conquistadora e missionária (Caso brasileiro*).
A partir do século XVIII (França, Bélgica, Áustria-Hungria se
adiava até os 11-12 anos;
Século XIX – coincidir com o final do período de escolarização.
Século XIX – Colonialismo – Fé contestada e triunfalista
atrelada a ideia de “civilização”.
De Trento até o Vaticano II esse entendimento permaneceu
quase imóvel. Na tradição Ocidental continuam sendo
celebrados em separado.
Pio X – Quam singular (1910) – uso da razão como critério para
receber a eucaristia. (DC 1917 – 7 anos de idade).
Século XX - chamados à uma fé humilde e dialogante
“Os movimentos litúrgico, patrístico, bíblico levarão a
acentuar outra vez a dimensão eclesial da celebração, contra o
individualismo salvífico anterior” (TABORDA, 2019, p. 238)
Vaticano II – língua vernácula e o ritual de Paulo VI – Busca de
resgatar o entendimento das celebrações sacramentais como
celebrações da vida cristã e eclesial e não somente o
cumprimento de uma obrigação ou preceito.
Movimento ecumênico – Reconhecimento do batismo
ministrado em outras confissões de fé! (caráter indelével).
“Há em nossa tradição um forte apelo para que nenhuma criança
fique sem ser batizada” (NUCAP, 2013, p. 51).
“Nesse sentido, ‘a igreja não é ‘sacramentalista’ a qualquer preço.
É, pois, uma mãe responsável. O que interessa não é batizar a
qualquer custo e aumentar assim sacramentalmente o número de
membros da comunidade, sem saber como será a vida cristã
daqueles batizados. A igreja quer construir a comunidade dos
crentes, tendo certamente diante de si o pecado e as limitações
humanas, porem pondo as garantias suficientes para que este
batizado possa realizar-se como tal. Não fazê-lo assim seria
frustrar-se a si mesma, frustrando ao mesmo tempo a pessoa
batizada” (NUCAP, 2013, p. 52).
Brasil: Inserção do ser humano em Cristo à luz do Documento
de Aparecida que nos chama todos a sermos evangelizadores!
Evangelização no Brasil: superficial e pouca vivência
comunitária. Verniz religioso!
Cristãos batizados e não evangelizados.
Colonização: ligação do batismo com todo o processo de
dominação das populações nativas e de submissão das
populações negras escravizadas.
O batismo é o que garantia uma posição na sociedade
brasileira.
Caso japonês!
- Raízes populares: crenças diante de tantos perigos:
mortalidade infantil e etc. poder curativo, poderes da
água...
Cenário atual: mudanças e transito religioso.
O resgate da centralidade do mistério pascal no batismo
– cruz – sofrimentos e frustrações em contrapartida a
teologia da retribuição.
- Desafio de proclamar o querigma, testemunhar a fé
com alegria em uma comunidade viva. Formar a
identidade cristã.
Práxis e a festa!
Imagem da festa como algo ambíguo.

Festa – celebração: Valorização de


acontecimentos importantes que precisam ser
celebrados, não como algo vazio. Parte do fazer
comunidade.
“Uma tendência purista poderia desejar que se
desistisse de festejar, porque na sociedade em
que vivemos a festa pode tornar-se ambígua,
pode ser também válvula de escape, descarga
das tensões sociais, compensação das
frustrações provenientes do mundo do trabalho
e da produção” (TABORDA, 2019, p. 109).
“Na ordem prático-pastoral, observou-se que o povo não
parece captar os sacramentos como festa. Em primeiro lugar
por ser uma categoria profana, muitas vezes relacionada com o
pecado da mentalidade popular, graças a uma catequese
moralizante. A festa vem antes, em preparação, ou –
principalmente – depois do sacramento celebrado [...], não é o
sacramento. Essa dicotomia entre o sacramento (sagrado) e a
festa (profana) está muito presente no povo. Vive-se a
dimensão sagrada, o sacramento, muito seriamente na Igreja;
em casa, vem a festa como tal, a dimensão profana do evento”
(TABORDA, 2019, p. 223).
“Como antropologicamente, sem comunidade não
há festa, também teologicamente, sem Igreja não
há sacramento. Da mesma forma vale o princípio
oposto: antropologicamente, sem festa não
comunidade; teologicamente, sem sacramento não
há Igreja. A Igreja deve necessariamente celebrar
os sacramentos como momentos de sua
visibilidade de Corpo de Cristo e Povo de Deus. E
estes constroem a Igreja” (TABORDA, 2019, p. 164).
O chamado a não sermos precipitados em
avaliar as motivações dos pais que pedem o
batismo para os seus filhos;
O medo das forças maléficas;
A cautela de Ananias, o deixar-se levar pelas
aparências sem deixar o espaço para a ação
de Deus.
Sem dar sentenças de exclusão! Situação
irregular! Acompanhar, Discernir e Integrar
a fragilidade (AL 291-312).
Muitos têm medo e insegurança
exatamente pelas suas “irregularidades”.
Significado da acolhida, nunca se retorna a
um lugar em que foi mal recebido!
A concepção de família
“Qualquer tipo de união não isenta os
responsáveis de assumir e educar as crianças
numa formação cristã e religiosa autêntica”
(NUCAP, 2013, p. 40).
Pessoas não casadas... Obrigação do
casamento - Dispensas da disparidade de culto.
***
Superar a mentalidade de cursos, mais
vivencial e educativa do que intelectual e
instrutiva.
Os cursos de preparação como exposições
racionais (“absolutamente insuficiente por
seu caráter superficial e teórico. Mas
sempre melhor do que nada!” (Cf.
TABORDA, 2019, p. 241).
O relacionamento entre os
catequistas e o padre/pároco –
trabalhar as relações comunitárias.

Visar o engajamento (diverso nas


possibilidades e nos resultados).
Leituras fundamentalistas:
identificação com o discipulado de
Jesus, caminhada na Igreja ou de
determinado movimento ou padre?
Àgua Viva ou a marca de alguém?!
- Paulo aos Coríntios.
Conclusão

- Somos semeadores e colhemos o que outros


plantaram.
- A importância da catequese e do batismo
para a transmissão da fé (Japão e Coreia).
- Eucaristia*.
“Tal como a chuva e a neve caem do céu e
para lá não volvem sem ter regado a terra,
sem a ter fecundado, e feito germinar as
plantas, sem dar o grão a semear e o pão a
comer, assim acontece à palavra que minha
boca profere: não volta sem ter produzido
seu efeito, sem ter executado minha vontade
e cumprido sua missão.”
Isaías, 55, 10-11 (www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/isaias/55/)
- Igreja em saída!
Para o sacramento do batismo ainda
estamos em uma fase de que os fiéis
ainda buscam a Igreja. Será que
estamos recebendo bem? Ou com as
reservas de Ananias!? Ou com as
“alfândegas pastorais”?
Referências:
Francisco e a mãe solteira. Disponível em:
<https://www.ihu.unisinos.br/noticias/520469-francisco-e-a-mae-solteira>.

NUCAP. Iniciação à vida Cristã. Batismo de Crianças. São Paulo: paulinas.


2013.

OÑATIBIA. Ignacio. Batismo e confirmação: sacramentos de iniciação. São


Paulo: Paulinas. 2007.

TABORDA. Francisco. Sacramentos, práxis e festa. São Paulo: Paulus. 2019.

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